Programa Reflorestar distribuiu mais de 46 mil mudas em 2024
O Programa Reflorestar, coordenado pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF) em parceria com a Emater-DF, apresentou números expressivos em 2024: foram 46.725 mudas de plantas nativas do Cerrado doadas a 185 produtores rurais. Desde 2009, o Reflorestar já doou mais de 689 mil mudas, restaurando cerca de 620 hectares. Para o futuro, o programa planeja incluir espécies como baru e pequi, valorizando a biodiversidade e gerando oportunidades socioeconômicas para os produtores. O programa Reflorestar, destaca a Emater-DF, é essencial para os produtores familiares que precisam recuperar áreas degradadas, como áreas de Preservação Permanente (APP) ou reservas legais | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília As mudas doadas são cultivadas na Granja Modelo do Ipê, em substrato sustentável, com origem a partir de sementes coletadas em campanhas realizadas no DF e em municípios da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF), como Nova Roma (GO) e Januária (MG). Após a doação, os mutirões de plantio – organizados em parceria com os beneficiários – garantem que as mudas sejam plantadas e mantidas por pelo menos 24 meses. “A recuperação dessas áreas é um processo caro. Por isso, o apoio do governo por meio da Seagri e da Emater-DF, com a doação de mudas nativas do Cerrado e a orientação técnica, é fundamental” Marcos Lara, gerente de Meio Ambiente da Emater-DF Peça-chave na operação do programa, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) auxilia na elaboração de projetos, mobilização de produtores e visitas técnicas. Os pequenos agricultores familiares têm prioridade, especialmente aqueles que cuidam de nascentes e corpos hídricos de interesse comunitário. O gerente de Meio Ambiente da Emater-DF, Marcos Lara, destacou que o programa Reflorestar é essencial para os produtores familiares que precisam recuperar áreas degradadas, como áreas de Preservação Permanente (APP) ou reservas legais, conforme exige a legislação ambiental – em especial a lei nº 4.734/2011, que estabelece diretrizes para a criação do programa de reabilitação da área rural. “A recuperação dessas áreas é um processo caro, com custos que podem variar entre R$ 20 mil e R$ 28 mil por hectare, já que cada muda nativa custa entre R$ 12 e R$ 15, sendo necessárias, no mínimo, mil mudas por hectare. Por isso, o apoio do governo por meio da Seagri e da Emater-DF, com a doação de mudas nativas do Cerrado e a orientação técnica, é fundamental. Ajuda o produtor a evitar multas e processos judiciais, além de contribuir para a preservação ambiental e o equilíbrio ecológico”, observou. Retorno à sociedade “Temos uma responsabilidade gigantesca com a região por causa do Lago do Descoberto, então falo que hoje sou produtor de água”, diz o produtor rural Gilver Ferreira Entre os beneficiados pelo programa Reflorestar está o produtor rural de Brazlândia Gilver Ferreira, 51, que recebeu cerca de 500 mudas de 13 espécies diferentes entre janeiro e novembro deste ano. A propriedade de 16 hectares administrada por ele, no Incra 6, está há 50 anos na família e por muito tempo foi uma grande área apenas de pasto. Hoje, com uma mudança visível proporcionada pelo reflorestamento, o principal objetivo do local é o fornecimento de água. “Eu recupero as áreas degradadas e antigas passagens utilizando as mudas, com o apoio da Granja Ipê. Busco parcerias porque é necessário manter limpo e controlar as plantas invasoras, fração por fração, visto que a gente não consegue abraçar tudo. E temos uma responsabilidade gigantesca com a região por causa do Lago do Descoberto, então falo que hoje sou produtor de água”, afirmou. “A gente não está levando só uma muda, mas salvando um rio, uma nascente e fazendo as pessoas acreditarem em um mundo melhor” Antônio Barreto, subsecretário de políticas econômicas agropecuárias da Seagri-DF Segundo Gilver, o apoio do governo entra na seleção das espécies para determinada área, que podem ser úmidas, cerrado alto, margens de lagos. Com a diversidade, é fundamental que a escolha da espécie seja apropriada para cada característica de terreno. Para o produtor, o principal ganho para a sociedade é em função da água. “O retorno vai ser na torneira do pessoal lá na cidade. Uma propriedade como essa, por exemplo, eu poderia transformar em condomínio. Então a gente tenta mostrar como esse trabalho é capaz de preservar um foco de educação ambiental e fornecer recursos para várias gerações. A grande proposta é se tornar uma propriedade modelo”. Mais que uma semente O Reflorestar também tem como parceiros institucionais o Brasília Ambiental, a Universidade de Brasília (UnB) e a Embrapa Cerrados, que auxiliam na coleta de sementes, desenvolvimento de tecnologias e capacitação técnica para recuperação de áreas degradadas. O subsecretário de políticas econômicas agropecuárias da Seagri-DF, Antônio Barreto, destacou que o DF está localizado em uma região alta do Brasil, chamada formadora de bacias, onde quatro delas nascem no quadradinho. Ele afirma que isso traz a necessidade de que o produtor rural e os municípios produzam com sustentabilidade e cresçam com consciência ecológica. O gestor também frisou que o programa beneficia tanto o meio ambiente quanto o produtor, proporcionando uma formação de riqueza, sustentabilidade ambiental e manutenção do conceito que o agricultor tem sobre o trabalho – além de levar qualidade de vida para que o produtor permaneça no campo e consiga uma renda que o faça viver dignamente com a família. “Fortalecemos, neste GDF, produzir as mudas do Cerrado que têm valor econômico para gerar renda e também promover essa conexão com a natureza e o Brasil com os mutirões de reflorestamento. A gente não está levando só uma muda, mas salvando um rio, uma nascente e fazendo as pessoas acreditarem em um mundo melhor. É um mundo de coisas em um saquinho de sementes”, acentuou.
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Servidores são capacitados sobre espécies nativas do Cerrado para restauração ecológica
O Instituto Brasília Ambiental, em parceria com a Rede de Sementes do Cerrado (RSC), promoveu, esta semana, capacitação para agentes, técnicos e analistas ambientais sobre identificação, coleta e beneficiamento de espécies nativas do Cerrado para restauração ecológica. A formação faz parte do ciclo de capacitação interna do projeto Reconexão Cerrado, cujo planejamento prevê a realização de quatro cursos este ano. “A abertura do projeto de capacitação foi a oficina gratuita sobre uso tradicional de plantas medicinais, realizada no mês de agosto, e aberta à comunidade”, diz o membro da comissão do Reconexão e analista em políticas públicas do Instituto, Webert Oliveira Ferreira. A ideia da formação é capacitar agentes, técnicos e analistas ambientais para incentivar a proteção e a regeneração das áreas degradadas das UCs e parques | Foto: Divulgação/Brasília Ambiental O presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, ressalta que as capacitações são fundamentais para a formação de servidores, que lidam no dia a dia dentro das unidades de conservação (UCs), e para a comunidade, que tem interesse em obter e compartilhar conhecimentos sobre essa riqueza, para entender a importância da manutenção desses espaços e valorizar a biodiversidade. “Temos muitas áreas degradadas nas nossas unidades de conservação e é necessária a implementação dos programas de manejo para sua recuperação, com ações assertivas” Marcela Versiani, superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água do Brasília Ambiental A atual formação começou no dia 23 e foi concluída nesta quinta-feira (26). No primeiro dia, o curso foi online e a transmissão do conteúdo ficou por conta dos professores da Embrapa. Em dois dias aconteceram saídas de campo, no Monumento Natural Dom Bosco. No último dia, o curso foi realizado no laboratório de Termobiologia da Universidade de Brasília (UnB), onde é feito todo o tratamento de sementes. “Fomos estudar essa parte mais técnica do armazenamento e beneficiamento de sementes”, explica Webert Ferreira. Segundo ele, a ideia dessa formação é capacitar os servidores para incentivar a proteção e a regeneração das áreas degradadas das UCs e parques. “Um dos focos do curso foi identificar as plantas e sementes do Cerrado. Nessa identificação temos também o propósito de começar a construir as trilhas ecológicas nas UCs. Esse aprendizado da identificação é para fazermos o mapeamento das árvores ao longo das trilhas, colocar as placas de identificação para quando o usuário da UC chegar lá, já ter uma trilha montada, as plantas mapeadas e identificadas”, detalha Ferreira. Sobre a identificação de sementes, a ideia é que os participantes da formação integrem um grupo de trabalho para fazer um estudo mais aprofundado a médio e longo prazos de regeneração de área degradada por meio da semeadura direta. Para a superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água, Marcela Versiani, por meio dessa capacitação com a Rede de Sementes do Cerrado, os servidores puderam adquirir muito conhecimento sobre as técnicas de recuperação do Cerrado, o que incentiva a produtividade e abre discussões com a academia e outros setores para ajudar a regeneração do Cerrado. “Temos muitas áreas degradadas nas nossas unidades de conservação e é necessária a implementação dos programas de manejo para sua recuperação, com ações assertivas”, afirma. O Reconexão Cerrado conta com uma comissão coordenadora, que realiza ações e práticas para promover a conexão entre saúde e meio ambiente, por meio das UCs, geridas pelo Brasília Ambiental. A iniciativa tem ainda a finalidade de incentivar e promover a regeneração do Cerrado, por meio de outras ações também realizadas pela comissão, como a de melhorias estruturais nas unidades e a valorização das atividades voluntárias nestes espaços, potencializando o uso, o pertencimento e o empoderamento da população junto com o incentivo à realização de práticas integrativas de saúde. Em outubro ocorrerá uma nova edição do curso de plantas medicinais. A capacitação será divulgada no site do Brasília Ambiental e contará com vagas para comunidade. *Com informações do Brasília Ambiental
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GDF elimina lixão em Taguatinga e orienta população sobre uso correto do espaço
Moradores de Taguatinga Sul deixarão de sofrer com o acúmulo de entulho na QSD 32, ao lado da via do Metrô-DF. O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), recuperou o espaço que era utilizado irregularmente como lixão. A eliminação da área de descarte irregular era um pedido antigo da população. Por se tratar de um espaço com estrutura de rede elétrica de alta tensão, o espaço foi isolado com arame e estacas de concreto. Para evitar que o descarte irregular de resíduos volte a ser praticado na QSD 32, a área foi isolada com arame e estacas de concreto | Fotos: Matheus H. Souza/ Agência Brasília Antes da ação do GDF, cerca de 60 toneladas de entulho eram recolhidas do local semanalmente. Com a recuperação do espaço, esse número caiu para 20 toneladas semanais. Para reduzir a zero a coleta de lixo descartado indevidamente na região, o SLU tem feito o trabalho de conscientização da população, explicando sobre os dias e horários corretos das coletas de lixo orgânico e reciclável. “Nós temos três equipes que conscientizam a população para que não se faça o descarte irregular, que traz inúmeras situações desfavoráveis para a população, como vetores de doenças, para além da questão visual e do cheiro”, diz Everaldo Araújo, subdiretor de Gestão de Resíduos do Serviço de Limpeza Urbano. Nas abordagens aos moradores, os servidores do SLU informam sobre o local adequado para o descarte correto de entulho. Quem precisar descartar restos de obras, móveis velhos e podas de árvores, entre outros materiais, deve procurar um dos 23 papa-entulhos, também chamados de pontos de entrega voluntários (PEVs), disponíveis no Distrito Federal. Em Taguatinga, o ponto mais próximo fica na QNG 47 Área Especial nº 9. Quem mora na região elogiou o serviço feito pelo GDF, definindo o trabalho de limpeza e recuperação do espaço como essencial para um bom convívio comunitário. Morador de Taguatinga Sul há 47 anos, o professor e enfermeiro Clebecy Gomes, relatou que o descarte incorreto havia se tornado algo corriqueiro, e que a recuperação do espaço veio em boa hora. “Antigamente era muito lixo. Agora, com esse trabalho feito pelo SLU, melhorou bastante. Sem eles estaria bem pior. É muito importante esse serviço porque é benéfico para a população”, ressalta. A aposentada Cleusa Martins, 70 anos, chegou a alterar a rota de passeio que fazia diariamente com o cachorro só para evitar passar pelo lixão. Com a recuperação, ela espera, em breve, retomar o caminho. Ela lembra que o local ficava cheio de insetos e ratos. Morador de Taguatinga Sul há 47 anos, Clebecy Gomes elogiou o trabalho do SLU: “É muito importante esse serviço porque é benéfico para a população” “Estava insuportável. A situação melhorou bastante. E o SLU faz justamente esse trabalho de conscientização. Espero que os moradores façam o descarte adequado a partir de agora”, diz. Legislação e multa Desde o início do ano, mais de 120 pontos de descarte de lixo irregular foram alvo do Serviço de Limpeza Urbana. O descarte irregular de resíduos, incluindo os restos de obras, é uma prática ilegal e prejudicial que afeta não apenas o meio ambiente, mas também a saúde pública e a economia da cidade. A aposentada Cleusa Martins conta que, antes de ser recuperado, o lixão irregular era cheio de insetos e ratos: “Espero que os moradores façam o descarte adequado a partir de agora” No Distrito Federal, a legislação é clara: o descarte de resíduos deve ser feito da maneira correta e em locais apropriados, sob pena de uma multa inicial de R$ 2.799,65 aos infratores, podendo ser multiplicada por 10 vezes em caso de reincidência. Além dos danos ambientais, o descarte irregular de resíduos sólidos urbanos tem um custo econômico substancial. Segundo a Associação Internacional de Resíduos Sólidos, o tratamento de doenças provocadas pela exposição ao lixo descartado inadequadamente custou aos cofres públicos do Brasil cerca de US$ 370 milhões em 2015, o equivalente a mais de R$ 2 bilhões na cotação atual.
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Recuperação de áreas com erosões recebe investimento de R$ 2 milhões
O Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta quinta-feira (4) apresenta a publicação do contrato do lote 1 para fornecimento de serviços e materiais de engenharia destinados à recuperação de áreas degradadas. Um total de seis lotes vai fornecer gabiões, que são estruturas para contenção, estabilização de taludes e controle de erosão. Empresas vão atuar na recuperação de áreas degradadas, fornecendo estruturas para a contenção de erosão | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília O investimento nesse lote foi de R$ 2.295.080,61, valor inferior à previsão inicial de R$ 3,1 milhões. O prazo de vigência do contrato é de 12 meses contado a partir da data da assinatura do contrato. O prazo de execução do serviço é de nove meses, contado a partir do recebimento da ordem de serviço. “Além disso, essas instituições vão ficar responsáveis pela execução e compactação de aterro com solo predominantemente argiloso”, diz o presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Fernando Leite. As regiões contempladas nessa leva são Fercal, Sobradinho I e II, Planaltina, Itapoã, Paranoá, Brasília, Varjão, Lago Norte, Lago Sul, Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal, SIA, SCIA/Estrutural, Candangolândia, e Núcleo Bandeirante. Entenda a função [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] O gabião é uma espécie de gaiola metálica, geralmente produzida com telas de arame recozido ou aço galvanizado. O resultado é uma estrutura flexível vazada que pode apresentar diferentes tamanhos e formatos. A ideia é que essa estrutura seja produzida diretamente no local da obra, com isso, um dos pontos positivos da técnica é a redução de custo, pois não depende de transporte. As principais utilidades do gabião incluem contenção, estabilização de taludes e controle de erosão em obras civis, geotécnicas e hidráulicas. Também pode ter fins estéticos, principalmente em espaços que demandam um visual rústico. *Com informações da Novacap
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