
Coube aos operários e aos servidores dos órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) que trabalharam na obra de restauro do Teatro Nacional Claudio Santoro o privilégio de serem os primeiros a assistirem um espetáculo teste na Sala Martins Pena. Batizada de Sinfonia do Concreto, a ação desta quarta-feira (18) faz parte da programação de reabertura do espaço que passou por modernização e readequação para cumprir as normas de segurança, combate a incêndio e acessibilidade.
“Emoção” foi a palavra usada pelo pintor Francisco Ari Rodrigues Lima para definir a participação dos trabalhadores da obra no concerto de reabertura da Sala Martins Pena, o primeiro ato de uma celebração que será feita em seis dias e que se inspira na ação da atriz Cacilda Becker na inauguração da sala em 1966, quando subiu ao palco primeiramente para os trabalhadores.
Ari Rodrigues Lima se sentiu um artista na noite do concerto: “Só tinha visto o Teatro Nacional por fora” | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília
“Ajudei em várias partes aqui”, lembrou o homem que atuou nas pinturas da fachada, do foyer e da sala. “Então é muita emoção, porque eu só tinha visto o Teatro Nacional há 10 anos por fora. Nunca me imaginava aqui, principalmente hoje, um dia festivo. Estou me sentindo um artista”, disse.
“É uma página da história para ser vivida e estou vivendo. Antes só se via todo mundo famoso chegando aqui e fazendo seu show, e nós [operários] fizemos o nosso show. O início de tudo somos nós, os trabalhadores”, comentou Lima.
Deibson Charles Silva Farias: “Estou muito orgulhoso de trabalhar aqui e deixar esse teatro bonito para todos” | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília
Trabalhando desde o começo da obra do teatro, o pintor Deibson Charles Silva Farias disse que essa foi a experiência mais bonita pós-obra da carreira dele, além de ser a sua primeira vez na Sala Martins Pena. “Estou muito orgulhoso de trabalhar aqui e deixar esse teatro bonito para todos”, afirmou.
A engenheira Monyque Milhomem disse que, durante a obra, os trabalhadores brincavam de encerrarem os trabalhos com uma encenação teatral. O que era só uma brincadeira acabou virando uma surpresa para todos, com o convite para o concerto.
“A gente não esperava nada disso. Até brincávamos com o pessoal de fazer uma peça. Quando falaram que ia ter uma orquestra só para gente, ficamos maravilhados e super felizes”, admitiu. “Foi uma experiência muito prazerosa fazer parte dessa reforma tão grandiosa para Brasília.”
Fabrício Lima Ramiro estava orgulhoso com o trabalho: “Estamos entregando uma obra completamente nova e um equipamento público de qualidade para a população” | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília
Para o engenheiro Fabrício Lima Ramiro, voltar ao teatro, agora concluído, foi uma forma de “colocar à prova” tudo que foi feito pelos profissionais. “Estávamos bem ansiosos, porque é um filho nosso. Estamos entregando uma obra completamente nova e um equipamento público de qualidade para a população”, comentou.
