Distrito Federal registra aumento nas doações de órgãos e córneas
O Distrito Federal tem avançado no trabalho de conscientização sobre a doação de órgãos. Dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) apontam que, entre janeiro e junho deste ano, foram realizados, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), 156 transplantes de órgãos e 173 de córneas. No mesmo período de 2024, foram registrados 135 de órgãos e 157 de córneas — crescimento de 15,5% e 10,2%, respectivamente. Apesar do resultado, especialistas da Secretaria de Saúde (SES-DF) apontam que o maior gargalo é ainda a doação. “Existe uma máxima que diz 'sem doação não há transplante'. E é verdade. Temos, hoje, mais pacientes aguardando do que doações de órgãos. Portanto, autorizar tal atitude é fundamental para reduzir o tempo de espera e melhorar a qualidade de vida de quem precisa”, explica a diretora da Central Estadual de Transplantes (CET-DF), Daniela Salomão. Na mesma linha, o chefe do Núcleo de Relacionamento Inter-Hospitalar (NRIH), Sandro Rogério Gabriel dos Santos, reforça o papel da mobilização coletiva: “O trabalho em rede é fundamental. Quando a população entende a importância da doação e os hospitais atuam de forma integrada, conseguimos salvar mais vidas”. Para o especialista, contudo, é preciso equilibrar a clareza sobre a importância da doação com a sensibilidade diante da dor da perda. "Cada autorização significa uma nova chance de vida para quem está na fila, mas também indica que alguém amado se foi", acrescenta. Para que um paciente seja inscrito na lista de espera, é necessário passar por uma avaliação médica com profissionais autorizados | Foto: Jhonantan Cantarelle/Agência Saúde-DF Além das doações locais, o DF também participa de captações em outros estados, o que reforça seu papel de destaque no cenário nacional. Processo de transplantes Para que um paciente seja inscrito na lista de espera, é necessário passar por uma avaliação médica com profissionais autorizados. Após a confirmação da necessidade de um novo órgão, a pessoa será inserida na lista única do Sistema Nacional de Transplantes (STN). A posição pode ser consultada pelo site do Ministério da Saúde. Na capital federal, o CET-DF coordena todo o processo de transplantes, desde o gerenciamento do cadastro de receptores até a logística e a distribuição dos órgãos. A lista é nacional e o gerenciamento passa pelo SUS, ainda que alguns possam ser realizados na rede complementar. Atualmente, o DF realiza transplantes de coração, rim, fígado, pele, córnea, medula óssea, válvula cardíaca e músculo esquelético. A rede privada também oferece várias dessas modalidades. Na rede pública, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) realiza transplantes de pele. Outros procedimentos passam pelas equipes do Hospital de Base (HB-DF), Hospital Universitário de Brasília (HUB) e Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF (ICTDF). Já o Hospital da Criança de Brasília (HCB) é responsável pelo transplante de medula óssea autólogo pediátrico. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Hospital de Base realiza três transplantes renais em menos de 24 horas
Entre a manhã de terça-feira (19) e a noite de quarta-feira (20), o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) realizou três procedimentos de transplante renal. Em um intervalo de 24 horas, três pacientes conseguiram receber doações de rins e foi possível realizar os procedimentos que vão garantir a elas uma sobrevida com mais qualidade. A responsável técnica do serviço de Transplante Renal do Hospital de Base, Viviane Brandão, explicou que a instituição tem se empenhado em aumentar o número de transplantes realizados por ano. “A colaboração entre diferentes setores do hospital, como radiologia, cardiologia, urologia e a equipe de nefrologia, tem sido crucial para agilizar o processo de exames e triagem dos pacientes, reduzindo o tempo para a inclusão na lista de espera”, disse. O sucesso dos três procedimentos no Hospital de Base reflete a intensa cooperação entre as equipes de nefrologia e urologia, responsáveis pela realização dos transplantes | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília O Hospital de Base realiza transplantes renais desde o início dos anos 1980. “Houve uma época em que apenas o HBDF realizava transplantes em Brasília. Por isso, houve um tempo em que chegamos a realizar até 80 transplantes renais no ano. Depois, a oferta foi diluída, pois outros hospitais regionais também passaram a realizar o procedimento”, explica Viviane. Nos últimos anos, a média vinha sendo entre 18 e 20 transplantes por ano. Viviane ressalta que o feito de três transplantes renais em 24 horas só foi possível graças a uma série de mudanças implementadas pelo hospital nos últimos meses, que permitiram otimizar o processo de triagem, exames e colocação de pacientes na lista de espera, além de uma maior agilidade nas ofertas de órgãos para transplante, com aceite de ofertas locais e nacionais. De acordo com a chefe do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal, Flávia Gonçalves, “é um compromisso do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal do HBDF trabalhar para viabilizar o aumento do número de transplantes renais realizados no hospital”. “A colaboração entre diferentes setores do hospital, como radiologia, cardiologia, urologia e a equipe de nefrologia, tem sido crucial para agilizar o processo de exames e triagem dos pacientes, reduzindo o tempo para a inclusão na lista de espera”, afirma a responsável técnica do serviço de Transplante Renal do Hospital de Base, Viviane Brandão | Fotos: Alberto Ruy/IgesDF Em termos de números, apenas em novembro, foram registrados cinco transplantes de rim até o dia 21. Em 2024, foram 32 transplantes renais realizados até o momento, enquanto em 2023, o total foi de 19. “É um salto significativo. Porém, precisamos conscientizar a população e criar uma cultura de doação de órgãos”, lembra a Dra. Viviane. Segundo a especialista, sem a oferta de órgão, nada teria sido possível. “Duas das nossas pacientes haviam sido priorizadas na lista, devido à gravidade de seus quadros clínicos. Essa priorização coloca esses pacientes no topo da lista de espera, permitindo que recebam órgãos com maior urgência”, conta. Uma doação que chegou do Pará foi decisiva para salvar a vida de uma das pacientes receptoras. “Quando o paciente é priorizado, recebemos mais ofertas de órgãos nacionais, como foi o caso. Essas doações são organizadas por um trabalho muito sério que é realizado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) do Ministério de Saúde”, explica. Trabalhando para salvar vidas Equipe de profissionais da nefrologia e transplante renal do HBDF | Foto: Divulgação/IgesDF O sucesso dos três procedimentos mostra também a intensa cooperação entre as equipes de nefrologia e urologia, responsáveis pela realização dos transplantes. A coordenação das equipes com plantões rotativos, realizada com a ajuda de Manuel Fernandes, chefe da Urologia, garantiu que os procedimentos fossem realizados com a máxima eficiência. “Para aqueles que aguardam ansiosamente na fila de transplantes, cada doador é uma esperança. Tomar essa decisão em um momento tão delicado exige coragem e generosidade” Flávia Gonçalves, chefe do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal A cirurgia de transplante renal, que pode durar entre 4 e 6 horas, requer uma logística cuidadosa, especialmente no que diz respeito ao pós-operatório, quando os pacientes são monitorados na UTI cirúrgica antes de seguir para acompanhamento na enfermaria. Segundo a médica, o HBDF tem avançado na formação de novos profissionais, com a admissão de médicos residentes que foram formados dentro da própria instituição. “Isso tem contribuído para o aumento da capacidade do hospital de realizar transplantes”, disse. A falta de doadores continua sendo um dos maiores desafios para que os transplantes possam ser realizados com maior frequência. “O ideal seria que três transplantes renais no dia fossem rotina e não uma notícia”, conta. Viviane lembra que a doação de órgãos é um processo controlado e seguro, e que a conscientização sobre sua importância é fundamental para salvar vidas. “Em muitos casos, a negativa das famílias em autorizar a doação de órgãos é o principal obstáculo para a realização de transplantes. Com mais doadores, teremos números de transplantes cada vez melhores”, completou. “É natural que, em meio a essa dor, surjam dúvidas e receios diante da possibilidade de autorizar a doação de órgãos. Mas entendemos que é um ato de amor que permite que outras pessoas tenham uma nova chance de viver. Para aqueles que aguardam ansiosamente na fila de transplantes, cada doador é uma esperança. Tomar essa decisão em um momento tão delicado exige coragem e generosidade”, diz Flávia. Ela acrescenta que todo o processo é realizado com ética, respeito e cuidado, honrando a memória e a dignidade do doador. “Cada vida salva através desse gesto nobre é uma homenagem ao amor e à generosidade da família que decidiu dizer sim”, conclui. *Com informações do IgesDF
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Setembro Verde: Doação de órgãos salva vidas
A Campanha Setembro Verde, celebrada nesta sexta-feira (27), tem por objetivo chamar a atenção para a doação de órgãos. A data tem o objetivo de conscientizar sobre a importância desse ato e incentivar a conversa familiar aberta sobre esse gesto de esperança e solidariedade, já que a autorização é feita pela família. O mote da campanha do Ministério da Saúde (MS) deste ano é “Doação de órgãos: precisamos falar sim”, que alerta para o diálogo e desmistificação do assunto. Cerca de 66,2 mil pessoas aguardam na lista de espera por um órgão no Brasil. A lista para transplantes é única e vale tanto para pacientes do SUS quanto da rede privada. No Distrito Federal (DF), são 1,6 mil pessoas no aguardo: 801 por rins, 732 por córneas, 44 por coração e 23 por fígado. Até agosto deste ano, foram realizados 545 transplantes, sendo 207 de córnea, 177 de órgãos (incluindo rim, fígado e coração) e 161 de medulas ósseas. Campanha Setembro Verde tem o objetivo de conscientizar sobre a importância desse ato e incentivar a conversa familiar aberta sobre esse gesto de esperança e solidariedade | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF Desde 2007, foram realizados mais de 400 transplantes de coração no DF. O cirurgião e chefe do transplante cardíaco do Instituto de Cardiologia e Transplantes do DF (ICTDF), Fernando Atik, destaca que a campanha é necessária para esclarecer e sensibilizar sobre doação. “O transplante cardíaco é o tratamento padrão ouro para pacientes com insuficiência cardíaca avançada e aumenta a sobrevida neste grupo de pacientes com melhoria substancial da qualidade de vida e da capacidade física e funcional”, aponta. De acordo com o Registro Internacional de Transplante de Coração e Pulmão, a sobrevida após o transplante de coração é de 13 anos, em média. Alguns critérios podem fazer o receptor ter prioridade na lista, como pacientes com maior gravidade no quadro de saúde, por exemplo, uma vez que a condição clínica inspira maior cuidado. Também é levado em conta a impossibilidade de diálise, para pacientes renais; a insuficiência hepática aguda grave, entre doentes do fígado; a assistência circulatória, para cardiopatas; e a rejeição a órgãos recém-transplantados, além de tipagem sanguínea, compatibilidade genética, peso e altura do paciente. Caso dois pacientes atendam aos mesmos critérios, é respeitada a ordem de entrada na lista. Doadores Há dois tipos de doador: O doador vivo que pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. O segundo tipo é o doador falecido. São vítimas de lesões cerebrais irreversíveis, com morte encefálica comprovada pela realização de exames clínicos e de imagem. A técnica de enfermagem Rita de Kassia de Souza Santos autorizou a doação de rins, coração, fígado e córneas de seu filho Gabriel Henrique de Souza Veras: “O meu sim renovou e restaurou outras vidas” | Foto: Arquivo Pessoal A técnica de enfermagem do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Rita de Kassia de Souza Santos, 40, praticou um ato de amor diante da perda de seu filho Gabriel Henrique de Souza Veras, que morreu em janeiro de 2023, aos 18 anos, após um choque elétrico durante uma partida de futebol. Ela doou os rins, o coração, o fígado e as córneas do jovem. “Em algumas conversas comigo, ele me contou que gostaria que seus órgãos fossem doados. Quando foi constatada a morte encefálica do meu filho, lembrei e fiz o desejo dele”, conta Rita diz ainda que acredita ter feito a escolha certa. “Pensar no próximo, ter amor e empatia foi a parte mais linda dessa história. Essa data tem um significado importantíssimo na minha vida porque, através do meu filho, salvamos outras seis famílias. O meu sim renovou e restaurou outras vidas. Falar em doação de órgãos, por mais que me doa, aquece meu coração”, completa. Serviço de transplante no DF A Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF) é responsável pela coordenação das atividades de transplantes no âmbito do DF, abrangendo a rede pública e particular de saúde. A diretora Gabriella Ribeiro Christmann, ressalta a importância da conversa com a família na busca pela ampliação de possíveis doadores de órgãos. “Sem a autorização familiar, não há doação. Por isso é muito importante que as pessoas que desejam doar conversem sobre esse assunto com seus familiares e deixem claro a sua vontade. Quando a pessoa fala que quer doar, facilita para a família tomar a decisão e aceitar a doação”, explica. Na saúde pública, o ICTDF, contratado pela SES-DF, faz transplantes de coração, rim, fígado, córnea e medula óssea. O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) realiza transplante de medula óssea autólogo pediátrico. No Hospital de Base (HB) e no Hospital Universitário de Brasília (HUB) são feitos procedimentos de rim e córnea. O HUB também realiza transplante de medula óssea. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Culto ecumênico presta homenagem a famílias de doadores de órgãos
Seguindo as comemorações do Setembro Verde, mês de conscientização sobre doação de órgãos e tecidos, a Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CETDF) e a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) realizaram um culto ecumênico na quinta-feira (19), no jardim interno do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), em homenagem às famílias de doadores. Após o culto, familiares de pessoas que doaram os órgãos receberam uma rosa branca entregue por pessoas transplantadas que hoje levam a vida com tranquilidade, graças ao ato de generosidade. A presidente da CIHDOTT do Hospital de Base, Adriana Cavalcante, ressalta a importância de as famílias conversarem sobre a doação de órgãos e expressarem suas vontades. “A conscientização de que a doação é um ato de amor e que pode salvar muitas vidas precisa ser disseminado dentro das famílias brasileiras. É preciso conversar com os familiares que, diante de uma situação de morte, existe a possibilidade de doar órgãos”, explicou. Após o culto, familiares de pessoas que doaram os órgãos receberam uma rosa branca entregue por pessoas transplantadas | Fotos: Marcus Vieira/ IgesDF Um ato de amor Gabriel Henrique tinha apenas 18 anos quando levou um choque fulminante. Com a morte encefálica determinada pela equipe médica, a mãe dele, Rita de Kássia de Souza Santos, foi contactada pela equipe responsável e questionada se tinha intenção de doar os órgãos dele. “Um dia, no meio de nossas conversas, ele falou que, se algum dia precisasse, que ele seria doador. Eu só respeitei a vontade dele”, conta Rita. Gabriel acabou sendo um doador de córneas, coração, rins e fígado. Antônio Pereira Neto faleceu aos 47 anos de forma repentina. A irmã dele, Francineia Pereira Borges, foi contactada pouco tempo depois de receber a notícia, pelo Núcleo de Organização de Procura de Órgãos (Nopo). “Meu irmão tinha uma vida muito voltada para fazer o bem aos outros. Ele se doava muito em ações sociais. Então ele já tinha expressado o desejo de ser doador”, lembra Francineia. Francineia Pereira Borges: “Sou cristã e vejo a doação de órgãos como uma continuidade da vida” De acordo com Francineia, todos deveriam estar abertos a essa entrega: “Sou cristã e vejo a doação de órgãos como uma continuidade da vida. No sentido de ajudar o próximo, de poder dar vida por meio da nossa própria vida. Doar é como trazer vida nova a pessoas que precisam, que necessitam. É um gesto de amor, de solidariedade”. Robério Melo é portador de hemocromatose, doença em que o organismo produz muito ferro e acaba não eliminando. Por conta disso, precisou de um transplante de fígado. “Eu tinha apenas mais três dias de vida. No último dia eu recebi o órgão. Na minha cabeça, foi como se Deus tivesse me dado uma segunda chance”, conta. Robério Melo: “Quando chega a doação, você tem uma vida nova, é uma vida renovada no mundo” “Quando você está na fila de transplante, em um hospital internado, você não sabe se você vai viver para esperar a cirurgia, você não sabe se vai continuar vivo. É essa angústia, um medo misturado com esperança. Todo dia você acorda e agradece por mais um dia até chegar o transplante. Quando chega a doação, você tem uma vida nova, é uma vida renovada no mundo”, explica. Robério conta que enxergou a vida após o transplante como uma nova missão de vida. “Eu percebi que eu precisava devolver isso de alguma forma e criei o Instituto Brasileiro de Transplantados (IBTX)”. Organização sem fins lucrativos, o instituto oferece apoio aos pacientes transplantados e aqueles que vão fazer um transplante. “Damos suportes com entrega de cestas básicas, ajudamos a família a pagar uma conta de água ou de luz. Quando o provedor da casa fica doente, a família toda fica doente e passa necessidade. Então, oferecemos esse suporte”, conta Robério. “É muito bom saber que, de alguma forma, alguém vive porque recebeu um pedacinho de quem a gente ama. E saber que agora outras famílias estão felizes é muito gratificante”, conclui Francineia Pereira Borges. *Com informações do IgesDF
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Evento em apoio à doação de órgãos leva serviços de saúde ao Parque da Cidade
Neste domingo (22), a Secretaria de Saúde (SES-DF), por meio da Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF), promove o evento Setembro Verde – Doe Órgãos, Doe Vida. Entre 8h e 13h, estarão no estacionamento 13 do Parque da Cidade Sarah Kubitschek, ofertando Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), aferição de pressão arterial e medição da glicemia, além do sorteio de brindes. A campanha Setembro Verde incentiva a doação de órgãos; no DF, até agosto deste ano, foram realizados 545 transplantes de órgãos, tecidos e medulas | Foto Breno Esaki/Agência Saúde DF O objetivo da unidade responsável pela coordenação de transplantes no âmbito do DF é conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e ampliar a lista de possíveis doadores. O evento conta com o apoio do Instituto Brasileiro de Transplantados (IBTX) e busca esclarecer as etapas do processo. “Queremos promover um espaço onde as pessoas possam tirar as suas dúvidas e dissipar equívocos sobre o tema. Nosso trabalho não existe sem a participação voluntária da população”, reforça a diretora da CET-DF, Gabriella Christmann. Na programação, uma caminhada em grupo está prevista para as 9h. Às 11h30, pacientes transplantados, famílias doadoras e profissionais de saúde se reúnem para uma conversa, aberta ao público em geral. Os participantes da ação contarão com oferta de práticas integrativas e complementares em saúde, aferição de pressão arterial e medição da glicemia, além de sorteio de brindes O Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo. No DF, até agosto deste ano, foram realizados 545 transplantes, sendo 207 de córnea, 177 de órgãos (incluindo rim, fígado e coração) e 161 de medulas ósseas. Na capital federal, é de exclusiva competência da CET-DF o gerenciamento do cadastro de potenciais receptores, a organização logística da doação, bem como a distribuição dos órgãos ou tecidos removidos no DF. Serviço Setembro Verde – Doe Órgãos, Doe Vida Data: domingo (22) Horário: das 8h às 13h Local: Estacionamento 13 do Parque da Cidade, próximo à Administração Central. *Com informações da SES-DF
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Curso de determinação de morte encefálica capacita médicos de todo o Distrito Federal
O auditório da Diretoria de Inovação de Ensino e Pesquisa (Diep), localizado no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), recebeu, no dia 20 de agosto, a segunda edição do Curso de Determinação de Morte Encefálica. O objetivo foi capacitar médicos residentes do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) e da Secretaria de Saúde (SES-DF) para realizar a determinação de morte encefálica de acordo com as diretrizes clínicas e protocolos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, assegurando a precisão diagnóstica e segurança dos pacientes, e otimizando o processo de doação de órgãos e tecidos. A segunda edição do Curso de Determinação de Morte Encefálica capacitou médicos residentes do IgesDF e da Secretaria de Saúde| Foto: Divulgação/ IgesDF A iniciativa foi da Central Estadual de Transplante (CET), em parceria com o Núcleo de Organização de Procura de Órgãos (Nopo) e a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), além da Diep do IgesDF. “Para que o processo de doação e transplante de órgãos ocorra, o médico assistente deve ser capacitado para iniciar o protocolo com a identificação e notificação do paciente suspeito de morte encefálica”, explica a organizadora do curso e chefe do Nopo, médica intensivista Adriana Cavalcante. Com o aumento de profissionais capacitados para a determinação de morte encefálica, espera-se identificar mais possíveis doadores de órgãos e, consequentemente, aumentar a realização de transplantes no DF A intenção é realizar o treinamento ao menos uma vez por mês. “Nosso objetivo é capacitar o maior número possível de médicos do DF na determinação de morte encefálica”, detalha Adriana. O turno da manhã foi dedicado à parte teórica do curso. Já no período da tarde, ocorreu a parte prática, no Centro de Simulação Realística da Diep, que incluiu treinamento com exame físico no manequim simulador. O conteúdo do curso baseou-se na resolução do CFM nº 2.173, de 23 de novembro de 2017, que define os critérios para o diagnóstico de morte encefálica. “São considerados capacitados médicos com no mínimo um ano de experiência no atendimento de pacientes em coma, que tenham acompanhado ou realizado pelo menos dez determinações de morte encefálica ou completado treinamento específico conforme as normas do Conselho Federal de Medicina”, detalha Adriana. O médico Emilte Pulcinell, preceptor em residência médica na Unidade de Neurocirurgia do HBDF, destacou a importância da simulação realizada à tarde. “Temos um momento específico do curso focado no preenchimento da ficha do Termo de Morte Encefálica, que deve ser preenchida corretamente devido à carga ética, familiar e legal que o documento possui. É um exame bem elaborado, realizado por três examinadores.” Com o aumento de profissionais capacitados para a determinação de morte encefálica, espera-se identificar mais possíveis doadores de órgãos e, consequentemente, aumentar a realização de transplantes no DF. “A expectativa é de termos um número maior de médicos capacitados e conscientizados quanto ao processo de doação de órgãos”, afirma Adriana. A parte prática do curso foi realizada no Centro de Simulação Realística da Diep e incluiu treinamento com exame físico no manequim simulador Lucas Gusmão, médico do HBDF, participou do curso e considerou a experiência muito esclarecedora. “Já possuímos uma vivência, mas aqui estamos com profissionais do DF capacitados para validar a morte encefálica. Tirar dúvidas diretamente com a fonte ajuda a aprimorar o conhecimento”, declarou. “A oportunidade de realizar esse curso é fantástica porque é importante que o médico esteja sempre atualizando seu conhecimento. O Hospital de Base proporcionar isso aos colaboradores é excelente, pois incentiva o nosso aperfeiçoamento e estudo”, concluiu Lucas. *Com informações do IgesDF
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Colaboradora da Saúde recebe homenagem por doar órgãos do filho
Nesta quarta-feira (17) completa-se um ano do dia mais difícil da vida de Rita de Kássia Souza, 39, técnica de enfermagem do pronto-socorro do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Em 17 de janeiro de 2023, seu filho Gabriel Henrique Souza Veras, 18, teve a morte encefálica confirmada após receber uma descarga elétrica de um poste enquanto buscava a bola da partida de futebol em Luziânia (GO), onde morava. A técnica em enfermagem Rita de Kássia Souza foi homenageada por sua atitude, que, um ano atrás, ajudou a salvar a vida de duas pessoas | Foto: Jurana Lopes/IgesDF [Olho texto=”“Fico emocionada de saber que o meu filho foi capaz de transformar a vida desses dois jovens, porque eles estavam superdebilitados quando fizeram o transplante e agora estão bem, com saúde” ” assinatura=”Rita de Kássia Souza, técnica em enfermagem” esquerda_direita_centro=”direita”] O acidente aconteceu em 12 de janeiro, e, após ser socorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Luziânia, o jovem foi transferido para o HRSM, hospital mais próximo e onde Rita trabalha. Uma semana após a internação, o óbito foi confirmado. Mesmo diante da dor de perder o filho mais velho, Rita optou por fazer a doação de órgãos de Gabriel e mudar a vida de outras pessoas com esse gesto de solidariedade. Para homenagear a profissional e levar um pouco de conforto à técnica de enfermagem, a sua equipe, juntamente com membros da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, escreveu uma carta que foi entregue a Rita com uma cesta de chocolates e flores. Processo sigiloso “Eu nem imaginava receber essa surpresa em meio ao trabalho, no meio do expediente”, contou a profissional de Saúde. “Esses últimos dias, após as festas de fim de ano, foram muito difíceis. Quando me sinto muito mal, prefiro vir trabalhar, pois consigo me distrair e ocupar a cabeça. Fora que meus amigos me confortam e me dão apoio diariamente. Além disso, minha filha Sofia me dá forças para continuar vivendo.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] O processo de doação é sigiloso. Devido à repercussão do caso, porém, os dois jovens receptores dos rins de Gabriel – uma mulher de Brasília e um homem de Paracatu (MG) – entraram em contato com Rita quando receberam os órgãos. Para deixar a homenagem ainda mais completa, a equipe do hospital conseguiu o vídeo deles agradecendo pela doação. “Fico emocionada de saber que o meu filho foi capaz de transformar a vida desses dois jovens, porque eles estavam superdebilitados quando fizeram o transplante e agora estão bem, com saúde”, comemorou Rita. “É praticamente um milagre de Deus”, avalia. Com a doação de órgãos do filho, Rita conseguiu ajudar seis pessoas diferentes. Doação de órgãos [Olho texto=”“A atitude da Rita foi linda, e, apesar de ter perdido o filho, ela vive sorrindo, faz um trabalho de excelência aqui no HRSM” ” assinatura=”Raíssa Sudario, da equipe do hospital ” esquerda_direita_centro=”direita”] Responsável por fazer a busca ativa e acompanhar todo o protocolo de morte encefálica no HRSM, a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes é quem costuma conversar com as famílias sobre a doação de órgãos. “A atitude da Rita foi linda, e, apesar de ter perdido o filho, ela vive sorrindo, faz um trabalho de excelência aqui no HRSM. Ela merece todas as homenagens”, disse Raíssa Sudario, integrante da comissão. No HRSM, é possível fazer captação de córneas. A retirada e transplante de outros órgãos são feitos em outras unidades do DF, como o Hospital de Base e o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF). Em novembro de 2023, foi realizada a primeira captação de múltiplos órgãos no HRSM por uma equipe do ICTDF. Ao longo de 2023, ocorreram 48 casos prováveis de captação de córneas, mas somente 12 captações puderam ser efetuadas. No caso de morte encefálica, foram registradas cinco doações de córneas, totalizando 17 captações, naquele ano, no HRSM. A equipe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes lembra que é importante a pessoa deixar explícito para a família o desejo de doar os órgãos. O objetivo é ampliar a conscientização sobre a importância da doação, que pode salvar vidas. A doação de córneas pode ser feita após o óbito, com coração parado. São seis horas para captação sem o corpo refrigerado e 12 horas com refrigeração. *Com informações do IgesDF
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Pedido de tutela garante doação de córnea de menor durante plantão judicial
A atuação do Núcleo de Assistência Jurídica (NAJ) de Plantão da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) garantiu a doação de córnea de menor falecido em 22 de dezembro deste ano em virtude de choque hipolevômico — decorrente da perda de grande quantidade de líquidos e sangue —, politraumatismo, proveniente de instrumento perfurocortante. O pedido de tutela de urgência foi motivado pela negativa de autorização do pai que não conviveu com a criança desde o nascimento. De acordo com o defensor público e coordenador-chefe do Núcleo de Plantão da DPDF, José Wilson Porto, a ação de pedido de suprimento de autorização judicial paterna com pedido de tutela de urgência permitiu concessão de medida liminar invalidando a declaração de vontade paterna. “A legislação afirma que, quando o doador é menor, é necessário o consentimento de ambos. Ajuizamos a ação de outorga de consentimento solicitando que a permissão para a doação, suprindo a vontade paterna”, detalha. [Olho texto=”O pedido de tutela de urgência foi deferido pelo TJDFT e as córneas da criança foram doadas para duas pessoas, permitindo que ambas tenham a oportunidade de voltar a enxergar” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Para a mãe da criança, Leila Teixeira de Almeida, a atuação da Defensoria Pública do DF foi decisiva para realizar a vontade do menor, que sempre informou que, caso viesse a falecer, gostaria de ser doador de órgãos. “Desta forma, meu filho vai poder ver o mundo pelo olhar de outras pessoas e realizar o que tanto afirmava em vida, ser doador de órgãos”, agradece. O pedido de tutela de urgência foi deferido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e as córneas da criança foram doadas para duas pessoas, permitindo que ambas tenham a oportunidade de voltar a enxergar. Essa ação somente foi possível devido ao fortalecimento que o Governo do Distrito Federal (GDF) vem proporcionando à instituição, responsável pela defesa das pessoas mais carentes da capital federal. *Com informações da Defensoria Pública do Distrito Federal
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Distrito Federal tem novo recorde em transplantes de órgãos
A capital federal está entre os melhores índices de transplantes de órgãos e tecidos do país. De janeiro a agosto de 2023, a média de transplantes de órgãos por milhão de habitantes no Distrito Federal foi a maior do país, com 107,2. A média nacional é de 43,1, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde. [Olho texto=”“Todos somos potenciais doadores. Precisamos mudar alguns conceitos que ainda são errados. Nossas escolhas de vida ou o nosso histórico médico não são limitadores”” assinatura=”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde” esquerda_direita_centro=”direita”] Em números absolutos, de janeiro a agosto de 2023 foram 543 transplantes de órgãos, medula óssea e córnea no DF. No mesmo período de 2022, o total somou 501. O transplante de rim é o que mais cresceu, passando de 64 para 93. Em 2023, até agosto, também foram feitos 21 procedimentos de coração, 81 de fígado, 93 de rim, 135 de medula e 213 de córnea. Graças ao gesto de solidariedade de muitas famílias, Marcos Antônio Gomes, 61 anos, recebeu um coração em junho e um rim em setembro deste ano, experimentando um pouco da generosidade que também já ofereceu. Em 1987, ele doou um rim para salvar a vida da irmã. “Todo o meu tratamento foi feito pelo Sistema Único de Saúde. Tenho uma vida nova, uma nova data de nascimento. Eu penso muito na família que autorizou a liberação do coração. Muitos têm a ideia de que o coração guarda a personalidade da pessoa, mas isso não existe. Doar é um gesto de amor, de desprendimento. Eu agradeço muito a família que doou e a toda a equipe que cuidou de mim”, conta com gratidão. Marcos Antônio Gomes doou um rim para salvar a vida da irmã em 1987. Em 2023, ganhou um coração e um rim novo. “Doar é um gesto de amor, de desprendimento. Eu agradeço muito a família que doou e a toda a equipe que cuidou de mim”, diz | Fotos: Michelle Horovits/Agência Saúde-DF Casado há 17 anos, depois de dois transplantes, Marcos Gomes só sonha em se recuperar e levar a esposa para viajar. “O sonho dela é conhecer Israel. Vou dar um jeito de levá-la um dia, afinal, sem sonhos não há vida, não é mesmo?”, reflete. Doadores O Distrito Federal também integra a lista das unidades da Federação com os maiores números de doadores efetivos por milhão de habitantes, em sétimo lugar. No entanto, o potencial de doação é o maior do Brasil, o que indica que o número de doadores poderia ser maior. “Cerca de 85% desses órgãos [transplantados] vêm de outros estados”, explica a diretora da Central Estadual de Transplantes do DF, Gabriella Ribeiro Christmann. “Em transplantes de córnea, caímos para terceiro, uma vez que dependemos de doação de dentro do DF. É fundamental que você compartilhe sua vontade de ser um doador com sua família”, incentiva. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Em 2022, a taxa do Distrito Federal era de 14,2 doadores por milhão, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), enquanto a média nacional foi de 17 pessoas a cada um milhão de habitantes. A doação de órgãos só ocorre com a autorização da família. Por isso, é essencial comunicar suas intenções de doar órgãos. No caso de doações de rins ou parte do fígado em vida, é preciso ser parente de até 4º grau. O Sistema Estadual de Transplantes (SET), liderado pela Central Estadual de Transplantes, é a espinha dorsal dessa rede de esperança, assegurando que os órgãos cheguem às pessoas que precisam deles. “Todos somos potenciais doadores. Precisamos mudar alguns conceitos que ainda são errados. Nossas escolhas de vida ou o nosso histórico médico não são limitadores”, reforça a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. A maior demanda no cenário nacional atualmente é por doações de rins, com 32 mil pacientes na lista de espera, incluindo 667 residentes da capital federal. No DF, no Hospital de Base (HBDF) e no Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) são feitos os procedimentos para rim e córnea, enquanto o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF) faz transplantes de coração, rim, fígado, córnea e medula óssea. Doando vida José Flávio dos Santos é só alegria depois de ganhar um coração novo. Ele agradece toda a equipe do SUS e do ICTDF que acompanhou sua recuperação José Flávio dos Santos sofreu com a doença de Chagas por anos, até que seu coração não suportou e ele entrou na fila de transplante em fevereiro de 2022. Por conta de complicações da enfermidade, o paciente teve direito prioritário. “Antes eu não conseguia fazer nada que cansava, não conseguia escovar os dentes, caminhar, não tinha vida. Eu ficava na cama o tempo todo”, relembra. O coração compatível para José chegou de Goiânia em 19 de setembro de 2023 e mudou a vida dele. Emocionado, ele é só agradecimento à equipe médica. “Estou só esperando a alta para ir embora. A pessoa que doa um órgão, doa vida. Hoje eu tenho vida”, frisa. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal
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Setembro Verde: entenda a lista de transplantes e como ser doador
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Setembro Verde: família é peça-chave para a doação de órgãos
O mês de setembro é marcado pela comemoração do Dia Nacional da Doação de Órgãos. Além de conscientizar sobre a importância da prática, a data, dia 27, busca incentivar que pessoas interessadas na doação voluntária conversem com as respectivas famílias sobre o desejo. Hoje, segundo a legislação vigente, os familiares são os únicos responsáveis pela decisão de doar ou não os órgãos do ente falecido. Dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) mostram que, em 2023, o Brasil atingiu o número recorde de transplantes, em comparação com os últimos 10 anos. De janeiro a junho, familiares de mais de 1,9 mil doadores efetivos autorizaram o processo de doação de órgãos, permitindo a realização de 4,3 mil cirurgias – um aumento de 16% em relação ao ano passado. Os números também indicam uma capacidade de recuperação nacional das cirurgias de transplantes duramente impactadas pela pandemia de covid-19. Obstáculos O DF tem 1.260 pessoas aguardando por uma doação voluntária. A recusa familiar é o maior obstáculo à melhoria dos índices de transplantados | Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília Apesar da evolução apontada pelos números, a média de doadores segue distante de suprir a demanda de pacientes. Atualmente, conforme o Ministério da Saúde, cerca de 66,2 mil pessoas aguardam na lista de espera por um órgão no Brasil. Trata-se de uma das maiores listas dos últimos 25 anos. No Distrito Federal, são 1.260 pessoas aguardando por uma doação voluntária. Especialistas afirmam que a recusa familiar é o maior obstáculo à melhoria dos índices de transplantados. A Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) estima que praticamente metade das famílias entrevistadas pelas equipes de saúde rejeitaram doar os órgãos após a morte dos potenciais doadores. Entre as justificativas mais comuns, estão a incompreensão sobre a morte encefálica, questões religiosas e a rejeição em esperar por um prazo maior para entrega do corpo. “Isso configura um grave obstáculo ao nosso trabalho, especialmente entre aqueles procedimentos que não podem ser realizados com um doador vivo. Somente membros da família poderão autorizar que os órgãos e tecidos sejam doados. Por este motivo, a gente pede que aquelas pessoas interessadas em doar possam manifestar essa vontade de maneira objetiva, racional e bastante consciente aos seus familiares”, defende Gabriella Ribeiro Christmann, diretora da Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF). Gabriella Christmann explica que a doação de órgãos depende exclusivamente da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade | Foto: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília Gabriella explica que a doação de órgãos depende exclusivamente da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. “Não cabe mais a manifestação do desejo por testamento ou em documento de identidade”. Foi justamente a conversa prévia com a família que viabilizou o desejo de Edinei Souza Duarte, 42 anos, morto em função de um acidente vascular encefálico (AVE). “Meu irmão era um rapaz novo, saudável. A morte dele pegou a gente de surpresa, mas não houve hesitação, porque na minha família, a gente sempre conversou sobre isso. Meu irmão sempre deixou claro qual era a sua vontade”, explica Diana Souza Duarte, 42, irmã do vigilante. A servidora pública afirma que o gesto do irmão tem ajudado a família a superar o processo de luto decorrente de sua morte precoce. “É reconfortante para a gente saber que meu irmão ajudou a dar sobrevida para outras pessoas. Isso acalma, acalenta o coração da gente. É um pedacinho de uma pessoa que você ama ajudando com que outra pessoa sobreviva. Acho que foi isso que levou a gente a querer doar”, completa. Quem pode doar Diana Souza Duarte autorizou a doação de órgão do irmão: “Não houve hesitação, porque na minha família, a gente sempre conversou sobre isso” | Foto: Joel Rodrigues/ Agência Brasília Existem dois tipos de doação: com o doador ainda vivo ou após a morte. Os procedimentos inter vivos permitem a doação de um dos rins, da medula óssea ou de partes de órgãos, como fígado e pulmão. Para este tipo de transplante, é recomendado que o doador tenha vínculo parental de até quarto grau com o receptor. Cônjuges também estão autorizados e não aparentados, apenas com autorização judicial prévia. A doação após a morte, por sua vez, ocorre geralmente em casos de morte encefálica ou por parada cardiorrespiratória. É possível, neste cenário, a doação de órgãos como coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino e rins, além de tecidos, ossos e tendões. Os procedimentos dependem, no entanto, de uma análise médica que definirá a viabilidade das doações. A doação de órgãos não é recomendada entre pacientes diagnosticados com doenças infecciosas graves e tumores malignos. Isso ocorre para evitar que os receptores possam desenvolver as enfermidades e condições clínicas dos respectivos doadores. Entenda a lista [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Em todo o território nacional, incluindo o Distrito Federal, quem precisa de um transplante é inscrito em uma lista nacional por um médico credenciado pelo Ministério da Saúde, responsável pela gestão do SNT. A relação de pacientes é unificada, ou seja, aqueles atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou pela rede privada recebem as mesmas oportunidades de serem transplantados. A ordem na relação, porém, será definida exclusivamente com base em critérios técnicos. Pacientes com maior gravidade no quadro, por exemplo, recebem prioridade na lista, uma vez que a condição clínica inspira maior cuidado. Outros critérios podem fazer o receptor ser priorizado na lista, como impossibilidade de diálise, para pacientes renais; insuficiência hepática aguda grave, entre doentes do fígado; assistência circulatória, para cardiopatas; e rejeição a órgãos recém-transplantados. Há também casos em que a ordem de espera se dá pela tipagem sanguínea, compatibilidade genética entre doador e receptor, além do tamanho (peso e altura) do paciente. Caso dois pacientes atendam aos mesmos critérios, é respeitada a ordem de entrada na lista.
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Doação de órgãos ganha destaque em evento no Parque da Cidade
São Silvestre, Volta da Pampulha e até campeonatos mundiais. Aos 51 anos, a professora Maria Alice Sousa acumula medalhas de participação em corridas e transforma a própria vida em um exemplo da importância da doação de órgãos. “Transplante significa vida”, comemora. Neste domingo (17), ela esteve no Parque da Cidade no evento promovido pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) em alusão ao Setembro Verde, campanha de conscientização sobre a doação de órgãos. O Distrito Federal tem registrado aumento no número de doações: em 2022, foram 747 procedimentos e nos sete primeiros meses de 2023 foram 500 | Fotos: Divulgação/Agência Saúde-DF Há dez anos com um novo fígado, Maria Alice estava ali como um exemplo do sucesso dos transplantes. “Ser doador de órgãos é poder ajudar a escrever histórias”, afirma. O Distrito Federal tem registrado aumento no número de doações: em 2022, foram 747 procedimentos e nos sete primeiros meses de 2023 foram 500. Porém, a meta é ampliar os números. “Cerca da metade das famílias dos potenciais doadores acabam recusando”, conta a diretora da Central Estadual de Transplantes (CET-DF) da SES-DF, Gabriella Christmann. De acordo com os servidores da área, a maior causa de recusa às doações é a família não ter conhecimento de qual seria a vontade do parente falecido. “Tentamos em eventos como este tratar sobre o tema de maneira leve, para que as pessoas possam conversar em casa”, explica a diretora. O vendedor de picolé Edson de Jesus, de 48 anos, por exemplo, aproveitou o dia de trabalho no Parque da Cidade para tirar algumas dúvidas. “Eu acho bem legal, porque a pessoa que faleceu não vai mais precisar dos órgãos”, opina. Ele disse que nunca conversou sobre o assunto com a família, mas ficou convencido a tratar a respeito do tema. Há dez anos com um novo fígado, Maria Alice estava ali como um exemplo do sucesso dos transplantes: “Ser doador de órgãos é poder ajudar a escrever histórias” O evento também contou com rodas de conversas, serviços de aferição de pressão e de glicemia, ginástica laboral e música com um dueto do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF). Solidariedade para salvar vidas Qualquer pessoa de dois anos a 75 anos pode se tornar doador de órgãos, em caso de falecimento decorrente de morte cerebral, mais comum em casos como acidentes, quedas, acidente vascular cerebral e afogamento, dentre outras ocorrências. É necessário que estivesse em condições gerais de saúde adequadas, sem doenças como câncer, por exemplo. Se identificadas as condições adequadas para o procedimento, a família é convidada para uma conversa sobre o tema tão logo seja iniciado o protocolo de morte encefálica. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] De acordo com a diretora da CET-DF, todos os procedimentos ocorrem com o máximo respeito ao doador, aos familiares e aos rigores técnicos. A morte encefálica, por exemplo, só é confirmada após a análise de dois médicos diferentes, além de exames comprobatórios. “O protocolo não deixa dúvidas”, explica. Uma única pessoa pode se tornar doadora de coração, dois rins, fígado e córneas. Atualmente, cerca de 700 pessoas aguardam na lista por um transplante no DF, sendo a maioria por rins. Tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na rede complementar, o paciente entra na lista de transplantes por meio da inserção de seu nome no Sistema Nacional de Transplantes (SNT), sendo os receptores selecionados por ordem cronológica, em função da gravidade ou da compatibilidade sanguínea e genética com o doador. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Parque da Cidade terá evento no domingo pela doação de órgãos
Em alusão à campanha do Setembro Verde, mês da conscientização sobre a doação de órgãos, a Secretaria de Saúde (SES-DF) promove, neste domingo (17), evento para reforçar a importância do tema. A ação ocorre no Estacionamento 10 do Parque da Cidade, das 9h às 13h. [Olho texto=”O Distrito Federal aparece no sétimo lugar entre as unidades da Federação com maior número de doadores efetivos por milhão de habitantes. Além disso, a capital aparece em primeiro lugar por milhão de habitantes com o maior número de transplantes de fígado e de coração realizados” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Na programação, haverá conversas sobre doação de órgãos, aferição de pressão e de glicemia, ginástica laboral e música com um dueto do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF). Além disso, serão convidados pacientes que aguardam um transplante, além dos que já foram transplantados e de famílias doadoras, para relatos e troca de experiência. “A importância de doar órgãos está em dar esperança ou uma maior qualidade de vida a quem precisa. Há muitas pessoas que só têm essa oportunidade para continuar vivendo, como quando se fala em um dependente de hemodiálise ou de alguém que tenha problema visual”, lembra a diretora da Central Estadual de Transplantes (CET-DF) da SES-DF, Gabriella Christmann. Setembro Verde trata da importância da doação de órgãos; no domingo (17), a Secretaria de Saúde promove evento sobre o tema no Parque da Cidade | Foto: Breno Esaki/Arquivo Agência Saúde-DF Podem se beneficiar do transplante pessoas com doenças crônicas ou agudas, cujos tratamentos já esgotaram as possibilidades de recuperação e que a única alternativa seja a substituição do órgão ou tecido afetado e para as quais o transplante seja uma indicação formal e uma possibilidade terapêutica vantajosa. Essas doenças e condições de saúde estão elencadas no Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes, definido pela Portaria de Consolidação GM/MS Nº 4, de 28 de setembro de 2017. Ranking O Distrito Federal aparece no sétimo lugar entre as unidades da Federação com maior número de doadores efetivos por milhão de habitantes. Além disso, a capital aparece em primeiro lugar por milhão de habitantes com o maior número de transplantes de fígado e de coração realizados. No ranking dos procedimentos de rim, medula óssea e córnea, o DF é o segundo colocado por milhão de habitantes. [Olho texto=”O paciente se torna um possível doador quando preenche os requisitos estabelecidos no protocolo médico que evidencia a morte encefálica, para doação de órgãos, e a morte cardíaca ou encefálica, para doação de tecidos; mas o que realmente define é a decisão da família” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Até julho deste ano, já foram realizados 500 transplantes. Em 2022, ocorreram 747 procedimentos. Atualmente, 711 pessoas aguardam na lista por um transplante no DF. Desses, 648 esperam por um rim, 44 estão na fila para receber um coração e 19 aguardam por um fígado. Para entrar na lista de espera de transplante, o médico do paciente precisa cadastrá-lo em uma lista única. Os receptores (pacientes que estão na lista) são separados de acordo com as necessidades e conforme o órgão que precisa, tipos sanguíneos e outras especificações técnicas. O paciente se torna um possível doador quando preenche os requisitos estabelecidos no protocolo médico que evidencia a morte encefálica, para doação de órgãos, e a morte cardíaca ou encefálica, para doação de tecidos; mas o que realmente define é a decisão da família. Segundo a diretora, se o indivíduo quer ser um doador, é essencial deixar, em vida, essa vontade bem clara, pois, na prática, são os familiares que autorizam o procedimento. Prioridade Tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na rede complementar, o paciente entra na lista de transplantes por meio da inserção de seu nome no Sistema Nacional de Transplantes (SNT) pela equipe transplantadora que o avaliou. O sistema de lista única tem ordem cronológica de inscrição, sendo os receptores selecionados desse modo, em função da gravidade ou da compatibilidade sanguínea e genética com o doador. Porém, a distribuição depende de outros critérios além do tempo na fila, que variam de acordo com o órgão a ser transplantado e suas devidas necessidades. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Os critérios de desempate são diferentes de acordo com o tipo de órgão ou de tecido. A gravidade é motivo de priorização ou de atribuição de um caso especial. Além disso, o público infantil tem prevalência quando o doador também é criança ou quando há adultos concorrendo. “Havendo um doador, o sistema informatizado do SNT gera uma lista de pacientes compatíveis de acordo com tipo sanguíneo, peso e altura. Essa lista é do próprio estado, pois a prioridade é de o órgão ficar no estado em que foi doado”, explica Christmann. “Em seguida, são analisadas equipes para o recebimento do órgão e exames dos possíveis receptores. Se não houver, a Central Estadual de Transplantes oferta aquele órgão para a Central Nacional de Transplantes.” É possível acompanhar a posição e a evolução da lista de espera pelo site do STN. Basta clicar em “Prontuário do Paciente” e selecionar o cadastro técnico referente ao tipo de transplante inscrito. Para realizar a consulta, o paciente deverá ter em mãos o número do Registro Geral da Central de Transplantes (RGCT), Certidão de Nascimento e CPF. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Doar órgãos é valorizar a vida e permitir novo recomeço
[Olho texto=”“O esclarecimento sobre como se tornar um doador é fundamental para que possamos renovar as esperanças dessas pessoas que aguardam por essa doação”” assinatura=”Camila Hirata, diretora da Central Estadual de Transplantes” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Um gesto que se define com apenas uma palavra: amor. E foi por amor que Aparecida de Freitas doou um rim ao irmão José Gilson de Freitas e mudou a vida dele. Já recuperado do transplante feito em 27 de agosto no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), José Gilson comemora: ficou no passado a luta pela sobrevivência em cansativas sessões de hemodiálise. Hoje, os irmãos recordam-se dos dias difíceis e incentivam a doação de órgãos e tecidos tanto entre pessoas vivas quanto no caso de famílias que autorizam o procedimento a partir de algum órgão de um parente morto. José Gilson com a irmã, Aparecida, de quem recebeu um rim: “Que isso sirva de incentivo a todos que tenham esse mesmo gesto de amor, que é o gesto de doação” | Fotos: Breno Esaki/Agência Saúde Com a mensagem “Diga sim à vida”, a campanha Setembro Verde, no Distrito Federal, representa um novo ciclo, uma nova vida para quem passa por dias difíceis e tem a oportunidade de recomeçar. “Hoje, no Brasil, mais de 45 mil pessoas aguardam por um transplante”, reforça a diretora da Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Saúde, Camila Hirata. “O esclarecimento sobre como se tornar um doador, essa conversa em família sobre doação de órgãos é fundamental para que possamos renovar as esperanças dessas pessoas que aguardam por essa doação”. Luta pela vida A batalha de José Gilson começou entre fevereiro e março de 2012, quando, em uma viagem, ele descobriu ter nefropatia por IgA, uma doença renal. “O pé começou a inchar, aferimos a pressão, procuramos um hospital e, nos exames, descobri um problema renal; eu ainda não sabia qual era a doença”, lembra. Levado ao hospital e já com o diagnóstico da enfermidade, ele iniciou um tratamento conservador por indicação médica. A doença foi evoluindo com o passar dos anos e um dos rins funcionava com apenas 20% de capacidade. Em 2018, ele contraiu uma gripe que evoluiu para pneumonia. O quadro clínico agravou-se: o rim paralisou, e foi necessário começar a fazer hemodiálise. “Desde que descobri a doença eu já sabia de todos os tratamentos que existem”, conta. “O transplante é um deles. Eu entrei na fila de doador falecido em junho de 2019”. Foi nesse período que sua irmã, Aparecida, se ofereceu para doar um rim – e no início, conta, Gilson não queria que ela se submetesse ao procedimento. [Olho texto=”“O transplante renal é a melhor alternativa de tratamento para os pacientes com disfunção renal crônica e necessidade de suporte dialítico” ” assinatura=”Helen Souto Siqueira Cardoso, nefrologista do ICDF” esquerda_direita_centro=”direita”] “Ficou resistente, mas conversamos com o médico e eu estava ciente dos riscos, sabia o que poderia enfrentar, e isso não mudou a minha decisão de ajudar o meu irmão”, recorda Aparecida. A partir dessa decisão, os dois participaram de palestras, fizeram exames de compatibilidade e todos os procedimentos necessários para viabilizar o transplante. Pandemia “Eu sou da área da saúde, sou nutricionista e sei que é possível ter uma vida normal com apenas um rim, então eu decidi doar”, relata Aparecida. “As pessoas são resistentes quanto à doação intervivos; ele, inclusive, era. Quando conversou com um colega de trabalho que doou um rim para a esposa e viu que ele estava bem, mantendo uma rotina, foi que se convenceu de que eu poderia ser a doadora.” Em março de 2020, por causa da pandemia, vários procedimentos deixaram de ser feitos. Os transplantes continuaram, porém com maior rigor, como a impossibilidade de transplantar um órgão de um doador morto por covid-19. Além disso, essa restrição também vale para o transplante entre pessoas vivas. A nefrologista Helen Souto Siqueira Cardoso, coordenadora de transplante renal do ICDF, enfatiza: “O transplante renal é a melhor alternativa de tratamento para os pacientes com disfunção renal crônica e necessidade de suporte dialítico. O José Gilson, essa pessoa jovem, teve seus planos interrompidos após uma nefropatia por IgA e a necessidade de hemodiálise. Ele ganhou o rim de sua irmã, com seu grande ato de amor e um ano na fila de espera.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Expectativas Concluído o procedimento, José Gilson pondera: “Minha maior expectativa é parar de fazer hemodiálise, pois é muito sofrido. Sei que terei várias restrições para fazer uso de medicamentos [para evitar a rejeição do órgão]. O tratamento [hemodiálise] é muito agressivo”. A internação no ICDF ocorreu em 26 de agosto, véspera do transplante. Nesse dia, Gilson fez sua última sessão de hemodiálise e estava confiante e otimista. Durante a sessão, recebeu orientações do enfermeiro nefrologista Thiago Martins, de quem ouviu uma avaliação animadora: “A gente está na torcida para que seja realmente a última sessão de hemodiálise e que você possa seguir com a sua nova vida longe dessa máquina”. Emocionado, Gilson agradece também o gesto da irmã: “É um ato de amor a pessoa doar-se para passar o que ela vai passar, sendo uma pessoa saudável, tendo todas as atividades de trabalho. Ela tirou um momento da vida dela para me dar a vida também. Tenho que ficar agradecido pelo resto da minha vida e vou carregar dentro de mim um pedacinho dela”. O grande dia Na tarde de 27 de agosto, um novo capítulo foi escrito na vida de José Gilson. Após um ano na lista de espera, o grande dia chegou. Ele e a irmã foram conduzidos ao centro cirúrgico – um na sala de doador e outro na sala de receptor. Sedados, eles não viram todo o trabalho que a equipe multiprofissional fez ao retirar o rim de um e transplantar no outro. As cirurgias foram bem-sucedidas, e, a partir daquele momento, os irmãos estavam mais unidos do que nunca. O rim de Aparecida trabalhava no corpo de José Gilson e devolvia a ele a tão sonhada qualidade de vida. “O José Gilson é nosso transplante número 300”, informa Helen Cardoso. “Neste ano o ICDF realizou 27 transplantes renais, sendo 11 transplantes entre pessoas vivas e 16 transplantes com doadores falecidos”. A médica faz um apelo para que as pessoas que desejam ser doadoras comuniquem seus familiares e para que os familiares autorizem a doação. [Olho texto=”“É muito bom saber que eu trouxe qualidade de vida para o meu irmão, não só para ele, mas para a esposa, filhos e todos que viam o sofrimento dele e sofriam juntos” ” assinatura=”Aparecida de Freitas, doadora do rim” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “A doação intervivos não conseguirá suprir a demanda tão crescente nos últimos anos por transplantes renais”, alerta. “Por isso é muito importante que você comunique à sua família o desejo de doar órgãos. Doe órgãos, diga sim à vida.” A volta para casa Já em condições de retornar para casa e livre das sessões de hemodiálise, José Gilson recebeu alta em 31 de agosto e já está recuperado da cirurgia, bem como sua irmã Aparecida. A saída do hospital foi carregada de emoção, alívio e um sentimento de vitória. “O pós-cirúrgico está indo bem, as dores que a gente sente são normais”, diz. “A diferença é que não estou fazendo hemodiálise. Espero que esse rim que ganhei de presente dure por muitos anos.” Aparecida observa a qualidade de vida que o irmão ganhou quase um mês após receber o rim: “Só quem faz hemodiálise sabe o sofrimento que é. A pessoa fica muito debilitada. Ter que ir com frequência para esse tratamento – que é necessário, mas deixa a pessoa muito debilitada – é muito difícil. Nada se compara com o que era antes. É muito bom saber que eu trouxe qualidade de vida para o meu irmão, não só para ele, mas para a esposa, filhos e todos que viam o sofrimento dele e sofriam juntos”. Em casa, já com a família, José Gilson reforça a gratidão: “Que sirva de lição e aprendizado: a pessoa pode doar um rim. Às vezes, a falta de informação faz com que as pessoas tenham medo de fazer a doação e até [faz com que] com quem vai receber, como era meu caso, tenha medo também de comprometer a vida da outra pessoa. Informe seus familiares, procure informação. Hoje estou muito bem, agradecido a Deus, a ela [a irmã] por esse gesto, e que isso sirva de incentivo a todos que tenham esse mesmo gesto de amor, que é o gesto de doação”. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Encontro debate ações para incentivar doação de órgãos
A campanha Setembro Verde alerta sobre o incentivo à doação de órgãos e tecidos. Este ano, até o momento, foram realizados no Distrito Federal 448 transplantes e, para fortalecer as ações sobre o tema, um encontro ocorreu nesta terça-feira (21) na Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências de Saúde (Fepecs), reunindo o secretário de Saúde, general Pafiadache, e representantes dos hospitais multitransplantadores do DF. Na reunião com representantes dos hospitais multitransplantadores do DF, o secretário de Saúde, general Pafiadache, ressaltou que a doação de órgãos e tecidos é prioridade para a pasta| Fotos: Breno Esaki/Agência Saúde-DF “Nos próximos meses, o foco será no fortalecimento das comissões intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos para transplantes, que são as principais responsáveis pelo necessário aumento no número de doadores”, explica Camila Hirata, diretora da Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET). [Olho texto=”“O GDF já se projeta no cenário nacional em números de cirurgias realizadas e está acima da média nacional em transplantes realizados de coração, fígado, rim, córnea e medula óssea”” assinatura=”General Pafiadache, secretário de Saúde” esquerda_direita_centro=”direita”] Segundo o secretário de Saúde, general Pafiadache, a doação de órgãos e tecidos é prioridade para a Secretaria de Saúde do DF. “O GDF já se projeta no cenário nacional em números de cirurgias realizadas e está acima da média nacional em transplantes realizados de coração, fígado, rim, córnea e medula óssea. O maior beneficiário disso é o paciente que aguarda na fila por um órgão”, informou o secretário. O general também enfatizou o trabalho que o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), unidade contratada pela Secretaria de Saúde, realiza. “O ICDF tem compromisso com o paciente, desde a procura e a captação do órgão, até a cirurgia e o pós-operatório”, destaca. Transplantes feitos no DF O Distrito Federal realiza transplantes de córnea, tecido esquelético, medula óssea, rim, fígado e coração. Os procedimentos são feitos em hospitais da rede pública, conveniados e da rede privada. São eles Hospital de Base, Hospital Universitário de Brasília (HUB), Hospital da Criança de Brasília – José Alencar (HCB), Instituto de Cardiologia do DF (ICDF), Hospital Brasília, Hospital DF Star, Hospital Sírio-Libanês e Hospital Santa Lúcia. [Numeralha titulo_grande=”448″ texto=”transplantes foram realizados no DF este ano, até agora” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O Instituto de Cardiologia é referência em transplante de coração para pacientes do DF e de outros estados, principalmente das regiões Norte e Centro-Oeste. Somente nesta unidade são realizados transplantes de coração, fígado e medula óssea no DF pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Hospital Regional da Asa Norte (Hran), que é referência no atendimento a queimados no DF e no Centro-Oeste brasileiro, faz transplantes de pele por meio de autorizações especiais e está em processo de credenciamento para realizar esse procedimento. Painel de Transplantes O portal InfoSaúde-DF conta com o Painel de Transplantes – ferramenta lançada em agosto de 2021 -, onde a população do DF pode acompanhar, de forma transparente, as informações sobre transplantes, em que é possível consultar dados como fila de espera por órgão, número de pacientes transplantados e hospitais onde cada procedimento foi realizado. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Também participaram do evento na Fepecs a coordenadora-geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Arlene Badoch; a diretora executiva da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências em Saúde, Inocência Rocha; a diretora-geral do Complexo Regulador em Saúde do DF, Joseane Gomes, e o tesoureiro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, Fernando Atik. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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Famílias de doadores de órgãos têm atendimento pós-luto
A Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF) iniciou o projeto Follow-up, que tem por objetivo prestar apoio e acompanhamento psicológico às famílias que autorizaram a doação de órgãos de um familiar falecido. Pelo atendimento, as equipes da Secretaria de Saúde ajudam os familiares a lidar com o processo do luto. [Olho texto=”A doação de órgãos somente é realizada com o consentimento livre e esclarecido da família que, após a morte do doador, autoriza a retirada dos seus órgãos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] O Follow-up existe desde abril e já foi ofertado a 26 familiares que autorizaram a doação de órgãos e tecidos de seus entes. De acordo com a legislação de transplantes, a doação de órgãos somente é realizada com o consentimento livre e esclarecido da família que, após a morte do doador, autoriza a retirada dos seus órgãos. Considera-se familiar autorizador o cônjuge, o companheiro ou o parente consanguíneo de maior idade e juridicamente capaz, na linha reta ou colateral até o segundo grau, a exemplo do pai, da mãe, dos irmãos e dos avós maternos ou paternos. O familiar autoriza a doação por escrito e o documento também é assinado por duas testemunhas. No caso de doadores pediátricos, a legislação exige a autorização expressa de ambos os genitores, conforme prevê a Lei 10.211 e o Decreto 9175. Acesso ao atendimento Por ligação ou mensagem de texto, a CET procura pelo familiar que autorizou a doação de órgãos. Nesses contatos, a equipe informa que entrou em contato para verificar como essa pessoa está passando pelo processo do luto e sinaliza a existência do suporte psicológico convidando-o a participar de três atendimentos telefônicos. O trabalho busca prevenir ou minimizar os agravos psíquicos relacionados à perda do doador que, na maioria dos casos, decorre de eventos inesperados, súbitos e estressantes aos familiares, a exemplos de acidentes diversos (traumatismos cranioencefálicos ou afogamentos), violência urbana e doenças cerebrovasculares (AVCs). A equipe de follow-up é composta por psicóloga e residentes de psicologia, que observam se há fatores de risco e de proteção ao luto complicado orientando o familiar sobre quais estratégias de enfrentamento podem ser empregadas para lidar com esse processo. A psicóloga da Central Estadual de Transplantes do DF, Esther Almeida, explica como os familiares são abordados. “Inicialmente, ligamos para os familiares autorizadores explicando o trabalho e convidando-os para o atendimento. Quando não conseguimos contato por telefone, enviamos uma mensagem por Whatsapp, apresentando a proposta de trabalho. Em caso de interesse pelo atendimento, solicitamos que sinalize o melhor dia e turno para contato”, informa. A psicóloga conta, ainda, que alguns pacientes não aceitam a ajuda no primeiro momento. “Há familiares que dispensam o atendimento, mas posteriormente nos contatam solicitando o suporte. Já outros dispensam para si, mas solicitam o suporte a algum outro membro da família que possa estar apresentando mais dificuldades em lidar com o luto”, observa. Agradecimento A empresária Alexandra Gurgel da Costa Freitas, de 33 anos, foi contatada pela equipe da CET e aceitou receber ajuda psicológica do follow-up. “Entraram em contato comigo um mês após o falecimento da minha mãe. As conversas com a psicóloga me ajudaram muito no processo do luto, a enfrentar o vazio que eu estava sentindo naquele momento. Sem dúvida, é de um valor imensurável o apoio psicológico que eu recebi”, lembra. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Esther Almeida esclarece que a assistência prestada por meio do follow-up é de caráter breve e focal e que o serviço busca acolher a família do doador para que o processo de luto seja enfrentado de uma maneira menos angustiante. Quando se observa que o familiar necessita de um atendimento mais aprofundado, a psicóloga orienta que ele prossiga com os atendimentos em serviços que realizem acompanhamentos de médio a longo prazo. Há familiares que desconhecem ou apresentam dúvidas quanto aos locais e aos serviços onde podem dar continuidade aos atendimentos. Assim sendo, o follow-up ajuda com orientações de encaminhamento. “Quando o familiar apresenta histórico de adoecimento psíquico prévio agravado pelo luto, orientamos a busca de atendimento na Rede de Atenção Psicossocial da Secretaria de Saúde. No caso dos familiares que dispõem de rede de saúde suplementar (convênios de saúde ou serviços particulares), a recomendação é de que busquem esses serviços para continuidade dos atendimentos”, orienta. A psicóloga ainda ressalta a importância do follow-up e o empenho da CET em cuidar das famílias doadoras que se preocupam com a saúde e o bem-estar de desconhecidos, ainda que em um momento de sofrimento. Segundo ela, uma das missões da Central Estadual de Transplantes é zelar pela vida. “O sofrimento humano só é intolerável quando ninguém cuida”, finaliza a profissional destacando uma frase de Cicely Saunders, precursora dos Cuidados Paliativos. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Homenagem para quem doa vida
Livreto conta histórias de quem recebeu um órgão e teve a vida renovada pelo transplante | Foto: Agência Saúde Durante cinco dias, a equipe da Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal foi até algumas famílias de doadores de órgãos no DF levar um presente especial pelo grande gesto de amor. Juntamente com uma almofada em formato de coração, um livreto foi entregue contendo algumas histórias de quem recebeu um órgão e teve a vida renovada pelo transplante. A ação, em comemoração ao Dia Nacional do Doador de Órgãos, percorreu todo o DF para levar alegria àqueles que disseram “sim” à transformação de uma vida. [Numeralha titulo_grande=”8 vidas” texto=”podem ser salvas por um doador em caso de morte encefálica” esquerda_direita_centro=”centro”] Na casa da dona Palmira Ferreira de Souza, 72 anos, a família toda aguardava por uma visita comum da equipe da central. Estavam o esposo de Palmira, seu José de Souza Neto, 78 anos, a filha Jovisleide Ferreira de Souza e alguns netos na varanda da casa humilde no Setor O, em Ceilândia. “A gente veio para agradecer o gesto de amor da família por ter doado os órgãos do Gilmar. É um momento muito difícil, mas, por outro lado, têm as pessoas que estão aguardando, que também estão precisando de um órgão para continuar a vida. No caso dele foi a doação de córneas”, recorda o auxiliar de enfermagem, João Luis de Sousa, ao entregar o mimo à dona Palmira. O profissional ainda explicou que, no caso de doação de córneas, são duas pessoas que recebem o material doado, uma córnea cada um. “Então, cada pessoa que está aguardando por essa cirurgia faz uma vez de cada olho”, explica João Luis. Cartas de quem recebeu órgãos foram lidas para os familiares dos doadores| Foto: Agência Saúde Dona Palmira só consegue agradecer. “Muita saudade do meu filho, mas também muito feliz por essa pessoa que está enxergando hoje com os olhos que ele deixou. Para mim é maravilhoso, só tenho a agradecer a Deus. Muito obrigada”, disse a dona de casa, emocionada. Gilmar faleceu em fevereiro, em casa, por engasgo. A mãe estava em viagem e quem precisou decidir foram o pai e os irmãos. “Hoje a maioria de nós já manifestou o desejo de ser doador”, conta Jovisleide, a irmã que auxiliou na decisão. Mãe do doador Gilmar, Palmira recebeu a almofada-coração de presente da Central de Transplantes | Foto: Agência Saúde “Ninguém está pronto” Mesmo tendo trabalhado por 35 anos na Secretaria de Saúde, Lilian de Oliveira Souza, 65 anos, não conseguiu pensar, no primeiro momento, na possibilidade de doar os órgãos ao ver o filho Wenderson falecer aos 41 anos de idade. Quem a questionou foi seu outro filho, Warley, que teve a resposta positiva da mãe para autorizar a doação. No momento da visita da equipe, Warley não estava em casa, mas dona Lilian recebeu, emocionada, a homenagem. “Eu gostei, amei. Assim, nesse ponto aqui foi a primeira, foi meu mesmo, do meu filho. Mas eu já recebi várias homenagens nesse sentido quando trabalhava. Faz cinco anos que aposentei. Trabalhei 35 anos na Secretaria de Saúde, como técnica de enfermagem, na UBS [Unidade Básica de Saúde] aqui na regional de Ceilândia. A família toda, praticamente, trabalhou”, recordou a aposentada. Mãe do doador Wenderson, Lilian de Oliveira não conteve a emoção diante da homenagem | Foto: Agência Saúde Nesse momento fez-se uma pausa, e ela abraçou o presente. “Esse gesto meu [abraço em meio às lágrimas por trás dos óculos]… Assim, na hora você não tem reação nenhuma. Eu tive que constatar o óbito, tive que fazer tudo. E foi doído. O meu menino veio me perguntar: ‘Mãe, você vai doar’? Aí eu lembrei que tinha um documento muito antigo, eu não sei se eu guardei. Mas aí eu disse ‘vai’ [doar]. E a minha neta disse: ‘O que a senhora fizer para mim tá bom’. Espero que a pessoa que tenha recebido esteja bem satisfeito, que esteja iluminando a vida”, desejou Lilian com lágrimas nos olhos, diante do carinho recebido. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Dessa vez quem entregou o mimo foi a residente de enfermagem Mylena Moreira. E, assim, a equipe despediu-se com um longo e repetido adeus, ao portão da casa de esquina no Sol Nascente. O recomeço Bernardo Teixeira e Ana Passarela são pais da pequena Mariana e receberam o presente da equipe da Central de Transplantes na tarde desta terça-feira (29). Emocionados, eles lembram da pequena que ajudou a salvar outras vidas. O gesto de amor que fizeram após o falecimento da filha significou o recomeço para outras famílias. Veja o momento em que Ana recebe o presente com uma carta com agradecimentos de quem recebeu órgãos: Para ser um doador… Há dois tipos de doadores. O primeiro é o doador vivo, uma pessoa que concorde com a doação de um dos seus rins ou parte do fígado, da medula óssea e parte do pulmão. Nesses casos, geralmente os doadores são parentes ou familiares que têm órgãos compatíveis com a pessoa que precisa receber. Tratando-se especificamente da medula óssea, interessados podem se cadastrar na Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) para ser um candidato à doação. Willian (com camiseta laranja) e Ana (com vestido) são pais da pequena Mariana | Foto: Agência Saúde O segundo tipo é o doador falecido, um paciente com diagnóstico de morte encefálica ou morte por parada cardíaca, com doação autorizada pela família. Para ser doador, nos casos de falecimento, basta informar à própria família sobre a vontade de doar, pois somente ela pode autorizar a doação dos órgãos após o diagnóstico de morte encefálica ou falecimento por parada cardíaca. No caso de morte encefálica, cada doador pode salvar até oito vidas. * Com informações da Secretaria de Saúde
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Doação de órgãos. Pense nisso
Celebrado neste domingo (27), o Dia Nacional da Doação de Órgãos tem como objetivo incentivar o debate sobre a doação e o transplante de órgãos. Apesar dos percalços causados pela pandemia do novo coronavírus, a Secretaria de Saúde, por meio da Central Estadual de Transplantes (CET), promoveu ações pontuais para comemorar a campanha do Setembro Verde, mês destinado à conscientização sobre o assunto. “Devido à pandemia, foi preciso adaptar a programação de atividades que fazemos anualmente. A preocupação era manter a segurança que o momento exige sem deixar a data passar em branco” explica a chefe do Núcleo de Distribuição de Órgãos e Tecidos da CET, Camila Hirata. As ações, realizadas desde o dia 23 de setembro, incluíram todas as medidas de segurança para evitar a disseminação do novo coronavírus. Foram realizados eventos no Hemocentro e no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) com palestras para os servidores e reconhecimento pelo trabalho fundamental que exercem. Em outro projeto chamado “Te agradeço de coração”, a equipe da Central de Transplantes foi até a residência de famílias de doadores como um gesto de gratidão pela doação. “A doação de órgãos é um ato de amor ao próximo e um gesto de empatia por pessoas cuja única chance de viver é um transplante, sendo também uma oportunidade de recomeço. Nós da Central de Transplantes agradecemos todas as famílias que disseram sim a doação. Que disseram sim à vida. A todos os doadores e famílias doadoras, nosso muito obrigado”, agradeceu Camila Hirata. Agradecimentos “Eu estou aqui hoje porque uma família, mesmo em um momento muito difícil, disse sim para a doação de órgãos. E eu tenho uma gratidão muito grande por essa família e o meu doador. Eu carrego uma parte dele com muito amor e carinho”, afirma Robério Melo, receptor. “Eu sou receptora hoje de um rim da minha irmã. Minhas cinco irmãs fizeram os exames, todas elas deram compatíveis, duas delas 100%, e uma delas me fez a doação. Elas não pensaram duas vezes em falar o sim. Eu tenho três anos de transplante renal e vivo tranquilamente”, relata Mariléia Rodrigues Martins, receptora de 42 anos. Ela conta, ainda, que participou de uma meia maratona no ano passado e se tornou corredora de rua. “As vezes, eu acho que a gente passa a ver a vida com outros olhos, a gente passa a ter mais vontade de viver. E eu só posso dar graças a Deus. A palavra é gratidão à minha irmã, que foi doadora”, agradece. Felipe Costa conta como foi a decisão da família de doar os órgãos da mãe que faleceu aos 56 anos em janeiro deste ano. “Quando aconteceu, o baque é muito grande e a gente, a família, não tinha passado esse ponto, conversado com ela. E quando a gente recebeu a ligação, no momento a gente até… não é uma coisa que a gente acha ruim, mas a gente não está esperando a ligação de fazer uma doação de órgãos”. Dados do Distrito Federal Até o dia 22 de setembro, foram realizados neste ano, no Distrito Federal, 17 transplantes de coração, 74 de fígado, 34 de rim, 135 de córnea e 71 de medula óssea. A lista de espera para transplantes está com 937 pessoas, sendo 21 para coração, 15 para fígado, 548 de rim e 353 para córnea. Aproximadamente 50% dos transplantes de fígado e de coração feitos no DF são de órgãos vindos de outros Estados. O sistema gerenciado pelo Ministério da Saúde faz um ranking em todo o país e quanto mais compatível, e com mais urgência para o transplante, mais no topo da lista o paciente fica para receber o órgão. O transporte desses órgãos é feito por aviões de Companhias Aéreas, através de voos comerciais, ou pela Força Aérea Brasileira, numa parceria entre o Ministério da Saúde e Ministério da Defesa. Quando o transporte é entre cidades próximas ao DF, como Goiânia, também é utilizado o transporte o aéreo do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. Doação O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O país é o segundo maior transplantador mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante, pela rede pública de saúde. Os órgãos e tecidos que podem ser doados após a morte são: rim, pulmão, coração, válvulas cardíacas, fígado, córnea, ossos, pele, pâncreas e intestino. No Distrito Federal, são realizados transplantes de coração, fígado, rins e córneas de doadores falecidos. Também são feitos transplantes de medula óssea. Os procedimentos, pela rede pública, ocorrem no Hospital de Base, Hospital Universitário de Brasília (HUB) e Instituto de Cardiologia do DF (ICDF). No Base e no HUB são realizados transplantes de rins e córneas. O ICDF faz transplantes de coração, fígado, rins, córneas e medula óssea. Pandemia Contudo, devido à pandemia, o Ministério da Saúde lançou em abril uma nota técnica em que somente doadores de múltiplos órgãos, como coração e rins, poderiam ter as córneas captadas, que são considerados tecidos. Vale ressaltar que essa mesma nota técnica recomendou a realização do teste RT-PCR para detecção do coronavírus para todos os doadores. Somente em 18 de setembro o Ministério publicou uma nova nota autorizando a retomada da retirada de tecidos em doadores após a parada cardiorrespiratória. Atualmente, a Secretaria de Saúde está em um processo de reajustes para ampliar novamente a captação de órgãos. “Mesmo com todas as dificuldades da pandemia, o sistema nacional de transplantes não parou. O transplante de córnea foi o que sofreu um maior impacto em todo o Brasil. Aqui no DF já estamos com um plano de retomada para restabelecer essas doações e transplantes”, ressaltou a chefe do Núcleo de Distribuição de Órgãos e Tecidos da CET, Camila Hirata. Como doar órgãos? Há dois tipos de doadores. O primeiro é o doador vivo, uma pessoa que concorde com a doação de um dos seus rins ou parte do fígado, da medula óssea e parte do pulmão. Nesses casos, geralmente, os doadores são parentes ou familiares que têm órgãos compatíveis com a pessoa que precisa receber. Tratando-se especificamente da medula óssea, interessados podem se cadastrar na Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) para ser um candidato à doação. O segundo tipo é o doador falecido, um paciente com diagnóstico de morte encefálica ou morte por parada cardíaca, com doação autorizada pela família. Para ser doador, nos casos em que há o falecimento, basta informar a família da vontade de doar, pois somente ela pode autorizar a doação dos órgãos após o diagnóstico de morte encefálica ou falecimento causado por parada cardíaca. No caso de morte encefálica, cada doador pode salvar até oito vidas. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Em meio à pandemia, o sucesso de transplantes renais
Apesar das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19, o Hospital de Base realizou sete transplantes de rim desde março, sendo três deles apenas em julho. Duas mulheres receberam os órgãos de um mesmo doador e passaram a ser chamadas de “irmãs de rim”. Dividindo a mesma enfermaria, elas prometeram levar a relação para a vida. As novas irmãs são Ana Carolina Silva Soares, 37 anos, que mora em Sobradinho, Distrito Federal, e Françoise Silva, 34 anos, residente em Catalão, Goiás. Apesar de nunca terem se visto antes, elas viveram o mesmo drama de ter que aguardar na fila por um transplante renal. Fotos: Iges-DF/Divulgação “Receber a doação de um rim foi um presente de Deus. Agora, posso continuar meus sonhos e continuar a viver. Também fiz uma nova irmã e com certeza vamos manter contato depois de sair do hospital”, contou Ana Carolina. A paciente fez hemodiálise dos 13 anos aos 23 anos, quando recebeu o primeiro transplante. Depois de alguns anos, o rim parou novamente de funcionar. “Graças a Deus, agora, fui contemplada novamente. Eu tinha uma vida complicada, porque tinha que fazer hemodiálise três vezes por semana. Dá para viver, mas tem limitações. Eu ficava cansada, não podia beber muita água. É uma angústia todo dia esperar por um rim novo. Agora, será uma nova vida. A melhor parte vai ser beber água como uma pessoa normal faz em Brasília, onde o clima é uma secura”, disse. Françoise, irmã de rim da Ana Carolina, conta que tinha diabetes desde os 15 anos anos, o que afetou os rins. Na fase adulta, quando veio uma gravidez, o problema agravou. “Desde então, tive que fazer hemodiálise. Eu fiquei desesperada. Tinha acabado de ganhar minha filha. Eu só pensava na minha filha”, lembrou a paciente. Fotos: Iges-DF/Divulgação Para ela, a notícia de que o transplante tinha sido liberado foi um milagre. “Desde o momento dessa ligação, Deus encaminhou tudo. Minha esperança agora é ter uma vida normal. Enquanto a gente está na hemodiálise, não vive. São três vezes por semana no hospital. Não pode sair. Não pode viajar. Agora, eu quero aproveitar a minha vida”, contou, ao dizer estar feliz por dividir o mesmo quarto com Ana. Neste mês, Bruna Lorena da Silva, 25 anos, também foi contemplada com um rim novo. O problema renal começou aos oito anos e até os 15 anos fez tratamento para não perder o órgão, mas sem sucesso. Ela conseguiu o primeiro transplante aos 16 anos, ficou com o órgão quatro anos e depois teve rejeição. “Quando recebi a ligação dizendo que fui novamente contemplada pela segunda vez fiquei sem acreditar. Não imaginei receber um órgão em meio à pandemia. Só na hora da cirurgia que a minha ficha caiu. Agora, vai mudar tudo. Não vou precisar ficar presa às máquinas. Agora, tenho novos planos. Meus planos são casar, morar na casa que comprei, trabalhar e viver minha vida normalmente”, finalizou a jovem. O Hospital de Base, que é gerido pelo Instituto de Saúde do DF (Iges-DF), faz transplante de rins desde 1982. “Estamos nos esforçando para não parar. O transplante muda a vida dos nossos pacientes, melhora a qualidade de vida e a sobrevida. Também evita que saiam de casa para fazer hemodiálise”, ressaltou a médica nefrologista do HB Viviane Brandão. Fotos: Iges-DF/Divulgação A profissional explicou que a Central de Transplantes do DF, gerida pela Secretaria de Saúde, faz uma triagem detalhada dos possíveis doadores para captar órgãos em bom estado e encaminhar para o HB, que faz a cirurgia. Os rins podem ser de doadores vivos ou que perderam a vida. “São feitos muitos exames. E agora, com a Covid-19, os pacientes passam por mais ainda, além tomografia de tórax, e ainda o deixamos isolados para que não se contaminem”, detalhou. “O Iges-DF tem ofertado todo o suporte para que essas cirurgias sejam realizadas. Mesmo diante do cenário de pandemia”, lembra o diretor-presidente do Iges-DF, Sergio Costa. Como doar Há dois tipos de doadores. O primeiro é o vivo, que concorda com a doação de um dos seus rins ou parte do fígado, da medula óssea e parte do pulmão. Nesses casos, geralmente, são parentes ou familiares que têm órgãos compatíveis com a pessoa que precisa receber. No caso da medula óssea, interessados podem se cadastrar na Fundação Hemocentro de Brasília para ser um candidato à doação. O segundo tipo é o doador falecido, um paciente com diagnóstico de morte encefálica ou morte por parada cardíaca, com doação autorizada pela família. Para ser doador, nos casos em que há morte, basta informar à família dessa vontade: somente familiares podem autorizar após o diagnóstico de morte encefálica ou parada cardíaca. No caso de morte encefálica, cada doador pode salvar até oito vidas. * Com informações do Iges-DF
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Central de Transplantes do DF orienta alunos da PRF sobre doação de órgãos
| Foto: Secretaria de Saúde / Agência Brasília A projeção nacional alcançada pela saúde do Distrito Federal nas áreas de doação e transplante de órgãos motivou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a convidar a Central Estadual de Transplantes do DF (CET-DF) a participar, em Florianópolis, da quarta edição do CFPapo. O evento é uma conversa informal promovida com especialistas sobre esse tema. A ação é voltada à orientação de alunos do Curso de Formação Profissional da PRF. O bate-papo foi realizado no hangar da Universidade Corporativa da Polícia Rodoviária Federal (UNIPRF). “Fomos convidados devido ao trabalho que fizemos no Setembro Verde, mês de atividades para incentivar e conscientizar as pessoas sobre a doação de órgãos. A repercussão do nosso trabalho, com palestras e talk shows, fez com que a diretoria nacional da PRF nos convidasse. Isso é o DF se colocando à frente e se projetando sobre o assunto”, afirmou o chefe do Núcleo de Distribuição de Órgãos da CET-DF, Alexandre Galante, um dos palestrantes do evento. | Foto: Secretaria de Saúde / Agência Brasília O bate-papo, transmitido para mais de 30 mil seguidores da rede social da PRF, contou com histórias de pacientes que precisavam de transplantes, e sobre a missão que é a captação e o transplante de órgãos. “A conversa serviu para orientar militares em formação do papel deles no transporte de órgãos, que é fundamental. Foi importante para ajudar a desenvolver uma consciência maior do apoio da PRF nesse tipo de ação”, ressaltou Alexandre. A Polícia Rodoviária Federal contribui com apoio nas escoltas e transportes de órgãos, realizados por veículos e equipes de operações aéreas. * Com informações da Secretaria de Saúde
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