Saúde capacita médicos sobre tratamento de dengue e febre maculosa
A Secretaria de Saúde (SES-DF) promoveu, no sábado (7), um treinamento com 80 médicos para aprimorar conhecimentos sobre a dengue e a febre maculosa. Os servidores atuam na Atenção Primária à Saúde (APS), formada pela rede de unidades básicas de saúde (UBSs), principal porta de entrada do SUS. O treinamento ocorreu na Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs) e abordou os protocolos desde a identificação dos sintomas ao cuidado nos casos mais graves. O médico Thiago Castro, da UBS 01 da Asa Sul, participou da capacitação: “Saímos daqui mais seguros para manejar casos, como os de febre maculosa, que exigem rapidez no início do tratamento” | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF “Com a sazonalidade da dengue e os casos inéditos de febre maculosa no DF, é fundamental que a rede esteja preparada para enfrentar esses desafios”, afirmou a médica de família e comunidade Lívia Mariosi, da Coordenação de Atenção Primária à Saúde (Coaps). Referência Técnica Distrital (RTD) em Medicina de Família e Comunidade da SES-DF, a médica Alice Lima reforçou: “A capacitação ajuda os médicos a reconhecerem os casos precocemente, manejarem de forma adequada e notificarem com agilidade”. Para o médico Thiago Castro, da UBS 01 da Asa Sul, o curso foi essencial para fortalecer a segurança clínica. “É uma oportunidade de qualificação da rede, aprendendo com nossos colegas sobre doenças tão prevalentes como a dengue, que causou tantas mortes este ano”, disse. “Saímos daqui mais seguros para manejar casos, como os de febre maculosa, que exigem rapidez no início do tratamento”. A capacitação integra uma série de ações de qualificação promovidas pela SES-DF. No próximo sábado (14), o curso terá como tema a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), ampliando o foco para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de casos leves e moderados. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Febre maculosa: tudo que você precisa saber sobre a doença no DF
O tempo seco e quente no Distrito Federal é um aviso para tomar cuidado com a febre maculosa — doença infecciosa causada pela bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato-estrela. É na estiagem que aumenta a reprodução e proliferação desses aracnídeos, que podem estar infectados com a doença. O tema ganhou visibilidade após a Secretaria de Saúde (SES-DF) confirmar dois pacientes do DF detectados com a febre maculosa. Monitoramento das capivaras no Lago Paranoá identificou que maior parte dos carrapatos não vem diretamente delas | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Até o momento, no DF, este ano, houve notificação de 59 casos – 40 descartados, 17 em investigação e dois confirmados. Esses são os primeiros registros desde o início do monitoramento da doença em 2007. Embora os órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF) façam o acompanhamento constante dos animais considerados hospedeiros da doença, é importante que a população saiba reconhecer os sintomas para o tratamento precoce. Segundo a SES-DF, os possíveis pontos onde houve a contaminação da doença passarão por uma inspeção. “Faremos a coleta de carrapatos nos locais prováveis de contágio para identificar qual a bactéria que causou a doença e fechar o ciclo de investigação”, detalha o subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos. Artes: Fábio Nascimento/Agência Brasília Prevenção Não há vacina para prevenir a contaminação de febre maculosa. Todavia, existem cuidados que podem diminuir a ocorrência de carrapatos em um ambiente. A maneira mais eficaz de controlar a presença desses aracnídeos é manter a vegetação aparada, principalmente em períodos de altas temperaturas e umidade baixa — já que o carrapato depende de boas condições para sobreviver, e, com a roçagem, este ciclo é interrompido em até 99% dos casos. “Evite andar na grama, priorize lugares com calçadas” Luísa Helena Rocha, veterinária da Sema-DF A principal medida para combater a contaminação é evitar transitar em locais propícios à presença de carrapatos, como ambientes próximos a corpos d’água (rios e lagos, por exemplo). Esses locais costumam ser visitados por vários outros animais, o que pode favorecer a disseminação de carrapatos na vegetação. Recomenda-se andar em calçadas ou em locais asfaltados. Ao frequentar parques, o visitante deve tomar alguns cuidados para se prevenir. “Evite andar na grama, priorize lugares com calçadas”, recomenda a veterinária Luísa Helena Rocha, chefe da Assessoria de Biodiversidade e Proteção Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente (Sema-DF). “Use roupas longas de proteção. A cada duas horas é importante verificar se não pegou nenhum carrapato. É importante manter sempre em dia os cuidados com os animais domésticos, vigiando e fazendo o controle contra esses aracnídeos”. Sintomas Para levantar a suspeita de febre maculosa, o paciente deve apresentar febre, dor de cabeça e manchas pelo corpo. Esses sintomas aparecem somente após o período de incubação da doença, que pode levar até 14 dias. Para o reforço da suspeita de contaminação, os sintomas precisam estar associados a algum contexto em que o paciente tenha tido contato com carrapatos. A partir da notificação de um caso suspeito na unidade pública de saúde, a vigilância epidemiológica instaura um inquérito ambiental, em que se verifica os possíveis locais onde essa pessoa esteve e se a doença foi contraída no DF ou em outro estado. Tratamento “Assim que o médico suspeita de febre maculosa, o tratamento precisa ser iniciado imediatamente, porque é isso que vai definir uma evolução de melhora, evitando complicações” Fabiano dos Anjos, subsecretário de Vigilância à Saúde Se apresentar os sintomas aliados ao histórico de contato com carrapato, o paciente deve procurar, o mais rápido possível, qualquer unidade básica de saúde (UBS) da rede. A suspeita de que esteja com febre maculosa já permite que o médico inicie o tratamento com antibiótico antes mesmo da confirmação, tendo em vista as chances de cura no estágio precoce da contaminação. “Assim que o médico suspeita de febre maculosa, o tratamento precisa ser iniciado imediatamente, porque é isso que vai definir uma evolução de melhora, evitando complicações”, reforça o subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos. “A simples suspeição já permite que se comece com o antibiótico, mesmo sem o diagnóstico confirmado.” O critério de confirmação da febre maculosa é específico: deve-se fazer o exame de sorologia em dois momentos, um imediatamente à suspeição clínica e outro a partir de 15 dias. Os resultados dos dois exames são comparados, e, se houver aumento na titulação das células de defesa, confirma-se a infecção. O profissional que suspeitar de febre maculosa em algum paciente deve notificar as autoridades de saúde em até 24 horas. Pesquisa científica O GDF deu mais um passo nas ações que visam ao Estudo de Monitoramento e Proposta de Manejo de Capivaras e Carrapatos no Lago Paranoá. A organização da sociedade civil (OSC) responsável por dar andamento à pesquisa já foi selecionada. O trabalho será desenvolvido em três anos, ao custo total de R$ 1,5 milhão. No último ano, a Sema-DF coordenou a mesma pesquisa. Os resultados obtidos após 15 meses de análises geraram dados suficientes para estimar o número de capivaras presentes na orla, identificar os pontos de maior concentração dos animais, entender os mecanismos de reação com aproximação dos seres humanos e diagnosticar as espécies de carrapatos. “No último estudo, identificamos que não existe uma superpopulação de capivaras no DF e que apenas 25% do lago é ocupado por elas”, afirma o biólogo Thiago Silvestre, do Instituto Brasília Ambiental. “Além disso, a pesquisa mostrou que o local onde houve maior abundância de carrapatos em uma coleta foi em um ponto onde nenhuma capivara foi avistada, na Estação de Tratamento de Esgoto Norte, o que significa que talvez existam outros hospedeiros.” Agora as pesquisas terão continuidade para além do Lago Paranoá. Além de cavalos e cachorros, os animais que vivem em regiões fronteiriças com o DF também serão alvos dos pesquisadores. O grupo também fará um estudo da viabilidade genética para inferir sobre a proporção da variação genética devida às diferenças entre grupos e dentro de cada grupo de capivara, bem como verificar as relações de parentesco entre indivíduos. “Um dos principais focos desse segundo estudo é ver se as capivaras analisadas infectadas portam a febre maculosa grave ou mais branda”, ressalta Thiago Silvestre.
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Encontro debate infestação de carrapatos e ações para prevenção de doenças
O Instituto Brasília Ambiental esteve presente, na manhã desta quinta-feira (28), em audiência pública para discutir a infestação de carrapatos no Distrito Federal. O evento, realizado na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), teve o objetivo de dialogar sobre medidas de controle populacional de capivaras como estratégia para evitar doenças causadas por carrapatos, proposta em projeto de lei de iniciativa do deputado Ricardo Vale. Durante o evento, que contou com a participação de especialistas de diversas instituições, o presidente da autarquia ambiental, Rôney Nemer, chamou a atenção para uma perseguição existente contra as capivaras. A iniciativa teve o objetivo de dialogar sobre medidas de controle populacional de capivaras como estratégia para evitar doenças causadas por carrapatos | Foto: Divulgação/Instituto Brasília Ambiental “Fala-se mais dessa espécie (capivara) do que dos próprios carrapatos que podem ocasionar doença em contato com o ser humano, caso estejam contaminados pela bactéria Rickettsia rickettsii. E não são somente elas as hospedeiras, como também os equinos, cães, gatos e roedores. Tanto que, no estudo realizado por 15 meses, do qual o Brasília Ambiental participou com a Secretaria de Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal (Sema-DF) e a Universidade Católica de Brasília, onde mais se encontrou carrapatos, ao longo da orla, foi na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Lago Norte, sendo que, no local, havia a presença apenas de equinos”, alertou o dirigente do instituto. A coordenadora do estudo de identificação e monitoramento da população de capivaras da orla do Lago, professora Morgana Bruno, da Universidade Católica de Brasília, apontou, por meio de suas pesquisas, que é possível a adoção de carrapaticidas para evitar a proliferação dos parasitas como um meio de solução para o problema. Contudo, são necessários avanços nos estudos quanto à viabilidade dessa ação. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] A escuta pública foi proposta pelo deputado distrital Ricardo Vale, no intuito de antever ações para possíveis problemas futuros e aprimorar o Projeto de Lei (PL) nº 616/2023, de sua autoria, que trata sobre o manejo dos maiores roedores do mundo. Além do parlamentar, a mesa de honra contou com a presença da advogada do Fórum Nacional de Proteção ao Animal, Ana Paula Vasconcelos; do doutor e pesquisador aposentado da Embrapa, José Roberto Moreira; da assessora da Sema, Luiza Rocha, e do subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero. Tanto a representante da pasta do meio ambiente quanto o subsecretário fizeram questão de informar a todos os presentes no evento que os órgãos distritais possuem preparo técnico, seguindo rigorosos protocolos, além de ações protetivas e de controle. E, desde maio de 2023, quando surgiram casos de mortes por febre maculosa em outro estado brasileiro, vêm realizando reuniões, com maior frequência, com a sociedade para atendimento das demandas dos mais diversos setores e com os esclarecimentos que se fazem necessários. Vale ressaltar ainda que, segundo a Secretaria de Saúde, o Distrito Federal não registra caso de febre maculosa há 20 anos. *Com informações do Instituto Brasília Ambiental
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Caso suspeito de febre maculosa no DF é descartado
A criança moradora do Distrito Federal classificada como suspeita para febre maculosa não está com a doença. Foram realizadas três coletas de sangue, nos dias 31 de agosto, 11 de setembro e 15 de setembro, todas com resultado negativo. A Secretaria de Saúde (SES-DF) encaminhou as amostras ao Laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed), localizado em Minas Gerais, unidade de referência nacional para a testagem de febre maculosa. Com os resultados negativos, somados às ações da vigilância epidemiológica e ambiental, a pasta encerrou a investigação do caso. [Olho texto=”“Até o momento não foram registrados casos confirmados de febre maculosa no DF”” assinatura=”Divino Valero, subsecretário de Vigilância à Saúde do Distrito Federal” esquerda_direita_centro=”direita”] “Até o momento não foram registrados casos confirmados de febre maculosa no DF e as ações contínuas de Vigilância Epidemiológica e Ambiental permanecem sendo executadas”, afirma o subsecretário de Vigilância à Saúde do DF, Divino Valero. Em 13 de setembro, a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) da SES-DF realizou uma varredura no Pontão do Lago Sul para investigar possíveis carrapatos contaminados pela bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa. Porém, sequer foram identificados carrapatos. Até hoje, tanto no Lago Sul quanto em outras partes da capital federal, não foram identificados carrapatos contaminados com a bactéria. Definição do caso Secretaria de Saúde realizou varredura no Pontão do Lago Sul para investigar possíveis carrapatos contaminados | Foto: Jurana Lopes/ Agência Saúde-DF A respeito da afirmação de que a criança moradora do DF estava com febre maculosa, Valero esclarece ser necessário haver uma investigação aprofundada a respeito de todos os casos suspeitos. “Essas doenças, como o próprio nome já sugere, são raras e requerem todo um preparo e uma metodologia laboratorial diferenciada, específica. Algumas delas, inclusive, com processos genômicos”, explica. Por esse motivo, em caso de suspeita, a primeira atitude de um centro médico público ou privado é notificar o caso ao serviço de vigilância epidemiológica da SES-DF. “Temos que ter muito cuidado com a divulgação desses fatos, pois as situações suspeitas precisam, primeiramente, atender a definição de caso para a doença, apresentando os sintomas clássicos”, reitera o subsecretário. O diretor de Vigilância Epidemiológica da SES-DF, Adriano de Oliveira, lembra que a febre maculosa é uma doença de notificação compulsória, isto é, qualquer unidade de saúde, pública ou privada, que suspeite ou confirme esse diagnóstico deve registrar a notificação no Sistema de Informação Oficial. “Não há qualquer caso registrado no DF. E a confirmação se dá após resultado positivo de duas amostras de exame específico, que preconiza um intervalo de duas a três semanas entre as coletas”, esclarece. O que é a Febre Maculosa? [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] A febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela pode variar desde as formas clínicas leves e atípicas até as mais graves, com elevada taxa de letalidade. Trata-se de uma doença causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato estrela. No Brasil, duas espécies de Rickettsia estão associadas a quadros clínicos da doença: Rickettsia rickettsii, que leva à febre maculosa, podendo apresentar a forma grave, e registrada nos estados da região Sudeste e Sul do país; e a Rickettsia parkeri, que tem sido identificada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará), produzindo quadros clínicos menos graves. Entre os principais sintomas estão febre súbita; dor de cabeça intensa; náuseas e vômitos; diarreia e dor abdominal; dor muscular constante; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés; gangrena nos dedos e orelhas; e paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada respiratória. Recomenda-se que, assim que perceber a picada ou sentir os primeiros sintomas, a pessoa procure uma unidade de saúde para avaliação médica. O tratamento é feito com antibiótico específico e, em determinados casos, pode ser necessária a internação do paciente. A falta ou a demora no tratamento da febre maculosa pode agravar o caso, podendo levar ao óbito. *Com informações da Secretaria de Saúde
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