Mais de 40% dos casos de HIV no DF são de pessoas entre 20 e 29 anos
O último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES-DF), divulgado neste mês, indica que 42,6% dos casos de vírus da imunodeficiência humana (HIV), registrados entre 2020 e 2024 no Distrito Federal, foram detectados em pessoas de 20 a 29 anos. No caso da aids, as maiores proporções mantiveram-se nessa faixa etária, com 30% das ocorrências. Considerando todas as faixas etárias, o mesmo período aponta mais de 3,8 mil casos do vírus e 1,1 mil de aids. Referente aos anos analisados, o documento demonstra, contudo, uma estabilidade nas ocorrências de HIV. Em relação à aids, foi verificada uma tendência de redução do coeficiente de detecção por 100 mil habitantes — de 8,5 em 2020 para 5,3 em 2024. Entre janeiro e novembro deste ano, foram mais de 700 casos de HIV e 130 de aids. O indivíduo portador do HIV, quando diagnosticado cedo e acompanhado adequadamente, não irá, necessariamente, desenvolver a aids | Foto: Agência Saúde HIV x aids A gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis e Tuberculose da SES-DF, Beatriz Maciel, explica que entre a aids e o HIV há diferenças fundamentais: “O HIV é um vírus que destrói as células de defesa T (CD4/CD8), tornando a pessoa vulnerável a doenças e infecções. Nesses casos, o diagnóstico é feito somente por testes específicos.” A infecção ocorre pelo contato com as secreções sexuais ou com o sangue de uma pessoa contaminada. É possível, ainda, que a mãe portadora do HIV transmita o vírus para o bebê durante a gestação, o parto ou a amamentação. "Na aids, a pessoa com HIV apresenta, por meio de exame laboratorial, apresenta uma contagem de células de defesa T (CD4/CD8) abaixo de 350 por milímetro cúbico de sangue. Somado a isso, o indivíduo passa a ter um conjunto de sintomas ou enfermidades", esclarece a gestora. Este mês é dedicado à campanha Dezembro Vermelho, de prevenção a aids, HIV e outras ISTs | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde Isso significa que o indivíduo portador do HIV, quando diagnosticado cedo e acompanhado adequadamente, não irá, necessariamente, desenvolver a aids, podendo levar uma vida de qualidade. “Com o uso regular da terapia antirretroviral, é possível reduzir a carga viral até que ela se torne indetectável. Quando isso ocorre, a pessoa não adoece, não evolui para aids e, sobretudo, não transmite o vírus”, detalha Maciel. Dezembro Vermelho Apesar da evolução medicamentosa, a gestora reforça que ainda há muito a ser feito para combater o preconceito, principalmente neste Dezembro Vermelho, mês de luta contra a aids, HIV e outras ISTs. “É importante enfrentar o estigma e as desigualdades sociais que, até hoje, dificultam o acesso ao diagnóstico, especialmente entre populações mais vulneráveis.” “Precisamos reforçar a informação de qualidade, quebrar barreiras e garantir que todas as pessoas tenham o cuidado que precisam, no tempo que precisam”, completa Maciel. [LEIA_TAMBEM] Outro desafio demonstrado no boletim da SES-DF é a detecção precoce do vírus. Embora os casos de HIV e aids ainda sejam predominantes entre a população masculina do DF, observou-se que as mulheres são as mais afetadas pelo adoecimento e óbitos por aids. O dado sugere, segundo o documento, a hipótese de diagnóstico mais tardio entre o público feminino, agravando o quadro. Prevenção Na rede pública, é possível ter acesso gratuito a preservativos internos e externos, além de testagem rápida, por meio da Unidade Básica de Saúde (UBS). Em casos de violência sexual ou de acidentes ocupacionais, recomenda-se a Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP), na qual a pessoa recebe medicamentos ou imunobiológicos para reduzir o risco da infecção - também encontrada nas UBSs. Entre as estratégias de prevenção está, ainda, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV. Nela, o indivíduo soronegativo faz uso diário de medicamentos antirretrovirais (ARV). Nos horários em que as UBSs estiverem fechadas, o medicamento pode ser encontrado nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos prontos-socorros dos hospitais públicos. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Luta contra o HIV: nesta segunda (1º), SCS oferece testagem rápida
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) promove, nesta segunda-feira (1º), uma mobilização especial para o Dia Mundial de Luta contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, sigla em inglês). A ação ocorrerá no Setor Comercial Sul, das 9h às 15h, com ponto de apoio nas dependências do coletivo Distrito Drag (Quadra 2, Edifício Jamel Cecílio). “É uma oportunidade de combater o estigma e o preconceito, que ainda afastam muitas pessoas de testes e tratamentos" Jaqueline Marques, responsável pelo Núcleo de Testagem e Aconselhamento Responsável pelo Núcleo de Testagem e Aconselhamento da SES-DF, Jaqueline Marques destaca a importância da data para a saúde pública: “É uma oportunidade de combater o estigma e o preconceito, que ainda afastam muitas pessoas de testes e tratamentos. Ao promover informação de qualidade, ampliamos as chances de aproximação do indivíduo a esses procedimentos." Ação de saúde Para esta segunda-feira, a secretaria mobilizou profissionais, gestores e população, a fim de fortalecer o trabalho intersetorial focado nos avanços científicos e sociais já alcançados. “Buscamos reafirmar que o enfrentamento do HIV/aids é um compromisso contínuo”, enfatiza Menezes. A iniciativa irá contar com a parceria de diversas instituições da sociedade civil e do meio acadêmico | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde [LEIA_TAMBEM]A iniciativa irá contar com a parceria de diversas instituições da sociedade civil e do meio acadêmico, incluindo as organizações não governamentais Amigos da Vida, GPS Foundation, Instituto Ipês e coletivo Distrito Drag, além da Liga Acadêmica de Imunologia Clínica do Iesb e da Unidade de Testagem, Aconselhamento e Imunização (Utai) da SES-DF. Serviços ofertados: Testagem rápida para HIV; Aconselhamento pré e pós-teste; Distribuição de insumos de prevenção (preservativos, géis lubrificantes, autotestes e material informativo); Orientações sobre prevenção combinada; Registro e monitoramento do fluxo de atendimento; Divulgação dos serviços da rede pública de saúde. *Com informações da Secretaria de Saúde
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HTLV: conheça essa infecção sexualmente transmissível
O nome pode não ser muito popular: Human T-cell Lymphotropic Vírus. Mas o vírus HTLV, da mesma família do bem mais conhecido HIV, faz parte do trabalho diário da Secretaria de Saúde (SES-DF) para proteger a população do Distrito Federal. Hoje, 10 de novembro, Dia Mundial do HTLV, ganham destaque as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento. No Distrito Federal, já existe até lei para proteger bebês desse vírus. Gestantes que estiverem contaminadas podem transmitir posteriormente o vírus ao bebê, durante a amamentação | Foto: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde-DF O HTLV tem semelhanças com o HIV, vírus causador da Aids, também sendo uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que afeta o sistema imunológico. No caso das gestantes, a preocupação é maior: uma mãe pode contaminar um bebê por meio da amamentação. Por este motivo, em 2024, a Lei nº 7.619 determinou a inclusão do teste de detecção do vírus na lista de exames obrigatórios no pré-natal das gestantes do Distrito Federal. Antes mesmo da lei, a SES-DF já intensificava a prevenção. Entre 2017 e 2024, foram aplicados mais de 180 mil exames de triagem para HTLV em gestantes, ainda no primeiro trimestre. As que tiveram resultados positivos passaram por novas testagens para confirmar o diagnóstico. Mediante resultado positivo, além de iniciar o acompanhamento, a mulher não pode amamentar o bebê, tal como ocorre com as portadoras do HIV. Entre 2013 e 2023, foram diagnosticadas 260 gestantes com infecção pelo HTLV no DF. São cerca de 0,7 casos para cada grupo de mil gestantes. De acordo com a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF, Beatriz Maciel Luz, estima-se que existam cerca de 2 mil pessoas vivendo com HTLV no DF. “É uma infecção silenciosa e negligenciada, com baixa visibilidade social e poucas campanhas de comunicação”, enfatiza. “Além disso, ainda não existe tratamento curativo nem vacina disponível, e os casos muitas vezes permanecem subdiagnosticados. Por isso, o tema acaba sendo menos abordado em comparação a outras ISTs”. Notificações [LEIA_TAMBEM]A vigilância epidemiológica da SES-DF trabalha para identificar pacientes. Todo caso positivo é de notificação compulsória, e o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) participa do monitoramento. A SES-DF também firmou parcerias com instituições como Ministério da Saúde, Fiocruz e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), tanto para ações de vigilância epidemiológica quanto educativas. Desde 2023, a SES-DF promove oficinas de capacitação para profissionais de saúde, abordando diagnóstico, vigilância, aconselhamento e manejo clínico das pessoas com HTLV. A pasta também trabalha para criar uma linha de cuidados específicos para os pacientes. A porta de entrada para o acompanhamento e testagem de HTLV em gestantes é a unidade básica de saúde (UBS). *Com informações da Secretaria de Saúde
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DF reforça combate à transmissão da sífilis de mãe para filho
O Distrito Federal está perto de atingir um marco importante na saúde pública: a eliminação da transmissão vertical da sífilis, quando a doença é passada da gestante para o bebê durante a gravidez ou o parto. Em 2024, a taxa de incidência de sífilis congênita foi de nove casos por mil nascidos vivos, abaixo da média nacional de 9,6. Em relação ao ano anterior, houve queda de 13,5%, uma das maiores reduções do país. O resultado reflete ações de testagem precoce no pré-natal, tratamento adequado de gestantes e parceiros e integração entre a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. Este ano, Brasília está entre as capitais com taxas mais baixas de detecção de sífilis adquirida, com 119,1 casos por 100 mil habitantes | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF O Brasil adaptou o modelo internacional para certificar estados e municípios com mais de 100 mil habitantes A taxa de detecção de sífilis em gestantes ficou em 34,6 por mil nascidos vivos, também inferior à média nacional, que foi de 35,4. Esses indicadores mostram que o DF tem conseguido interromper a cadeia de transmissão da doença por meio de diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo. Neste ano, Brasília está entre as capitais com taxas de detecção de sífilis adquirida mais baixas que a média nacional, com 119,1 casos por 100 mil habitantes. Também aparecem nesse grupo Aracaju (SE), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Belém (PA) e Teresina (PI). A transmissão vertical ocorre principalmente por via transplacentária, podendo acontecer também no parto, por contato direto com lesões. A falta de tratamento adequado durante a gestação pode causar aborto, natimorto, parto prematuro, morte neonatal e sequelas congênitas. O processo de certificação da eliminação da transmissão vertical faz parte de uma iniciativa global liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O Brasil adaptou o modelo internacional para certificar estados e municípios com mais de 100 mil habitantes, abrangendo também HIV, hepatite B, doença de Chagas e, futuramente, HTLV. Controle do HIV [LEIA_TAMBEM]O Distrito Federal já está entre os estados certificados pela eliminação da transmissão vertical do HIV. No país, 151 municípios e sete estados receberam algum tipo de certificação ou selo. No total, são 228 certificações municipais vigentes, sendo 139 relacionadas ao HIV. “Nos últimos anos, conseguimos manter a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde e pela Opas, que é manter em zero o número de crianças infectadas. As crianças nascem expostas”, afirma Daniela Magalhães, referência técnica distrital em vigilância da sífilis no DF. “A transmissão só acontece quando a gestante não realiza o tratamento ou quando há amamentação em casos ativos. A redução é fruto de um trabalho intenso de qualificação do pré-natal, ampliação da testagem rápida e tratamento oportuno.” O Brasil registrou em 2023 a menor taxa de mortalidade por aids desde 2013, com 3,9 óbitos por 100 mil habitantes. A cobertura de pré-natal também atingiu níveis recordes: mais de 95% das gestantes fizeram ao menos uma consulta e foram testadas para HIV, enquanto aquelas que vivem com o vírus tiveram acesso ao início imediato do tratamento. *Com informações da Secretaria de Saúde
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DF terá grupo pioneiro para criar protocolo de prevenção ao HIV no sistema prisional
As unidades básicas de saúde (UBSs) que atuam no sistema prisional do Distrito Federal vão contar, agora, com um grupo de trabalho interinstitucional (GTI) para desenvolver o protocolo de fluxo da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV. A iniciativa pioneira no Brasil, oficializada pela Portaria Conjunta nº 23/2025, foi lançada nesta segunda-feira (11), em Brasília, com assinatura simbólica do documento. Com 90 dias de duração, o GTI ficará responsável por elaborar um cronograma de ações, capacitar equipes e definir indicadores para o monitoramento do protocolo. Também está prevista a realização de um seminário com oficinas para a construção coletiva dos fluxos e procedimentos, envolvendo equipes de saúde e segurança do sistema prisional. “Nosso objetivo é fortalecer a prevenção e a promoção da saúde às pessoas privadas de liberdade. A SES-DF, ao assinar essa portaria conjunta, dará um passo essencial para ampliar esse cuidado e alcançar resultados significativos”, aponta o secretário de Saúde, Juracy Lacerda. O Grupo de Trabalho Interinstitucional foi lançado em Brasília, com assinatura simbólica do documento entre a SES-DF e os demais parceiros | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF O grupo possui representantes das secretarias de Saúde (SES-DF) e de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) no Brasi; e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). “A qualidade e a frequência dos atendimentos prestados, somadas a essa nova parceria, fortalecem a luta contra o HIV e promovem mais saúde para essa população" Wenderson Teles, secretário de Administração Penitenciária A consultora nacional de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) com foco no HIV e na Aids da Opas, Aranaí Guarabyra, afirma que a meta é expandir a prevenção e o tratamento a populações mais vulneráveis. “O Brasil e o mundo buscam eliminar a aids como um problema de saúde pública. O DF tem avançado com passos firmes para atingir esse objetivo", avalia. Prevenção combinada A PrEP faz parte das estratégias de prevenção combinada do HIV. Quando utilizada de forma consistente e acompanhada por profissionais de saúde, pode reduzir o risco de infecção em até 99% entre pessoas que tiveram relações sexuais sem preservativo e cerca de 74% entre pessoas que usaram drogas injetáveis. Dentro do conjunto de ferramentas da prevenção combinada, inserem-se também testagem para o HIV, profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP), uso regular de preservativos, diagnóstico oportuno, tratamento adequado de ISTs e imunização, entre outras. Diretora e representante do Unaids Brasil, Andrea Boccardi Vidarte, participou da reunião, ao lado dos secretários de Administração Penitenciária, Wenderson Teles, e Saúde, Juracy Lacerda Sistema prisional A população privada de liberdade é considerada uma das mais vulneráveis à epidemia de HIV/aids, devido a barreiras de acesso, estigma e discriminação. No Complexo Penitenciário da Papuda, por exemplo, 202 pessoas vivendo com HIV estão em tratamento com antirretrovirais e 32 já utilizam a PrEP, de acordo com dados do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (Siclom). “Essa união de esforços permitirá um aprimoramento na assistência dentro das unidades prisionais. A qualidade e a frequência dos atendimentos prestados, somadas a essa nova parceria, fortalecem a luta contra o HIV e promovem mais saúde para essa população”, destaca o secretário de Administração Penitenciária, Wenderson Teles. A diretora e representante do Unaids Brasil, Andrea Boccardi Vidarte, reforça a capacidade de o projeto se tornar um exemplo para instituições de outras localidades: “Essa iniciativa tem o potencial de inspirar outros estados a considerarem as realidades de populações específicas e, assim, planejarem e executarem políticas públicas eficientes contra o HIV. Esperamos que a experiência do DF seja um modelo". *Com informações da Secretaria de Saúde
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Hepatite A: Saúde reforça vacinação de pessoas que usam profilaxia ao HIV
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) passa a ofertar agora vacina contra a hepatite A para pessoas que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), usuários da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV e homens que fazem sexo com homens (HSH). A medida segue orientações do Ministério da Saúde e é baseada em evidências. A vacinação é uma estratégia fundamental de proteção individual e coletiva, explica especialista da SES-DF | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Em vigor desde maio deste ano, a ampliação pretende reduzir a incidência da doença em populações mais expostas ao risco de infecção. A dose está disponível em todas as salas de vacinação da rede pública do DF, além dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Cries) e Centros Intermediários (Ciies). De acordo com o gerente substituto de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) da SES-DF, Sergio d'Avila, a importância do alerta leva em conta o cenário epidemiológico atual. Arte: Agência Saúde-DF "Diante do aumento de casos entre populações-chave, a medida é necessária. Usuários da PrEP, pessoas que vivem com HIV e HSH estão mais expostas a situações de risco, inclusive de práticas que favorecem a transmissão fecal-oral. Portanto, a vacinação é uma estratégia fundamental de proteção individual e coletiva”, explica o gestor. [LEIA_TAMBEM]Entre 2014 e 2024, o DF registrou 149 casos confirmados de hepatite A, sendo 13 deles entre HSH. A infecção é causada pelo vírus HAV, transmitido principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados e por contato oro-anal durante as relações sexuais. A expectativa é, segundo d'Ávila, fortalecer a cobertura vacinal e reforçar a prevenção combinada no cuidado integral à saúde sexual. “Orientamos que o público prioritário procure uma unidade de saúde em posse de receita médica ou comprovante de uso da PrEP.” Entre os usuários da PrEP ou pessoas que vivem com o HIV, vale destacar que o público feminino também é abarcado pela ampliação. Prevenção e referência nacional O DF é considerado referência nacional na adesão à PrEP. Segundo dados do Ministério da Saúde, a capital federal apresentou, em 2023, a menor taxa de descontinuidade do Brasil: 21%, enquanto a média nacional foi de 30%. *Com informações da SES-DF
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Distrito Federal se destaca em ampliação do uso de profilaxia contra o HIV
O Distrito Federal tem avançado na oferta e na adesão à profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus da imunodeficiência humana (HIV). De acordo com o Ministério da Saúde, em 2023, a capital alcançou a categoria 4 no monitoramento da estratégia. Isso significa que, assim como São Paulo, há pelo menos uma pessoa em uso da PrEP para cada quatro novos casos de HIV registrados no DF. O índice mostra que, se o ritmo for mantido, a transmissão do vírus pode realmente ser reduzida nos próximos anos. Medicamentos: quando usada corretamente, a profilaxia pré-exposição (PrEP) pode reduzir em mais de 90% o risco de infecção | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde O DF também é destaque nacional na continuidade do tratamento. Enquanto a média brasileira de descontinuidade da medicação é de 30%, por aqui o registro aponta para 21% - o menor índice do país. “Os números são resultado direto do trabalho comprometido e qualificado das equipes de saúde”, afirma a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde (SES-DF), Juliane Malta. “São profissionais que, na ponta, acolhem, orientam e acompanham cada pessoa com cuidado e respeito. Ainda temos desafios pela frente, mas estamos no caminho certo para ampliar o acesso e promover uma resposta cada vez mais eficaz ao HIV.” O HIV é transmitido principalmente por meio dos fluidos corporais específicos durante relações sexuais sem proteção, compartilhamento de seringas e também de mãe para filho durante o parto (quando não for bem-assistido). Público-alvo Qualquer pessoa interessada pode requisitar o uso da profilaxia – inclusive adolescentes, a partir de 15 anos, pesando 35 kg ou mais, sem necessidade de autorização dos pais. O medicamento será dispensado após consultas e exames para avaliar a situação da saúde do indivíduo. Os segmentos prioritários são pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoas que fazem uso repetido da profilaxia pós-exposição (PEP) e parcerias heterossexuais ou homossexuais em que uma das pessoas vive com HIV. Além desses públicos, Malta reforça que mulheres cisgênero heterossexuais também devem ficar atentas às informações sobre prevenção de HIV. A PrEP é uma das ferramentas mais eficazes para a prevenção do HIV. Quando usada corretamente, pode reduzir em mais de 90% o risco de infecção. A SES-DF disponibiliza a profilaxia gratuitamente em diversos pontos do DF. O acesso é simples, confidencial e seguro. HIV e Aids ⇒ O HIV é um microrganismo que ataca o sistema imunológico. Uma pessoa infectada pode não apresentar sintomas ou desenvolver Aids ⇒ A Aids é a infecção pelo HIV em estágio avançado. Não é o vírus em si, mas um conjunto de sinais que comprometem as defesas imunológicas ⇒ Embora não exista cura para a Aids, o tratamento antirretroviral pode controlar a infecção, permitindo que pessoas vivendo com HIV tenham uma vida longa e saudável ⇒ O tratamento correto pode fazer com que o paciente atinja a carga viral indetectável para o HIV, ou seja, tão baixa que não pode ser detectada por testes-padrão. Nesse caso, a pessoa também não transmite o vírus. *Com informações da Secretraria de Saúde
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Farmacêuticos ampliam acesso à profilaxia pré-exposição ao HIV
Dados da Secretaria de Saúde (SES-DF) demonstram que os farmacêuticos são responsáveis pela prescrição de cerca de 10% das profilaxias pré-exposição ao HIV (PrEP) no Distrito Federal, número superior à média nacional, que é de 6%. Atualmente, na rede de saúde pública, os profissionais, junto a médicos e enfermeiros, podem fazer a prescrição da PrEP, ampliando o acesso ao medicamento e dando mais celeridade ao início do tratamento. Procedimentos profiláticos têm poder de bloquear o vírus, evitando a infecção do organismo | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde A profilaxia é de fundamental importância para o combate ao vírus causador da Aids, funcionando como um bloqueio e impedindo que o vírus infecte o organismo. A pessoa que faz o uso da PrEP de forma correta tem uma barreira a mais para se proteger contra o vírus. No DF, diversas estratégias permitem uma maior integração do cuidado, como a dispensação da PrEP pelas unidades básicas de saúde (UBS). A farmacêutica Anna Heliza Giomo atua na UBS 1 do Cruzeiro, umas das unidades de referência da SES-DF que oferecem o medicamento. “A estatística mostra que os mais infectados são jovens entre 18 a 25 anos, porque, muitas vezes, iniciam a vida sexual sem informação adequada”, explica. “Por isso, é importante a educação sexual sobre o cuidado integrado”. Cuidado integral Qualquer pessoa interessada pode requisitar o uso da profilaxia – inclusive adolescentes, a partir de 15 anos, pesando 35 kg ou mais, sem necessidade de autorização dos pais. O medicamento será dispensado após consultas e exames para avaliar a situação da saúde do indivíduo. Os segmentos prioritários são pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoas que fazem uso repetido da profilaxia pós-exposição (PEP) e parcerias heterossexuais ou homossexuais nas quais uma das pessoas vive com HIV. “Apesar de ser uma profilaxia, a PrEP ainda é um medicamento e precisa de alguns cuidados”, pontua a farmacêutica. “A primeira consulta é realizada para avaliar e descartar alguns riscos. Por exemplo, pessoas com doenças renais crônicas precisam ser avaliadas quanto à indicação de uso de alternativas à PrEP.” A profissional esclarece que são necessárias consultas e exames. Após o contato inicial, o vírus se multiplica lentamente e é necessário aguardar a janela imunológica que dura cerca de 28 dias, momento em que deve ser repetido o teste para descartar a contaminação pelo HIV. [LEIA_TAMBEM] “A pessoa realiza uma primeira consulta e, se estiver elegível, já receberá a PrEP para 30 dias”, orienta Anna Heliza. “Retorna um mês depois, para mais uma rodada de exames. Assim, poderá receber a profilaxia por tempo maior, 90 a 120 dias. A estratégia de consultas regulares com o farmacêutico é uma forma de acompanhar esse paciente, melhorar a adesão ao medicamento e o cuidado geral da sua saúde sexual, incluindo a prevenção de outras infecções sexualmente transmissíveis [ISTs].” O objetivo é que o medicamento esteja nas prateleiras das farmácias públicas do DF e perto de onde a pessoa mora. “Cada vez que a pessoa retorna, realizamos os testes rápidos para IST, já que a PrEP é uma prevenção ao HIV e não a outras doenças, como sífilis e gonorreia”, detalha a farmacêutica. “Caso seja detectado algum sinal de infecção, já encaminhamos para o tratamento, porque as ISTs são porta de entrada para o HIV”. Para que a PrEP seja eficaz, é necessário que seja administrada corretamente e com orientação do profissional de saúde. Diferentes estratégias Veja abaixo outras estratégias de prevenção combinada para o HIV, além da PrEP. → Testagem para o HIV oferecida nas unidades de saúde da rede pública → Uso regular de preservativos e géis lubrificantes (distribuídos gratuitamente) → Diagnóstico oportuno e tratamento adequado de ISTs → Redução de danos e gerenciamento de vulnerabilidades → Supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral → Imunizações contra hepatites virais. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Ação na UBS 3 de Nova Colina oferece testagem e orientações sobre infecções sexualmente transmissíveis
A Unidade Básica de Saúde (UBS) 3 de Nova Colina, em Sobradinho, realizou, nesta quarta-feira (26), uma ação para aproximar a população dos cuidados essenciais em saúde. A equipe se revezou entre acompanhamento das condicionalidades do programa Bolsa Família e testagem e orientações acerca de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O objetivo é identificar as necessidades dos moradores da região e reforçar a consciência sobre o próprio bem-estar. Ação na UBS 3 de Nova Colina, em Sobradinho, contou com orientações para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e com acompanhamento em saúde das beneficiárias do Bolsa Familia | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Principal idealizadora do evento, a enfermeira de família Louise Soares explica que o território da UBS 3 expandiu, o que fez com que as comunidades ficassem fisicamente distantes da sede da unidade. “Estamos falando de um território com vulnerabilidades, composto principalmente por jovens adultos. Portanto, esse tipo de ação é ideal e fundamental para levar atendimento, às vezes longe, a quem precisa”, afirma. “É uma ação muito importante, porque, às vezes, não temos o tempo necessário para ir à UBS. Quando a equipe vem para mais perto da gente, fica mais fácil e rápido. Deu tempo até para fazer a testagem para IST” Maria do Amparo Moura, moradora do acampamento Miguel Lobato Durante a ação, foi realizado o acompanhamento em saúde das beneficiárias do Bolsa Família. Esse rastreio é obrigatório a mulheres de 14 a 44 anos, grávidas e crianças de até 7 anos, integrantes do programa. Nele, são feitas pesagem, conferência de vacinas aplicadas e pré-natal, no caso das gestantes. A moradora do acampamento Miguel Lobato Maria do Amparo Moura, 45, foi uma das beneficiárias do programa federal a passar pelo monitoramento. “É uma ação muito importante, porque, às vezes, não temos o tempo necessário para ir à UBS. Quando a equipe vem para mais perto da gente, fica mais fácil e rápido. Deu tempo até para fazer a testagem para IST”, conta. HIV Além da testagem, a equipe da UBS 3 de Nova Colina aproveitou para orientar a respeito das profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao vírus da imunodeficiência humana (HIV, sigla em inglês). “Achei muito importante porque, ao tomar conhecimento de alguma infecção ou forma de se contaminar, podemos nos preparar melhor para nos proteger e identificar quando procurar atendimento” Ingrid Luana Nóbrega, moradora de Nova Petrópolis “Um grande benefício foi a descentralização do PEP e PrEP, que antes só era possível acessar por meio de um infectologista. Hoje, a própria UBS pode realizar a testagem e receitar o medicamento necessário”, explica o médico de comunidade e família da UBS 3 de Nova Colina, Arthur Mello. No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde (SES-DF) adota a prevenção combinada como principal estratégia para reduzir os casos de HIV. Essa abordagem integra diversas ferramentas preventivas, incluindo profilaxias e imunizações, aplicadas em diferentes níveis. O foco é oferecer proteção personalizada, considerando tanto o indivíduo quanto os grupos sociais em que está inserido. Além da testagem, a equipe da UBS 3 de Nova Colina aproveitou para orientar a respeito das profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV Para a moradora de Nova Petrópolis, Ingrid Luana Nóbrega, 25, ações que levam esse tipo de informação são importantes para incentivar a as pessoas a se cuidarem. “Achei muito importante porque, ao tomar conhecimento de alguma infecção ou forma de se contaminar, podemos nos preparar melhor para nos proteger e identificar quando procurar atendimento”, reflete. PrEP e PEP Na PrEP, o principal objetivo é prevenir a infecção pelo vírus, em casos de exposição. Isso é feito tomando diariamente uma pílula que contém dois medicamentos (tenofovir + entricitabina). A profilaxia é indicada a pessoas que: → Frequentemente deixam de usar camisinha em suas relações sexuais (anais ou vaginais); → Fazem uso repetido de PEP (profilaxia pós-exposição ao HIV); → Apresentam histórico de episódios de IST; → Se expõem a contextos de relações sexuais em troca de dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia etc; → Praticam sexo sob a influência de drogas psicoativas (metanfetaminas, Gama-hidroxibutirato/GHB, MDMA, cocaína, poppers) com a finalidade de melhorar e facilitar as experiências. Já a PEP funciona como uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras ISTs, e consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. A profilaxia deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, como violência sexual ou relação sexual desprotegida. Por ser uma urgência médica, deve ser iniciada o mais rápido possível – preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas. A duração da PEP é de 28 dias, e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde. A lista com as unidades que dispensam os medicamentos no DF está disponível no site da SES-DF. *Com informações da SES-DF
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Capacitação avalia diagnóstico e monitoramento de infecções sexualmente transmissíveis
Profissionais da Secretaria de Saúde (SES-DF) participaram, nessa quinta-feira (13), de uma oficina sobre diagnóstico e monitoramento do vírus da imunodeficiência humana (HIV), hepatites virais, sífilis e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Mais de 200 profissionais da rede de saúde pública participaram da oficina | Foto: Divulgação/Agência Saúde Promovido pela Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) em parceria com o Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e IST (Dathi) do Ministério da Saúde (MS), o encontro reuniu mais de 200 profissionais de diferentes áreas da rede pública. “Com mais profissionais treinados, quem ganha é a população” Erick Gusmão, enfermeiro da UBS 11 de Samambaia Durante esta semana, a Escola de Saúde Pública (ESP-DF) também promoveu uma capacitação teórica e prática para 40 servidores, que atuarão como facilitadores de testagem rápida no Distrito Federal. Pioneirismo Em janeiro, o DF se tornou pioneiro ao instituir, por meio da portaria nº 35/2024, a função de facilitadores de testagem rápida para IST. Esses profissionais, após treinamento teórico e prático, serão responsáveis por expandir a oferta de exames de HIV e outras infecções, garantindo segurança e qualidade no diagnóstico. O enfermeiro Erick Gusmão, da UBS 11 de Samambaia, um dos facilitadores formados no curso, destacou a importância da iniciativa. “Já estamos planejando os próximos passos para capacitar mais equipes”, adiantou. “Com mais profissionais treinados, quem ganha é a população”. Testagem rápida “O treinamento prático assegura que os testes sigam todas as etapas corretamente: pré-analítica, analítica e pós-analítica” Beatriz Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde Em 2024, a SES-DF aplicou quase 85 mil testes rápidos para sífilis e 84,3 mil para HIV. Além disso, foram feitos cerca de 64 mil testes para hepatite B e 70 mil para hepatite C. A gerente da Gevist, Beatriz Luz, enfatizou a importância da testagem rápida para diagnóstico ágil e intervenções precoces, reduzindo a transmissão e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. “Para garantir a eficácia desse processo, a capacitação dos profissionais é essencial”, reforçou. “O treinamento prático assegura que os testes sigam todas as etapas corretamente: pré-analítica, analítica e pós-analítica.” Daniela Magalhães, uma das facilitadoras da oficina e referência técnica distrital (RTD) da Rede de Testagem Rápida da SES-DF, lembrou: “A SES-DF possui um compromisso com as boas práticas em testagem rápida. O facilitador tem esse papel de oportunizar capacitações regionalizadas, que qualifiquem o método nas localidades”. O líder da equipe de Diagnóstico do Dathi/MS, Alisson Bigolin, destacou que a capacitação busca formar multiplicadores nos territórios, ampliando a disseminação das diretrizes nacionais para diagnóstico e monitoramento laboratorial das ISTs. “Temos manuais e notas técnicas, mas precisamos que essas informações cheguem aos serviços de saúde”, pontuou. “Os facilitadores terão um papel fundamental para difundir esse conhecimento na rede.” *Com informações da Secretaria de Saúde
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Saiba como se proteger do HIV após exposição de risco durante o Carnaval
O Carnaval é um período de festividade e diversão, mas também requer atenção aos cuidados com a saúde, especialmente para quem teve uma relação sexual desprotegida e quer se prevenir contra o HIV. Neste caso, a profilaxia pós-exposição (PEP) é uma alternativa segura e eficaz. Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento precisa ser iniciado até, no máximo, 72 horas após a exposição. Além do autoteste, há medicamentos que, combinados, podem ser utilizados até três dias após a suspeita | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília “Como se trata de uma urgência, a gente alerta que o uso do medicamento só funciona se iniciado até três dias após a exposição à situação de risco; não adianta a pessoa esperar o mês passar para procurar a profilaxia” Sérgio d’Ávila, psicólogo da Secretaria de Saúde Sérgio d’Ávila, psicólogo das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) da Secretaria de Saúde (SES-DF), adverte: é imprescindível seguir o prazo para ampliar a efetividade do tratamento. “Como se trata de uma urgência, a gente alerta que o uso do medicamento só funciona se iniciado até três dias após a exposição à situação de risco; não adianta a pessoa esperar o mês passar para procurar a profilaxia”, ressalta. Combinação de medicamentos A PEP consiste em um tratamento combinado entre medicamentos antirretrovirais que devem ser tomados durante mais de três semanas seguidas. A adesão correta ao uso é essencial para reduzir significativamente as chances de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. “A pessoa que de alguma forma foi exposta ao risco deve procurar de imediato a unidade básica de saúde mais próxima de sua residência e iniciar o tratamento”, indica o psicólogo. “Na oportunidade, esse paciente vai tomar, durante 28 dias, um remédio que reduz quase que por completo as chances de infecção.” Os remédios utilizados no tratamento são eficazes contra diferentes cepas do HIV. Entre os fármacos utilizados estão o fumarato de tenofovir 300 mg associado à lamivudina 300 mg, além do dolutegravir 50 mg. “A combinação desses medicamentos ajuda a impedir a replicação do vírus no organismo, reduzindo significativamente o risco de infecção”, explica o infectologista Marcos Davi Gomes, do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Quem pode fazer Depois de se medicar, é preciso fazer exames de acompanhamento A PEP é indicada para qualquer pessoa que tenha passado por uma situação de risco para infecção pelo HIV, como relação sexual sem preservativo ou que tenha sido rompido, contato direto com sangue ou outros fluidos corporais contaminados e acidente com material perfurocortante, principalmente no caso de profissionais da saúde. A profilaxia, contudo, não se restringe a um público específico, podendo ser procurada por qualquer cidadão que se encaixe em uma dessas situações. Após o período de medicação, a pessoa deve fazer exames de acompanhamento para verificar a condição de saúde. Marcos Gomes detalha: “O paciente precisa voltar para o acompanhamento, seguindo o cronograma estabelecido. O primeiro retorno é previsto para após os 28 dias do tratamento, quando será refeito o teste rápido de HIV; [o outro retorno se dá] três meses depois, quando o procedimento será repetido pela terceira vez”. O tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo SUS e pode ser encontrado em prontos-socorros, unidades básicas de saúde (UBSs), unidades de pronto atendimento (UPAs) e centros especializados em infecções sexualmente transmissíveis. O atendimento é prestado por um profissional de saúde, que avalia a situação e prescreve a medicação quando necessário. Confira a relação completa das unidades de referência em PEP da Secretaria de Saúde.
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Novos autotestes de HIV começam a ser distribuídos no Distrito Federal
A Secretaria de Saúde (SES-DF) iniciou a distribuição dos novos autotestes de HIV com embalagem atualizada pelo Ministério da Saúde. A primeira remessa recebida conta com cerca de 5,4 mil unidades, sendo 5 mil já com a nova apresentação. Os insumos serão alocados conforme a demanda das unidades de saúde, em linha com a logística regional de distribuição. Embalagem do autoteste segue orientações do Ministério da Saúde no sentido de reduzir a exposição dos usuários | Foto: Divulgação Mais compacta e discreta, a nova embalagem adota um design em conformidade com as orientações e normas técnicas do Ministério da Saúde. O novo modelo busca facilitar o transporte do autoteste e reduzir a exposição dos usuários. “A proposta é popularizar o autoteste e torná-lo mais acessível, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades de acesso ao SUS ou não se sentem à vontade em buscar atendimento presencial” Sérgio Dávila, da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis A atualização também contempla a adição de uma tarja vermelha na caixa indicando a sua proibição de venda, além de um número gratuito de suporte técnico, disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. Segundo o Ministério da Saúde, as adequações visuais são resultado de sugestões dos usuários e visam a ampliar a aceitabilidade do autoteste e incentivar o diagnóstico precoce do HIV. “A nova embalagem representa um avanço significativo na estratégia de prevenção”, avalia Sérgio Dávila, da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist). “Antes, as caixas eram grandes e pouco discretas, o que gerava desconforto para algumas pessoas ao retirá-las nas unidades básicas de saúde. A proposta é popularizar o autoteste e torná-lo mais acessível, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades de acesso ao SUS ou não se sentem à vontade em buscar atendimento presencial.” Teste de triagem O autoteste de HIV é disponibilizado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) há três anos. O exame utiliza uma amostra de fluido oral para fornecer o diagnóstico, e o resultado é obtido em até 20 minutos. Trata-se, contudo, de um teste de triagem, e resultados positivos exigem confirmação em uma unidade de saúde. “O diagnóstico de HIV não é feito a partir de um único teste”, pontua Sérgio Dávila. “Em caso de resultado positivo, a orientação é o paciente procurar uma unidade básica de saúde para fazer exames confirmatórios. É uma alternativa que se soma às demais medidas de prevenção e diagnóstico já oferecidas no SUS, permitindo uma ampliação no alcance e na agilidade do diagnóstico precoce.” Desde o final de 2023, as unidades básicas de saúde (UBSs) intensificaram as ações de combate ao HIV, oferecendo não apenas autotestes e preservativos, mas também serviços como profilaxia pós-exposição (PEP), profilaxia pré-exposição (PrEP) e tratamento antirretroviral (Tarv) para pessoas vivendo com HIV. Em 2024, foram distribuídos aproximadamente 20 mil autotestes no DF, refletindo a estratégia de ampliação do acesso a esse recurso.
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Centro Especializado do DF garante tratamento e acolhimento para pessoas vivendo com HIV
Depois de 19 anos convivendo com o HIV, Maria (nome fictício), de 38 anos, encontrou no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) um espaço de cuidado que transformou sua rotina. “Comecei o tratamento em Taguatinga, mas, quando resolvi ter filhos, me indicaram o Cedin. Aqui tenho acesso a consultas com médicos, psicólogos e dentistas, além de medicamentos, tudo de graça. Não é só um tratamento, é um ponto de apoio para mim”, conta. O Cedin, localizado na 508/509 Sul, é referência no Distrito Federal. O local oferece acompanhamento multidisciplinar com mais de 70 profissionais especializados, além de um centro de testagem e aconselhamento para diagnóstico rápido de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). “Hoje o HIV é considerado uma doença crônica. Com acompanhamento semestral e medicação diária, a maioria dos pacientes leva uma vida praticamente normal”, explica o gerente do Cedin, Leonardo Ramos. O Cedin oferece acompanhamento com mais de 70 profissionais especializados, além de um centro de testagem e aconselhamento para diagnóstico rápido de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Avanços no tratamento e prevenção As técnicas adotadas pelo Governo do Distrito Federal refletiram na redução dos casos de Aids na capital, com o coeficiente de detecção caindo de 10,0, em 2019, para 7,0, em 2023, por 100 mil habitantes. Mesmo com a queda nos números, o diagnóstico e tratamento precoces continuam sendo um desafio. “Muitos ainda têm medo de fazer o teste, mas quanto mais cedo o vírus é identificado, maior a chance de um tratamento eficaz”, destaca a infectologista Denise Arakaki. Os medicamentos para tratamento do HIV, como antirretrovirais, são fornecidos pelo Ministério da Saúde e distribuídos gratuitamente nas unidades de saúde. Para aumentar a prevenção, o Cedin também aposta na Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento que reduz significativamente a transmissão do HIV. Atualmente, 3 mil pessoas utilizam a PrEP no DF, distribuída gratuitamente pela Secretaria de Saúde (SES-DF). “Para quem foi diagnosticado, o protocolo inclui consultas seriadas, exames e acesso facilitado ao tratamento”, explica o gerente do Cedin, Leonardo Ramos. Além disso, a rede de saúde também disponibiliza a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), indicada para casos de risco recente. Para aumentar a prevenção, o Cedin aposta na Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento que reduz significativamente a transmissão do HIV Um centro de acolhimento Mais do que um local de tratamento, o Cedin busca combater o estigma associado ao HIV. Para Maria, a acolhida fez toda a diferença. “Ainda enfrentamos preconceito, mas aqui somos respeitados. Aprendi que é possível levar uma vida normal com os cuidados necessários”, diz. “Aqui, lutamos pela não exclusão e pela inserção na sociedade. Tudo varia de acordo com o momento sociocultural, mas o nosso desejo é que, um dia, todas as pessoas com HIV possam revelar seu diagnóstico sem medo de sofrer represália”, defende a infectologista Denise Arakaki.
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DF tem rede referência de assistência a pacientes com doenças infecciosas
Causadas por micro-organismos como bactérias, fungos, vírus, parasitas e protozoários, as doenças infecciosas quando atingem gravidade têm um percentual relevante de mortalidade em todo o país. Por esse motivo, a prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos são essenciais para a manutenção da saúde da população. No Distrito Federal, a rede pública conta com uma cadeia de assistência a pacientes com as patologias que começa nas unidades básicas de saúde e pode passar por ambulatórios, hospitais e até o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin). A rede pública do DF conta com uma cadeia de assistência a pacientes com doenças infecciosas que começa nas UBS’s e pode passar por ambulatórios, hospitais e até o Cedin | Fotos: Matheus H. Souza/ Agência Brasília “O mais importante em relação ao atendimento é que as doenças infecciosas perpassam todas as áreas. Tem um conjunto de doenças em que o tratamento acontece dentro dos próprios hospitais, com os pacientes internados. Temos também tratamentos nas áreas ambulatoriais especializadas, onde temos demanda sobretudo de pessoas com HIV, Aids e hepatites virais, mas a própria Atenção Primária consegue atender muitos casos, já que a imensa maioria tem um desfecho favorável desde que atendida nos primeiros estágios”, comenta o médico infectologista e Referência Técnica de Infectologia da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), José David Urbaez. As doenças infecciosas habitualmente têm um espectro clínico de iniciarem de forma leve, mas se não forem tomadas as devidas providências, elas evoluem e se tornam casos graves. Alguns componentes também são importantes para o desenvolvimento da doença, como a vulnerabilidade social e a imunossupressão. Segundo o médico infectologista, quadros de febre são considerados sinais de alerta para as patologias infecciosas em geral. Prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos são essenciais para a manutenção da saúde da população, em especial no que diz respeito a doenças infecciosas “Muitas delas têm uma característica fundamental que é provocar febre, que talvez seja um elemento muito orientador de tudo. Teve o sintoma, a orientação é procurar uma unidade básica de saúde para se fazer a abordagem semiótica e toda a parte de cuidados básicos, bem como os testes rápidos. A partir de um diagnóstico precoce rapidamente é possível tomar as atitudes cabíveis e tratar a doença”, informa. Atendimento especializado Há mais de dois anos, José (nome fictício) recebeu o diagnóstico de HIV. “Estava passando muito mal, com a imunidade baixa, a pele muito vermelha e fui em busca de saber o que era. Fui à UPA [unidade de pronto atendimento], fiz o exame, fui diagnosticado e me encaminharam para cá”, diz se referindo ao Cedin, local onde faz acompanhamento desde então. “Fiz mais exames aqui e uma semana depois passei a tomar o tratamento e fui melhorando”, conta. Para o homem, ser acolhido em um espaço especializado fez toda a diferença. Seja porque conseguiu abaixar a carga viral, seja pela assistência que conta no local. “O Cedin é a melhor coisa que tem. Está salvando a minha vida de forma gratuita. Querendo ou não, é uma grande ajuda. Eu não teria como comprar os medicamentos, seria tudo muito caro. Além do medicamento e dos exames, tenho tido acompanhamento psicológico e psiquiátrico, o que é muito acolhedor”, destaca. Atualmente, o Cedin é referência nos tratamentos para HIV/Aids, hepatites virais crônicas, tuberculose e hanseníase e também atende casos de HTLV (infecção causada pelo vírus T-linfotrópico humano) e de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) complicadas, que não foram resolvidas na Atenção Primária. Por não se tratar de um serviço “porta aberta”, os pacientes são encaminhados por outras áreas de atenção da SES. “Atendemos pessoas que foram diagnosticadas com esses agravos fora daqui e que precisam de um atendimento mais específico. Servimos de retaguarda para a rede”, explica a infectologista do Cedin, Denise Arakati. A infectologista do Cedin, Denise Arakati, ressalta a importância do diagnóstico precoce: “A população precisa se atentar para os sinais e sintomas dessas doenças” A maior parte dos atendimentos no centro especializado é de pacientes com HIV. O local atende 60% dos casos em todo o Distrito Federal. “Temos em torno de 5,5 mil pacientes ativos com HIV. Também atendemos muitos casos de tuberculose resistente ou complicada, mas como eles têm alta, o número oscila bastante. A média é de 30 a 40 pacientes em acompanhamento”, acrescenta. A infectologista destaca a importância do diagnóstico precoce. “A população precisa se atentar para os sinais e sintomas dessas doenças, e procurar um serviço de saúde. Hoje, no Brasil, temos 100 mil pessoas com HIV que não sabemos quem são. Da mesma forma acontece com a tuberculose, detectamos de 80% a 90% dos casos, mas temos esse outro percentual que o sistema não consegue capturar. Então é importante se testar para essas doenças”, revela Denise.
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Incorporação da PrEP nas estratégias de prevenção ao HIV completa sete anos no SUS-DF
“Dá muito medo e muita vergonha também, porque a gente é muito orientado. Na inconsequência, na loucura, na bebida, no meio da emoção a gente acaba se descuidando”, desabafou o auxiliar de serviços gerais Fabiano Freire, 30, após ser contaminado por uma infecção sexualmente transmissível (IST). Sabendo dos serviços de saúde públicos por meio de amigos, ele se dirigiu ao Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin-DF), o antigo Hospital Dia localizado na 508 Sul, para receber atendimento. A PrEP completa sete anos no Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser prescrita por qualquer médico ou enfermeiro do DF | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília “Infelizmente não me cuidei e acabei adquirindo algo que graças a Deus é curável. E, mesmo sendo inconsequente, a gente tem um ambiente tão bom e agradável para ser acolhido, isso é tão importante, poder ter uma estrutura como essa, acesso a um serviço gratuito de qualidade, onde os funcionários atendem muito bem. Principalmente para quem, assim como eu, não tem condições financeiras. É ruim a gente se contaminar com uma coisa e não saber para onde ir, porque eu não tenho um plano de saúde que oferece esse serviço”, completou. Esse atendimento que acolheu Fabiano faz parte de uma grande rede de assistência. Entre as estratégias de saúde ofertadas pela rede pública do Distrito Federal, está a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), uma medida que combate o vírus que ataca o sistema imunológico e é causador da Aids. A estratégia de prevenção é eficaz e segura em pessoas com risco aumentado de adquirir a infecção e consiste no uso de medicamentos antirretrovirais (ARV). Disponível gratuitamente na rede pública de saúde desde 2018 em Brasília, a PrEP completa sete anos no Sistema Único de Saúde (SUS) e atualmente pode ser prescrita por qualquer médico ou enfermeiro do DF. Arte: Agência Brasília À frente da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Beatriz Maciel Luz explica que o funcionamento dos comprimidos de PrEP e Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) se dá no bloqueio de caminhos que o HIV usa para infectar o organismo. A partir do início da distribuição desse fármaco, em 2018, houve redução de novas infecções no DF – passando de 735 novos casos em 2018 para 674 em 2022. “Desde o ano passado o governo vem ampliando o atendimento e o acesso ao medicamento, já liberados para algumas UBSs. Hoje qualquer profissional de saúde pode prescrever a PrEP no DF e, além das outras estratégias, também há a inibição de lactação das mulheres soropositivas, com a distribuição de fórmula para as crianças”, explica a gerente. Ela frisa que, com a ampliação do programa em 2023, novos estudos serão feitos para analisar a incidência de casos no DF. Acesso às medicações “A PrEP não é só uma distribuição de medicação, ela é todo um programa que abrange desde o aconselhamento até a identificação do risco do usuário”, diz o gerente do Cedin, Leonardo de Sousa Ramos Tanto a PrEP quanto medicamentos estratégicos para pacientes com HIV são disponibilizados gratuitamente à população pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal que, em parceria com o Ministério da Saúde, desenvolve o programa de HIV/Aids. Para ter acesso a medicação, os pacientes devem preencher os requisitos estabelecidos pelo SUS e se enquadrar no público-alvo, que engloba determinados segmentos populacionais que, devido a vulnerabilidades específicas, estão sob maior risco de se infectar pelo HIV, em diferentes contextos sociais e tipos de epidemia. Os segmentos prioritários que têm indicação de PrEP são pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoas que fazem uso repetido da PEP e parcerias heterossexuais ou homossexuais nas quais uma das pessoas é infectada pelo HIV e a outra não. Os documentos necessários para ter acesso aos medicamentos são o Formulário de Cadastramento de Usuário SUS – PrEP e a Ficha de Atendimento para PrEP. Acesse aqui. Locais de retirada Ainda que o atendimento e a prescrição possam ser efetuados em qualquer UBS, a retirada dos medicamentos é feita em lugares específicos da rede pública, sendo eles: Farmácia Escola, Policlínicas do Lago Sul, de Taguatinga e de Ceilândia e também o Cedin, que possui um ambulatório especializado de PrEP e funciona nas quartas-feiras das 7h30 às 11h e das 13h30 às 17h. Algumas UBSs já fazem parte da ampliação do tratamento, como a UBS 1 de Sobradinho, a UBS 9 de São Sebastião, a UBS do Gama, a UBS 1 do Cruzeiro Novo, a UBS 2 do Recanto das Emas, a UBS 1 de Candangolândia e a UBS 7 de Ceilândia. O gerente do Cedin, Leonardo de Sousa Ramos, afirma que há vagas abertas na unidade para atendimento da população mais vulnerável. O gestor lembra também que na última semana foi inaugurado o Espaço Saúde na Rodoviária do Plano Piloto, que oferece testagem rápida e kits de autoteste gratuitos para a população. “A PrEP não é só uma distribuição de medicação, ela é todo um programa que abrange desde o aconselhamento até a identificação do risco do usuário. A partir disso, a gente poder dar orientação com relação ao combinado de medicação, camisinha, testagem regular e outras estratégias. Isso é interessante para que as pessoas que se encontram em vulnerabilidade e com risco de exposição procurem a unidade para se prevenir”, destacou Ramos. Diferenças entre a PrEP e a PEP Segundo a enfermeira do ambulatório PrEP e do CTA do Centro Especializado em Doenças Infecciosas, Leidijany Paz, todo ano mais de mil pessoas são diagnosticadas com HIV no DF Com a PrEP sendo uma estratégia preventiva e planejada, a PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV) funciona como uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha) ou, ainda, acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico). Por ser uma urgência médica, deve ser iniciada o mais rápido possível – preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas. A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde. Para ter acesso aos medicamentos é necessário que o paciente passe por uma consulta médica em um serviço de pronto atendimento para que o médico avalie se há necessidade ou não de iniciar a PEP. Se constatada a necessidade, o médico deverá preencher o Formulário de Solicitação de Medicamentos – Profilaxia e os medicamentos serão dispensados nos próprios hospitais e UPAS que fazem parte da rede SES DF. Também é recomendado avaliar todo paciente com exposição sexual de risco ao HIV para um eventual episódio de infecção aguda pelos vírus das hepatites A, B e C. No caso de acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico), o trabalhador acidentado deverá ser atendido imediatamente no seu local de trabalho, em conformidade com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de Risco à Infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais (BRASIL, 2018) e em cumprimento à Norma Regulamentadora nº 7 (BRASIL,1978). A PEP está disponível no Cedin (antigo Hospital Dia); na Farmácia Escola do Hospital Universitário de Brasília (HUB); nas Policlínicas de Taguatinga, Ceilândia, Gama, Planaltina e do Lago Sul; nas emergências dos hospitais que fazem parte da rede SES-DF; nas unidades de pronto atendimento (UPAs) e nas unidades básicas de saúde (UBSs). Para ter acesso aos medicamentos da PEP é necessário apresentar o documento de identificação com foto, o Cartão Nacional de Saúde – CNS (cartão do SUS) e o Formulário de Solicitação de Medicamento – Profilaxia. Diferentes estratégias É importante reforçar que a PrEP e a PEP fazem parte das estratégias de prevenção combinada do HIV. Dentro do conjunto de ferramentas da prevenção desta e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), inserem-se também: → A testagem para o HIV oferecida nas unidades de saúde da rede pública; → O uso regular de preservativos (que são distribuídos gratuitamente); → O diagnóstico oportuno e o tratamento adequado de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs); → A redução de danos e o gerenciamento de vulnerabilidades; → A supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral; → As imunizações contra hepatites virais. “É um serviço muito importante, tanto para mim quanto para os outros, porque a gente vem aqui, é bem atendido, o exame é rápido e já tem o resultado”, diz o aposentado Carlos Antônio de Lima O Cedin abriga também o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Brasília, que funciona por demanda espontânea ou agendamento. De acordo com a enfermeira do ambulatório PrEP e do CTA da unidade, Leidijany Paz, todo ano mais de mil pessoas são diagnosticadas com HIV no DF. “Esse número não precisava ser tão alto. Muitas vezes as pessoas chegam aqui preocupadas e ansiosas devido a uma exposição sexual desprotegida ou com alguma sintomatologia de IST. Aí ela passa pela coleta dos exames, pelo atendimento com um profissional que prescreve o tratamento e com certeza ela vai sair mais tranquila e orientada”, observa. A enfermeira pontua também que a unidade oferece um aconselhamento nessa área, onde a é identificada a vulnerabilidade que a pessoa tem e orienta quais estratégias de prevenção ela pode estar lançando mão no seu dia a dia para se prevenir. “É um serviço muito importante, tanto para mim quanto para os outros, porque a gente vem aqui, é bem atendido, o exame é rápido e já tem o resultado. Eu tenho diabetes, sou depressivo e, além de fazer o exame do HIV, eu acompanho com os médicos e faço meu tratamento certinho. Só temos a agradecer pelo SUS”, ressalta o aposentado Carlos Antônio de Lima, de 59 anos.
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Países estrangeiros reconhecem ações de combate à Aids do HRC
Onze profissionais de saúde de seis países de língua portuguesa conheceram, nesta quarta-feira (13), os serviços disponíveis no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) para o combate à Aids e ao vírus causador da doença, o HIV. Os convidados – de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Portugal – puderam conversar com servidores da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) sobre diversas ações, com destaque para a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), além dos cuidados para evitar a chamada transmissão vertical, da mãe para o filho. Comitiva conversou com servidores da SES-DF sobre diversas ações de combate à Aids | Fotos: Divulgação/ Agência Saúde Alira Nhamaze, que atua no combate ao HIV em Moçambique, elogiou o serviço desenvolvido no HRC. “Tudo organizado. Posso levar a experiência do contato feito pelos profissionais com as mães, antes do parto”, disse. Ela destacou o protocolo brasileiro de fazer análises da carga viral das gestantes e das crianças recém-nascidas, além dos procedimentos adotados após o parto, como orientar para que não haja amamentação no caso de mães positivas para o vírus. “É uma boa estratégia para evitar a transmissão vertical”, argumentou. Alira Nhamaze, de Moçambique, elogiou o serviço desenvolvido no HRC Já o médico português Gonçalo Figueiredo Augusto ressaltou o fácil acesso à PrEP e à PEP, métodos necessários às pessoas com risco ampliado para contaminação pelo HIV, como profissionais do sexo ou cônjuges de pacientes da doença, bem como vítimas de violência e outros casos específicos. “A administração na PrEP é feita de uma forma muito mais acessível à população. Isso pode funcionar como um exemplo para Portugal”, afirmou o médico. Acesso facilitado No Distrito Federal, a PrEP e a PEP estão disponíveis em emergências hospitalares, policlínicas, no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) e até em unidades básicas de saúde (UBSs). No caso do HRC, pacientes interessados na medicação específica têm acesso ao serviço de maneira discreta: basta comparecer à entrada da policlínica das 7h às 12h e das 13h às 17h para ser encaminhado a consultórios reservados. “A própria rapidez e a proximidade do atendimento são melhores”, elogiou o médico europeu. No Distrito Federal, a PrEP e a PEP estão disponíveis em emergências hospitalares, policlínicas, no Cedin e nas UBSs A enfermeira Maria das Dores França, uma das servidoras da SES-DF que atuam na área, destacou ainda o fato de haver um atendimento completo aos pacientes. “O ambulatório também ajuda a identificar pessoas com HIV, pois todos que procuram o serviço são testados. Se for o caso, podemos começar o tratamento imediatamente”, ressaltou. Além disso, há o esclarecimento sobre outras doenças e a necessidade do uso de preservativos para reforçar a proteção – o acesso ao item também é fácil, com cestas para distribuição localizadas na entrada de unidades de saúde. Inaugurado há um ano, o ambulatório de PrEP e PEP do HRC realizou 1.984 atendimentos somente em 2023. Reconhecimento O superintendente da Região Oeste de Saúde, André Luiz de Queiroz, enfatizou a importância da visita como uma valorização da qualidade do serviço prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O Brasil é exemplo no mundo inteiro no tratamento da Aids. Essa visita é muito importante porque, além de mostrar o nosso trabalho, que eles já conhecem e sabem que é efetivo, é bom para trocar opiniões e informações”, afirmou. A visita faz parte da programação da 3ª reunião de países lusófonos, que acontece em Brasília, de 12 a 14 de março, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Ministério da Saúde do Brasil. Também ocorreram visitas a UBSs, ao Cedin, ao Hospital de Base do Distrito Federal, ao Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) e a unidades do sistema de saúde prisional. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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DF reforça prevenção e tratamento contra HIV e Aids no Dezembro Vermelho
Desde 2017 após a promulgação da Lei nº 13.504, a chegada do mês de dezembro marca uma grande mobilização nacional de luta contra o vírus HIV e a Aids. O objetivo é chamar atenção para a prevenção e o tratamento. No Distrito Federal, a data é sinônimo de reforço da atuação dos profissionais a fim de divulgar a assistência pública. Uma mobilização que vem dando resultado. Segundo o Boletim Epidemiológico do DF, entre 2018 e 2022 foram notificados 3.684 casos de infecção pelo HIV e 1.333 casos de adoecimento por Aids. O coeficiente de mortalidade por Aids no Distrito Federal diminuiu 21,6% em cinco anos – caiu de 3,3 para 2,7 no período. O boletim mostra também redução nos casos de infecção pelo HIV e de Aids: uma queda de 9,8 para 7,3 por 100 mil habitantes. O diagnóstico para o HIV é feito a partir do teste rápido, disponível em todas as 175 UBSs e no Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA), na 508/509 Sul | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília “Os dados indicam que casos de HIV estão sendo detectados antes de evoluir para a Aids. Isso é fundamental. Se toda pessoa com HIV estiver realizando o tratamento adequado, ou seja, com a carga viral indetectável, além dos cuidados com a sua própria saúde, também estará contribuindo para a saúde coletiva, pois não há chance de transmissão”, analisa a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde (SES-DF), Beatriz Maciel Luz. [Olho texto=”“Os dados indicam que casos de HIV estão sendo detectados antes de evoluir para a Aids. Isso é fundamental. Se toda pessoa com HIV estiver realizando o tratamento adequado, ou seja, com a carga viral indetectável, além dos cuidados com a sua própria saúde, também estará contribuindo para a saúde coletiva, pois não há chance de transmissão”” assinatura=”Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF” esquerda_direita_centro=”direita”] O diagnóstico para o HIV é feito a partir do teste rápido,que está disponível em todas as 175 unidades básicas de saúde (UBSs) do DF e no Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA), antigamente chamado de Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado na W3 Sul, nas entrequadras 508/509. “O teste rápido está disponível para toda a população e deve ser feito com regularidade. É muito importante que o paciente saiba se tem HIV, para buscar tratamento no tempo certo, possibilitando a continuidade da vida com saúde e sem desenvolver Aids”, explica a gerente. O exame é feito a partir da coleta de sangue venoso ou digital – pela ponta do dedo. O diagnóstico só é confirmado após o resultado reagente em dois testes rápidos – um de triagem, outro confirmatório. Após a infecção, o vírus pode levar até 30 dias para aparecer no exame, devido à janela imunológica. A infecção pelo HIV não apresenta sintomas. No início, quando o organismo começa a produzir os anticorpos para enfrentar o HIV, o paciente pode apresentar febre, mal-estar ou inchaço nos gânglios (ínguas). Por serem sintomas muito comuns a outras doenças, como a gripe, a infecção passa despercebida. Após essa fase, é iniciado o período marcado pela interação do vírus com as células de defesa – os linfócitos. Este processo pode durar anos, dependendo das condições de saúde de cada pessoa, e é chamada de fase assintomática. Tratamento e prevenção Ainda sem cura para o HIV, o tratamento inclui acompanhamento periódico com profissionais de saúde, realização de exames e uso de medicamentos antirretrovirais, que são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Os medicamentos mantêm o HIV sob controle. A medicação diminui a multiplicação do vírus no corpo, recupera as defesas do organismo e, consequentemente, aumenta a qualidade de vida. O uso também faz com que as pessoas alcancem a chamada ‘carga viral indetectável’. Isto é, ter uma quantidade de vírus no organismo tão baixa que nem os exames são capazes de detectar”, revela Beatriz. Há uma série de métodos de prevenção que são disponibilizados na rede pública. São eles: os preservativos internos e externos; a profilaxia pré-exposição (PrEP), que consiste no uso diário de medicamentos antirretrovirais para pessoas soronegativas antes de uma exposição de risco ao HIV; a profilaxia pós-exposição (PEP), medida de urgência que deve ser iniciada em até 72 horas após situação de risco à infecção; e terapia antirretroviral (TARV), para pessoas infectadas. Importância do autocuidado Há mais de 30 anos, o jardineiro Claudinei Alves faz o tratamento contra o vírus HIV na rede pública de saúde do DF. Na época em que ele contraiu o vírus devido ao uso compartilhado de seringas, a prevenção e o tratamento não eram tão difundidos como hoje. Claudinei Alves: “Meu tratamento é acompanhado na rede pública. Tenho uma excelente infectologista e consigo todo o tratamento com antirretrovirais disponibilizados pela Secretaria de Saúde. Já cheguei a tomar 32 comprimidos diários” Ele descobriu que estava infectado em 1990, quando o companheiro foi diagnosticado. Três meses depois, ele também recebeu o diagnóstico de soropositivo. “De lá para cá tive inúmeras demandas. Me tornei ativista, tanto sensibilizando as pessoas sobre a doença quanto fazendo o autocuidado. Hoje me sinto muito bem. Tem 32 anos que estou vivendo com HIV e quem me vê não acredita. Mas foi muita adesão aos medicamentos e complicações para a aceitação. Estou há 14 anos indetectável [quando a pessoa não transmite mais o vírus]”, conta. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] O tratamento de Claudinei se iniciou no Plano Piloto. Hoje ele é acompanhado em uma UBS em Planaltina. “Meu tratamento é acompanhado na rede pública. Tenho uma excelente infectologista e consigo todo o tratamento com antirretrovirais disponibilizados pela Secretaria de Saúde. Já cheguei a tomar 32 comprimidos diários”, lembra. Militante do movimento Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV, Alves faz um alerta: “Todo cidadão tem por obrigação fazer o teste. É a melhor forma de prevenir a doença, que é a Aids, e garantir uma vida saudável vivendo com o HIV. Porque hoje o protocolo é assim: foi diagnosticado, já tem medicamento para o paciente tomar”.
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Mais de 700 autotestes de HIV são distribuídos no Parque da Cidade
Para promover o mês de luta contra a Aids, o governo do DF, por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), ofereceu gratuitamente mais de 700 autotestes de detecção do vírus da imunodeficiência humana (HIV, sigla em inglês). O kit distribuído neste sábado (2), em ação realizada no Parque da Cidade, contém instruções detalhadas sobre como fazer o exame de forma privada e como entender os resultados. Durante a iniciativa, equipes de saúde fizeram 300 testes rápidos de identificação do vírus. Na tenda montada em frente à administração do Parque, servidores do Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) passaram o dia informando sobre métodos de prevenção e como fazer o autoteste, cujo resultado sai em 20 minutos. “Se as pessoas com HIV forem diagnosticadas e tratadas precocemente, a expectativa de vida delas é semelhante à da população em geral. Então, é importante que elas se testem”, alertou a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF, Beatriz Maciel Luz. Ela reforça que apesar de não ter cura, o HIV e a Aids são preveníveis e têm tratamento. O casal Ronaldo Adriano Soares e Severina Maria Batista ressaltou que “mesmo em um relacionamento fixo, é importante testar” | Fotos: Jhonatan_Cantarelle/ Agência Saúde-DF William Gonçalves dos Santos, 53, visitou a tenda e optou por fazer o exame de HIV no local. “Mas também acho muito bom que a população possa levar o teste para casa”, diz. Morador de Taguatinga e usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), ele aproveitou para elogiar a Unidade Básica de Saúde (UBS) perto de sua casa em Taguatinga, onde também sempre tem testagem. Seguindo o exemplo, o casal Ronaldo Adriano Soares, 47, e Severina Maria Batista, 58, também resolveram realizar o teste. “Mesmo em um relacionamento fixo, é importante testar. Esse tipo de ação ajuda quem não tem tempo de ir a um posto durante a semana por conta do trabalho”, destacou Ronaldo. “Além do teste, estou com todas as vacinas em dia também. A gente precisa estar atenta ao próprio corpo”, complementou Severina após receber o resultado e sair da tenda cheia de informações, panfletos e preservativos femininos. William Gonçalves dos Santos elogiou que a população tenha tido a oportunidade de levar o autoteste para casa Em situação de rua, o cadeirante Marco Aurélio Souza, 29, aproveitou a oportunidade para pegar preservativos e fazer o exame. “Gosto muito de ver vocês [equipes de saúde] com ações aqui no Parque da Cidade, procuro me testar sempre para ter certeza que está tudo bem”, afirmou o jovem. As UBSs, as policlínicas e os ambulatórios especializados compõem a rede de vigilância, prevenção e assistência ao HIV e à Aids. Nesses locais, estão disponíveis diversas estratégias de prevenção combinada: fornecimento de preservativos e gel lubrificante; de medicamentos de profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP – quando a pessoa teve uma situação de risco nas últimas 72 horas) e de profilaxia pré-exposição (PrEP – indivíduos com risco frequente, que, diariamente, usarão medicamento para evitar contrair o vírus); testes rápidos; e tratamento àqueles que já convivem com o HIV/Aids. Além disso, as UBSs dispõem ainda de exames para sífilis e hepatite B e C. Cedin [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] No DF, o Centro Especializado de Doenças Infecciosas (Cedin) é referência no tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O local conta com uma equipe formada por infectologista, dermatologista, pneumologista, pediatra, tisiologista, radiologista, ginecologista, psiquiatra, endocrinologista e urologista. De acordo com a enfermeira do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Leidijany Paz, o público com HIV/Aids atendido no centro enfrenta preconceito e, às vezes, não conta nem com o apoio familiar. Dessa forma, o Cedin, segundo ela, significa acolhimento a quem enfrenta a condição. “É um momento em que o paciente é bem recebido pelos profissionais e encontra outras pessoas na mesma situação”, detalhou. [Olho texto=”“Se as pessoas com HIV forem diagnosticadas e tratadas precocemente, a expectativa de vida delas é semelhante à da população em geral”” assinatura=”Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis” esquerda_direita_centro=”direita”] Na carta de serviços do centro, destacam-se a PreP, a Pep e o Ambulatório de Diversidade de Gênero, mais conhecido como Ambulatório Trans – espaço que disponibiliza tratamento e orientação a quem quer fazer a redesignação sexual. No espaço também são disponibilizados autotestes gratuitos e os testes rápidos realizados por enfermeiros. Diariamente, mais de 200 exames de HIV/Aids e de outras ITSs são realizados no Cedin. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Projeto HIVida debate epidemia de Aids em locais emblemáticos da cidade
O governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), participou, na sexta-feira (1º), do lançamento do Projeto HIVida – Celebrar a Vida para Eliminar a Epidemia de Aids, iniciativa que busca levar o tema de volta ao centro do debate político e é liderada pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o vírus da imunodeficiência humana/ Aids (UnAids). De acordo com dados do HIVida, cerca de 730 mil pessoas estão em tratamento no Brasil, sendo que 654 mil têm o vírus indetectável no corpo. Em 2023, ocorreram 50 mil novas infecções pelo e quase 11 mil mortes relacionadas à Aids. Beatriz Maciel ressalta que o projeto pretende quebrar estigmas e preconceitos, encorajando a procura pela ajuda médica | Fotos: Jhonatan Cantarelle/ Agência Saúde O projeto pretende quebrar estigmas e preconceitos, encorajando a procura pela ajuda médica. “Os serviços da rede pública têm papel fundamental no combate à discriminação. O cuidado é possível e primordial para minimizar desigualdades sociais. A saúde deve ser igualitária”, avaliou a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) da SES, Beatriz Maciel Luz. Para ela, o HIVida é também uma forma de resgatar o olhar ao combate do vírus e apresentar uma nova perspectiva sobre a condição. “O tema do evento propõe celebrar o HIV. Isso mesmo, celebrar, para que ele não seja sempre remetido à doença ou à morte, mas à vida. As pessoas precisam saber que têm acesso ao diagnóstico e ao cuidado integral e que a saúde pública do DF disponibiliza os insumos necessários”, detalha. [Olho texto=”O tema do evento propõe celebrar o HIV. Isso mesmo, celebrar, para que ele não seja sempre remetido à doença ou à morte, mas à vida”” assinatura=”Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis” esquerda_direita_centro=”direita”] O principal intuito do programa é, segundo a representante do Unaids no Brasil, Claudia Velasquez, comemorar os avanços médicos voltados à doença e chamar a atenção para medidas já existentes, especialmente em meio ao público mais desamparado. “O HIVida foca no impacto das desigualdades e das barreiras no cuidado. Precisamos que as populações vulneráveis saibam que têm acesso aos recursos disponíveis no SUS [Sistema Único de Saúde]. Essa é uma tarefa da sociedade como um todo”, explicou. [Olho texto=”O índice de óbitos no DF por 100 mil habitantes na região caiu de 3,3 para 2,7 no período” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Até o dia 10 deste mês, o cronograma do projeto trará expressões artísticas, debates e exposições relacionados ao tema. As apresentações serão realizadas no Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul, e em outros locais emblemáticos da capital, como o Museu Nacional da República e órgãos públicos. A programação na íntegra pode ser conferida no site do HIVida. Redução de mortes no DF De acordo com o Informativo de Situação Epidemiológica do HIV e da Aids no DF, entre 2018 e 2022, o coeficiente de mortalidade pela doença diminuiu 21,6% na capital. O documento aponta que o índice de óbitos por 100 mil habitantes na região caiu de 3,3 para 2,7 no período. Houve, ainda, redução nos casos de Aids e de infecção pelo HIV de 9,8 para 7,3 por 100 mil habitantes. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] As Unidades Básicas de Saúde (UBSs), as policlínicas e os ambulatórios especializados compõem a rede de vigilância, prevenção e assistência ao HIV e à Aids. Nesses locais, estão disponíveis diversas estratégias de prevenção combinada: fornecimento de preservativos e gel lubrificante; de medicamentos de profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP – quando a pessoa teve uma situação de risco nas últimas 72 horas) e de profilaxia pré-exposição (PrEP – indivíduos com risco frequente, que, diariamente, usarão medicamento para evitar contrair o vírus); testes rápidos; e tratamento àqueles que já convivem com o HIV/Aids. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Testes rápidos e doação de preservativos marcam Mês de Luta Contra a Aids
Testes rápidos e distribuição de preservativos marcam o Mês de Combate à Aids em Brasília, que contará com diversas atividades voltadas para prevenção e conscientização da população sobre a doença e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Ao longo de dezembro, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) promoverá ações para esclarecimento sobre a doença e combate ao estigma associado ao tema. Neste sábado (2), será realizada testagem e aconselhamento para o HIV no Parque da Cidade. Até 4 de dezembro, a Unidade Básica de Saúde (UBS) 4 do Gama realizará atividades de conscientização, com palestras, testes e distribuição de preservativos. No dia 6, está agendada roda de conversa na UBS 2 de Sobradinho, seguida por palestra na UBS 5 do Gama no dia 12, que terá distribuição de kits. Dezembro é o Mês do Combate à Aids e a SES-DF promoverá ações para esclarecimento sobre a doença e combate ao estigma associado ao tema | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF, ressalta que os esforços do Sistema Único de Saúde (SUS) na realização de testes imediatos e tratamento rápido em casos positivos têm contribuído significativamente para a redução das contaminações e óbitos. “A Aids persiste há 42 anos. Queremos unir forças para eliminar essa síndrome como um problema de saúde pública, reconhecendo e promovendo a atuação das comunidades e trabalhando coletivamente pelo respeito aos direitos humanos e pelo fim das desigualdades”, afirma. A gerente explica que os casos positivos detectados durante as ações serão encaminhados para tratamento específico em um Serviço de Atendimento Especializado (SAE) em HIV/Aids. No local, serão realizados exames complementares para avaliar a situação de saúde e o estágio da infecção, estabelecendo um tratamento adequado com antirretrovirais e outros medicamentos, quando necessário. Viver com HIV Ter HIV não é a mesma coisa que ter Aids. A especialista explica que muitas pessoas podem carregar o vírus e viver anos sem apresentar sintomas nem desenvolver a doença. “Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomadas as devidas medidas de prevenção”, alerta. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. Arte: SES-DF Deniz Catarina Lopes, soropositiva há 20 anos e representante do movimento nacional de cidadãs positivas, destaca a importância de desmistificar a ideia de que a doença é terminal. Ela compartilha sua experiência de viver com HIV, tendo dois filhos saudáveis. Deniz enfatiza a necessidade de um suporte multidisciplinar desde o diagnóstico inicial e a importância do aconselhamento para que as pessoas saibam que existe tratamento e que é possível viver bem, destacando também sua experiência como usuária do SUS. Guia prático para Atenção Primária Para fortalecer a prevenção e o tratamento do HIV, a SES lançou nesta sexta-feira (1º) um Guia Prático para Profissionais de Saúde da Atenção Primária (APS), visando ampliar e fortalecer os atendimentos. A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) e a terapia antirretroviral (Tarv) passarão a ser oferecidas, começando por Unidades Básicas de Saúde “piloto”, com expansão gradual programada para toda a rede de Atenção Primária do DF. Maria Clara Gianna, coordenadora do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, destaca a importância do início precoce da Tarv para todas as Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA), independentemente do estágio clínico ou epidemiológico, visando diminuir a transmissão do vírus e a morbimortalidade, melhorando o prognóstico. No mês de dezembro, a divulgação do guia incluirá a capacitação dos profissionais das equipes e farmacêuticos das Unidades Básicas de Saúde “piloto”, com ampliação das qualificações a partir de janeiro. [Olho texto=”Testes rápidos e distribuição de preservativos marcam o Mês de Combate à Aids em Brasília, que contará com diversas atividades voltadas para prevenção e conscientização da população sobre a doença e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Fernando Henrique Aires, da Coordenação de Atenção Primária à Saúde, afirma que o guia contribuirá significativamente para a melhoria do atendimento às pessoas que vivem com HIV. “A Atenção Primária representa a porta de entrada no sistema de saúde. É crucial não se limitar à detecção precoce, testagem e encaminhamento de casos para outros níveis de atenção. É preciso consolidar essa linha de cuidado na carteira de serviços, proporcionando um atendimento mais ágil e eficiente aos pacientes”, destaca. A Referência Técnica Distrital de Família e Comunidade, Camila Monteiro, explica que, além do Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) e da Policlínica de Taguatinga, já estabelecidos como unidades de referência no tratamento do HIV/Aids, o atendimento passa a estar disponível também nas UBSs e na Policlínica de Ceilândia II – ao lado do Hospital Regional da Ceilândia (HRC). “O lançamento do guia vai ampliar a oferta da profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP HIV), um dos métodos de prevenção à infecção pelo HIV nas UBSs”, comenta. A PrEP é um medicamento antirretroviral que deve ser ingerido antes da relação sexual, permitindo ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o vírus. O método faz parte de uma das estratégias de prevenção combinada do HIV, que reúne ferramentas biomédicas, comportamentais e estruturais, como o uso de preservativos e lubrificantes, testagem regular e adesão à terapia antirretroviral (Tarv) para controlar a infecção, por exemplo. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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