Superada a crise hídrica, Descoberto verteu novamente
Dois anos e oito meses depois, o Reservatório do Descoberto verteu novamente. Isso ocorre quando o nível de água armazenada supera a capacidade de reserva do manancial. Dois anos e oito meses depois, o Reservatório do Descoberto verteu novamente. Isso ocorre quando o nível de água armazenada supera a capacidade de reserva do manancial. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Na manhã desta quinta-feira (27), a barragem atingiu 100% da capacidade: 1.030,02 metros acima do nível do mar. Ao atingir o volume máximo, o Descoberto volta a abastecer a Candangolândia, o Núcleo Bandeirante e partes de Águas Claras e do Park Way (das Quadras 1 a 5), segundo informou a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Em decorrência da crise hídrica, essas regiões administrativas eram atendidas por meio de transferência do Sistema Torto-Santa Maria para o Descoberto. A vazão era de 230 litros por segundo, mesma proporção a ser incorporada na captação direta do manancial em Brazlândia. [Olho texto=”A Caesb trabalha com a previsão de o Descoberto voltar a abastecer o Guará em janeiro” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A Caesb trabalha também com a previsão de retorno de abastecimento do Guará pelo Descoberto em janeiro. Segundo o presidente da companhia, Maurício Luduvice, “essa flexibilidade hoje existente no sistema, bem como a sua capacidade de produzir mais água, foi o principal fator de suspensão do racionamento, em junho deste ano, e da superação completa da crise hídrica”. O reservatório tinha superado a capacidade máxima de armazenamento em abril de 2016 e em maio de 2015. Desde então, a alteração do ciclo hidrológico do Distrito Federal fez com que o território enfrentasse e superasse a maior crise hídrica da história. Para isso, foi preciso tomar medidas como racionar o consumo, fazer valer o uso consciente da água e investir em novas fontes de captação dos recursos hídricos. Como ficará o regime de chuvas neste ano Em dezembro, o DF acumula 171,1 milímetros de precipitação. Somente nesta madrugada, foram 22 milímetros. O quadro atual é de meses seguidos de chuvas acima da média. Novembro, por exemplo, teve 63% a mais de precipitação do que a média histórica, de 233 milímetros. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o acumulado do mês foi de 370 milímetros. Outubro também foi um período de recuperação do ciclo de chuvas no território. No período, choveram 239,4 milímetros, cerca de 50% a mais que a média esperada para o mês, de 159 milímetros. A expectativa do Inmet é que os primeiros meses de 2019 também tenham nível de precipitação alinhado com a média histórica. Os dados de hoje em nada lembram o cenário em que estava o DF havia quase dois anos, quando a situação de emergência hídrica foi decretada em 25 de janeiro de 2017. À época, o território vinha de três anos de chuvas abaixo da média. Para garantir o abastecimento de água para consumo humano, o Executivo local adotou uma série de medidas de contenção de uso. Foi necessário instituir, em 16 de janeiro de 2017, o racionamento nas regiões administrativas abastecidas pelo Reservatório do Descoberto. Em 21 de fevereiro do mesmo ano, as áreas abastecidas pelo Santa Maria também aderiram ao rodízio. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Somente em 14 de junho deste ano, a medida foi suspensa, após o DF sair da crise hídrica. Ainda para enfrentamento da situação, reduziu-se a vazão de retirada de água nos Reservatórios do Descoberto e de Santa Maria. Em seguida, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) determinou a restrição de dias e horários para a retirada de água por produtores rurais irrigantes. Por outro lado, o governo investiu em obras para reforçar o abastecimento de água. As intervenções foram: construção de estações de captação e de tratamento de água construção da Estação de Tratamento de Água do Lago Norte construção do Subsistema Produtor de Água do Bananal, que interligou os dois principais sistemas produtores de água permitindo a transferência do Santa Maria-Torto para o Descoberto retomada das obras de captação de água em Corumbá recuperação das nascentes na Bacia do Descoberto revitalização dos canais que reabastecem o Descoberto e do canal Santos Dumont em Planaltina busca por financiamento internacional para fazer a tubulação desses canais O uso consciente de água na produção rural foi estimulado por meio de capacitações oferecidas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). A equipe técnica da empresa orientou os produtores a adotarem os sistemas de microaspersão e de gotejamento para reduzir as perdas na irrigação. [Numeralha titulo_grande=”49%” texto=”Redução no consumo de água do Metrô-DF durante a crise hídrica em Brasília” esquerda_direita_centro=”direita”] Órgãos públicos também aderiram a práticas sustentáveis, como a Companhia do Metropolitano (Metrô-DF), que diminuiu o consumo em 49%. Embora o período de restrição hídrica tenha chegado ao fim, a recomendação é de manter a economia de água. Assim, podem fazer parte da rotina os seguintes hábitos: colocar as máquinas de lavar louças e roupas para funcionar apenas na capacidade máxima escovar os dentes com a torneira fechada evitar água corrente para lavar carro e regar plantas; em vez disso, trocar por baldes e regadores, por exemplo tomar banhos de até 5 minutos Colaborou Jade Abreu. Edição: Raquel Flores
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Adasa anuncia fim de situação crítica de escassez hídrica
A situação crítica de escassez hídrica será oficialmente suspensa no Distrito Federal com a revogação da Resolução nº 15, de 16 de setembro de 2016. A medida poderá ser tomada porque os Reservatórios do Descoberto, em Brazlândia, e de Santa Maria, no Parque Nacional de Brasília, estão com níveis satisfatórios de armazenamento — 96,9% e 62,8%, respectivamente. Foto: Tony Winston/Agência Brasília A medida poderá ser tomada porque os Reservatórios do Descoberto, em Brazlândia, e de Santa Maria, no Parque Nacional de Brasília, estão com níveis satisfatórios de armazenamento — 96,9% e 62,8%, respectivamente. De acordo com a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa), a resolução será revogada por meio de outra a ser publicada no Diário Oficial do DF de sexta-feira (21). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (17), pelo diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, em entrevista coletiva à imprensa na sede do órgão. [Olho texto='”De acordo com nossas simulações, acreditamos que não teremos esse problema em 2019″‘ assinatura=”Paulo Salles, diretor-presidente da Adasa” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A decisão de suspender a situação crítica de escassez hídrica foi tomada em reunião da diretoria colegiada da Adasa, explicou Paulo Salles. “De acordo com nossas simulações, acreditamos que não teremos esse problema em 2019. Pode haver uma diminuição no volume dos reservatórios, mas esperamos que eles fiquem em um volume aceitável.” Com a medida, os produtores rurais também terão ampliado o período de captação de água para irrigação. Antes restrita ao intervalo das 6 às 9 horas e das 17 horas às 18h30, a depender do afluente, agora a irrigação está liberada, desde que seja observada a vazão de retirada outorgada pela Adasa para a propriedade. Apesar de a situação atual ser bem mais confortável do que há dois anos, o trabalho de acompanhamento dos recursos hídricos permanece. Entre as atribuições mantidas está a definição da curva de acompanhamento do volume útil dos reservatórios. Nível altimétrico do Lago Paranoá é definido em resolução Além disso, por meio da Resolução nº 33, publicada no Diário Oficial, ficou definido hoje o nível altimétrico adequado para garantir os usos múltiplos do Lago Paranoá. A norma estabelece a cota mínima do reservatório em 999,8 metros. Se forem necessárias a abertura de comportas da Barragem do Paranoá ou a renovação da camada superficial do espelho d’água, permite-se a redução a até 999,5 metros. A cota máxima do Lago Paranoá é de 1.080 metros. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A resolução autoriza oscilações de 2 centímetros abaixo do padrão altimétrico, caso seja preciso para a operação da Pequena Central Hidrelétrica, a Usina do Paranoá. No entanto, o nível deve ser recomposto em até dois dias. Se for constatada redução acima do permitido, a Adasa pode aplicar penalidades à CEB Geração S.A., subsidiária da Companhia Energética de Brasília (CEB). Pela norma, a companhia deve manter a vazão remanescente à jusante da barragem, ou seja, após as comportas, de 700 litros por segundo no período de estiagem — de maio a outubro. No período chuvoso, de novembro a abril, o fluxo de saída mínimo deve ser de 1,2 mil litros por segundo. Medidas de enfrentamento da crise hídrica no DF Para garantir o abastecimento de água para consumo humano, o Executivo local adotou uma série de medidas de contenção de uso. Em 16 de janeiro de 2017, foi necessário instituir o racionamento nas regiões administrativas abastecidas pelo Reservatório do Descoberto. Também no ano passado, em 21 de fevereiro, as áreas abastecidas pelo Santa Maria também aderiram ao rodízio. Somente em 14 de junho de 2018 a medida foi suspensa, depois de o DF sair da crise hídrica. Para enfrentamento da situação, reduziu-se, ainda, a vazão de retirada de água nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria. Em seguida, a Adasa determinou a restrição de dias e horários para a retirada de água por produtores rurais irrigantes. Edição: Raquel Flores
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Adasa participa de conferência da ONU sobre mudanças climáticas
Exemplos de práticas de gerenciamento de recursos hídricos no Distrito Federal e de gestão participativa serão apresentados pela Agência Reguladora de Águas e Saneamento do DF (Adasa) na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 24). Como membro ativo do Conselho Mundial da Água e coorganizador do 8º Fórum Mundial da Água, em março deste ano em Brasília, o diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, foi convidado para falar no encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) que ocorre na Polônia até 14 de dezembro. A conferência discute um plano de ação para implementar o chamado Acordo de Paris, firmado em 2015, que tem como meta conter as emissões de gases de efeito estufa e manter o aumento da temperatura global abaixo de 2 graus. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Entre as práticas, Paulo Salles destacará ações desenvolvidas pela Adasa como o monitoramento inteligente, a transparência sobre o volume útil dos reservatórios, a necessidade de interligação da rede de abastecimento e a ampliação das fontes de captação. No período crítico de abastecimento, são exemplos das iniciativas da agência reguladora a alocação negociada, o racionamento ou rodízio e a adoção de instrumentos econômicos, como a tarifa de contingência. Como gestão participativa dos recursos hídricos, o diretor-presidente defenderá a educação, a transparência e regulação, além do fortalecimento dos comitês de bacias hidrográficas.
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Adasa é eleita para Comitê Diretor do Conselho Mundial da Água
A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) foi eleita para compor o Comitê Diretor do Conselho Mundial da Água. A eleição dos novos membros ocorreu no fim de semana, em Marselha, na França, durante a 8ª Assembleia Geral do Conselho. O diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles, e Jorge Werneck, da diretoria colegiada, foram eleitos diretor e suplente, respectivamente. Também passaram a integrar o comitê composto por 35 membros a Associação Brasileira das Agências de Regulação (Abar) e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A escolha da agência é o reconhecimento pela promoção da segurança hídrica no DF e, especialmente, pelo trabalho exercido para contornar a crise resultante dos baixos níveis de água nos reservatórios, ocorrida em 2017, que resultou na economia de consumo de 15% per capita. A Adasa destacou-se, ainda, pela participação ativa na criação da Vila Cidadã, espaço gratuito do 8º Fórum Mundial da Água, com atividades lúdicas e interativas que buscaram provocar no público um olhar mais atento ao planeta Terra.
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