A história de Ana Lúcia Pereira da Silva é uma das mais inspiradoras do IgesDF. A mulher preta, mãe solo, de origem quilombola, saiu da cidade de Cavalcante (GO) para Brasília e mudou o rumo da própria vida com muito esforço, coragem e determinação.
“Eu entrei no IgesDF em julho de 2024 como copeira. Me cadastrei por meio do site, cumpri todos os requisitos e atualmente estou lotada na Diretoria da Presidência, na sede administrativa do instituto”, conta Ana Lúcia.
“Eu sempre ficava de olho, esperando abrir uma vaga para um novo cargo. Porque quando a gente entra, a gente tem que buscar melhorias, não pode se acomodar. Eu buscava uma nova expectativa de vida”, lembra.
Foi assim que surgiu a chance de concorrer ao cargo de assistente administrativo. Ela encarou o desafio, fez a prova junto com mais de mil candidatos e conquistou a 89ª vaga. “Eu sonhei muito com essa vaga. Consegui por mérito próprio. Cumpri todos os requisitos e hoje fui convocada para trabalhar na farmácia do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Estou muito feliz, muito grata”, comemora.
A trajetória de Ana carrega ainda um simbolismo poderoso. Ela é a primeira pessoa da família a concluir o ensino superior, formou-se em enfermagem. E não esconde o orgulho das próprias raízes.
“Eu sou de uma família quilombola. A mensagem que eu quero deixar é que a gente pode estar em qualquer lugar, seja como assistente, médico, enfermeiro... não importa. Se tiver força, a gente consegue. Nós devemos ocupar todos os cargos, porque vidas pretas importam. Onde tiver uma mulher preta, vamos estar lá, sim”, afirma.
O caminho até aqui foi construído com muito sacrifício. Como mãe solo, Ana Lúcia precisou de uma rede de apoio para cuidar do filho enquanto corria atrás dos sonhos. “Não é uma batalha fácil. A gente precisa confiar a vida do nosso filho a outras pessoas, sair cedo, batalhar, lutar diariamente não só por mim, mas também por ele”, revela.
Equidade e reconhecimento
Ana faz questão de destacar o quanto se sentiu respeitada durante todo o processo seletivo. “Fui tratada com muita igualdade, com muita equidade. A equipe do IgesDF sempre me tratou bem, sem distinção. Porque, infelizmente, a gente sabe que existe preconceito em vários lugares, mas aqui eu fui tratada de forma justa, como qualquer outro candidato”, relata.