Direitos dos pacientes e acolhimento emocional marcam o 2º dia do Simpósio de Cuidados Paliativos do Hospital Regional de Santa Maria
No segundo dia do Simpósio de Cuidados Paliativos do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), profissionais de saúde, estudantes, familiares e convidados se reuniram para trocar experiências e aprofundar conhecimentos sobre práticas que promovem dignidade e qualidade de vida aos pacientes. O auditório da unidade recebeu um público expressivo, atento às discussões e interessado em ampliar sua compreensão sobre o cuidado integral. A abertura ficou a cargo da enfermeira paliativista e idealizadora do simpósio, Léia Lima, que leu uma carta emocionante escrita pela família de um paciente do Hospital Cidade do Sol (HSol), em Ceilândia. Repleta de gratidão, a mensagem destacou o acolhimento, a sensibilidade e a dedicação da equipe de cuidados paliativos durante o tratamento e a fase final de vida do paciente, emocionando todos os presentes. Auditório do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) recebeu um público expressivo, atento às discussões e interessado em ampliar sua compreensão sobre o cuidado integral | Fotos: Divulgação/IgesDF A programação contou com palestras que abordaram temas essenciais da assistência paliativa. A advogada Nelma Melgaço falou sobre os direitos dos pacientes e diretivas antecipadas. Em seguida, o enfermeiro Raphael Santiago apresentou a hipodermóclise como alternativa viável para o controle de sintomas. Encerrando a tarde, a psicóloga Juliana Siquinelli discutiu o sofrimento emocional nos cuidados paliativos, destacando abordagens terapêuticas que promovem conforto e acolhimento. Entre os participantes estava Noemy Santiago, estudante de enfermagem, que compartilhou o quanto a temática desperta seu interesse. “É uma área que me chama muita atenção, tanto que foi o tema do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), voltado ao cuidado de idosos com demência avançada. É uma área em que pretendo atuar futuramente”, conta. Noemy também destacou a importância do papel da enfermagem nesse tipo de cuidado. “Muitos não percebem o quanto o enfermeiro está presente, acompanhando cada etapa do paciente, observando, cuidando e desenvolvendo ações que fazem toda a diferença tanto para ele quanto para a família”, explica. Léia Lima: “Durante os dois dias, o auditório permaneceu cheio e a transmissão pela internet bateu recorde de visualizações. Isso mostra o quanto as pessoas querem compreender melhor os cuidados paliativos" O simpósio também foi transmitido virtualmente pelo canal do IgesDF no YouTube, ampliando o alcance das discussões. Segundo Léia Lima, a grande adesão reforça o interesse e a necessidade de debater o tema. “Durante os dois dias, o auditório permaneceu cheio e a transmissão pela internet bateu recorde de visualizações. Isso mostra o quanto as pessoas querem compreender melhor os cuidados paliativos. É muito gratificante ver esse movimento de aprendizado se fortalecendo entre profissionais e comunidade”, destaca. Ao final, os palestrantes abriram espaço para perguntas e troca direta com o público, encerrando o dia com reflexões sobre empatia, escuta ativa e valorização da vida e sorteio de brindes, reafirmando o compromisso do HRSM com um cuidado humanizado e integral. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF)
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Atenção domiciliar de equipe multidisciplinar do Hospital Regional de Ceilândia transforma a vida de famílias
O sorriso do pequeno Heitor Miranda, de 1 ano e 2 meses, é reflexo de um cuidado afetuoso e especializado. Diagnosticado com paralisia cerebral devido a intercorrências no parto, desde dezembro de 2024 ele é acompanhado pela equipe multiprofissional do Núcleo Regional de Atenção Domiciliar (Nrad) do Hospital Regional de Ceilândia (HRC). “Todos os benefícios que o Heitor teve até agora vieram depois do apoio do Nrad. É uma assistência que não é só para ele, é para mim também; me sinto acolhida, amparada”, conta a mãe, Ingrid Mariana Miranda, 24. "É uma assistência que não é só pra ele, é para mim também; me sinto acolhida, amparada”, conta a mãe do pequeno Heitor, Ingrid Mariana Miranda | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF No HRC, o zelo com crianças como Heitor começa ainda no ambiente hospitalar, mais precisamente na Enfermaria de Cuidados Prolongados. O espaço foi pensado para acolher pacientes pediátricos que dependem de tecnologias para sobreviver e que precisam de uma transição segura entre a alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o cuidado em casa. “Na enfermaria, os pais e responsáveis são preparados para oferecer ao filho um cuidado seguro e com qualidade em casa”, explica a pediatra paliativista Andréa Araújo. A médica ressalta que o serviço surgiu diante da demanda crescente por atenção especializada a crianças com doenças neurológicas ou crônicas complexas. “Essas crianças merecem viver com dignidade e o mínimo de sofrimento possível. Buscamos a estabilidade clínica e cuidamos do paciente em sua totalidade, incluindo o direito de brincar e estudar.” Atenção domiciliar [LEIA_TAMBEM]Após a alta, os pacientes são acolhidos pela equipe do Nrad, parte do Programa Melhor em Casa, do Ministério da Saúde. Voltado a indivíduos com limitações temporárias ou permanentes, o programa busca evitar internações prolongadas ao proporcionar tratamento no ambiente familiar, o que melhora o conforto e a recuperação. Atualmente, o HRC atende 30 crianças com cuidados paliativos em casa, cujos perfis variam entre doenças neurológicas e condições cardíacas e pulmonares. O serviço é composto por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, técnicos de enfermagem, cirurgiões-dentistas e assistentes sociais. O atendimento é rotativo e adaptado a cada caso. “Nossa missão é preparar a família para essa nova etapa, acolher a mãe e orientar sobre os cuidados em casa”, explica a fisioterapeuta Raiana Dantas. Segundo a profissional, muitas mães deixam o trabalho para ficar com os filhos. “Ceilândia tem alta vulnerabilidade social. Além do cuidado com o paciente, também olhamos para essa mãe, acolhendo e, sempre que possível, ajudando na reinserção ao mercado de trabalho”, explica. A enfermeira Laura Carreiro, que também acompanha o pequeno Heitor, reforça que a assistência vai além do técnico. “Nosso suporte é emocional. Somos o momento de escuta e orientação para mães como a Ingrid”, conta. A mãe confirma: “O Heitor sorri, tenta sentar, responde aos estímulos. Minha vida mudou mil vezes desde que a equipe entrou na nossa rotina”, celebra. Com uma atuação que vai até o fim da vida do paciente, o acompanhamento da equipe segue com apoio emocional ao luto das famílias. “Nosso trabalho não acaba com a partida do paciente. Acolher quem fica é também um gesto de cuidado”, avalia a psicóloga do Nrad, Thatiana Gimenes. *Com informações da SES-DF
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Nem sempre é o fim: cuidados paliativos abrangem pacientes com qualquer doença grave ou crônica
“Ao contrário do que muita gente acha, não é sempre sobre o fim da vida. No meu caso, foi um começo de esperança, uma oportunidade, um acolhimento humanitário.” Este é o relato da paciente Luciana de Almeida, 49, diagnosticada com um câncer raro na região óssea do cóccix. Há sete anos, ela é acompanhada pela equipe de cuidados paliativos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). “É essencial desmistificar a ideia de que os cuidados paliativos só devem ser empregados quando não há mais possibilidade de tratamento” Melissa Gebrim Ribeiro Nieto, médica paliativista “É essencial desmistificar a ideia de que os cuidados paliativos só devem ser empregados quando não há mais possibilidade de tratamento. Mesmo em doenças com perspectiva de cura, há sofrimento físico, psicológico e social que pode precisar desse suporte. Atendemos pacientes com qualquer doença ameaçadora à vida, com qualquer prognóstico e em qualquer estágio da evolução natural da doença”, descreve a médica paliativista da SES-DF, Melissa Gebrim Ribeiro Nieto. Na rede pública, o tratamento paliativo envolve o trabalho de diversos profissionais, como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, odontólogos e farmacêuticos. O serviço é acessado por meio de um pedido de parecer feito por qualquer profissional da equipe assistente do paciente, desde que a demanda seja especificada. O tratamento paliativo envolve o trabalho de diversos profissionais, como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, odontólogos e farmacêuticos | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Entre as doenças tratadas pela área estão câncer, Parkinson, esclerose múltipla, cardiopatias, problemas pulmonares crônicos, Aids, traumatismo craniano grave e doenças neurológicas, genéticas ou congênitas incuráveis, entre outras. Mais qualidade de vida Dados do Ministério da Saúde apontam que há mais de 625 mil pessoas em cuidados paliativos no país. Para a coordenadora da Atenção Especializada à Saúde da SES-DF, Julliana Tenorio Macêdo de Albuquerque Costa, esse tipo de apoio é crucial para garantir dignidade e qualidade de vida ao paciente. “Além de humanizar a assistência, esses cuidados reduzem internações desnecessárias, melhoram a eficiência do sistema de saúde e asseguram um cuidado integral, respeitando as necessidades individuais”, explica a gestora. Cada caso é individualizado, e as condutas são ajustadas conforme a proporcionalidade terapêutica e as demandas do paciente e de sua família, prevendo abordagens nos campos emocional, físico, social e espiritual. Trata-se de um cuidado flexível, que pode ser realizado em diferentes locais, de acordo com cada situação. “O tratamento é oferecido pela SES-DF em nível hospitalar e ambulatorial, além de capacitar muitos servidores dos Núcleos Regionais de Atenção Domiciliar (Nrads)”, assegura a referência técnica distrital (RTD) colaboradora em Cuidados Paliativos, Cristiane de Almeida Cordeiro. É possível contar com esse tipo de apoio em casa, nos hospitais regionais ou ainda por meio de uma internação na enfermaria especializada do Hospital de Apoio de Brasília (HAB). Era o caso de Creuza Alves do Nascimento, 81. Diagnosticada com Alzheimer, ela foi acompanhada pela equipe de cuidados paliativos no ambulatório do HAB. Nesse auxílio, os profissionais realizaram, por exemplo, reuniões familiares por videochamada com uma das filhas de Creuza, que morava longe. Arte: Divulgação/Agência Saúde-DF “Foi um atendimento que impactou positivamente. Desde o início até o final do tratamento, observamos o quanto minha sogra ganhou dignidade. Sem esse apoio, acredito que teríamos tido muito mais dificuldades. Foi um período em que usufruímos de todo o potencial humano da equipe. De coração, só temos a agradecer”, conta Luiz Cláudio Batista, genro de Creuza. Ela faleceu em agosto de 2024. *Com informações da SES-DF
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Equipe do HRSM participa de capacitação sobre cuidados paliativos
Semanalmente, a equipe de Cuidados Paliativos do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) realiza um encontro com a equipe multidisciplinar do pronto-socorro adulto, com o objetivo de capacitar os profissionais e discutir os casos dos pacientes internados que se enquadram ou necessitam de cuidados paliativos. A iniciativa completou um ano, e a ideia é expandir o projeto para todos os setores do hospital. Os encontros ocorrem todas as quintas-feiras pela manhã, com capacitação teórica e discussão de casos clínicos. Uma vez por semana, a equipe de Cuidados Paliativos do Hospital Regional de Santa Maria se reúne para estudar casos e trocar experiências | Foto: Divulgação/IgesDF “Nosso objetivo é conseguir alinhar o tratamento de cuidados paliativos mesmo no pronto-socorro, que é um cenário muito desafiador. Além disso, conseguimos discutir sobre os pacientes com uma visão multidisciplinar, ouvindo a opinião de cada membro da equipe. Cada um tem a oportunidade de relatar o que viu, o que avaliou do paciente e distribuir as demandas para suas respectivas áreas”, explica a médica paliativista do HRSM, Brunna Rezende. No pronto-socorro, o maior desafio é o fato de não haver médicos fixos, já que todos são plantonistas, além de garantir um cuidado paliativo adequado, considerando que os pacientes são liberados muito rapidamente. Os encontros capacitam a equipe para tratar sintomas, realizar o atendimento do paciente, acolher a família e lidar com o cuidado multidisciplinar “A ideia é que os pacientes que continuam internados já subam para a enfermaria com o planejamento de cuidados paliativos pré-definido. Isso ajuda muito a organizar como será o tratamento desse paciente durante toda a sua trajetória no hospital”, informa Brunna. De acordo com o gerente de Emergência do HRSM, Felipe Augusto Oliveira, o encontro de cuidados paliativos nasceu da necessidade do hospital de oferecer uma melhor assistência para esse perfil de pacientes. “São pessoas idosas, com múltiplas comorbidades, com limitação de capacidade cognitiva, muitas vezes acamadas e dependentes dos familiares para a maioria dos cuidados, que entram em um limite terapêutico. Às vezes, a cura não é possível, o que causa frustração”, destaca. Assim, os encontros capacitam a equipe para tratar sintomas, realizar o atendimento do paciente, acolher a família e lidar com o cuidado multidisciplinar, que também aborda o aspecto psicossocial e a carga emocional da doença para o paciente e a família. “Vimos uma resposta muito positiva, tanto na equipe, que sentia necessidade de discutir e aprimorar esses conhecimentos, quanto na melhoria dos cuidados com esses pacientes”, garante Felipe. Os cuidados paliativos levam em consideração a funcionalidade e os valores de cada paciente para realizar um planejamento de cuidados personalizado Indicação A indicação de cuidados paliativos não significa que o paciente está em fim de vida, mas sim que existe a necessidade de um planejamento de cuidados que leve em consideração a funcionalidade e os valores de cada paciente. Dessa forma, evitam-se exames desnecessários ou até se facilita a realização de exames que precisam ser feitos mais rapidamente. “Às vezes, significa não realizar uma biópsia; outras vezes, o paciente já tinha um tratamento anterior que ninguém teve tempo de perguntar, ou que ninguém sabia, e, ao pararmos para ouvir o paciente e a família, acabamos descobrindo coisas que ficaram perdidas. Dessa forma, conseguimos alinhar o planejamento que às vezes já existia ou então começar um novo”, afirma Brunna. Através do planejamento de cuidados paliativos, também é possível oferecer maior qualidade de vida e programar a alta do paciente, com o suporte do Núcleo Regional de Atenção Domiciliar (Nurad), pois, às vezes, o enfermo precisará de um suporte maior em casa. “Com o planejamento, esses pacientes e familiares têm menos dúvidas, têm espaço para fazer perguntas e conseguem um acesso mais humanizado para entender o que está acontecendo com eles. Então, tem sido muito positiva essa troca com a equipe multidisciplinar”, avalia Brunna. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)
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