Alergia: quando o medicamento vira risco
Uma dor de cabeça poderia ter sido apenas um incômodo para Vinícius Couto, 55 anos, não fossem outras reações que ele passou a apresentar ao tomar remédios para dor. Ainda jovem, ele começou a perceber que algo não estava certo sempre que usava esse tipo de medicamento. Primeiro surgiu um formigamento discreto, depois manchas vermelhas espalhadas pela pele. “Por volta de 1992, quando eu tinha 22 anos, comecei a sentir um formigamento estranho sempre que tomava remédio para dor”, lembra. A comparação entre os medicamentos que usava revelou o gatilho da reação: a dipirona. “Com paracetamol não acontecia nada. Já com dipirona, a reação surgia e ficava cada vez mais intensa.” Cerca de 7% da população apresenta alergia a algum medicamento; no último ano, 32,4% das reações alérgicas graves no Brasil foram desencadeadas por remédios | Fotos: Divulgação/IgesDF Mesmo atento, acabou ingerindo o medicamento sem querer algumas vezes, e os sintomas retornavam imediatamente. O episódio mais grave aconteceu anos depois, durante uma viagem de carro. Para aliviar uma dor de cabeça, ele tomou um comprimido sem verificar a composição. Minutos após o uso, a reação começou, e não havia farmácia por perto. “Demorei mais de uma hora para achar um antialérgico, e a reação evoluiu. Tive erupção, bolhas e descamação pelo corpo. Algumas manchas permanecem até hoje”, relata. Desde então, a prevenção passou a ser regra. “Nunca mais tomei nenhum medicamento sem verificar antes. E sempre confirmo com os médicos os componentes do que me prescrevem”, afirma. Casos como o de Vinícius são mais frequentes do que se imagina. O alergologista do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), Vítor Pinheiro, alerta que cerca de 7% da população apresenta alergia a algum medicamento. Dados do Registro Brasileiro de Anafilaxia mostram que, no último ano, 32,4% das reações alérgicas graves foram desencadeadas por remédios, o que reforça a gravidade do tema. A data de 14 de dezembro, Dia do Alergista, funciona como um lembrete da importância desses profissionais no cuidado diário, especialmente em um cenário em que a automedicação e a falta de informação ainda colocam vidas em risco. Vítor Pinheiro, alergologista do IgesDF: "Entre os sintomas mais frequentes estão coceira, vermelhidão e inchaço, mas podem ocorrer também alterações respiratórias, gastrointestinais, cardiovasculares e até neurológicas" O que é alergia a medicamentos? Segundo Vítor Pinheiro, as reações de hipersensibilidade a medicamentos, popularmente chamadas de alergias medicamentosas, são respostas adversas inesperadas que podem ocorrer mesmo quando o remédio é utilizado na dose correta. “Essa reação pode surgir com medicamentos comuns, como antibióticos e anti-inflamatórios. Entre os sintomas mais frequentes estão coceira, vermelhidão e inchaço, mas podem ocorrer também alterações respiratórias, gastrointestinais, cardiovasculares e até neurológicas”, explica. [LEIA_TAMBEM]Pacientes que já tiveram algum episódio de alergia apresentam maior probabilidade de desenvolver novas reações com outros medicamentos. O especialista reforça que o uso contínuo de várias medicações aumenta o risco de interações e efeitos colaterais inesperados. Medicamentos que mais causam reações Entre os fármacos mais associados a quadros de hipersensibilidade estão: • Antibióticos, como penicilinas, sulfonamidas e macrolídeos; • Anti-inflamatórios não esteroidais, como dipirona, paracetamol e aspirina; • Quimioterápicos utilizados no tratamento do câncer; • Anestésicos. Arte: IgesDF Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada, que considera os sintomas e o histórico do paciente. Primeiro, são verificados os medicamentos suspeitos e o tipo de reação. Depois, podem ser necessários exames complementares. “Os testes cutâneos são hoje o principal método para avaliar sensibilização, mas, em muitos casos, é necessário realizar testes de provocação para confirmar o medicamento responsável e apontar alternativas seguras. Esses exames devem ser feitos em centros especializados e por profissionais capacitados”, orienta o especialista. Os testes permitem identificar o princípio ativo que desencadeou a reação e evitam que o paciente seja exposto novamente ao agente causador. Vítor reforça que reconhecer e comunicar a alergia é parte essencial do cuidado. “Em caso de suspeita, é importante registrar tudo o que ocorreu. Guardar as caixas dos medicamentos usados, fotografar as lesões, anotar o início e a duração dos sintomas e levar essas informações para a consulta. Orientar a rede de apoio também é fundamental, porque, em uma emergência, isso pode salvar vidas.” Testes cutâneos são o principal método para avaliar sensibilização, mas, em muitos casos, é necessário realizar testes de provocação para confirmar o medicamento responsável e apontar alternativas seguras Fique atento Se você ou alguém da sua família já apresentou alguma reação suspeita após o uso de um medicamento, procure um alergologista. Apenas esse especialista pode avaliar os riscos e indicar os testes adequados. Quando a alergia é confirmada, evitar a automedicação torna-se indispensável. Uma vez estabelecido o diagnóstico, é importante lembrar que a alergia a determinado medicamento costuma acompanhar o paciente por toda a vida. “Por isso, é essencial evitar qualquer produto que contenha o mesmo princípio ativo, seja em creme, colírio, comprimido, solução oral ou injetável. Informar sua condição aos profissionais de saúde pode ser a diferença entre um tratamento seguro e uma reação grave”, alerta o médico. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)
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Ocorrências com pipas na rede elétrica sobem 14% e afetam fornecimento de energia no DF
A Neoenergia Brasília registrou um aumento significativo nos incidentes envolvendo pipas na rede elétrica durante este ano. De janeiro a novembro, foram contabilizadas 411 ocorrências, um aumento de 14% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registradas 360. O número de consumidores impactados também cresceu: 138,5 mil clientes foram afetados neste ano, ante 120,4 mil no ano anterior. O número de ocorrências envolvendo pipas na rede elétrica cresceu 14% de 2024 para 2025, no Distrito Federal | Foto: Divulgação/Neoenergia Com a chegada das férias escolares, cresce o tempo que crianças e adolescentes passam em casa e em áreas de lazer, período em que a prática de soltar pipas se intensifica. Essa brincadeira, quando realizada perto da rede elétrica, pode provocar curtos-circuitos, rompimento de cabos e interrupções no fornecimento. O risco surge quando a linha se enrosca em postes, transformadores ou fiações. “A pipa deve ser empinada apenas em locais amplos e longe da rede elétrica, como campos, parques e áreas descampadas”, alerta Jorge Frota, gerente de Saúde e Segurança da Neoenergia Brasília. “Jamais tente retirar uma pipa presa na fiação. E nunca utilize cerol ou linha chilena, que, além de perigosos para a população, podem danificar os cabos.” A distribuidora reforça que a retirada de pipas presas na rede é uma tarefa exclusiva de profissionais autorizados e treinados. Entrar em subestações, mesmo para buscar brinquedos, é terminantemente proibido e representa grave ameaça à vida. "A pipa deve ser empinada apenas em locais amplos e longe da rede elétrica, como campos, parques e áreas descampadas" Jorge Frota, gerente de Saúde e Segurança da Neoenergia Brasília Dicas para prevenir acidentes com pipas • Evite o uso de fios metálicos ou papel laminado, que podem conduzir energia • Nunca tente retirar pipas enroscadas em cabos • Não utilize cerol ou linha chilena • Não arremesse objetos na rede elétrica, como arames ou correntes • Não solte pipas durante chuva ou ventos fortes; recolha imediatamente em caso de relâmpagos • Atenção redobrada para motociclistas e ciclistas, que podem ser atingidos pela linha. Cuidados no ambiente doméstico Durante as férias, aumenta também o uso de smartphones, videogames e outros eletrônicos. A Neoenergia Brasília orienta que equipamentos só sejam conectados ou desconectados por adultos, sempre segurando o plugue e jamais puxando o fio. Tomadas devem ter protetores, e cabos danificados não devem ser utilizados. “O acompanhamento dos responsáveis é fundamental para evitar acidentes envolvendo eletricidade”, reforça Jorge Frota. Ele destaca a importância de revisar instalações internas e conferir o estado dos fios e aparelhos. [LEIA_TAMBEM]Crianças não devem manusear eletrônicos enquanto carregam as baterias. Em condomínios ou casas, o acesso a quadros de energia, geradores e salas de força deve ser restrito a profissionais habilitados. Em caso de acidentes, a orientação é desligar a chave geral ou o disjuntor e acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros (193) ou o Samu (192). Situações envolvendo a rede de distribuição devem ser comunicadas à Neoenergia Brasília pelo número 116. *Com informações da Neoenergia
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Chuvas intensas e calor acendem alerta para o combate ao mosquito da dengue no DF
Com a chegada da temporada de chuvas ao Distrito Federal, o alerta contra o mosquito Aedes aegypti volta a soar. O clima inconstante, marcado por calor intenso e pancadas de chuva, cria o ambiente ideal para a proliferação do inseto transmissor de arboviroses como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. É o momento ideal para que a população redobre os cuidados e elimine criadouros domésticos, principal foco de reprodução do vetor. Segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES-DF), até a 47ª semana epidemiológica de 2025, foram notificados 23,4 mil casos suspeitos de dengue no Distrito Federal, dos quais 11,4 mil foram classificados como prováveis. Apesar da redução de mais de 93% nos registros em comparação com o mesmo período do ano passado, o risco de nova alta é real com o retorno das chuvas. “O mosquito se aproveita de pequenas quantidades de água parada para se reproduzir. Por isso, é fundamental manter caixas d’água vedadas, calhas limpas e vasos sem acúmulo de água. Um simples descuido pode colocar toda uma vizinhança em risco”, alerta Thaynnara Pires, farmacêutica e epidemiologista de campo do Hospital de Base. O clima inconstante, marcado por calor intenso e pancadas de chuva, cria o ambiente ideal para a proliferação do mosquito da dengue | Fotos: Divulgação/IgesDF Ambiente doméstico é o principal foco De acordo com o Ministério da Saúde, oito em cada dez criadouros do Aedes aegypti estão dentro das residências, em locais como pratos de vasos de plantas, pneus, garrafas, ralos, calhas entupidas e caixas-d’água abertas. O publicitário Bruno Tavares, morador de Águas Claras, lembra que teve dengue em 2023, e o caso foi grave. Ele precisou ser internado, chegou a apresentar plaquetas muito baixas e a doença quase evoluiu para uma dengue hemorrágica. “Se eu não tivesse procurado atendimento rápido, poderia ter sido pior”, conta. Desde então, Bruno vive em estado de alerta. “Meu cuidado é redobrado, principalmente com a minha filha de apenas 2 anos. Passo repelente duas vezes ao dia, nela e em mim, todos os dias”, relata. Ele também se mantém atento ao ambiente onde vive: “Faço registros no condomínio sempre que percebo que o mato está alto e já acionei a vigilância sanitária algumas vezes. Em Águas Claras temos muitos problemas com obras abandonadas, então é preciso estar sempre vigilante”. O repelente pode ser uma das arnas contra dengue, já que o mosquito trasmissor da doença, muitas vezes, se prolifera na casa das pessoas Sintomas A dengue pode começar com sintomas parecidos com os de uma gripe: febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e atrás dos olhos. Mas há sinais que exigem atenção imediata, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos e tontura. Nesses casos, o paciente deve procurar imediatamente uma unidade de pronto atendimento (UPA) ou o hospital mais próximo. “A hidratação é essencial. O uso de medicamentos deve ser feito somente com orientação médica, pois alguns remédios podem agravar o quadro”, explica o infectologista do Hospital de Base, Tazio Vanni. [LEIA_TAMBEM]Medidas que fazem a diferença • Esvazie e lave com escova e sabão recipientes que acumulam água. • Tampe caixas-d’água e reservatórios. • Evite acúmulo de lixo e entulho em quintais e calçadas. • Limpe calhas e ralos regularmente. • Coloque areia nos pratos de plantas. • Use repelente e instale telas de proteção em janelas. Os wolbitos, mosquitos inoculados com a bactéria wolbachia, são aliados no combate à dengue Wolbitos: aliados tecnológicos no combate à dengue Com tecnologia inédita e produção própria de mosquitos com wolbachia, o Distrito Federal entra em uma nova fase no enfrentamento à dengue, reduzindo a circulação viral e ampliando as estratégias de proteção à população. Além das ações de conscientização, a SES-DF ampliou o uso de uma tecnologia inovadora no controle do Aedes aegypti: os wolbitos. A iniciativa, desenvolvida em parceria com o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), consiste na liberação de mosquitos infectados com a bactéria wolbachia, que impede a transmissão dos vírus da dengue, zika e chikungunya. A técnica não elimina o mosquito, mas o torna incapaz de transmitir as doenças, reduzindo de forma significativa a circulação viral. A wolbachia é uma bactéria presente naturalmente em muitos insetos e não oferece risco para humanos, animais ou para o meio ambiente. “É um método sustentável e seguro. Os wolbitos, mosquitos inoculados com wolbachia, se reproduzem com os da natureza e, ao longo do tempo, essa característica se espalha pela população local, reduzindo a circulação viral”, explica Thaynnara. A capital federal conta com uma biofábrica própria, inaugurada em setembro de 2025, capaz de produzir milhões de wolbitos por semana. As primeiras solturas estão ocorrendo em dez regiões administrativas, com expansão prevista para todo o território até 2026. “Os wolbitos são uma ferramenta complementar. Mas o combate à dengue continua dependendo do engajamento da população. O poder público faz a parte dele, e cada cidadão precisa fazer a sua”, reforça Thaynnara. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)
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Alunos do Sol Nascente/Pôr do Sol participam de palestras sobre cuidado no período chuvoso
Foram realizadas nesta terça-feira (11), no Colégio JK, no Trecho 3 do Sol Nascente, duas palestras sobre prevenção e cuidados durante o período chuvoso, realizadas em parceria entre Defesa Civil e Administração Regional do Sol Nascente/Pôr do Sol. Os dois eventos iniciais ocorreram no dia 30 de outubro, no Centro de Ensino Fundamental 32 do Pôr do Sol. As palestras, que são realizadas uma a cada período (matutino e vespertino), são formatadas observando conceitos pedagógicos, que incluem atividades lúdicas e linguagem direcionada ao público infantil e infanto-juvenil, utilizando recursos audiovisuais, distribuição de cartilha ilustrada e incentivo à ampla participação dos alunos. A atividade é mais uma etapa do conjunto de ações que fazem parte da força-tarefa, instituída por iniciativa da administração regional desde setembro deste ano, e da qual fazem parte a Defesa Civil, Secretaria de Obras e Infraesterutura, Novacap, SLU e Regional de Ensino da Ceilândia. A força-tarefa vem desenvolvendo ações de limpeza de bocas de lobo, poda de árvores, mutirões de limpeza e campanhas de conscientização da população, palestras nas escolas, entre outras. Em sua participação durante a palestra, o administrador em exercício, Felipe Lira, falou sobre a importância da parceria entre os órgãos do GDF para atuar de forma conjunta no atendimento às demandas da comunidade, além de reforçar o papel dos alunos na prevenção de problemas de alagamentos e inundações. "A participação de todos vocês é muito importante, conversem com seus amigos e parentes sobre o perigo de jogar lixo em locais inadequados e que possam ser levados pela correnteza da chuva, causando alagamentos." Já para o tenente Cairo Souza, da Defesa Civil, "é extremamente gratificante e positivo esse trabalho de prevenção realizado com os alunos. Eles prestam a atenção, participam ativamente, e com certeza são um excelente caminho para a informação chegar até os seus familiares". Confira o calendário de palestras nas escolas do Sol Nascente/ Pôr do Sol: - 17/11/2025 - EC 40 - P Norte / Trecho II de Sol Nascente; - 20/11/2025 - EC P Norte - Trecho II de Sol Nascente; - 25/11/2025 - CEF 28 - Trecho III de Sol Nascente; - 27/11/2025 - EC 66 - Trecho III de Sol Nascente. *Com informações da Administração Regional do Sol Nascente/Pôr do Sol
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