Com ações de conscientização, Samu-DF reduz registros de trotes em quase 90%
Na hora de salvar uma vida, cada segundo importa. Por isso, uma única ligação falsa — conhecida como trote — para um serviço de emergência pode custar caro. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) tem adotado práticas para reduzir esse tipo de ação, que é crime previsto em lei. A boa notícia é que a iniciativa tem funcionado: em três anos, o número de trotes registrados pelo Samu no Distrito Federal caiu 89,2%. Em 2021, foram identificadas 68.002 ligações falsas. Em 2024, esse número chegou a 7.313. Neste ano, até junho, foram 2.731. No mesmo período do ano passado, o número era de 4.005 — o que revela uma queda de 31,8% no primeiro semestre de 2025. O Samu-DF investe em ações de conscientização para a redução no número de trotes | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília A redução é creditada a diferentes medidas adotadas pelo Samu — boa parte delas, de conscientização. “Essas ações são multifatoriais. Elas envolvem desde iniciativas que o próprio serviço atua, como o projeto Samuzinho, até a divulgação em canais como as nossas redes sociais”, aponta o diretor do Samu-DF, Victor Arimateia. O Samuzinho é um projeto que percorre instituições de ensino do DF, reforçando a crianças e adolescentes os perigos da prática. Os estudantes também recebem um treinamento básico para atuar em situações de emergência e orientações sobre como acionar o Samu quando precisarem. Mais de 25 mil pessoas já participaram do programa desde seu início. Prejuízos O Samu presta atendimentos em duas etapas. “Quem liga para o 192, primeiramente, cai em um atendente, que é um Tarm [técnico auxiliar de regulação médica], que é aquela pessoa que vai identificar o nome, o local, o que está acontecendo, e encaminhar essa ligação para dentro da central de regulação para que ela, de fato, seja atendida pelo médico regulador”, explica o diretor. A maior parte dos trotes é retida já na primeira etapa. Mas, caso passem adiante, os médicos também são treinados a identificar uma ligação falsa. “A gente tenta ficar mais atento a informações que sejam conflitantes. Às vezes a pessoa começa falando uma coisa e aí a gente pergunta melhor e a resposta não tem muito a ver com o início, então a gente procura identificar pela queixa e pela forma como fala”, pontua a médica reguladora Carolina Veloso. Carolina Veloso: "Como muitas vezes tem relação com crianças e adolescentes, a gente também identifica muitos casos pedindo para falar com o adulto em cena" “Como muitas vezes tem relação com crianças e adolescentes, a gente também identifica muitos casos pedindo para falar com o adulto em cena. Aí, quando não tem esse adulto em cena, a criança ou adolescente acaba desligando o telefone”, acrescenta a médica. Ainda que seja identificado nessas etapas, o trote acaba por manter ocupado um profissional que poderia dar assistência a um paciente em uma emergência de verdade. Se passar pelo filtro do Samu, então, os prejuízos podem ser ainda maiores. “Quando eu falo em urgência e emergência pré-hospitalar, tempo é vida. Qualquer segundo que eu acabo postergando o encaminhamento de uma viatura é um tempo crítico, muitas vezes, para uma pessoa em situação grave”, alerta Victor Arimateia. Victor Arimateia: "Qualquer segundo que eu acabo postergando o encaminhamento de uma viatura é um tempo crítico, muitas vezes, para uma pessoa em situação grave" [LEIA_TAMBEM] "Eu posso ter, de fato, uma viatura sendo deslocada, com uma equipe de especialistas, uma unidade totalmente equipada para atender uma situação de alta gravidade, saindo da sua base, descobrindo, portanto, uma área de cobertura. Caso haja, nesse período, a entrada de uma ocorrência verdadeira, um paciente realmente em situação grave, eu não vou ter essa viatura ali do lado para atendê-lo. Eu vou atendê-lo, muitas vezes, deslocando uma viatura que está a uma distância muito maior, comprometendo o tempo-resposta e, evidentemente, comprometendo o desfecho dessa vítima, que é o que a gente não quer”, arremata o diretor. O ato de passar trote pode ser enquadrado em diferentes artigos do Código Penal, rendendo ao autor até oito anos de detenção. No DF, há uma legislação específica — o Decreto nº 44.427/2023, que regulamentou a Lei nº 6.418/2019 —, que prevê ainda o pagamento de multa de até três salários mínimos (R$ 4.554 no valor atual) pelos infratores.
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Trotes para o Samu apresentam queda no DF
Passar trotes para serviços de emergência é uma prática irresponsável que pode comprometer o socorro a quem realmente necessita. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal (Samu 192) vem registrando queda nesse tipo de chamada e, em 2024, apresentou o menor índice desde sua criação, há 19 anos, com apenas 0,96% das ocorrências. O Samu 192 registrou o menor índice de trotes desde a sua criação no Distrito Federal, há 19 anos, fechando 2024 com 0,96% de chamadas falsas | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Os dados mostram uma redução expressiva nas chamadas falsas ao longo dos anos. Em 2019, 5,99% das ligações eram trotes. Esse número diminuiu para 3,36% em 2020, 2,53% em 2021, 2,07% em 2022, e 1,55% em 2023, até alcançar menos de 1% em 2024. No ano passado, foram registradas 765.029 chamadas, das quais, em média, 7,3 mil foram trotes. “Nosso objetivo é alcançar o ‘trote zero’, garantindo que os recursos do Samu 192 estejam sempre disponíveis com a maior brevidade e proximidade possível. Atendemos desde casos simples até situações gravíssimas, onde cada minuto faz a diferença na recuperação e no resgate de um paciente”, afirma o diretor do Samu-DF, Victor Arimatea. Arte: SES-DF Conscientização A redução é resultado de um trabalho contínuo de conscientização, que envolve campanhas educativas e ações em escolas. Uma das principais iniciativas do Samu 192 para combater os trotes é o projeto Samuzinho, que leva profissionais de saúde aos colégios para ensinar crianças e adolescentes sobre a importância do serviço e os impactos das chamadas falsas. Além de palestras e atividades interativas, os estudantes aprendem noções básicas de primeiros socorros. “Cada chamada falsa desvia uma equipe que poderia estar salvando uma vida. Nosso objetivo é zerar as ocorrências de trotes por meio da educação, para que todos entendam a importância do Samu e a necessidade de utilizar o serviço com responsabilidade”, explica Arimatea. O Governo do Distrito Federal (GDF) também ajudou na queda do número de trotes quando, em 2023, implementou medidas punitivas. O Decreto nº 44.427/2023 prevê multas que variam de um a três salários mínimos para quem realizar chamadas falsas para serviços de emergência. A norma responsabiliza aqueles que comprometem o atendimento à população. O Samu 192 é composto por cerca de 720 servidores, incluindo médicos e enfermeiros, técnicos de enfermagem, condutores socorristas e psicólogos, entre outros Equipe e Estrutura O Samu-DF é composto por cerca de 720 servidores, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, condutores socorristas, psicólogos, assistentes sociais, atendentes e pilotos. Entre 2019 e 2024, aproximadamente 255 mil pacientes foram atendidos na capital federal, seja por ambulâncias, motos ou unidades de resgate aéreo, resultando em uma média de 175 atendimentos diários. Para atender a essa demanda, o Samu 192 dispõe de 37 unidades móveis tripuladas por meio de ambulâncias, sendo 30 unidades de suporte básico (USB) e sete de suporte avançado (USA). A frota de ambulâncias conta com 56 veículos, incluindo a reserva técnica. *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
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Trotes nos serviços de urgência e emergência geram prejuízos financeiros e sociais
Funcionando 24h por dia, durante os sete dias da semana, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) recebe quase um milhão de ligações por ano pelo 192, prestando socorro em todo o Distrito Federal. Em cada ligação, o atendente tem uma média de 30 segundos a um minuto para entender a situação e tomar decisões importantes que salvarão vidas. E, em meio a tudo isso, os profissionais ainda precisam lidar com grandes vilões do atendimento emergencial: os trotes. Os trotes atrapalham o atendimento de urgência, podendo custar vidas pelo tempo perdido em casos falsos | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília São milhares de ligações enganosas por ano – não apenas para o Samu, mas também para a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e outras forças de segurança – que além de desperdiçar recursos públicos, atrapalham o atendimento de urgência, podendo custar vidas pelo tempo perdido em casos falsos. “Quando alguém liga para uma central de emergência e está realmente em perigo, qualquer segundo é muito importante e capaz de salvar uma vida”, destaca o chefe do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), tenente-coronel Ricardo Kotama. Ricardo Kotama destaca que “qualquer segundo é muito importante e capaz de salvar uma vida” | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Ele exemplifica que, no caso da PMDF, quando há uma chamada indevida ou um acionamento acidental, o policial que está atendendo o telefone pode gastar tempo ouvindo o que está acontecendo no ambiente para tentar entender se aquela pessoa não está sendo vítima de um sequestro, roubo ou de alguma violência. “Isso tudo demanda tempo, congestiona as nossas linhas e impede que uma chamada prioritária de uma emergência real seja atendida o mais rápido possível. Os recursos de qualquer instituição têm um número limitado e nós temos sempre que priorizar as pessoas em situação de emergência e que correm risco de vida”, afirma o tenente coronel. Redução de casos De acordo com diretor do Samu, Victor Arimateia, o hábito de passar trotes tem diminuído ao longo do tempo. Se em 2023 foram entre 12 e 13 mil trotes no DF pelo 192, em 2022 o Samu registrou mais de 15 mil ligações falsas. “Teve um declínio significativo. Mas o objetivo do serviço, como de qualquer serviço de atendimento pré-hospitalar móvel de urgência, é o trote zero”, afirma o diretor. Diretor do Samu, Victor Arimateia conta que o hábito de passar trotes tem diminuído ao longo do tempo | Foto: Joel Rodrigues/ Agência Brasília Para ele, além do próprio monitoramento no filtro de atendimentos, ações que incluem a fala com a mídia e o projeto Samuzinho podem influenciar diretamente na queda de trotes. “É onde a gente tem a oportunidade de alcançar a população, explicar a importância de evitar o trote e de passar informações mais fidedignas para a tomada de decisão, sempre muito muito atentos ao fato do serviço de urgência lidar com uma quantidade de recursos restrita. É preciso chegar na vítima que mais necessita desse recurso”, detalha. Filtros de atendimento No caso do Samu, as ligações que de fato são convertidas em intervenções móveis giram em torno de 75 mil por ano. Isso porque um sistema foi estabelecido para direcionar o atendimento para aquele paciente que mais precisa, de acordo com avaliação feita pela equipe especializada da central de regulação, que conta com 23 postos de atendimento e cerca de 300 pessoas trabalhando na sede no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Ao ligar no 192, o primeiro atendente é o técnico auxiliar de regulação médica, que muitas vezes já constata ligações que não são pertinentes ao Samu, podendo direcioná-las a outros órgãos, como a polícia ou os bombeiros. “É como se fosse um filtro, onde ele também já identifica a maior parte dos trotes, que geralmente param ali”, explica Arimateia. Contudo, o diretor ressalta que há trotes que forjam situações de socorro e acabam disparando equipes sem necessidade. “Enquanto o telefonista esteve engajado nessa chamada, outras ficaram sem o atendimento devido ou acabaram recebendo uma unidade móvel que estava muito mais distante, o que compromete o tempo de resposta”, observa o diretor. A PMDF recebe aproximadamente 2 milhões de ligações por ano. São entre 160 mil e 180 mil ligações por mês; dessas, em torno de 30 mil são trotes, chamadas acidentais e acionamentos indevidos Outra forma de não desperdiçar recursos é o trabalho em conjunto com o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). O bombeiro que fica na sede do Samu comunica à corporação ou ao próprio Samu se viaturas já foram enviadas ao local, para evitar atendimentos duplos. O filtro também existe no sistema operacional da polícia – os atendentes procuram identificar os números que ligam várias vezes para o 190 com algum tipo de brincadeira . “Nós passamos a ter uma postura mais combativa, de tentar identificar os autores dessa chamada. Com isso, chegamos ao ponto de dizer que, hoje, o trote para a Polícia Militar atrapalha menos do que o acionamento indevido feito por empresas de segurança particular”, detalha Ricardo Kotama. A PMDF recebe aproximadamente 2 milhões de ligações por ano. São entre 160 mil e 180 mil ligações por mês; dessas, em torno de 30 mil são trotes, chamadas acidentais e acionamentos indevidos. Cerca de 10% desse número está relacionado a empresas de segurança que criam os conhecidos “botões do pânico” e vendem o acionamento da Polícia Militar de forma terceirizada – são de 3 a 4 mil acionamentos por mês. O Samu trabalha com um sistema que direciona o atendimento para aquele paciente que mais precisa | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília “Hoje as empresas privadas tentam terceirizar o serviço de acionamento da Polícia Militar, algo que não poderia nem deveria acontecer. Quando a pessoa contrata esse serviço e testa para ver se, de fato, o que ela contratou está funcionando, ela está fazendo um acionamento indevido da central de emergência, inclusive o passível de multa”, alerta o policial. “Esses equipamentos falham e acionam por inúmeros motivos. É um pássaro, um gato, o próprio balançar do vento numa janela; e aí a polícia está deslocando recurso, gastando tempo e deixando de priorizar um atendimento de uma emergência para, na verdade, verificar a falha de um equipamento.” Contra a lei As chamadas indevidas atrapalham desde o atendimento das demandas, ocupando as linhas telefônicas, até a assistência às vítimas, com o deslocamento de viaturas e equipes para onde não há ocorrências reais. A publicação do Decreto nº 44.427, que prevê punição com multa a autores de trotes, deve ajudar a coibir as ligações, garantindo os recursos – equipe e viatura – a quem realmente precisa de atendimento. As multas podem chegar a R$ 4 mil, o equivalente a três salários mínimos, caso as forças de segurança pública sejam efetivamente acionadas e se desloquem para atender denúncias que venham a se comprovar falsas. “Essa lei é considerada realmente um avanço significativo, uma vez que nos dá um resguardo legal para estabelecer a devida consequência para quem age dessa forma”, ressalta o diretor do Samu.
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Trotes a serviços de emergência serão punidos com multa
Os trotes ainda são um problema dentro das centrais de atendimento de serviços de emergência e urgência da Polícia Militar (PMDF), do Corpo de Bombeiros (CBMDF) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Só no ano passado, a PM recebeu mais de 75 mil chamadas falsas, enquanto o Samu atendeu mais de 15 mil. Até março deste ano, os dois serviços registraram, cada um, mais de três mil ligações deste tipo. [Olho texto=”A multa será aplicada a proprietários de linhas telefônicas de onde sejam feitos trotes aos serviços telefônicos de atendimento em emergência se combate a incêndios ou ocorrências policiais, e também a autores desse tipo de acionamento por telefones públicos, quando for possível a identificação.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] As chamadas indevidas atrapalham desde o atendimento das demandas – com linhas telefônicas ocupadas – até a assistência às vítimas – com o deslocamento de viaturas e equipes para onde não há ocorrências reais. Por isso, a publicação do decreto nº 44.427, que prevê punição com multa a autores de trotes, deve ajudar a coibir as ligações, garantindo os recursos – equipe e viatura – a quem realmente precisa de atendimento. “O governador Ibaneis Rocha baixou um decreto aplicando multas que podem chegar a R$ 4 mil, o equivalente a três salários mínimos, no caso em que as forças de segurança pública sejam efetivamente acionadas e se desloquem para atender denúncias que venham a se comprovar falsas, os chamados trotes”, afirma o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar. A multa será aplicada a proprietários de linhas telefônicas de onde sejam feitos trotes aos serviços telefônicos de atendimento em emergências e combate a incêndios ou ocorrências policiais, e também a autores desse tipo de acionamento por telefones públicos, quando for possível a identificação. A punição varia de R$ 1.302 (recebimento de chamada) a R$ 3.906 (acionamento de serviços com diligências realizadas), a depender da gravidade. “Todo e qualquer trote, independentemente se for no Samu, Corpo de Bombeiros ou Polícia, é muito prejudicial à operação final e para a chegada da viatura o mais rápido possível”, comenta o diretor do Samu, Victor Arimatea. “Por isso há uma necessidade de a população entender que a central de regulação do Samu [acionada pelo telefone 192] existe para garantir o recurso para a vítima que verdadeiramente necessita dele. O trote de fato, em última instância, pode deixar uma vítima sem recurso, sem viatura.” O diretor do Samu, Victor Arimatea, lembra que, com os trotes, a população pode ficar sem ambulâncias. Fotos: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília Com a nova medida, o Samu vai modificar o monitoramento dos trotes e incluir os dados telefônicos para além da métrica das ligações. “A gente faz [o monitoramento] a partir do momento em que é feita a ligação no 192. Ela é acolhida aqui na central, e temos um atendente que faz uma inicial classificação da solicitação como trote. Esse número fica classificado em banco e depois é consolidado no mês. Ao longo desses últimos anos, a gente, de fato, teve uma redução importante, mas qualquer diminuição vai ficar muito aquém do objetivo real: trote zero. Essa é a nossa meta”, classifica. Novo protocolo No Centro de Operações da PMDF (Copom), a regulamentação da Lei nº 6.418/2019, que define a aplicação de multa administrativa pelo acionamento indevido dos serviços telefônicos de atendimento à emergência e combate a incêndios ou ocorrências policiais, também vai alterar os protocolos de atendimento. Antes, a corporação apenas registrava as denúncias falsas que resultavam em acionamento. Agora, qualquer ligação de trote será registrada e encaminhada diretamente para o sistema da Polícia Civil, que fará a investigação. “Agora, com esse processo novo, vamos passar a registrar essas ocorrências também, aquelas chamadas que muitas vezes não eram nem contadas porque o policial entendia que era um trote, informava que a ligação seria encerrada por ser falsa e não registrava a ocorrência dessa ligação. A partir de agora, todas serão contabilizadas”, explica o chefe do Copom, tenente-coronel Emerson Almeida Cardoso. O tenente-coronel Emerson Almeida Cardoso ressalta que cada minuto é importante na prestação de socorro O gestor explica que essa é mais uma ação para inibir as falsas denúncias. Em julho do ano passado, a corporação modificou o sistema operacional e passou a identificar os números com georreferenciamento da localização. “Isso já inibiu bastante a quantidade de ligações de trote”, revela. Mesmo assim, o trote ainda é uma preocupação, já que o 190 é o número mais lembrado pela população para atendimentos emergenciais. “Isso porque [quando isso acontece] a gente tem a alocação do recurso. Muitas vezes, até o minuto que a gente perde, a gente deixa de atender uma situação real de urgência e emergência. Nós temos trabalhado para que essa informação seja passada para o nosso cidadão”, pontua. O que diz o decreto A ideia é que o número de trotes chegue a zero Será considerado trote qualquer acionamento indevido feito de má-fé ou que não objetive ou justifique um atendimento de emergência. Há ressalvas apenas para casos de erro justificável. As informações serão repassadas à Polícia Civil para registro de ocorrência policial, que deve conter o número de telefone afetado, o órgão que recebeu a chamada, o número que fez o trote, a data, horário e o tempo da ligação, a transcrição ou resumo do diálogo, assim como as eventuais diligências realizadas em virtude do acionamento indevido. Caberá à Polícia Civil pedir às empresas prestadoras de serviços telefônicos as informações cadastrais dos proprietários das linhas que fizerem trotes. As empresas terão o prazo de 15 dias para fornecer as informações solicitadas, sob pena de punição por desobediência. Já no caso das ligações de telefones públicos, será feito um relatório para levantamento da localização e identificação pelo órgão competente. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Identificado o proprietário da linha telefônica ou o responsável pelo acionamento indevido via telefone público, as informações serão enviadas à Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal), que adotará as medidas cabíveis e necessárias à imposição da multa. Quem for multado terá 30 dias para efetuar o pagamento ou apresentar recurso. Em caso de indeferimento, o prazo para quitação do débito será de 15 dias a partir da decisão. Caso o autor não quite o valor, será inscrito na dívida ativa do governo. Para comunicar o infrator, o governo fará o envio de forma física ou digital. Os recursos arrecadados serão administrados pelo Fundo de Segurança Pública do Distrito Federal (Fuspdf) e serão utilizados para modernizar e ampliar os serviços telefônicos de atendimento à emergência.
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Trote para polícia, bombeiros ou Samu poderá custar até R$ 4 mil de multa
Fazer ligações indevidas para as polícias Militar e Civil, os bombeiros e o Samu poderá render multa de até R$ 4 mil. É o que estabelece o Decreto nº 44.427/2023, publicado em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF) nesta quarta-feira (12), e que pune autores de trote. A medida regulamenta a Lei nº 6.418/2019, que define a aplicação de multa administrativa pelo acionamento indevido dos serviços telefônicos de atendimento a emergência e combate a incêndios ou ocorrências policiais. Somente no ano passado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) recebeu 15.810 ligações de falsas emergências | Foto: Geovana Albuquerque/Arquivo Agência Saúde A multa será aplicada a proprietários de linhas telefônicas de onde sejam feitos trotes aos serviços telefônicos de atendimento à emergência e combate a incêndios ou ocorrências policiais, e também a autores desse tipo de acionamento por telefones públicos, quando for possível a identificação. Quando uma chamada efetuada for configurada trote, a multa será de um salário mínimo, atualmente no valor de R$ 1.302. Caso haja o acionamento dos serviços de emergência de combate a incêndios ou policiais, a multa será de três salários mínimos, o que corresponde a R$ 3.906. [Olho texto=”Quem for multado terá 30 dias para efetuar o pagamento ou apresentar recurso. Em caso de indeferimento, o prazo para quitação do débito será de 15 dias a partir da decisão. Caso o autor não quite o valor será inscrito na dívida ativa do governo.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Segundo o decreto, será considerado trote qualquer acionamento indevido feito de má-fé ou que não objetive ou justifique um atendimento de emergência. Há ressalvas apenas para casos de erro justificável. As multas e seus desdobramentos de envio e análise de recursos ficarão a cargo da Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal). Já os recursos arrecadados serão administrados pelo Fundo de Segurança Pública do Distrito Federal (Fuspdf) e vão ser utilizados para modernizar e ampliar os serviços telefônicos de atendimento à emergência. Somente em 2022, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) recebeu 15.810 ligações de falsas emergências. Em 2021, foram registradas 26.443 ligações, enquanto em 2020 e 2019 os números foram de 51.744 e 68.002, respectivamente. Investigação [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Em caso de trote, as informações serão repassadas à Polícia Civil para registro de ocorrência policial, que deve conter o número de telefone afetado, o órgão que recebeu a chamada, o número que fez o trote, a data, horário e o tempo da ligação, a transcrição ou resumo do diálogo, assim como as eventuais diligências realizadas em virtude do acionamento indevido. Caberá à Polícia Civil pedir às empresas prestadoras de serviços telefônicos as informações cadastrais dos proprietários das linhas que fizerem trotes. As empresas terão o prazo de 15 dias para fornecer as informações solicitadas, sob pena de desobediência. Já para o caso das ligações de telefones públicos será feito um relatório para levantamento da localização e identificação pelo órgão competente. Identificado o proprietário da linha telefônica ou o responsável pelo acionamento indevido via telefone público, as informações serão enviadas à DF Legal, que adotará as medidas cabíveis e necessárias à imposição da multa. Quem for multado terá 30 dias para efetuar o pagamento ou apresentar recurso. Em caso de indeferimento, o prazo para quitação do débito será de 15 dias a partir da decisão. Caso o autor não quite o valor será inscrito na dívida ativa do governo. Para comunicar o infrator, o governo fará o envio de forma física ou digital.
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Apesar de redução, trotes ainda afetam atendimento do Samu
Durante o ano de 2022, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) recebeu 15.810 ligações de falsas emergências. Esse é o menor número relativo a trotes nos últimos quatro anos. Segundo os dados do órgão, em 2021, foram registradas 26.443 ligações, enquanto em 2020 e 2019 os números foram de 51.744 e 68.002, respectivamente. Cerca de 99% dos trotes param na central de regulação, onde técnicos treinados identificam os chamados | Foto: Arquivo / Agência Brasília “A gente consegue entender de várias maneiras a contribuição para a diminuição do trote. A divulgação nas mídias, que fazem um processo de fixação e atualização contínua da população. Assim como projetos como o Samuzinho, onde explicamos as nossas ações nas escolas, e atividades em locais públicos”, afirma o diretor do Samu, Victor Arimatea. O diretor do Samu também diz que o órgão percebeu a redução nas falsas emergências, principalmente, no período da pandemia de covid-19. “Teve uma redução significativa. Acredito que porque a saúde e o Samu estavam na mídia. Trouxe esse alerta e o estado de conscientização da importância da saúde. Mas é claro que o trote ideal é o zero”, defende. [Olho texto=”“Existe um protocolo e uma nota técnica, além do aprendizado. Por isso, eles (técnicos auxiliares) já conseguem identificar o trote e impedir que cheguem até a mesa do médico regulador e até o atendimento avançado nas ruas”” assinatura=”Victor Arimatea, diretor do Samu” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Prejuízo aos atendimentos Apesar da redução dos casos, as falsas emergências ainda são uma realidade na central de atendimento do 192. Os operadores são treinados e, com a experiência, também passam a perceber os indícios de um trote. Porém, as ligações desnecessárias congestionam as linhas e impedem o atendimento rápido a casos de real urgência. “Existe um treinamento para cada um dos postos da central de regulação. O posto dos técnicos auxiliares de regulação médica é onde param a maior parte dos trotes, diria que 99%. Existe um protocolo e uma nota técnica, além do aprendizado. Por isso, eles já conseguem identificar o trote e impedir que chegue até a mesa do médico regulador e até o atendimento avançado nas ruas”, explica Arimatea. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] No caso dos telefonemas falsos que acabam passando do primeiro filtro de atendimento na central, o prejuízo é ainda maior. “Quando acontece de ir uma viatura, é o que mais impacta. Temos uma demanda reprimida e precisamos utilizar os recursos de forma consciente. Quando acontece, é muito danoso. Porque a gente entende que um caso que precisa vai ficar sem uma viatura disponível”, diz o diretor do Samu. “Todo trote em si prejudica o sistema. Se tenho a linha congestionada, uma quantidade de ligações não puderam ser atendidas e temos que atender. O trote em qualquer nível vai ter impacto porque afeta o atendimento de uma pessoa com urgência”, complementa.
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Samu recebe mais de 321 mil ligações em cinco meses
Foto: Breno Esaki / SES Uma ligação para os reguladores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pode salvar vidas. Cada vez que um dos servidores atende o telefone, isso pode resultar em alguém sendo resgatado de um afogamento ou socorrido após um infarto, ou até mesmo um paciente ser transportado para o hospital mais próximo. A importância desse serviço pode ser mensurada em números. O Samu já recebeu 321.066 ligações nos primeiros cinco meses deste ano. Desse total, 319.235 resultaram em atendimentos pré-hospitalares (APHs), com uma média de seis mil envios de viaturas por mês. Os 1.831 telefonemas restantes demandaram transferências inter-hospitalares, por ambulâncias e helicóptero, às urgências e emergências. Isolamento social “Nesses primeiros cinco meses, tivemos em torno de 64 mil ligações mensais, enquanto nossa média já chegou a 75 mil”, informa o diretor do Samu, Alexandre Garcia. “Como as pessoas estão em isolamento social, isso reduziu o número de acidentes fora de casa.” A quantidade de transferências inter-hospitalares, atenta o gestor, tem aumentado nos últimos meses, principalmente depois que a Secretaria de Saúde (SES) abriu mais leitos para atender pacientes com Covid-19 no DF. O ano começou com 342 transportes efetuados, número que, em maio, chegou a 449. Desse total, 64 ocorrências são de atendimento a casos de coronavírus. “Temos feito muito mais transporte de pacientes do Hran [Hospital Regional da Asa Norte] para o hospital de campanha no Estádio Mané Garrincha e também para os hospitais privados que abriram vagas de UTI exclusivas para Covid-19 por meio de contratos com a Secretaria de Saúde”, explica o diretor do Samu. Trotes diminuem Nos primeiros cinco meses deste ano, dentre as mais de 321 mil ligações recebidas pelo serviço, 9.728 foram trotes. Essa quantidade, entretanto, apresenta uma redução de 63% quando comparada ao mesmo período do ano passado, que registrou 26.223 trotes. “A valorização do servidor e a sensibilização da população sobre a importância do Samu nesse período também podem ter impactado para reduzir a quantidade de trotes, além da educação cidadã que temos feito para orientar crianças, jovens e adultos”, avalia Alexandre Garcia. Na maior parte dos casos, o Samu consegue identificar o trote antes do deslocamento de equipe. Inicialmente, os técnicos auxiliares de regulação médica detectam quando as informações passadas pelo solicitante não são coerentes, como endereço inconsistente. Os médicos também distinguem incoerência da queixa clínica, quando a vítima não se encontra no local e faltam informações sobre o solicitante. Quando esses filtros não são suficientes, a viatura acaba se deslocando para uma ocorrência com vítima inexistente, identificando o trote apenas na chegada ao local. Além de tirar a vez de quem realmente precisa do serviço, o trote ainda demanda gasto desnecessário do recurso público. Sempre de prontidão Em todo o ano de 2019, o Samu recebeu 863.980 ligações, das quais 280.530 foram repassadas aos médicos reguladores. Desse total, foram enviados recursos a 87.140 atendimentos, desde helicóptero, passando por unidades de suporte avançado e básico, até motolâncias. Também foram realizadas 5.744 transferências inter-hospitalares. * Com informações da SES
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