Foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta quinta-feira (2) a portaria que formaliza o Programa de Gerenciamento do Sangue do Paciente (PBM), coordenado pela Fundação Hemocentro de Brasília (FHB). O PBM é uma metodologia internacionalmente reconhecida que visa otimizar o cuidado aos pacientes, melhorar os resultados clínicos e reduzir transfusões desnecessárias.
A portaria também cria uma câmara técnica, presidida pelo médico hematologista e chefe da unidade técnica da FHB, Marcelo Jorge Carneiro. O PBM será implantado inicialmente em quatro unidades-piloto: Hospital de Base do Distrito Federal, Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Hospital Universitário de Brasília (HUB) e Hospital da Criança de Brasília (HCB).
Neste primeiro momento, o PBM será implantado no Hospital de Base do Distrito Federal, no Hran, no HUB e no Hospital da Criança de Brasília | Fotos: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília
Segundo Marcelo Jorge, a criação da câmara técnica e a formalização do PBM são marcos importantes para a saúde pública no DF. “Essa portaria formaliza o PBM como política de saúde, consolidando o reconhecimento de uma abordagem moderna para o manejo da transfusão de sangue. Trata-se de uma evolução da política de uso racional do sangue que já praticamos na hemorrede do DF, agora ampliada e fortalecida”, ressalta.
Para a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, a criação do programa ajudará no uso racional dos recursos e na melhoria do atendimento ao público. “O PBM é fundamental para manter a sustentabilidade dos sistemas de gerenciamento de sangue e hemoderivados, além de evitar o desperdício de um material tão escasso”, afirma. “Queremos que nossos pacientes recebam o melhor cuidado possível, com menos riscos e complicações. Com a metodologia, todos ganham”.
Referência técnica distrital (RTD) em anestesiologia a médica Lucila Baldiotti lembra que o PBM é uma tendência mundial, pois o procedimento de hemotransfusão tem custos elevados e, apesar de seguro, envolve alguns riscos. “Algumas estratégias são utilizadas para que possamos fazer a transfusão apenas em casos extremamente necessários, como a identificação precoce de anemia e o tratamento adequado, além do uso de técnicas de preservação do sangue”, aponta. “Às vezes, antes ou durante a cirurgia, já é possível coletar o sangue para que o paciente receba o seu próprio material e não o de outra pessoa”.
O que é PBM