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Estudantes participam de palestra sobre o legado de JK

A Escola Classe (EC) Juscelino Kubitschek, no Sol Nascente, recebeu, na terça-feira (22), a professora e pioneira de Brasília, Cosete Ramos, para uma palestra especial dirigida a 206 estudantes do 4º e 5º anos. O encontro celebrou o legado histórico de Juscelino Kubitschek, nome que batiza a escola, e abordou também o papel das emoções no processo educativo, conectando passado e presente em uma proposta pedagógica integrada. O evento faz parte de um projeto da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) que busca promover o desenvolvimento integral dos alunos, aliando história, identidade local e educação socioemocional. A palestra ganhou ainda mais relevância por ocorrer na semana de comemoração dos 65 anos de Brasília. Professora e pioneira de Brasília Cosete Ramos apresenta a história de Juscelino Kubitschek para alunos da EC JK do Sol Nascente | Foto: Felipe de Noronha/SEEDF A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, participou da atividade e reforçou o valor da iniciativa. “É essencial manter viva a memória de Brasília e de quem a idealizou. Uma escola com o nome de JK precisa ser também um espaço de construção dessa identidade”, declarou. A palestrante Cosete Ramos apresentou o legado educacional de Juscelino Kubitschek, explicando o projeto original das escolas de Brasília, que previa unidades integradas com acesso à arte, música, teatro e outras atividades culturais. A palestrante presentou a escola com o livro De casaca e chuteiras, de Silvestre Gorgulho, que conta a história de JK. “JK era apaixonado pela educação. O projeto previa quatro escolas classe, formando um grupo, complementadas por uma escola parque. As crianças iriam estudar a parte formal em um período e, no outro, teriam acesso a teatro, arte, dança, música e pintura. Era uma concepção educacional completa para desenvolver todo o potencial dos estudantes, não só de conteúdo, mas também artístico e cultural”, explicou a professora. A estudante Sophia de Souza, 10 anos, achou a palestra inspiradora Legado educacional O diretor da escola, Lincoln Sabóia, ressaltou o impacto da ação. “É uma oportunidade única para que os estudantes entendam de onde vem o nome da escola e o significado disso tudo. Aqueles que estão no quarto ano, que já fazem um trabalho em sala de aula sobre Brasília, terão um aprendizado muito mais significativo com essa referência.” A aluna Sophia Silva de Souza, de 10 anos, resumiu o sentimento das crianças. “A palestra foi inspiradora. Aprendi muito sobre a nossa escola e sobre Juscelino. Eu me sinto privilegiada por estudar aqui.” Além da contextualização histórica, a professora Cosete também destacou a importância da educação emocional nas escolas. “É o tema mais importante hoje. A maneira como você administra suas emoções determina seu sucesso e felicidade na vida. O desafio das escolas no mundo inteiro é ensinar os alunos a lidar com suas emoções para que sejam felizes”, destacou. *Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)

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Presidentes dos Consegs Rurais são empossados

Os presidentes e as equipes dos Conselhos de Segurança Comunitária Rurais (Consegs Rurais) foram empossados nesta quarta-feira (26), durante cerimônia realizada no auditório da Escola de Governo (Egov). Os conselheiros seguem nos cargos até 2027, ano em que serão realizadas novas eleições. Os três Consegs Rurais – Ceilândia, Estrutural e JK (região que fica entre Samambaia e Taguatinga) foram criados em outubro de 2024. Os conselheiros seguem nos cargos até 2027, ano em que serão realizadas novas eleições | Foto: Divulgação/SSP-DF O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, ressaltou a importância do trabalho realizado pelos conselheiros durante a posse aos novos conselheiros e falou da importância dessa atuação na região rural. “A criação dos Consegs Rurais é fundamental para a segurança, pois promovem a cooperação entre a comunidade, as forças de segurança e outras instituições locais e são essenciais para melhorar a segurança nessas regiões, garantindo mais proteção aos moradores, propriedades e atividades produtivas”. Para o titular da SSP-DF, os conselhos poderão contribuir de forma efetiva com a prevenção da criminalidade e o fortalecimento da vigilância comunitária na área rural. “A troca de informações entre moradores e autoridades facilita a identificação de riscos e a implementação de medidas preventivas contra crimes como furtos, roubos, invasões e tráfico de drogas. Além disso, em áreas rurais, que geralmente são mais extensas, o envolvimento da comunidade na segurança contribui para melhor efetividade das atuação policial e contribui para inibir ações criminosas”, completa. Os Conselhos Comunitários de Segurança são espaços de diálogo, consulta e cooperação voluntária entre sociedade e poder público. As reuniões são realizadas mensalmente e abertas a todos os moradores interessados. “Os Consegs são fundamentais para a segurança pública, pois permitem que a população contribua ativamente na construção de soluções. Na área rural eles serão essenciais, pois poderão auxiliar na formulação de políticas de segurança específicas para a realidade rural, como patrulhamento especializado e programas de segurança no campo”, afirma o subsecretário dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública, Paulo André. Esther Baldez, vice-presidente do Conseg Rural de Ceilândia, agradeceu a oportunidade. “Essa participação da área rural é a oportunidade de podermos buscar soluções para os desafios de segurança da região. É fundamental termos essa participação na segurança pública. Já Antônio Drumond, presidente do Conseg JK, esta é a possibilidade de ter um canal direto com as forças de segurança. “Buscaremos cada vez mais segurança para a região”, finaliza. *Com informações da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF)

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Áreas rurais ganham conselhos comunitários de segurança

Mais três conselhos comunitários de segurança (Consegs) foram criados. Desta vez, as áreas rurais do Distrito Federal foram contempladas, com a publicação desta terça-feira (1º), no Diário Oficial do DF (DODF). Os novos Consegs são os de Ceilândia, Estrutural e JK – região que fica entre Samambaia e Taguatinga. Os Consegs foram criados com a proposta de integrar a comunidade com as autoridades policiais, cooperando com as ações e estratégias integradas de segurança pública | Foto: Divulgação/SSP-DF “Este foi um processo com o envolvimento dos Consegs que já existem nessas regiões, mas agora com o foco na área rural. A medida atende a uma demanda muito importante, que é a criação de mais um eixo no Programa DF Mais Seguro – Segurança Integral, a política de segurança do DF. O campo já era contemplado, mas resolvemos criar uma vertente exclusiva para este segmento, para podermos atender a área ainda com mais atenção”, ressalta o secretário de Segurança do DF, Sandro Avelar. O processo foi iniciado após diversas reuniões com os Consegs urbanos que atendem esta região. De acordo com o chefe da Unidade Gestora dos Conselhos Comunitários de Segurança, Paulo André, as diretorias e presidência serão ocupadas por membros interinos. “Até que seja realizada uma eleição específica para os três conselhos, prevista para o próximo ano, funcionaremos neste formato, a partir do dia 31 de outubro”. Sobre os Consegs Os conselhos comunitários de segurança do Distrito Federal foram criados com a proposta de integrar a comunidade com as autoridades policiais, cooperando com as ações e estratégias integradas de segurança pública, que resultem na melhoria da qualidade de vida da população e na valorização dos integrantes dos órgãos de segurança. Trata-se de um canal de participação popular de caráter consultivo e deliberativo, sem fins lucrativos e de cooperação voluntária, que atuam encaminhando as demandas de cada área às autoridades governamentais. Os representantes eleitos para os Consegs não recebem qualquer remuneração e não são vinculados à administração pública. Em outubro, receberão treinamento a ser promovido pela SSP-DF, para desempenharem suas funções. *Com informações da SSP-DF

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Tudo por aqui teve início a partir da Praça do Cruzeiro…

“Visitar a Praça do Cruzeiro é mais que visitar uma cruz. É visitar um lugar onde a gente associa toda a construção do Planalto Central”, explica Elias Manoel, historiador do Arquivo Público do DF | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Brasília nasceu na Praça do Cruzeiro. Cinco anos antes da sua inauguração, a nova capital foi demarcada, em seu ponto mais alto, com uma cruz feita de dois galhos de madeira entrelaçados. E foi lá também que, em 1957, foram registradas todas as coordenadas, calculadas no Rio de Janeiro, para que os monumentos da nova capital fossem construídos exatamente nos locais previstos pelo projeto urbanístico de Lúcio Costa. [Olho texto=”Juscelino Kubitschek chamava de pedra fundamental de Brasília a cruz do Cruzeiro” assinatura=”Elias Manoel, historiador do Arquivo Público” esquerda_direita_centro=”direito”] “Visitar a Praça do Cruzeiro é mais que visitar uma cruz. É visitar um lugar onde a gente associa toda a construção do Planalto Central. Juscelino Kubitschek chamava de pedra fundamental de Brasília a cruz do Cruzeiro. Não é aquela de Planaltina, dizia ele”, conta Elias Manoel da Silva, historiador do Arquivo Público, O servidor foi o responsável por fazer o levantamento de toda a história da Praça do Cruzeiro, que pode ser vista e revista em uma das cinco exposições virtuais preparadas pelo Arquivo Público para celebrar os 61 anos de Brasília. Como havia uma linha reta do aeroporto à Praça do Cruzeiro, era lá o primeiro ponto para onde os visitantes se dirigiam quando chegavam para conhecer as obras da nova capital. “A Praça do Cruzeiro era o belvedere de Brasília, local privilegiado do ponto de vista da cidade. É um dos lugares históricos de Brasília, que deveria ser redescoberto”, assinala Elias. Local da primeira missa e do primeiro batizado público, o Cruzeiro é um belo local para se contemplar o pôr do sol Primeira missa Apesar de hoje em dia ser famosa, apenas, pela excelente localização para se observar o pôr do sol, a praça testemunhou os principais acontecimentos da nova cidade. Muitos deles aconteceram no mesmo dia, em 3 de maio de 1957, quando foi realizada a primeira missa de Brasília, com a participação de 15 mil pessoas. Segundo Elias, toda a liturgia foi feita associando a primeira missa em Brasília à primeira rezada em 3 de maio de 1500, após a chegada dos portugueses na América. O intuito era o de promover a visão da redescoberta do Brasil por meio da interiorização e construção de uma nova capital no coração do território brasileiro. [Olho texto=”A atual aparência arquitetônica da Praça do Cruzeiro foi consolidada em 1974, a partir do projeto do arquiteto Oscar Niemeyer” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Antes de iniciar a celebração da missa, o Cruzeiro foi palco do primeiro batizado público. Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, arcebispo de São Paulo, batizou o menino Brasílio Franklin, cujo padrinho foi o então presidente Juscelino Kubitschek e, madrinha, sua esposa Sara Kubitschek, segundo texto autobiográfico. Também no mesmo dia ocorreu a primeira transmissão radiofônica de um evento coletivo no canteiro de obras que se tornava a Fazenda Bananal, local da construção da nova capital. No final da primeira missa em Brasília, Kubitschek fez seu primeiro discurso oficial na nova cidade. A atual aparência arquitetônica da Praça do Cruzeiro foi consolidada em 1974, a partir do projeto do arquiteto Oscar Niemeyer. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Toda a renovação arquitetônica e paisagística surgiu a partir do Cruzeiro. O elemento principal da praça é uma base de planta circular, com o canteiro central gramado, onde está o Cruzeiro, rodeado por um anel de água e uma plataforma pavimentada com pedra portuguesa de cor branca, onde as pessoas circulam. A base é delimitada por um banco de concreto com formato em “C”, debaixo do qual podem ser colocadas velas.

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Bloqueio no trânsito da Ponte JK neste fim de semana 

Desde as 22h desta sexta-feira (15), o Departamento de Trânsito do Distrito Federal interditou duas faixas da Ponte JK, no sentido Plano Piloto – Lago Sul. A previsão é que o tráfego seja liberado às 5h desta segunda-feira (18). Até lá, somente a faixa da direita permanece liberada para o trânsito de veículos. O bloqueio atende à solicitação da Novacap, que trabalha em obras de reparo nas juntas de dilatação da ponte. Como alternativa aos motoristas que pretendem cruzar o lago, a faixa central da Ponte Costa e Silva estará aberta no sentido Plano Piloto – Lago Sul, até este domingo (17), das 9h às 20h. * Com informações do Detran-DF

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Jornada nos passos de Juscelino

Arte: Divulgação/Setur Que Juscelino Kubitschek foi o presidente que idealizou Brasília e construiu a capital federal em mil dias, todo mundo sabe. Mas você sabia que ele esteve em uma revolução armada? Ou que foi seminarista? E que teve dois enterros? Essas e outras curiosidades fazem parte do acervo de Nos Passos de JK, projeto lançado nesta quarta (30) no site da Secretaria de Turismo (Setur) para homenagear uma das personalidade mais marcantes da história brasileira. “JK ainda instiga o imaginário brasileiro e é presente em cada canto de Brasília”, explica a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça. “Nos Passos de JK é uma jornada pela história do brasileiro mais importante do século passado e que teve participação fundamental no país que temos neste século.” Setembro Cívico A ação encerra a série Setembro Cívico – Juscelino para Sempre, que homenageou os 118 anos de nascimento do ex-presidente e divulgou a promoção de Brasília como destino do turismo cívico pedagógico nacional. Nos 30 dias dedicados a JK, foram feitas lives com personagens ligados à história do ex-presidente, uma carreata de carros antigos para lembrar a estruturação da indústria automobilística durante seu governo e o lançamento do perfil @Brasilia1960, no Instagram, que resgatou fotos antigas coloridas artificialmente para repaginar a construção da capital. Ainda dentro da programação cívica Setembro Cívico, a Setur promoveu a Troca da Bandeira virtual, em parceria com a Marinha do Brasil, e assinou acordo de cooperação técnica com o Ministério do Turismo para promover o turismo cívico junto a escolas de todo o país, além de firmar, dentro do mesmo projeto, parceria com a Voetur. Dentro do roteiro montado pela Setur na plataforma Google Earth, os internautas poderão percorrer os passos de Juscelino Kubitschek ao longo dos seus 74 anos, iniciando em Diamantina (MG), onde ele nasceu. Ao longo do trajeto, há informações detalhadas e fotos de época, muitas delas raras. Curiosidades O passeio histórico reserva curiosidades que nem todo mundo sabe, como a participação de Juscelino na Revolução Constitucionalista, em 1932, quando o ex-presidente atuou como médico na cidade de Passa Quatro (MG), onde havia acirrados conflitos entre mineiros e paulistas. “Nunca pude me esquecer daquele espetáculo”, escreveu JK, à época. “Intermitentemente, faziam-se ouvir as peças de grosso calibre, canhões e morteiros. As granadas, explodindo a intervalos, davam-me impressão tão estranha quanto sinistra. Faziam-me pensar, estourando de um extremo a outro, que o Anjo da Morte distendia um imenso sudário para amortalhar a Mantiqueira.”  Antes desse episódio, JK quase seguiu o chamado religioso. Ainda estudante, frequentou durante três anos o Seminário dos Padres Lazaristas, em Diamantina, que só deixou para ingressar no curso de medicina, em Belo Horizonte. Entre idas e vindas, o passeio leva o internauta à capital mineira, ao Rio de Janeiro e a Paris, onde Juscelino se especializou em urologia. Viagem virtual O roteiro virtual pela história do chamado “presidente bossa nova” termina depois de sua morte, em 1976, em um acidente de carro, no Rio de Janeiro. JK teve dois enterros, ritual característico daqueles que deixam este mundo para ficar na eternidade. No primeiro, ainda em 1976, em plena ditadura militar que cassou seus direitos políticos, o cortejo, segundo relatos da época atraiu mais de 200 mil pessoas até o Campo da Esperança, em Brasília. O segundo, em 1981, em sua morada definitiva localizada no Memorial JK, marcou o estabelecimento de um dos monumentos mais marcantes de Brasília. O local reúne o acervo pessoal e político do ex-presidente, fotos que contam detalhes de sua vida e obra, a sala de metas para seu governo, maquetes, vestes, imagens da construção e inauguração da capital e, ainda, uma reconstrução da biblioteca pessoal. “O legado de JK está sempre vivo”, pontua a secretária Vanessa Mendonça. * Com informações da Setur

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Exposição sobre o México mostra ligação com a capital federal

Nas imagens, destaca-se a participação do presidente mexicano nos eventos de fundação de Brasília | Foto: Divulgação/Setur A ligação da capital com o México está representada na exposição fotográfica Presença do México desde a fundação de Brasília, em 1960, aberta à visitação na manhã desta terça-feira (15), na Casa de Chá, na Praça dos Três Poderes, onde funciona o Centro de Atendimento ao Turista (CAT) do Governo do Distrito Federal. Em cartaz até 16 de outubro, a mostra comemora, ainda, o 210º aniversário de independência do maior país da América Central. Na solenidade de abertura da exposição, o embaixador do México no Brasil, José Ignácio Piña Rojas, lembrou grandes momentos que marcaram as vidas de mexicanos e brasileiros – como a Copa do Mundo de 1970, que, de acordo com as palavras do diplomata, “permeia o imaginário popular de ambos os países”. Rojas frisou que a exposição fotográfica serve como testemunho de momentos que ressaltam a relação dos dois países. As relações diplomáticas entre Brasil e México estão firmadas há 186 anos, e os países são os principais parceiros comerciais na América Latina. “Tenho certeza de que, se atuarmos cada vez mais juntos, um grande potencial ainda pode ser explorado”, lembrou o vice-governador Paco Britto, que participou do evento representando o GDF. “Os dois países respondem, juntos, por mais de 60% do PIB latino e por metade dessa população [da América Latina], e se empenham para consolidar uma relação bilateral madura e de alto nível”. A ligação da cidade com o México tem início ainda nos primórdios da capital federal. “Hoje, cumprimos um dos desejos de JK, quando, em 1960, recebeu a visita do então presidente do México, iniciando essa aproximação”, destacou a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça. Fotos da exposição mostram o encontro entre os dois presidentes da época, Juscelino Kubitschek e Adolfo López Mateos, antes mesmo da inauguração da cidade – mais precisamente, em janeiro de 1960.

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Carreata faz homenagem aos 118 anos de JK

Mais de 150 veículos de época fizeram um roteiro que exaltou a vida e o legado de JK | Foto: Divulgação Quando se fala de Juscelino Kubitschek se pensa sempre na faraônica construção de Brasília, cidade construída em mil dias. Mas o presidente que governou nos turbulentos anos pós-Getúlio Vargas também é lembrado por um feito que repercute até hoje na economia brasileira: a estruturação da indústria automobilística brasileira. Para lembrar mais este feito que ocupa o imaginário brasileiro quando se fala de JK, uma carreata de carros antigos tomou as ruas de Brasília neste sábado, 12 de setembro, dia em que o ex-presidente faria 118 anos. A iniciativa da Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF), reuniu cerca de 150 veículos, incluindo raridades como Pumas, Fordinhos Gordinis e Chevettes originais de época, entre outros. Mas foi no clássico Ford Galaxie Landau 1974 conversível, que Juscelino Kubitschek, vivido pelo ator Rodrigo Bezerra da Silva, seguiu em carreata, saindo do Museu do Catetinho rumo ao Eixão. Depois de uma volta na Praça dos Três Poderes, a carreata em homenagem ao aniversariante se encerrou no Memorial JK, onde o grupo foi recebido pelo ex-senador e vice-presidente do memorial, Paulo Octávio, que fez questão de servir o tradicional pão de queijo com café de JK. Para o empresário, casado com a neta de JK, Anna Christina Kubitschek Pereira, não poderia haver homenagem melhor para o idealizador de Brasília senão um passeio com veículos clássicos pela capital, que nas palavras dele é a “maior epopéia do século 20”. “Muitos destes carros nasceram com a indústria viabilizada por JK, de modo que existe essa profunda ligação. O caminho feito pelos carros também foi muito simbólico, começando no Catetinho, onde nasceu Brasília, e encerrando aqui, onde repousa JK”, afirmou. “Cada gesto como este nos lembra e reforça as ações do maior personagem brasileiro do século passado, que liderou de forma tão brilhante o povo brasileiro”, completou. Secretária Vanessa Mendonça e o ator Rodrigo Bezerra | Foto: Divulgação A secretária de Turismo, Vanessa Mendonça, fez questão de elogiar o cuidado do Memorial JK com o legado do ex-presidente. “Não há no Brasil lugar tão bem cuidado. Nós, que moramos nesta cidade, precisamos glorificar esta história e mostrar ao mundo este espaço tão especial”, disse ela, que lembrou todo o trabalho realizado pela Setur-DF para estruturar o turismo em Brasília a partir do olhar único que a cidade desperta. “Vamos ressignificar nossa história, vamos dar luz a este sentimento, colocar para as novas gerações a coragem e determinação destas pessoas que construíram a nossa cidade. Dessa forma, nossa capital se fortalece como destino turístico e como espaço a ser ocupado pela nossa população”, afirmou. O ator Rodrigo Bezerra, nascido em Brasília, se disse emocionado com a oportunidade de reviver JK em seu aniversário. “É uma grande alegria como ator nascido e atuante em Brasília viver uma personalidade tão marcante para o país. Hoje, eu represento todos os meus colegas de profissão e todos que, como eu, são apaixonados por esta cidade”, afirmou. Quatro rodas Quando Juscelino criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia), em maio de 1956, a frota brasileira não alcançava 800 mil veículos e havia uma demanda reprimida de automóveis e, principalmente, de caminhões. A meta de JK era ambiciosa, com mais de 90% da produção de automóveis nacionalizada até 1960. Em menos de seis meses a promessa começava a ser cumprida, com a fabricação do italiano Romi-Isetta em 5 de setembro de 1956, data considerada o marco inicial da indústria automotiva nacional. A perua alemã DKW Universal viria na sequência. O ator Rodrigo Bezerra, no Landau 1974| Foto: Divulgação A ligação de JK com o mundo das quatro rodas também virou turismo. O Landau 1974 preto, igual ao que o ex-presidente possuía, é uma das atrações do consagrado roteiro “Pelos caminhos de Brasília, ao estilo JK”, da iniciativa Visite Brasília. Quem conduziu o veículo com o JK atual foi o pioneiro de Brasília, Dilson Fernando Barbosa. “Além de pioneiro sou cidadão apaixonado pela história de Brasília. Fiz questão de vir”, disse. A secretária Vanessa Mendonça revelou aos participantes a intenção de tornar o passeio de carros antigos em homenagem a JK uma das ações fixas do calendário turístico de Brasília. “Iniciativas como esta dão vida à cidade e devem ser valorizadas, pois são ações feitas com tanto amor. Nosso trabalho é valorizar e fortalecer o trabalho destas pessoas”, ressaltou.

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Adauto Lúcio encontrou a Terra Prometida

[Numeralha titulo_grande=”11″ texto=”dias para os 60 anos de Brasília” esquerda_direita_centro=”centro”] Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade. Aos 27 anos, Adauto decidiu mudar para Brasília. Com muita fé, comecei a trabalhar muito. Se aqui era a terra das oportunidades, sim, eu iria aproveitar todas”, conta. Foto: Arquivo pessoal “Como todo rapaz, eu tinha sonhos e, de minha cidade natal, Unaí-MG, vislumbrava um horizonte de oportunidades em Brasília. Aprendi, na escola, que a capital do país foi construída de forma rápida e desafiadora. Sonhava em conhecer a Esplanada dos  Ministérios e todas as obras de Oscar Niemeyer. É, até hoje, meu local preferido pela sua grandiosidade monumental. A partir dos 20 anos minha vontade de vir a Brasília aumentava. Com 27 anos, tomei a decisão que transformaria minha vida. Com muita fé, me mudei para Brasília e comecei a trabalhar de forma incessante. Se aqui era a terra das oportunidades, sim, eu iria aproveitar todas. Montei uma loja de doces, pequena, modesta. Vi que tinha veia de empreendedor. [Olho texto=”Meus melhores momentos dos 24 anos que vivo aqui foram os degraus que percebi que estava subindo ano a ano. A Capital da Esperança se mostrou um celeiro para que meus sonhos de menino do interior fossem realizados.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Nos  24 anos aqui vividos, a novela da vida real aconteceu para mim e minha família. Com meu jeito interiorano, cativei e abri espaços. Consegui construir uma forma de trabalho em que outras pessoas também seriam beneficiadas, com a geração de emprego a centenas de pessoas, por meio de empresas atacadistas, juntamente com meus sócios que se empenharam na concretização dos nossos negócios. Quando passeio de lancha no Lago Paranoá, com minha família, sempre penso como JK foi visionário e desbravador. Nos concedeu a oportunidade de sermos independente financeiramente, com muita luta. Amo Brasília por todas as oportunidades que ela nos oferece, considero Brasília um eldorado, onde quem trabalha com honestidade, vontade e inteligência tem grande chance de sucesso. O que mais gosto de Brasília é a estrutura que ela oferece nas questões de saúde, educação e segurança, que embora não seja a ideal, é a melhor do país. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”centro”] Meus melhores momentos dos 24 anos que vivo aqui foram os degraus que percebi que estava subindo ano a ano. A Capital da Esperança se mostrou um celeiro para que meus sonhos de menino do interior fossem realizados. Mais que 60 anos, Brasília mostra sua juventude na grandiosidade de suas obras imortais. Do centro do país para o mundo. Ainda temos muito o que aprender, mas  com Garra faremos sempre o Melhor, fazendo um trocadilho com os nomes de nossas empresas.” Adauto Lúcio de Mesquita, 51 anos, empresário, mora em Águas Claras Depoimento concedido ao jornalista Freddy Charlson

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Cecéu e o amor pelo céu da capital

[Numeralha titulo_grande=”39″ texto=”dias para os 60 anos de Brasília” esquerda_direita_centro=”centro”] Em homenagem à capital federal, formada por gente de todos os cantos, a Agência Brasília está publicando, diariamente, até 21 de abril, depoimentos de pessoas que declaram seu amor à cidade.   Em 1966, na chegada a Brasília, com a família, Cecéu viu o surgimento das primeiras escolas e dos primeiros comércios locaisna ainda inacabada Asa Norte. Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília   Minha história de amor com Brasília começa com a corajosa decisão de um casal de funcionários públicos paraibanos – à época radicados na cidade de Fortaleza – de se mudarem para a Capital Federal, motivados por melhores condições de trabalho e na esperança de um futuro melhor para seus filhos. Apesar das dificuldades e desafios em viver quase como desbravadores no meio do Cerrado do Planalto Central, só quem viveu naquela época sabe o quanto foi impactante acompanhar cada etapa da construção da cidade idealizada por JK. Foi quando os nominados Candangos ou Pioneiros deixaram as diversas regiões do país para, literalmente, erguerem a Nova Capital. [Olho texto=”Apesar das dificuldades e desafios em viver quase como desbravadores no meio do Cerrado do Planalto Central, só quem viveu naquela época sabe o quanto foi impactante acompanhar cada etapa da construção da cidade idealizada por JK.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Com minha família não foi diferente. Em 1966, com meus pais e três irmãs desembarcamos na emblemática 312 Norte, uma das primeiras Superquadras do Plano Piloto. À época foi possível testemunhar o surgimento das primeiras escolas, dos primeiros comércios locais com suas padarias, bares, açougues, farmácias e a construção de novas quadras da ainda inacabada Asa Norte – dando forma ao projeto idealizado pelo arquiteto e urbanista Lucio Costa – usufruindo intensamente das áreas verdes e pilotis dos blocos. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”centro”] Por sua vez, o convívio ao longo dos anos com mineiros, baianos, goianos, piauienses, cariocas, paraibanos e cearenses – com suas diferentes características e tradições – contribuiu na formação de minha personalidade e no jeito brasiliense de ser, caracterizado pelo respeito às diferenças, à pluralidade e à diversidade cultural. A cidade que acolheu meus pais, tios e avós paternos oportunizou que parte da família entrasse para o serviço público. Hoje, aposentado, casado com uma brasiliense da gema e com dois filhos, tenho me dedicado ao hobby da fotografia o qual não tenho dúvida de que fui influenciado pela “Cidade Céu” e, como diz seu hino, a cidade “Rainha do Planalto”, que, com suas silhuetas e singularidades, me encanta e inspira. Carlos Cezar Soares Batista, o Cecéu, 58 anos, servidor público aposentado, mora na 715 Sul

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Nas placas de prédios da Asa Sul, o arcabouço do tempo

Placas e bustos remontam tempos longínquos e são indícios de homenagens, reconhecimentos de feitos heróicos. Enfim, documentam fatos históricos. Era uma obsessão dos imperadores romanos, dos gregos antigos. Diga-se de passagem, também dos políticos. E não apenas. Em 1961, num jogo contra o Fluminense, Pelé, no Santos, fez um gol tão formidável, tão espetacular, que foi reverenciado com uma condecoração – uma simples placa. Mas nascia, assim, o “gol de placa”, sinônimo para algo extraordinário. O autor da expressão foi o jornalista Joelmir Beting. Em Brasília, esses arcabouços do tempo estão nos lugares mais curiosos e inusitados. Às vezes, fazem tão parte do cotidiano dos brasilienses que muitos nem se dão contam da história que eles carregam. A  aposentada mineira Iná Moreira Miranda, talvez até por ser mineira, se dá conta. “Juscelino foi um homem importante para o país e, claro, para Brasília. Por isso aquela estátua bem ali dele”, diz, referindo-se à estrutura de bronze localizada abaixo do bloco E da quadra 206 Sul. “Muita gente fala que ele passava muito por aqui, gostava de tomar cafezinho com os porteiros e bebia no copo deles. Era um homem muito simples”, conta.    Erguido em 21 de março de 1960, junto com uma grande placa, o busto foi uma “homenagem ao construtor de Brasília” concedida pelo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (Ipase) que, naquela data, terminara o conjunto residencial de 11 prédios – um dos primeiros da cidade. Era ali que iriam morar os funcionários da instituição criada por Getúlio Vargas, em 1938.  Placa em prédio construído pelo Ipase e inaugurado em 21 de março de 1960 | Foto: Renato Araújo/Agência Brasília JK era chegado dos porteiros e dos moradores da quadra 206 Sul porque, dizem, ele morou ali, como também na quadra 208 Sul, na época em que era senador da República por Goiás, nos anos 1960. Uma curiosidade inerente somente aos simbolismos que cercam a nova capital. Todos as quadras da Asa Sul terminam nos blocos “J” e “K” – claro, mais uma homenagem ao homem que fez de Brasília uma realidade. Nascido na cidade e também morador da quadra 206 Sul, o especialista em licenciamento ambiental Ricardo Zoghbi, 45 anos, foi um dos que cresceu em Brasília familiarizado com a imagem plúmbea do presidente Juscelino Kubistchek. “Eu amo essa cidade. Cresci junto com ela, lembro quando não tinha nada aqui”, recorda. “Eu cresci no Lago Sul, mas vinha muito na Asa Sul. Costumava ficar sozinho debaixo do prédio, brincava muito por aqui”, conta. Ricardo e a filha Gabriela: JK como “vizinho”  | Foto: Renato Araújo/Agência Brasília Neto e filho de pioneiros da cidade, Ricardo Zoghbi, de origem libanesa, lembra com carinho de uma relíquia de família todas as vezes que depara com estátua de JK próximo a sua residência. Trata-se de uma carta-convite para a inauguração de Brasília, assinada de próprio punho pelo presidente e endereçada ao seu avô, na época diretor geral do Tribunal Superior do Trabalho (TST). “É uma pena, mas de tanto mudar de endereço, essa carta se perdeu. Vários servidores que tinham um cargo importante na época receberam uma igual”, lamenta. A vida dos outros Porteiro há 28 anos do bloco I da 107 Sul, quadra ladeada pelo mítico Cine Brasília, o piauiense da região da Serra da Capivara Eron Soares da Silva tem muitas histórias para contar sobre o local em que trabalha, por quase três décadas, e seus personagens.  Sobretudo porque ele tem o privilégio de ser os olhos e os ouvidos de dezenas dos moradores dos 48 apartamentos do prédio inaugurado em março de 1960 – um mês antes da inauguração da nova capital do país. Isso é o que revela a placa de bronze prensada na parede de cada um dos edifícios de seis andares construídos pelo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (Iapetc). Por meio da vida dos outros, de suas lembranças e experiências de toda uma vida, fabulações do dia a dia, Eron reconstitui a memória do espaço que foi palco das primeiras edificações da cidade. Também um dos primeiros conjuntos residenciais inaugurados em Brasília, em fevereiro de 1960, os 11 prédios da quadra 108 Sul também tiveram recursos oficiais, digamos assim, do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB).  Prédio da 108 Sul, erguido com recursos das pensões dos bancários | Foto: Arquivo Público do DF Todos trazem raras placas de inauguração de bronze, com dizeres pomposo do Marechal projetista José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque (1885 – 1959). “…Um dos maiores acontecimentos da história brasileira porque encerra a oportunidade de uma ressurreição político, econômico-administrativa e abre as portas da imortalidade àquele que concretizar a ciclópica e consagrada obra”, diz a inscrição. Morador da quadra desde que nasceu, em 1972, o advogado Ronaldo de Albuquerque recorda com carinho dos tempos de guri, quando brincava livre, leve e solto embaixo dos blocos ou por entre as árvores.  “Aqui era bem tranquilo, não tinha quase nada, as coisas estavam surgindo, esses figos gigantes ainda estavam crescendo”, volta no tempo. “É verdade, meus filhos ficavam solto por aqui, não tinha perigo nenhum, era uma maravilha”, concorda dona Iná Moreira Miranda, a moradora da 206 Sul.

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Toniquinho, o verdadeiro ‘pai de Brasília’ 

Um clichê: ele foi o sujeito certo, na hora certa. E, com uma única pergunta mudou o rumo de uma nação, o destino de um homem. Seu nome? Antônio Soares Neto, o Toniquinho JK, que morreu na quinta-feira passada (21), na cidade goiana de Jataí. Mas você sabe quem foi Toniquinho? Corta. Imagem em preto e branco. Jataí, Goiás, 4 de abril de 1955. Naquela manhã fria de uma segunda-feira, pesadas nuvens cinzas passeavam pelas cabeças das 12 mil almas que esperavam, ansiosas, pela chegada de um brasileiro ilustre. Mas a única coisa que se via e ouvia pelo céu da região era o som de trovões e relâmpagos. De repente… …Então governador de Minas Gerais, Juscelino Kubistchek havia deixado o Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, havia cinco dias, para tentar um voo maior. O cargo mais importante do país, o de presidente da República. Para tanto, deu início a um périplo por todos os rincões do Brasil em busca de voto e apoio político.  A primeira parada dessa cruzada rumo ao poder nacional seria no sudoeste goiano, na pequena cidade de Jataí. Na verdade, o primeiro encontro aconteceria em Rio Verde (GO), interrompido por forte tempestade. Contam que Juscelino Kubistchek, então concorrendo ao pleito pelo Partido Social Democrático (PSD), escolheu Jataí por uma questão estratégica. O município goiano era o mais pessedista do país na época. Quase 100% de eleitores. E também porque Serafim de Carvalho, o chefe político local, era um amigo das antigas, desde os tempos do curso de medicina em BH. De repente… …Um avião cruza o horizonte da cidade. É um Douglas DC-3 trazendo o ex-governador furacão, como ficaria eternizado JK pela imprensa mineira. Juscelino desce do aeroplano com o sorriso largo e cativante – a sua marca registrada.  Segue imediatamente com comitiva para a praça central da cidade. “Maior pequena multidão e o mais importante acontecimento político da história da cidade goiana”, descreve o jornalista e historiador Ronaldo Costa Couto no livro, Brasília Kubistchek de Oliveira. Chegando ao palanque, o céu desaba em água, dando início a um tromba d´água dos diabos. No sufoco, alguém sugere o galpão de uma oficina mecânica ali perto. O espaço é pequeno, as pessoas se espremem.  Na carroceria de um caminhão Bedford, Juscelino improvisa. Fala de desenvolvimento, fim da miséria, empregos. Também de democracia, cumprimento fiel das leis da Constituição. Empolgado, JK instiga as pessoas a fazer perguntas.  Depois do primeiro voluntário, é a vez de um jovem de 29 anos sair do anonimato e entrar para História. É o Toniquinho da Farmácia. Ou melhor: Antônio Soares Neto, inspetor de seguros. Foto: Acervo familiar Como pleiteava vaga num concurso, sabia a Constituição de cabo a rabo, lançando a pergunta no ar: “Se eleito for, o senhor vai mudar a capital para o interior do país, conforme está previsto no artigo 4º das Disposições Transitórias da Constituição?”, indagou, com palpitação no coração. Anos depois, em seus livros de memórias, Juscelino Kubistchek lembraria do susto que tomou. “A pergunta era, na realidade, embaraçosa”, escreveu. “Desde muito tempo, já me habituara a ver, no mapa do Brasil, aquele retângulo colorido, assinalado o local do futuro Distrito Federal. A ideia sempre me parecera utópica, irrealista. Entretanto, naquele comício de Jataí, vi-me, de súbito, posto frente a frente com o desafio”, admitiu. Compromisso firmado Juscelino não demorou mais do que alguns segundos para responder a Toniquinho – e aos demais moradores do local. “Acabo de prometer que cumprirei, na íntegra, a Constituição, e não vejo razão para ignorar esse dispositivo. Durante o meu quinquênio, farei a mudança da sede do governo e construirei a nova capital!”, disse – selando para sempre sua história e a do país. Já no próximo discurso, na cidade de Anápolis (GO), JK anunciaria uma mudança importante no seu plano de governo. Manteria as trintas metas iniciais apresentada, mas acrescentando como Meta-Síntese, a mais importante de seu governo, a construção da nova capital do país. “Foi uma coisa muito importante que nasceu de um gesto espontâneo, iluminado. Algo que ele tinha muito orgulho de contar para a família e amigos e a gente se orgulhava também”, contou, 64 anos depois, Carlúcio Vilela Soares, 58, um dos cinco filhos de Toniquinho, que foi enterrado na última semana em sua cidade natal sob aplausos e homenagens. “Foi um episódio que marcaria para sempre a vida dele e do Brasil. Com a construção de Brasília, todo o meio norte goiano sofreu um impacto enorme”, avaliou o historiador Roosevelt Vilela Soares, 53 anos, também filho de Toniquinho.   De fato, depois daquele dia, a vida de Toniquinho e da cidade de Jataí nunca mais seriam a mesma. Para começo de conversa, o Toniquinho da Farmácia virou Toniquinho JK e, por onde passava, era lembrado pelo feito.  [Olho texto=”Toda vez que o JK falava sobre Brasília, como a cidade surgiu, lembrava do meu pai e da fatídica pergunta” assinatura=”Roosevelt, filho de Toniquinho” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A ponto de muitos o chamarem de o verdadeiro “pai de Brasília”. Já a cidade de Jataí ganhou relevância histórica no mapa brasileiro. “Outro dia, uns amigos nossos aqui de Jataí estavam passeando na Europa e esbarram com brasileiros. O simples fato de mencionar que eram daqui foi o suficiente para eles lembrarem do Toniquinho e do famoso episódio”, divertiu, orgulhoso, Carlúcio. “Toda vez que o JK falava sobre Brasília, como a cidade surgiu, lembrava do meu pai e da fatídica pergunta”, reforçou o irmão Roosevelt, que foi um dos primeiros diretores do Memorial JK de Jataí, espaço da cidade criado em 2003, reservado para lembrar essa relação entre a cidade goiana e a nova capital do País. Homenagens De engraxate a vendedor, passando por fiscal de rendas do estado de Goiás, Toniquinho se formou em Direito nos anos 70 e até há pouco ainda exercia a advocacia. Ele recebeu importantes homenagens ao longo da vida por conta de sua participação vital no surgimento de Brasília. A última foi em junho do ano passado, em Goiânia, pela Câmara dos Vereadores.  Em Brasília, foi lembrado pela Associação dos Comerciantes do DF, Câmara dos Deputados, Senado e CLDF – que lhe concedeu o título de cidadão de Brasília, em 1999. Num dos monumentos da Praça dos Três Poderes, o Museu da Cidade, há uma referência ao goiano ilustre e quando a capital fez 50 anos, o Memorial JK de Brasília o fez questão de convidar para as celebrações. Foto: Acervo familiar “Certa vez, ele quase foi recebido pelo presidente Fernando Henrique no Palácio do Planalto, como ele não estava, quem o atendeu foi o vice Marco Maciel”, lembrou o filho Carlúcio. “Ele foi o grande jataiense, amou, defendeu e representou a terra dele. Foi um conterrâneo muito feliz, soube exercer a vida dele com amizade, coragem e honestidade”, Luziano Carvalho, prefeito de Jataí na época do encontro entre JK e Toniquinho, durante o velório do amigo. 

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Evento celebra Juscelino Kubitschek e os 38 anos do Memorial JK

Governador Ibaneis Rocha homenageou JK em cerimônia no Memorial JK, que comemora 38 anos. Foto: Renato Alves/Agência Brasília Doze de setembro. Especial para a história de Brasília, a data recebeu as devidas homenagens nesta quinta-feira (12) para comemorar os 38 anos do Memorial JK, dia também que o ex-presidente da República Juscelino Kubitschek faria 117 anos e, ainda, o Dia do Pioneiro. A cerimônia que lembrou esses eventos ocorreu no Memorial JK, no centro de Brasília, com a presença do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; de Anna Christina Kubitschek, neta de JK e diretora do Memorial; e de autoridades e secretários de governo (veja mais no vídeo abaixo). Alunos da rede pública de ensino visitaram o espaço e conheceram mais sobre a vida e obra do fundador da capital. “A política que se faz hoje precisa repensar a história de Juscelino, que fez uma política de integração nacional, produziu tanto desenvolvimento, alegria e esperança para a população. Esse exemplo está contado nas ações que JK fez com sua equipe. Está na hora de olharmos para o passado e colher exemplos como o de Juscelino, que abdicou de uma carreira de médico e de sua cidade Belo Horizonte para construir uma capital com esse espírito e trazer a integração nacional”, disse Ibaneis Rocha. Governador Ibaneis Rocha homenageou JK em cerimônia no Memorial JK, que comemora 38 anos. Foto: Renato Alves/Agência Brasília Antes da cerimônia, o conselheiro do Memorial JK, Paulo Octávio, falou sobre o ex-presidente e sua obra. “Essa é uma homenagem ao pai de Brasília, fundador da nossa cidade e um presidente que soube governar e trouxe o progresso para o nosso país. A construção de Brasília é uma enorme epopeia, não há nada igual no Brasil”, destacou. Após o discurso, os convidados foram ao segundo andar do Memorial onde encontra-se a Câmara Mortuária, espaço que é a morada definitiva do estadista mineiro. O governador do DF deixou flores no túmulo de JK e fez preces. O espaço tem paredes esculpidas por Athos Bulcão e um vitral feito por Marianne Peretti. História Inaugurado oficialmente em 12 de setembro de 1981, o Memorial JK tem 5.784 metros quadrados de área construída e reúne acervo pessoal e político do ex-presidente. São fotos, maquetes, vestes e imagens que retratam a vida de JK e a construção da capital. As comemorações do aniversário de 117 de JK e de 38 anos do Memorial seguem ao longo do dia e dos próximos meses. Uma das obras é a transformação de cinco anos de discursos do ex-presidente em livros. A primeira obra, com as falas proferidas em seu primeiro ano de governo, em 1956, será disponibilizada nesta quinta-feira (12), em sessão solene no Senado Federal. Outros lançamentos estão previstos até 12 de setembro de 2021, quando JK completaria 119 anos. Secretários de governo marcaram presença no evento, entre eles Adão Cândido (Cultura), Ruy Coutinho (Desenvolvimento Econômico) e Vanessa Mendonça (Turismo), além do diretor-presidente do DER, Fauzi Nacfur. A senadora pelo DF, Leila Barros, o senador Randolfe Rodrigues (AP), e o presidente da Câmara dos Deputados do DF, Rafael Prudente, também prestigiaram o ato. Assista ao vídeo:

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Governo quer ampliar em 10% a participação do turismo no PIB do DF

O desenvolvimento de uma sociedade está associado ao crescimento de sua economia. Essa, por sua vez, deve proporcionar geração de emprego e renda em diversos setores, inclusive no turismo. Parcerias com companhias aéreas, inclusão de Brasília em roteiros de quem viaja pelo Brasil – vindo de outros estados ou do exterior – fazem com que o Governo do Distrito Federal (GDF) coloque como meta dos próximos 40 anos o aumento em 10% da participação do turismo no Produto Interno Bruto (PIB) da capital. O prognóstico faz parte do Plano Estratégico do Distrito Federal 2019-2060, lançado em maio pelo GDF. A intenção do governo é atuar como indutor desse crescimento econômico, propiciando ambiente favorável aos negócios para atraiam, além de recursos, investimentos e turistas. Além disso, deve facilitar a comercialização dos produtos e serviços produzidos com melhoria da infraestrutura, incentivos fiscais, entre outras ações. Avião decola de madrugada do Aeroporto JK: sonho de torná-lo um hub nacional – Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Distrito Federal possui a maior renda média per capita do país. O valor é cerca de 30% superior ao segundo colocado, São Paulo, e 400% maior que o registrado no Maranhão, estado em última posição no comparativo do instituto. O desempenho de Brasília é impulsionado pela renda salarial do setor público que emprega boa parte da cidade. Primeiros passos As ações do governo em prol do fomento do turismo do DF nos últimos oito meses têm sido constantes. A ativação do Centro de Apoio ao Turista (CATs) foi a primeira delas. Além de três reabertas no Plano Piloto e outra na Torre de TV Digital, mais de 20 estão sendo projetadas para atender também as regiões administrativas. A intenção é de que cada um deles conte com profissionais qualificados pela Secretaria de Turismo. A inclusão do turismo cívico na rota de eventos da capital – com a troca da maior bandeira em mastro do país, integrando atividades para toda a família – tem, aos poucos, atraído visitantes à Praça dos Três Poderes no primeiro domingo do mês. O passeio já tem sido incluído nos pacotes vendidos pelas operadoras da cidade. Incluam-se nas ações do GDF o acordo de stop over com a TAP, a abertura de voos diretos internacionais para Cancun (México), Assunção (Paraguai), Lima (Peru) e Santiago (Chile). O objetivo, além de gerar emprego, é transformar o Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek em um grande ponto de ligação do Brasil com outros países. Vanessa Mendonça, secretária de Turismo: objetivo em fazer de Brasília uma atraente porta de entrada de estrangeiros – Foto: Vinicius de Melo/Agência Brasília A prestação de serviços, incluindo o setor público, é a principal responsável pela economia local. Após a crise financeira iniciada em 2014, houve uma intensificação da participação deste setor – que, em 2016, representou 93,4% da economia, seguido pela indústria, com 6,2% e pela agropecuária, com 0,4%. A retomada do crescimento da economia requer recursos que os orçamentos da União e do Distrito Federal não são capazes de contemplar. Dessa forma, uma alternativa que pode contribuir para o aquecimento da economia local é a atração de investimentos externos. No turismo, o Distrito Federal dispõe de um cenário competitivo, especialmente naquele associado a negócios, que movimenta atividades relacionadas a lazer, cultura, gastronomia e natureza, entre outras. “Nosso objetivo é fazer de Brasília uma nova e atraente porta de entrada de estrangeiros no país. Temos índices mais positivos de segurança, qualidade de vida, aeroporto com hub e pontualidade”, enumera a secretária de Turismo Vanessa Mendonça, que também tem desenvolvido um trabalho de incremento do setor diretamente com as embaixadas localizadas na cidade. Hotéis Segundo o IBGE, o DF conta com o sexto maior número de leitos hoteleiros do Brasil, com alta desocupação durante os finais de semana. Para potencializar a utilização da rede hoteleira em períodos de baixa ocupação, o governo assinou acordo para tornar a cidade um ponto de parada para passageiros de voos internacionais em viagens de longa duração, fazendo de Brasília um stopover. Adriana Pinto, presidente da ABIH/DF: resultado virá a médio e a longo prazo – Foto: Renato Araújo/Agência Brasília Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no DF, Adriana Pinto aposta nas ações do GDF para alavancar a participação do turismo no PIB nas próximas décadas. Consciente de que o resultado será colhido a médio e longo prazo, ela garante que o setor hoteleiro da capital está estruturado para receber turistas e atender bem quem vier visitar a cidade. “A assinatura criando voos diretos com destinos internacionais, o stop over com a TAP e a inclusão do turismo cívico no roteiro das agências são apostas excelentes”, acredita. Brasília também dispõe de estrutura aeroportuária robusta, com localização centralizada, o que permite conexões equidistantes com os principais centros consumidores e produtores do país. Esse potencial pode ser utilizado para transformar o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck em um dos principais pontos de recepção e de distribuição de cargas (hub) da América Latina, tornando-o um diferencial para o desenvolvimento econômico. Desafios Eis os desafios para o eixo proposto no Plano Estratégico do DF 2019-2060 ? aumentar a competitividade do Distrito Federal; ? atrair investimentos internos e externos para aquecimento da economia local; ? criar condições para diversificação da matriz econômica do Distrito Federal, explorando o potencial das áreas de turismo, de ? empreendedorismo, de economia criativa e de ciência, tecnologia e inovação; ? e reduzir o índice de desemprego para número menor que a média nacional

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GDF finaliza obra de revitalização do Catetinho

Governador Ibaneis Rocha entrega as obras de finalização do Catetinho. Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Primeira residência oficial do ex-presidente Juscelino Kubitschek no Distrito Federal, o Catetinho teve a sua restauração e revitalização finalizada. A obra foi concluída em julho e celebrada em cerimônia nesta quarta-feira (17) com a presença do governador Ibaneis Rocha (assista ao vídeo abaixo). Com investimento de R$ 40 mil, o reparo é o pontapé oficial para entregar à população equipamentos culturais restaurados e modernizados para o aniversário de 60 anos de Brasília, em 2020. “Tenho muito carinho por esses pontos porque eles representam um Brasil pujante. Brasília se tornou o grande centro de integração nacional. Aqui todas as culturas se aportaram e aqui se fixaram. Esse prédio simples significa um Brasil simples que existia à época”, disse Ibaneis Rocha, que autorizou a viabilização de um acesso mais fácil ao museu pela via.   Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Catetinho foi construído em apenas 10 dias, em novembro de 1956. A estrutura simples, feita de madeira, ficou conhecida como “Palácio de Tábuas”. A visitação aberta ao público permite o acesso à suíte presidencial, quarto de hóspedes e à cozinha utilizada por JK, entre outros espaços, que voltam a ter dignidade após as intervenções. Objetos, roupas e imagens do ex-presidente também revivem a memória do DF. Os secretários Adão Cândido (Cultura e Economia Criativa), Vanessa Mendonça (Turismo) e Izídio Santos (Obras) prestigiaram a cerimônia. “Temos a certeza que nossa cidade nasceu e foi pensada aqui. JK se reunia com as pessoas mais próximas a ele e nunca fui impossível existir Brasília para essas pessoas”, destacou Vanessa Mendonça. Adão Cândido pontou a iniciativa do governo. “Nossa vinda é pra marcar a retomada do carinho que devemos ter com a cultura da cidade. A recuperação da infraestrutura cultural é e sempre será prioridade da nossa gestão”, afirmou. Em visita ao Catetinho pela primeira vez, o professor aposentado Antônio Carlos Carvalho dos Santos elogiou o espaço. “Está bem conservado, agora. É uma bela homenagem ao nosso grande presidente JK”, disse o morador de Palmas (TO). Turistas visitaram o Catetinho nesta quarta (17), entre eles Antônio Carlos (à esquerda) Patrimônio cultural A ausência de manutenção atingiu em cheio o Catetinho. Sem o cuidado necessário, o edifício apresentava buracos entre as paredes, propiciando ambiente para o alojamento de colmeias. Isso resultou na infestação de abelhas, ameaçando funcionários e visitantes, inclusive a funcionalidade do museu. Jardins e a grama sumiram com o tempo, dando lugar à brita e ao chão batido. O calçamento também se deteriorou, bem como o cuidado com a identificação das peças do museu. “Esse não é um monumento só de Brasília, mas de todo o país. Aqui nasce Brasília, a capital de todos os brasileiros”, reforçou Ibaneis. Tudo isso foi arrumado com carinho. Foi feita a calafetação das frestas das paredes e as abelhas foram retiradas cuidadosamente. O trabalho ficou a cargo da Gerência de Conservação e Restauro da Subsecretaria do Patrimônio Cultural, em parceria com a Diretoria de Manutenção do Patrimônio e Espaços Culturais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF. A equipe de conservação e restauro teve o delicado trabalho de equilibrar a preservação dos patrimônios histórico, natural e ambiental da área de entorno (APA). Os jardins e espaços de gramas foram restaurados em conformidade com o projeto original. O calçamento foi inteiramente reconstruído, incluindo os que circundam a nascente. Todas as peças do Catetinho estão legendadas. Cuidar do patrimônio cultural é prioridade da atual gestão. A partir de agosto, outros espaços como o Complexo Cultural Praça dos Três Poderes e o Memorial dos Povos Indígenas vão passar por ações interventivas. Os museus, as bibliotecas e os centros de cultura e memória serão entregues para a população, no aniversário de 60 anos da cidade, em abril de 2020, em excelente condição.

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Uma cidade sonhada por dois séculos

Pedra Fundamental da nova capital colocada próximo a Planaltina em 7 de setembro de 1922 – um marco para a concretização da interiorização da capital Foto: Vinícius de Melo / Agência Brasília Brasília completa 59 anos, mas, pela história, poderia ter facilmente 268 anos. Sonhada por mais de dois séculos, a criação de uma nova capital no interior do país é defendida desde o período colonial. No início,o objetivo era proteger a colônia de invasões que poderiam vir do litoral. Com o passar dos anos, a tese passou a ser o desenvolvimento do interior do país. Muitas idas e vindas, vontades políticas distintas, mudanças de governo até a construção da capital se  transformar em metassíntese do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek e sair do papel. “A transferência da capital para o interior do país não ocorreu bruscamente, tampouco gozou de unanimidade. Foi um lento processo em que poucos acreditaram e, desses, uma porcentagem ainda menor o defendeu publicamente”, afirma Jeferson Tavares, autor do livro Projetos para Brasília: 1927 – 1957, que conta a história da transferência da capital e dos projetos feitos para Brasília. “Não tardaram as vozes contra essas ações, denominando-as de loucas e insanas”, completa. É atribuída ao Marques de Pombal a ideia mais antiga que se conhece de transferir a capital do Brasil para o interior. Em 1751, ele contratou um cartógrafo italiano que elaborou a carta geográfica de Goiás e ressaltou o valor estratégico do Planalto Central. Anos depois, em 1789, os inconfidentes mineiros queriam transferir a capital para São João Del Rey, em Minas Gerais, com a alegação de vantagem estratégica (segurança) e demográfica (povoamento do interior). Com a proclamação da Independência e a Assembleia Constituinte, José Bonifácio foi mais uma voz a defender a mudança. Ele chegou a sugerir o nome Petrópolis (cidade de Pedro) ou Brasília para a nova capital, que seria erguida na comarca de Paracatu do Príncipe, Minas Gerais. A Constituição de 1824, porém, não incorporou a tese da interiorização da capital. Foi apenas com a Constituição de 1891 que surgiu o primeiro marco legal para a interiorização: em seu artigo 3º, a lei reservou à União uma área com 14.400 quilômetros quadrados no Planalto Central, que seria oportunamente demarcada para nela estabelecer-se a futura Capital Federal. “Sempre se falava em ir para o interior, por causa da vulnerabilidade do litoral. Mas não havia nenhum estatuto legal até então”, conta o historiador do Arquivo Público do DF, Elias Manoel da Silva. Comissão Cruls Floriano Peixoto, o primeiro presidente da República, criou a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil em 1892. Presidida por Luiz Cruls e formada por 22 expedicionários, eles passaram sete meses no Planalto Central e delimitaram o quadrilátero de 14.400 km² conforme determinava a Constituição. Dois anos depois, Luiz Cruls publica o relatório da expedição e, graças ao sucesso da missão, o presidente envia uma segunda comissão ao Planalto Central, que estudou a área demarcada e especificou o melhor lugar para a construção da cidade: entre os córregos Gama e Torto, onde hoje está Brasília. Comissão Cruls, formada por 22 expedicionários, passou sete meses no Planalto Central e delimitou o quadrilátero de 14.400 km² para o Distrito Federal Foto: Arquivo Público do DF “Estava tudo pronto para começar a construir a capital, mas o governo de Floriano Peixoto chegou ao fim e seu sucessor, Prudente de Morais, paulista, não queria a mudança da capital, como seus conterrâneos”, lembra o historiador. “Propuseram a reforma do Rio de Janeiro, Prudente de Moraes cortou as verbas da comissão de estudos da nova capital e a ideia morreu por aí”, explica Elias Manoel. Mais cem anos se passaram até que, no Centenário da Independência, em 1922, deputados mudancistas voltaram a falar da transferência da capital. Eles defendiam que as ideias da Constituição fossem resgatadas e fizeram um projeto de lei para que uma pedra fundamental fosse colocada dentro do quadrilátero reservado ao futuro Distrito Federal. No dia 7 de setembro de 1922, ao meio dia, a pedra fundamental da nova capital é assentada próximo a Planaltina – um marco para a concretização das aspirações para a interiorização da capital. A Constituição de 1934 volta a prever a transferência para o ponto central do Brasil, mas apenas em 1946, com a quarta Constituição Republicana, a lei volta a representar ação prática para a mudança: o presidente Eurico Dutra nomeia um novo grupo técnico para realizar estudos de localização. Liderada por Djalma Polli Coelho, a comissão indica o mesmo território apontado por Luiz Cruls. O relatório da comissão Djalma Polli é enviado ao Congresso Nacional em 1948, mas só é aprovado em 1953. Um projeto de lei autoriza o governo a definir o sítio da nova capital e Getúlio Vargas cria uma Comissão de Planejamento da Mudança da Capital Federal. Um ano depois, com assessoria de empresas de foto análise e foto interpretação, a delegação indica os cinco melhores sítios para ser construída a nova capital e o governo enfim escolhe o Sítio Castanho como local exato para a construção da nova capital. JK Neste momento, a história da transferência cruza-se com a de Juscelino Kubitschek, então candidato à Presidência da República. Em 4 de abril de 1955, em um comício na cidade de Jataí (GO), JK é questionado se cumpriria a Constituição e faria a transferência da capital caso fosse eleito. “Quero confessar que até aquele instante não havia fixado, com a devida atenção, o problema da mudança. Mas tive que responder de pronto à pergunta”, escreveu Juscelino mais tardeCom a eleição de JK, a construção da capital começa a se tornar realidade. Em setembro de 1956, é sancionada a lei que criou a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e deu o nome de Brasília à capital. As obras começaram em outubro daquele ano e, depois de três anos e meio, Brasília é inaugurada em uma festa que durou quase dois dias. As obras de Brasília começaram em outubro de 1956 e ficaram prontas depois de três anos e meio Foto: Arquivo Público do DF “São dois séculos de história, mas faltou vontade política em outros momentos e um cara ousado como foi JK”, afirma Elias Manoel. “Mas Juscelino só pôde construir a capital em um único governo porque, quando assume a presidência, o Distrito Federal já está delimitado, o local escolhido e desapropriado. Todos os trabalhos da comissão foram passados para a Novacap”, opina o historiador. Sonho de Dom Bosco [Olho texto=”Entre os graus 15 e 20 havia uma enseada bastante longa e bastante larga, que partia de um ponto onde se formava um lago. Disse, então, uma voz repetidamente: – Quando se vierem a escavar as minas escondidas no meio destes montes, aparecerá aqui a terra prometida, de onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível” assinatura=”Dom Bosco” esquerda_direita_centro=”centro”] Os livros de história contam que a fundação de Brasília teria sido até mesmo profetizada por um santo. Em 1883, Dom Bosco, santo italiano fundador da Congregação dos Salesianos, teria sonhado que fazia uma viagem à América do Sul e viu um local especial ao chegar à região entre os paralelos 15° e 20°, onde, nas palavras de um anjo que o acompanhava em sua visão, apareceria “a terra prometida” e que seria “uma riqueza inconcebível”. A visão acabou sendo interpretada como uma premonição do local em que deveria ser construída a nova capital do Brasil. Mas Dom Bosco nunca viajou à América do Sul e historiadores afirmam tratar-se de uma manobra política criada por parlamentares mudancistas goianos para assegurar a construção da Capital Federal no Planalto Central brasileiro. O episódio é até apelidado de “Operação Dom Bosco” pelo jornalista e historiador Jarbas Silva Marques. “O sonho existiu, mas foi usado na década de 50 pelos goianos para justificar a construção de Brasília. Eles foram muito espertos, ressignificaram o sonho para dizer que até Deus queria Brasília. Havia uma forte oposição contra a mudança da capital, mas o povo brasileiro é muito religioso”, afirma o historiador Elias Manoel da Silva. Para a arquiteta Angelina Nardelli Quaglia, que estuda a história de Brasília há 14 anos, o sonho de Dom Bosco acabou se transformando em uma “simpática lenda”. “Alguns estudiosos atuais dizem que foi uma manipulação do sonho para fazer as pessoas acreditarem que aqui era um lugar prometido. Na época havia a necessidade de se criar essa comoção nacional, foi uma forma de convencer as pessoas”, acredita.  

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