Seminário no DF discute gestão da aprendizagem
Na última semana, quinta (11) e sexta-feira (12), o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) promoveu o primeiro encontro da série Diálogos Formativos — Gestão para a Aprendizagem, em parceria com o Centro de Desenvolvimento da Gestão Pública e Políticas Educacionais (CDM), a Fundação Getulio Vargas (FGV DGPE), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). O seminário inaugural abriu o ciclo de quatro encontros, no Centro de Convenções e Eventos Brasil 21. Durante os dois dias de evento, aproximadamente 120 profissionais da educação se reuniram para compartilhar experiências e construir soluções conjuntas. Participaram do evento representantes das Secretarias de Educação das 27 unidades da Federação, técnicos especializados em currículo e avaliação e membros do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O encontro aprofundou discussões sobre os elementos que determinam a eficácia dos processos educacionais | Fotos: Mary Leal/SEEDF Andreas Schleicher, diretor de Educação da OCDE, apresentou dados e evidências globais sobre gestão educacional, enquanto especialistas de Portugal e da França compartilharam experiências e boas práticas desenvolvidas em seus respectivos países. “A troca de experiências internacionais, especialmente sobre os desafios da aprendizagem no período pós-pandemia, oferece ideias valiosas que nos permitem adaptar soluções globais à nossa realidade local”, avaliou a secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá. A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, destacou a necessidade de implementar políticas educacionais que estimulem o protagonismo estudantil A secretária também destacou a necessidade urgente de implementar políticas educacionais que estimulem o protagonismo estudantil, citando como exemplos práticos o uso de portfólios pedagógicos e o desenvolvimento de projetos interdisciplinares que integrem diferentes áreas do conhecimento. “O compromisso com o pacto pelo Brasil alfabetizado e o desenvolvimento de estratégias que conectem verdadeiramente a aprendizagem aos contextos reais dos estudantes representa um caminho essencial para despertar o interesse e a participação ativa dos jovens”, complementou. [LEIA_TAMBEM]Perspectivas futuras O próximo encontro da série Diálogos Formativos está agendado para dezembro de 2025, tendo o estado de Alagoas como sede, enquanto o terceiro seminário ocorrerá em 2026, em local ainda a ser definido pelos organizadores. O evento tem quatro eixos principais como guia: engajamento de estudantes na aprendizagem; aprendizagem e desenvolvimento profissional de professores; uso de tecnologias digitais por professores e estudantes; e educação profissional e tecnológica em escolas de ensino médio. *Com informações da Secretaria de Educação
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Histórias de dedicação na rede pública de ensino marcam Dia do Educador Social Voluntário
Uma educação de qualidade é construída em regime colaborativo. Na rede pública de ensino do Distrito Federal, os Educadores Sociais Voluntários (ESV) são parte essencial dessa construção e fazem a diferença no atendimento dos estudantes. Estabelecido pela Lei Distrital nº 6.871 de 2021, o Dia do Educador Social Voluntário, celebrado nesta segunda-feira (28), reconhece quem transforma vidas com afeto, dedicação e presença diária nas escolas. Essa é justamente a história de Kryssia Keller e Renata Santos, que atuam no apoio a alunos com necessidades especiais na Escola Classe (EC) 03 da Estrutural. Renata Santos e o estudante Davi Borges, de 6 anos. "Sem os educadores sociais, não conseguiríamos garantir o atendimento de qualidade que oferecemos" | Foto: Jotta Casttro/SEEDF Também é o caso de Thays de Oliveira, que entrou na rede pública de ensino do DF como ESV em 2024 e segue após ser aprovada no último concurso público, levando consigo a experiência e a sensibilidade que aprendeu no voluntariado. A pedagoga Kryssia Keller, de 30 anos, atua como voluntária desde o início do ano. Ela encontrou na função uma nova motivação. “Estava parada cuidando dos meus filhos e queria voltar à sala de aula, mas não sabia como. Vi uma propaganda sobre o Educador Social, me inscrevi e deu certo”, conta. Renata Santos, 43 anos, também atua na EC 03 da Estrutural. Formada em gastronomia, ela conta que antes de atuar na Educação, trabalhou na oficina mecânica do ex-marido, onde aprendeu a montar e desmontar bicicletas. “Trabalhava em uma área completamente diferente, mas tudo mudou e gosto muito do que faço. É um trabalho que exige paciência e atenção, é apaixonante. Nem todo mundo tem o preparo ou o coração para isso, mas eu me encontrei aqui”, explica. A educadora deixa um recado para os colegas que atuam como ESVs. “As crianças precisam de nós. Na escola, a nossa presença é a referência que muitos têm. Mesmo com um valor simbólico pelo dia trabalhado, a nossa função é essencial. Elas contam com a gente todos os dias.” A EC 03 da Estrutural atende 430 alunos, sendo 70 com necessidades especiais. A diretora Lucélia Abreu reconhece o papel desses profissionais no dia a dia dos estudantes. “Temos 16 atuando na escola, sem eles não conseguiríamos garantir o atendimento de qualidade que oferecemos. Além do apoio, esses profissionais conquistaram as famílias pelo cuidado e vínculo afetivo que constroem e as famílias pedem que os mesmos educadores fiquem com seus filhos, porque sabem que eles oferecem carinho, atenção e um olhar humanizado.” De educadora social voluntária a servidora pública A jornalista Thays de Oliveira atuou como ESV na EC 209, da Asa Sul, e depois foi aprovada no concurso público da SEEDF O trabalho voluntário transformou a vida de Thays de Oliveira, 29 anos, que encontrou na sala de aula o caminho para transformar sua vida profissional. Atualmente servidora da SEEDF, Thays conta que estava em busca de oportunidades e após atuar como ESV na Escola Classe (EC) 209, da Asa Sul, viu sua vida melhorar. “A ideia era complementar a renda, mas foi muito além disso”, conta Thays. “Em 2024, fui selecionada para atuar na EC 209 Sul, onde comecei oferecendo suporte geral a uma turma do 3º ano. Com o tempo, passei a acompanhar mais de perto dois alunos com necessidades especiais, um com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outro com dislexia”, lembra. [LEIA_TAMBEM] A jornalista, que tomou posse na Secretaria de Educação em janeiro deste ano, conta que a vivência com as crianças com necessidades especiais a ajudou no crescimento pessoal. "Além da bagagem profissional, a gente aprende a entender melhor as diferenças. É uma experiência que transforma.” Suporte nas escolas A rede pública conta, atualmente, com cerca de 7.300 educadores sociais voluntários (ESVs) atuando nas escolas das 14 coordenações regionais de ensino (CREs) do DF. Esses profissionais exercem suas funções sob a orientação das equipes gestoras, com dedicação e responsabilidade. O vínculo tem duração de um ano e segue critérios definidos em edital. “Já encaminhamos cerca de 7.300 educadores sociais voluntários para atuar nas nossas escolas. O limite atual é de 7.500, mas diante da crescente demanda, já solicitamos um aditivo para mais mil vagas”, destaca o chefe da Unidade de Apoio às Coordenações Regionais de Ensino (Unicre), Carlos Ney. Os ESVs colaboram no apoio às atividades da educação integral e atuam diretamente com estudantes com deficiência e/ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), auxiliando em tarefas como alimentação, locomoção e higienização. Eles também contribuem na integração de estudantes migrantes internacionais e indígenas, falantes de outras línguas, matriculados na rede pública, incluindo os Centros Interescolares de Línguas (CILs) e os Centros de Educação Profissional. *Com informações da SEEDF
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CEF Caseb une teatro e dança como incentivo à aprendizagem
No Centro de Ensino Fundamental (CEF) Caseb, na Asa Sul, o projeto Artes para Todos (PAT) une arte e movimento por meio da educação somática, abordagem que enfatiza a consciência do corpo e do movimento. Destinada a alunos do oitavo ano do ensino integral, a iniciativa oferece atividades semanais de alongamento, meditação e percepção corporal. A preparação culmina em uma apresentação especial na Semana de Combate à Violência contra a Mulher, no dia 28 deste mês, e outra na Semana da Dança, em maio. Júlia Sena (E), com a colega Naylla Sacramento, durante preparação para a Semana de Combate à Violência contra a Mulher: “Quando discutimos esses temas, conseguimos enxergar coisas que talvez passassem despercebidas em nossas vidas ou até dentro de casa” | Foto: Jotta Casttro/SEEDF A metodologia valoriza a escuta do próprio corpo, promovendo um aprendizado sensível e integrado, em que os alunos se preparam para a atuação em formato de teatro e dança. O processo envolve etapas como percepção, sensação e ação, permitindo que eles explorem suas potencialidades antes de entrarem em cena. “Trabalhamos com a abordagem somática na educação em dança, o que auxilia os alunos no processo de aprendizagem” Cristiane Castro, idealizadora do projeto Os ensaios são conduzidos pela professora Cristiane Castro, idealizadora do projeto. Os alunos aprendem técnicas de alongamento, meditação e regulação do tônus muscular para se movimentar de forma mais natural e expressiva. Além de aprimorar a técnica de dança, a abordagem contribui para o bem-estar físico e emocional dos participantes. “Trabalhamos com a abordagem somática na educação em dança, o que auxilia os alunos no processo de aprendizagem”, explica a professora. “Como o conhecimento e o movimento passam pela experiência corporal, eles desenvolvem maior consciência sobre os seus processos cognitivos. Isso contribui não apenas para as aulas de teatro e dança, mas também para disciplinas da base curricular comum, como Português, Matemática, História e Inglês.” Apresentações artísticas Com treino e dedicação, os estudantes preparam-se para as performances que vão apresentar na escola durante a Semana de Combate à Violência contra a Mulher, no dia 28, e a Semana de Dança, de 5 a 9 de maio. Eles desenvolveram uma coreografia especial para uma poesia temática sobre o tema e um ensaio sobre a música Triste, Louco ou Má, da banda Francisco El Hombre. A estudante Júlia Damasceno Sena, 13, reforça a importância do tema no ambiente escolar: “É fundamental falar sobre as várias formas de violência contra a mulher em sala de aula, pois, às vezes, algumas meninas não percebem que certos comportamentos em relacionamentos podem ser abusivos. Quando discutimos esses temas, conseguimos enxergar coisas que talvez passassem despercebidas em nossas vidas ou até dentro de casa”. Já Naylla Maria Sacramento, 12, explica como o projeto tem impactado no seu aprendizado: “Nas aulas, integramos técnicas como pilates solo, ioga e meditação, o que me ajuda a manter o foco e a atenção. Isso também melhora meu desempenho em algumas disciplinas”. Arte que ensina Durante todo o ano há atividades voltadas para diversas temáticas, entre as quais se destaca a arte. No sétimo ano, os alunos estudam danças populares de matrizes africanas e indígenas, especialmente no Mês da Consciência Negra, período em que a escola promove uma semana inteira de atividades sobre o tema. Cristiane Castro compartilha os resultados e defende que todo aprendizado passa pelo corpo. “Quando os alunos percebem que não são apenas um corpo, mas que sua corporeidade está envolvida no processo de aprendizado, eles se desenvolvem melhor”, afirma. “Além disso, incentivamos a pesquisa na prática, permitindo que os alunos construam coreografias a partir de suas próprias vivências, e não apenas reproduzam movimentos virais das redes sociais, como os do TikTok.” *Com informações da Secretaria de Educação
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Resultados da ProvaDF 2024 são apresentados a gestores educacionais
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) realizou, nesta sexta-feira (14), o encontro de apresentação e análise dos resultados da ProvaDF 2024. O evento ocorreu no auditório da Unidade-Escola de Formação Continuada dos Profissionais de Educação (Eape), com a participação de aproximadamente 100 gestores educacionais. O objetivo é subsidiar a tomada de decisões pedagógicas voltadas à melhoria da aprendizagem dos estudantes da rede pública. A SEEDF realizou a apresentação e a análise dos resultados da ProvaDF 2024 no auditório da Eape, nesta sexta (14) | Foto: Mary Leal/SEEDF A avaliação da ProvaDF 2024 integra a implementação do Sistema Permanente de Avaliação Educacional do Distrito Federal (SipaeDF), com o objetivo de analisar o desempenho dos estudantes da rede pública em diferentes etapas do processo de ensino e aprendizagem. Instituído desde julho de 2024, o novo sistema representa um marco significativo para a educação pública do DF. “A avaliação é o nosso GPS para indicar o melhor percurso e recalcular a rota quando necessário”, enfatizou a titular da SEEDF, Hélvia Paranaguá. “A avaliação das políticas públicas e dos programas da Secretaria de Educação apontam o quanto estamos sendo efetivos em atingir os objetivos planejados. É a avaliação que vai nos dar esse retrato de cada escola, para traçar planos, metas e projetos que supram essas necessidades específicas.” 47.432 Número de estudantes que participaram da ProvaDF 2024 A SEEDF mobilizou 372 instituições educacionais públicas para a aplicação da ProvaDF 2024, em dezembro de 2024. Essa foi a primeira edição da avaliação, voltada aos alunos do 2º e 5º anos do ensino fundamental, e envolveu 2.702 turmas e 47.432 estudantes. Nessa etapa de ensino, os participantes foram avaliados em língua portuguesa e matemática. Análise de resultados A atividade realizada na Eape foi organizada pela Gerência de Avaliação de Redes de Ensino e Exames (Gare) e integra o SipaeDF. Durante a manhã, os dados consolidados da avaliação foram apresentados e discutidos por representantes da Fundação Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Fundação CAEd), responsável pela avaliação da Prova Brasil 2024. À tarde, foi realizada uma oficina técnica para orientar os participantes na análise detalhada dos resultados e no planejamento de intervenções pedagógicas mais eficazes. “Esse momento é fundamental para apoiar as escolas no uso dos dados e na construção de estratégias que atendam de maneira específica às necessidades dos estudantes”, destacou a subsecretária de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação da SEEDF, Francis Ferreira. Durante a manhã, os dados da avaliação foram apresentados por representantes da Fundação CAEd | Foto: Mary Leal/SEEDF Diagnóstico detalhado Lina Kátia Mesquita, diretora da Fundação CAEd, apresentou a análise dos resultados em uma reunião prévia ao evento na Eape, ainda em fevereiro. Os dados gerados oferecem um diagnóstico detalhado sobre o nível de aprendizagem dos estudantes e orientam ações de gestão e de ensino em todas as etapas da educação básica. “Os relatórios trazem informações organizadas por aluno, turma, escola e regional, permitindo que a gestão educacional atue de maneira mais precisa e personalizada”, explicou. Segundo Lina Kátia, a ProvaDF contribui para identificar competências já consolidadas e aquelas que ainda exigem atenção, além de fornecer insumos para o fortalecimento do processo de alfabetização e das etapas escolares seguintes. A diretora também ressaltou a relevância do segundo ano do ensino fundamental como etapa decisiva para a consolidação da alfabetização, primordial para o sucesso dos estudantes no ensino médio. “Esse diagnóstico permite que a rede pública oriente suas ações em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), assegurando que os estudantes desenvolvam as habilidades necessárias para avançar com qualidade”, completou Lina Kátia. Próximos passos Ao longo de março, a SEEDF compartilhará com as unidades de ensino os dados já detalhados para as Unidades Regionais de Planejamento Educacional e de Tecnologia na Educação (Uniplats) e as Unidades Regionais de Educação Básica (Uniebs). A articulação com as escolas pretende garantir que as intervenções pedagógicas sejam realizadas com base em evidências concretas, promovendo a aprendizagem efetiva e a equidade educacional. *Com informações da Secretaria de Educação (SEEDF)
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