Resultados da pesquisa

Câncer de mama

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Em pesquisa apoiada pela FAPDF, vacina avança como alternativa contra câncer de mama agressivo

O dia 27 de novembro, Dia Nacional de Combate ao Câncer, além de marcar um momento de conscientização, reforça a importância de investir em ciência para ampliar as possibilidades de prevenção, diagnóstico e tratamento. Entre os estudos que avançam nesse caminho, destaca-se uma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) que tem desenvolvido uma vacina terapêutica in situ — aplicada diretamente no local do tumor, sem necessidade de preparo prévio em laboratório — com potencial para fortalecer a resposta natural do organismo contra o câncer de mama. A iniciativa é apoiada pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), por meio do edital Demanda Induzida (2022), e coordenada pelo professor João Paulo Longo, do Instituto de Ciências Biológicas da UnB — reconhecido como Pesquisador Inovador do Setor Empresarial no 4º Prêmio FAPDF de Ciência, Tecnologia e Inovação, deste ano. Inovação baseada em décadas de pesquisa O projeto reúne mais de 20 anos de avanços em nanotecnologia, fototerapia e imunologia tumoral. Estudos anteriores do grupo demonstraram o controle de metástases pulmonares em modelos 4T1 — um dos mais agressivos para o estudo do câncer de mama. Momento de preparação das amostras que compõem as etapas experimentais da vacina terapêutica in situ | Foto: Arquivo Pessoal Esses resultados vêm sendo construídos por uma equipe multidisciplinar e já foram publicados em revistas científicas internacionais. Entre os autores, além do professor João Paulo Longo, estão pesquisadoras e pesquisadores como Camila Magalhães Caradador, Luana Cristina Camargo e outros integrantes do grupo de imunoterapia e nanobiotecnologia da UnB, que assinam estudos em periódicos como Current Pharmaceutical Design e Biomedicine & Pharmacotherapy. Essas pesquisas mostraram que fármacos como a doxorrubicina, uma quimioterapia capaz de destruir células tumorais, também ativam sinais que estimulam o sistema imunológico. Esse processo, chamado de morte celular imunogênica (MCI), ocorre quando as células cancerígenas liberam moléculas que atraem e ativam células de defesa, funcionando como um alerta natural do organismo. Esse entendimento abriu caminho para uma nova abordagem: transformar o próprio tumor em um ponto de ativação da resposta imune. E é esse o princípio da vacina terapêutica in situ. Aplicada diretamente no tumor ou ao redor dele, ela estimula o sistema imunológico dentro do próprio organismo, sem necessidade de preparo prévio em laboratório. Em vez de receber uma vacina pronta, o corpo reage aos sinais liberados pelo próprio tumor, tornando o processo mais direto e potencialmente mais aplicável na prática clínica. A partir desse princípio, o grupo desenvolveu um sistema emulgel nanoestruturado — um tipo de gel que combina água e óleo na mesma formulação, criando uma base estável capaz de carregar e liberar medicamentos de forma controlada no local aplicado. Nessa mistura, surfactantes permitem que o gel forme pequenas gotículas estáveis em contato com a água. Essas nanogotículas, extremamente pequenas (milhões de vezes menores que um grão de areia), atuam como veículos para transportar os fármacos. O sistema também incorpora imunoadjuvantes, substâncias que intensificam a resposta do sistema imunológico. João Paulo Longo no 4º Prêmio FAPDF de Ciência, Tecnologia e Inovação | Foto: Marck Castro Segundo o professor Longo, essa estratégia cria “um depósito artificial que libera de forma controlada as moléculas produzidas pela morte celular imunogênica”, favorecendo a ativação de células de defesa, como dendríticas, monócitos e neutrófilos, essenciais para iniciar a resposta antitumoral. Como funciona a vacina terapêutica in situ Na etapa de aplicação, o emulgel atua como um veículo que entrega aos poucos fármacos capazes de induzir a MCI — como doxorrubicina, paclitaxel ou mitoxantrona — associados a imunoadjuvantes que reforçam a ativação do sistema imunológico. Por ser termossensível, a liberação dessas moléculas se intensifica com o aumento da temperatura na região, algo comum em processos inflamatórios ao redor do tumor. A MCI envolve três sinais bioquímicos principais: exposição de calreticulina — proteína que migra para a superfície da célula e sinaliza para que seja eliminada; liberação de ATP (adenosina trifosfato) — molécula que atua como alerta químico indicando dano; liberação de HMGB1 (High Mobility Group Box 1) — proteína que atrai células do sistema imunológico ao local. Esses sinais são chamados de DAMPs (Padrões Moleculares Associados a Dano), um conjunto de mensagens químicas que avisam ao sistema de defesa que o organismo precisa reagir. Para verificar se a vacina é capaz de induzir esses sinais ao longo do tratamento, o estudo segue um cronograma específico de aplicação das doses e acompanhamento da resposta imunológica. Esse esquema mostra a rotina experimental usada na pesquisa e ajuda a visualizar como o tumor reage ao longo das semanas.  Avaliação, impactos e resultados esperados Os resultados da vacinação serão medidos por indicadores como: redução do tumor primário; controle de metástases pulmonares; presença de infiltrado linfocitário, grupo de células de defesa que indica ativação do sistema imunológico. Nos modelos pré-clínicos utilizados, o tumor primário é de mama, mas a disseminação costuma atingir o pulmão — por isso, esse órgão é monitorado como o principal local de metástase durante o estudo. Imagem obtida pelo sistema IVIS (In Vivo Imaging System), que utiliza luz para acompanhar o crescimento tumoral em modelos pré-clínicos. As duas imagens superiores mostram os grupos-controle: à esquerda, animais sadios; à direita, animais com tumores em progressão, identificados pelo brilho mais intenso. As imagens inferiores correspondem aos grupos imunizados, sendo que o grupo à direita apresentou a melhor resposta ao tratamento, com menor sinal tumoral | Foto: Divulgação  As análises incluem: tomografia computadorizada, bioluminescência, técnica que utiliza luz emitida por células marcadas para acompanhar a evolução tumoral; imunohistoquímica, método que revela células do sistema imune nos tecidos. “Durante o estudo pré-clínico, conseguimos rastrear em tempo real como os tumores e as metástases evoluem após a vacinação. Isso nos dá uma visão precisa da eficácia do sistema e do tipo de resposta imunológica que conseguimos induzir”, explica o professor Longo. O sistema também é altamente personalizável, permitindo ajustes nos fármacos e nos componentes conforme o tipo de tumor, ampliando seu potencial para outras neoplasias sólidas. Desafios e próximos passos O desenvolvimento de um sistema nanoestruturado eficaz envolve desafios como: garantir a estabilidade da formulação; controlar a liberação dos fármacos; preservar a capacidade imunogênica nos tecidos subcutâneos. Após os resultados pré-clínicos, uma das próximas etapas é avançar para estudos em pacientes veterinários, estratégia já adotada pelo grupo em outros projetos e que pode contribuir para validações regulatórias e aplicações clínicas futuras. “A grande esperança das imunoterapias é oferecer tratamentos personalizados, menos tóxicos e mais eficazes”, afirma Longo. “Se conseguirmos resultados semelhantes aos obtidos em laboratório, poderemos estar diante de uma inovação acessível para um grande número de pacientes.”  Apoio institucional e impacto para o Distrito Federal Para o professor Longo, o apoio da FAPDF tem sido decisivo para a consolidação da pesquisa em nanobiotecnologia e imunologia tumoral no Distrito Federal. “Grande parte dos equipamentos que utilizamos hoje foi adquirida com recursos da FAPDF, incluindo sistemas de imagem e infraestrutura laboratorial. Sem esse apoio, muitos desses estudos simplesmente não existiriam”, destaca. Ele reforça ainda o papel da fundação na formação de novos pesquisadores: “Alguns estudantes recebem bolsas, e grande parte dos materiais utilizados ao longo do projeto é financiada pela FAPDF”, conta.  Para o presidente da fundação, Leonardo Reisman, iniciativas como esta mostram o impacto real da ciência produzida no DF: “Apoiar pesquisas que transformam a vida das pessoas é a essência da FAPDF. Projetos como este mostram que a ciência do Distrito Federal tem capacidade de gerar soluções reais para desafios que impactam milhares de famílias. A inovação não acontece apenas nos grandes centros internacionais — ela acontece aqui, nos nossos laboratórios, pelas mãos de pesquisadores comprometidos com o futuro da saúde brasileira”, afirma. Vacinas terapêuticas baseadas em MCI representam uma das frentes mais promissoras da oncologia contemporânea. Com menor toxicidade e maior personalização, esse tipo de abordagem tem potencial para ampliar o acesso a terapias mais seguras, eficazes e humanizadas — especialmente em um país onde o câncer de mama permanece entre as principais causas de mortalidade. *Com informações da FAPDF  

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Outubro Rosa: unidades básicas de saúde intensificam ações de prevenção

A campanha Outubro Rosa, de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico do câncer de mama, segue com ações voltadas para a saúde feminina em hospitais e unidades básicas de saúde (UBSs) do Distrito Federal. As atividades incluem educação em saúde, com palestras sobre alimentação saudável, hipertensão arterial, diabetes mellitus e exames voltados para a saúde da mulher, como a marcação de exames citopatológicos (preventivo) e de mamografia para o público-alvo. Algumas unidades também estão com agendas abertas para inserção do dispositivo intrauterino (DIU). Enfeitada em cor-de-rosa, a UBS 2 de Samambaia oferece diversas atividades para o público feminino cuidar da saúde | Fotos: Matheus Oliveira/ Agência Saúde DF A UBS 5 de Samambaia está enfeitada com a cor rosa, em comemoração à campanha. A comunidade pode participar de palestras com equipe multiprofissional com dicas de alimentação saudável e atividades físicas, além de se informar sobre a prevenção do câncer e de outras doenças. Outra unidade que está com a programação para o Outubro Rosa é a UBS 2 do Gama. Na última sexta-feira (17), foram oferecidos coleta de exame citopatológico (preventivo), pedidos de mamografia, inserção de DIU, testagem de ISTs, autocuidado com maquiagem, além de orientações educativas e momentos de acolhimento com nossa equipe multiprofissional. Luciana Bernardes, gerente da unidade, ressalta que as ações irão continuar durante o mês. “É só a pessoa procurar a equipe de referência, aqui na UBS 2 Gama, para receber as orientações e fazer o agendamento”, informa. Mamografia As UBSs são a porta de entrada para vários exames preventivos As UBSs são a porta de entrada para agendar a mamografia. Após avaliação e indicação clínica, os pacientes são direcionados ao exame por meio do sistema de regulação da Secretaria de Saúde (SES-DF). A análise é fundamental para a detecção de casos de câncer de mama. Para saber qual sua unidade de referência, acesse aqui. Neste ano, a SES-DF registrou um aumento de 21,8% na realização de mamografias, o que representa cerca de 13 mil exames realizados na rede. Campanha para o cuidado feminino [LEIA_TAMBEM] Nesta semana, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) realiza o 10º mutirão de reconstrução de mamas, que faz parte da campanha Outubro Rosa. O hospital realizará reconstruções mamárias (cirurgias plásticas reparadoras) em pacientes que foram submetidas à remoção completa da mama. O mutirão será realizado até sábado (25) e conta com uma equipe multiprofissional além de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.  *Com informações da Secretaria de Saúde  

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Radiologia do Hospital de Base registra recorde de 5 mil mamografias em 2024

O Núcleo de Radiologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) comemorou os avanços nas mamografias realizadas na unidade nos últimos três anos. Entre 2022 e 2024, o Hospital de Base registrou um aumento de 114% no número de exames do gênero. Apenas em outubro foram realizadas 703 mamografias. É o mês de 2024 com o maior número de exames realizados, o que reforça a importância da campanha do Outubro Rosa como forma de conscientização para a prevenção da doença | Fotos: Divulgação/IgesDF Em 2022, foram realizados 2.503 exames de mamografia. Já no ano seguinte, em 2023, o número deu um salto para 4.883 mamografias realizadas, um aumento de 95%. Em 2024, considerando o período de janeiro a outubro, foram realizados 5.361 novos exames, um aumento de 9,8% em relação ao ano passado, mesmo faltando dois meses para o fim do ano. Se compararmos com 2022, o aumento é de 114%. “Esses números reforçam a importância da detecção precoce do câncer de mama e são um indicativo positivo da eficácia das campanhas de conscientização e do acesso facilitado aos exames” Eva Muniz, chefe do Núcleo de Radiologia e Imagenologia Apenas em outubro foram realizadas 703 mamografias. É o mês de 2024 com o maior número de exames realizados, o que reforça a importância da campanha do Outubro Rosa como forma de conscientização para a prevenção da doença. Segundo a chefe do Núcleo de Radiologia e Imagenologia do Hospital de Base, Eva Muniz, “esses números reforçam a importância da detecção precoce do câncer de mama e são um indicativo positivo da eficácia das campanhas de conscientização e do acesso facilitado aos exames”. Segundo a chefe do Núcleo de Radiologia e Imagenologia do Hospital de Base, Eva Muniz, “esses números reforçam a importância da detecção precoce do câncer de mama e são um indicativo positivo da eficácia das campanhas de conscientização e do acesso facilitado aos exames” Infelizmente, esses números poderiam ser maiores, se não fosse o grande número de pacientes que desmarcam em cima da hora ou não comparecem ao exame. De acordo com a Gerente de Apoio e Diagnóstico Terapêutico, Elaine Araújo, são disponibilizadas 40 vagas para mamografias todos os dias, porém o absenteísmo é alto. “É importante que as pessoas que estão marcadas não faltem, para não perderem a chance de realizar esse exame tão importante”, disse. As vagas disponíveis para mamografia no Hospital de Base são distribuídas de acordo com uma fila organizada pelo Sistema de Regulação da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Para poder solicitar uma vaga para realizar a mamografia, após passar por consulta na unidade básica de saúde e com o pedido médico do exame em mãos, a paciente deve se informar na secretaria da UBS sobre como solicitar o exame. Sala da Mulher  Outra iniciativa do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) foi a criação da Sala da Mulher, um espaço exclusivo para cirurgias em pacientes do sexo feminino, voltado especificamente para procedimentos mastológicos e oncoginecológicos. O projeto foi lançado em outubro, durante a campanha do Outubro Rosa, para oferecer um atendimento mais acolhedor e humanizado às mulheres atendidas no hospital. Somente nesse mês, foram realizadas 58 cirurgias oncológicas em mulheres: 29 mastectomias e 29 procedimentos ginecológicos. “Os resultados foram muito positivos, com ambos os tipos de procedimentos superando as médias mensais,” explicou a Dra. Fernanda Hak, gerente-geral de Assistência do Hospital de Base. Para comparação, a média mensal de mastectomias em 2024 é de 22 cirurgias, enquanto a média de cirurgias ginecológicas oncológicas é de 10,8. O resultado de 29 cirurgias ginecológicas em outubro destaca o impacto da Sala da Mulher e o sucesso da iniciativa em ampliar o acesso aos cuidados de saúde oncológica. *Com informações do IgesDF

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Hospital Regional de Santa Maria realiza 15 punções guiadas por ultrassom no Outubro Rosa

Em alusão ao Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção do câncer de mama e do colo do útero, o ambulatório do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) realizou, ao longo de todo o mês, 13 procedimentos de core biópsia ー punção de mama por agulha grossa guiada por ultrassonografia. O exame contemplou pacientes que aguardavam na fila de regulação da rede pública de saúde. “Desde o início do mês, temos feito as biópsias das pacientes durante as consultas médicas devido à necessidade e à agilidade no diagnóstico, pois muitas delas já chegam com exames sugestivos de lesões malignas. Hoje, a demanda pelo exame caiu bastante. Das 15 punções realizadas ao longo do mês no HRSM, 13 foram no ambulatório e apenas duas foram direcionadas para o centro cirúrgico”, explica a gerente de Cuidados Ambulatoriais, Raiane Alves. A biópsia guiada é um exame de extrema importância para o diagnóstico precoce do câncer de mama | Foto: Divulgação/ IgesDF As médicas mastologistas Gabriela Albuquerque e Thauana Dias enfatizaram a importância da biópsia guiada por ultrassom na detecção precoce do câncer de mama. “É o exame principal para diagnosticar o câncer de mama. A biópsia guiada por ultrassom é uma técnica minimamente invasiva que nos permite obter amostras de tecido com alta precisão. Isso é fundamental para um diagnóstico precoce, portanto para o aumento das chances de tratamento bem-sucedido”, explicou Thauana. *Com informações do IgesDF

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