Seminário incentiva hábitos alimentares equilibrados nas escolas do DF
O VII Seminário sobre Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas do Distrito Federal, realizado na segunda-feira (10) pela Secretaria de Educação (SEEDF), reuniu gestores, nutricionistas, professores e representantes das redes pública e privada para discutir boas práticas e políticas voltadas à alimentação equilibrada no ambiente escolar. O encontro, no auditório da Escola de Saúde Pública (ESP-DF), contou com palestras de nutricionistas do Programa de Alimentação Escolar (PAE) do Tocantins, apresentações, o lançamento de uma série de videocasts educativos e a premiação de experiências exitosas em Educação Alimentar e Nutricional (EAN). O VII Seminário sobre Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas do Distrito Federal debateu boas práticas e políticas para uma alimentação equilibrada no ambiente escolar | Fotos: Mary Leal/SEEDF A assessora especial da Subsecretaria de Apoio às Políticas Educacionais (Suape) da SEEDF, Patrícia Lacerda, ressaltou a importância de compartilhar experiências bem-sucedidas nas redes pública e privada de ensino. Segundo ela, o seminário marca o encerramento de um ciclo de intenso trabalho e cooperação. “Este é o momento de reunir todos os parceiros desta caminhada para apresentar o que foi construído, os desafios superados e os avanços alcançados. Fizemos muito ao longo do ano e continuaremos fazendo ainda mais”, concluiu. Orientações para uma alimentação saudável Nayara de Menezes, presidente do Fórum sobre Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas do Distrito Federal e nutricionista da SEEDF, destacou que o seminário faz parte de um movimento contínuo de fortalecimento das ações de educação alimentar e nutricional nas unidades escolares. “Este é um espaço de articulação entre diferentes setores do governo e da sociedade civil, que trabalham juntos para garantir que a alimentação saudável esteja no centro das práticas educativas e das escolhas diárias das comunidades escolares”, afirmou. “Nosso papel é promover a alimentação saudável nas escolas públicas e particulares do DF, regulamentando o que é comercializado nesses ambientes e estimulando ações educativas que vão além da merenda” Nayara de Menezes, presidente do Fórum sobre Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas do DF Nayara lembrou que o fórum foi instituído por decreto em 2015, em conformidade com a Lei Distrital nº 5.146/2013, que estabeleceu diretrizes para o PAE. O espaço reúne representantes de diversos conselhos e órgãos públicos. “Nosso papel é promover a alimentação saudável nas escolas públicas e particulares do DF, regulamentando o que é comercializado nesses ambientes e estimulando ações educativas que vão além da merenda. O objetivo é valorizar boas práticas e inspirar mais escolas a desenvolver projetos que unam saúde, aprendizado e cidadania”, acrescentou a nutricionista. Horta como espaço de aprendizado O projeto “Horta com Bases Agroflorestais da Escola Classe 12 de Sobradinho: Espaço Arco-Íris” foi um dos premiados na Mostra de Experiências Exitosas em Educação Alimentar e Nutricional, apresentada durante o seminário. A iniciativa, desenvolvida pela professora Íris Soares Lourenço, integra educação ambiental, alimentar e nutricional em um único espaço, transformando a horta escolar em um ambiente de aprendizagem, convivência e sustentabilidade. Com o objetivo de aproximar os estudantes das ciências e dos saberes populares, o projeto incentiva a autossustentabilidade e o protagonismo da comunidade escolar. A horta agroflorestal tem promovido práticas saudáveis e o cuidado coletivo com o meio ambiente. “A experiência também estimula o envolvimento das famílias, fortalecendo vínculos e ampliando a consciência sobre alimentação saudável e preservação ambiental”, enfatizou a professora. Servidores da Escola Classe 12 de Sobradinho foram premiados na Mostra de Experiências Exitosas em Educação Alimentar e Nutricional Desafios da segurança alimentar Adriano Gomes, pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e assessor técnico do Fórum sobre Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas do DF, explicou que, durante o seminário, foi apresentado um manifesto originado de um movimento nacional para repensar os desafios da segurança alimentar no país. Segundo ele, a fome passou a manifestar-se também nos centros urbanos, o que levou o governo federal a criar políticas específicas para esses territórios. “Em 2023, percebeu-se que a fome estava mudando de forma e, hoje, ela se entranha nas cidades. Por isso, foi criada a Estratégia Alimenta Cidades, uma política que reconhece a importância dos ambientes alimentares, como as escolas, na formação de hábitos saudáveis”, contou. Adriano salientou que o texto orienta ações voltadas à educação alimentar e nutricional, à restrição de produtos ultraprocessados e à limitação da publicidade comercial no ambiente escolar. “O decreto depende da adesão dos estados, municípios e do Distrito Federal, que precisam adaptar as diretrizes federais às suas realidades locais. Aqui no DF, queremos garantir que as políticas cheguem de forma efetiva a todas as escolas”, afirmou. A SEEDF já realiza um importante trabalho de atualização das leis relacionadas à alimentação escolar, e o manifesto consolida esse esforço. O documento foi elaborado de forma participativa e busca sensibilizar a sociedade. “Ele apresenta dados como o fato de que 25% das crianças do DF estão com sobrepeso, e nove em cada dez consomem alimentos ultraprocessados, o que evidencia uma relação direta entre consumo e adoecimento. Nossa expectativa é avançar na promoção da educação alimentar”, disse. O pesquisador e assessor técnico do Fórum, Adriano Gomes, explicou que o Manifesto pela Alimentação Saudável surgiu de um movimento nacional Avanços A gerente de Supervisão Técnica e Educação Alimentar e Nutricional da Secretaria de Educação, Juliene Moura, destacou que o Distrito Federal se mantém na vanguarda da alimentação escolar saudável graças às parcerias com a agricultura familiar. Segundo ela, o trabalho conjunto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e a Secretaria de Agricultura (Seagri-DF) tem aprimorado a qualidade dos alimentos oferecidos aos estudantes e valorizado os produtores locais. “O DF vem construindo esse resultado há mais de dez anos, qualificando a agricultura familiar em parceria com diversas instituições. Hoje, já alcançamos 30% das compras com recursos federais provenientes da agricultura familiar e, no próximo ano, esse número deve chegar a 45%, apenas com hortifrutis frescos. Isso fez os índices de consumo de ultraprocessados caírem drasticamente nas escolas”, ressaltou. Juliene também reforçou que o Fórum e o Seminário sobre Promoção da Alimentação Saudável ampliam a importância de estender essa qualificação às escolas particulares, garantindo um ambiente alimentar mais equilibrado em todo o DF. Ela explicou que, enquanto as unidades públicas já aboliram cantinas comerciais, o desafio agora é proteger os estudantes do entorno e das redes privadas. “As escolas públicas têm avançado cada vez mais na oferta de alimentos naturais e nutritivos, mas queremos que as unidades particulares também sigam esse caminho. A alimentação saudável precisa ser uma cultura em toda a comunidade escolar, não apenas uma política da rede pública”, concluiu. *Com informações da Secretaria de Educação (SEEDF)
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Ibaneis Rocha valoriza a agricultura e investimentos do GDF no campo
Durante almoço com dezenas de produtores rurais na Residência Oficial de Águas Claras (Roac), nesta sexta-feira (26), o governador Ibaneis Rocha falou sobre a importância da agricultura para a vida das famílias. Segundo ele, cuidar do campo envolve dar segurança jurídica, oferecer infraestrutura adequada, apoiar financeiramente os produtores e fortalecer a agricultura familiar. Ao abrir as portas da Residência Oficial para receber lideranças e produtores rurais, Ibaneis reforçou o compromisso do GDF com este público: “Fui criado no interior e sei o valor do trabalho no campo. Foi com esse olhar que construímos políticas públicas para quem mais precisa. Regularizamos terras, levamos água, garantimos crédito acessível e valorizamos o pequeno produtor”. A vice-governadora Celina Leão destacou o impacto das políticas públicas voltadas à área rural e o reconhecimento crescente da população do campo ao trabalho realizado nos últimos anos. “O que estamos vendo é um resgate histórico da área rural, que por muito tempo ficou sem voz. Hoje há investimentos reais: estrada, creche, crédito com juro de 3% ao ano. O governador montou um time forte, que está mudando a realidade de homens e mulheres do campo com dignidade e resultado”, afirmou. O governador Ibaneis Rocha abriu as portas Residência Oficial de Águas Claras para receber lideranças e produtores rurais, nesta sexta (26) | Fotos: Renato Alves/Agência Brasília Mais investimentos De acordo com o secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno, foram recuperados mais de 1.800 km de estradas rurais, além da entrega de 50 tanques lonados para irrigação, com capacidade superior a 20 milhões de litros de água, e 6,5 km de canais tubulados. Ele também destacou a linha de crédito subsidiada do Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), que oferece juros de apenas 3% ao ano, bem abaixo das taxas de mercado. Outro anúncio importante foi a compra de 30 tratores novos, que serão distribuídos para produtores que utilizam maquinário defasado. [LEIA_TAMBEM]“Estamos falando de investimentos reais, que chegam na ponta. É estrada recuperada, água garantida, crédito barato e dignidade para quem trabalha no campo. Esse é o compromisso do governo com a agricultura do Distrito Federal”, afirmou Rafael Bueno. Regularização fundiária e segurança jurídica Um dos pilares do processo de fortalecimento do campo é a regularização fundiária. Desde 2023, a Empresa de Regularização de Terras Rurais (ETR), responsável por esse segmento, formalizou 780 imóveis rurais, sendo 200 somente neste ano, beneficiando mais de 500 famílias. O processo, que antes podia ter até 28 etapas e se tornava moroso, foi simplificado para agilizar o acesso ao crédito rural pelas famílias e produtores. “Nos últimos dois anos, conseguimos entregar mais de mil contratos de concessão de uso, regularizando terras esperadas por famílias há mais de 60 anos. Isso representa justiça no campo e dignidade para quem produz”, disse Candido Teles, presidente da ETR. A ETR também lançou neste ano um edital de intenção de compra de imóveis rurais, abrangendo 209 propriedades distribuídas em oito fazendas, somando mais de 11 mil hectares. Os produtores podem adquirir a terra à vista, com desconto, ou parcelar em até 30 anos, garantindo segurança jurídica e planejamento de longo prazo para a produção agrícola. Durante o encontro, Ibaneis Rocha destacou as políticas públicas desenvolvidas por este GDF para fortalecer a agricultura Infraestrutura no campo Ter a terra regularizada não basta; é preciso garantir infraestrutura que permita produzir e escoar os alimentos com segurança. Desde 2019, o GDF instalou ou recuperou mais de 100 km de canais de irrigação, beneficiando 874 famílias e garantindo que a agricultura familiar continue abastecendo a população mesmo em períodos de estiagem. Pelo Programa Caminho das Escolas, conduzido pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), quase 30 km de vias receberam pavimentação, com investimento de R$ 35,95 milhões. As obras beneficiaram áreas do Paranoá, Taquari, Altiplano Leste, Recanto das Emas, Gama, Riacho Fundo II, Planaltina, Sobradinho, Ceilândia e Brazlândia. Além disso, há 13,7 km de trechos em andamento ou com ordens de serviço a serem assinadas, com aporte previsto de R$ 19,7 milhões. Essa infraestrutura garante transporte seguro para estudantes e facilita o escoamento da produção, melhorando a vida no campo. Candido Teles, presidente da ETR: "Nos últimos dois anos, conseguimos entregar mais de mil contratos de concessão de uso, regularizando terras esperadas por famílias há mais de 60 anos" Do campo para a mesa das famílias Todo esse ecossistema depende das famílias e dos produtores que atuam na ponta. Anualmente, eles geram mais de 1,2 milhão de toneladas de alimentos, com destaque para hortaliças, frutas e grãos. Essa produção conta com suporte técnico do governo. Em 2024, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) atendeu quase 10 mil produtores familiares. “Estamos levando infraestrutura, fortalecendo cadeias produtivas e apoiando o produtor rural como nunca antes. O campo representa R$ 6 bilhões do PIB do DF e temos condições de dobrar esse valor em dez anos”, afirmou Cleison Duval, presidente da Emater. O suporte técnico se complementa com programas de incentivo à agricultura familiar, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição da Produção da Agricultura do Distrito Federal (Papa-DF). Em 2024, essas iniciativas beneficiaram 1.884 produtores e 17 organizações, atingindo mais de 1 milhão de pessoas e movimentando mais de R$ 44 milhões, fortalecendo toda a cadeia de produção e abastecimento do DF. Cleison Duval, presidente da Emater: "O campo representa R$ 6 bilhões do PIB do DF e temos condições de dobrar esse valor em dez anos" Ceasa mais forte A Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) concentra e distribui grande parte da produção agrícola da capital desde 1971. Para manter a relevância e modernizar esse tradicional espaço, o GDF vai investir R$ 20 milhões em melhorias que incluem troca de asfalto, revitalização de calçadas, nova iluminação, revisão de telhados e recuperação do piso de pedra. As obras já estão em andamento, com substituição de 36 mil m² de telhados, recuperação de forros, reforma da rede elétrica e construção de novos banheiros, incluindo o Espaço Mulher. Nesta sexta-feira (26), o GDF publicou no Diário Oficial (DODF) licitação de R$ 14,7 milhões para renovar o asfalto e a drenagem da parte interna da Ceasa, garantindo mais segurança para trabalhadores, permissionários e consumidores.
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Queijo criado e produzido no Distrito Federal coleciona prêmios nacionais e internacionais
Uma história bem familiar, de avós querendo ajudar a neta pequena, transformou-se em um negócio — também familiar — que vem colecionando prêmios nacionais e internacionais. Criada e baseada em Brasília, a Cabríssima Queijaria Artesanal acaba de conquistar três medalhas, sendo duas de ouro, no Araxá International Cheese Awards e mais o título de melhor queijo do Distrito Federal no VIII Prêmio Queijo Brasil. Tudo com ajuda da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF). As origens da Cabríssima são, na verdade, um pouquinho anteriores à chegada da neta do casal Aurelino Almeida, 69 anos, e Giovana Navarro, 69 — os criadores da marca. "Mais de 20 anos atrás, eu dei um presente de grego para ela [a esposa]: duas cabras, Glória e Vitória. A gente criou, fez queijo e fez iogurte por nove anos, mas a gente tinha emprego, tinha que conciliar com a produção e não é fácil. Aí foi ficando puxado e tivemos que fazer uma escolha: as cabras ou o emprego. Na época, como tinha filho pequeno, a gente usou da sensatez e optou pelo emprego", lembra seu Aurelino. Criada e baseada em Brasília, a Cabríssima Queijaria Artesanal acaba de conquistar três medalhas, sendo duas de ouro, no Araxá International Cheese Awards e mais o título de melhor queijo do Distrito Federal no VIII Prêmio Queijo Brasil | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Passadas duas décadas, com o casal de servidores públicos já aposentado, veio a primeira neta. E as cabras também acabaram voltando à vida de Aurelino e Giovana — desta vez, para ficar. "A gente aposentou e começou a pensar o que fazer para não parar de vez. Queríamos algo que fosse bom para a saúde das pessoas e coincidiu que a nossa primeira neta nasceu e teve problema para mamar no peito da mãe. Aí eu falei: 'Vamos dar leite de cabra para essa menina'. Só que eu procurei leite de cabra e não encontrei, não achei uma pessoa que me entregasse. Então eu disse: 'Vou ter que comprar uma cabra'", conta ele. Aurelino foi a um criadouro. Mas os donos haviam morrido há pouco e o local ficou precarizado. O aposentado não pensou duas vezes para decidir o que fazer: "Saí para comprar uma cabra e comprei dez. Depois fomos comprar mais cinco. Dessas 15, dez morreram no primeiro ano, porque estavam muito debilitadas. Das cinco, hoje a gente tem aí em torno de 120". E assim nasceu a empresa que hoje é referência no setor. "A gente não tinha intenção de criar cabra. Eu queria só uma cabra para dar leite para a minha neta. Como a gente já tinha criado antes e já fazia algumas coisas, começamos a fazer um queijinho. Aí foi um queijinho aqui, outro ali e, em 29 de junho de 2022, a gente inaugurou." Consolidação e reconhecimento O "queijinho aqui e ali" do casal ganhou o mundo. "Estamos totalizando hoje 17 medalhas de ouro, seis de prata e três de bronze em um período curto. Então, isso nos dá mais responsabilidade, porque a gente precisa garantir que o nosso produto tenha essa qualidade e até acima dela. [Os prêmios são] muito importantes e fazem com que a gente comece a valorizar o queijo aqui no Brasil", pontua dona Giovana. "A gente não tinha intenção de criar cabra. Eu queria só uma cabra para dar leite para a minha neta. Como a gente já tinha criado antes e já fazia algumas coisas, começamos a fazer um queijinho", diz Aurelino Almeida As premiações mais recentes foram dois ouros e um bronze no Araxá International Cheese Awards 2025; seis ouros, duas pratas e o título de melhor queijo do DF no VIII Prêmio Queijo Brasil. Para chegar a esse patamar foi preciso muita qualidade, mas também um empurrãozinho da Emater. "Quando eles decidiram que iam se tornar criadores e, posteriormente, queijeiros, a Emater esteve presente, ensinando a eles a tecnologia de se criar cabra e de se montar a agroindústria. Houve esse primeiro momento em que a gente participou da construção técnica da propriedade, mas, para que desse certo, entra o programa Empreender e Inovar, trazendo conhecimento da gestão. E o nosso objetivo é transformar o produtor em empreendedor e esse, na verdade, é o maior dos desafios", aponta o extensionista da Emater-DF Carlos Goulart, que acompanha a Cabríssima há dois anos e meio. O apoio, reforça Giovana, foi fundamental para a marca alcançar a posição de destaque que tem hoje. "Não adianta você saber fazer uma coisa bem feita se você não sabe precificar, não sabe o que é lucro. Você tem que saber gerir a empresa e gerir não é tão simples assim. Esse trabalho da Emater está sendo fantástico e é importante que chegue a mais pessoas, porque não adianta a Cabríssima crescer e os outros não, ou crescerem e depois quebrarem." "Quando eles decidiram que iam se tornar criadores e, posteriormente, queijeiros, a Emater esteve presente, ensinando a eles a tecnologia de se criar cabra e de se montar a agroindústria", aponta o extensionista da Emater-DF Carlos Goulart, que acompanha a Cabríssima há dois anos e meio Esse senso de coletividade é o que norteia, por exemplo, a consolidação da Rota do Queijo. A iniciativa nasceu na Emater, mas, hoje, diferentes órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) se uniram — com participação dos produtores — para estabelecer a rota, nos moldes do que aconteceu com a da uva, que tem estimulado o enoturismo no DF. [LEIA_TAMBEM]A própria Cabríssima já abriu suas portas para o turismo rural. Periodicamente, o espaço onde as cabras são criadas e os queijos são produzidos, no Lago Oeste, recebe visitantes de todas as idades. A programação de visitas, bem como a loja virtual da marca, pode ser conferida no site da empresa. Daqui para a frente, essa história familiar, que começou com o "presente de grego" e nasceu de fato na ajuda à neta, vai seguir firme. O casal afirma não ter planos de expandir a produção, mas, sim, de continuar investindo na qualidade dos produtos. Sempre na companhia das cabras. "Depois que você cria cabra, percebe que ela é apaixonante, é alegre, é dócil, é interativa, além de produzir um leite de altíssima qualidade para o sabor e para a nossa saúde. É fantástico. É como uma cachaça boa, vicia", arremata Giovana.
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Terapia comunitária oferece escuta ativa e acolhimento a mulheres da área rural
Com espaço de acolhimento, escuta ativa e fortalecimento de vínculos, o projeto Educação em Saúde - Terapia Comunitária Integrativa da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) busca contribuir com a saúde mental da população rural. A iniciativa é promovida uma vez por mês com apoio de terapeutas voluntários, com foco no bem-estar feminino, mas aberta à participação de todos. A ação surgiu no final de 2021, durante o 7º Encontro de Mulheres Rurais, e registrou 32 encontros no ano passado, com participação de 65 pessoas. Atualmente, são atendidas as comunidades Quebrada dos Neres e Café sem Troco (Paranoá), Assentamento Márcia Cordeiro Leite, Tabatinga e Taquara (Planaltina), Vargem Bonita (Park Way), Catingueiro (Fercal), Assentamento Antônio Júlio e Aguilhada (São Sebastião). A ação surgiu no final de 2021, durante o 7º Encontro de Mulheres Rurais, e registrou 32 encontros no ano passado, com participação de 65 pessoas | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília “É um projeto voltado para a valorização da comunidade no sentido de escuta, em que quem quiser, sem objeção, pode trazer suas questões e conversar”, ressalta a gerente de Desenvolvimento Sociofamiliar da Emater-DF, Sheila Nunes. “As pessoas acabam ficando muito fechadas na sua unidade familiar, e essa é uma forma de criar novos laços. Assim, a Emater-DF proporciona momentos não só de trabalho e assistência técnica, mas também do olhar para o lado humano da agricultura, cuidando da saúde mental das famílias.” Na quarta-feira (18), o encontro ocorreu no Assentamento Márcia Cordeiro. “Às vezes, a gente fica em casa sozinho, sem conversar, e aqui podemos nos abrir. Podemos escutar a outra pessoa e pensar: ‘não sou só eu que tenho problema’. Nos aproxima da comunidade”, conta a agricultora Geralda da Silva Souza, 73 anos. Uma das fundadoras do assentamento, ela revela que a terapia tem mudado sua relação com questões cotidianas. “Aqui, a gente fala, escuta as outras e sai com algo novo no coração. Me sinto muito acolhida, e vou voltar nos próximos”, conta Geralda, que faltou em outras ocasiões por motivos de saúde. “Já me falaram que nos próximos vão me buscar em casa, para não faltar mais”. “É um projeto voltado para a valorização da comunidade no sentido de escuta, em que quem quiser, sem objeção, pode trazer suas questões e conversar”, ressalta a gerente de Desenvolvimento Sociofamiliar da Emater-DF, Sheila Nunes Há cerca de três anos morando na comunidade, a agricultora Wedja Conceição Santos, 43, também elogia a iniciativa. “É muito produtivo para a minha saúde mental. A gente não tem condições de ir a um psicólogo, então essa terapia é maravilhosa. Sempre estou presente porque gosto de expor o que está preso dentro de mim. Tem coisa que não consigo falar para ninguém, mas aqui me sinto bem para pedir ajuda”, afirma. Assim como Geralda, ela produz alimentos para comercialização e subsistência com apoio técnico da Emater-DF. “Temos produtos de caixaria, como quiabo, maxixe, pimentão, tomate, e criamos galinha para nosso consumo. A Emater-DF sempre acompanha, dá dicas, mostra os produtos novos, estão sempre nos capacitando. Quem sabe aproveitar essa ajuda tem muito benefício”, comenta. Segundo a técnica em economia doméstica Sandra Evangelista, da Emater-DF, a empresa pública trabalha para impulsionar o bem-estar da comunidade rural em diferentes eixos Conversa Criada na década de 1980, a Terapia Comunitária Integrativa é considerada uma abordagem psicossocial pelo Ministério da Saúde e visa à construção de redes sociais solidárias e fortalecimento da saúde mental. “É um espaço de partilha das inquietações, das coisas que estão incomodando e também das superações, do que tem a ser comemorado. É um trabalho que faz parte do SUS [Sistema Único de Saúde] e está presente no Brasil e no mundo”, explica a terapeuta comunitária Perlucy Santos. Os encontros seguem uma metodologia em que os temas abordados são levantados pelos participantes. “Lançamos a pergunta do que querem trazer para a conversa, e cada um conta suas histórias. Perguntamos se alguém já viveu algo parecido e o que fizeram para lidar com a situação, depois temos o momento de dizerem o que estão aprendendo com aquilo e o que vão levar para a vida”, esclarece Santos. Segundo Sandra Evangelista, técnica em economia doméstica da Emater-DF, a empresa pública trabalha para impulsionar o bem-estar da comunidade rural em diferentes eixos: “Temos políticas públicas para mulheres e para famílias rurais. Como a mulher costuma ser a representante dessas famílias, propomos essa parceria com os terapeutas comunitários para facilitar o acesso das comunidades a esse tipo de serviço. Também temos outras ações e orientações relativas à saúde da família, do trabalhador e da comunidade”.
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