GDF apresenta ações de proteção do Cerrado na COP 30, em Belém
O Instituto Brasília Ambiental levou a relevância do Cerrado e as ações de preservação desenvolvidas no Distrito Federal à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), realizada em Belém (PA). O presidente da autarquia, Rôney Nemer, apresentou, na manhã desta terça-feira (11), o painel Emergências em biodiversidade e emergências climáticas no bioma Cerrado. Nemer destacou a missão, as competências e as principais atuações do Brasília Ambiental, ressaltando o papel da instituição na conservação do Cerrado e na geração de água, fatores fundamentais para o equilíbrio ambiental da região Centro-Oeste e do país. Entre os exemplos de sucesso apresentados, o presidente do instituto citou a Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae). A unidade abriga mais de 50 nascentes, monitora médios e grandes mamíferos e recebe mais de 30 pesquisas científicas. O local ainda é o único no mundo onde ocorre o fenômeno das águas emendadas, em que uma mesma nascente verte água para duas grandes bacias hidrográficas: a do Tocantins-Araguaia, que segue para a Amazônia; e a do Paraná, que flui para o Rio da Prata, passando por Bolívia, Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina. A Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae) foi um dos principais temas da apresentação de Rôney Nemer no evento internacional | Fotos: Divulgação/Brasília Ambiental Rôney Nemer ainda ressaltou a diversidade da fauna e da flora locais e destacou os desafios impostos pelas chuvas intensas e secas prolongadas, frutos das emergências climáticas que impactam diretamente a proteção do Cerrado. Outros temas abordados na exposição foram as ações de prevenção e combate ao fogo, o acolhimento e reabilitação de animais no Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre, os programas de educação ambiental e os planos de adaptação e mitigação climática integrados desenvolvidos pela Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal (Sema-DF). [LEIA_TAMBEM]O presidente encerrou a apresentação com um apelo aos participantes pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 504/2010, que visa incluir o Cerrado entre os biomas considerados patrimônio nacional. “Somente os esforços locais não são suficientes. O Cerrado representa uma contribuição essencial para todo o patrimônio natural do Brasil”, afirmou. A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, aponta a mobilização contínua do GDF em cuidar do meio ambiente: “A preservação do cerrado é essencial para o equilíbrio climático e o abastecimento de todo o país. Levar essa pauta à COP 30 reforça o compromisso do DF com a sustentabilidade e com o protagonismo nas ações de conservação e adaptação às mudanças do clima”. *Com informações do Brasília Ambiental
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Brigadistas de Águas Emendadas reencontram ninho de corujas após quatro anos do resgate
Há quatro anos, os brigadistas florestais da Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), de responsabilidade do Instituto Brasília Ambiental, encontraram duas corujas da espécie suindara (Tyto-furcata) – popularmente conhecida como coruja-das-torres ou coruja-das-igrejas – em situação de perigo. As aves foram resgatadas e monitoradas até a recuperação. Este ano, as corujas voltaram a ser vistas pelos profissionais da brigada na estação em condições completamente diferentes: o ninho dos animais conta agora com um filhote e dois ovos. Corujas resgatadas e monitoradas por brigadistas florestais têm, no ninho, um filhote e dois ovos | Fotos: Divulgação/Brasília Ambiental “Em 2020, fazendo a ronda, encontramos as corujas no chão e praticamente quatro anos depois tivemos o prazer de reencontrá-las. Escutei o barulho típico de coruja e pedi ao meu colega para dar uma olhada. Encontramos um filhote e num primeiro momento um ovo e depois outro. É muito gratificante depois de tanto tempo voltar ao local e ver que deu tudo certo”, afirma o brigadista da Estação de Águas Emendadas, Gilberto Castro. “Dentro da biologia, a gente usa a reprodução como um critério de avaliação para dizer se o resgate e a reabilitação animal foi bem-sucedida”, comemora a bióloga Marina Motta de Carvalho A bióloga Marina Motta de Carvalho, da equipe do Instituto Brasília Ambiental, explica que a reprodução das corujas constata que os animais resgatados tiveram uma boa recuperação. “Dentro da biologia, a gente usa a reprodução como um critério de avaliação para dizer se o resgate e a reabilitação animal foi bem-sucedida. Isso quer dizer que o animal recebeu os cuidados necessários e encontrou na área todas as condições: recursos alimentares, abrigo e parceiro sexual para reproduzir. É um parâmetro que demonstra que o animal está cumprindo o seu papel ecológico”, revela. Além disso, a gerente de Fauna do Instituto Brasília Ambiental destaca que a situação confirma o sucesso definitivo da ação de monitoramento. “Toda essa operação envolve um custo para o governo, então mostra que todo recurso que foi empregado valeu a pena. O resgate e o monitoramento foram feitos com maestria e cumpriram seu papel”, complementa Marina. Cobras, escorpiões e roedores fazem parte da dieta dos animais, por isso, as corujas acabam auxiliando no controle dessas espécies no perímetro urbano A espécie das corujas é amplamente distribuída no Brasil e tem como característica a resiliência por conseguir resistir às alterações dos ambientes naturais. Costuma ser encontrada em áreas semiurbanas em torres, edificações com pouco uso e forros de garagens. “É uma espécie muito bonita e exuberante. Ela é toda branca e tem um porte médio. À noite costuma ter um chiado agudo”, descreve a bióloga. As corujas, em geral, são aves comuns por todo o Distrito Federal. A espécie mais corriqueira é a coruja-buraqueira (Athene cunicularia). Cobras, escorpiões e roedores fazem parte da dieta dos animais, por isso, no perímetro urbano acabam auxiliando no controle dessas espécies. “Ela acaba sendo uma grande aliada da população humana”, complementa Marina Motta de Carvalho. Segundo a bióloga, a orientação é não se aproximar das aves, por se tratar de animais silvestres. “Mas isso não impede as pessoas de observarem. Também é possível saber pelo comportamento da coruja qual é o limite de aproximação. Em geral, elas não atacam os humanos, só em casos de conflito ou de proximidade a sua prole. O importante é estar atento aos sons de alerta que elas emitem”, defende. Lembrando que perseguição, remoção ou destruição de ninhos de animais é considerado crime ambiental, de acordo com a Lei nº 5.197, de 1967 de Proteção à Fauna. Águas Emendadas Localizada na região de Planaltina, a Estação Ecológica de Águas Emendadas é uma das mais importantes reservas naturais do Distrito Federal e visa à preservação e à conservação dos recursos naturais, da fauna e da flora. Sua área de Cerrado, praticamente intacta, abriga espécies ameaçadas de extinção, como a anta, a suçuarana, o tamanduá e o lobo-guará, entre outros. Por se tratar de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral (UCPI), não é aberto ao público e conta com visitas restritas de pesquisadores.
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Uso de fogo controlado previne incêndios florestais em Águas Emendadas
Uma das principais medidas do Governo do Distrito Federal (GDF) para controlar e prevenir os casos de incêndios florestais é a queima controlada, também chamada de aceiros. Essas ações são realizadas todos os anos para retirar o mato seco e impedir que o fogo se alastre, especialmente no período de seca. A primeira queima controlada de 2024 ocorreu em abril, em uma área de 70 hectares, próxima à Lagoa Bonita. Desta vez, a medida ocorreu no perímetro da Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), às margens das rodovias DF-345 e DF-128. A ação contou com 26 brigadistas florestais e mais seis servidores do Instituto Brasília Ambiental, além de servidores do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF). A ação preventiva contra incêndios florestais cobriu 29 km entre terça e quarta-feiras | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília Foram 20 quilômetros cobertos pelas equipes nesta quarta-feira (10), além de nove quilômetros feitos na terça-feira (9). Em 2023 foi mapeada apenas uma ocorrência de incêndio florestal na Esecae, quando foi queimada uma área de 1,52 hectares, o que equivale a 0,02% da unidade de conservação. Com mais de 10,5 mil hectares, a estação ecológica é uma das principais unidades de conservação do Distrito Federal, com grande importância sobretudo para os recursos hídricos, desenvolvimento de pesquisas científicas e atividades de educação ambiental. “Qualquer fogo que entra, a gente tem um prejuízo ambiental muito grande”, afirma a superintendente de Unidade de Conservação, Biodiversidade e Água do Brasília Ambiental, Marcela Versiani. A gestora acrescenta, ainda, que o principal objetivo da ação é acabar com a vegetação exótica que fica às margens da rodovia, para que esta não se torne um combustível para o fogo no futuro. Fogo contra fogo Albino Luciano Simões Antônio: “A gente coloca fogo em uma área justamente para evitar incêndios em outra que a gente quer preservar” O diretor substituto de Manejo Integrado do Fogo do Brasília Ambiental, Albino Luciano Simões Antônio, explica que, para realizar os aceiros, o solo é molhado ao redor de toda a área, na chamada linha fria. O fogo é ateado em oposição à direção do vento para garantir que se espalhe devagar e, enquanto isso, os brigadistas fazem o controle do fogo com sopradores de ar. Caso seja necessário, o caminhão do Corpo de Bombeiros está pronto para intervir. A medida também serve como treinamento entre as equipes para situações extremas. “É uma ação programada há algum tempo, vem de um estudo com tudo já acordado antes de acontecer. A gente coloca fogo em uma área justamente para evitar incêndios em outra que a gente quer preservar. Colocamos fogo sempre na margem da rodovia, então também há menos chance de atingir os animais, porque eles normalmente estão na área preservada”, destaca. A Secretaria de Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema) coordena o Plano de Prevenção em Combate aos Incêndios Florestais (PPCIF) no Distrito Federal, constituído por 23 instituições. No início do ano há um curso de formação para brigadistas, que são contratados pelo Brasília Ambiental por meio de edital, após a conclusão do certificado de 40 horas. Diversos cursos de capacitação também são oferecidos ao longo do ano pelas pastas, mantendo a iniciativa sempre em atividade. Segundo a coordenadora do PPCIF, Carolina Schubart, o apoio de multiagências reforça o trabalho no Distrito Federal e, sem a união de forças das diversas instituições, não seria possível a realização da ação. “Julho ainda é considerado um período em que a gente realiza ação preventiva. A ideia é a gente conseguir baixar esse material combustível, que é essa vegetação alta. O fogo está sob controle, a gente maneja e consegue apagá-lo”, reforça a coordenadora. Central de denúncias Para quem deseja denunciar queimadas ilegais ou ocorrências relacionadas a incêndios florestais, agora pode contar com a nova Central de Denúncias de Incêndios Florestais, lançada esta semana pelo Instituto Brasília Ambiental. O número é o 99224-7202, para ligações e WhatsApp.
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Escola rural de Planaltina comemora o Dia Mundial da Água
No Dia Mundial da Água, comemorado nesta sexta (22), o Instituto Brasília Ambiental realizou, por meio da Unidade de Educação Ambiental (Educ), ação na Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae). Quarenta crianças, estudantes do Centro de Ensino Fundamental Buriti Vermelho, localizado na área rural do Planaltina, participaram do evento. O atendimento às crianças foi feito pela educadora ambiental do instituto, Aline Barreto, e pela professora da Secretaria de Educação (SEE-DF) Rosineide Aparecida. Elas explicaram sobre o cuidado ambiental correto que se deve ter com os recursos hídricos e a importância do bioma Cerrado como berço das águas não só para o Distrito Federal como para todo o país. Alunos aprenderam sobre o cuidado ambiental correto que se deve ter com os recursos hídricos | Foto: Divulgação/Brasília Ambiental Elas também falaram sobre o fenômeno águas emendadas que dá o nome à unidade de conservação, entre outros temas de grande importância para o desenvolvimento da consciência ambiental dos estudantes. Aline Barreto conta que os estudantes se deslocaram mais de 60 km para chegar à Esecae e estavam muito animados para conhecer a unidade de conservação. “Eles são da zona rural Café Sem Troco, que fica bem longe da estação. São alunos de uma escola integral. Filhos de chacareiros, muitos têm pais ainda com a cultura da caça. Então, essas características tornaram o encontro muito rico. Eles têm muitas informações sobre o Cerrado para compartilhar. Não vieram só aprender, nós também aprendemos com eles”, ressalta. A educadora ambiental contou a história Lila e o Segredo da Chuva, que narra a história da garotinha Lila, que vai em busca da chuva para ajudar os moradores de um local onde a água é escassa e é castigado pelo sol e pela seca. *Com informações do Brasília Ambiental
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