Centro de referência em toxicologia ajuda a prevenir intoxicação infantil
Por conta da curiosidade comum na faixa etária, crianças de até 10 anos são as que mais se intoxicam acidentalmente. O maior número de registro está entre as que têm de 1 a 6 anos, segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Com o intuito de evitar esses acidentes, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) do Distrito Federal, serviço integrado ao Samu, preparou material informativo com recomendações para a prevenção de intoxicação de bebês e crianças. O encarte passou por nova roupagem e está disponível no site da Secretaria de Saúde (SES-DF). Como complemento, o material também será entregue impresso em creches e escolas. De acordo com dados de intoxicação, até agora em 2023 foram 2.771 casos de intoxicação, sendo 37,6% correspondentes aos casos de crianças menores de 10 anos. Já em todo o ano de 2022, foram 3.120 casos. O CIAtox é composto por uma equipe multidisciplinar de especialistas em toxicologia | Fotos: Arquivo pessoal Em primeiro lugar nos produtos mais comumente envolvidos na ingestão acidental estão remédios, seguidos de produtos como água sanitária, detergentes, sabões, xampus, sabonetes, tintas, inseticidas, raticidas, tinturas de cabelo, loções, bebidas alcoólicas e plantas. A maioria dos acidentes coincide com férias escolares e datas festivas de fim de ano. O CIATox recomenda que responsáveis tenham atenção redobrada, evitem chamar remédios de ‘bala’ e ‘doce’ e não deixem produtos de limpeza, medicamentos, cosméticos e inseticidas ao alcance de crianças. Esses itens devem ser armazenados em lugares altos ou em armários fechados. Também há a orientação de não utilizar venenos perto das crianças e de conhecer a origem e o risco de plantas. [Olho texto=”Produtos mais perigosos – como detergentes, água sanitária e raticidas – não podem ser guardados em garrafas de refrigerantes e frascos vazios, muito menos na geladeira” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Produtos mais perigosos – como detergentes, água sanitária e raticidas – não podem ser guardados em garrafas de refrigerantes e frascos vazios, muito menos na geladeira. É aconselhável, ainda, não realizar automedicação em crianças, podendo ocorrer erro de dosagem e de utilização. Alguns produtos com aroma característico de frutas ou coloridos podem ser confundidos com alimentos pelas crianças. “Na idade precoce, elas não conseguem diferenciar o que é algo que tenha toxicidade ou não. As embalagens são atrativas, cheias de cores, bonitas e têm cheiro de limão e frutas. Geralmente tem um bebê feliz no rótulo e a criança não enxerga aquilo como perigoso”, aponta a médica do CIATox, a toxicologista Andrea Amoras de Magalhães. Sintomas Andrea Amoras, médica toxicologista, orienta ligar para o CIATox em caso de uma possível intoxicação para que a equipe oriente o que deve ou não ser feito de acordo com as características do caso Em caso de intoxicação, a criança pode apresentar queimaduras ou manchas ao redor da boca, respiração ou hálito com cheiro estranho, salivação abundante ou espuma pela boca, dor ou queimação na boca ou na garganta, dor abdominal, náusea, vômito, diarreia, respiração anormal, falta de ar, suor, tremores intensos, agitação ou sonolência. “O tratamento vai depender da gravidade e do que ela ingeriu. Às vezes, pode ter resto de medicamento na boca ou substância derramada na roupa, estar sonolenta, vomitando, ter uma crise convulsiva. O sintoma depende do produto tóxico”, acrescenta Magalhães. [Olho texto=”“Também orientamos sobre o que não fazer. Muita gente faz a criança vomitar, ou dá leite, o que não é correto”” assinatura=”Andrea Amoras de Magalhães, médica toxicologista” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Como primeiro cuidado, orienta-se ligar para o CIATox, retirar restos de produtos da boca ou da pele, lavar com água corrente e procurar atendimento nas unidades de saúde, levando a embalagem do produto ou parte da planta para facilitar a identificação. “Também orientamos sobre o que não fazer. Muita gente faz a criança vomitar, ou dá leite, o que não é correto”, alerta a médica. Sobre o centro [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] O CIATox é formado por equipe multidisciplinar de médicos, farmacêuticos e enfermeiros especialistas em toxicologia. Além de teleatendimento, tem ambulatório próprio para tratar e acompanhar casos crônicos de trabalhadores que manipulam produtos tóxicos. As consultas são semanais e precisam de agendamento, realizado pelo próprio paciente em tratamento ou por centros de saúde pública ou privada. O número 0800 do CIATox atende fora do DF por fazer parte de uma rede de centros no Brasil. São 34 espalhados em 19 unidades da Federação e o número está em rótulos de produtos comercializados nacionalmente. O Disque Intoxicação é um número gerenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aciona o centro mais perto do solicitante. ? Telefones CIATox: 0800 644 6774 / 0800 722 6001 /(61) 99288-9358 ? Samu: 192. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Conheça o CIATox, centro de referência no DF para casos de intoxicação
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) do Distrito Federal desempenha papel essencial na prevenção e no tratamento de emergências toxicológicas desde 2004. O centro – integrado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da Secretaria de Saúde (SES) – é formado por equipe multidisciplinar de médicos, farmacêuticos e enfermeiros especialistas em toxicologia. Apenas no primeiro bimestre de 2023, o CIATox já registrou 715 atendimentos de casos de intoxicação, um aumento de 38% na média mensal de 2022. Em todo o ano passado, a unidade atendeu 3.176 ocorrências, entre casos leves, moderados e graves, o que representa uma média de 265 pacientes por mês. Os casos de intoxicação podem ocorrer por diversos tipos de contato. Por exemplo, com produtos de limpeza, inseticidas, metais pesados, tinturas de cabelo, álcool, plantas, agrotóxicos e drogas ilícitas, além de animais, peçonhentos ou não. O principal fator, no entanto, tem sido a ingestão de fármacos, que representou 37% dos casos de 2022. No primeiro bimestre de 2023, o CIATox já registrou 715 atendimentos de casos de intoxicação, um aumento de 38% na média mensal de 2022 | Foto: Tony Winston/Agência Saúde De janeiro a dezembro de 2022, 1.182 atendimentos resultaram do abuso de remédios ou por interações medicamentosas nocivas, que é quando um fármaco, alimento ou droga interfere na absorção, ação ou eliminação de outro medicamento. Cuidados com crianças A faixa etária de 2 a 10 anos teve o maior índice de 2022, com um total de 733 atendimentos | Foto: Breno Esaki/Arquivo Agência Saúde O público infantil é o mais acometido por intoxicação no DF. A faixa etária de 2 a 10 anos teve o maior índice de 2022, com um total de 733 atendimentos. Desses, 508 envolveram crianças com até 2 anos, que são particularmente vulneráveis aos riscos. Enfermeira referência em atendimento ambulatorial do CIATox, Joseane Prestes alerta que, até os 3 anos de idade, as papilas gustativas da criança não estão plenamente desenvolvidas, e ela pode ser incapaz de diferenciar um gosto doce de um amargo. “Um amaciante de roupa, que pode ser cor-de-rosa, tem a mesma consistência e a mesma aparência de um iogurte. A criança vai botar na boca e querer comer, sem nem sentir o gosto.” Por isso, para evitar acidentes domésticos de intoxicação, é importante impedir o acesso das crianças a produtos tóxicos e remédios, com atenção redobrada para itens que possam ser confundidos com alimentos. “Às vezes, o fármaco parece uma balinha”, explica Gisele Dourado, enfermeira especialista em toxicologia que orienta os pais e responsáveis a manterem uma rotina de horários de alimentação, inclusive aos fins de semana. “O principal é manter toda substância com potencial de intoxicação longe da criança. Armário trancado, jardim sem entulhos, embalagens de remédio no lixo”, exemplifica. Acompanhamento de trabalhadores Além de teleatendimento, o CIATox possui ambulatório próprio para tratar e acompanhar casos crônicos de trabalhadores que manipulam produtos tóxicos. As consultas são semanais e precisam de agendamento, realizado pelo próprio paciente em tratamento ou por centros de saúde pública ou privada. Entre os profissionais atendidos estão ourives, que têm contato com mercúrio; diaristas e empregadas domésticas, pelo uso constante de produtos de limpeza; e frentistas de postos de combustíveis, por causa do benzeno presente na gasolina. Na área rural, o agrotóxico é um risco para os trabalhadores rurais. [Olho texto=”“O trabalhador precisa conhecer com o que trabalha. Às vezes, ele mesmo mostra resistência, dizendo que nunca aconteceu nada. Mas o contato prolongado com determinadas substâncias fará muito mal no futuro”” assinatura=”Carla Pelloso, gerente da Central de Informações Toxicológicas e Atendimento Psicossocial (Ceitap)” esquerda_direita_centro=”esquerda”] No centro, há ainda a preocupação com possíveis contaminações do ambiente de trabalho para o ambiente domiciliar. Um produto levado para casa ou roupas e utensílios higienizados de forma incorreta podem expor outras pessoas. Incidentes dessa natureza levaram especialistas do centro a expandir a atuação para além das estruturas físicas da sede. Um exemplo é a parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), em que são promovidas palestras e rodas de conversas semanais com trabalhadores rurais. Nesses encontros, os agentes de saúde orientam sobre medidas preventivas e maneiras de lidar com substâncias tóxicas. “O trabalhador precisa conhecer com o que trabalha. Às vezes, ele mesmo mostra resistência, dizendo que nunca aconteceu nada. Mas o contato prolongado com determinadas substâncias fará muito mal no futuro”, afirma a gerente da Central de Informações Toxicológicas e Atendimento Psicossocial (Ceitap), Carla Pelloso. Acervo atualizado Os casos de intoxicação podem ocorrer por diversos tipos de contato, por exemplo, com animais peçonhentos | Foto: Tony Winston/Agência Saúde Para lidar com os diferentes tipos de agentes danosos, os profissionais do CIATox usam uma base de informações abrangente e constantemente atualizada, integrada a outras especialidades. “Temos uma vasta literatura do Instituto Butantan, por exemplo, que são os maiores especialistas quando o assunto são animais peçonhentos”, conta a farmacêutica bioquímica Sandra da Silva, que atua há 11 anos no centro. Os especialistas do CIATox têm acesso também a acervos virtuais para auxiliar na tomada de decisões. Há publicações internacionais, como dos Estados Unidos, do Canadá e da Inglaterra. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Saiba o que fazer diante de um caso de intoxicação
Uma pessoa desorientada perto de uma cartela de remédios. Uma criança com sinais de enjoo ao lado de um produto de limpeza. O cenário de uma intoxicação pode variar tanto quanto os sintomas, que vão desde uma simples dor de cabeça até a perda de consciência. Prestar socorro eficiente à vítima exige rapidez e precisão. [Olho texto=”Por ano, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOx), ligado ao Samu, atende uma média de quatro mil casos de intoxicação” assinatura=”” esquerda_direita_centro=””] Nada de dar leite, forçar o vômito ou obrigar a pessoa a beber água. O melhor a se fazer diante de uma de intoxicação é ligar para o Samu (192) ou para o Corpo de Bombeiros (193). As respostas para três perguntas básicas são fundamentais para um atendimento preciso: qual foi a substância ingerida; há quanto tempo; e em qual quantidade. “Cada substância ingerida tem um protocolo específico de ação”, explica a médica toxicologista do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOx), Andréa Amoras Magalhães. “Na tentativa de fazer a vítima melhorar, a pessoa pode tomar alguma medida que aumente ainda mais a intoxicação”, alerta. Em adultos, as intoxicações costumam envolver abuso de drogas (lícitas ou não) ou uso descontrolado de medicamentos. Já em crianças, o contato com substâncias tóxicas costuma ser por produtos de limpeza ou medicamentos | Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil O leite, em determinadas situações, aumenta a absorção da substância tóxica. A água pode potencializar os danos causados pela ingestão de alguns tipos de produtos químicos. “E se a vítima tiver engolido solvente, gasolina ou tinner, o melhor é não vomitar – além de machucar o estômago, vai acabar lesionando outros órgãos”, afirma Andréa. Apenas um médico para saber o que pode ser feito diante da ingestão de produtos tóxicos. “Lavagem gástrica, uso de carvão ativado, hemodiálise… O tratamento vai depender do grau intoxicação e da substância consumida pela vítima”, informa Andréa. Disponível 24 horas por dia, o CIATOx é um serviço de telemedicina ligado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). São 32 unidades espalhadas por todo o Brasil. Ao entrar em contato pelo número 0800-6446774, o usuário é transferido para o centro mais próximo. Por ano, são atendidos uma média de quatro mil casos de intoxicação. Principais causas Em adultos, as intoxicações costumam envolver abuso de drogas (lícitas ou não) ou uso descontrolado de medicamentos. Já em crianças, o contato com substâncias tóxicas costuma ser acidental, causado principalmente por produtos de limpeza ou medicamentos. Acontece que os pequenos observam um adulto tomando remédio ou ficam encantados por uma embalagem colorida na área de serviço e, por curiosidade, decidem experimentar seu conteúdo. “Casos de intoxicação infantil geralmente envolvem descuido do tutor”, alerta o bombeiros militar Estevão Gabriel Aguiar. Além de conversar com a criança, o socorrista aponta para a importância de manter medicamentos e produtos de limpeza longe do alcance. “Além disso, brinquedos sem certificação do Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia] podem conter substâncias tóxicas”, observa.
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Ação leva exames preventivos de saúde à população rural do DF
Aos 43 anos, Tiago Falqueto não conhece outra ocupação que não seja a de agricultor. E é da terra do Distrito Federal que ele tira o sustento da família com a produção de soja, milho, abacaxi e mexerica. Porém, o uso de defensivos agrícolas, popularmente chamados de agrotóxicos, preocupam o morador do Núcleo Rural Tabatinga, na região Leste do DF. Aos 70 anos e ainda na ativa, o agricultor Agostinho Falqueto foi atendido pela equipe do Ciatox no Núcleo Rural Tabatinga | Fotos: Tony Winston/Agência Saúde-DF O alívio veio quando ele participou de ação do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Secretaria de Saúde em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF). Tiago e 40 outros produtores da região fizeram uma bateria de exames oferecidos pela Saúde. Os resultados trouxeram tranquilidade para ele. “Está tudo dentro da normalidade”, assegurou. [Olho texto=”“A gente tem que fazer um trabalho de educação em saúde, criar uma cultura de proteção, que envolva toda a família”” assinatura=” Andrea Amoras, médica do Ciatox” esquerda_direita_centro=”direita”] A médica Andrea Amoras, do Ciatox, diz que a ação tem como objetivo a “detecção precoce do adoecimento”. Com doutorado em medicina do trabalho e toxicologia, ela ressalta a importância de uma abordagem ampla. “A gente tem que fazer um trabalho de educação em saúde, criar uma cultura de proteção, que envolva toda a família”, afirma. O agricultor Agostinho Falqueto concorda. Aos 70 anos, ele ainda se dedica ao cultivo de grãos, mas pouco a pouco passa a tarefa aos filhos, entre eles, Tiago. Graças ao trabalho educativo da Emater-DF, Agostinho tem as informações que necessita para a aplicação segura dos produtos, mas diz que nem sempre os procedimentos são cumpridos por outros produtores. “Tem gente que não usa o equipamento de proteção de acordo com as instruções”, reclamou. O Ciatox realiza ações em todas as áreas rurais do DF, com o objetivo de prevenir os produtores de doenças provocadas pelo uso de agrotóxicos Servidora da sede da Emater-DF no Núcleo Rural Tabatinga, onde há aproximadamente 400 propriedades rurais, Andreia Cavalcante dos Reis valoriza a importância da parceria com a Secretaria de Saúde. “Já teve caso da pessoa estar com coceira por contaminação com produto químico”, lembrou. Ainda assim, ela relatou que, em geral, há uma boa aceitação às ações educativas, que envolvem até as pessoas que lavam as roupas dos agricultores, possíveis vetores de contaminação. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] As ações do Ciatox ocorrem em todas as regiões rurais do DF, informou a enfermeira do trabalho Joseane Souza. “Facilita para os agricultores, que não precisam sair do seu local de trabalho para uma consulta em um centro urbano”, opina Joseane. A equipe do Ciatox trabalha com o apoio das Unidades Básicas de Saúde de cada área. Vinculado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Ciatox atua emergencialmente em casos de envenenamento. Porém, ações preventivas nos núcleos rurais ocorrem desde 2003, tendo sido uma das pioneiras do tipo no Brasil. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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