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Projeto Letramento Racial completa um ano levando debate e práticas antirracistas a mais de 5 mil pessoas em todo o DF

Novembro é o Mês da Consciência Negra, período dedicado à reflexão e ao fortalecimento das ações de combate ao racismo e de valorização da cultura afro-brasileira. Mas, para a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), o enfrentamento ao racismo é uma pauta permanente. Projeto Letramento Racial tem foco na abordagem às dimensões do racismo estrutural | Fotos: Divulgação/Sejus-DF Este ano, a pasta — responsável por coordenar políticas públicas de promoção da igualdade racial — tem intensificado as ações de conscientização e formação sobre o tema. Entre as iniciativas de maior alcance está o projeto Letramento Racial, desenvolvido pela Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial (Subdhir), que completa um ano de existência justamente neste mês. A ação aborda o racismo estrutural em suas múltiplas dimensões — como o racismo institucional, algorítmico e o colorismo —, estimulando a reflexão e o desenvolvimento de práticas antirracistas no dia a dia. Por meio de oficinas, palestras e formações interativas, o projeto já alcançou mais de 5 mil pessoas em mais de 50 ações educativas em órgãos públicos, empresas privadas, escolas e estabelecimentos comerciais. Bons resultados O vigilante Gilvan Rocha participou do curso: “Graças a esse aprendizado, agora tenho condições de identificar atitudes racistas no meu ambiente de trabalho”  O vigilante Gilvan Rocha, colaborador de um centro empresarial há mais de sete anos, define a experiência como transformadora: “Graças a esse aprendizado, agora tenho condições de identificar atitudes racistas no meu ambiente de trabalho. O tratamento com o público será de muito mais respeito e empatia.” “Por meio da educação, do diálogo e da escuta ativa, buscamos consolidar uma gestão que reconheça as desigualdades raciais e promova ações efetivas para superá-las”  Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania A formação também tem sido bem-recebida por educadores da rede pública de ensino, que reconhecem a importância do tema na construção de espaços escolares mais inclusivos. “Esse curso é fundamental para ampliar nossa consciência e transformar nossa prática em sala de aula”, valoriza a professora Tatiana Brasileiro, supervisora pedagógica do CED 4. “Entender o racismo estrutural e saber como enfrentá-lo é um passo essencial para promover um ambiente mais acolhedor, respeitoso e representativo para todos os alunos.” O letramento racial começou atuando em órgãos públicos do Distrito Federal e da União, como o Senado Federal, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e a Casa Civil, e logo se expandiu para escolas públicas e privadas, o sistema socioeducativo, além de espaços culturais, esportivos e empresariais. As ações envolvem profissionais das áreas de saúde, segurança, recursos humanos, conservação, alimentação e atendimento, ampliando o alcance e o impacto social da iniciativa. Escuta ativa [LEIA_TAMBEM]“O racismo ainda é uma realidade que precisa ser enfrentada com políticas públicas contínuas e comprometidas”, enfatiza a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. “Por meio da educação, do diálogo e da escuta ativa, buscamos consolidar uma gestão que reconheça as desigualdades raciais e promova ações efetivas para superá-las.”  O subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial, Juvenal Araújo, reforça que o projeto tem um papel essencial na construção de uma cultura de respeito e equidade: “O Letramento Racial é uma ferramenta transformadora, que provoca reflexão e conscientização. Nosso objetivo é fazer com que cada participante se torne um multiplicador do enfrentamento ao racismo, contribuindo para ambientes mais justos e inclusivos.” *Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania

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Mais de 500 estudantes do Gama participam de palestra sobre letramento racial

Mais de 500 estudantes do 3º ano do Centro de Ensino Médio (CEM) 01 do Gama participaram, nesta quarta-feira (17), de uma palestra de letramento racial promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF). A atividade, realizada no auditório da escola, integra o programa desenvolvido pela Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos e Igualdade Racial, que desde o início do ano leva formações sobre o tema a escolas públicas do DF. A ação ganhou ainda mais relevância diante do episódio registrado no fim de agosto, quando um estudante de 17 anos afirmou ter sido vítima de injúria racial durante uma partida de futsal nos Jogos Interclasse. O caso gerou mobilização dos alunos e abriu espaço para debates internos na comunidade escolar. Victor Almeida Maciel: "O letramento é superimportante para que a gente saiba como lidar com situações de racismo, tanto dentro da escola quanto fora dela. Para os não negros, é importante para aprender como agir e intervir" | Fotos: Jhonatan Vieira/Sejus Durante a palestra, os jovens puderam esclarecer dúvidas, expor opiniões e participar das dinâmicas propostas. O presidente do grêmio estudantil, Victor Almeida Maciel, de 17 anos, destacou a importância da iniciativa. "É muito importante trazer representatividade e segurança para os alunos. Eu, como negro, vejo que o letramento é superimportante para que a gente saiba como lidar com situações de racismo, tanto dentro da escola quanto fora dela. Para os não negros, é importante para aprender como agir e intervir". O pedagogo Eric Marques reforçou o caráter educativo da formação: “Apresentamos o conceito de racismo, as formas como ele se manifesta e os meios de denúncia. O letramento é um convite ao diálogo e ao antirracismo, porque combater o racismo é tarefa de toda a sociedade.” Os estudantes levantaram cartões vermelhos em alusão ao combate ao racismo no DF Ao longo da palestra, os estudantes receberam cartilhas, folders e o cartão vermelho de combate ao racismo — símbolo da campanha da Sejus nos estádios e arenas esportivas — e, juntos, ergueram o cartão em gesto simbólico de repúdio à discriminação. “Trabalhar o letramento racial com os estudantes é investir no futuro. Queremos que esses jovens compreendam o impacto do racismo e se tornem agentes de transformação, comprometidos com uma sociedade livre de discriminação”, disse a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. O subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Juvenal Araújo, reforçou: “O racismo estrutural muitas vezes é praticado sem que as pessoas percebam. O letramento mostra que tanto a injúria racial quanto o racismo são crimes graves, imprescritíveis e inafiançáveis. Mais do que punir, é preciso conscientizar para que todos adotem práticas antirracistas.” [LEIA_TAMBEM]O Programa de Letramento Racial da Sejus-DF tem como objetivo desenvolver a capacidade crítica para identificar, compreender e enfrentar o racismo estrutural. A formação propõe reflexões sobre identidade, ancestralidade, diversidade e inclusão, além de oferecer ferramentas pedagógicas para que educadores apliquem práticas antirracistas em sala de aula. Antes de chegar às escolas, o programa já havia capacitado servidores da Sejus, de outros órgãos do Governo do Distrito Federal, do sistema socioeducativo, do Senado Federal e representantes de entidades da sociedade civil envolvidas em eventos públicos do GDF. Agora, com a expansão para instituições de ensino, a iniciativa alcança um público ainda mais amplo, impactando diretamente a formação das novas gerações e contribuindo para a construção de uma sociedade mais equânime e respeitosa. *Com informações da Sejus-DF

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Escolas públicas de Ceilândia e Samambaia recebem curso de letramento racial

A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) realizou, na quarta-feira (28), mais uma ação do Programa de Letramento Racial em escolas públicas do Distrito Federal. Desta vez, as capacitações chegaram a duas instituições: o Centro Educacional (CED) 07 de Ceilândia; e a Escola Classe (EC) 511 de Samambaia. Ao todo, mais de 100 professores participaram das atividades, realizadas em dois ciclos, nos turnos matutino e vespertino. No CED 07 de Ceilândia, mais de 50 educadores receberam a formação. A escola, que já havia sido contemplada com o projeto Cidadania nas Escolas, voltado aos estudantes, agora teve a oportunidade de qualificar o corpo docente para atuar com práticas pedagógicas antirracistas. Mais de 100 professores foram capacitados em educação antirracista em duas escolas do DF | Fotos: Divulgação/Sejus Na EC 511 de Samambaia, o mesmo formato foi adotado, garantindo que professores de ambos os turnos fossem capacitados. A vice-diretora da unidade, Rosiene Serpa da Cunha, acompanhou o curso e destacou a importância da formação: “A palestra foi simplesmente transformadora, muito mais do que uma apresentação teórica. Foi um convite à reflexão sobre nossas práticas como educadores diante do racismo. Saímos mais conscientes do nosso papel na construção de uma educação antirracista e mais motivados a promover uma escola justa, acolhedora e antirracista.” Ao final da capacitação, todos os participantes receberam certificação oficial emitida pela Sejus, reconhecendo a importância do compromisso com a educação antirracista.  “A educação é a chave para transformar vidas e abrir caminhos para uma sociedade mais justa e igualitária. Por meio do Programa de Letramento Racial, estamos qualificando nossos educadores para que sejam agentes de mudança e inspiração para os estudantes”, destacou a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. O programa transforma os professores em agentes de mudança e inspiração para os estudantes O subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Juvenal Araújo, reforçou: “Nossa meta é fazer da educação antirracista uma base sólida na formação de cidadãos mais conscientes, capazes de construir uma sociedade que respeite e valorize a diversidade”. Nova etapa Esta ação marca uma nova etapa do processo de capacitação promovido pela Sejus-DF. O pontapé inicial ocorreu no mês passado, durante as comemorações do aniversário de Brasília, com a formação de todo o quadro pedagógico do Centro Educacional 04 do Guará (CED 04). O cronograma prevê que todas as escolas públicas do DF sejam contempladas na primeira fase do programa. Posteriormente, a iniciativa será levada às instituições privadas. Além dos professores, o Programa de Letramento Racial também envolverá estudantes, ampliando o alcance e aprofundando o debate sobre racismo, identidade, equidade e inclusão, dentro e fora das salas de aula. Educação que transforma [LEIA_TAMBEM]O Programa de Letramento Racial da Sejus visa desenvolver a capacidade crítica de identificar, compreender e enfrentar o racismo estrutural presente na sociedade. A formação propõe reflexões sobre identidade, ancestralidade, diversidade e inclusão, além de oferecer ferramentas pedagógicas que auxiliem os educadores na implementação de práticas antirracistas. Antes de ser implementado nas escolas, o programa já capacitou servidores da própria Sejus, de outros órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF), do sistema socioeducativo, do Senado Federal, bem como representantes de entidades da sociedade civil que organizaram eventos públicos promovidos pelo GDF. Agora, com a expansão para as instituições de ensino, a iniciativa alcançará um público ainda mais amplo, impactando diretamente a formação das novas gerações e contribuindo para a construção de uma sociedade mais equânime e respeitosa. *Com informações da Sejus

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IPEDF promove palestra sobre letramento racial em parceria com a Sejus-DF

Com objetivo de abordar um tema importante, o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) promoveu, na manhã desta quinta-feira (24) a segunda palestra sobre Letramento Racial com o professor da Secretaria de Educação (SEEDF), mestre e doutorando, Leonardo Café. A realização é conjunta com a Secretaria de Justiça (Sejus). Ele abriu a palestra dizendo que o objeto do encontro é fazer uma provocação sobre o racismo estrutural e institucional a começar pelo questionamento: “quais são as raízes do racismo no Brasil?”. A escravidão que trouxe cerca de quatro a cinco milhões de africanos ao país durante o período que se estendeu dos séculos XVI ao XIX. O IPEDF promoveu, na manhã desta quinta-feira (24), a segunda palestra sobre “Letramento Racial” com o professor da Secretaria de Educação (SEEDF), mestre e doutorando, Leonardo Café Para o diretor-presidente do IPEDF Codeplan, Manoel Clementino, “essa desconstrução deve ser feita diariamente e uma oportunidade como essa, de trazer o debate para dentro da nossa instituição representa preocupação e atuação pois o racismo tem efeitos reais na vida das pessoas negras, a desigualdade é comprovada pelos números do IBGE e também pelos números da Pesquisa distrital por Amostra de Domicílios Ampliada (PDAD-A)”. Para o subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial (SUBDHIR), Juvenal Araújo destacou que “nós estamos em todo o Governo do Distrito Federal buscando conscientizar todos os nossos servidores da importância de nós entendermos o raciocínio para combatê-lo e eliminá-lo. Então hoje, é para que nós possamos criar multiplicadores, para que a promoção da igualdade racial seja de fato efetiva no DF”. “Como servidor da Educação, temos a EAPE, que promove cursos e outras ações de formação continuada, como oficinas e encontros nas coletivas das escolas, para discutir as questões étnico-raciais na educação. Ações como essa nos ajudam a melhor entender o racismo estrutural, suas atualizações e desdobramentos, mas também em refletir criticamente sobre formas de combatê-los e ressignificar as representações das pessoas negras na nossa sociedade”, destacou o palestrante, Leonardo Café. *Com informações do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF)

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Evento dos 65 anos de Brasília inclui treinamento de práticas antirracistas e acolhimento às mulheres

Como parte das ações de celebração dos 65 anos de Brasília, a Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF) levou, neste sábado (20), o curso de Letramento Racial e o Protocolo Por Todas Elas aos colaboradores que já atuam no evento. A capacitação ocorreu na Esplanada dos Ministérios. A ação, conduzida pela Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos e Igualdade Racial (Subdhir), da Sejus, teve como objetivo sensibilizar e preparar os profissionais que trabalham diretamente no atendimento ao público, promovendo uma abordagem mais consciente, acolhedora e livre de discriminações durante as comemorações. A atividade integra um conjunto de ações permanentes da Sejus voltadas à promoção dos direitos humanos, da igualdade racial e da proteção às mulheres | Foto: Divulgação/Sejus-DF O Programa de Letramento Racial da Sejus promove uma formação voltada à compreensão do racismo estrutural e à aplicação de práticas antirracistas no cotidiano. Já o Protocolo Por Todas Elas, do Programa Direitos Delas, oferece orientações práticas sobre como identificar e agir diante de situações de violência contra a mulher, garantindo segurança e apoio adequado às vítimas em espaços públicos e eventos de grande porte. A colaboradora Gisele Silva participou da capacitação e destacou a importância dos dois cursos. “Foi uma formação muito esclarecedora. Os dois temas são importantes, porque aprendemos tanto a identificar uma prática racista e onde denunciar casos de assédio contra as mulheres”, afirmou. “Capacitar quem está na linha de frente dos eventos públicos é essencial para assegurar ambientes seguros, respeitosos e inclusivos. Estamos levando o compromisso com os direitos humanos para todos os espaços da cidade, especialmente em uma data tão simbólica como o aniversário de Brasília”, ressalta Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania. A atividade integra um conjunto de ações permanentes da Sejus voltadas à promoção dos direitos humanos, da igualdade racial e da proteção às mulheres, demonstrando o compromisso do GDF com uma cidade mais inclusiva, segura e igualitária. *Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF)

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Professores do Centro Educacional 4 do Guará receberão capacitação sobre igualdade racial

Na última sexta-feira (28), a Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), por meio da Subsecretaria de Direitos Humanos e Igualdade Racial (Subdhir), visitou o Centro Educacional 4 do Guará para fortalecer ações contra o racismo no ambiente escolar. O diretor Rogério Nunes recebeu equipe da Sejus-DF na sexta-feira | Foto: Divulgação/Sejus-DF A equipe foi recebida pelo diretor da unidade, Rogério Nunes, para discutir medidas preventivas e educativas voltadas à promoção da igualdade racial. Durante a reunião, ficou acordado que o programa de Letramento Racial da Sejus será implementado na escola nos próximos dias, com foco na capacitação dos professores. O subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Juvenal Araújo, destacou que a formação ajudará os docentes a reconhecer e a valorizar a diversidade, além de adotar práticas inclusivas para combater o racismo estrutural. “A Sejus reforça que o combate ao racismo deve ser permanente e envolver toda a sociedade. Além da capacitação dos professores, a Secretaria incentiva a denúncia de casos de discriminação racial e trabalha na construção de políticas públicas para promover a igualdade racial no DF”, ressalta a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. “O letramento racial dentro das escolas públicas é fundamental para a construção de uma sociedade mais inclusiva e democrática. Cabe a nós, enquanto educadores, garantir que nossos alunos cresçam em um ambiente onde a diversidade seja respeitada e valorizada. Isso começa com a formação dos professores, pois eles têm o papel de desconstruir estereótipos, promover a representatividade e incentivar o diálogo sobre questões raciais. A educação tem um papel transformador, e é por meio dela que contribuiremos para a formação de cidadãos críticos e conscientes”, afirma a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá. Letramento racial O programa de letramento racial da Sejus busca fornecer subsídios teóricos e metodológicos para que os educadores compreendam as dinâmicas do racismo e promovam um ensino antirracista. A formação estimula reflexões críticas sobre a história e a cultura afro-brasileira e incentiva políticas educacionais mais inclusivas. No Distrito Federal, denúncias de racismo podem ser feitas pelos seguintes canais: → Disque 100: Atendimento 24h, anônimo e gratuito. → Decrin (Delegacia Especializada): Telefone: (61) 3207-4242 *Com informações da Sejus-DF  

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Mês da Consciência Negra alerta para expressões racistas que devem ser evitadas

“Vou te colocar na minha lista negra e não quero nem saber o que vai dar esse samba do crioulo doido, menina cor do pecado”! Essa frase, cheia de expressões aparentemente banais, contém três expressões racistas que devem ser proibidas no dia a dia. Neste mês que é celebrado a Consciência Negra, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) defende uma revisão profunda das expressões utilizadas no cotidiano das pessoas, para construir uma sociedade antirracista. Para fazer o enfrentamento desse problema que reflete a presença do racismo estrutural e institucional enraizado na cultura brasileira, a Sejus, por meio da subsecretaria de Direitos Humanos e Igualdade Racial (Subdhir), adota diversas ações que têm por objetivo promover a mudança comportamental, de modo que as vítimas não sejam oprimidas na hora de fazer denúncias, ou na forma de cursos para que as pessoas compreendam porque devemos mudar nossa forma de expressar e evitar qualquer prática de racismo. O Letramento Racial é um curso ministrado a servidores públicos que revela as diversas manifestações de discriminação encobertas pelo que se chama de normalização | Foto: Arquivo/Agência Brasília O Letramento Racial é um curso ministrado a servidores públicos que revela as diversas manifestações de discriminação encobertas pelo que se chama de normalização, mas que deveriam ser rechaçadas e denunciadas. A antropóloga social pela Universidade de Brasília (UnB), Renata Nogueira, ensina que o racismo é estrutural porque está presente na forma como imaginamos o mundo, como hierarquizamos as pessoas e como criamos expectativas de papeis para certos grupos. Segundo a professora, as expressões “lista negra”, “a coisa está preta”, “magia branca”, “mulata cor do pecado”, “serviço de preto” e diversas outras reproduzem imaginários sociais destinados à população branca e à população negra. “Sabendo que quase 58% da população no Distrito Federal é negra, em termos de ocupação de espaços de poder a proporção é outra”, afirma. Dados do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) reforçam essa informação e apontam que a disparidade é ainda maior. Em 2023, a distribuição dos trabalhadores ocupados por posição segundo raça e cor, os negros representavam 61,9% ante 38,1% de não negros. No serviço público, a situação é inversa, com 52,4% de não negros e 47,6% de negros. Entre os autônomos, os negros compunham 66,8% do segmento, enquanto não negros, 33,2%. Os empregados domésticos representam 79,1% de negros e 20,9% de não negros. “Quando olhamos para os números das pesquisas percebemos que até entre os idosos a população negra é maioria, com 58% em comparação a 42% dos não negros. É por isso que tenho defendido políticas transversais dentro de nossa secretaria, porque o entendimento do exercício da cidadania é único”, diz a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. Discriminação racial Luiz Renato Nelson dos Santos é conhecido no Distrito Federal como Mestrando Vagalume. Professor de capoeira, ele revela o desconforto de já ter sido vítima do racismo estrutural. Tudo aconteceu numa escola no Recanto das Emas, onde dava aulas para crianças e adolescentes. “A direção da escola mudou e fui comunicado que não teria espaço para ministrar as aulas, sem qualquer outra justificativa. Questionei o motivo e a pessoa não respondia. Fui com o administrador na escola, mas nem isso foi suficiente. A alegação era que não tinha espaço no horário. Saímos de lá e fomos para uma quadra, descoberta, mas alguns alunos se machucaram com caco de vidro e aos poucos o projeto acabou, infelizmente. Isso foi um racismo estrutural”, disse. Expressões racistas “A coisa tá preta”: Utilizada para se referir às circunstâncias e situações de dificuldade, correlaciona um estado indesejado à cor preta. “Serviço de preto”: Essa expressão associa pessoas negras à má qualidade ou ao trabalho malfeito, o que reforça estereótipos racistas. É importante reconhecer que a competência e a qualidade do trabalho não têm relação com raça. “Cabelo ruim/cabelo bombril/cabelo duro”: Utilizada para descrever cabelos crespos ou cacheados, essa expressão desvaloriza a textura natural dos cabelos de pessoas negras, reforçando padrões estéticos eurocêntricos que indicariam que cabelos bons seriam os lisos. A alternativa seria falar “cabelo crespo” ou simplesmente “cabelo” sem conotação negativa. “Mulata”: Embora seja amplamente usada, a palavra “mulata” tem origem no termo “mula”, animal híbrido, e carrega uma conotação desumanizante para pessoas de origem mista (negra e branca). Prefira usar “parda” ou outras designações que respeitem a identidade da pessoa. “Da cor do pecado”: Termo que reforça a objetivação e a sexualização do corpo negro, especialmente o das mulheres negras. “Samba do crioulo doido”: A expressão é empregada em contextos no qual existe desordem, ou sem sentido. No entanto, relaciona a falta de nexo à negritude. *Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF)

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Servidores do Sistema Socioeducativo participam de aula sobre letramento racial

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a população brasileira é formada, majoritariamente, por 56% de pessoas pretas e pardas. Mesmo assim, conta-se nos dedos a pouca representatividade existente nos três poderes – Legislativo, Judiciário e Executivo. Essa disparidade diz respeito às formas de racismo estrutural e institucional, disse a antropóloga Renata Nogueira, responsável pela capacitação de professores do DF no ensino de história e cultura afrobrasileira, durante aula sobre letramento racial para servidores da subsecretaria do Sistema Socioeducativo (Subsis). A convite da subsecretaria de Direitos Humanos e Igualdade Racial (Subdhir), ligada à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), Renata Nogueira explicou que as diversas formas de racismo são resultado de mais 300 anos de escravidão. No Brasil, segundo ela, desde o princípio tentou-se normalizar a escravidão e, por séculos, mesmo com avanços de representatividade, o lugar de fala tem pouca ocupação. No caso específico da vivência dos servidores do Sistema Socioeducativo, o desafio é significativo porque muitos adolescentes em conflito com a lei sequer sabem quais são seus direitos. Iniciativa apresentou aula sobre letramento racial para servidores da subsecretaria do Sistema Socioeducativo (Subsis) | Foto: Divulgação/Sejus-DF “A discussão e o conhecimento sobre as formas de racismo são relevantes. O letramento racial é uma iniciativa que contribui para que os servidores e a sociedade compreendam a necessidade de combater o racismo conjuntamente”, disse Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania. Participação Priscila Correia Roquete, há 5 anos na Gerência de Esporte, Diversidade e Cultura da Subsis, participou da aula com a perspectiva de agregar conhecimento. “A maioria dos adolescentes atendidos é negra, enquanto grande parte dos servidores é branca. Por isso é fundamental participar do letramento”, disse. Segundo ela, muitos adolescentes não conhecem ou se reconhecem como negros, por isso o tema afrodescendência deve ser estudado na escola, para se entender a história, suas origens e conquistas. Thauanne Souza, junto de sua cão guia, Fênix, fez questão de participar do encontro. Ela, que é assistente social e está há 5 anos no Sistema Socioeducativo, disse que o letramento racial é mais uma ferramenta e metodologia para trabalhar com os adolescentes, por contribuir para transformar o caminho que eles vão seguir. O subsecretário da Subdhir, Juvenal Araújo Júnior, disse que o letramento racial é uma iniciativa que pretende mostrar que a luta contra o racismo deve vir da sociedade como um todo, não apenas da população negra. “A invisibilidade existe apesar de os negros serem a maioria da população”, destacou. A aula ministrada nesta segunda-feira, no Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF), faz parte das ações comemorativas do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. *Com informações da Sejus-DF

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