Governador inaugura primeira etapa de obras de modernização hídrica no Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina
O governador Ibaneis Rocha inaugurou, neste sábado (4), a primeira etapa das obras de modernização da infraestrutura hídrica no Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina. Durante a cerimônia, o chefe do Executivo ainda assinou a ordem de serviço para início da construção do sistema de esgotamento sanitário no setor Estância, também em Planaltina. “Estamos trazendo o que eu chamo de segurança hídrica para os nossos produtores. A gente faz desde a ponta, no plantio, e também utilizamos os nossos programas para a compra desses alimentos para fornecer merenda escolar de qualidade para os nossos alunos. Então, é um trabalho conjunto, feito por várias mãos, e a gente tem que agradecer muito à força desses produtores rurais que aguardavam há muito tempo por essa segurança. E nós temos certeza que vamos, cada vez mais, aumentar a produção no Distrito Federal, tornando a nossa capital sustentável do ponto de vista da alimentação”, destacou o governador. Na primeira etapa, foram construídos cerca de 6,5 km de canais de irrigação e instalados 60 tanques lonados, com capacidade conjunta de cerca de 25 milhões de litros de água — cada tanque comporta 405 mil litros. Ao todo, estão previstas a instalação de 247 reservatórios e a construção de 16,5 km de canais de irrigação, beneficiando as cerca de 300 famílias que vivem nas 247 propriedades da região. Governador Ibaneis Rocha: ”Estamos trazendo o que eu chamo de segurança hídrica para os nossos produtores" | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília “São 25 milhões de litros de água reservada e isso é importante em dois aspectos. Primeiro, que o produtor tem a garantia da água para irrigação. O produtor não tinha condição de fazer uma irrigação muito eficiente, hoje ele tem água em abundância durante o ano todo. Por outro lado, quando a gente reserva água nesses tanques, a gente diminui a captação direta do córrego e também dos canais, então a gente acaba contribuindo com mais água no sistema e é mais água disponível inclusive para a população que vai fazer o consumo”, pontuou o secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno. O produtor Wuander Monhol, 32 anos, foi um dos contemplados com um tanque lonado nesta primeira etapa. "Antes, a gente tinha um problema aqui de falta de água. Às vezes, na época da seca, o vizinho usava mais água lá em cima e aí a gente ficava com o que sobrava. Agora, tendo o reservatório, já temos uma garantia a mais para poder molhar as nossas plantas neste período de seca severa. Isso aqui, para mim, foi inesperado, chegou do céu", celebrou. Além disso, Wuander, que hoje planta hortaliças como abóbora, beterraba, couve-flor e repolho, projeta também criar peixes, que serão repassados à Secretaria de Educação, pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), para uso na alimentação de estudantes de escolas públicas: "É uma renda extra para a nossa família e para outros produtores. E vamos diversificar e produzir cada vez mais para alimentar as escolas onde a gente entrega essa mercadoria de qualidade". Após a cerimônia, o governador reuniu-se com cerca de 150 produtores em um almoço na sede da Associação dos Produtores Rurais do Rio Preto (Aprorp) As obras são fruto de cooperação entre o Governo do Distrito Federal (GDF) — por meio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) — e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). Também participaram do esforço de cooperação a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) e a Agência de Bacia Hidrográfica Peixe Vivo (APV). Hoje, o Distrito Federal conta com aproximadamente 250 km de canais de irrigação, sendo que mais de 150 km já foram tubulados, com recursos do GDF, de emendas parlamentares e de acordos de cooperação técnica. A Bacia Hidrográfica do Rio Preto é considerada o coração da agricultura irrigada do DF, concentrando 74% da área irrigada: dos 23 mil hectares irrigados totais, 17 mil estão nessa área. Saneamento As obras para construção da rede de coleta de esgoto no setor Estância, cuja ordem de serviço foi assinada pelo governador Ibaneis Rocha na cerimônia em Planaltina, contarão com investimento total de R$ 7,1 milhões e devem beneficiar mais de 2 mil moradores, além de proteger rios da região e reduzir riscos à saúde pública. Serão instalados, ao todo, 7,7 km de novas tubulações, que vão atender 601 residências. Os trabalhos fazem parte da estratégia da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) de ampliar a cobertura de saneamento em todo o DF. O produtor Wuander Monhol, 32 anos, foi um dos contemplados com um tanque lonado nesta primeira etapa | Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília “O lançamento dessa obra do Estância era um pedido antigo da comunidade que ainda vivia com esgoto a céu aberto, poluindo nossos mananciais de água. Então, vem em bom momento essa obra da Caesb, que se integra com essa obra que nós entregamos na Bacia do Rio Preto”, ressaltou Ibaneis Rocha. “Nós fizemos todos os projetos, os projetos executivos, já licitamos e estamos assinando a ordem de serviço, então a obra começa imediatamente. É uma obra muito grande e daqui 30 dias exatamente a gente licita a elevatória de esgoto que vai levar todo esse esgoto, quando a obra estiver pronta, para a nossa estação de tratamento, beneficiando o meio ambiente, porque ali tem um córrego e esse córrego hoje recebe efluentes de fossas sépticas. Tudo isso vai acabar e vai proteger mais o meio ambiente e o córrego. Então, é uma obra muito importante para a comunidade”, emendou o presidente da Caesb, Luis Antonio Reis. Encontro Após a cerimônia, o governador reuniu-se com cerca de 150 produtores em um almoço na sede da Associação dos Produtores Rurais do Rio Preto (Aprorp). "Para nós, é importante que haja essa comunicação próxima do setor produtivo com o governo, então, ficamos muito felizes com a vinda dele, para agradecer as demandas que foram atendidas e para atender às que existem. As demandas são contínuas, se cumpre uma e acabam aparecendo outras, então é de extrema importância para nós recebê-lo aqui", enfatizou o presidente da Aprorp, Eduardo Ceolin Tiggermann. "Nós nunca tivemos uma proximidade tão grande com o governo aqui do DF. Em um ano, é a segunda vez que o governador Ibaneis vem aqui para ter essa conversa conosco", completou Tiggermann, referindo-se a um outro encontro, no início deste ano. “Hoje, para além de fazer essas inaugurações que nós fizemos, essas obras que estão sendo entregues [em Planaltina], nós estamos aqui para reafirmar o nosso compromisso com os produtores rurais. Estamos trabalhando muito para aumentar a produção agrícola do Distrito Federal. Nós temos que dar condições para o homem que resolveu se fixar no campo, até para que ele possa ter esperança para os seus filhos de dizer que vale a pena cuidar do agro, cuidar do campo na nossa cidade”, arrematou o governador Ibaneis Rocha.
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Emater-DF encerra 2024 com mais de 167 mil atendimentos e impulsiona a agricultura no DF
Em um ano marcado por ações fundamentais para o desenvolvimento agropecuário no Distrito Federal, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) realizou, de janeiro a novembro de 2024, 167 mil atendimentos, beneficiando mais de 12 mil agricultores. Por meio de visitas técnicas, cursos, oficinas e orientações, a empresa promoveu avanços na produção sustentável, no fomento ao crédito, na capacitação profissional e na inclusão social. Com 15 escritórios regionais, a Emater-DF atua para a promoção da agricultura sustentável e a qualidade de vida dos produtores rurais | Fotos: Divulgação/Emater-DF “Cada atendimento reflete nosso compromisso em promover uma agricultura inovadora, sustentável e inclusiva. O impacto positivo no campo é uma conquista coletiva, que envolve ações de governo, o trabalho desenvolvido pelos técnicos, o empenho dos agricultores e as parcerias, que viabilizam muitos projetos”, destacou o presidente da Emater-DF, Cleison Duval. Um dos marcos de 2024 foi o I Concurso Distrital de Queijos Artesanais, que contou com mais de 60 queijos inscritos e premiou mais de 40 produtos pela qualidade, fomentando a formalização e o desenvolvimento da Rota dos Queijos no DF. Realizado em setembro, o I Concurso Distrital de Queijos Artesanais reuniu 20 queijarias do DF e Entorno, com 66 queijos inscritos que concorreram em diversas categorias; ao final, 40 queijos foram premiados Na sustentabilidade, o programa Emater-DF no Clima foi criado, e 330 sistemas de saneamento rural foram instalados, com investimentos de R$ 3,8 milhões provenientes de emendas parlamentares e convênio entre a Emater e a Caesb. Além disso, ações de reforma de canais de irrigação e construção de reservatórios com geomembrana garantiram segurança hídrica para as propriedades rurais. Fomento ao crédito e à comercialização A Emater-DF desempenhou um papel importante na comercialização e no fomento ao crédito. Por meio dos programas de compras governamentais, mais de R$ 44,39 milhões foram direcionados aos agricultores. Também foram aprovados 141 projetos de crédito rural, totalizando R$ 9,65 milhões em investimentos. Capacitação e inclusão social Mais de 1.250 produtores participaram, em 2024, de cursos e oficinas promovidos pela Emater-DF Ao todo, mais de 1.250 produtores participaram de cursos e oficinas voltados para o fortalecimento das cadeias produtivas. Na área social, 67 oficinas de artesanato beneficiaram 102 mulheres rurais, enquanto rodas de Terapia Comunitária Integrativa trouxeram acolhimento às comunidades. Cadeias produtivas Na fruticultura, 58 produtores de açaí e 14 de mirtilo participaram da Rota das Frutas do DF e Ride. Na agricultura orgânica, o programa Certifica DF ampliou em 51 o número de produtores certificados. Já na pecuária, a parceria com a Conafer possibilitou a inseminação de 858 matrizes, alcançando uma taxa de prenhez de 57%. Impacto econômico Com um Valor Bruto da Produção superior a R$ 6 bilhões, a Emater-DF consolidou seu papel como agente essencial na promoção da agricultura sustentável e na qualidade de vida dos produtores rurais. “Em 2025, seguiremos comprometidos em tornar nossa área rural ainda mais forte e sustentável, promovendo avanços tecnológicos e fortalecendo os laços entre o campo e a cidade”, concluiu Cleison Duval. Com 15 escritórios regionais, a Emater-DF continua desempenhando um papel estratégico no desenvolvimento rural, levando assistência técnica, inovação, resultados aos produtores do DF e alimento para a população. *Com informações da Emater-DF
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GDF passa de 100 km de canais de irrigação com inaugurações em Planaltina
O Governo do Distrito Federal (GDF) inaugurou, nesta sexta-feira (22), mais dois canais de irrigação na área rural, chegando a 100,97 km de novas tubulações desde 2019, beneficiando 874 famílias responsáveis por produzir os alimentos que chegam às mesas de milhares de brasilienses. As mais recentes entregas são os projetos do Núcleo Rural Rio Preto, a Lagoinha, e do Núcleo Rural Monjolo, ambos em Planaltina, que correspondem a 5,5 km e 3,7 km em tubos, respectivamente. As obras integram o projeto do governo de renovar os canais de irrigação do campo. O governador Ibaneis Rocha destacou, nesta sexta-feira (22), em Planaltina, o empenho do governo para viabilizar projetos sobre irrigação e tubulação da água | Foto: Renato Alves/Agência Brasília “Temos um olhar muito focado nas áreas rurais do Distrito Federal. Quando assumimos o governo, vínhamos em um período de seca, em 2017, em que inúmeras propriedades rurais não tinham água, inviabilizando a produção“, enfatizou o governador Ibaneis Rocha. “Assumimos o governo em janeiro de 2019 e tiramos da gaveta todos os projetos que diziam respeito à questão da irrigação e da tubulação da água. E hoje temos um grande projeto em andamento, para dar segurança a todas as famílias que querem produzir na nossa cidade, levando também qualidade de vida aos produtores rurais, acesso às escolas para as nossas crianças e professores, saúde nas áreas rurais e acompanhamento da comunidade como um todo”, acrescentou. “Estamos tendo água para produção agropecuária, então é o produtor tendo renda, gerando emprego, fixando sua família no campo, evitando inclusive que a especulação imobiliária urbana invada mais as áreas rurais” Rafael Bueno, secretário de Agricultura As obras são fruto de parceria entre a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) e a comunidade rural. O secretário de Agricultura, Rafael Bueno, enfatizou que os canais de irrigação são sinônimos de prosperidade: “Estamos fixando o homem no campo, valorizando o meio ambiente, porque a água não está sendo mais perdida com infiltração ou evaporação e nem com o risco de animais mortos contaminarem essa água. Estamos tendo água para produção agropecuária, então é o produtor tendo renda, gerando emprego, fixando sua família no campo, evitando inclusive que a especulação imobiliária urbana invada mais as áreas rurais. É o governo Ibaneis Rocha fazendo uma revolução no campo e na cidade, trazendo qualidade de vida para a população do DF”. O presidente da Emater-DF, Cleyson Duval, ressaltou o compromisso desta gestão do GDF em amparar o produtor rural: “Isso tudo traz ânimo para os produtores rurais produzirem mais, porque sem água ninguém produz. No ano passado, nessa mesma região, entregamos o canal de irrigação do Márcia Cordeiro Leite, com 11 km de tubulação, que beneficia 32 famílias. É um governo que tem trabalhado muito em levar infraestrutura para a área rural para que cresça cada vez mais e produza cada vez mais”. Segurança para plantar Todos os produtores rurais do Núcleo Rural Monjolo agora recebem a mesma quantidade de água, diariamente | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília No Núcleo Rural Monjolo foram investidos mais de R$ 340 mil, originários de emenda parlamentar do deputado federal Rafael Prudente, para garantir água para plantio e criação de animais em 45 propriedades – antes, apenas 35 famílias tinham acesso ao recurso. Os trabalhos foram iniciados em maio deste ano. Assim como ocorria em outras regiões já atendidas por este GDF, o canal de irrigação do Monjolo era a céu aberto, logo, sofria com infiltração, assoreamento e interferência da natureza, como a queda de galhos e folhas. Dessa forma, a água não chegava a todas as propriedades, prejudicando tanto o plantio de subsistência quanto o destinado ao comércio. Agora, a realidade mudou: todos os produtores rurais do núcleo recebem a mesma quantidade de água, diariamente. “Agora tem água para todo mundo”, diz o presidente da Associação do Núcleo Rural Monjolo, Luiz Carlos Cardoso | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília “Como era apenas uma vala no chão, mais da metade da água era perdida por infiltração. A política da Emater, juntamente com a Seagri, é evitar essa perda e gerar maior eficiência ao recurso. Conseguimos economizar água e atender muitos produtores”, destaca o extensionista da Emater Leandro Moraes. “As primeiras propriedades eram atendidas, e as demais, às vezes, não recebiam água. Hoje todos recebem a mesma quantidade de água, que tubulada desde o início até o último produtor.” O presidente da Associação do Núcleo Rural Monjolo, Luiz Carlos Cardoso, revelou que alguns produtores tinham que usar bombas para captar água do rio ou utilizar do recurso potável para o serviço. “Agora tem água para todo mundo, tanto para o pequeno quanto para o grande produtor. Antigamente não tinha isso, cada um pegava o tanto que queria e quem está mais próximo do canal pegava mais água. Não chegava água para quem estava mais distante”, disse. A quantidade de água disponível a cada propriedade foi estabelecida pela Emater-DF. Localizado a cerca de 57 km do centro de Brasília, o núcleo é reconhecido pelo cultivo de hortaliças, frutas, peixes e pela criação de animais, como aves e bovinos. O produtor rural Leonardo Disegna Manzoli, 28 anos, usa o recurso hídrico para cultivar tomate, pimentão e couve em uma chácara com 28 hectares. “Às vezes faltava água, e a gente tinha que buscar no rio, com bomba. Dava mais trabalho e gastava muito mais energia. Com o canal é diferente: a gente ganha tempo, economiza e temos a certeza de que teremos água para plantar”, relatou. Décadas de espera O produtor rural Sebastião Batista celebra o novo canal de irrigação na área da Lagoinha: “O pessoal falava que isso era ilusão, que nunca iria sair” | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília A história de que um novo canal de irrigação seria construído na área da Lagoinha, no Núcleo Rural Rio Preto, passou de geração para geração. É o que conta o produtor rural Sebastião Batista Neto: “Isso aí vem de muito tempo. É da época do meu avô ainda, tanto que o pessoal falava que isso era ilusão, que nunca iria sair”. Hoje, mais de 30 anos depois, o homem vê a sua fazenda ser abastecida com a água que passa pela tubulação recém-instalada pelo GDF. “Antes aqui era muito trabalhoso, chegava pouca água e a gente tinha que sair do serviço para fazer manutenção porque dava muito problema”, comenta Sebastião. De acordo com o produtor, a água costumava chegar suja de barro, devido às enxurradas, e com elementos químicos. Agora, ela sai direto do córrego de forma abundante e limpa para irrigar a horta de seis hectares composta por tomate, pimentão, mandioca e mexerica, entre outros. A produção da lavoura é o sustento de toda a família, um total de 12 pessoas. A qualidade da água é fundamental para o volume da produção rural, enfatiza o engenheiro agrônomo da Emater-DF Rodrigo Marques Batista | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Foram investidos R$ 400 mil de recursos provenientes de emenda parlamentar do deputado distrital Roosevelt Vilela para construir a estrutura de irrigação. São 5,5 km de extensão para atender mais de 60 pessoas em 21 propriedades. A tubulação passa por baixo da terra dos produtores, garantindo segurança hídrica e mais espaço para o cultivo de plantas e a criação de animais. “A qualidade da água é imprescindível para eles, porque é ela que vai dizer o quanto eles vão produzir e a qualidade do produto deles. O novo canal não tem interferência no processo de obtenção de água”, explica o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater-DF Rodrigo Marques Batista. “Imagine 12 meses e você só produzir nesse período que tem chuva? Então eu fiquei muito feliz com a questão do canal”, diz a produtora rural Leonice Mendes | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Em seis meses de obra, o canal foi todo escavado na saída oposta do anterior, que era aberto e atendia apenas 15 propriedades. A água sai da lagoa e atravessa a tubulação por declive de 1% a 2% chegando às caixas feitas de manilha instaladas em cada uma das fazendas. Trata-se de uma tubulação corrugada em polipropileno com diâmetro de 150 a 300 milímetros. “Cada caixa tem um difusor de que sai uma tubulação de 50 milímetros com 2 litros por segundo. Temos uma vazão de 42 litros por segundo sendo fornecida”, completa Batista. A propriedade de Leonice Mendes foi uma das beneficiadas com o novo projeto. O anterior não atendia a fazenda dela, o que interferia diretamente na produção agrícola da família, determinando, inclusive, o insumo a ser cultivado pelos produtores. “O nosso carro-chefe é a batata doce, e por que nós a escolhemos? Justamente porque, no período em que nós viemos morar aqui, era a única cultura que dava para plantar com o déficit de água que nós tínhamos. Era o que atendia”, lembra. “Imagine 12 meses e você só produzir nesse período que tem chuva? Então eu fiquei muito feliz com a questão do canal”. Com a chegada da água, a produção se expandiu para o repolho e o pepino e, em breve, seguirá para outras culturas. “Nós vamos implementar a abóbora-itália e baianinha. Estamos escalonando. Tiramos uma cultura e já vem a próxima. Já montamos a nossa questão da irrigação, tanto por aspersão [técnica de borrifar] como gotejo”, revela. Outro desejo da produtora é iniciar a piscicultura, atividade que demanda água em abundância.
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Obras vão modernizar sistemas hídricos na Bacia do Rio Preto
Produtores rurais da Bacia do Rio Preto, na região administrativa de Planaltina, terão oito canais de irrigação reformados, num total de quase 16km, além de 245 reservatórios lonados para utilizar a água de forma mais sustentável. Na manhã desta sexta-feira (18), foi assinado o termo de entrega de materiais para as obras, numa solenidade que reuniu representantes do GDF, governo federal, entidades representativas e dos agricultores da região. O projeto é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica entre Seagri, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Agência da Bacia Hidrográfica Peixe Vivo (APV), Adasa e Emater-DF | Foto: Divulgação/Emater-DF O evento contou com uma mesa-redonda composta por especialistas que discutiram aspectos técnicos, ambientais e econômicos ligados ao uso sustentável da água para irrigação. A mesa focou nos desafios e soluções para a sustentabilidade hídrica, bem como nas práticas que asseguram o manejo correto e eficiente da água na Bacia do São Francisco. Os participantes realizaram visita técnica a uma propriedade que já implementou o tanque lonado e o sistema de irrigação, onde todos puderam observar na prática o funcionamento dos materiais entregues, destacando os benefícios da modernização dos sistemas e a redução das perdas de água. “O trabalho de modernização dos sistemas de irrigação e a construção de reservatórios vão trazer benefícios significativos para os produtores da Bacia do Rio Preto, que agora poderão contar com uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos” Cleison Duval, presidente da Emater-DF O projeto é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre Secretaria de Agricultura (Seagri), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Agência da Bacia Hidrográfica Peixe Vivo (APV), Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) e da Emater-DF. “O trabalho de modernização dos sistemas de irrigação e a construção de reservatórios vão trazer benefícios significativos para os produtores da Bacia do Rio Preto, que agora poderão contar com uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos. São muitas instituições trabalhando desde o lençol freático, com instalação de 750 sistemas de saneamento, proteção e recuperação de nascentes e programas como o Produtor de Água”, afirmou Cleison Duval, presidente da Emater-DF. Ele destacou ainda que, nos últimos cinco anos, o Governo do Distrito Federal (GDF) revitalizou mais de 150 km de canais de irrigação. De acordo com o secretário de Agricultura, Rafael Bueno, o GDF está preocupado em otimizar os recursos hídricos, que são finitos. “Doamos mais de 80 mil mudas para o Programa Reflorestar, recuperamos estradas e canais. Se a água for bem utilizada, teremos constantemente”, observou. O presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, destacou a redução da vazão do rio São Francisco e a necessidade de diminuir as perdas de água. “Ações como essa servem para o produtor ter real valor do uso da água e a refletir sobre a eficiência na irrigação”, observou. A iniciativa busca garantir o uso sustentável da água e melhorar a infraestrutura de irrigação na Bacia do Rio Preto, contribuindo para a preservação ambiental O diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Nazareno Araújo, lembrou que daqui a 16 anos poderemos ter 40% menos água se ações não forem adotadas. “Com isso, perdemos dinheiro e produção. Por isso, celebramos essa junção entre os governos federal e distrital e setores da sociedade para unir esforços e preservar os recursos hídricos”, avaliou. “Quando conseguimos unir os órgãos de governo e a sociedade civil, os resultados são sempre melhores. É fundamental que trabalhemos de forma integrada para oferecer serviços de qualidade e garantir a satisfação dos cidadãos. A Adasa, por exemplo, está investindo na digitalização, com o lançamento de um aplicativo que facilita a comunicação e oferece serviços como solicitação de outorga, simulações de valores e consulta de informações”, acrescentou o diretor-presidente Adasa, Raimundo Ribeiro. A cerimônia foi marcada ainda pelas falas de Alexandre Saia, coordenador-geral de políticas públicas de recursos hídricos do Ministério da Integração Nacional. Ele parabenizou os envolvidos e reforçou o compromisso do governo com a segurança hídrica: “O ministério valoriza iniciativas como esta, que colocam a segurança hídrica como prioridade. O trabalho de conscientização e a parceria com os produtores são essenciais para o uso adequado da água e a preservação dos mananciais.” Ivan Engler, presidente da Cooperativa Central dos Agricultores Familiares do Distrito Federal, destacou a importância da iniciativa para os produtores da região. Segundo ele, a entrega dos novos equipamentos é a realização de um antigo desejo da comunidade: “É o sonho que a gente tinha de poder produzir com segurança. Com a tubulação, evitamos a perda de água. E agora, com as geomembranas, conseguimos armazenar a água e garantir a irrigação o ano todo. Isso nos dá a certeza de que podemos plantar sem medo de faltar água”. Engler também mencionou a possibilidade de diversificação das atividades dos produtores, com a criação de peixes, por exemplo. A iniciativa é resultado de um acordo de cooperação técnica entre diversas instituições, que busca garantir o uso sustentável da água e melhorar a infraestrutura de irrigação na Bacia do Rio Preto, contribuindo para a preservação ambiental e o desenvolvimento da agricultura familiar na região. Com as ações em andamento, a expectativa é que o projeto fortaleça a produção agrícola local e promova maior segurança hídrica para os produtores. O Rio Preto, que nasce na Lagoa Feia, em Formosa (GO), banha parte da região leste do Distrito Federal, beneficiando vários núcleos rurais de importante produção agrícola, e deságua no Rio Paracatu, em Minas Gerais, que é afluente do Rio São Francisco. *Com informações da Emater-DF
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