Ações itinerantes do GDF incentivam leitura e levam conhecimento para comunidades
É em uma pracinha tradicional no Guará, debaixo de um abacateiro, que a criançada deixa de lado os tablets e celulares para dar espaço à leitura à moda antiga. Com uma estante repleta de exemplares e livros nas mãos, a tia Meg, como Margarete Neres é conhecida entre os pequenos, entra em ação por meio do programa Mala do Livro, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF). Criada há 33 anos, a iniciativa hoje está presente em todas as regiões administrativas do DF para levar conhecimento e estimular a leitura entre as comunidades da capital. A biblioteca itinerante estaciona em praças, igrejas, associações, hospitais e até unidades prisionais, permitindo que o acesso à leitura ultrapasse as paredes de bibliotecas convencionais. O projeto Mala do Livro estimula a leitura entre as comunidades da capital | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Tudo isso é possível por meio de pessoas cadastradas na Secec-DF que colocam a iniciativa em prática na rua ou na comunidade onde moram. Hoje a pasta conta com 197 voluntários, os chamados agentes de leitura, que transformam suas residências em bibliotecas domiciliares. Margarete Neres é uma delas. Pedagoga de formação, ela já é conhecida entre os vizinhos da QE 4 do Lúcio Costa, no Guará, por abrigar dentro de casa um diverso acervo de livros para todas as idades. “A gente tem os exemplares da Mala do Livro e ainda tem o meu acervo pessoal que deixo aqui para fazer empréstimo a quem precisa. Sempre abrimos as portas daqui de casa para receber o público, pegar livros e ter essa experiência com a leitura”, ressalta. Leitura na praça Na época da seca, Margarete Neres conta histórias, com direito a fantoches, debaixo de um abacateiro, em praça pública “Uma vez por mês, no período de estiagem, a gente faz o Histórias na Praça, que é quando levamos todo esse acervo, tapetes e fantoches para fazer a leitura de livros debaixo do abacateiro que tem na pracinha aqui perto de casa. As crianças adoram e a gente tem apoio da comunidade, como a associação de moradores do Lúcio Costa, para fornecer lanches e dar o suporte necessário”, conclui Margarete. Além da leitura, o evento no Guará apresenta uma atração especial: o palhaço Canudinho, interpretado por Cláudio Moraes. “A palhaçaria atiça a curiosidade das crianças. Elas riem, brincam e, sem perceber, se aproximam dos livros. Eu fico extremamente contente de poder estimular isso nelas, de mostrar que a leitura também pode ser divertida”, afirma Cláudio. Entre os pequenos frequentadores está Luna Rodrigues, de 7 anos, que não esconde a empolgação com o Histórias na Praça. “A parte da leitura é a minha preferida. A tia lê e conta histórias, e eu acho que todas as crianças deveriam gostar de ler também”, diz. Luís Felipe Marques Braga: “No livro tem coisas que nem aparecem na Netflix” Já Luís Felipe Marques Braga, de 10 anos, descobriu na leitura um mundo que vai além do que ele vê na televisão. “Eu gosto de ler mangá. No livro tem coisas que nem aparecem na Netflix. É diferente estar lendo e a pessoa estar falando, tem mais detalhes”, comenta. “Eu ficava de olho na janela lá de casa. Quando a tia chegava na praça, eu falava para a mamãe: ‘bora lá na pracinha para a gente ver a história’. É muito legal. A tia Margarete botava suco e lanche também”, elogia o pequeno Luiz Felipe Souza, 7 anos. Uma história entre gerações Criado em 1991, o Mala do Livro começou como um desafio enfrentado pela bibliotecária Neusa Dourado: levar livros para comunidades que não tinham acesso a bibliotecas públicas. Inspirada em um modelo francês de bibliotecas domiciliares, Neusa criou um sistema em que moradores se tornavam agentes de leitura, emprestando livros em suas próprias casas. A filha de Cláudia Lucena participou do Mala do Livro na infância e, hoje, participa de debates sobre literatura: “Tudo começou nesse ambiente” A servidora pública Cláudia Lucena, 56 anos, acompanhou a evolução do programa desde que Margarete começou com a biblioteca domiciliar. “Minha filha hoje tem 22 anos e ela cresceu participando do programa. O incentivo que ela recebeu aqui foi fundamental. Desde criança, ela sempre esteve envolvida com literatura e arte. Hoje, participa de encontros culturais e tem grupos de amigos que escrevem e debatem sobre livros. Tudo começou nesse ambiente”, compartilha. A Mala do Livro está disponível em todas as regiões do Distrito Federal. Com um acervo de aproximadamente 100 mil livros, a iniciativa já impactou mais de um milhão de pessoas. Para a gerente do programa, Maria José Lira, esse trabalho vai muito além do simples empréstimo de livros. “A Mala do Livro conta muitas histórias, mas também cria novas. Estamos sempre buscando maneiras de levar a leitura a todos os espaços possíveis nas praças, nas casas, nos hospitais ou até em unidades prisionais”, ressalta Maria José.
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Seminário recebe especialistas para discutir políticas de incentivo à leitura no DF
Começou nesta quinta-feira (24) o I Seminário Cultura e Educação: pensando em um DF que lê, realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) e pela Secretaria de Educação (SEEDF), no Conjunto Cultural da República. O evento, que também comemora os 33 anos do programa de extensão Mala do Livro, continuará nesta sexta-feira (25) e na próxima terça-feira (29). “No caso específico do sistema socioeducativo, a Mala do Livro é um dos nossos grandes instrumentos de trabalho, porque os internos que estão sob os nossos cuidados passam a ter acesso à leitura, que muitas vezes eles não têm fora. É um instrumento muito importante para o início de uma transformação da interrupção da trajetória infracional e de um novo projeto de vida” Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania Na abertura, a diretora da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) e organizadora do evento, Marmenha Rosário, destacou que o seminário se trata de um momento histórico. “Esta é a primeira vez que a gente reúne as bibliotecas públicas, as bibliotecas escolares, as bibliotecas escolares comunitárias, as pessoas que atuam como agentes de leitura na Mala do Livro e também um grupo de profissionais que atuam nas bibliotecas prisionais”. A gerente das Políticas de Leitura e Livro Didático da SEEDF, Rejane Matias, ressaltou que não se faz políticas de leitura sozinho. “Por isso, nós estamos reunidos aqui hoje — Secretaria de Cultura, Secretaria de Educação, órgãos do Ministério da Educação e do Ministério da Cultura —, pois acreditamos na necessidade de pararmos para essa reflexão e darmos o devido valor simbólico e emocional que o livro tem nas nossas vidas”. O evento, que também comemora os 33 anos do programa de extensão Mala do Livro, continuará nesta sexta-feira (25) e na próxima terça-feira (29) | Foto: Divulgação/Secec Já a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, ressaltou a iniciativa da Mala do Livro, um importante projeto que democratiza e torna itinerante a oferta de leitura para a população, que muitas vezes não tem acesso. “No caso específico do sistema socioeducativo, a Mala do Livro é um dos nossos grandes instrumentos de trabalho, porque os internos que estão sob os nossos cuidados passam a ter acesso à leitura, que muitas vezes eles não têm fora. É um instrumento muito importante para o início de uma transformação da interrupção da trajetória infracional e de um novo projeto de vida”. O diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura (MinC), Jéferson Assumção, relembrou o histórico de falta de incentivo à leitura no Brasil. “O Brasil é um país que teve 400 anos de escravidão e 300 anos em que era proibido fazer livros. Até 1808 era proibido fazer livros. É claro que isso impacta muito a nossa relação com o livro e a leitura. Como dizia o Millôr Fernandes, ‘o Brasil tem um longo passado pela frente’. Como a gente faz o Brasil se tornar uma sociedade leitora com essa história? A gente precisa fazer frente a ela e desenvolver um plano, que é o que estamos fazendo agora para os próximos dez anos, de 2025 a 2035.” “Hoje nós estamos presentes com as nossas bibliotecas em 19 regiões administrativas (RAs). Um dos nossos desafios é ampliar essa rede e chegar em todas as RAs, até porque nós temos duas novas que foram criadas recentemente e carecem de equipamentos públicos” Claudio Abrantes, secretário de Cultura e Economia Criativa Por outro lado, o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes, destacou que, nas 24 bibliotecas públicas do DF, no ano de 2023, houve um aumento na frequência. “A nossa Biblioteca Nacional, com base nos nossos últimos dados, tem dobrado o número de usuários e se interligado com novas linguagens, como os games e os aulões. No geral, nas bibliotecas públicas do DF, tivemos uma frequência de quase 300 mil pessoas, com cerca de 170 mil usuários cadastrados. É um aumento considerável, que vem de um processo de retomada após a pandemia, isso é fato, mas também mostra o interesse crescente das pessoas nos livros e na literatura”. Na ocasião, Abrantes ressaltou também o acordo de cooperação técnica celebrado com o MinC este ano. “Algo muito importante foi o acordo de cooperação técnica celebrado com o Ministério da Cultura, que vai trabalhar na modernização das nossas bibliotecas e também na integração entre elas, para que a gente tenha um sistema forte, vigoroso e cada vez mais eficiente”. Para o secretário de Cultura, a ampliação da rede de bibliotecas públicas do DF é um desafio. “Hoje nós estamos presentes com as nossas bibliotecas em 19 regiões administrativas (RAs). Um dos nossos desafios é ampliar essa rede e chegar em todas as RAs, até porque nós temos duas novas que foram criadas recentemente e carecem de equipamentos públicos”, finalizou. Política de incentivo à leitura A responsabilidade de coordenar essa política de estado no DF cabe à Secec-DF pelo Decreto nº 44.922/2023. Operadora principal desse esforço, a BNB convidou instituições importantes a participar, como o Ministério da Cultura (MinC), a Secretaria da Administração Penitenciária do DF (Seape-DF), a Comissão de Cultura e Educação da Câmara Legislativa, o Conselho de Cultura do DF (CCDF), o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), entre outros. Serviço I Seminário Cultura e Educação: pensando em um DF que lê – Data: 24, 25 e 29 de outubro – Local: Conjunto Cultural da República – Mais informações no perfil da BNB e da Dispre no Instagram: @bibliotecanacionaldebrasilia @dispre.subeb – Programação completa: clique aqui *Com informações da Secec-DF
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GDF promove seminário voltado à formação de profissionais das bibliotecas da capital
Empenhado em fazer de Brasília a capital da leitura, o Governo do Distrito Federal (GDF) vai promover nos dias 24, 25 e 29 de outubro a primeira edição do “Seminário Cultura e Educação: pensando em um DF que lê”, um evento voltado ao fomento e à formação de profissionais que trabalham nas bibliotecas brasilienses. “A intenção desse evento é trabalhar a formação e o fomento das pessoas que atuam nas bibliotecas, para que elas possam entregar um atendimento mais qualificado à comunidade”, destaca a diretora da BNB, Marmenha Rosário | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília O evento, fruto de uma parceria entre as secretarias de Cultura e Economia Criativa e de Educação do Distrito Federal, vai ser realizado durante a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca. Estão previstos vários painéis e oficinas visando a qualificação de servidores que atuam nas bibliotecas públicas, escolares e prisionais do DF. “A ideia dos painéis é dar um espaço para que esses equipamentos divulguem suas melhores práticas, desencadeando ações que podem amplificar os benefícios que os livros e a leitura trazem para a vida das pessoas”, explica o Subsecretário de Patrimônio Cultural, Felipe Ramón. “Essa iniciativa, que integra as comemorações da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, demonstra o nosso compromisso em fomentar a leitura e a utilização da biblioteca como um espaço fundamental para a construção do conhecimento. Acreditamos que a leitura é a porta de entrada para um mundo de possibilidades, despertando a criatividade, a imaginação e o senso crítico de nossos estudantes”, ressalta a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá. Entre as oficinas práticas, estão a recuperação de páginas e higienização de livros, a escrita criativa, a produção de conteúdo para redes sociais de bibliotecas e a captação de recursos para projetos literários. Serão 600 vagas ao todo. Para ter acesso à programação completa e ao formulário de inscrições basta acompanhar o perfil da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) no Instagram. “A intenção desse evento é trabalhar a formação e o fomento das pessoas que atuam nas bibliotecas, para que elas possam entregar um atendimento mais qualificado à comunidade com as ferramentas ideais”, destaca a diretora da BNB, Marmenha Rosário. Programa Mala do Livro Programa Mala do Livro incentiva a leitura em regiões que não contam com bibliotecas | Foto: Divulgação/Secec A programação também vai comemorar os 33 anos do programa Mala do Livro, que leva caixas-estantes a regiões do DF que não contam com bibliotecas. Em cada mala há exemplares que vão desde a literatura infantil, juvenil, brasileira, estrangeira e até livros voltados à pesquisa. Os leitores podem ficar até sete dias com os exemplares e há possibilidade de renovação desse empréstimo. Atualmente, o projeto conta com 106 malas do livro. Na abertura do seminário, serão anunciadas mais 20 caixas-estantes. “Vamos aproveitar este evento importantíssimo para entregar as novas unidades da Mala do Livro, projeto que tem assegurado um lugar na história da difusão do livro no DF e entorno”, reforça o secretário de Cultura, Cláudio Abrantes.
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Feira do Livro homenageia programa de incentivo à leitura no DF
[Olho texto=”Quase 400 agentes literários estão espalhados pelas 33 regiões administrativas” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Por muito tempo, foi uma fábrica de sonhos e fantasia no meio da sala de estar de sua casa. Era ali que, vez ou outra, dona Ana, uma diarista do Riacho Fundo II, na condição de agente literária voluntária, arrastava sofás e outros móveis para transformar o local em um espaço de contação de histórias para crianças carentes da região. Tudo graças ao programa Mala do Livro, um dos homenageados da edição deste ano da 36ª edição da Feira do Livro de Brasília (FeLiB). “Logo ela expandiria esse ambiente de leitura para uma varanda com muretas, onde toda a vizinhança participava de rodas animadas”, lembra Maria José Lira Vieira, gerente da iniciativa, que contou essa história durante uma sessão de bate-papo nesta quarta-feira (22). “São resultados como esse, que nasceram da Mala do Livro, que nos engrandecem”, disse, emocionada. O programa Mala do Livro foi homenageado pela 36ª edição da Feira do Livro de Brasília | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília Idealizada pela bibliotecária Neusa Dourado, a ação, coordenada pela Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), completa 32 anos em outubro deste ano. O primeiro núcleo de atendimento foi em uma comunidade de Samambaia, em 1990. A ideia era simples, mas inovadora: ofertar coleções de livros para locais do DF que ficavam distantes de bibliotecas públicas por meio de uma pequena caixa-estante, espécie de minibiblioteca que conta com cerca de 200 títulos, entre livros infantis e de gêneros diversos, como romances e biografias. Hoje são mais de 350 malas que atendem cerca de 60 mil usuários, de crianças a adultos. Só de agentes literários espalhados pelas 33 regiões administrativas, são quase 400. “São pessoas das comunidades que ajudam a levar livro, leitura e literatura para esses locais distantes. Eles são os nossos anjos, nossas ‘donas bentas’”, revela a professora Maria José, referindo-se à clássica personagem de Monteiro Lobato. “Tem Mala do Livro que se tornou biblioteca comunitária”. “Sempre gostei de ler, e os agentes da leitura têm essa relação próxima com os livros; é mais do que natural disseminar essa prática dentro do seu meio social”, diz Edson Cavalcante Morador do Setor Lúcio Costa, no Guará, Edson Cavalcante de Araújo, 59 anos, desde 2006 é agente literário, uma tarefa voluntária que exerce com paixão e dedicação. “Sempre gostei de ler, e os agentes da leitura têm essa relação próxima com os livros; é mais do que natural disseminar essa prática dentro do seu meio social, de convivência”, explica. “Comecei como agente da leitura, incentivado pela professora Maria José. Fui fazer contação de história e, de tanto contar histórias dos outros, um dia comecei a contar a minha história”. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Projeto inclusivo e grande incentivador da prática da leitura, a Mala do Livro, reconhecido no Brasil e no exterior, hoje também atende variados espaços institucionais, sendo premiado por entidades como a Fundação Getúlio Vargas (FGV). “A missão desse projeto é levar o livro e a literatura para áreas onde a prática da leitura não é acessível, tanto pela ausência de bibliotecas quanto pela formação de leitores”, reforça o subsecretário do Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), Aquiles Brayner. Quem deseja ser agente literário deve fazer um cadastro enviando a solicitação para o e-mail do programa maladolivro@cultura.df.gov.br ou ligar para (61) 3325-2607. Além das compras efetuadas pela Secec, grande parte dos livros que fazem parte do acervo do Mala do Livro vem de doações. “A pessoa se manifestando para ser agente literário, a gente vê qual a disponibilidade de espaço e tempo para fazer o atendimento em sua comunidade ou vizinhança”, explica Maria José. “Sobre a doação, hoje mesmo, aqui na FeLiB, fui procurada por três editoras interessadas em fazer doações. Quem quiser fazer doação é só nos procurar; somos gratos à sociedade, que é muito bondosa.”
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Premiação reconhece dedicação de agentes da Mala do Livro
Quando o professor Aurélio Oliveira Marques nasceu, o Programa de Extensão Bibliotecária Mala do Livro já contava seis anos. Hoje, aos 26, o morador de Samambaia é agente de leitura desde 2008. Ele e mais 99 voluntários foram contemplados com R$ 5 mil em edital de premiação lançado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) no final de 2021, cujo objetivo foi valorizar o trabalho e a dedicação desses profissionais. Maria José Lira, gerente da Mala do livro, trabalha com o projeto desde seu surgimento | Foto: Divulgação/Secec Para além dos R$ 500 mil aportados em prêmios, a pasta também investiu R$ 1,2 milhão na capacitação desses agentes. Aurélio e outros voluntários premiados falam, com emoção, sobre a mais bem-sucedida política pública de estado no incentivo à leitura na periferia e entorno da capital federal. “É que participo da Mala do Livro desde a mais tenra idade”, justifica o professor. Ele era leitor assíduo na biblioteca domiciliar de uma pioneira das bibliotecas domiciliares de Samambaia, Maria das Dores. “A Mala proporcionava vários momentos educativos e culturais”, explica ele, referindo-se a oficinas de contação de histórias, gincanas de leituras, passeios, sessões de cinema no Cine Brasília e feiras de livros. [Olho texto=”“A premiação representou um reconhecimento pelo trabalho árduo de tantos anos, em favor do livro e da leitura”” assinatura=”Marluce Franklin, agente da Mala do Livro desde 1994″ esquerda_direita_centro=”direita”] “Eram atividades que ficavam no Plano Piloto, longe da periferia. Eu me sentia muito privilegiado em fazer parte disso. E a gente hoje sabe que a Mala do Livro tem essa capilaridade, democratizando acesso à alfabetização e ao livro”, testemunha. A gerente da Mala do Livro, Maria José Lira Vieira, que trabalha com a iniciativa desde seu surgimento, homenageia a “das Dores” citada por Aurélio, também premiada no edital da Secec: “Ela sempre buscou se aperfeiçoar para oferecer melhorias para os leitores. Fez até curso de dinamização, iniciação teatral e arte de contar histórias. Muito guerreira, carrega uma filha deficiente nas costas e trabalha com muito prazer”. Aurélio entende que o prêmio representa o reconhecimento pelo trabalho voluntário e é uma motivação para que as pessoas continuem a realizar essas ações. “Apesar do formato de prêmio individual, os recursos acabam beneficiando a comunidade como um todo”, acredita. Transformação Marluce Franklin, de Sobradinho, afirma que “a premiação representou um reconhecimento pelo trabalho árduo de tantos anos, em favor do livro e da leitura”, ações que considera “transformadoras”. Ela viu a metamorfose na própria vida. Agente desde 1994, está concluindo graduação em biblioteconomia. “Nas bibliotecas domiciliares, a maioria em nossas residências, pudemos ver jovens, crianças, adolescentes e adultos mudando suas vidas, transformando realidades, alcançando crescimento pessoal por meio do conhecimento”, testemunha com entusiasmo. Marluce, que está à frente da Associação dos Agentes de Leitura e contadores de estórias (Aaconte), com 98 agentes associados para buscar capacitação dos envolvidos, atua na Fercal, Sobradinho II e em regiões mais distantes, “como nos assentamentos, onde não existem bibliotecas nem qualquer estrutura pública da cultura”. Ela diz que os agentes representados na Aaconte vinham reivindicando editais para qualificar o trabalho deles desde 2014. “A capacitação melhora nosso trabalho junto à comunidade. O secretário Bartolomeu Rodrigues é um divisor de águas em nossa história, por nos atender, nos acolher, nos dar voz”, afirma. A agente conta que decidiu participar da Mala do Livro por gostar de ler e também por querer fazer algo para se contrapor à violência na própria região. Suas ações na divulgação do livro geraram interesse na comunidade e a casa dela ficou pequena para receber os leitores, pois a biblioteca domiciliar também passou a emprestar livros para os alunos do ensino médio que participam do Programa de Avaliação Seriada (PAS) e precisam ler as obras indicadas para o acesso à Universidade de Brasília (UnB). Isso a levou a mobilizar a comunidade para a construção de uma biblioteca na região administrativa. [Olho texto=”“Acredito que por meio da leitura e dos livros pode haver transformação social e, consequentemente, uma sociedade mais justa”” assinatura=”Edson Cavalcante de Araújo, agente há 14 anos” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Público jovem Edson Cavalcante de Araújo, agente há 14 anos e também premiado, aposta no livro como fator de desenvolvimento: “acredito que por meio da leitura e dos livros pode haver transformação social e, consequentemente, uma sociedade mais justa”. “A premiação é uma forma de reconhecimento por parte da Secretaria de Cultura e tem um significado muito importante não só para mim, mas para todos os agentes de leitura do programa”, opina. Na casa dele, antes da pandemia, ele atendia a média de 20 a 30 crianças por mês. Com o avanço da vacinação, seu público começa a voltar. Cita o caso de Lara Neres, 10 anos, que mal saiu do posto de saúde e deu o ar da graça. “Ela gosta de contos de fada, ação e lê até quatro livros por mês”, relata Edson. Douglas Gomes Bezerra, agente da Mala do Livro há 5 anos | Foto: Divulgação/Secec Dignidade A advogada Alana Barros Siqueira Duarte considera a premiação “o reconhecimento para uma classe que até então não era lembrada, apesar de sua grande importância para a sociedade”. Agente desde 2012, ela conheceu o programa por meio de uma amiga, o que mostra a força do boca a boca na propagação da Mala, uma caixa de madeira que se converte em estantes para cerca de 200 livros. “Eu decidi participar desse lindo trabalho, pois sempre achei essencial a continuidade do conhecimento através da leitura, e como agente de leitura podemos transformar vidas, trazer novas esperanças e crescimento intelectual e de caráter para uma sociedade que tem caminhado para o esquecimento dos livros”, justifica. A biblioteca domiciliar funciona na casa da advogada, mas ela geralmente trabalha em conjunto com o marido no atendimento a moradores de rua três vezes na semana com alimentação, vestuário, com o banheiro sobre rodas e livros “para que eles venham a se sentir dignos”, enfatiza. Diálogos O músico Douglas Gomes Bezerra, morador do Guará, é agente da mala há cinco anos. Também premiado, diz que decidiu participar porque já tinha uma pequena biblioteca em sua escola de musicalização, onde ensina guitarra, violão e outros instrumentos. Em busca de livros, Douglas conta que ele recebe entre 10 a 20 pessoas por dia. Ele não tem dúvida sobre a convergência entre a música e as letras e se arrisca a sugerir que a Mala do Livro busque ampliar os diálogos no campo das humanidades. “Devemos continuar fazendo uma ótima gestão desse legado, na luta para o livro chegar na mão de todos”, advoga. [Olho texto=”Neste momento, a Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) estuda a encomenda de mais caixas para atender a uma demanda reprimida. Há quase uma centena de candidatos a acolher bibliotecas domiciliares” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Agentes de leitura Neste momento, a Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), que gerencia a Mala do Livro, estuda a encomenda de mais caixas para atender a uma demanda reprimida. Segundo Maria José, há quase uma centena de candidatos a acolher bibliotecas domiciliares. “Temos esse cadastro de reserva com inscritos preparados para receber a Mala. Um agente ou uma agente recebe capacitação e precisa ter a predisposição de receber a minibiblioteca. Avaliamos o perfil da pessoa, o espaço de que dispõe, seu interesse por livros e a capacidade de prestar o devido atendimento ao público”, explica a gerente. Para tornarem-se agentes, os interessados devem se inscrever na gerência do programa em maladolivro@gmail.com *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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GDF incentiva livro e leitura com recursos de R$ 3,7 milhões
[Olho texto=”“O Prêmio Candango de Literatura é uma aspiração que nasceu desde o início dessa gestão, com o objetivo de integrar a comunidade internacional de língua portuguesa”” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”direita”] Em 2021, a política pública para o livro e a leitura ganhou foco especial da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). A pasta fez aportes diretos de R$ 2,7 milhões para incentivo, fomento e capacitação em três editais: Prêmio Candango de Literatura (R$ 1 milhão), Capacitação da Mala do Livro (R$ 1,2 milhão) e Premiação de Agentes de Leitura (R$ 500 mil). Criou ainda o Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil, que contemplou 30 jovens autores. Essas ações caminharam em paralelo com o fomento do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), que teve linha específica na categoria Leitura, Escrita e Oralidade no valor R$ 1 milhão para ao menos 28 projetos. Ao total, a área recebeu incentivo de R$ 3,7 milhões. “São ações inéditas dentro das últimas gestões da Secec, cuja política do livro e da leitura estava, até então, restrita aos editais do FAC”, aponta o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. “Temos um compromisso com a política de difusão do livro e da leitura. Sabemos o quanto o acesso ao livro muda vidas. O Estado é a peça-chave dessa transformação”. A chefe da Assessoria de Relações Internacionais da Secec, Beth Fernandes, reforça: “A iniciativa é para garantir a continuidade dessas premiações no futuro, como parte do calendário cultural da cidade. O primeiro prêmio Candanguinho ocorreu em setembro, e o Candango está em plena fase de preparação para ser lançado em 2022”. Prêmio Candango A Secec enviou à Casa Civil minuta de projeto de lei instituindo o Prêmio Anual Candango de Literatura de Língua Portuguesa e o Prêmio Candanguinho, este voltado ao público infantojuvenil. Com aporte de R$ 1 milhão, o concurso terá as categorias Romance, Poesia, Conto, Prêmio Brasília, Capa e Projeto Gráfico, além de duas linhas destinadas a iniciativas de incentivo à leitura (Geral e PcD/Pessoa com Deficiência). “O Prêmio Candango de Literatura é uma aspiração que nasceu desde o início dessa gestão, com o objetivo de integrar a comunidade internacional de língua portuguesa”, afirma Bartolomeu Rodrigues. “É uma forma de estimular e valorizar os escritores nesse momento delicado.” Rompendo a fronteira nacional, o Candango de Literatura acolhe escritores de países que falam a língua portuguesa. Esse aspecto que universaliza o certame vai dialogar com a valorização da literatura produzida em Brasília, que ganha uma categoria específica (Prêmio Brasília). “Estamos virando uma página nessa pandemia para mostrar a força da literatura em língua portuguesa”, avalia o titular da Secec. “O Estado tem esse papel de abrir caminhos. Acredito que esse Prêmio Candango de Literatura vai entrar no calendário internacional.” O Prêmio Candango de Literatura alinha a Secec à Política Nacional de Leitura e Escrita no Brasil (Lei n° 13.696), que reconhece a prática da leitura e da escrita como um direito para exercer plenamente a cidadania. Com base na última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a quantidade de leitores no país caiu de 56%, em 2015, para 52% em 2019. Com o potencial de se tornar um dos mais importantes concursos do gênero entre os países de língua portuguesa, o Prêmio Candango de Literatura será realizado este ano. Para sua execução, a Secec selecionou o Instituto Cultural Casa de Autores. “Seguir com o Candango de Literatura é aprofundar e dar prosseguimento à política pública de Leitura, Escrita e Oralidade no âmbito nacional, estadual e local, contribuindo para valorizar e disseminar a cadeia produtora do livro e leitura”, destaca Beth Fernandes. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Prêmio Candanguinho No intuito de fomentar os primeiros leitores, o I Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil selecionou 30 obras inéditas de crianças e jovens entre seis e 17 anos para compor a coletânea de poesias Mala do Livro: uma viagem na leitura, em celebração aos 30 anos do projeto da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). “A equipe da BNB envolvida no projeto ficou entusiasmada com os resultados”, conta a diretora da BNB, Elisa Raquel Quelemes. “Esse programa e o prêmio representam um pedacinho de um desafio maior de estímulo à escrita, à leitura e à oralidade que a Secec está construindo.” As 30 poesias selecionadas foram publicadas em coletânea nos formatos e-book, livro impresso e braille. Além de dez exemplares da obra impressa, os primeiros colocados nas categorias Infantil, Pessoa com Deficiência e Juvenil receberam como prêmios smartphones, tablets e leitores de e-book. Os demais selecionados ganharam certificado de participação e dois exemplares da coletânea. Mala do Livro Mala do Livro: atualmente, programa tem mais de 75 mil títulos cadastrados | Foto: Divulgação/Secec Com o intuito de valorizar o trabalho e a dedicação dos voluntários do programa Mala do Livro, a Secec lançou dois editais: um para premiação de 100 voluntários, com aporte de R$ 500 mil, e outro de capacitação, no valor de R$ 1,2 milhão. “A iniciativa é para garantir a continuidade dessas premiações no futuro, como parte do calendário cultural da cidade”, explica a chefe da Assessoria de Relações Internacionais da Secec, Beth Fernandes. “O primeiro prêmio Candanguinho ocorreu em setembro, e o Candango está em plena fase de preparação para ser lançado em 2022” No primeiro edital, cada voluntário selecionado do programa de criação de bibliotecas domiciliares foi premiado com R$ 5 mil por sua contribuição ao fomento do livro, da leitura e da contação de histórias no DF ou na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride). No segundo, foi selecionada a instituição Companhia Voar Arte Para Infância e Juventude para capacitar 500 agentes de leitura. “A Mala do Livro é um programa tipo exportação, que rompeu as fronteiras do Distrito Federal”, avalia Bartolomeu Rodrigues. “Tem a força que tem devido a esses voluntários amantes da leitura. É um projeto estratégico na política de leitura do Distrito Federal. Todo o investimento feito nessa ação expande-se de forma incalculável na vida do futuro e jovem leitor.” Atualmente, a Mala do Livro tem 75,3 mil títulos cadastrados no sistema e em 196 malas – que são caixas de madeira dobráveis. Há ainda 188 malas em instituições que prestam assistência social, além de outras sete em hospitais. A Ride, que avança para Minas Gerais e Goiás, contabiliza mais de 500 unidades. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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Sai resultado de edital que premia agentes do Mala do Livro
Com o intuito de valorizar o trabalho e a dedicação dos voluntários do programa Mala do Livro no Distrito Federal, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) lançou o edital Nº 36/2021, que teve resultado final publicado nesta terça-feira (21) no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). [Olho texto=”“A Mala do Livro é um programa tipo exportação, que rompeu as fronteiras do DF. Tem a força que tem devido a esses voluntários amantes da leitura”,” assinatura=”Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura e Economia Criativa” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Com aporte total de R$ 500 mil, cada voluntário do programa de criação de bibliotecas domiciliares vai receber R$ 5 mil por sua contribuição ao fomento do livro, da leitura e da contação de histórias no DF ou na Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (Ride). Ao todo, o chamamento público contemplou 94 dos 101 agentes de leitura inscritos, ficando de fora apenas aqueles que não cumpriram as exigências contidas no edital. “A Mala do Livro é um programa tipo exportação, que rompeu as fronteiras do DF. Tem a força que tem devido a esses voluntários amantes da leitura”, diz o secretário Bartolomeu Rodrigues. Os proponentes de regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) receberam pontuação extra de acordo com a localidade de atuação, bem como concorrentes do gênero feminino, autodeclarados pretos ou pardos e pessoas com deficiência. Para receber o prêmio, os proponentes premiados devem encaminhar recibo assinado para o e-mail maladolivro@gmail.com em até 10 dias após a publicação do resultado final. Veja o link para modelo de recibo no site da Secec. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Mala do Livro O Programa de Extensão Bibliotecária Mala do Livro – Biblioteca Domiciliar é uma iniciativa do Governo do Distrito Federal sob o guarda-chuva da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), formalizado pelo Decreto nº 17.927, de 20 de dezembro de 1996. Atualmente, a Mala do Livro tem 75.300 títulos cadastrados no sistema em 196 malas (na verdade, caixas de madeira dobráveis). Há ainda 188 malas em instituições que prestam assistência social, além de outras sete em hospitais. A Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (Ride-DF), que avança para Minas Gerais e Goiás, contabiliza mais de 500 unidades. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF
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Biblioteca Nacional de Brasília lança coleção especial
A Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), completa 13 anos de inauguração neste domingo (12) e anuncia como maior presente ao público o lançamento de sua coleção especial, composta de livros históricos, obras raras e material relativo à memória institucional. No acervo geral, a BNB dispõe de 31.169 títulos e 41.692 exemplares. Os exemplares da Coleção de Documentos Históricos Brasileiros poderão ser consultados por pesquisadores credenciados e exibidos ao público mediante agendamento| Foto: Acervo da BNB O acervo de livros especiais será lançado na terça (14), no Canal do Youtube da BNB e no perfil da biblioteca no Instagram, e é formado pela “Coleção de Documentos Históricos Brasileiros” (94 títulos), voltada à memória nacional; a “Coleção de Obras Raras” (408 livros), formada por exemplares que possuem alguma particularidade notável; e a “Coleção Cultural”, de memória institucional, com publicações da Secec e que tiveram incentivo do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), com 60 obras. [Olho texto=”Neste domingo (12), a BNB terá um dia especial. Com a presença do secretário Bartolomeu Rodrigues, receberá à tarde o Quinteto de Cordas da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro (OSTNCS) e depois haverá uma sessão de contação de estórias promovida pela Associação dos Amigos das Histórias” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Esses livros poderão ser consultados por pesquisadores credenciados e exibidos ao público mediante agendamento. “Com a pandemia, conseguimos nos dedicar ao processamento das obras no software SophiA e organizar o acervo para possibilitar as consultas”, explica a bibliotecária Mariana Giubertti Guedes Greenhalgh, mestre e doutoranda em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília (UnB). Maior biblioteca da cidade, concebida no plano original de Brasília, de Lúcio Costa, e com projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, a BNB coordena uma rede de 27 bibliotecas públicas no Distrito Federal. Há 31 anos abriga a mais importante política de estado de incentivo à leitura no país, o programa “Mala do Livro”, de bibliotecas domiciliares geridas por agentes de leitura voluntários, levando livros onde não há equipamentos. Elisa Raquel, diretora da BNB, destaca o trabalho da biblioteca durante a pandemia, quando conseguiu oferecer diversões didáticas no formato de jogos virtuais “escape rooms”, serviço ligado ao espaço Geek – de gibis, jogos de tabuleiro e eletrônicos –; a migração para plataformas de reunião dos encontros mensais do Clube do Livro; a transmissão de palestras sobre incentivo à leitura e outros assuntos; e, recentemente, a retomada dos empréstimos de livros mediante agendamento pelo público. Domingo de festa Neste domingo (12), a BNB terá um dia especial. Com a presença do secretário Bartolomeu Rodrigues, receberá à tarde o Quinteto de Cordas da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro (OSTNCS) e depois haverá uma sessão de contação de estórias promovida pela Associação dos Amigos das Histórias. Agenda 2030 Elisa anuncia, entre os desafios para o próximo ano, o esforço de ajudar a implementar a agenda 2030, da ONU, de melhorias culturais, sociais e ambientais amplas para o planeta. “Vamos fazer um planejamento de ações para contribuir com essa importante agenda mundial”, adianta. Em estágio ainda embrionário, o projeto começa com a contratação de uma consultoria para explicitar as iniciativas que a BNB pretende. Esse assunto será objeto de uma live na próxima segunda-feira (13), às 15h. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Ainda nas festividades, estão previstas a visita do Embaixador do Cazaquistão para doação de livros, no dia 13, às 10h, e a posse da nova diretoria da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB), com o lançamento de coletânea editada pela entidade, no dia 15 (evento restrito a convidados). “Alegra-nos participar das comemorações da Biblioteca Nacional de Brasília, pois comungamos com seus ideais de sempre proporcionar cultura e conhecimento”, afirma a nova presidente da entidade, Margarida Drumond de Assis. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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Capacitação da Mala do Livro tem resultado provisório
Dedicado a capacitar agentes de leitura da Mala do Livro, um dos projetos mais importantes de incentivo ao livro e á leitura do país, o edital Nº 31/2021 teve resultado provisório, para selecionar a Organização da Sociedade Civil (OSC), publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta quinta-feira (2). Resultado Provisório O certame da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) vai capacitar e formar 500 agentes de leitura do programa de criação de bibliotecas domiciliares que está em ação desde 1990. O Programa de Extensão Bibliotecária Mala do Livro – Biblioteca Domiciliar – é uma iniciativa de estado do GDF sob o guarda-chuva da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) Mala do Livro | Divulgação/Secec Para custear essa ação, que visa valorizar a missão, paixão pelo hábito da leitura e dedicação dos agentes voluntários do programa “Mala do Livro”, a Secec aportou R$ 1,2 milhão. “A Mala do Livro é um projeto estratégico na política de leitura do Distrito Federal. Todo o investimento feito nessa ação expande-se de forma incalculável na vida do futuro e jovem leitor”, destaca o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. Confira a pontuação: 1º Instituto Janelas da Arte, Cidadania e Sustentabilidade- 18 2º Companhia Voar Arte Para Infância E Juventude- 17 3º Instituto de Promoção da Cidadania e do Bem-Estar Sociale Emocional – Chamaeleon -15 4º Instituto de Pesquisas, Estudos, Cultura e Educação Brasil (IPECE-BR) -14 5° Instituto Eu Ligo -13 6° Fehsolna -1 As instituições inscritas têm prazo de até cinco dias corridos, a contar desta sexta-feira (3), para a apresentação de recursos, que devem ser encaminhados ao e-mail sddc@cultura.df.gov.br. O resultado final do chamamento público será publicado no site da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Mala do livro O Programa de Extensão Bibliotecária Mala do Livro – Biblioteca Domiciliar – é uma iniciativa de estado do GDF sob o guarda-chuva da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), formalizado pelo Decreto nº 17.927, de 20 de dezembro de 1996. Leia mais Projeto Mala do Livro [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Atualmente, a Mala do Livro tem 75.300 títulos cadastrados no sistema em 196 malas (na verdade, caixas de madeira dobráveis). Há ainda 188 malas em instituições que prestam assistência social, além de outras sete em hospitais. A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF), que avança para Minas e Goiás, contabiliza mais de 500 unidades. * Com informações da Secec
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Investimento fortalece programa Mala do Livro
Mala do Livro | Divulgação/Secec Programa pioneiro da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), a Mala do Livro receberá importante investimento em 2022. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) vai selecionar Organização da Sociedade Civil (OSC) para capacitar e formar 500 agentes de leitura do programa de criação de bibliotecas domiciliares, em ação desde 1990. “A Mala do Livro é um projeto estratégico na política de leitura do Distrito Federal. Todo o investimento feito nessa ação expande-se de forma incalculável na vida do futuro e jovem leitor”, destaca o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. Para custear essa ação, a Secec aporta R$ 1,2 milhão. A carga horária do treinamento é de, no mínimo, 120 horas e a atividade tem certificação reconhecida por agentes públicos. [Olho texto=”“É uma alegria ver o investimento público num trabalho tão bacana”” assinatura=”Maria José Lira Vieira, gerente da Mala de Leitura” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Confira o edital: Capacitação de agentes da Mala do Livro “É uma alegria ver o investimento público num trabalho tão bacana”, festeja a gerente da Mala, Maria José Lira Vieira, que trabalha com a iniciativa desde seu surgimento. O edital de chamamento público, publicado nesta terça-feira (19) no Diário Oficial do DF, vai celebrar Termo de Colaboração com a OSC selecionada. A capacitação busca valorizar e apoiar as atividades coletivas dos agentes de leitura, que prestam serviço voluntário na disseminação do acesso à literatura e à informação no Distrito Federal. [Olho texto=”“É uma ação que reconhece todo o protagonismo do agente de leitura da Mala do Livro, que há mais de 30 anos colabora com a democratização do livro e da leitura no DF e Entorno”” assinatura=”Marmenha Rosário, gerente de Atendimento da Biblioteca Nacional de Brasília” esquerda_direita_centro=”direita”] Os agentes de leitura são referência numa comunidade, como, por exemplo, a dona de um salão de beleza. Eles receberão os conteúdos necessários para o seu desenvolvimento sociocultural efetivo, possibilitando que ajam como multiplicadores da leitura, dando visibilidade ao livro físico para empréstimos. “É uma ação que reconhece todo o protagonismo do agente de leitura da Mala do Livro, que há mais de 30 anos colabora com a democratização do livro e da leitura no DF e Entorno”, emenda a gerente de Atendimento da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), Marmenha Rosário. Inscrição Organizações interessadas devem enviar ficha de inscrição com a proposta de trabalho, no período de 19 de outubro a 17 de novembro de 2021, para o endereço eletrônico protocolo@cultura.df.gov.br, devidamente identificada com o assunto “Seleção do chamamento público para realização da capacitação e formação dos agentes de leitura da Mala do Livro”. Anexo I – Ficha de Inscrição Mala do Livro [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Atualmente, a Mala do Livro tem 75.300 títulos cadastrados no sistema em 196 malas (na verdade, caixas de madeira dobráveis). Há ainda 188 malas em instituições que prestam assistência social, além de outras sete em hospitais. A Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF), que avança para os estados de Minas Gerais e de Goiás, contabiliza mais de 500 unidades. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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Um bem-sucedido incentivo à leitura
Entre as atividades do programa, destaca-se a contação de histórias | Fotos: Divulgação/Secec Uma mala cheia de histórias, encadernadas na forma de livros ou impressas na alma de gente que mudou vidas, completa 30 anos este mês. Trata-se do Programa de Extensão Bibliotecária Mala do Livro – Biblioteca Domiciliar, iniciativa do GDF executada por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). A história do programa começou em 1989, na então recém-implantada Região Administrativa (RA) de Samambaia, idealizada para assentar famílias vindas de invasões de diversas partes do DF. “Com uma explosão demográfica superior ao seu desenvolvimento urbanístico, social e de infraestrutura, Samambaia contava apenas com uma pequena biblioteca localizada na Casa da Cultura”, relatou a idealizadora do programa, a bibliotecária Neusa Dourado Freire, de 80 anos, em reportagem publicada na Revista Eletrônica da Associação de Bibliotecários e Profissionais da Ciência da Informação do DF (ReABDF). Movida pela missão de “transformar o não leitor em leitor”, Neusa procurou líderes comunitários e propôs a criação de bibliotecas domiciliares. Eles entrariam com um espaço em suas casas, a referência na comunidade e o desejo de ter livros por perto; a Secretaria de Cultura do DF forneceria acervo e capacitação para lidar com empréstimos e devoluções. “Em 1995, alocamos mais um acervo em Samambaia e, a partir dessa data, a Mala do Livro rompeu suas fronteiras de origem”, rememora a bibliotecária, na publicação. Neusa Dourado (de óculos), pioneira na iniciativa: missão de “transformar o não leitor em leitor” Além de livros didáticos e de referência, há literatura, entre clássicos infanto-juvenis e para adultos, do Brasil e do mundo, bem como gibis e títulos ensinando a fazer coisas, desenvolvendo habilidades em pessoas carentes. É uma mala para as viagens que a imaginação humana cria. Hoje há 193 unidades dessa biblioteca criativas – 107 domiciliares e 86 em instituições públicas e privadas. A diretora da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), Elisa Raquel Sousa Oliveira, calcula que a Mala do Livro atende atualmente 18 mil pessoas por ano, tendo alcançado em três décadas algo na casa dos 100 mil usuários. Mulheres-contadoras A paraibana Maria José Lira Vieira, 67 anos, também acompanha o programa desde o início. Memória viva da empreitada que atravessa diferentes governos sem perder o rumo, ela tem muita história para contar. Duas, em especial, chamam a sua atenção: os casos de duas mulheres – ambas chamadas Ana – que mudaram suas vidas e ajudaram muita gente a vislumbrar futuros com mais oportunidades. Ana Abrantes tornou-se a primeira agente da Mala do Livro de Sobradinho, em outubro de 1990. Entusiasmada, lembra Maria José, ela voltou a estudar em razão da proximidade dos livros. Além de receber as pessoas em casa – tendo para isso feito um puxadinho, uma espécie de varanda de leitura –, saía pelas ruas alardeando o programa: “Ô, fulana, passa lá em casa depois que tenho uma mala para lhe mostrar”. A vizinha respondia algo como: “Ô, Ana, num tô pensando em viajar por agora não, fia”. Ana, então, a fisgava pela curiosidade: “Essa mala é diferente. Passa lá depois”. Acesso à leitura Maria José relata também o caso de Ana Alves, que entrou no programa, também como agente de leitura, em 1991, no Riacho Fundo. Mãe de cinco filhos, viu na Mala do Livro um meio de proporcionar à família acesso aos livros que não podia comprar. O esforço deu frutos. Todos se formaram e estão trabalhando. Ela também voltou a estudar. Na sua profissão de costureira, recomenda às clientes que escolham um livro quando vão provar a roupa. “O conhecimento que a Mala do Livro me deu, a energia, eu vou levar para o resto da vida”, afirma. Maria do Amparo, primeira agente de leitura de Santa Maria, também enfrentou dificuldades, tanto na criação de filhos quanto no desenvolvimento pessoal, em locais com pouca estrutura. Enfrentou e venceu: voltou a estudar e se formou em serviço social. Criou a Associação Atlética de Santa Maria para tirar as crianças da rua e lançou uma escolinha de futebol. Para entrar em campo, a condição é fazer o cadastro de um livro da estante da Mala. O nome da escolinha: Bola no pé, escola na cabeça. Eis o gol de placa de Maria. Periferia encantada Marluce Franklin, que atua como agente do livro em Sobradinho desde o início do programa, acredita que a Mala do Livro faz muito mais que incentivar a leitura. “É um elo entre a periferia e a cultura”, resume. “Fornecendo lanches e transporte, abriu oportunidades para as crianças, adolescentes e jovens irem ao cinema, ao teatro, às feiras de livro, aos espetáculos de dança. Nesses 30 anos, só podemos agradecer”. Marluce Franklin (à direita), em foto feita antes da pandemia: “É um elo entre a periferia e a cultura” Marluce também voltou a estudar, espécie de destino que a Mala do Livro guarda para quem se debruça sobre ela. Formou-se em administração de empresas. Criou a Associação dos Agentes de Leitura e Contadores de História do DF (Aaconte), para facilitar o recebimento de doações e fortalecer iniciativas que o programa irradia. “A Mala do Livro é o maior, mais abrangente e mais inclusivo dos programas da Secretaria de Cultura”, comemora. Agente comunitário A Mala do Livro é uma boa ideia que permite parcerias. Para se cadastrar como agente de leitura, basta entrar em contato com a Gerência da Mala do Livro, que estudará a viabilidade da implantação da minibiblioteca solicitada. Será analisado o tempo hábil de que a candidata ou candidato dispõe e a adequação do local para o desenvolvimento das atividades propostas pelo programa. O agente desenvolve ações de incentivo à leitura com sua comunidade ou instituição, promovendo empréstimos de livros e outras atividades de interesse comunitário: contação e histórias, apoio nas tarefas escolares, ações socioculturais com a comunidade, orientação a estudantes para concursos públicos e vestibulares. No ato da implantação da Mala do Livro, o agente receberá orientações técnicas sobre o funcionamento da biblioteca e material para controle de movimentação do acervo. Quer ser agente de leitura? Envie solicitação de cadastro ao e-mail: maladolivro@gmail.com. * Com informações da Secec
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Covid-19: pessoas em situação de rua ganham livros
Levar a leitura às pessoas que não possuem acesso ao livro ou a uma biblioteca. Essa é a função da Mala do Livro, um dos programas com maior abrangência social do Distrito Federal, gerido pela Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). Neste período de enfrentamento à pandemia da Covid-19, a Secec, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) levou as “caixas-estantes” aos acolhidos em abrigo social no Autódromo Nelson Piquet.? Nesta terça-feira (14), a equipe da Mala do Livro disponibilizou parte de seu acervo bibliográfico a cerca de 200 pessoas em situação de rua que estão abrigados no autódromo internacional, como forma de enfrentamento ao novo coronavírus. Esta é a primeira ação cultural concebida no alojamento erguido em caráter de emergência. Além de proteção, os cidadãos – vindos de todas as partes do Distrito Federal – receberão alimentação balanceada, roupas limpas, atendimento psicossocial e, agora, acesso à cultura por meio da entrega dos livros. Completando 30 anos em 2020, a Mala do Livro é atualmente o programa mais antigo da Secec e tem conduzido, durante todo esse tempo, ações voltadas ao fomento e incentivo à leitura em comunidades do DF. De acordo com a diretora da Biblioteca Nacional, Sharlene Araújo, a implementação do programa em centros de acolhimento social pode ser uma valiosa contribuição da Mala para as medidas de enfrentamento à Covid-19. “Com essa parceria, estamos levando cultura, entretenimento e informação para os menos assistidos economicamente”, reconhece. À frente da Mala do Livro, Maria José Vieira considera que este período de quarentena é propício às atividades desenvolvidas pelo programa, a partir da ação governamental aliada à sensibilização social. “Como coordenadora de um projeto que leva esperança a tantas pessoas, creio que a leitura dará um grande ânimo na vida dos assistidos no alojamento, além de nos dar motivação para continuar incentivando a leitura para toda a população do DF”, destaca. Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, a iniciativa possui um poder transformador, não só no estímulo e acesso à leitura, mas também na contribuição à saúde mental da população, principalmente durante a pandemia. “Acredito que a cultura resgata e salva a vida do ser humano. Tudo o que consumimos para acreditar em dias melhores é extraído das atividades culturais. Devemos lembrar que a Mala do Livro atua efetivamente no acesso à leitura para toda a população. Neste período de isolamento social, a leitura é sim um refúgio importantíssimo e nutritivo para a mente”, celebra. Mala do Livro Lançada em 1991, a partir da iniciativa das bibliotecárias Neuza Dourado e Maria da Conceição Moreira Salles, a Mala do Livro conta hoje com mais de 300 agentes, responsáveis por mini-bibliotecas domiciliares ou institucionais em todo o Distrito Federal. As caixas-estantes de cada agente recebem cerca de 150 exemplares, que vão desde literatura infantil, infanto-juvenil, brasileira, estrangeira, até livros de pesquisa. As obras podem ser emprestadas por um prazo de sete dias, com possibilidade de renovação. No total, o acervo é composto por mais de 45 mil obras consignadas aos agentes que, além de fomentar o hábito da leitura entre crianças, jovens e adultos, desenvolvem atividades lúdicas como contação de histórias, por exemplo. Os livros atendem tanto as bibliotecas domiciliares quanto as institucionais, localizadas em unidades hospitalares, centros olímpicos, unidades prisionais e estações do metrô. A BNB também conta com um posto avançado da Mala do Livro no pavimento térreo, o que amplia as possibilidades de acesso à leitura. * Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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Mala do Livro une leitura e esporte nas férias escolares
Cerca de 30 crianças que participaram na manhã desta quarta-feira (5/2) do projeto Esporte nas Férias, da Secretaria de Esporte e Lazer, no Centro Olímpico e Paralímpico (COP) de Sobradinho, viveram no intervalo das atividades esportivas e recreativas um momento de música, literatura e contação de histórias. A experiência foi proporcionada por agentes de leitura da Mala do Livro, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), programa que completa 30 anos em outubro de 2020. A gerente da Mala do Livro, Maria José Vieira, explicou que o trabalho junto às unidades esportivas busca aproximar a leitura das atividades físicas. Uma caixa-estante de 90cm de altura por 1m de largura quando aberta, com três prateleiras de cada lado, comporta entre 200 e 230 livros para empréstimo por uma semana, renovável mediante cadastro gratuito. “Nessa parceria, somos convocados pela Secretaria de Esporte e Lazer quando realizam alguma ação nas Regiões Administrativas. Comparecemos com um acervo sugestivo, levando livros sobre esporte, literatura e obras de pesquisa”, explica a servidora do GDF. “Nessa nossa luta pela valorização do livro físico, temos obtido resultados maravilhosos com a parceria”, diz Maria José. “É muito valiosa a parceria entre as secretarias, por meio do Programa Mala do Livro, pois amplia as possibilidades de acesso à leitura para todos os usuários nos 12 COPs do DF. O contato com a literatura, desde histórias infantis a livros de pesquisa, completa o desenvolvimento dos alunos e estimula o hábito da leitura na comunidade”, endossa a subsecretária dos COPs, Andrea Barbosa. Contação de histórias No turno da tarde, para o qual há mais demanda, a gerente administrativa do COP de Sobradinho, Ana Luiza de Albuquerque, esperava receber outros 60 estudantes, mantendo a média diária de mais de 90 crianças que frequentam a colônia de férias iniciada em 21 de janeiro e que termina nesta semana. Os 12 COPs receberam 6.106 inscrições de crianças e jovens de 4 a 17 anos, alguns deles portadores de deficiência, para participar gratuitamente das atividades. Nesta manhã, a contadora de histórias e agente da Mala do Livro Maria Salete Costa Moreira, servidora aposentada da Secretaria de Educação, usou quatro de suas obras para animar crianças e jovens que estavam na colônia. Vestida de “Maria Bonita”, companheira de “Lampião”, trocou a espingarda pelo violão desde que, numa aparição anterior, foi censurada pelas crianças, críticas do uso de armas. “Achei ótimo”, comentou. A assistente social Jani Cleide da Silva, da Fundação Assis Chateaubriand no COP de Sobradinho, elogiou a iniciativa da Mala de facilitar o acesso aos textos impressos. “As crianças conhecem todos os super-heróis, mas são poucos os que identificam os personagens da nossa literatura”, lamentava, vestida de “Emília”, a boneca de pano dos livros de Monteiro Lobato. Mala do Livro Perto de completar 30 anos de existência, a Mala do Livro dispõe de aproximadamente 200 títulos e soma mais de um milhão de atendimentos anuais em residências de agentes de leitura, ONGs, hospitais, presídios, Centros de Orientação Socioeducativos (Coses), Centros de Atendimento Psicossocial (CAPs), centros esportivos, estações de metrô, entre outros equipamentos públicos. O acervo é mantido e renovado com doações do público e entidades, bem como por aquisições da SECEC. Em 2019, levantamento até o mês de julho computa 45 mil livros dados ao programa por moradores do Distrito Federal. Maria José, integrante do programa desde que foi concebido pela bibliotecária da então Secretaria de Cultura, Neuza Dourado Freire, em 1990, conta que “tudo começou com os livros em cestos de palha que eram entregues às pessoas com mais habilidades com as letras nas ocupações de Brasília. Primeiro foi em Samambaia”. A Mala do Livro atravessa não só o tempo, mas também as fronteiras geográficas. “Somos hoje uma referência mundial, com experiências parecidas repetidas em outros países, como São Tomé e Príncipe”, orgulha-se a gerente, referindo-se ao país insular na costa da África Central. Entre os planos para o futuro, Maria José diz que quando se aposentar do serviço público vai trabalhar como agente de leitura. “É a minha vida”, resume.
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Mala do Livro estimula o hábito da leitura na comunidade
Em Sobradinho, Marluce da Silva Franco, de 58 anos, hospeda a biblioteca domiciliar do projeto Mala do Livro, da Secretaria de Cultura. A estudante de biblioteconomia conta que o programa mudou a rotina da vizinhança, que não tinha o hábito da leitura. Na varanda de casa, em Sobradinho, Marluce da Silva Franco, de 58 anos, hospeda um dos pontos da Mala do Livro, incentivando a leitura na vizinhança. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília Na varanda de casa, onde fica a caixa-estante cheia de livros, várias crianças da guarda mirim local escutam Marluce contar histórias de Alice no País das Maravilhas. Para muitas delas, é a primeira vez que passam por essa experiência. Agente de leitura desde 1994, a voluntária considera o trabalho um resgate da língua portuguesa. “Com a internet, as crianças criaram um dialeto novo, e o português vai caindo no esquecimento”, lamenta. “O contato com o livro é importante para o desenvolvimento delas.” Como funciona a Mala do Livro As bibliotecas domiciliares da Mala do Livro ficam nas residências dos agentes de leitura, que emprestam livros cedidos pela Secretaria de Cultura. Os empréstimos podem durar sete dias e ser renovados, caso outras pessoas não tenham feito reserva. A média para cada uma das caixas-estantes é de 150 exemplares, que vão desde literatura infantil, infantojuvenil, brasileira, estrangeira a livros de pesquisa. As trocas do acervo ocorrem a cada três meses. São 42.230 obras distribuídas nas 280 Malas do Livro, que atendem tanto as bibliotecas domiciliares quanto as institucionais. O público é bem diverso: crianças, adolescentes, pessoas que estudam para concursos, alunos do Programa de Avaliação Seriada (PAS). As minibibliotecas estão disponíveis também para unidades hospitalares, presídios, Centros de Orientação Socioeducativos (Coses), Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), centros olímpicos, estações de metrô e para agentes comunitários da leitura. A coordenação da Mala do Livro conta com três bibliotecárias, que fazem da seleção à preparação técnica. Todos os livros são cadastrados, carimbados e identificados, e cada uma das caixas fica sob a responsabilidade de alguém, à exceção das encontradas em estações de metrô. Nesse caso, os exemplares podem ser pegos livremente. Qualquer pessoa que tenha interesse em receber uma caixa-estante pode ser um agente de leitura. Para isso, basta preencher uma ficha de inscrição na Gerência da Mala do Livro, na Secretaria de Cultura. Programa foi criado em 1991 Com o intuito de facilitar o acesso do leitor ao livro, o projeto começou em Samambaia, em 1991, com dez caixas-estantes e se tornou referência para outras regiões administrativas. Hoje, ele é encontrado em todas e na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride). Em Sobradinho, há 11 Malas do Livro: três institucionais e oito domiciliares. [Numeralha titulo_grande=”1,5 milhão” texto=”Quantidade de livros emprestados pela Mala do Livro em 2016″ esquerda_direita_centro=”esquerda”] Para a gerente da Mala do Livro, Maria José Vieira, o trabalho é muito gratificante e cumpre o papel de aproximar o livro do leitor. “Pessoas que não estudavam voltaram a estudar”, exemplifica. Em março, a Secretaria de Cultura comprou mais 3 mil exemplares para compor o acervo de 69 mil livros cadastrados. Segundo Maria José, havia sete anos que não se adquiriam novas publicações. “Conseguimos mais obras exigidas no PAS e material atualizado para concurso, além de outros sobre meio ambiente.” De acordo com levantamento anual da gerência do projeto, em 2016, foi emprestado 1,5 milhão de livros. Para doação de livros Gerência da Mala do Livro Via N2, anexo do Teatro Nacional (61) 3325-2607 e 33256265 maladolivro@gmail.com Edição: Raquel Flores
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