Hospital de Base realiza cirurgia de implante de eletrodo medular para dor crônica
A equipe de neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) executou, na manhã da sexta-feira (21), três procedimentos cirúrgicos para o implante de eletrodos medulares em pacientes com dores crônicas. Um dos implantes foi em caráter definitivo, e os outros dois são testes temporários para avaliação da eficácia do tratamento. Neuromodulação invasiva, técnica utilizada no procedimento, é indicada para pacientes que não obtiveram êxito em tratamentos convencionais | Foto: Divulgação/IgesDF “Quando não conseguimos eliminar a causa da dor, buscamos bloquear a transmissão dessa informação ao cérebro por meio da estimulação elétrica da medula” Antônio Oliveira, neurocirurgião As cirurgias serviram como a parte prática do encerramento de um curso de aperfeiçoamento em neuromodulação invasiva que teve início na quinta-feira (20) e reuniu médicos do próprio Hospital de Base, residentes e especialistas convidados de diversas regiões do país. O evento também incluiu aulas teóricas e teve o atendimento aos pacientes, além dos procedimentos cirúrgicos. Segundo o neurocirurgião Antônio Oliveira, a neuromodulação invasiva é uma técnica avançada para o tratamento de dores crônicas refratárias, indicada para pacientes que não obtiveram sucesso com métodos convencionais, como medicação, fisioterapia e infiltrações. “Quando não conseguimos eliminar a causa da dor, buscamos bloquear a transmissão dessa informação ao cérebro por meio da estimulação elétrica da medula”, explica. Eletrodos e bateria O procedimento consiste no implante de eletrodos na coluna do paciente, que são conectados a uma bateria programável via bluetooth. A tecnologia permite o controle da dor ao emitir impulsos elétricos que interrompem os sinais dolorosos antes de chegarem ao cérebro. “É um tratamento consolidado, disponível no Brasil há cerca de 30 anos de forma eletiva; nos últimos anos, conseguimos torná-lo acessível 100% pelo Sistema Único de Saúde aqui no Distrito Federal”, relata Tiago Freitas, cirurgião responsável pelos procedimentos realizados. “O procedimento de troca é minimamente invasivo, semelhante à substituição de um marca-passo cardíaco” Tiago Freitas, cirurgião O Hospital de Base, gerido pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), possui contrato com a empresa Medtronic e pode contar com os materiais necessários para esse tipo de neuromodulação. Apesar disso, a disponibilidade do tratamento ainda é limitada. “É um serviço oferecido por poucos centros no país, e aqui atendemos não só pacientes do DF, mas também de estados vizinhos, como Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e até Nordeste e Norte”, lembra Antônio Oliveira. Implante ajuda a diminuir dor crônica O paciente submetido ao implante definitivo nesta sexta já havia passado por cirurgias na coluna sem obter alívio total da dor. Após um teste bem-sucedido com a estimulação medular temporária, foi aprovada a implantação permanente do dispositivo. Os testes temporários, que duram alguns dias, permitem avaliar a eficácia do tratamento antes da cirurgia definitiva, garantindo que apenas os pacientes com boa resposta sigam para a próxima etapa. A manutenção do sistema envolve a troca da bateria a cada cinco anos, em média. Há opções de baterias recarregáveis, que prolongam a durabilidade do equipamento, e modelos que requerem substituição periódica. “O procedimento de troca é minimamente invasivo, semelhante à substituição de um marca-passo cardíaco”, explica Tiago. Apesar do avanço na oferta do tratamento pelo SUS, existem desafios para atender à demanda reprimida. “Há poucos profissionais especializados para realizar o procedimento”, pontua Antônio Oliveira. “Antes, o problema era a falta de material; agora é a necessidade de mais recursos humanos”. Referência nesses procedimentos, o Hospital de Base conta hoje com o apoio de especialistas em fase de formação para ampliar a equipe. *Com informações do IgesDF
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Hospital Regional da Asa Norte completa 40 anos como referência nacional
“Aqui é a minha segunda casa”. A declaração de Maria do Carmo Aires não é da boca para fora. A técnica de enfermagem realmente construiu a carreira e a vida junto ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran) ao longo de 40 anos. O seu ingresso profissional aconteceu cinco dias antes da inauguração oficial da unidade; e foi ali também que ela deu à luz ao primogênito, logo no ano seguinte. Nesta quarta-feira (4), quando o hospital da Região Central de Saúde celebrou 40 anos, ela esteve junto a outros profissionais, gestores e usuários do serviço para confraternizar e compartilhar as memórias em solenidade realizada no icônico jardim central da instituição. Durante a cerimônia, os servidores públicos lotados há mais de 25 anos na unidade foram agraciados com certificado simbólico | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde A profissional de enfermagem atua no ambulatório de Curativos de Queimados e Cirurgia Plástica. O serviço é um daqueles em que o Hran destaca-se como referência nacional. O atendimento em fissura labiopalatina acolhe cerca de 500 pacientes por mês. A assistência a queimados, por sua vez, realizou quase 3 mil atendimentos de emergência e 8,7 mil procedimentos ambulatoriais em 2023 – os maiores números registrados em seis anos. Quatro décadas de dedicação Durante a cerimônia, os servidores públicos lotados há mais de 25 anos na unidade foram agraciados com certificado simbólico. O chefe do laboratório de patologia clínica, Clésio Santana, conta com cinco profissionais que têm quatro décadas dedicadas ao trabalho em sua equipe. Os “meninos”, como ele os chama, são grandes exemplos. “Trabalham como alguém que entrou hoje no serviço – com muito amor e entusiasmo. Dá gosto de ver”, relata. O evento foi conduzida pelo diretor do Hran, Paulo Henrique Cordeiro, que aproveitou a oportunidade para agradecer os mais de 1,8 mil colaboradores. “A união e o empenho de todos vocês fazem a diferença para esse hospital que é tão importante para a história da rede pública de saúde do Distrito Federal”, destacou o gestor. A cerimônia contou também com a presença do superintendente da Região Central de Saúde, Paulo Roberto Júnior, do assessor especial da Vice-Governadoria do DF, Severino Dantas, e da deputada distrital Dayse Amarílio. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Centro de Orientação Médico-psicopedagógica completa 55 anos
O Centro de Orientação Médico-psicopedagógica (Compp) celebra, nesta quarta-feira (23), seus 55 anos como referência em saúde mental infantil no Distrito Federal. Criada em 1969, a unidade da Secretaria de Saúde (SES-DF) oferece atendimento ambulatorial com diversos profissionais, voltado a crianças de até 11 anos completos. O intuito é oferecer orientação médica, psicológica, pedagógica e social. “Nosso cuidado com a saúde mental começou no Compp. Daqui saíram outras unidades, como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e o que temos na Atenção Primária sobre cuidados a transtornos psíquicos” Pollyana Mertens, diretora da Atenção Secundária à Saúde da Região Central A comemoração desta manhã reuniu servidores, pacientes e familiares. Uma das presentes, a diretora da Atenção Secundária à Saúde da Região Central, Pollyana Mertens, destacou a relevância do centro à Rede de Atenção Psicossocial do DF ao longo dos anos. “Nosso cuidado com a saúde mental começou no Compp. Daqui saíram outras unidades, como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e o que temos na Atenção Primária sobre cuidados a transtornos psíquicos”. Na programação, apresentações musicais da banda do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) e da “SUSBand” – grupo formado por servidores da SES-DF – animaram os convidados. Também houve contação de histórias e a presença do “Clube Dachshunds de Brasília”, cujos cães fizeram a alegria da criançada. Nas comemorações dos 55 anos do Compp, o “Clube Dachshunds de Brasília” fez a alegria da criançada | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF O papel da saúde mental O Compp presta assistência a crianças com transtornos mentais leves e moderados de todo o DF. Esse trabalho ocorre em parceria ao Adolescentro: a unidade recebe aquelas que atingiram a idade de 12 anos, dando continuidade ao serviço. “Aqui (no Compp) atuamos com equipes multiprofissionais que, por sua vez, realizam atendimentos individuais e em grupos, atividades de matriciamento, de busca ativa por pacientes e trabalhos com a comunidade”, elencou a gerente do Compp, Simone Schwartz. Dos 55 anos de operação do centro, a assistente social Dulcilene Medeiros, ou “tia Dulce”, pôde acompanhar 34 como servidora da unidade. “O Compp se confunde com a história de Brasília: a capital tinha apenas 8 anos de idade quando o centro foi fundado. De lá para cá, houve mudanças tanto em relação à quantidade quanto à gravidade dos casos, mas sempre nos adaptamos”, revelou. Para a servidora, o atendimento às crianças significa, antes de tudo, um cuidado destinado ao próprio funcionamento familiar. “Muitas famílias sofrem no contexto social que vivemos. Algumas são de baixa renda, com muitas demandas e questões emocionais e comportamentais. Tudo isso afeta diretamente a criança”, explicou. “E uma criança sem a saúde mental equilibrada não vai ter bom rendimento escolar, não vai conseguir aprender, afetando a sua vida como um todo”, completou. *Com informações da SES-DF
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Laboratório é peça-chave para diagnóstico, pesquisa e vigilância na rede pública de saúde
Criado originalmente como Instituto de Saúde do Distrito Federal, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) desempenha papel crucial na rede da capital federal. Em 2023, mais de 488.581 exames foram realizados pelos profissionais da unidade. Apenas neste ano, até o fim de março, o quantitativo já ultrapassava os 176 mil diagnósticos. Recentemente, o laboratório passou por reformas, com a implantação do diagnóstico molecular de doença de Chagas e malária, além do sequenciamento genômico do vírus influenza e da dengue. Mais de 480 mil exames foram realizados pelo Lacen-DF em 2023; já no primeiro trimestre deste ano, o quantitativo ultrapassava os 105 mil | Fotos: Sandro Araújo/ Agência Saúde-DF No local, três grandes gerências são responsáveis pela realização das análises: de Biologia Médica (GBM), de Controle de Qualidade de Produtos e Ambientes (GCQPA) e de Medicamentos e Toxicologia (GMTOX). Em números, no ano passado, a GBM elaborou 438,2 mil exames; a GCQPA, 37,3 mil; e quase 13 mil foram realizados pela GMTOX. No primeiro trimestre de 2023, foram 120 mil análises: 111 mil na GBM. 7,1 mil na GCQPA e 1,8 mil na GMTOX. Considerando o mesmo período em 2024, os índices chegaram a 167,4 mil exames pela GBM, 4,9 mil pela GMTOX e 4 mil pela GCQPA. “Conseguimos garantir uma segurança à população em relação aos alimentos consumidos e à água utilizada” Grasiela Araújo da Silva, diretora do Lacen-DF O Lacen-DF realiza mais de 170 tipos de exames laboratoriais, como os de análise toxicológica, de bactérias, botulismo, brucelose, doença de Chagas, chikungunya, citomegalovírus. coqueluche, coronavírus, dengue, tuberculose, difteria, enteropatógenos, esquistossomose, febre amarela, febre maculosa, filariose, hanseníase, hantavirose, HIV. HPV (papilomavírus), infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), leishmaniose, leptospirose, malária, monkeypox e hepatites A, B, C e aguda de etiologia a esclarecer . “Em ações de vigilância sanitária, realizamos análise tanto de qualidade da água quanto de alimentos para consumo humano, além da verificação de medicamentos e produtos para a saúde. Na parte de monitoramento epidemiológico, investigamos doenças de notificação, como covid-19 e arboviroses”, detalha a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo da Silva. Ao todo, o laboratório central possui 218 servidores no quadro de pessoal. Entre os 64 especialistas em diversas áreas, são 39 profissionais com grau de especialização, 16 com mestrado e nove doutores. Com mais de 170 tipos de exames na lista de diagnósticos, o Lacen-DF se destaca como referência em resultados de tuberculose, candidíase, monkeypox e gene de resistência Alimentos As análises fisicoquímicas em água e alimentos são feitas pelo Núcleo de Química de Alimentos (NQA), que recebe, aproximadamente, 150 amostras por semana. Ali os profissionais examinam a qualidade da água para consumo humano ou para processos industriais de preparo de alimentos, verificando, entre outros itens, o teor de sódio. Em um trabalho conjunto, o Núcleo de Microbiologia de Alimentos e Ambientes é responsável pela análise fiscal e de orientação nas áreas de microbiologia e microscopia de alimentos e ambientes. Adicionalmente, são verificadas também denúncias e surtos em alimentos e amostras ambientais do DF. “Nessa parte do laboratório, conseguimos garantir uma segurança à população em relação aos alimentos consumidos e à água utilizada”, explica a diretora. O laboratório conta com equipe altamente qualificada composta por mais de 60 especialistas, sendo 39 profissionais com grau de especialização, 16 com mestrado e nove doutores Vigilância epidemiológica No âmbito da vigilância epidemiológica, o Lacen-DF se destaca como referência nacional no diagnóstico em Candida albicans, popularmente conhecida como candidíase, e, regionalmente, em tuberculose, monkeypox e genes de resistência. “Com a vigilância genômica, verificamos e explicamos alguns comportamentos de doenças na população, como o aumento e a gravidade de casos” Grasiela Araújo da Silva, diretora do Lacen-DF No combate à tuberculose, o laboratório fornece diagnósticos precisos, contribuindo para o controle da doença. Já em termos de bactérias, a pesquisa em genes de resistência permite identificar padrões de resistência e antibióticos, orientando estratégias de tratamento mais eficazes. Em relação à monkeypox, a unidade possui capacidade de identificar e diagnosticar os casos de forma ágil. “O Lacen-DF é primordial na execução dessas análises, pois conseguimos fazer uma sorotipagem e, por meio da metodologia PCR, identificar, diferenciar e saber o que está circulando. Além disso, fazemos o trabalho de sequenciamento das amostras dos vírus. Com a vigilância genômica, verificamos e explicamos alguns comportamentos de doenças na população, como o aumento e a gravidade de casos”, diz Silva. Durante a pandemia de covid-19, o laboratório se destacou e atuou como centro de referência em sequenciamento genético, atuando com uma peça-chave no monitoramento da evolução do vírus, identificando variantes e auxiliando na elaboração de estratégias de controle e vacinação. Origem O Lacen-DF foi criado em abril de 1978 como Instituto de Saúde do Distrito Federal (ISDF). O objetivo era desenvolver, em parceria com outros órgãos, um sistema de vigilância sanitária, epidemiológica, controle de zoonoses, de sangue e hemoderivados. Em 2000, o ISDF foi extinto e o Lacen-DF surgiu. Em 2011, a Secretaria de Saúde (SES-DF) passou por uma reestruturação, em que o laboratório, por questões técnicas, teve sua denominação alterada para Diretoria do Laboratório Central de Saúde Pública, subordinado diretamente à Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS). *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
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