Irene Maria Ortlieb Cascais encontrou no serviço voluntário uma maneira de fazer o bem ao próximo, mesmo após chegar a uma idade avançada. Aos 84 anos, ela continua prestando acolhimento aos pacientes do Hospital de Base por meio da ajuda que oferece ao Serviço Auxiliar de Voluntários (SAV).
Pelo menos uma vez por semana, Irene visita e dá acolhimento aos pacientes do 11º andar do Hospital de Base: “Acredito que, ao menos, consigo levar um pouco de bem-estar para eles” | Foto: Marcus Vieira/IgesDF
Com sorriso acolhedor, Irene compartilha como seu desejo de ajudar os outros nasceu ainda na juventude, quando sonhava em ser enfermeira. “Meu pai não deixou; ele dizia que essa profissão seria cansativa demais, e que só poderia exercê-la até os 65 anos”, relembra. Aos 66 anos, começou a trabalhar como voluntária no hospital, dedicando seu tempo ao atendimento das crianças internadas, quando ainda havia ala pediátrica. “Quando as crianças foram transferidas para o Hospital da Criança, eu chorei, mas entendi que era o melhor para eles”, relata.
Mesmo com a chegada da pandemia de covid-19 em 2020, o trabalho de Irene não parou. Durante esse período, ela deixou de ir ao Hospital de Base porque precisava cuidar de seu marido, que estava doente. Após o falecimento dele, no ano passado, ela sentiu um vazio: “Eu me perguntei: para que ainda estou aqui? Meu filho tem 46 anos, mora na Suécia e fala comigo todos os dias, mas ele não precisa de mim fisicamente. Então, esse trabalho no hospital tem me dado um propósito”.
Voluntariado
“Eu pensava em parar aos 60 anos, mas, depois de ver a força e a dedicação de dona Irene, decidi continuar com o serviço voluntário até quando eu não puder mais”
Maria das Graças Leocádia de Sousa, presidente do Serviço Auxiliar de Voluntários