A implantação do Projeto Lean no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), em maio de 2024, vem transformando o atendimento obstétrico da unidade. Com foco na eficiência dos processos e no cuidado centrado na paciente, o hospital conseguiu agilizar fluxos, ampliar a capacidade de atendimento e melhorar a experiência de quem busca serviços na linha materno-infantil.
O Projeto Lean é voltado para a melhoria contínua, com foco na eficiência dos processos e na eliminação de desperdícios — tudo para racionalizar recursos, reduzir filas e aprimorar a experiência do paciente nas unidades de saúde geridas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF).
Essas ações resultaram em um aumento de 30% no número de atendimentos no pronto-socorro obstétrico entre maio e junho de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O tempo médio entre a chegada da paciente e o atendimento médico caiu 41%. A mudança já é percebida pelas usuárias, que relatam mais conforto, agilidade e segurança no atendimento.
"Esse resultado é fruto do engajamento de todos os profissionais envolvidos, como médicos, enfermeiros, técnicos, gestores e equipes de apoio, que abraçaram a proposta de melhoria contínua com foco no paciente", afirmou Diego Fernandes, Superintendente Substituto do HRSM.
Otimização no atendimento
Uma das principais mudanças foi a criação de um novo protocolo de alta diretamente no Centro Obstétrico, o que otimizou o giro de leitos. Além disso, os testes do pezinho, da orelhinha e da linguinha passaram a ser realizados ainda dentro do Centro Obstétrico, evitando deslocamentos desnecessários. Para as mulheres que comparecem à unidade apenas para receber medicação contínua, o fluxo também foi revisto, permitindo o atendimento sem necessidade de avaliação médica, o que reduz filas e tempo de espera.
Myllene Ingrid, de 23 anos, precisou ser internada com urgência para o parto de sua primeira filha no Hospital Regional de Santa Maria. Moradora de Valparaíso (GO), ela elogia a agilidade e a tranquilidade com que todo o atendimento foi conduzido. “Passei pela triagem, consultório, internação e parto de forma super organizada e rápida. Cheguei com a bolsa rompida e fui atendida imediatamente. Como minha bebê estava com 32 semanas, fiquei internada até que ela ganhasse mais peso. Durante esse período, recebemos todos os cuidados necessários ”, afirmou.
União de esforços
Diversas ações foram adotadas ao longo do processo, começando pela revisão e padronização dos fluxos, com a criação de novos caminhos assistenciais, mais seguros e eficientes. Um dos pontos-chave foi o ajuste na classificação de risco, com a implementação de uma categoria específica para pacientes em tratamento medicamentoso.
“Essas pacientes têm a primeira avaliação médica e, nas demais doses, são encaminhadas diretamente para a administração da medicação, retornando ao consultório médico apenas em caso de intercorrência ou alta do protocolo, o que contribuiu significativamente para a redução da sobrecarga no atendimento emergencial”, pontuou Priscila Pinheiro, chefe do serviço do Centro Obstétrico do HRSM.