Sustentabilidade e economia para os cofres públicos. Esses são os objetivos dos projetos de energia fotovoltaica implantados em escolas da rede pública do Distrito Federal por meio de convênios. Até agora, três iniciativas foram consolidadas, atendendo sete unidades escolares e beneficiando mais de cinco mil alunos e servidores. Outras duas estão em processo de execução para implantação da tecnologia renovável.
Projetos de energia fotovoltaica já foram implantados em três escolas da rede pública do Distrito Federal | Foto: Anderson Parreira/ Agência Brasília
A intenção do governo é atingir o máximo de unidades escolas nos próximos anos. Se o projeto chegar a 150 unidades, será capaz de abastecer toda a rede com energia solar. “Se pegarmos o montante de 800 unidades, já passa a ser um projeto muito significativo, porque seria o suficiente para atender a todos com distribuição de energia solar”, afirma o diretor de serviços administrativos da Secretaria de Educação (SEE-DF), Firmino Queiroz. A estimativa de custo total é de R$ 80 milhões.
A mudança significaria mais recursos no Fundo de Educação. Hoje, a pasta gasta, em média, de R$ 23 milhões a R$ 27 milhões em contas de luz. “Quando esse recurso é economizado, ele fica nas contas do GDF e pode ser usado em outras destinações de educação, como produção de material gráfico, infraestrutura e até para investir no próprio Pdaf [Programa de Descentralização Administrativa e Financeira]”, afirma Queiroz.
Atualmente, a SES-DF gasta de R$ 23 a R$ 27 milhões em contas de luz | Fotos: Tony Oliveira/ Agência Brasília
“Esses projetos vão muito além da economia que proporcionam para as escolas e para a rede pública de ensino do Distrito Federal. Com eles, os alunos têm contato direto com um dispositivo que traz uma consciência de preservação do meio ambiente e de inovação, e mudança de pensamento”, defende a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.
Política sustentável
Duas escolas do Gama foram as pioneiras no uso de energia solar no DF: o Centro de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (Cemi) e o Centro de Educação Fundamental (CEF) 11. Ambas implantaram os sistemas em 2022 e já colhem os frutos do projeto. “As escolas têm um aproveitamento de quase 100% na conta de luz. Hoje elas pagam apenas uma taxa mínima, que é fixa no valor de R$ 80. Sem falar que elas produzem energia para além do que necessitam em cada unidade”, revela a coordenadora regional de ensino do Gama, Cássia Nunes.
Diretora do CEF 11 do Gama, Leila Rodrigues afirma que 80 placas fotovoltaicas alimentam de energia a escola praticamente inteira
Com recursos de emenda parlamentar no valor de R$ 200 mil, o CEF 11 do Gama recebeu a instalação de 80 placas fotovoltaicas no telhado da quadra poliesportiva, que estão em funcionamento desde janeiro de 2022. “Essa energia é a base da escola. Alimenta as salas de aula, o laboratório, a parte administrativa e a cozinha”, afirma a diretora Leila Rodrigues. Segundo ela, a unidade já chegou a pagar até R$ 5 mil de conta de luz.
Além de beneficiar os 780 alunos e os 200 servidores, a energia solar na unidade também abastece outra instituição, a Escola Classe 9 do Gama, onde estudam 563 alunos no ensino infantil. A previsão é de que mais duas escolas possam ser abastecidas. Segundo a Secretaria de Educação já está definido que a Escola Classe 17 será a próxima. “Algumas instituições de ensino nos procuraram para saber sobre o projeto. Acreditamos que esse é o caminho – numa sociedade tudo começa na escola, porque o aluno vira um dinamizador das ideias”, completa a diretora.
