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Domingo de dor, segunda-feira de choque: como descobri que tive um AVC aos 22 anos

Eu tinha 22 anos. Era um domingo quando tudo começou com uma dor de cabeça fora do normal e a visão escurecendo aos poucos, uma sensação que jamais havia experimentado. Pensei que fosse apenas uma enxaqueca. Dormi mal e, na manhã seguinte, acordei com o lado esquerdo dormente, o olho avermelhado e a fala enrolada. Tentei seguir o dia normalmente, fui para o trabalho e, ao tentar conversar, percebi que a língua não obedecia. As palavras saíam confusas. Procurei socorro imediatamente. O diagnóstico veio rápido: Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico, algo que jamais imaginaria viver tão jovem. Hoje, com o corpo reabilitado e a memória reconstruída pouco a pouco, entendo o quanto é importante reconhecer os sinais e agir rápido | Foto: Alberto Ruy/IgesDF Nos dias seguintes, o impacto real apareceu. Perdi parte da memória, lembrava quem eu era, mas não o que havia vivido naquele período. Era como se pedaços da minha história tivessem sido apagados. Também perdi a fluência em idiomas que dominava, algo que os médicos explicaram ser possível devido à região do cérebro afetada. Fiquei com paralisia no lado esquerdo do rosto e no braço por cerca de seis meses. A fisioterapia, os exercícios diários e o apoio da família foram essenciais para a recuperação. Hoje, com o corpo reabilitado e a memória reconstruída pouco a pouco, entendo o quanto é importante reconhecer os sinais e agir rápido. Casos de AVC em jovens crescem no mundo O Dia Mundial de Combate ao AVC, celebrado nesta quarta-feira (29), reforça a importância da prevenção e do diagnóstico rápido dessa condição que continua entre as principais causas de morte e incapacidade no mundo. A campanha global deste ano traz o lema “Cada minuto conta”, destacando a urgência de reconhecer os sinais precoces e agir imediatamente diante de qualquer suspeita. “Hábitos de vida pouco saudáveis e condições ambientais contribuem para esse aumento. Por isso, a prevenção e o diagnóstico rápido são fundamentais” Letícia Rebello, coordenadora do programa AVC no Quadrado Segundo a neurologista Letícia Rebello, referência nacional em AVC e coordenadora do programa AVC no Quadrado, da Secretaria de Saúde (SES-DF), o aumento de casos entre jovens está relacionado principalmente ao estilo de vida e à prevenção tardia.  “O que antes representava fatores de risco típicos de idosos, como hipertensão e diabetes, está aparecendo cada vez mais cedo”, pontua a médica. “Hábitos de vida pouco saudáveis e condições ambientais contribuem para esse aumento. Por isso, a prevenção e o diagnóstico rápido são fundamentais.” Nos últimos anos, o número de AVCs entre pessoas mais jovens tem aumentado de forma preocupante. Um estudo publicado pela revista científica The Lancet Neurology, em outubro de 2024, apontou um crescimento global de 14,8% nos casos de AVC em pessoas com menos de 70 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a World Stroke Organization (WSO) alertam que o AVC já está entre as principais causas de morte e incapacidade em adultos entre 15 e 49 anos, com impacto crescente em países em desenvolvimento. O alerta é global, mas também está cada vez mais próximo de nós. No Brasil, dados da Rede Brasil AVC indicam que cerca de 18% dos casos registrados ocorrem em pessoas de 18 a 45 anos, um índice alto para uma faixa etária que tradicionalmente não se via em risco. A neurologista da SES-DF ressalta que o programa AVC no Quadrado ajuda a garantir que cada vez mais pessoas tenham acesso rápido ao diagnóstico e tratamento. “Além disso, o programa vem para organizar o atendimento intra-hospitalar para tratar mais pacientes, no menor tempo possível”, aponta. “Uma vez que o tempo é um grande inimigo do AVC, quanto mais cedo for o atendimento, e mais rápido o tratamento, maiores as chances de recuperação e menores as sequelas”. Tipos de AVC “Ser jovem não protege ninguém do AVC. A rotina sedentária, o estresse e os hábitos alimentares também têm peso importante” Carlos Uribe, neurologista do IgesDF O AVC acontece quando o fluxo de sangue para o cérebro é interrompido ou comprometido, causando a morte de células nervosas na região afetada. Existem dois tipos principais: o AVC isquêmico, como o que tive, que ocorre quando um vaso sanguíneo é obstruído, e o AVC hemorrágico, causado pela ruptura de um vaso cerebral. Cada tipo apresenta riscos e sequelas diferentes, mas ambos exigem atenção imediata: quanto mais rápido o diagnóstico e o tratamento, maiores as chances de recuperação. Para o neurologista Carlos Uribe, do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), é urgente desfazer a ideia de que o AVC é uma doença exclusiva da terceira idade. “Ser jovem não protege ninguém do AVC”, observa. A rotina sedentária, o estresse e os hábitos alimentares também têm peso importante”. [LEIA_TAMBEM]Veja abaixo os principais sintomas de AVC listados pelo médico. ⇒ Dormência ou fraqueza em um lado do corpo; ⇒ Boca torta; ⇒ Dificuldade para falar ou compreender; ⇒ Perda de visão, escurecimento ou visão dupla; ⇒ Tontura, perda de equilíbrio ou confusão mental; ⇒ Dor de cabeça súbita, intensa ou diferente do habitual. Por que meu alerta importa Eu vivi o que parecia improvável. Passei por meses de reabilitação, reaprendendo a movimentar o corpo e reorganizar a mente. Tive medo, dúvidas e, por um tempo, senti que havia perdido parte de quem eu era. Mas hoje, depois de 20 anos, ao contar minha história,  quero que outros reconheçam os sinais e ajam rápido. O meu AVC foi um divisor de águas. Hoje, com saúde e gratidão, transformo aquele episódio em propósito: alertar outros jovens para que reconheçam os sinais e não hesitem em buscar ajuda. Porque o AVC não tem idade, e, às vezes, o primeiro sintoma é acreditar  que ele nunca vai acontecer com você.      

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Moradores do Jardins Mangueiral se reúnem com médicos uma vez por semana para prevenir hipertensão e diabetes

Ágil, acolhedor e resolutivo. Assim funciona o Encontro HiperDIA, da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Jardins Mangueiral, criado para atender pacientes com hipertensão e diabetes de forma prática, próxima e eficiente. Entre os objetivos da iniciativa, está o de facilitar o controle das doenças crônicas, garantir o uso correto das medicações e fortalecer o vínculo entre a comunidade e a equipe de saúde. “A proposta é oferecer um encontro rápido, mas que mantenha o paciente acompanhado e seguro. Ele faz aferições, renova receitas e recebe orientações na hora. É um cuidado simples, mas essencial, que não substitui a consulta médica, e sim complementa o acompanhamento regular”, afirma o médico de família e comunidade, Sérgio Leuzzi. A cada semana os profissionais da UBS 1 do Jardins Mangueiral vão a um condomínio do bairro | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde DF Encontros Os atendimentos do HiperDIA são realizados todas as terças-feiras, das 14h às 17h, em um condomínio por semana, nas quatro quadras da região: Quadra 1 (Jardins dos Muricis), Quadra 2 (Jardins dos Buritis), Quadra 3 (Jardins dos Ipês) e Quadra 4 (Jardins dos Jacarandás).  As datas dos encontros podem ser consultadas na UBS 1 do Jardins Mangueiral, nos grupos de WhatsApp dos condomínios ou diretamente com os síndicos de cada quadra. A ação é conduzida por uma equipe multiprofissional composta por médico, enfermeira, duas técnicas de enfermagem e dois agentes comunitários de saúde (ACS), que, juntos, realizam cerca de 100 atendimentos mensais. "Trazer o atendimento até aqui faz toda a diferença. É um gesto de acolhimento, mostra que a UBS realmente está cuidando da gente de forma próxima e atenciosa" Thaís Araújo Moradora da Quadra 1, Thais Araújo, 51 anos, participou do encontro junto com a mãe e elogia a iniciativa. “Conheci o grupo pelo WhatsApp do condomínio e achei a ideia maravilhosa. Minha mãe tem quase 80 anos e algumas limitações físicas. Trazer o atendimento até aqui faz toda a diferença. É um gesto de acolhimento, mostra que a UBS realmente está cuidando da gente de forma próxima e atenciosa”, disse. Região Localizado na Região Administrativa do Jardim Botânico, o Jardins Mangueiral é um bairro em crescimento, com população ativa e rotina acelerada. Pensando nesse perfil, a equipe Safira da UBS 1 implantou o Encontro HiperDIA com uma proposta inovadora que une educação em saúde, monitoramento clínico e aproximação comunitária.  Os resultados já são visíveis. “Temos conseguido alcançar pacientes que há tempos não procuravam o serviço de saúde, muitos com receitas vencidas ou exames atrasados. Além disso, o retorno da comunidade tem sido muito positivo, mostrando que essa estratégia realmente aproxima o cuidado da realidade dos moradores e fortalece o vínculo com a equipe”, aponta a enfermeira da equipe, Bruna Brasil.   *Com informações da Secretaria de Saúde do DF

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Centro de Atenção ao Diabetes e Hipertensão Adulto e Infantil comemora sete anos de atuação

Há sete anos a população da Região Leste de Saúde do Distrito Federal (Paranoá, São Sebastião, Itapoã e Jardim Botânico) conta com os serviços do Centro de Atenção ao Diabetes e Hipertensão Adulto e Infantil (Cadh/Cadhin). Profissionais e pacientes se reuniram para uma tarde de convivência fora do ambiente assistencial, na terça-feira (10), na tenda localizada ao lado do Centro de Atenção Psicossocial II, no estacionamento do Hospital da Região Leste (HRL). A comemoração de aniversário buscou oferecer o autocuidado de forma prática a crianças e adultos | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Como parte da programação, os adultos puderam usufruir de atividades de alongamento e relaxamento, receberam instruções e kits de higiene fornecidos por profissionais de saúde bucal. Para o público infantil, as orientações foram transmitidas por meio de teatro de fantoches e de oficina culinária, com o preparo de panquecas de banana levando em conta a quantidade de carboidratos. Para a endocrinologista da unidade Roberta Barros, o evento promove bem-estar. “Aproveitamos a oportunidade para oferecer uma experiência de autocuidado de forma prática, juntamente com a comemoração de aniversário do centro”, celebra. Acompanhada dos pais e dos irmãos, Thayna Nascimento da Conceição, 17, é assistida pela equipe do Cadh/Cadhin desde os 11 Thayna Nascimento da Conceição, 17, ficou contente com a ação. Desde os 11 ela é assistida pela equipe multiprofissional do Cadh/Cadhin, quando recebeu o diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1. “Para a gente, foi um divisor de águas”, assegura o pai, Jovemário da Conceição. Sua família não dispunha de recursos para pagar os exames periódicos (anuais e mensais) da filha mais velha. Hoje, os procedimentos são realizados por meio do ambulatório especializado. “Tínhamos que ir até o Plano Piloto procurar pelo serviço”, lembra a mãe, Tamires Nascimento. Atenção especializada A jovem é parte dos quase 1,3 mil usuários em atendimento ativo pela unidade. Apenas no primeiro semestre deste ano, foram inseridos 358 novos usuários. O Cadh/Cadhin é um dos três centros especializados disponíveis no DF para pacientes com diabetes mellitus (tipo 1 ou 2) e hipertensão arterial sistêmica de alto ou muito alto risco, associados ou não. As outras unidades estão localizadas no Guará, Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca (Cedhic); e na Asa Norte, o Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh). A marcação da primeira consulta é feita pela rede de unidades básicas de saúde (UBSs). *Com informações da SES-DF  

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UBSs investem no diagnóstico precoce de hipertensão, fator de risco para diversas doenças

Nesta sexta-feira (26), o Brasil volta sua atenção para o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão, um inimigo silencioso que atinge 50,7 milhões de pessoas, o equivalente a 45% da população brasileira, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A data busca ressaltar a importância do diagnóstico precoce e tratamento da doença, mas também destaca sua associação com condições graves como acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio e problemas renais. A hipertensão está associada a condições graves como acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio e problemas renais | Foto: Breno Esaki/ Agência Saúde-DF De acordo com a cardiologista Edna Maria Marques de Oliveira, da Secretaria de Saúde do Distrito federal (SES-DF), a hipertensão é um fator de risco significativo para diversas doenças, incluindo as cerebrocardiovasculares, responsáveis pela maioria das mortes em todo o mundo. “O controle da pressão arterial é fundamental, incluindo diagnóstico precoce, adesão ao tratamento e mudanças nos hábitos alimentares”, destaca. Ainda segundo a especialista, apesar de muitos não apresentarem sintomas, a condição pode ser fatal se não controlada. As 176 unidades básicas de saúde (UBSs) do DF contam com equipes de Saúde da Família (eSF) capazes de oferecer o diagnóstico e dar início ao tratamento. A rede disponibiliza ainda o Programa de Hipertensão Arterial e Diabetes (HiperDia), que permite gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes portadores da doença assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A doméstica Maria Helena Martins sofria com dores de cabeça intensas até receber o diagnóstico de hipertensão: “O tratamento logo no início trouxe resultados significativos” | Foto: Jhonatan Cantarelle/ Agência Saúde-DF Diagnóstico precoce Depois de descobrir a hipertensão durante consulta para cirurgia bariátrica, a doméstica Maria Helena Martins, 45, faz acompanhamento no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh). Ela ilustra a importância do diagnóstico e tratamento precoces – a paciente enfrentava quadros recorrentes de dor de cabeça intensa. “Eu estava em uma consulta rotineira, quando a médica pediu exames. Eles apontaram hipertensão”, conta. Com o diagnóstico nas mãos e recomendações, Maria adotou medidas drásticas em sua rotina, como a prática regular de exercícios físicos e a modificação dos hábitos alimentares. “O tratamento logo no início trouxe resultados significativos, como perda de peso e redução da necessidade de medicamentos para dor de cabeça.” Segundo o portal Cardiômetro, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, até o início do mês de abril ocorreram mais de 102 mil mortes em decorrência de doenças cardiovasculares no país. Os números chamam a atenção para a prevalência dessa condição entre os brasileiros, assim como ressaltam a importância da conscientização, prevenção e tratamento adequado para combater a doença, que ameaça a saúde de milhões em todo o mundo. Ainda de acordo com dados da OMS, a doença afeta 1,3 bilhão de pessoas globalmente, muitas das quais não estão cientes de sua condição. Segundo o relatório, o diagnóstico precoce e controle da doença são pilares essenciais da Atenção Primária à Saúde *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)

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