Produtores rurais são capacitados para uso eficiente da irrigação no início da seca
Com o início do período de estiagem no Distrito Federal, agricultores do assentamento Três Conquistas, no Paranoá, participaram, na última semana, de um curso sobre irrigação consciente promovido pelo Governo do Distrito Federal (GDF). A iniciativa, coordenada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), orienta os produtores sobre o uso racional da água nas lavouras e sobre como garantir produtividade sem desperdício. A capacitação “Como ganhar mais dinheiro com irrigação eficiente” é oferecida todo ano, preferencialmente no começo da seca. Nesta edição, foram reunidos 12 agricultores da região para participar dos dois dias de formação, com foco em técnicas de manejo, cálculo da lâmina correta de irrigação, identificação de vazamentos e práticas que evitam o uso excessivo de água — fator que pode prejudicar tanto o cultivo quanto o meio ambiente. Rafael Lima de Medeiros: "O curso ajuda o produtor a economizar e, ao mesmo tempo, aumentar a área produtiva" | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília “Brasília se caracteriza por duas situações muito marcantes: a seca e o período chuvoso. Nesse cenário, a irrigação é o que viabiliza a produção rural. Mas é uma prática dispendiosa, tanto em energia quanto em água. O curso ajuda o produtor a economizar e, ao mesmo tempo, aumentar a área produtiva”, explicou o gerente da Emater-DF no Paranoá, Rafael Lima de Medeiros. Segundo ele, há várias técnicas capazes de promover o uso consciente da água. O diferencial está no conhecimento do produtor sobre o próprio sistema que abastece a propriedade: “O uso exagerado causa prejuízos, como podridão de raízes e doenças fúngicas, especialmente em tempos mais frios. O manejo correto protege a lavoura e evita desperdício”, reforçou Rafael. Além da capacitação, a Emater-DF mantém 15 escritórios espalhados pelo DF, atuando também na zona rural, com assistência técnica e orientação sobre políticas públicas e práticas agrícolas. Conscientização no campo Itamar Martins: "A gente tem que saber manejar com consciência para não faltar água no futuro" Para o agricultor Itamar Martins, de 59 anos, que cultiva tomate, pimentão, limão e hortaliças em uma área de 4,5 hectares, a capacitação ajuda não só a aumentar a produção, como também a reduzir os custos. [LEIA_TAMBEM] “Eu tenho de tudo um pouco, e a Emater sempre vem aqui para orientar a gente. Esse curso vai melhorar nossa conscientização para usar a água com responsabilidade. A gente tem que saber manejar com consciência para não faltar água no futuro. Além disso, evita desperdício e ajuda a modernizar o nosso equipamento”, destacou. Já para o agricultor Mariano da Gama, 72, a capacitação é uma oportunidade de aprender a valorizar o próprio tempo. “A gente perde muito tempo arrumando mangueira e irrigando mais do que o necessário. Esse curso ajuda porque o tempo é ouro. A Emater capacita muito bem os produtores e sempre traz algo novo”, avaliou.
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Com o uso de tecnologias, novas variedades de mandioca podem chegar a produzir 64 t por hectare
A popularidade da mandioca se deve não apenas à versatilidade culinária da planta, mas também ao uso integral, que contribui para a sustentabilidade e agrega valor à cadeia produtiva. Desde a raiz até as folhas, a mandioca tem mostrado potencial, tanto no consumo humano quanto na indústria de alimentação animal. No Distrito Federal, o número de produtores que cultivam a planta passou de 921, em 2019, para 1920, em 2023 – um aumento de 108,4%. Responsável pelo programa de olericultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), Antonio Dantas explica: “A mandioca tem deixado de ser uma cultura marginalizada, em que os produtores cultivavam sem correção de solo, adubação e tecnologias. Hoje, vemos muitos produtores investindo na mandioca, com uso de novas cultivares, adoção de tecnologias na produção que contribuem para o aumento de produtividade”. Mais de 50 propriedades rurais são parceiras na validação de tecnologias e servem de unidades demonstrativas | Fotos: Divulgação/Emater-DF A adoção de tecnologias pelos produtores se deve, principalmente, ao trabalho articulado entre a Emater-DF, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cerrados) e a Universidade de Brasília (UnB). “O trabalho de articulação entre o serviço público de extensão rural e a pesquisa é um dos principais fatores que contribuem para o aumento da produção e da produtividade no cultivo da mandioca, levando as demandas dos produtores aos pesquisadores e vice-versa”, explica o extensionista rural da Emater-DF Hélcio Henrique Santos. Hoje, 54 propriedades rurais são parceiras na validação de tecnologias e servem de unidades demonstrativas. “A Emater-DF é responsável por fazer a seleção dos produtores que participam do trabalho de validação tecnológica, além de fazer o acompanhamento técnico e orientações de manejo”, pontua Hélcio. Antônio José Ribeiro cultiva 7 hectares de mandioca e vende a produção in natura em feiras e para descascadores O produtor Antônio José Ribeiro cultiva 7 hectares de mandioca no núcleo rural Taquara. Atualmente ele planta as cultivares japonesinha, a BRS 429 e o clone 54/10 (ainda em fase de validação), as duas últimas da Embrapa Cerrados. “A BRS 429 e a 54/10 são mandiocas que me atraíram pela rentabilidade, pois dão o dobro de produtividade da japonesinha”, conta Antônio José. “Além da produtividade, a gente observa a resistência a doenças, se o consumidor gosta, se cozinha bem, se a textura é boa, o tempo para a colheita e o tamanho da raiz. A gente repassa tudo para os técnicos da Emater e para a Embrapa”, observa Antônio. Ele vende a raiz in natura em feiras e para descascadores por cerca de R$ 50 a caixa de 26 kg. O pesquisador Josefino Fialho defende a sustentabilidade econômica, social e ambiental na produção de mandioca no DF Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados Josefino Fialho, independentemente de o produtor plantar mandioca para indústria ou mandioca de mesa, é importante que tenha um processo produtivo sustentável. “Não tem como querer atingir uma alta produtividade de raiz se o seu comércio não atende aos requisitos para cobrir os custos dessa alta produtividade. É preciso ter sustentabilidade econômica, social e ambiental”, diz Josefino. Tecnologias de produção Entre algumas tecnologias utilizadas pelos produtores atualmente está o cultivo no mulching (cobertura plástica no solo), com uso de irrigação localizada. “Após a colheita de hortaliças como tomate, pimentão, pepino, os produtores aproveitam a mesma estrutura plástica e de irrigação, os resíduos de adubação da cultura anterior, para plantar a mandioca. Isso reduz os custos e melhora a produtividade”, conta o extensionista Hélcio Santos. O uso de cobertura plástica aumenta a produtividade das raízes, mantém a umidade do solo, controla a erosão e diminui a mão de obra para roçar o mato. Na unidade demonstrativa implantada na AgroBrasília, a produtividade do cultivo da mandioca no mulching chegou a 64 toneladas por hectare. Esse resultado deve-se a anos de trabalho participativo entre pesquisa, extensão rural e produtor. O pesquisador Josefino Fialho detalha: “É com essa pesquisa participativa que se determina quais os melhores materiais genéticos, as melhores formas de adubar, de espaçamento entre plantas, observando as diferentes fases do sistema, desde o plantio até a colheita. A troca de experiência é fantástica”. Usos da mandioca O uso integral da mandioca no Distrito Federal surge como uma estratégia para agregar valor à produção agrícola local. Em 2023, foram 883,25 hectares destinados ao cultivo de mandioca, por 1.920 produtores, que produziram 19.754 toneladas. “A mandioca é uma raiz de reserva, mas ela tem um período de sobrevida pós-colheita muito curto. Então, ela perde a qualidade não só da forma microbiológica, mas também fisiológica, principalmente a mandioca para mesa. A Embrapa Cerrados e outras unidades desenvolveram vários trabalhos voltados a minimamente processados, para que a mandioca pudesse conservar mais tempo e obtivesse assim melhor qualidade do produto para o consumidor”, afirma. A economista doméstica da Emater-DF Cátia Freitas destaca que a mandioca é rica em fibras, potássio e vitamina C, podendo ser consumida cozida, assada, em sopas e em diversas outras receitas. “Por não possuir glúten, ainda é uma ótima opção para pessoas com doença celíaca. Apenas não deve ser consumida crua, por conta da toxidade”, pondera. A farinha de mandioca e a tapioca são as principais fontes de renda do agricultor Luís Carlos de Jesus Santos A farinha de mandioca e a tapioca são as principais fontes de renda do agricultor Luís Carlos de Jesus Santos. Ele tem uma agroindústria há 20 anos, na região do Café sem Troco, no PAD-DF, onde emprega seis pessoas na produção dos alimentos. “Eu vendo a mandioca descascada, além de produzir a farinha de mandioca e de tapioca e a massa puba. Algumas pessoas vêm comprar direto na propriedade e outras compram na banca que minha filha administra na feira no Guará. Processar a mandioca ajuda a ter mais renda do que a vendendo in natura”, conta Luís. Além da raiz, o caule e as folhas podem ser utilizados na alimentação animal, orienta o zootecnista é responsável pelo Programa de Ruminantes e Equídeos da Emater-DF, Maximiliano Cardoso. “Na alimentação animal, a raiz é um alimento energético, bem-aceito pelos animais, de forma fresca ou desidratada. Já a parte aérea da mandioca, que é composta pelo terço médio das hastes principais, galhos e folhas, pode ser usada como volumoso e é rica em vitaminas A e C. Essa parte pode ser aproveitada in natura ou também passada por processo de fenação, facilitando a estocagem, por exemplo”. Por não conter glúten, a mandioca é uma boa opção na dieta de celíacos Ao aproveitar todas as partes da planta, desde a raiz até as folhas, os produtores do DF não só contribuem para a sustentabilidade ambiental, mas também abrem novos caminhos para o desenvolvimento de produtos inovadores que atendem a um mercado cada vez mais exigente. *Com informações da Emater-DF
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GDF impulsiona cultivo de jabuticaba no DF com suporte técnico a produtores rurais
Conhecida como “uva brasileira”, a jabuticaba é uma fruta com profundas raízes na cultura do Brasil e na biodiversidade do país. No Distrito Federal, a cerca de 30 km do centro de Brasília, há mais de duas décadas, o casal de produtores rurais Kamilla Nunes, 38 anos, e Orlando de Azevedo, 70, cultiva a fruta em uma propriedade privada no Centro Equestre Catetinho, no Riacho Fundo II. Jabuticaba se adapta bem ao clima do Cerrado e é opção de geração de renda para produtores rurais | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília A produção dos dois empresários se dá por meio de incentivo do Governo do Distrito Federal (GDF), que, graças à Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), concede suporte técnico a mais de 40 produtores de jabuticaba no DF. O apoio vai desde a escolha das mudas adequadas até as práticas de manejo sustentável. A Emater ainda oferece cursos e palestras sobre cultivo, irrigação, poda e controle de pragas, com o objetivo de aumentar a produtividade e a qualidade da fruta, que se adapta bem ao clima do Cerrado. “Damos orientações básicas, de plantio e manejo, além de pecuária. Avaliamos todo o eixo rural, a parte social, de produção, agrícola e animal. E também a questão de comercialização, crédito rural, turismo rural, saneamento. É um grande ecossistema de gestão ambiental à disposição dos produtores” Claudia Coelho, gerente da Emater-DF Segundo a empresa, foram cultivadas mais de 19 mil toneladas de jabuticaba em 4,7 hectares apenas em 2023. No mesmo ano, o valor bruto produzido chegou a R$ 214,6 mil, o que demonstra o potencial do Distrito Federal na produção da fruta, que resulta em produtos como sucos, geleias, licores e até vinhos. A chácara de Kamilla e Orlando conta com 70 pés de jabuticaba, que são cultivados por meio de irrigação e transformados em geleias, molhos e licores. O produtor rural conta que a assistência técnica da Emater foi determinante no uso do solo, uma vez que o casal quer aumentar a produção e transformar o local em um polo gastronômico para os amantes da jabuticaba. “A fruticultura, de modo geral, está se expandindo bastante no Distrito Federal. Foi uma surpresa ver esse tanto de jabuticaba aqui na terra do seu Orlando, porque geralmente as pessoas só plantam uma ou duas mudas no fundo do quintal. É importante para revelar o Cerrado e o DF como um grande lugar que tem potencial para a produção de jabuticaba”, salienta Paulo Ricardo da Silva Borges, técnico da Emater. “As pessoas estão buscando algo novo, algo genuinamente rural. Atualmente, todos dependem de supermercados e atacadistas. Aqui elas terão a oportunidade de obter o fruto diretamente da terra”, afirma a produtora rural Kamilla Nunes de Azevedo Claudia Coelho, técnica e uma das gerentes da Emater-DF, explica que o processo de suporte começa já no cadastro do produtor no sistema da empresa. “A partir do cadastro do produtor faz-se a visita técnica e são avaliados pontos como produtividade e potenciais da região. Então damos orientações básicas, de plantio e manejo, além de pecuária. Avaliamos todo o eixo rural, a parte social, de produção, agrícola e animal. E também a questão de comercialização, crédito rural, turismo rural, saneamento. É um grande ecossistema de gestão ambiental à disposição dos produtores”, detalha. Além de todo o suporte técnico, a propriedade conta com o apoio deste GDF, que está promovendo a regularização fundiária de terras da região. Para Orlando de Azevedo, a conquista do título de terra é sinônimo de reconhecimento e valorização do trabalho rural. Em 2023, foram cultivadas mais de 19 mil toneladas de jabuticaba no DF, resultando em produtos como geleias, sucos, licores e até vinhos “Este GDF tem se colocado muito à disposição para nos auxiliar em tudo que é possível. Por meio da Empresa de Regularização de Terras Rurais, tiramos dúvidas sobre a titulação. É o nosso sonho desde que mudamos para cá para adquirir terras, porque a gente deu a vida pela produção rural. Antes eu não conseguia, o acesso era difícil e burocrático. Com esse governo nós vamos receber o título de regularização ainda neste ano”, afirma o empresário. De acordo com dados da Empresa de Regularização de Terras Rurais (ETR), desde outubro de 2023, já foram analisados mais de 27 mil hectares de terras rurais pertencentes à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), resultando em pouco mais de 400 contratos de Concessão de Direito de Uso Oneroso (CDU), equivalentes a 10.826 hectares. Festival da Jabuticaba Graças ao suporte deste GDF, Kamilla e Orlando vão realizar, nos dias 5 e 6 de outubro, a primeira edição do Festival da Jabuticaba, onde os presentes poderão degustar do sabor único da fruta por meio de diferentes pratos gastronômicos. “As pessoas estão buscando algo novo, algo genuinamente rural. Atualmente, todos dependem de supermercados e atacadistas. Aqui elas terão a oportunidade de obter o fruto diretamente da terra. Temos essa ideia de crescimento e de apoiar outros que também estão envolvidos na produção”, ressalta Kamilla. A programação contará com recepção ao espaço, degustação de licores e entradas, almoço e sobremesa, a história da jabuticaba e a importância da fruta na biodiversidade brasileira, além de uma visita às plantações da chácara. Mais informações podem ser acessadas por meio deste link.
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GDF investiu R$ 17,4 milhões na recuperação de 19 canais de irrigação desde 2019
Para que um alimento chegue à mesa do consumidor, é preciso dedicação dos agricultores e, especialmente, garantia de irrigação. O Governo do Distrito Federal (GDF) trabalha para que os produtores rurais do Quadradinho tenham acesso a água farta e de boa qualidade por meio da recuperação dos canais que levam o recurso até as propriedades. Nos últimos cinco anos, foram investidos mais de R$ 17,4 milhões na tubulação de 98,57 km de canais de irrigação, beneficiando 758 famílias em oito regiões administrativas. A reforma dos canais conta com a união de esforços entre o governo e a população. A Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) fornece o maquinário e os tubos usados na recuperação. Já a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) é responsável pelo projeto e acompanhamento técnico. Aos moradores da comunidade, cabe construir as caixas de passagem e captação de água em suas propriedades. Nos últimos cinco anos, foram investidos mais de R$ 17,4 milhões na tubulação de 98,57 km de canais de irrigação, beneficiando 758 famílias em oito regiões administrativas | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília O agricultor José Eduardo Gonçalves, 54 anos, é atendido pelo canal de Tabatinga, em Planaltina, concluído em 2023. Com acesso pleno à água, José e a família expandiram a plantação de hortaliças, colhidas para consumo próprio, e lançaram-se no mercado da piscicultura, com a criação de tilápias. Sem a tubulação do canal, ele não teria conseguido esses resultados, já que precisava bombear água até a chácara com energia elétrica. “Era uma operação muito cara e trabalhosa, mas, depois que começou a obra do canal, nunca mais tivemos problema com água aqui, agora passa em toda a chácara por gravidade”, conta José, que tem mais de 30 anos de história com a agricultura. Segundo ele, o abastecimento hídrico impacta também a qualidade da tilápia oferecida ao consumidor. “O peixe que é criado na mesma água, sem substituição, tem o gosto diferente daquele que é criado em água corrente, em que a água entra no tanque, oxigena e sai naturalmente. A qualidade desse peixe é infinitamente melhor.” O investimento na recuperação do canal de Tabatinga também beneficiou o produtor rural Roberto Correa, 46. Ele e a família puderam iniciar o plantio de outras culturas na propriedade, aumentando a cartela de alimentos oferecidos aos clientes em feiras de Planaltina. “Antes do canal, a gente plantava muita soja, milho e limão. Hoje temos muitas verduras, como tomate, abóbora, pepino e repolho”, conta. “Esse canal foi a salvação de todos nós. O canal era aberto e nem sempre chegava para todo mundo. Agora todos os produtores têm água para plantar, não falta para ninguém”. O agricultor José Eduardo Gonçalves: “Era uma operação muito cara e trabalhosa, mas, depois que começou a obra do canal, nunca mais tivemos problema com água aqui, agora passa em toda a chácara por gravidade” Construídos originalmente com manilhas de concreto ou no próprio leito da terra a céu aberto, os canais sofriam com perda de cerca de 50% do volume de água. Havia infiltração do recurso hídrico no solo e interferência da natureza, como a queda de galhos e folhas. O cenário para os produtores era de insegurança: não sabiam se a água chegaria à propriedade nem se o que chegasse seria suficiente para manter a irrigação das plantações. A incerteza chega ao fim graças à recuperação dos canais com tubos feitos com polietileno de alta densidade (PAD) e policloreto de vinila (PVC). O diretor de Engenharia da Seagri, Emanuel Fernandes Lacerda, afirma que os materiais são mais resistentes e duradouros, com vida útil estimada em mais de 50 anos. “Essas tubulações são fáceis de trabalhar e vão atender as famílias por muitos, muitos anos. É uma ação importante da secretaria para incentivar a permanência dos produtores no campo e a produção rural do DF”, observa. “Sem a tubulação, os produtores precisam buscar por outras alternativas, como o bombeamento e a abertura de poços artesianos, ou ficam sem água. Ano passado, concluímos o Capão Seco, que tinha um histórico grande de escassez, e finalizamos o Lagoinha, que passava pela mesma situação”, afirma o assessor técnico da Emater-DF Edvan Ribeiro. “A Emater recebe a demanda nos escritórios locais e dá andamento ao processo, com o projeto, outorgas e outras questões, além de auxiliar os produtores durante a obra também.” Ao todo, o DF tem 65 canais em operação, com mais de 235 km de extensão. As estruturas que já foram reformadas estão localizadas em Planaltina, Brazlândia, Sobradinho, Paranoá, Gama, Ceilândia, Park Way e Riacho Fundo. Atualmente estão em obras trechos dos canais Rio Preto e Sítio Novo, em Planaltina.
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