Distrito Federal celebra Dia Internacional do Café com 193 produtores e crescimento da cafeicultura local
Em 2021, durante a pandemia de covid-19, Marileuza de Andrade deixou o apartamento em Águas Claras e foi morar na chácara da família, na Ponte Alta Norte, no Gama. Foi nesse período que decidiu apostar no plantio de café e buscou assistência técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) para dar os primeiros passos. “A Emater me orientou sobre quais mudas comprar, que tipo de café cultivar e me colocou em contato com pessoas que fazem análise de solo. Foi como uma consulta no médico: eles indicaram o que precisava ser corrigido antes do plantio e me ensinaram a cuidar do solo, da adubação e de todo o manejo da plantação”, diz Marileuza. Marileuza de Andrade se surpreendeu com a rapidez com que começou a colher café do tipo catuaí vermelho, em sua propriedade, na Ponte Alta Norte | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília A produtora rural apostou no catuaí vermelho, variedade de café especial que vem se consolidando no Distrito Federal, e o que parecia ser um projeto de longo prazo apresentou resultados antes do esperado, o que fez o dia 1º de outubro, Dia Internacional do Café, ser uma data especial para se comemorar. “Achei que só teria colheita em cinco anos, mas no segundo ano já colhemos. E, no ano seguinte, a safra foi ainda maior”, celebra Marileuza. Assim como a produtora do Gama, outros 192 produtores investem na cafeicultura no Distrito Federal. Juntos, eles colheram 953,34 toneladas do grão em 2024. Segundo a engenheira-agrônoma e coordenadora do Grupo de Trabalho de Cafeicultura da Emater-DF, Adriana Nascimento, o número de produtores tem aumentado ano a ano. 60 Média de sacas de café produzidas no DF por hectare “Desde 2022 o número de produtores vem crescendo constantemente. O café aqui no DF tem se destacado por unir produtividade e qualidade. Hoje, a média nacional fica em torno de 26 a 30 sacas por hectare, e aqui no DF a média é de 60 sacas”, explica a engenheira. De acordo com a Emater-DF, o cultivo está espalhado por regiões como Brazlândia, Ceilândia, Gama, Paranoá, São Sebastião, Sobradinho, Planaltina e Park Way. Festa do grão O Dia Internacional do Café é comemorado neste 1º de outubro. A data foi oficializada em 2015 pela Organização Internacional do Café (OIC) com o objetivo de unificar as celebrações ao redor do mundo. No DF, a data chama atenção para questões sociais e ambientais que envolvem a cadeia do café — como o comércio justo, a valorização do pequeno produtor e as práticas sustentáveis. Os maiores produtores de café do DF conseguem vender para outras unidades da Federação e até para o exterior [LEIA_TAMBEM]“O mercado está expandindo, o número de cafeterias aumentou muito. Hoje, a comercialização ocorre principalmente internamente, aqui no DF, mas os maiores produtores conseguem exportar para outros estados e, em alguns casos, para outros países”, afirma Adriana. Segundo a engenheira, um destaque importante é a participação feminina: 68% dos plantios envolvem mulheres, tanto como proprietárias quanto como trabalhadoras rurais. “A mão de obra feminina assume grande parte do cuidado e da colheita seletiva, características importantes para a qualidade. O interesse das mulheres pela cultura tem crescido e se mostrado significativo no setor”, completa.
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AgroBrasília 2025 recebe o 1º Encontro da Cafeicultura do DF e Ride
A edição de 2025 da AgroBrasília, que será realizada de 20 a 24 de maio, com o tema “Agro, Oportunidade para Todos”, sediará o I Encontro da Cafeicultura do Distrito Federal e Região Integrada de Desenvolvimento (Ride-DF). A cafeicultura tem se consolidado como uma atividade promissora no DF, apresentando crescimento contínuo e grande potencial de mercado. As inscrições para participar já estão abertas e vão até o dia 21 de maio, por meio deste link. De acordo com dados da Emater-DF (2024), a cultura já ocupa uma área de 466,96 hectares, com produção anual estimada em 966,66 toneladas, envolvendo 138 produtores. O evento, promovido pela Emater-DF em parceria com a Associação de Empreendedores de Café do Lago Oeste (Elo Rural) e com o apoio da organização da AgroBrasília, será realizado no auditório anexo do Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no PAD-DF. A cafeicultura tem se consolidado como uma atividade promissora no DF, apresentando crescimento contínuo e grande potencial de mercado | Foto: Divulgação/Emater-DF O objetivo do encontro é valorizar os produtores já estabelecidos, apresentar oportunidades de mercado, difundir boas práticas e atrair novos agricultores para essa cadeia produtiva em expansão. A programação conta com a participação de representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Emater-DF e de empreendedores locais como Krilltech, Café Grão Nativo e Café Minelis. “Realizar esse encontro durante a AgroBrasília é um passo estratégico para impulsionar uma cadeia produtiva que já se destaca pela excelência, com cafés especiais premiados e reconhecidos nacionalmente. Nosso objetivo é estimular novos produtores, promover o uso de tecnologias e boas práticas, e consolidar o Distrito Federal como uma referência na cafeicultura de qualidade”, destaca Cleison Duval, presidente da Emater-DF. Segundo ele, a iniciativa é fruto da parceria com a Elo Rural, primeira associação de cafeicultores do DF, e conta com o apoio integral da AgroBrasília, que se consolida a cada edição como o principal palco de inovação, empreendedorismo e desenvolvimento do agro na região. "O Encontro de Cafeicultura do DF e da RIDE consolida a união entre a pesquisa, a extensão e a sociedade civil organizada. Não temos dúvidas de que o Planalto Central reúne condições ideais de clima e solo para a produção de cafés de alta qualidade, capazes de posicionar o Distrito Federal no mapa mundial dos cafés especiais”, destacou Lívia Tèobalddo, presidente da Elo Rural. *Com informações da Emater-DF
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Oficina orienta produtores sobre cuidados na colheita e pós-colheita do café
A Emater-DF promoveu uma oficina sobre os cuidados na colheita e pós-colheita do café. O evento foi voltado para produtores que já trabalham ou têm interesse em iniciar a cultura — especialmente os cafés especiais, um mercado promissor no Distrito Federal. A atividade reuniu cerca de 30 participantes. O Distrito Federal tinha aproximadamente 100 produtores do grão em 2023, ano em que a produção total atingiu pouco mais de 1,7 mil toneladas. A extensionista Joseane Lima, do escritório da Emater-DF em Sobradinho, ministrou a oficina, orientando sobre questões como manejo na colheita e na pós-colheita | Foto: Divulgação/Emater-DF De acordo com o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, a empresa tem se dedicado a apoiar os cafeicultores neste bom momento. “Estão surgindo muitas cafeterias especiais no Distrito Federal, e temos trabalhado para que a cadeia produtiva dê um salto”, afirma. O dirigente acrescenta que um dos focos da estatal é o incentivo à agroindústria. “É um incremento que aumenta a renda do produtor e sua família, desenvolve o campo e consolida a atividade rural como uma das mais fortes na economia do DF”. “Estão surgindo muitas cafeterias especiais no Distrito Federal e temos trabalhado para que a cadeia produtiva dê um salto” Cleison Duval, presidente da Emater-DF A oficina, realizada nesta quarta-feira (10), foi ministrada pela extensionista Joseane Lima, do escritório da Emater-DF em Sobradinho. “Ao começar a produção de um café especial, o agricultor deve estar atento ao manejo na colheita e na pós-colheita. Cuidados como planejamento do processo, secagem correta, torrefação, beneficiamento e armazenamento são fundamentais para o sucesso da atividade”, detalha. A presidente da Associação dos Empreendedores de Café do Lago Oeste (Elo Rural), Lívia Tèobalddo, enxerga grandes possibilidades de êxito para os produtores locais. “Nossa intenção é colocar o Distrito Federal no mapa mundial dos cafés especiais”, afirma. A associação foi fundada em janeiro deste ano e já conta com 26 membros. “Há pouco mais de um ano, queríamos produzir o grão, mas tínhamos poucas informações. Começamos a pesquisar e encontramos alguns parceiros — entre eles, a Emater-DF, que nos recebeu muito bem”, relata. Com a consolidação do grupo, Lívia diz que os associados compraram 30 mil mudas. “Queremos produzir com excelência, do plantio à xícara. A Emater é a casa do produtor, e queremos um cômodo lá”, brinca. A gerente do escritório de Sobradinho, Clarissa Campos, reforça a fala da presidente da Elo Rural: “Nós existimos por conta dos produtores, estamos sempre prontos a receber. E apoiamos especialmente a associação, pois sabemos que o produtor atuando em grupo é muito mais forte, os resultados são melhores”. Diagnóstico Cleison Duval aproveitou a ocasião para anunciar uma parceria importante com a Embrapa Café: “Estamos firmando um convênio para realizar um diagnóstico completo da cadeia produtiva cafeeira local. Esse trabalho vai identificar o perfil social e econômico dos produtores, os principais desafios do mercado consumidor. Assim, teremos condições de preparar nossos extensionistas para atender aos empreendedores da maneira mais adequada”. *Com informações da Emater-DF
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Café especial conquista espaço no mercado brasiliense e estimula novas produções rurais
Item essencial no cotidiano do brasileiro, o café foi tema central de uma excursão a produtores rurais do Distrito Federal organizada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), nesta quinta-feira (13). O objetivo foi apresentar aos agricultores os benefícios da produção do grão em solo brasiliense e as principais variedades de café cultivadas e consumidas em todo o país. A visita fez parte da Semana do Produtor Rural da Emater, em Sobradinho, e busca incentivar o aumento da produção local de café, que já registra números expressivos. Em 2023, foram mais de 1,7 mil toneladas de grãos produzidos, em 400 hectares de terra distribuídos nas propriedades de 92 agricultores registrados. A produção significou um valor bruto de mais de R$ 14,5 milhões. Atividades da Semana do Produtor Rural da Emater incentivam a produção de um café de qualidade no DF | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Uma das apostas da Emater para o crescimento da atividade cafeicultora no DF é a região do Lago Oeste. Isso porque, segundo os técnicos da empresa, a área rural de Sobradinho tem vocação natural para o plantio do fruto cafeeiro; pode se tornar uma alternativa de renda dos produtores da região. “Estamos incentivando muito a produção no Lago Oeste por ser uma região com propriedades menores, em que fica mais fácil de cuidar, adubar e colher o café especial. Sendo assim, são produções com menores proporções e com potencial para render tanto uma renda extra como para se tornar a renda principal do agricultor”, explica o engenheiro agrônomo da Emater Bruno Caetano. Bruno Caetano: “Estamos incentivando muito a produção no Lago Oeste por ser uma região com propriedades menores, em que fica mais fácil de cuidar, adubar e colher o café especial” O café especial citado pelo técnico é caracterizado pela alta qualidade dos grãos cultivados em condições ideais, colhidos de maneira seletiva e processados com cuidado para preservar suas qualidades sensoriais. Os grãos passam por rigorosos critérios de avaliação, incluindo a ausência de defeitos e uma pontuação elevada em atributos como aroma, sabor, acidez, corpo e doçura. O resultado é uma bebida complexa e rica completamente diferente do tradicional cafezinho preto. Alternativa de renda Proprietário de uma chácara em Sobradinho, o produtor rural Rubens Alves, de 69 anos, conta ter começado a plantar café de maneira despretensiosa e impulsionado pela paixão pela bebida. “O que também contribuiu foi o fato de eu ter uma área pouco utilizada e sombreada na minha propriedade, ideal para plantar café”, diz. Rubens Alves começou plantando 350 mudas de café e no final do ano pretende chegar a mais de mil Logo de início, foram 350 mudas plantadas. “Achei bonita a cultura, o verde da folhagem é muito interessante e, estudando mais sobre o café, acabei me apaixonando. Em seguida, resolvi plantar mais 450 mudas e no final deste ano devo plantar mais mil de uma nova espécie também chamada paraíso”, prossegue o agricultor. Alves relata que, desde o início do cultivo, contou com o apoio da Emater. “Eles me ajudaram na sistematização de um plano de condução da lavoura, tanto na parte de irrigação, quanto na parte de nutricional, na parte de plantio, e de conservação de solo. A Emater me trouxe uma ajuda fundamental no processo de pós-colheita do meu café especial”, detalha. Da fazenda à xícara O café especial produzido na propriedade de Rubens é comercializado em cafeterias do DF. Um dos endereços é o Mercado do Café de Brasília, na 509 no Sul. No local, os grãos de alta qualidade cultivados pelo produtor rural passam pelo processo de torra conduzido por Marcos Moulaz, um dos profissionais mais reconhecidos da área na capital. O processo de torra marca a transformação dos grãos verdes colhidos e separados manualmente por Rubens em uma bebida complexa em sabores e aromas. “Costumo dizer que sou apenas um elo da corrente. Falo isso pois o produtor me traz a matéria-prima, um café excepcional, e eu consigo extrair o que há de melhor nesse grão, avaliando os sensoriais da bebida e ajudando a aflorar as principais nuances”, explica Moulaz. Agrônomo de formação, o mestre de torra comemora a expansão do mercado de café especial no Quadradinho. “É uma atividade em constante crescimento e quem mexe com café especial é apaixonado no que faz. Eu entrei nesse ramo em 1994, quando decidi que era hora de parar de beber café ruim”, brinca o empresário.
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