Há oito anos, o brasiliense nascido e criado em São Sebastião Mizael Castro conheceu o esporte que transformou completamente a vida dele: o goalball, modalidade paralímpica destinada a pessoas com deficiência visual. Na época, com apenas 16 anos, ele sequer imaginava que se tornaria um dos paratletas mais promissores do país. Hoje, aos 24 anos, ele está na disputa para ser um dos seis competidores a compor a Seleção Brasileira de Goalball que estará nos Jogos Paralímpicos 2024 em agosto em Paris, na França.
Mizael Castro participa da seletiva para a definição dos seis atletas que vão representar o Brasil, na modalidade de goalball, nos Jogos Paralímpicos de Paris neste ano | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília
“No começo do ano passado foram convocados 11 atletas e hoje estamos em oito, mas a seletiva ainda continua. O professor disse que ainda não tem os seis atletas definidos [que vão para Paris]. Isso me dá cada vez mais esperança para que possa estar nesse sexteto”, conta.
Renato Junqueira, secretário de Esporte e Lazer, elogia o jovem. “O desempenho de Mizael Castro, aluno do Centro Olímpico e Paralímpico de São Sebastião, destaca a excelência dos treinamentos realizados nos nossos Centros Olímpicos e o potencial dos atletas do Distrito Federal. Sua inclusão entre os oito selecionados para compor a Seleção Brasileira de goalball é um grande orgulho para nós. Estamos confiantes de que sua dedicação e habilidade o levarão a conquistar uma vaga para representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris em agosto”, afirmou.
“Hoje, contamos com 20 atletas deficientes visuais atendendo diariamente na base e no alto rendimento. Foram praticamente sete anos de trabalho e bons resultados para chegar onde chegamos”
Gabriel Goulart, professor do COP de São Sebastião e técnico da Seleção Brasileira de base da modalidade de goalball
Mizael entrou no goalball em 2016 graças ao esforço do professor do Centro Olímpico e Paralímpico (COP) de São Sebastião e também técnico da Seleção Brasileira de base da modalidade, Gabriel Goulart, que de tempos em tempos busca novos talentos para o esporte no Distrito Federal. “Na verdade, eu praticava atletismo paralímpico e natação até que o professor Gabriel me convidou para vir conhecer o goalball. No primeiro momento, achei bem estranho. Depois vim, pratiquei um dia e estou aqui até hoje”, lembra o jovem.
Único esporte paralímpico não adaptado, o goalball tem origem austríaca e utiliza as percepções táteis e auditivas para que os paratletas consigam arremessar e defender uma bola com guizo em direção ao gol. O jogo é disputado por três jogadores titulares e três reservas de cada time que jogam com vendas nos olhos. Todos são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores.
Em uma quadra com as mesmas dimensões das de vôlei, com 9 m de largura por 18 m de comprimento, há um gol posicionado de cada lado com 9 m de largura por 1,30 m de altura. O objetivo é arremessar de forma rasteira a bola em direção ao gol. As partidas são divididas em dois tempos de 12 minutos, com três minutos de intervalo.
