Creas Migrantes alcança mais de 1,7 mil atendimentos no primeiro ano de funcionamento com unidade própria
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) para Migrantes completou um ano de funcionamento na Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF). Pioneiro no Brasil, o serviço oferecido pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) já atendeu, nos últimos 12 meses, pelo menos 1.739 migrantes, refugiados e apátridas vítimas de violação de direitos. A marca coincide com o Dia Internacional dos Migrantes, celebrado em 18 de dezembro. Equipe do Creas Migrantes atua em diversas frentes, como encaminhamento a serviços de saúde e educação | Foto: Divulgação/Sedes-DF As nacionalidades mais atendidas pelo Creas Migrantes, no período de novembro de 2024 a novembro deste ano, foram pessoas da Venezuela, com 422 atendimentos, seguidas por aquelas de Cuba (127) e do Haiti (50). Ao longo do mesmo período, foram emitidos 1.532 benefícios relacionados a nascimento, morte, situação de vulnerabilidade temporária, calamidade pública, além do benefício excepcional. Na DPDF, o Creas Migrantes está em funcionamento desde novembro do ano passado, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, oferecendo atendimento socioassistencial em português, inglês, francês e espanhol, e inclusão em programas sociais para imigrantes vítimas de xenofobia, tráfico internacional de pessoas, além de dificuldades de integração envolvendo barreiras linguísticas e culturais. Também são feitos encaminhamentos para serviços de saúde, educação, entre outros. Os interessados podem comparecer diretamente na unidade, para orientações, ou ser encaminhados formalmente por diversos órgãos. Pioneirismo “Nossa capital concentra um número significativo de órgãos públicos e oferece diversas oportunidades de acesso ao mercado de trabalho, atraindo pessoas de diferentes nacionalidades que buscam construir uma nova vida, incluindo aquelas que fogem de conflitos em seus países de origem” Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social Apesar de contar com uma unidade própria, o serviço de atendimento específico para migrantes internacionais é oferecido pela Sedes-DF desde 2022. Antes, o trabalho da equipe era realizado em conjunto com Creas da Diversidade, equipamento projetado para atender a diversidade em toda a sua expressão. “O Creas Migrantes é pioneiro no Brasil como uma unidade pública de assistência social e foi implementado há três anos em resposta ao aumento da imigração em Brasília”, afirma a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. “Nossa capital concentra um número significativo de órgãos públicos e oferece diversas oportunidades de acesso ao mercado de trabalho, atraindo pessoas de diferentes nacionalidades que buscam construir uma nova vida, incluindo aquelas que fogem de conflitos em seus países de origem. Por isso é tão importante que esse serviço conte com uma unidade própria, que agora completa um ano de funcionamento.” O gerente do Creas Migrantes, Aquiles Brayner, explica que as pessoas migrantes também podem ser atendidas pelos demais Cras e Creas da região onde residem. “No entanto, diante de situações de violação de direitos pela condição migratória dessas pessoas, elas serão atendidas pela nossa equipe, que é composta por diferentes áreas e realiza o atendimento multilíngue especializado”, enfatiza. Perfil dos imigrantes De acordo com dados da Sedes-DF, atualmente há 6.929 imigrantes inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) com endereço ativo no Distrito Federal. Desses, 3.852 são mulheres (55,59%), 3.069 são homens (44,30%) e oito são pessoas transgênero ou não binárias cadastradas (0,11%). 2.929 Número de migrantes que recebem o Bolsa Família no DF O Cadastro Único é uma plataforma que permite ao governo brasileiro identificar a realidade socioeconômica das famílias de baixa renda no país. Funciona como a porta de entrada para programas e benefícios sociais, como o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a tarifa social para desconto na conta luz, entre outros. Ao todo, 2.929 imigrantes recebem o Bolsa Família no DF. Ainda com base nos 6.929 imigrantes inscritos no Cadastro Único, entre as pessoas que já frequentaram a escola, 18 passaram por creche, classe de alfabetização ou pré-escola. Outras 901 migrantes internacionais cursaram o ensino fundamental, incluindo alfabetização para adultos e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Educação O maior contingente corresponde àquelas que cursaram o ensino médio, incluindo a EJA para nível médio, totalizando 2.508 pessoas. Além disso, 941 imigrantes declararam ter frequentado o ensino superior, incluindo pós-graduação, especialização, mestrado ou doutorado. No grupo de imigrantes que atualmente frequentam a escola, 269 estão na creche, classe de alfabetização ou pré-escola. Apenas oito frequentam o ensino fundamental até o 5º ano, incluindo alfabetização de adultos e EJA inicial. Outros 1.411 frequentam o ensino fundamental, incluindo a EJA. No ensino médio, há 309 imigrantes frequentando essa modalidade, incluindo a EJA para nível médio, enquanto 75 estão no ensino superior ou em cursos de pós-graduação. O levantamento mostra ainda que 489 imigrantes não possuem nenhum curso declarado no Cadastro Único. Suporte [LEIA_TAMBEM]Inscrita no CadÚnico, Ewa Lamina, de 30 anos, é natural da Nigéria e chegou ao Brasil em 2022. Ela relata que começou a ser atendida pelo Creas Migrantes no início deste ano, após ter sido acompanhada pela equipe do Creas de Taguatinga. Desde então, recebeu acompanhamento com especialistas da Sedes-DF e acesso ao Cartão Prato Cheio e outros programas sociais, incluindo auxílios relacionados à moradia e à situação de vulnerabilidade socioeconômica, oferecidos pela pasta. “Meu objetivo daqui para a frente é conseguir uma oportunidade de trabalho para que eu consiga cuidar do meu filho pequeno, uma oportunidade em que eu possa ter condições financeiras de manter a família”, afirma ela. Em 18 de dezembro de 1990, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e de seus Familiares. Posteriormente, em 2000, a ONU proclamou 18 de dezembro como o Dia Internacional dos Migrantes, com o objetivo de chamar a atenção para o elevado número de migrantes no mundo e a necessidade de garantir o respeito aos direitos desse público. *Com informações da Sedes-DF
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Novo Creas no Recanto das Emas beneficia 275 mil moradores da região sudoeste do DF
A partir de agora, a população de Recanto das Emas conta com um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). A unidade atenderá também moradores do Riacho Fundo II e de Água Quente, referenciando aproximadamente 275 mil pessoas da região. O equipamento vai facilitar o acesso da população e fortalecer a rede de serviços socioassistenciais e de enfrentamento à situação de risco e violência. A expectativa é atender 80 casos mensais, alcançando em torno de mil famílias. A inauguração da nova unidade do Creas nesta quinta-feira (27) vai garantir o atendimento da população de Recanto das Emas e moradores do Riacho Fundo II e de Água Quente, referenciando aproximadamente 275 mil pessoas da região | Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília Antes da inauguração da unidade, que é a 13ª do Distrito Federal, a população era atendida pelos Creas de Samambaia e Taguatinga. O novo equipamento fica na Quadra 104/105 do Setor Hospitalar. “Ter um Creas aqui significa que estamos fortalecendo a rede de proteção social das famílias mais vulneráveis em cada território. A gente está falando de uma unidade de grande porte, que vai atender não só as famílias do Recanto das Emas, mas também do Riacho Fundo II e de Água Quente, desafogando os Creas de Samambaia e de Taguatinga. A expectativa é a de que cerca de mil famílias sejam atendidas por ano” Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social A secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, destaca a importância para a população de toda a região. “Ter um Creas aqui significa que estamos fortalecendo a rede de proteção social das famílias mais vulneráveis em cada território. A gente está falando de uma unidade de grande porte, que vai atender não só as famílias do Recanto das Emas, mas também do Riacho Fundo II e de Água Quente, desafogando os Creas de Samambaia e de Taguatinga. A expectativa é a de que cerca de mil famílias sejam atendidas por ano”, ressalta. Os Creas são unidades públicas de assistência social que atendem as pessoas e famílias em situações de violência ou violação de direitos. Recepciona, acolhe as pessoas, fortalece vínculos familiares e comunitários, além de disponibilizar informações sobre direitos e viabilizar acesso a outros serviços, benefícios e programas. O objetivo é auxiliar as pessoas a superar as violências sofridas ou a diminuir os danos causados por elas. O novo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) no Recanto das Emas fica na Quadra 104/105 do Setor Hospitalar O administrador do Recanto das Emas, Carlos Dalvan, observa que a inauguração é uma conquista da população. “Não vamos parar de lutar por um Recanto das Emas cada vez melhor. O nosso grande objetivo é que essa cidade possa ter famílias mais felizes e que o progresso possa continuar acontecendo para desenvolver e crescer cada vez mais”, afirma. Para o presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Rôney Nemer, o equipamento público mostra o cuidado do Governo do Distrito Federal (GDF) com a população da região. “É um equipamento que vem para ajudar e mostrar que o Recanto das Emas é visto”, disse. A promotora de Justiça do Recanto das Emas, Gabriela González, destaca que o novo Creas é um ganho muito grande para quem precisa utilizar o serviço. “Muitas mulheres não conseguem romper esse ciclo (da violência) por conta da questão econômica. Então, o Creas é fundamental”, reforça.
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Capacitação para atendimento a casos de violência sexual contra menores
Uma tarde agradável com direito a cinema, pipoca, refrigerante e brincadeiras. Na plateia, 20 famílias. Todas elas com algum caso de violência sexual contra crianças ou adolescentes. Essa ação é o fechamento de uma série de encontros da equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da Estrutural com essas pessoas. Mais que isso, trata-se de uma metodologia implantada por meio do curso de formação para profissionais que atuam com violência sexual em Creas. [Olho texto=”“No momento que estiver presente situação que cause risco social, deve-se procurar um Creas. Ruptura de vínculo familiar, discriminação, situação de desabrigo temporário e situações de violência em geral são exemplos disso”” assinatura=”Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “É importante ressaltar que o fato de o grupo ser formado por famílias com crianças e adolescentes vítimas de violência sexual não significa que o foco seja o abuso sexual”, explica o gerente do Creas Estrutural, Guilherme de Lima. “O grupo é um espaço para além da violação, onde utilizamos de várias estratégias para os participantes trabalharem a vergonha, raiva, culpa, isolamento, relutância em pedir ajuda, dificuldade em estabelecer relacionamentos íntimos e outras consequências da violência”, completa o assistente social. Além do grupo, o Creas atua também na concessão de benefícios, por meio de atendimento individualizado para identificar as necessidade materiais e financeiras das famílias atendidas, garantindo, assim, a segurança alimentar e nutricional, a moradia segura e afins. Metodologia Idealizadora da metodologia, a doutoranda pela Universidade de Brasília (UnB) e psicóloga Aline Pinho destaca que trata-se de intervenções psicossociais com grupos reflexivos. A série de encontros da equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da Estrutural que foi encerrada contou com a participação de um total de 31 servidores, entre psicólogos, pedagogos e assistentes sociais, entre outras especialidades de oito Creas | Foto: Ádamo Dan/Ascom Sedes-DF “O objetivo é a oferta de espaço para disseminação de conhecimento sobre as dinâmicas que perpassam situações de violência sexual, o processo de atendimento, sobretudo no âmbito da política pública de assistência social, e a troca de informações sobre atendimentos realizados em grupo”, explica a pesquisadora. Um total de 31 servidores, entre psicólogos, pedagogos e assistentes sociais, entre outras especialidades de oito Creas participaram da capacitação e estão aptos a realizarem intervenções especializadas e direcionadas junto a esses públicos em suas regiões. A ideia é que esses se tornem multiplicadores em suas unidades. De acordo com ela, a estratégias de formação para lidar com situações contou com partes teórica e prática. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A pesquisa de doutorado está sendo desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, da UnB, sob a orientação da professora Silvia Lordello e com a participação das especialistas da Secretaria de Desenvolvimento Social, Karen Costa e Luiza Carvalho. Creas O DF conta com 12 Creas. Essas unidades atendem por demanda espontânea famílias que chegam vítimas de violação de direitos, entre eles, a violência sexual contra crianças e adolescentes. “No momento que estiver presente situação que cause risco social, deve-se procurar um Creas. Ruptura de vínculo familiar, discriminação, situação de desabrigo temporário e situações de violência em geral são exemplos disso”, explica a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. *Com informações da Sedes-DF
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Mais 58 servidores para a área social do GDF
[Olho texto=”Desde 2020, foram quase 10 chamamentos de 1.060 concursados unicamente para a carreira socioassistencial do DF. Apenas a Sedes recebeu 827 desses novos trabalhadores, o que representou um crescimento de mais de 60% no quadro efetivo da pasta.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquierda”] Ao longo dos próximos meses, o Governo do Distrito Federal (GDF) vai anunciar novas vagas para 34 carreiras da administração pública local. Enquanto prepara os concursos públicos para as mais diversas áreas, o Executivo segue uma rotina intensa de nomeações. A mais recente ocorreu nesta segunda-feira (2), quando 286 aprovados em concurso foram chamados para as secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes), Justiça e Cidadania (Sejus) e da Mulher (SMDF). José de Anchieta, servidor convocado para atuar na Sedes | Fotos: Renato Raphael “Por algumas vezes eu perdi as esperanças de ser chamado, pois eu estava bem para o fim da fila do cadastro de reserva. Já estava estudando para outros concursos. Porém, eu acreditei até o fim e, hoje, estou aqui”, comemora José de Anchieta, 34 anos, morador do Guará II, um dos 58 convocados para atuar na Sedes. Nessa nova leva de nomeações, algo inédito foi conquistado: pela primeira vez na história da Secretaria de Desenvolvimento Social foi possível nomear especialistas em direito para todos os 12 Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e nutricionistas para os 14 restaurantes comunitários do DF. “Sempre foi obrigatório contar com esses profissionais nessas unidades. Porém, apenas a atual gestão teve coragem para cumprir essa determinação”, enfatiza a nova nutricionista Mayara Régia, 32 anos. Desde 2020, foram quase 10 chamamentos de 1.060 concursados unicamente para a carreira socioassistencial do DF. Apenas a Sedes recebeu 827 desses novos trabalhadores, o que representou um crescimento de mais de 60% no quadro efetivo da pasta. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] “Precisamos de servidores nas unidades para que as políticas públicas aconteçam. Política pública se faz com servidor público qualificado para tal e é isso que está acontecendo; todos os servidores lotados nesta segunda-feira serão lotados nos centros de atendimento sociais do DF”, enfatiza Kariny Alves, servidora da Sedes há mais de uma década, com diversas passagens pelo Ministério da Cidadania, onde tem atuação reconhecida em nível nacional em trabalhos ligados à garantia de direitos do cidadão. *Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social
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