Flores brotam em meio a cenário devastado por incêndio florestal nas proximidades da Torre Digital
O que poderia ser um simples desabrochar de mudas no terreno da Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago Paranoá, no mês da primavera, transformou-se num símbolo de resiliência. Semanas após a devastação da vegetação de Cerrado nas proximidades da Torre Digital, causada por um incêndio florestal de provável origem humana, pés de espécie Hippeastrum goianum, planta conhecida como Amarilis do Cerrado, brotaram, criando um contraste, onde algumas flores amarelas se misturam a árvores secas, troncos caídos e restos de fuligem. Flores da espécie ‘Hippeastrum goianum’ surpreenderam e brotaram em meio a cenário devastado por incêndios | Fotos: Matheus Ferreira/Divulgação A paisagem com ares pós-apocalípticos foi capturada pelo servidor público e fotógrafo amador Matheus Ferreira, que compartilha nas redes sociais imagens da riqueza do bioma brasiliense na página Árvores do Cerrado (@arvoresdocerrado). “Há quase um mês, essa área de Cerrado, composta por vegetação nativa, pegou fogo e tudo foi devastado. Ficou bem queimado. Algumas pessoas comentaram comigo que tinham visto algumas flores nascendo em meio à área queimada. Peguei minha máquina e fiquei procurando, até que encontrei esses dois pezinhos dessa flor”, recorda-se. O que mais impressionou Matheus foi o surgimento de plantas tão delicadas em meio a um cenário devastador, que ele descreveu como “de guerra”. “Para mim, é um símbolo de esperança e de renascimento. Apesar de tudo que as pessoas fazem para destruir a natureza, ela continua firme”, afirma. “Vejo isso como um sinal de esperança e de força do Cerrado. É um bioma de resistência que, mesmo diante de condições climáticas extremas, como falta de chuva e secura, vê florescer os ipês e tantas outras árvores nativas. Espero que fique uma mensagem para as pessoas de que nem tudo está perdido”, completa. Regeneração O fotógrato amador Matheus Ferreira vê o surgimento das flores como “um sinal de esperança e de força do Cerrado” A recuperação do Cerrado após a passagem do fogo costuma ser natural, especialmente nas áreas de vegetação nativa. No entanto, a superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água do Instituto Brasília Ambiental, Marcela Verciani, afirma que cada local deve ser avaliado após as queimadas, considerando suas características. Algumas vegetações se regeneram sozinhas, enquanto outras necessitam de novos plantios. Essa avaliação é feita pelo órgão que gerencia 82 unidades de conservação, incluindo a APA do Lago Paranoá, considerada uma unidade de uso sustentável. “Nós sabemos que os incêndios nesta época do ano são provocados, pois não existem faíscas naturais. A forma como acontece o fogo é prejudicial, porque eleva a temperatura e cria labaredas grandes, o que resulta numa perda considerável de Cerrado. Por isso fazemos o apelo para que as pessoas não usem o fogo nos períodos críticos de seca extrema”, afirma Verciani. 193 Canal de emergência do CBMDF para denúncias de incêndios Neste ano, o Instituto Brasília Ambiental contratou 150 brigadistas para atuar em 12 bases durante o período crítico de incêndios e seca. Segundo a superintendente, o órgão elabora um projeto de lei para ser enviado à Câmara Legislativa do DF (CLDF), estabelecendo a contratação da brigada ao longo do ano e não por temporada. “O combate é importante, mas a prevenção tem tanta ou mais importância”, comenta. Ela cita ações como a criação de aceiros, roçadas e queimadas controladas no período mais ameno. Denuncie Com o aumento dos incêndios florestais na vegetação do Cerrado, o Governo do Distrito Federal (GDF) convoca a população a denunciar os casos. Os cidadãos devem entrar em contato imediatamente com o número 193, o canal de emergência do CBMDF. Durante a ligação, é necessário passar informações como a localização exata do fato e as proporções das chamas e, se possível, relatos sobre as condições de acesso ao local e sobre a presença de suspeitos de autoria do crime. De acordo com o artigo 41 da Lei 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta é tipificado como crime ambiental. No caso de queimadas dentro das unidades de conservação do Distrito Federal, a orientação é acionar o Instituto Brasília Ambiental, que é responsável pela administração dos espaços. Desde julho, o órgão conta com um número exclusivo de denúncias de focos de incêndio, que é atendido pela central da Diretoria de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (DPCIF) pelo (61) 9224-7202. O telefone também é WhatsApp. Por ele, a população pode enviar mensagens e a localização do fogo. Combate a incêndios florestais → 193 (Corpo de Bombeiros) → (61) 9224-7202 (Instituto Brasília Ambiental) Informações sobre autores de incêndios florestais → 190 (Polícia Militar) → 197 (Polícia Civil)
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Operação policial prende suspeito de provocar incêndio de grande proporção no Lago Oeste
Nesta quarta-feira (18), a Coordenação Especial de Proteção ao Meio Ambiente, à Ordem Urbanística e ao Animal (Cepema), por meio da Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema), deflagrou a Operação Curupira com o objetivo de cumprir dois mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva em desfavor de um homem de 50 anos, investigado pela prática dos crimes de incêndio e de dano ambiental na região do Lago Oeste, fato ocorrido no dia 12 de agosto. Equipe da Dema identificou suspeito de provocar incêndio de grande proporção no Lago Oeste, que atingiu áreas de proteção ambiental | Foto: Divulgação/PCDF Segundo as investigações, o suspeito provocou uma grande queimada em sua propriedade e o fogo se alastrou por uma região situada no interior de duas áreas de proteção ambiental: APA do Cafuringa e APA do Planalto Central. As chamas atingiram cerca de 10 propriedades e foram registradas nove ocorrências policiais. De posse dessas informações, equipe da Dema realizou diversas diligências e conseguiu localizar indícios de autoria que recaem sobre o suspeito. O incêndio foi de grande proporção e o Instituto de Criminalística já realizou perícia no local a fim de quantificar a área queimada. Além disso, segundo apontou a investigação, o suspeito teria ameaçado com um facão servidores do ICMBio que foram ao local para tentar apagar as chamas. Com base nos elementos de investigação colhidos, foi possível indiciar o suspeito nos crimes de incêndio e de dano ambiental e, caso condenado, poderá cumprir uma pena de até 13 anos de prisão. Após as formalidades legais, o suspeito foi recolhido ao cárcere da Polícia Civil e agora permanece à disposição da Justiça. De acordo com o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, os suspeitos serão investigados e, comprovada a ação, serão punidos com todo o rigor da lei. *Com informações da PCDF
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GDF desobstrui área de proteção ambiental alvo de grilagem em Taguatinga
A Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) realizou, nesta quinta-feira (13), operação para desconstituir um parcelamento irregular do solo na QSC 19 de Taguatinga. As edificações se encontravam na Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) JK, a apenas 50 metros do córrego do Setor Primavera. A operação da DF Legal, com o apoio da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), da Neoenergia, da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) e da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), removeu quatro casas em construção, uma outra edificação em estágio inicial da base, 11 postes com ligação clandestina de luz e um ponto irregular de ligação de água. A pasta ainda apreendeu um portão de ferro, uma betoneira, dois caminhões de areia e brita, um com tijolos, além de ter desconstituído 400 metros de muro. Ao todo, foram retirados seis caminhões de entulho. Entre as construções irregulares na Arie JK, foram removidas quatro casas em construção e uma edificação em estágio inicial da base | Foto: Divulgação/Secretaria DF Legal [Numeralha titulo_grande=”6.703.050″ texto=”Total de m² de área pública desobstruídos no primeiro semestre deste ano pela DF Legal em 469 operações em todo o Distrito Federal” esquerda_direita_centro=”direita”] O local alvo da operação encontra-se fora da Área de Regularização de Interesse Específico (Arine) do Setor Primavera e dentro de uma zona de conservação de vida silvestre. O desmatamento para o parcelamento irregular ocorreu muito próximo ao limite do Parque Saburo Onoyama. Os grileiros avançaram pela mata ciliar do córrego e executaram obras que ficaram a apenas 50 metros do curso d’água. No primeiro semestre deste ano, a DF Legal já realizou 469 operações em todo o Distrito Federal e desobstruiu 6.703.050 m² de área pública. *Com informações da Secretaria DF Legal
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Programa monitora áreas em recuperação ambiental no DF
A Secretaria de Meio Ambiente (Sema), em parceria com o Projeto CITinova, realiza, neste mês de fevereiro, a segunda fase do Programa de Recuperação de Nascentes e de Áreas de Proteção Ambiental (APPs) degradadas e áreas de recarga no Distrito Federal. Trata-se do trabalho de manutenção e monitoramento das áreas beneficiadas por este projeto-piloto, que tem como objetivo contribuir para a segurança hídrica dos principais mananciais de abastecimento público do DF e a sustentabilidade das propriedades rurais. Em uma das ações do projeto, a equipe visitou uma propriedade no Riacho Fundo, que recebeu o plantio de 1.460 mudas de árvores nativas do Cerrado | Fotos: Divulgação/Sema Na primeira fase do projeto, no início de 2020, foram recuperados 10 hectares nos parques ecológicos de Águas Claras e Riacho Fundo. No ano passado, foram recuperados mais 70 hectares de vegetação nativa em propriedades rurais nas bacias do Descoberto e Paranoá. Na última quinta-feira (10), a equipe do projeto esteve em uma das propriedades selecionadas pelo projeto CITinova, no Riacho Fundo. A APP do córrego Riacho Fundo e de duas nascentes localizadas na propriedade receberam o plantio de 1.460 mudas de árvores nativas do Cerrado, num total de 2,06 hectares plantados, que estão recebendo manutenção e monitoramento. “Quando recompomos a vegetação nativa nas áreas de preservação permanente, colaboramos para a segurança hídrica do Distrito Federal”, afirmou a assessora especial da Subsecretaria de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos da Sema, Elisa Meirelles. Plantio de jatobá do Cerrado em área degradada Vegetação nativa O plantio de vegetação nativa vai recuperar uma área degradada próxima à rodovia e contígua a uma invasão. A área é parte de uma propriedade rural de produtores de hortaliças da família Ueno, formada por descendentes de japoneses, que habita o local há 50 anos. Lá, três nascentes de água cristalina brotam do solo e vêm sendo utilizadas há quatro décadas pela família Ueno e pela comunidade vizinha. “O pessoal do projeto está nos acompanhando e dando toda a assistência para o cuidado com as mudas. Daqui a pouco, vou cuidar sozinho e manter essa área que garante a água para as nossas culturas ali embaixo. Não é fácil encontrar mudas nativas boas como essas, além de ser caro. Então, o projeto veio a calhar muito bem. Daqui a uns anos, estará tudo fechado, com árvores altas”, disse Nadson Sato, genro do pioneiro Ueno. Foram plantadas espécies nativas do Cerrado, como jatobá-da-mata, jatobá-do-cerrado, aroeira-pimenteira, bálsamo, gonçalo-alves, ipê-amarelo, ingá, angico, landim, cutieira, mutamba, ipê-rosa, copaíba, baru, araçá, jenipapo e pente-de-macaco (nomes populares). Manutenção A equipe da Sema acompanhou o trabalho de manutenção e monitoramento dos técnicos em campo, realizado pela empresa contratada Equilíbrio Ambiental. Entre as atividades, estão cuidados como coroamento das árvores e regeneração natural, combate às formigas, roçada da vegetação exótica, adição de cobertura morta e adubação. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Já o monitoramento inclui a avaliação das condições de desenvolvimento das mudas plantadas e da regeneração natural, como o estado fitossanitário, o crescimento em altura, deficiência nutricional, ataque de pragas e doenças, presença ou vestígio de fauna silvestre e inclusão de novas espécies da regeneração natural. “As árvores protegem contra erosão do solo, fixando a água da chuva, que vai para as raízes e aumenta a captação de água pelas nascentes”, explicou o coordenador da Equilíbrio Ambiental, Durval Neto Souza. O CITinova, que proporcionou a realização dessa recomposição vegetal, é um projeto multilateral realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Os recursos são do Global Environment Facility (GEF), com implementação a cargo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A execução no DF é pela Sema, em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). *Com informações da Sema-DF
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