Distrito Federal se destaca em ampliação do uso de profilaxia contra o HIV
O Distrito Federal tem avançado na oferta e na adesão à profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus da imunodeficiência humana (HIV). De acordo com o Ministério da Saúde, em 2023, a capital alcançou a categoria 4 no monitoramento da estratégia. Isso significa que, assim como São Paulo, há pelo menos uma pessoa em uso da PrEP para cada quatro novos casos de HIV registrados no DF. O índice mostra que, se o ritmo for mantido, a transmissão do vírus pode realmente ser reduzida nos próximos anos. Medicamentos: quando usada corretamente, a profilaxia pré-exposição (PrEP) pode reduzir em mais de 90% o risco de infecção | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde O DF também é destaque nacional na continuidade do tratamento. Enquanto a média brasileira de descontinuidade da medicação é de 30%, por aqui o registro aponta para 21% - o menor índice do país. “Os números são resultado direto do trabalho comprometido e qualificado das equipes de saúde”, afirma a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde (SES-DF), Juliane Malta. “São profissionais que, na ponta, acolhem, orientam e acompanham cada pessoa com cuidado e respeito. Ainda temos desafios pela frente, mas estamos no caminho certo para ampliar o acesso e promover uma resposta cada vez mais eficaz ao HIV.” O HIV é transmitido principalmente por meio dos fluidos corporais específicos durante relações sexuais sem proteção, compartilhamento de seringas e também de mãe para filho durante o parto (quando não for bem-assistido). Público-alvo Qualquer pessoa interessada pode requisitar o uso da profilaxia – inclusive adolescentes, a partir de 15 anos, pesando 35 kg ou mais, sem necessidade de autorização dos pais. O medicamento será dispensado após consultas e exames para avaliar a situação da saúde do indivíduo. Os segmentos prioritários são pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoas que fazem uso repetido da profilaxia pós-exposição (PEP) e parcerias heterossexuais ou homossexuais em que uma das pessoas vive com HIV. Além desses públicos, Malta reforça que mulheres cisgênero heterossexuais também devem ficar atentas às informações sobre prevenção de HIV. A PrEP é uma das ferramentas mais eficazes para a prevenção do HIV. Quando usada corretamente, pode reduzir em mais de 90% o risco de infecção. A SES-DF disponibiliza a profilaxia gratuitamente em diversos pontos do DF. O acesso é simples, confidencial e seguro. HIV e Aids ⇒ O HIV é um microrganismo que ataca o sistema imunológico. Uma pessoa infectada pode não apresentar sintomas ou desenvolver Aids ⇒ A Aids é a infecção pelo HIV em estágio avançado. Não é o vírus em si, mas um conjunto de sinais que comprometem as defesas imunológicas ⇒ Embora não exista cura para a Aids, o tratamento antirretroviral pode controlar a infecção, permitindo que pessoas vivendo com HIV tenham uma vida longa e saudável ⇒ O tratamento correto pode fazer com que o paciente atinja a carga viral indetectável para o HIV, ou seja, tão baixa que não pode ser detectada por testes-padrão. Nesse caso, a pessoa também não transmite o vírus. *Com informações da Secretraria de Saúde
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Vigilância Epidemiológica do HRSM aplica mais de mil vacinas contra influenza em oito dias
O Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) aplicou, em apenas oito dias, mais de 1 mil doses de vacinas contra a influenza em colaboradores da unidade de saúde. A chefe do Núcleo da Vigilância Epidemiológica do HRSM, Larysse Lima, destaca que, em um momento em que os casos de síndrome respiratório aguda grave (SRAG) estão aumentando no Distrito Federal, é fundamental alertar sobre a importância da vacinação para prevenir as complicações e internações graves ou até mesmo os óbitos consequentes destas doenças. Todos os colaboradores que trabalham no HRSM, mesmo os de empresas terceirizadas, estão sendo orientados a tomar a vacina e a se proteger | Foto: Divulgação/IgesDF “A imunização é a melhor forma de prevenir. Atingir mais de mil colaboradores vacinados foi muito gratificante e não poderíamos deixar passar em branco. Continuaremos com a campanha, incentivando a importância da vacinação, não só contra a influenza, mas também todas as outras que compõem o Programa Nacional de Imunização”, afirma. Todos os colaboradores que trabalham no HRSM, mesmo os de empresas terceirizadas, estão sendo orientados a tomar a vacina e a se proteger, pois estão mais suscetíveis ao vírus devido à exposição e ao contato com tantas pessoas diferentes que circulam no hospital. A equipe da Vigilância Epidemiológica também tem ido até os setores fechados do hospital para vacinar os profissionais, facilitando o acesso à vacina. Atualizada anualmente, a imunização contra gripe deste ano protege contra os vírus H1N1, H3N2 e B. Mesmo quem já se vacinou em anos anteriores deve comparecer para receber a nova dose. A aplicação pode ser feita junto a outras vacinas do calendário de rotina. *Com informações do IgesDF
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Laboratório Central de Saúde Pública se consolida como banco de dados genético
Criado originalmente como Instituto de Saúde do Distrito Federal, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) tornou-se um pilar essencial da rede de saúde do Distrito Federal. A unidade atua como banco de dados genéticos acessível a instituições de todo o país, desempenhando um papel fundamental no estudo do DNA e de doenças genéticas. De 2019 até o momento, a equipe já realizou mais de 6 mil análises. De 2021 até agora, o Lacen-DF registrou cerca de 5 mil investigações relacionadas ao vírus SARS-CoV-2 | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Entre as pesquisas empreendidas pelo Lacen-DF, destaca-se o sequenciamento do vírus SARS-CoV-2, ferramenta crucial para monitorar variantes da covid-19 e orientar estratégias de controle e vacinação. Desde janeiro de 2021, a unidade foi responsável por quase 5 mil investigações relacionadas ao vírus. Gerente de Biologia Médica do Lacen-DF, Fabiano Queiroz Costa explica que o sequenciamento genético tem se consolidado como um instrumento essencial para a vigilância epidemiológica e o diagnóstico de agentes infecciosos. Nesse âmbito, o Lacen-DF se destaca como referência nacional no diagnóstico em Candida albicans– candidíase – e, regionalmente, em tuberculose, monkeypox e gene de resistência. “Ao sequenciarmos os genes, somos capazes de identificar os microrganismos de forma precisa e detectar mutações que podem influenciar a patogenicidade e a resistência a tratamentos” Fabiano Costa, gerente de Biologia Médica do Lacen-DF “Durante a pandemia de covid-19, o laboratório passou a se destacar como centro de referência em sequenciamento genético, atuando como peça-chave no monitoramento da evolução do vírus, identificando variantes e auxiliando no seu controle”, explica o especialista. Sequenciamento genético No Lacen-DF, o sequenciamento é feito parcialmente, por meio da metodologia de Sanger, ou por completo e de maneira automatizada, pelo NGS (Next-Generation Sequencing). “Ao sequenciarmos os genes, somos capazes de identificar os microrganismos de forma precisa e detectar mutações que podem influenciar a patogenicidade e a resistência a tratamentos”, detalha o gerente. O método Sanger, que sequencia os fragmentos de DNA individualmente, já possibilitou que o laboratório realizasse mais de 180 análises de identificação bacteriana. Por sua vez, o NGS é feito em larga escala e permite que milhões (e até bilhões) de fragmentos sejam sequenciados simultaneamente em uma única corrida. Monitoramento Os vírus influenza A e B, bem como o da dengue, também são monitorados por meio do sequenciamento, o que permite a caracterização das cepas circulantes e auxilia na previsão de surtos. Desde março de 2023, foram feitas 940 análises para influenza e 567 para dengue. O laboratório também realiza o sequenciamento do Mycobacterium tuberculosis, essencial para a detecção de mutações associadas à resistência a antibióticos, o que impacta diretamente o tratamento da tuberculose multirresistente. “Essa técnica foi implementada em março deste ano e já permitiu a análise de três casos”, esclarece a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo da Silva. “Ela fortalece a capacidade de acompanhar doenças e aprimora a eficácia dos protocolos de controle e tratamento.” Lacen em números Em 2024, o Lacen-DF registrou 258 mil procedimentos, quase 60 mil pesquisas de anticorpos anti-HIV-1 e HIV-2 e cerca de 44 mil investigações de anticorpos contra hepatite B. Com mais de 170 tipos de exames laboratoriais, o laboratório processou aproximadamente 25 mil amostras para vírus respiratórios, 12,8 mil determinações de carga viral do vírus da imunodeficiência humana (HIV), 670 laudos de análise laboratorial para o programa de monitoramento de alimentos, 544 dosagens de colinesterase indicando exposição a produtos tóxicos e 256 amostras de casos suspeitos de malária. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Vacinação e vigilância reforçadas para prevenir surtos de sarampo, febre amarela e outras doenças
Diante do aumento de casos de sarampo nos Estados Unidos e do registro de óbitos por febre amarela no Brasil, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) reforça a vigilância epidemiológica e adota estratégias para prevenir surtos. A vacinação segue como a principal medida de proteção, enquanto equipes monitoram locais estratégicos, como aeroportos e rodoviárias, e mantêm contato com autoridades nacionais e internacionais para rápida identificação e contenção de possíveis casos. A análise laboratorial de exames coletados é uma das ferramentas de monitoramento epidemiológico | Foto: Arquivo/Agência Saúde-DF “O Distrito Federal conta com um serviço de monitoramento 24 horas para eventos de importância à saúde pública”, afirma o subsecretário de Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos. O trabalho vai além do acompanhamento: sempre que há suspeita ou confirmação de uma doença contagiosa, a Vigilância Epidemiológica rastreia todas as pessoas que tiveram contato próximo com o paciente, seja no trabalho, na escola, entre vizinhos ou até em meios de transporte como aviões e ônibus. Quando a doença pode ser prevenida por vacinação, os profissionais de saúde conferem a situação vacinal dos envolvidos e, em caso de imunização incompleta ou incerta, orientam a busca por uma sala de vacina. “A vacinação é a estratégia mais eficaz para evitar surtos de doenças imunopreveníveis. No entanto, sua eficácia depende de altas coberturas vacinais, que vêm caindo nos últimos anos. Por isso, incentivar a imunização é essencial para prevenir o retorno de doenças eliminadas ou controladas”, ressalta o subsecretário. Dependendo da avaliação técnica, outras medidas podem ser adotadas, como isolamento, uso de equipamentos de proteção individual e comunicação rápida de quaisquer sintomas. Se necessário, são realizadas testagens específicas ou ações em larga escala, como ocorreu durante a pandemia de covid-19. Entre as ações de bloqueio estão os cuidados com o controle de vetores, com os mosquitos transmissores | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF Além disso, há normas claras sobre a notificação obrigatória de doenças às autoridades de saúde pública, que devem ser seguidas tanto por unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto por estabelecimentos da rede complementar. No caso de enfermidades transmitidas por mosquitos, como a febre amarela, uma medida de bloqueio adicional pode incluir a aplicação de inseticidas nos locais frequentados pelo paciente infectado. Monitoramento constante A Vigilância Epidemiológica monitora surtos e epidemias em outros países e estados brasileiros. Há atenção especial para doenças como poliomielite, difteria, tétano, coqueluche, febre amarela, meningites e até enfermidades nunca registradas no Brasil, como Ebola e febre de Lassa – esta última, uma infecção hemorrágica grave transmitida por roedores. Atualmente, estão sob monitoramento os casos de pólio no Paquistão, o surto do vírus de Marburg na Tanzânia e os registros de sarampo na Argentina, Mongólia, Austrália e nos Estados Unidos. No Brasil, os óbitos por febre amarela ocorridos em 2025 nos estados do Amapá e de São Paulo também são monitoradas. A vacinação é a principal forma de bloqueio contra doenças, evitando o retorno de doenças que atualmente estão eliminadas ou controladas | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF A chefe do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Distrito Federal (Cievs-DF), Priscilleyne Reis, destaca que a experiência adquirida durante a pandemia de covid-19 e em surtos anteriores, como o de febre amarela no DF em 2008 (com 17 casos confirmados), fortaleceu as equipes. “Os profissionais estão muito mais experientes nas ações de bloqueio. No entanto, os desafios aumentam, devido à alta mobilidade da população, ao turismo e às rotas internacionais. Por isso, é essencial estarmos sempre atualizados e atentos a todos os detalhes”, acrescenta. O avanço tecnológico e científico tem contribuído para o trabalho da vigilância, seja por meio de ferramentas de comunicação mais eficazes ou do desenvolvimento de medicamentos para profilaxia em casos suspeitos. Ainda assim, a conscientização da população continua sendo a principal aliada no combate às doenças. “Entrevistamos uma senhora em razão de um caso suspeito de coqueluche, e ela nos disse que ficou encantada com esse trabalho, passando a confiar ainda mais no Sistema Único de Saúde”, conclui Priscilleyne Reis. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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