Tempo seco acende alerta no DF: população deve redobrar atenção para evitar incêndios e problemas de saúde
No auge da estiagem no Distrito Federal, a região central da capital da República registrou a menor temperatura do ano na madrugada desta sexta-feira (18). Os termômetros marcaram mínima de 10,1 °C no Plano Piloto, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com a chegada do período mais frio e seco do ano, é importante que a população fique alerta com relação à saúde e também com o meio ambiente por conta da baixa umidade e escassez de chuvas. Essa época do ano requer maior hidratação e higienização das vias nasais com soro fisiológico; população também pode adotar ações para minimizar os efeitos do tempo seco, como o uso de umidificadores, roupas leves, hidratantes corporais e colírios | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Já são 78 dias sem precipitação em Águas Emendadas e 56 dias em Brasília, o que favorece queimadas e agrava problemas respiratórios. Diante das condições, o Inmet emitiu alerta amarelo para baixa umidade, que permanece nos próximos dias. Esse cenário aumenta o risco de incêndios florestais devido à vegetação ressecada e ao descarte irregular de resíduos. Por isso, os cuidados devem ser redobrados. O Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) orienta a população a não atear fogo em terrenos, evitar queimar lixo e denunciar focos de queimadas ilegais pelos números 190 ou 193. “A gente pede para evitar fogueiras, queimar lixo ou realizar qualquer tipo de queima ao ar livre. A orientação também é para descartar corretamente resíduos que possam servir de combustível para o fogo, como papel, plástico e vegetação seca. Além disso, os brasilienses devem manter uma boa hidratação e evitar atividades físicas intensas nas horas mais secas do dia”, destacou Sandro Gomes, subsecretário do Sistema de Defesa Civil. Prevenir também é combater Brasília registra 56 dias sem chuvas; vegetação ressecada e descarte irregular de resíduos aumentam o risco de incêndios florestais | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Como medida preventiva, o Governo do Distrito Federal (GDF) deu início, em abril, à operação Verde Vivo. Coordenada por diversos órgãos do Executivo local, a iniciativa cria aceiros, mobiliza brigadas especializadas e promove campanhas educativas em escolas e comunidades para reduzir o impacto da seca. Em 2024, o GDF adotou uma série de ações para evitar incêndios florestais, começando com a decretação de estado de emergência ambiental em abril, o que viabilizou a contratação de 150 brigadistas. Foram feitas queimas prescritas e aceiros preventivos em áreas estratégicas, como a Estação Ecológica de Águas Emendadas, além da intensificação da operação Verde Vivo a partir de junho, abordando tanto prevenção quanto combate direto aos focos de incêndio. Ações educativas também marcaram o período, incluindo blitze com estudantes para conscientizar a população sobre os riscos de incêndios ambientais. Cuidados com a saúde A vacinação é uma das formas mais eficazes de se proteger contra doenças respiratórias | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF A combinação de clima seco e frio favorece o surgimento de doenças respiratórias. Isso ocorre porque a baixa umidade resseca as vias aéreas e a mucosa nasal, diminuindo a proteção natural do organismo e facilitando a entrada de vírus e bactérias. Além das vias respiratórias, o tempo seco também pode causar ressecamento da pele e irritação nos olhos, agravando quadros de alergias e asma. Entre os sintomas mais comuns nesse período estão coriza nasal, espirros e secreção amarelada ou esverdeada, típicos de doenças como resfriado, rinite alérgica e sinusite bacteriana. Também são frequentes laringites, faringites, traqueítes e bronquites – estas últimas podendo causar tosse, falta de ar e chiado no peito. [LEIA_TAMBEM]Além da hidratação e da higienização das vias nasais com soro fisiológico, a população pode fazer o uso de umidificadores, roupas leves, hidratantes corporais e colírios para ajudar a minimizar os efeitos do tempo seco. No caso de crianças e idosos, o cuidado deve ser redobrado. Nas crianças, recomenda-se evitar a substituição da água por bebidas açucaradas. Já os idosos, por sentirem menos sede com o passar dos anos, são mais vulneráveis à desidratação. Sinais de alerta incluem urina escura, boca seca, tontura, câimbras, fraqueza e, em casos mais graves, confusão mental. A vacinação continua sendo uma das formas mais eficazes de prevenção contra doenças respiratórias. A imunização contra a influenza está disponível em mais de 100 unidades básicas de saúde (UBSs) do DF. Também há a vacina antipneumocócica, recomendada para idosos, pessoas com doenças pulmonares crônicas, asma grave, infecções respiratórias frequentes ou com imunidade comprometida. Os locais de vacinação podem ser consultados neste link. Pacientes com sintomas leves, como febre, coriza e tosse, devem procurar a UBS mais próxima, porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Casos mais graves são encaminhados para atendimento com especialistas, como otorrinos, pneumologistas ou infectologistas. Para o fim de semana, a previsão é de leve aumento da umidade, mas sem chuvas: → Sábado (19): mínima de 13 °C, máxima de 26 °C, umidade entre 35% e 85%; → Domingo (20): mínima de 15 °C, máxima de 27 °C, umidade entre 30% e 95%. Em qualquer situação de emergência (incêndios, mal súbito, acidentes), a população deve ligar imediatamente para o número 193 e informar o endereço com clareza e detalhes do ocorrido. A orientação é de não tentar controlar o incêndio por conta própria.
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CBMDF convoca 2.000 militares do expediente administrativo para reforçar Operação Verde Vivo
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) implementou uma escala de reforço para a Operação Verde Vivo. Ao todo, foram convocados mais de 2.000 bombeiros militares, de soldados a coronéis, que atuavam no expediente administrativo, para reforçar as ocorrências de incêndios florestais no DF, sem comprometer o funcionamento dos setores administrativos da corporação. O Corpo de Bombeiros convocou mais de 2.000 bombeiros militares que atuavam no expediente administrativo, para reforçar as ocorrências de incêndios florestais no DF | Foto: Matheus H. Souza/ Agência Brasília A iniciativa visa aumentar a capacidade de resposta operacional do CBMDF diante do aumento de ocorrências de incêndios florestais, típico dessa época do ano. A nova escala elaborada mantém o suporte às atividades administrativas enquanto amplia o contingente disponível para atuar no combate direto aos focos de incêndio. Os militares alocados no expediente administrativo serão distribuídos em cinco alas de serviço e escalados em regime corrido, permitindo que participem das operações de campo sem abandonar suas funções regulares, exceto nos dias de atuação. Já os bombeiros convocados deverão se apresentar às 10h nas unidades operacionais designadas, com permanência até as 18h, para atender às demandas da operação. Para facilitar a execução da medida, foi criada a função de Superior Ambiental, a ser ocupada por coronéis da corporação. A mobilização do efetivo administrativo é parte do esforço contínuo do Governo do Distrito Federal (GDF) em aprimorar suas operações de proteção ambiental e preservar as áreas verdes do DF.
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Bombeiros do DF têm capacitação contínua para combater incêndios florestais
Antigo conhecido dos brasilienses, o período de seca no Distrito Federal favorece não só doenças ligadas às vias aéreas, mas, principalmente, queimadas Cerrado adentro. Com o intuito de combater e prevenir incêndios florestais, o Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) promove, anualmente, a Operação Verde Vivo, colocada em prática pelo Grupamento de Proteção Ambiental (Gpram). Na fase de preparação, entre as atividades dos cursos de capacitação, são abordados temas como o que fazer em situações com o uso de aeronaves; e como produzir e utilizar os equipamentos em terra, como abafadores de chamas, bombas de água, enxadas e rastelos | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília Em vigor desde 2003, a mobilização começa assim que o período de chuvas termina. O objetivo é otimizar o emprego de recursos humanos e materiais de acordo com o aumento progressivo de ocorrências de queimadas. Dividida em fases, a operação conta com atividades de instrução para os bombeiros, campanhas educacionais e ações preventivas, até a intensificação do combate aos focos de fogo. [Olho texto=”“Estamos em uma época do ano em que a temperatura começa a elevar, a vegetação já está desidratada, o clima vem ficando muito seco e precisamos de apenas uma fagulha, uma centelha, para dar início a um incêndio”” assinatura=”Renato Augusto, oficial de Informação Pública do CBMDF” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “É a maior operação do Corpo de Bombeiros durante o ano”, salienta o capitão Renato Augusto, oficial de Informação Pública do CBMDF. “Estamos em uma época do ano em que a temperatura começa a elevar, a vegetação já está desidratada, o clima vem ficando muito seco e precisamos de apenas uma fagulha, uma centelha, para dar início a um incêndio”, completa. Na fase de preparação, são promovidos cursos de capacitação com o objetivo de atualizar os conhecimentos dos profissionais e difundir novas táticas e estratégias. Os temas abordados incluem desde o que fazer em situações com o uso de aeronaves a como produzir e utilizar os equipamentos em terra, como abafadores de chamas, bombas de água, enxadas e rastelos. De acordo com o capitão Renato Augusto, a Verde Vivo é a maior operação do Corpo de Bombeiros durante o ano Apesar do reforço, a equipe sempre está preparada para atender ocorrências ambientais. Exemplo disto é que a formação inicial dos praças já inclui capacitação no serviço florestal, como ocorre com os 355 novos militares nomeados pelo Governo do Distrito Federal (GDF) em abril deste ano. Ainda na fase de preparação, há a aquisição de novos equipamentos, o mapeamento de áreas de risco e alinhamento de atuação com outros órgãos ambientais. Até o momento, houve a compra de 162 sopradores, com aporte de R$ 550 mil; de 524 bombas costas, por R$ 739 mil; de 170 mangueiras de 1″, por R$ 615 mil; de 317 facões com bainha, por R$ 29 mil; e de 11 viaturas modelo S10, por R$ 2 milhões. O tenente Hugo Batista reforça que “com o melhor treinamento que tiverem, menos ocorrências de acidentes teremos com os nossos bombeiros e podemos dar melhor serviço para a comunidade, com combate mais rápido, econômico e eficiente” Segundo o oficial ambiental leste, o tenente Hugo Batista, cada ferramenta auxilia o combate de formas diferentes. “O soprador é, basicamente, um motor que joga ar em alta velocidade, abafando o incêndio. As bombas costais carregam aproximadamente 20 litros e servem para diminuir as chamas para que o soprador faça o combate”, explica. “Os abafadores, como o nome diz, abafam as chamas nas vegetações rasteiras. E o pinga-fogo serve para controlar o fogo com o próprio fogo, ou seja, a gente queima uma área antes para apagar as chamas quando chegarem a esse ponto.” O tenente Hugo Batista afirma que, além de otimizar o combate, a preparação visa proteger o efetivo. “É uma atividade perigosa, os profissionais inalam muita fumaça, então, com o melhor treinamento que tiverem, menos ocorrências de acidentes teremos com os nossos bombeiros e podemos dar melhor serviço para a comunidade, com combate mais rápido, econômico e eficiente”, afirma. Vendedor de lanches ao lado do Parque Nacional, João Pedro considera que cuidado com o meio ambiente é um gesto de cidadania “O DF queima bastante. No ano passado, foram 140 mil hectares queimados, sendo que só em parques foram 10 mil hectares em uma ocorrência”, continua o tenente Hugo Batista. “Com a intensificação das queimadas, todo o efetivo é voltado à preservação ambiental. Quanto mais preparados estivermos para o combate, mais poderemos salvar a fauna e proteger a população”, afirma. Cuidado A população também pode e deve contribuir na proteção da fauna e flora. Evite utilizar o fogo para descartar lixo e não jogue pontas de cigarro pelas janelas dos veículos e nem em qualquer área verde. “Muitos incêndios começam dessa forma, é um fogo que facilmente foge de controle”, afirma o capitão Renato Augusto. Para os chacareiros e produtores rurais, vale fazer um aceiro ao redor da propriedade e próximo ao ambiente dos animais. Por outro lado, não é indicado o fogo para renovação do pasto. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] O empreendedor João Pedro Bandeira, 26 anos, está bem atento aos cuidados necessários para evitar incêndios florestais. Desde 2020, ele vende lanches às margens DF-001, no Lago Oeste, ao lado do Parque Nacional de Brasília. Para ele, o cuidado com o meio ambiente é um gesto de cidadania. “Estamos do lado de uma reserva muito grande. (…) Não tem necessidade de jogar lixo no chão. Se está com algum papel de balinha, procure um lixo mais próximo, guarde no bolso. Se está com um cigarro, apaga. Jogue no lixo”, diz ele. “Isso é importante para podermos manter em segurança esse espaço imenso ao nosso redor”.
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Operação Verde Vivo prepara DF para período de incêndios florestais
A operação Verde Vivo, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), destinada a atuar em situações de emergência ambiental causadas pelos incêndios florestais, já começou a ser colocada em prática pelo Grupamento de Proteção Ambiental. Para isso, estão sendo realizados cursos de capacitação, mapeamento de áreas de risco e compra de materiais que serão usados nas ações. A operação Verde Vivo tem por objetivo alterar o efetivo e realocar recursos para que sejam usados exclusivamente no combate a incêndios florestais | Fotos: Renato Araújo/Agência Brasília Nos 30 dias de setembro de 2021 – o mês mais crítico da seca e que apresenta o maior número de casos de incêndios florestais –, foram registradas 2.278 ocorrências de fogo na vegetação e 7.104 hectares queimados. Neste ano, desde janeiro até a última quarta-feira (8), foram registradas 891 ocorrências. [Olho texto=”Na operação Verde Vivo, entidades que estão mais próximas de áreas rurais e unidades de conservação recebem um efetivo para trabalhar exclusivamente no combate e controle aos incêndios” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] O chefe do Centro de Gerenciamento Ambiental, major João Henrique Correia, disse que a operação Verde Vivo tem por objetivo alterar o efetivo e realocar recursos para que sejam usados exclusivamente no combate a incêndios florestais. Segundo ele, entidades que estão mais próximas de áreas rurais e unidades de conservação recebem um efetivo para trabalhar exclusivamente no combate e controle aos incêndios. “Esse ano estamos sob efeito do El Niño, com enfraquecimento do La Niña [El Niño e La Niña são fenômenos de aquecimento superficial das águas do Oceano Pacífico que trazem alterações climáticas], o que faz com que nesse período do ano, embora pareça crítico, estejamos ainda na normalidade. Isso possibilitou que nos preparássemos bem. Já capacitamos alguns militares para trabalhar na gestão dessas ocorrências. Nesta segunda-feira [13] colocaremos em operação nossa central de operações”, disse. Segundo o primeiro-tenente Neil Martins, oficial combatente, a formação do pessoal para trabalhar com a logística e o combate aos incêndios florestais devem ser efetuados de forma gradativa, assim como as ocorrências, que aumentam à medida que a seca no Centro-Oeste avança. “Temos as fases da operação e, de acordo com elas, vamos preparando nosso pessoal e os equipamentos. Aparelhamos nosso material com bombas de água, sopradores e abafadores. Temos ainda o Centro de Gerenciamento Ambiental que faz a gestão das ocorrências”, explicou. O primeiro-tenente Neil Martins explica que a formação do pessoal para trabalhar com a logística e o combate aos incêndios florestais deve ocorrer de forma gradativa O Grupamento Ambiental do Corpo de Bombeiros está listando o material que será necessário adquirir para utilizar neste ano. A previsão é que sejam comprados 1.659 equipamentos de proteção individual (EPIs), 161 sopradores, 524 mochilas de costas, 170 mangueiras do tipo autobomba tanque florestal e 4.804 conjuntos de luvas com balaclavas (gorros justos de malha de lã que cobrem a cabeça, o pescoço e os ombros). O tenente Neil lembrou, no entanto, que esse quantitativo ainda passará por uma análise a depender do aumento ou redução da necessidade. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Já os bombeiros que atuam como gestores nas ações da operação Verde Vivo recebem formação de legislação ambiental, geografia do DF, condicionamento físico para lidar com situações adversas e simulação de manejo de combate. Na sexta-feira (10), teve início mais um curso, com 30 alunos. Os instrutores são bombeiros especialistas no combate a incêndios florestais. Atualmente existem 230 bombeiros militares com essa especialização. Com relação às viaturas de combate a incêndios, o grupamento dispõe de 11 caminhões do tipo autobomba tanque florestal, com capacidade para carregar três mil litros de água, e 20 do tipo autotransporte de tropa, que leva 18 pessoas sentadas. Além desses, existe uma aeronave de combate às chamas, que carrega 3 mil litros de água.
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