Rede pública de saúde do DF oferece amplo diagnóstico e tratamento para leucemias
A rede pública de saúde do Distrito Federal disponibiliza um vasto leque de serviços para o diagnóstico e o tratamento de leucemias. O atendimento de sintomas suspeitos é feito pelas unidades da Atenção Primária — unidades básicas de saúde (UBSs) — ou de urgência e emergência — unidades de pronto atendimento (UPAs) e hospitais. Após contato inicial e agendamento, o diagnóstico é confirmado por médico hematologista em uma consulta ambulatorial. No Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), por exemplo, o tratamento é ministrado por uma equipe multidisciplinar. A leucemia é um tipo de câncer nas células sanguíneas produzidas pela medula óssea, e pode atingir crianças e adultos | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF Serviço amplo e efetivo Esse foi o caminho percorrido pela enfermeira Thalyta de Paula, 29, há quase seis anos. Depois de repetidas semanas de infecções de garganta incomuns, buscou atendimento de urgência no Hospital Regional de Brazlândia (HRBz). Pelo exame de sangue, foi verificado um quadro de anemia severa, o que exigiu uma transfusão sanguínea imediata — tudo isso ocorreu em um sábado. Na terça-feira seguinte, Thalyta, à época recém-formada, recebeu do hematologista no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) o diagnóstico de leucemia linfoide aguda. Antes de completar uma semana do primeiro atendimento, ainda na sexta-feira, a jovem foi encaminhada para o HBDF, onde deu início ao tratamento quimioterápico. O diagnóstico precoce e a celeridade no início do tratamento foram responsáveis pelo sucesso de sua recuperação, acredita Thalyta: “Foi tudo muito rápido! Durante toda essa jornada eu tive um ótimo suporte. Nunca me faltou nada”. Cerca de cem novos pacientes adultos são tratados anualmente pela rede pública de saúde do DF. O número estimado de novas ocorrências para cada ano do triênio de 2023 a 2025 é de mais de 11,5 mil, isto é, um risco estimado de 5,33 por 100 mil habitantes. A leucemia ocupa a décima posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil. “Durante toda essa jornada eu tive um ótimo suporte”, elogia Thalyta de Paula, que há quase seis anos recebeu o diagnóstico e deu início ao tratamento na rede pública de saúde do DF | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Fatores de risco e prevenção Além de sintomas decorrentes da anemia (quantidade muito baixa de hemoglobina), podem ser apresentados também sinais relacionados à baixa imunidade e à redução do nível de plaquetas, como sangramentos, infecções, fadiga e dores no corpo. Os fatores de risco para a doença estão diretamente relacionados aos hábitos de vida e também a características genéticas e mutações. O chefe do Serviço de Hematologia, Hemoterapia e Transplante de Medula Óssea do HBDF, Luiz Henrique Ramos, é categórico quando recomenda a busca por um estilo de vida saudável. “É importante praticar atividade física, alimentar-se bem, evitar exposição a drogas, substâncias agrotóxicas e que contenham benzeno, além de manter um padrão de sono adequado e fazer avaliações de saúde periódicas, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde”, detalha. Os fatores de risco para as leucemias assemelham-se aos de diversos outros tipos de doenças graves. A recomendação é buscar um estilo de vida saudável | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF Destaque do mês Fevereiro Laranja pretende conscientizar sobre a leucemia, um tipo de câncer nas células sanguíneas produzidas pela medula óssea. A doença atinge crianças e adultos e pode ser classificada a partir do tipo de célula acometida (glóbulos brancos linfoides ou mieloides) e também com base no grau de maturidade celular em que ocorre o erro genético (aguda ou crônica). *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
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Fevereiro Laranja abre campanha de conscientização sobre a leucemia
Por ser um câncer nas células sanguíneas da medula óssea, geralmente de origem desconhecida, em sua maioria nos glóbulos brancos, a leucemia ainda é muito temida por grande parte da sociedade. Segundo o chefe do Serviço de Hematologia, Hemoterapia e Transplante de Medula Óssea do Hospital de Base (HBDF), Luiz Henrique Ramos, a doença afeta crianças e adultos no mundo todo. Campanha tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre a doença e o devido tratamento | Foto: Alberto Ruy/IgesDF “As leucemias podem ser divididas em agudas e crônicas”, explica. “No caso das leucemias agudas, tema do Fevereiro Laranja, ocorre uma falha do órgão responsável pela produção das nossas células, denominado medula óssea, decorrente de um ou mais erros genéticos. Sendo assim, as vias de sinalização de produção ficam comprometidas, gerando excesso de produção de células chamadas brancas, parada de maturação e falha de produção de hemácias e plaquetas.” Sinais “O tratamento envolve quimioterapia, além do transplante de medula óssea em alguns tipos de casos” Luiz Henrique Ramos, chefe do Serviço de Hematologia, Hemoterapia e Transplante de Medula Óssea do HBDF De acordo com o médico, uma pessoa com leucemia aguda pode apresentar sinais e sintomas de anemia, como fraqueza extrema, palidez, tontura e taquicardia, além de sangramentos e infecções devido à imunidade baixa. “Milhares de novos casos são diagnosticados todos os anos, e a campanha do Fevereiro Laranja tem o objetivo de aumentar o conhecimento e a informação essencial sobre a doença, detalhando os seus sintomas e sobre como funciona o tratamento”, pontua. Ele aponta o Serviço de Hematologia, Hemoterapia e Transplante de Medula Óssea do HBDF como referência da Secretaria de Saúde (SES-DF) para o tratamento deste tipo de doença, que tem vários subtipos. “O tratamento envolve quimioterapia, além do transplante de medula óssea em alguns tipos de casos”, detalha. “Muitas vezes, é necessário realizar transfusão de sangue, uso de antibióticos e medicamentos para controle de efeitos colaterais. O paciente permanece internado uma parte do tempo, além de ter retornos ambulatoriais recorrentes, com um tempo mínimo de acompanhamento de cinco anos”. Com a aprovação da ampliação dos serviços do HBDF, unidade poderá incluir transplante de medula óssea no atendimento Em outubro de 2024, o Colegiado de Saúde da SES-DF aprovou a ampliação da carteira de serviços do HBDF, que agora poderá incluir o transplante de medula óssea em sua estrutura de atendimento, inicialmente na modalidade autóloga (procedimentos que usam material do próprio corpo do paciente). “A medida representa um avanço no atendimento a pacientes com doenças hematológicas graves, como cânceres do sangue, além de outras patologias em que o transplante é indicado para controle ou cura”, reforça Luiz Henrique Ramos. Infusão O novo Centro de Infusão Verinha, inaugurado em novembro do ano passado, tem um papel fundamental nesse cuidado. Os pacientes recebem os quimioterápicos em um ambiente moderno e confortável, acompanhados por profissionais de enfermagem e médicos. O Centro de Infusão Verinha atende uma média diária de 45 pacientes da hematologia. “Apenas em dezembro de 2024, tivemos 157 pacientes de primeira consulta com diagnóstico de leucemia”, relata Larissa Dias, chefe de Serviço de Enfermagem do Ambulatório Onco-Hematológico do HBDF. “No mesmo mês, tivemos aproximadamente 50 pacientes de leucemia realizando tratamento de quimioterapia no Centro de Infusão.” O Fevereiro Laranja é um momento para levantar a discussão sobre o tema. “Apesar de ser um assunto que muitas vezes é mostrado em novelas e filmes, o estigma da leucemia precisa ser mais bem-esclarecido para a população”, sinaliza Luiz Henrique. “Cada paciente deve ser visto e tratado de forma individual, com o melhor protocolo para seu subtipo de doença”. *Com informações do IgesDF
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Doação de medula óssea é fundamental na luta contra a leucemia
No calendário da saúde, os meses do ano ganham cores relacionadas a determinadas doenças como forma de conscientizar a população sobre medidas de prevenção e políticas públicas. Fevereiro recebeu duas cores: o roxo – como alerta ao lúpus, à fibromialgia e ao mal de Alzheimer – e o laranja. Esta última faz referência à conscientização sobre a leucemia, um dos tipos de câncer mais frequentes no Brasil, com estimativa de 11,5 mil novos casos em 2024. O diagnóstico de leucemia na rede da SES-DF é realizado após a constatação de alterações no hemograma do paciente, feita pelo médico da UPA ou da UBS de referência do usuário | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF A leucemia é um câncer nas células sanguíneas da medula óssea, em sua maioria nos glóbulos brancos, e geralmente é de origem desconhecida. Os principais sintomas decorrem do acúmulo de células defeituosas na medula, prejudicando, ou mesmo impedindo, a produção das células normais. A redução dos glóbulos brancos – que compõem o sistema imunológico – provoca baixa da imunidade, deixando o organismo mais sujeito a infecções muitas vezes graves ou recorrentes. A diminuição dos glóbulos vermelhos – responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue – ocasiona anemia, o que pode provocar palidez, fadiga, falta de ar, tonturas, palpitação, sonolência e dor de cabeça. Já a diminuição das plaquetas – agente da coagulação do sangue – causa sangramentos, em geral das gengivas ou pelo nariz, além de manchas e pontos roxos na pele. Trata-se de um câncer classificado conforme as células sanguíneas afetadas, podendo se apresentar em sua forma crônica (com a proliferação de células maduras) ou aguda (com a proliferação de células imaturas, o que acarreta quadros mais graves). O tratamento consiste em quimioterapia, com ou sem radioterapia, e – principalmente nos casos de leucemia aguda – em transplante de medula óssea, tecido no qual são produzidos os elementos do sangue. Doação e transplante Para ser doador de medula no DF, é necessário realizar cadastro no site da Fundação Hemocentro de Brasília | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Nesse contexto, a conscientização acerca da doação de medula óssea aparece como um passo fundamental na luta contra a doença. O apelo vem da referência técnica distrital (RTD) em hematologia da Secretaria de Saúde (SES-DF), Nina Oliveira. “O doador possibilita que uma pessoa com um quadro de leucemia de prognóstico desfavorável possa realizar um transplante. Dessa forma, muitos pacientes conseguem se curar. Quanto mais doadores cadastrados, maior a possibilidade de se encontrar um doador ideal”, explica. [Olho texto=”Para ser doador de medula óssea, é necessário ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado geral de saúde e não ter doença infecciosa ou incapacitante. O cadastro é realizado presencialmente na Fundação Hemocentro de Brasília, mediante agendamento prévio no portal Agenda DF” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Um dos principais desafios para quem aguarda o transplante de medula óssea consiste em manter a doença controlada, sem nova remissão até que seja realizado o procedimento. Há ainda a questão da compatibilidade genética do material doado, que costuma ser baixa, evidenciando a necessidade de aumentar o número de doadores cadastrados. Foi esse cenário que fez com que Fernanda Moreira, servidora da Fundação Hemocentro de Brasília, decidisse se cadastrar como doadora. “A doação é um ato de amor, seja de sangue, seja de medula. É gratificante poder ajudar a salvar a vida de uma pessoa. Fico ansiosa por receber uma ligação dizendo que sou compatível com alguém.” Em 2023, o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF) e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) realizaram ao todo 116 transplantes de medula óssea pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foram procedimentos alogênicos – quando as células precursoras da medula provêm de outro indivíduo (doador) – e autólogos – quando as células provêm do próprio indivíduo transplantado (receptor). No DF, o Hospital Universitário de Brasília (HUB) também faz transplantes autólogos pelo SUS. Cabe aos laboratórios do Hemocentro de Brasília a realização de exames de triagem sorológica, imuno-hematológica e biomolecular para a habilitação de transplantes de múltiplos órgãos e tecidos (coração, rim, fígado, córneas e medula óssea) de um doador para um receptor. No ano passado, 2.646 pessoas se cadastraram como doadoras de medula no Hemocentro. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Tratamento O diagnóstico de leucemia na rede da SES-DF é realizado após a constatação de alterações no hemograma do paciente, feita pelo médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou da Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência do usuário. Em seguida, o usuário é encaminhado a uma consulta com hematologista, responsável por dar o diagnóstico da doença após exame de medula. O hematologista é o profissional médico que trata de doenças malignas no sangue. Na SES-DF, a especialidade está presente nos hospital regionais de Taguatinga (HRT), Ceilândia (HRC), Samambaia (HRSam), Asa Norte (Hran), Guará (HRG), Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e Hospital de Base (HB). Como se tornar doador? Para ser doador de medula óssea, é necessário ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado geral de saúde e não ter doença infecciosa ou incapacitante. O cadastro é realizado presencialmente na Fundação Hemocentro de Brasília, mediante agendamento prévio no portal Agenda DF. Esse serviço não é feito por telefone. Para mais informações sobre como doar, acesse o portal do Hemocentro. *Com informações da SES-DF
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Fevereiro Laranja marca conscientização no combate à leucemia
“O Fevereiro Laranja é um mês de conscientização e combate às leucemias”, afirma o chefe do serviço de Hematologia e Hemoterapia do Hospital de Base do Distrito Federal, Luiz Henrique Athaides Ramos. Este é um tipo de câncer que atinge todas as idades, afetando tanto crianças quanto adultos. Com milhares de novos casos diagnosticados anualmente, a campanha busca aumentar o debate e ampliar o acesso às informações essenciais sobre a doença, como sintomas e tratamentos. [Olho texto=”Com mais de 12 tipos de leucemia identificados, a doença apresenta uma complexidade variada, podendo exigir diferentes abordagens terapêuticas dependendo do subtipo e da faixa etária do paciente” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] “Diariamente, médicos hematologistas enfrentam o desafio de tratar pacientes diagnosticados com leucemia, uma batalha contra o tempo em busca do tratamento adequado,” afirma Ramos. A jornada do paciente envolve quimioterapia e, muitas vezes, o transplante de medula óssea se apresenta como a melhor esperança de cura, porém, nem sempre há doadores disponíveis, e o acesso a tratamentos de ponta ainda é um desafio em muitos lugares. Com mais de 12 tipos de leucemia identificados, a doença apresenta uma complexidade variada, podendo exigir diferentes abordagens terapêuticas dependendo do subtipo e da faixa etária do paciente. Tanto as formas agudas quanto crônicas demandam atenção especializada, sendo as primeiras mais graves e urgentes. Apesar dos avanços, ainda não existem testes genéticos disponíveis para determinar predisposição à leucemia, o que torna fundamental a adoção de hábitos de vida saudáveis e a atenção aos sintomas que podem indicar a presença da doença. Os sintomas, muitas vezes sutis, incluem fadiga, sangramentos e problemas de imunidade | Fotos: Divulgação/Iges-DF O acesso ao tratamento, especialmente o transplante de medula óssea no sistema público de saúde, permanece um desafio. O hematologista enfatiza a necessidade de aumentar o acesso aos melhores tratamentos e acelerar o diagnóstico precoce. “É importante ampliar a disseminação do conhecimento técnico, melhorar o tempo de acesso aos especialistas e aumentar o arsenal terapêutico e o número de centros de transplante de medula óssea”, acrescenta. Os sintomas, muitas vezes sutis, incluem fadiga, sangramentos e problemas de imunidade. Porém, a falta de ampla divulgação e carência técnica em muitos lugares em relação às neoplasias hematológicas dificulta o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento adequado. “É urgente um novo olhar sobre as patologias onco-hematológicas para fortalecer as estruturas e equipes assistenciais. É necessário um esforço conjunto entre médicos, equipe multidisciplinar, gestores de saúde e a comunidade para promover uma maior visibilidade e apoio a esses pacientes”, ressalta o especialista. O serviço de hematologia do HBDF é a referência em onco-hematologia na Secretaria de Saúde do DF O HBDF se destaca como um serviço de referência em onco-hematologia, atendendo casos complexos e gerenciando uma variedade de serviços, desde enfermaria até banco de sangue e laboratório, o hospital desempenha um papel fundamental na jornada de tratamento dos pacientes. Neste cenário, o Fevereiro Laranja não é apenas um mês de conscientização, mas um lembrete da importância de apoiar aqueles que enfrentam as leucemias e outras doenças hematológicas. É o momento de unir esforços para garantir que todos tenham acesso a tratamentos adequados e uma chance na luta contra essa doença. “Nossa missão é clara: oferecer suporte, tratamento e esperança a todos os pacientes”, conclui o médico. Serviço de hematologia do HBDF O serviço de hematologia do HBDF é a referência em onco-hematologia na Secretaria de Saúde do DF. Como um dos maiores serviços do país, assume a responsabilidade pelo tratamento de casos complexos de neoplasias do sangue e outros tipos doenças hematológicas. Além disso, opera o maior banco de sangue do Centro-Oeste, realizando mais de 23 mil transfusões anuais. Esta demanda significativa exige uma dedicação intensa por parte dos médicos que compõem a equipe. O Sehho (Serviço de Hematologia e Hemoterapia do HBDF) abrange uma variedade de áreas de atuação, incluindo: Enfermaria – 24 leitos dedicados ao cuidado de pacientes. Ambulatório – oferece consultas de retorno, primeiras consultas e atendimento, onde lida com demandas de emergências e pós-quimioterapia, reduzindo a necessidade de idas ao pronto-socorro e garantindo uma resposta ágil às reações adversas, sangramentos e neutropenia febril. Banco de sangue – a atuação na hemoterapia resulta em uma média de 2.300 transfusões mensais, todas supervisionadas e com atenção às demandas específicas da sala de transfusão. Laboratório – realiza laudos de lâminas e exames para avaliação imediata dos pacientes. Demanda acadêmica – oferece aulas para acadêmicos, internos e residentes, promovendo a formação de especialistas na área. *Com informações do Iges-DF
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Fevereiro Laranja alerta para tratamento e diagnóstico precoce da leucemia
O mês de fevereiro é voltado para a campanha Fevereiro Roxo Laranja de conscientização para o tratamento e diagnóstico precoce de doenças como o lúpus, o Alzheimer, a fibromialgia e a leucemia. A cor laranja é a escolhida para simbolizar e chamar atenção para a leucemia e a importância de se tornar um doador de medula óssea. A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. A medula óssea é o local de fabricação das células sanguíneas e ocupa a cavidade dos ossos, sendo popularmente conhecida por tutano. Nela, são encontradas as células que dão origem aos glóbulos brancos (leucócitos), aos glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e às plaquetas. De acordo com a Referência Técnica Distrital (RTD) de Hematologia, Marcelo Jorge Carneiro de Freitas, os sintomas em geral da leucemia estão relacionados com três manifestações: anemia, queda de imunidade e sangramentos. “A anemia é traduzida por palidez cutânea, cansaço, inapetência e indisposição para atividades do cotidiano, podendo causar também tontura, desmaios e sonolência. A queda de imunidade é vista por infecções banais que evoluem de maneira incomum, febre e calafrios, que podem rapidamente evoluir para formas graves”, explica. [Olho texto=”Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que os quatro primários são leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL)” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Já o sangramento é desde o surgimento de hematomas por pouco ou nenhum trauma, até sangramentos de mucosas (gengiva e nariz), ou mesmo sangramentos visíveis na urina ou fezes. Dores ósseas podem estar presentes ou o crescimento do baço e e de linfonodos. Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que os quatro primários são leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL). Não é um tipo comum de câncer, sendo sua estimativa de incidência, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca – 2020), em torno de 2,5%, ou seja, cerca de 5.900 novos casos por ano. Esse tipo de doença aumenta sua incidência com a idade, então é mais comum em idosos que em crianças. No entanto, é o câncer mais comum das crianças até a adolescência. “Hoje, o diagnóstico da leucemia pode ser feito tanto com amostras de sangue como de medula óssea, separando-se os tipos de doença com exames de imunofenotipagem ou de biologia molecular. Atualmente, existem exames que conseguem estabelecer um padrão de doença, se mais ou menos responsiva ao tratamento, agressividade, ou se já necessita de transplante de medula num momento mais precoce”, afirma o RTD de Hematologia. A doença pode ser identificada em exames de sangue simples. No hemograma podem estar presentes a anemia (queda de hemoglobina), leucopenia ou leucocitose (diminuição ou aumento dos glóbulos brancos) ou queda das plaquetas. O exame pode também vir aparentemente normal, com a “presença” de células leucêmicas na amostra. Tratamento O tratamento sempre é a quimioterapia, que hoje está cada vez mais direcionada para os subtipos de leucemias. Radioterapia, quimioterapia intratecal ou transplante de medula óssea são outros possíveis passos nesse tratamento. Além disso, a transfusão de sangue e o uso de antibióticos são necessários durante esse tratamento específico. A depender do tipo de leucemia e da resposta subsequente ao tratamento inicial, o transplante de medula óssea é o tratamento de escolha visando a cura do paciente. Em geral é preciso um doador compatível (aparentado ou não) e boas condições clínicas para suportar tal procedimento. Marcelo explica que existem leucemias agudas e crônicas. “As agudas são uma emergência médica, podendo evoluir com muita gravidade para o doente em poucos dias. As crônicas são aquelas que evoluem em meses ou anos, com sinais e sintomas mais sutis, muitas vezes detectadas apenas com exames de sangue. As crônicas incidem quase exclusivamente em adultos, enquanto as agudas têm picos na infância e após a idade adulta”, esclarece o hematologista. Na rede pública o tratamento das formas agudas de leucemia é oferecido no Hospital de Base (HBDF), Hospital Universitário de Brasília (HUB) e Hospital da Criança de Brasília (HCB). As formas crônicas em geral são manejadas ambulatorialmente. O transplante de medula é feito apenas em hospitais com equipes credenciadas pelo Ministério da Saúde. O hematologista explica que não há uma prevenção estabelecida, mas sim fatores de risco para o surgimento da doença, como fatores familiares, algumas doenças hematológicas, tratamentos quimioterápicos, radiação ionizante, algumas doenças genéticas (síndrome de Down) e alguns tipos de vírus. Cadastro para doação de medula óssea Existem hoje, no Distrito Federal, 67.508 pessoas cadastradas no Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome). Para ser doador e se cadastrar no banco de dados é necessário ter idade entre 18 e 55 anos, boa saúde e realizar a doação de uma ampola de sangue, colhida e cadastrada no Hemocentro. [Numeralha titulo_grande=”5,3 milhões” texto=”de doadores de medula óssea estão cadastrados no Brasil” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “A partir desta amostra de sangue fazemos exames para identificar as proteínas de histocompatibilidade e o resultado vai para a ficha do doador, disponibilizada em todo o Brasil. Por isso, é importante que os candidatos à doação mantenham sempre seu cadastro atualizado, pois pode surgir um paciente compatível após mais de dez anos”, explica Alexandre Nonino, chefe da Divisão Técnica da Fundação Hemocentro de Brasília. Alexandre explica que geralmente, dá-se a preferência para doadores compatíveis da mesma família, pois a chance de haver rejeição é bem menor. No entanto, quando não há nenhum parente, a busca por um doador compatível é feita pelo banco de dados do Redome, que seleciona as pessoas 100% compatíveis ou com maior número de antígenos iguais. O doador é acionado, doa outra amostra de sangue para que sejam feitos outros exames e, por fim, vai para a terceira fase realizando o exame confirmatório entre a amostra do paciente e do doador. “Hoje, graças ao avanço da tecnologia, temos a possibilidade de realizar o transplante com pessoas que são aploidênticas, ou seja, 50% de antígenos iguais, compatíveis. Mas nesses casos, depende muito da gravidade e do estágio da leucemia”, afirma. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Segundo Alexandre, dificilmente no Brasil não será encontrado um doador de medula óssea, tendo em vista o crescimento do número de doadores cadastrados no Redome e a possibilidade de realizar o transplante em doadores aploidênticos. Vale lembrar que a coleta da medula óssea pode ser através da retirada na coluna ou através de coleta sanguínea. Para se tornar doador, basta agendar um dia para a coleta de sangue no Hemocentro. No Brasil, são 5,3 milhões de doadores cadastrados no Redome. *Com informações da Secretaria de Saúde
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