Hospital Cidade do Sol cria projeto para alertar sobre negligência e violência contra idosos
Sempre com o foco na experiência do paciente, a equipe multidisciplinar do Hospital Cidade do Sol (HSol) montou o projeto Respeito Não Envelhece, que tem o objetivo de alertar e conscientizar os acompanhantes e familiares dos pacientes a respeito de temas como violência, abandono, etarismo e negligência contra o idoso. O HSol recebe muitos pacientes idosos com necessidade de internação. “A população é muito vulnerável, principalmente por conta da região em que estamos localizados”, lembra o gerente da unidade, Flávio Amorim. “Observamos que alguns pacientes apresentavam indícios de negligência de cuidados e até mesmo violência física e psicológica”, completa. Reuniões promovidas pelo projeto Respeito Não Envelhece orienta familiares e acompanhantes de idosos internados sobre a rede de proteção aos pacientes | Foto: Davidyson Damasceno/IgesDF A coordenadora da equipe multidisciplinar do HSol, Camila Frois, lembra que a ideia do projeto é realizar, por meio de conversa, uma troca descontraída de informações importantes envolvendo o tema. “Explicamos quais são os tipos de violência contra o idoso e como combatê-las, além de discutir marcos legais sobre a questão como a Constituição Federal e o Estatuto do Idoso, por exemplo”, conta. “Temos casos de pacientes com muitos filhos, mas em que apenas um permanece como acompanhante durante todo o período de internação. Nosso papel também é o de lembrar que existem formas de acionar o Estado para que os outros membros da família também sejam responsabilizados” Natália Barreto, assistente social do HSol Segundo Camila, a ideia não é dar uma aula, mas sim, ter uma conversa aberta para que todos consigam entender e prevenir. A iniciativa visa fazer com que esse idoso tenha qualidade de vida, seja bem cuidado e não vá para a unidade de saúde por conta de negligência de cuidados. As reuniões são programadas semanalmente, identificando a necessidade de acordo com as admissões no hospital. Segundo a assistente social do HSol, Natália Barreto, os encontros são importantes para convidar os familiares para um diálogo horizontal e também para conscientizar as famílias a respeito da rede de proteção aos pacientes. “Temos casos de pacientes com muitos filhos, mas em que apenas um permanece como acompanhante durante todo o período de internação. Alertamos a família sobre a importância de não sobrecarregar apenas um familiar. Nosso papel também é o de lembrar que existem formas de acionar o Estado para que os outros membros da família também sejam responsabilizados”, conta Natália. É também um momento importante para ouvir o que o acompanhante ou familiar tem a dizer sobre a relação com o idoso. “É preciso dar a oportunidade para essas famílias no que diz respeito ao entendimento de como lidar com as questões trazidas a partir da dinâmica de envelhecimento, fazê-los entender o aspecto da violência, poder trabalhar na orientação e tirar as dúvidas”, reforça Natália. Benjamim Oliveira, 63 anos, que acompanha a esposa Maria de Fátima, 70 anos, internada no HSol, participou da reunião do projeto Respeito Não Envelhece e gostou da iniciativa. “Foi a primeira vez que participei de uma reunião a respeito disso. Foi bom poder conversar e expor a minha opinião sobre o tema. O idoso tem o seu direito e o seu valor e deve ser tratado com mais respeito e dignidade”, declarou. Serviço Social no HSol Quando um paciente entra no Hospital Cidade do Sol é realizada a sua admissão social, por meio de abordagem social à beira-leito e aplicação de entrevista social. “Dependendo da necessidade, os casos são discutidos de forma psicossocial entre a assistente social e a psicóloga, visando compreender qual é a realidade daquela família, de onde ela vem, qual sua composição tanto familiar quanto econômica. Com isso, é possível avaliar a necessidade de encaminhamentos para possíveis equipamentos públicos da rede de apoio, de proteção social ou até mesmo programas de distribuição de renda”, explica Natália. Ela alerta também para a necessidade de entender que o cuidado com o idoso vai para além da família. “O envelhecimento é algo universal. A cada dia que passa, todos estamos sujeitos a ele. A sociedade, o Estado e a família precisam entender melhor o idoso. Na última pesquisa do IBGE, de 2022, demonstrou que a população está cada vez mais envelhecida. A projeção é de que em 2060 um a cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos”, lembra. O gerente do HSol, Flávio Amorim, reforça que os casos de violência física e psicológica identificados pela equipe são informados às autoridades competentes. “Qualquer membro da equipe deve fazer a notificação. Preenchemos a ficha do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que é enviada para o Núcleo de Prevenção e Assistência a Situações de Violência (Nupav) localizado no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), que é o núcleo responsável por dar seguimento às investigações.” *Com informações do IgesDF
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Iluminação lilás do Buriti chama atenção para violência contra idosos
Para lembrar o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, 15 de junho, o Palácio do Buriti ficará iluminado de lilás, cor que representa a data. Iluminado de lilás, Palácio do Buriti lembra o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília Ela foi instituída em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa. O objetivo é sensibilizar a sociedade para combater as diversas formas de violência cometidas contra pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a violência contra idosos consiste em ações ou omissões prejudiciais à integridade física e emocional que impeçam o desempenho do papel social. Denúncias desse tipo de situação podem ser feitas pelos telefones 100 ou 162. Desde março de 2016, o Distrito Federal conta com a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin). Com ela, cidadãos com idade igual ou superior a 60 anos ganharam mais um aliado no cumprimento do Estatuto do Idoso. Além disso, o governador Rodrigo Rollemberg regulamentou, em março deste ano, o Fundo dos Direitos do Idoso do Distrito Federal. O fundo tem objetivo de facilitar a captação, o repasse e a aplicação de recursos destinados ao desenvolvimento de ações voltadas à terceira idade.
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Crimes contra idosos lideram estatísticas de denúncias na Decrin
Mais de 63% das denúncias registradas na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) são em decorrência de abuso contra idosos. Criação de Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) facilitou o registro de casos que ferem os direitos dos maiores de 60 anos. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília-7.4.2016 Em 2016, a unidade recebeu 278, das quais 176 violavam algum direito dos maiores de 60 anos. As ocorrências criminais contra esse segmento também registraram taxa alta. Dos 183 casos notificados, 61 eram contra pessoas da terceira idade, o que representa 33,3% do total. Neste ano, de janeiro até essa terça-feira (13), a delegacia atendeu 60 comunicações de crimes contra o idoso. De acordo com a delegada-chefe da Decrin, Gláucia Cristina da Silva, a criação de uma unidade especializada facilitou o acesso à denúncia, mas o número não representa a realidade. Gláucia relata que a maioria das queixas decorre da violência cometida pelos próprios filhos, e, por isso, os registros são mais complicados. “Muitos se sentem enfraquecidos e não querem denunciar, pois a relação afetiva com o agressor é grande”, explica a delegada. “Os tipos recorrentes são por ofensa moral e financeira.” [Olho texto='”Muitos se sentem enfraquecidos e não querem denunciar, pois a relação afetiva com o agressor é grande”‘ assinatura=”Gláucia Cristina da Silva, delegada-chefe da Decrin” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O quadro de agressões registradas pela delegacia segue o mesmo em relação ao perfil de denúncias feitas na Central Judicial do Idoso, canal criado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios em parceria com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Com o objetivo de atender às reclamações de violação de direitos, a central computou 2.601 casos em 2016 — 283 de violência. A maior taxa foi a psicológica, com 106 registros, seguida da financeira (94) e da de negligência (55). Em algumas ocorrências, a vítima sofria mais de um tipo de agressão. Segundo os dados da central, as mulheres sofreram mais — 157. A região administrativa com maior número de casos de violência atendidos pela central em 2016 foi Ceilândia (42), seguida do Plano Piloto (30) e de Samambaia (22). As denúncias de crimes contra a pessoa idosa podem ser feitas na Decrin, que fica no Complexo da Polícia Civil (ao lado do Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek), pela Delegacia Eletrônica ou pelo Disque 197. População de idosos cresce no País Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram um aumento significativo da expectativa de vida dos brasileiros. A estimativa é que até 2020 a população de idosos no País chegue a 25 milhões. [Numeralha titulo_grande=”2.601″ texto=”Total de casos de violação de direitos denunciados em 2016 na Central Judicial do Idoso” esquerda_direita_centro=”direita”] No Distrito Federal, a taxa de pessoas com 60 anos ou mais já soma 15%, de acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) de 2015, divulgada pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). Em vista dessa projeção e do aumento de denúncias de violações, a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos promove ações que buscam combater e preservar a integridade de cidadãos nessa faixa etária. Entre as unidades de apoio oferecidas pela pasta estão os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), que atendem famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos, tais como: violência física, psicológica ou sexual. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Já a Central Judicial do Idoso tem uma equipe multiprofissional que faz todo o suporte psicossocial para as vítimas. O acolhimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 12 às 18 horas, no 4º andar do Bloco B do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, no Setor de Indústrias Gráficas. Edição: Vannildo Mendes
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Caravana do Idoso movimenta estação de metrô na 112 Sul
A Caravana do Idoso, promovida pelo governo de Brasília nesta terça-feira (13), levou um mutirão de serviços públicos para pessoas da terceira idade à estação de metrô da 112 Sul. Das 13h30 às 17 horas, foram oferecidos, gratuitamente, exames de vista, aferição de pressão e de glicemia, além de informações sobre órgãos de denúncia e sobre direitos. A dona de casa Maria Ivanira dos Santos fez exames oftalmológicos. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília A iniciativa foi da Coordenação dos Idosos, da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. A caravana é uma das ações programadas em Brasília em apoio ao Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa, instituída em 15 de junho, desde 2006, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A data, difundida no mundo pela Rede Internacional de Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa, é um convite a reflexões em torno da necessidade de políticas públicas para essa faixa etária. Teve participação especial no evento a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin). [Olho texto='”Poder cuidar da saúde e ficar por dentro dos meus direitos em um evento como esse é muito positivo”‘ assinatura=”Maria da Graça, dona de casa” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O órgão esclareceu dúvidas sobre tipos de crimes, orientou como denunciá-los e deu o passo a passo do funcionamento da Delegacia Eletrônica. A dona de casa Maria da Graça, de 63 anos, considerou a iniciativa importante. “Não costumo sair muito. Poder cuidar da saúde e ficar por dentro dos meus direitos em um evento como esse é muito positivo”. Também presente, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tirou dúvidas jurídicas de idosos e informou sobre seus direitos, entre os quais a gratuidade nos transportes públicos para maiores de 65 anos e o fornecimento de remédios, além de descontos em eventos artísticos, culturais e esportivos. O Hospital Oftalmológico de Brasília ofereceu exames de retina e glaucoma. “O doutor me disse que está tudo bem, agora vou à advogada tirar algumas dúvidas sobre minha aposentadoria”, disse a dona de casa Maria Ivanira dos Santos, de 66 anos, após fazer as consultas clínicas. O secretário do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Gutemberg Gomes, destacou a importância da caravana. “Aproveitamos para falar sobre a nossa rede de proteção aos idosos, o Creas [Centro de Referência Especializado de Assistência Social] e a Decrin, e para conscientizar a população com campanhas educativas.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Outros órgãos, como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Secretaria de Fazenda, o Conselho dos Direitos do Idoso e o Geap (plano de saúde de servidores públicos) também participaram do evento. Outras ações durante o mês Em 21 de junho, a Coordenação dos Idosos participará, como parceira, do 2° Simpósio de Enfrentamento à Violência Contra a Pessoa Idosa, no Auditório 3 da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB), das 8 às 17 horas. A secretaria também tomou a iniciativa de iluminar o Palácio do Buriti na cor lilás, durante todo o mês de junho, em apoio ao Dia de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa. 2° Simpósio de Enfrentamento à Violência Contra a Pessoa Idosa Em 21 de junho (quarta-feira) Das 8 às 17 horas No Auditório 3 da Faculdade de Saúde da UnB Entrada franca Edição: Vannildo Mendes
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