Fazer atividades físicas, cuidar do jardim de casa, arrumar as próprias roupas, assistir a um programa na televisão e, quando necessário, comparecer a uma unidade da Secretaria de Saúde (SES-DF) para realizar o acompanhamento da saúde mental. Essa é a rotina de 20 pessoas que, atualmente, moram nas duas residências terapêuticas criadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para acolher pacientes que antes estavam internados em hospitais. O modelo, considerado bem-sucedido, deve ser ampliado em 2025 como uma das principais iniciativas para reforçar a rede de saúde mental no DF. A meta é chegar a cem vagas.
“O principal resultado alcançado é o ganho de qualidade de vida desses pacientes. O modelo se mostrou válido e será ampliado”, afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. As duas primeiras residências foram ativadas em julho, uma masculina e outra feminina, cada uma com dez vagas.
As residências terapêuticas foram criadas para acolher pacientes de saúde mental que antes estavam internados em hospitais | Foto: Agência Brasília
Nos locais, que não são identificados para assegurar a privacidade dos residentes, foram acolhidas pessoas que estavam havia mais de dois anos internadas no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Hospital de Base (HBDF), Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) e no Instituto de Saúde Mental (ISM). Todos são portadores de transtornos mentais graves e persistentes, têm mais de 18 anos e não contam com moradia nem com suporte familiar, financeiro ou social, necessários para a reinserção social.
O Serviço Residencial Terapêutico (SRT) desponta como uma alternativa de moradia para um grande contingente de pessoas. Fisicamente, é como uma casa tradicional: as unidades em funcionamento têm três quartos, três banheiros, sala, cozinha, jardim, quintal e até uma churrasqueira. O propósito é estimular uma rotina o mais próxima possível da tradicional, com autonomia e reintegração.
Cada morador mantém seu atendimento regular em um centro de atenção psicossocial (Caps) e em uma unidade básica de saúde (UBS), além de poder contar com as demais unidades da SES-DF. Há ainda uma equipe de apoio – composta por enfermeiro, técnico de enfermagem, cuidador, cozinheiro e profissional de serviços gerais –, disponível 24 horas. Nas casas já ativadas, são oito funcionários para acompanhar os dez moradores.