Biblioteca escolar comunitária em Taguatinga oferece aulas de crochê para mulheres
Nas tardes de terça-feira, a Biblioteca Comunitária Valéria Jardim, do Centro Educacional (CED) 02 de Taguatinga, se enche de cores, conversas e fios entrelaçados. No projeto Tecendo Fios de Oportunidade, o crochê vai além da técnica, torna-se um espaço de acolhimento, cura e valorização do feminino para as mulheres que se reúnem ali. A iniciativa foi desenvolvida em 2024 e, desde então, tem sido um sucesso para a comunidade. Não há restrição de idade, tampouco necessidade de saber costurar, pois o essencial é a vontade de aprender. O curso possui carga horária total de 104 horas, sendo 80 horas diretas, e 24 indiretas. Além das técnicas de crochê, as estudantes recebem aulas de precificação, divulgação, vendas e escrita criativa. O curso de crochê acabou se tornando uma terapia para muitas alunas | Fotos: Jotta Casttro/SEEDF O crochê acompanha a professora da rede pública e escritora Nina Tolledo desde a infância. No interior de Minas Gerais, ela descobriu a técnica aos 6 anos, ao observar mulheres produzindo peças nas calçadas. Aos 11, mudou-se para o Distrito Federal e, no Gama, começou a praticar o crochê. “O projeto é aberto à comunidade. Damos preferência a pessoas em situação de vulnerabilidade, e muitas chegam aqui por indicação médica, em busca de uma atividade terapêutica”, relata a educadora. No início, 30 pessoas inscreveram-se no curso, incluindo homens. Entre conversas, risadas e confraternizações, histórias marcantes começaram a surgir. “As alunas contavam histórias e achavam que não eram nada demais, mas percebemos que eram verdadeiras artistas. Trabalhei 12 anos com revisão de textos e tive o prazer de digitar esses relatos, que agora estão se transformando no livro Pontos e Contos”, explica Nina. As peças serão exibidas na vernissage entre os dias 5 e 12 de dezembro, na própria biblioteca [LEIA_TAMBEM]Uma das participantes, Edvania Chagas Ramos, de 58 anos, vivia uma depressão após a perda recente dos pais. “Meu médico indicou um psicólogo. Fui a dois, mas não gostei. Minha filha achou que seria uma boa ideia eu vir. No começo, vim relutante, mas depois fui me soltando. No outro dia, pedi ao meu marido para me levar ao armarinho comprar uma agulha mais grossa e comecei a fazer”, conta. A aluna Maria Helena de Souza, 62 anos, também encontrou no crochê uma nova forma de expressão. Mineira, chegou a Brasília há três anos e meio para acompanhar a filha, servidora pública. “Sempre quis aprender crochê, mas achava que fosse coisa de avó. O crochê é uma maravilha para mim, estou amando. Depois, quero abrir um perfil nas redes sociais para vender minhas peças.” *Com informações da Secretaria de Educação
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Programa Profissão Saúde capacita mais de 350 profissionais de enfermagem em um ano
“Foi uma sensação maravilhosa poder, depois de quatro anos formada, finalmente vivenciar na prática aquilo que eu sempre sonhei. Estar em um hospital, assumir um plantão e acolher pacientes me fez sentir que pertenço àquele lugar”, relata Sara Leal, 29 anos. Formada em enfermagem há mais de quatro anos e sem conseguir colocação na área, a jovem hoje vislumbra novos horizontes na profissão graças ao Programa Profissão Saúde. Ela foi uma das 60 alunas que participaram, nesta quarta-feira (22), da cerimônia de encerramento de mais um ciclo de formação do programa — o quarto dos cinco previstos. Em um ano de existência, o Profissão Saúde já capacitou mais de 350 profissionais de enfermagem. Sara Leal estava há mais de quatro anos em busca de uma colocação profissional na área de enfermagem: "Estar em um hospital, assumir um plantão e acolher pacientes me fez sentir que pertenço àquele lugar" | Fotos: João Marcos, Ascom/Sejus-DF A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-DF). O projeto oferece cursos de capacitação a enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem recém-formados que enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, especialmente por estarem em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Entre os cursos oferecidos estão procedimentos básicos de enfermagem e protocolos de aplicabilidade na prática clínica e atualização em procedimentos técnicos para profissionais de enfermagem. Além da formação teórica, os participantes vivenciam a rotina hospitalar, atuando em plantões supervisionados em enfermarias, unidades de internação e centros cirúrgicos. O processo seletivo reserva metade das vagas para grupos específicos, como pessoas em situação de vulnerabilidade social, mulheres vítimas de violência doméstica, pessoas com deficiência e integrantes da comunidade LGBTQIAPN+. O programa prepara os alunos para processos seletivos e entrevistas de emprego Além do conteúdo técnico, o programa prepara os alunos para processos seletivos e entrevistas de emprego. Graças às parcerias com redes hospitalares do Distrito Federal, muitos participantes já saem dos cursos com oportunidades reais de inserção profissional. O subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial, Juvenal Araújo, reforça que a exigência de experiência é uma barreira comum aos recém-formados, e que o Profissão Saúde foi criado justamente para romper esse ciclo. [LEIA_TAMBEM]“Ao proporcionar experiência prática durante a formação, o programa permite que os profissionais ingressem no mercado com mais segurança e preparo. Isso é essencial para que não apenas encontrem um emprego, mas construam uma trajetória digna e promissora na área da saúde”, ressalta. Para o diretor regional do Senac-DF, Vitor Corrêa, a educação profissional é uma ferramenta de transformação social. “Ao oferecer cursos gratuitos e acessíveis, especialmente na área da saúde, estamos contribuindo para a inclusão produtiva e a geração de renda — elementos fundamentais para a dignidade e a cidadania de milhares de pessoas”, afirma. *Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania
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Costurando sonhos: Fábrica Social formou mais de 3,1 mil pessoas desde 2019
Histórias de superação e recomeço são comuns na Fábrica Social do Governo do Distrito Federal (GDF), coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF). Desde 2019, o equipamento formou mais de 3,1 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social, ampliando o acesso da população a oportunidades concretas de inserção no mercado de trabalho. Apenas neste ano, 322 alunos já conquistaram o certificado de conclusão e uma nova turma será iniciada em breve. Localizado na Cidade do Automóvel, o centro de educação profissional fornece o curso de costura industrial, dividido em oito módulos. São contempladas diversas áreas de uma fábrica, incluindo malharia inicial e avançada, tecido plano, serigrafia, bordado computadorizado, bolsas e acessórios, bonés e similares. A capacitação tem duração de um ano e ocorre de segunda a sexta-feira — das 8h às 12h ou das 14h às 18h. Desde 2019, a Fábrica Social já formou mais de 3,1 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília "A Fábrica Social é um dos exemplos mais inspiradores do nosso compromisso com a inclusão produtiva”, reforça o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Thales Mendes. “Cada certificado entregue aqui representa muito mais do que uma nova habilidade: significa resgatar a autoestima, abrir caminhos para a independência financeira e devolver a esperança para quem mais precisa. É esse impacto humano e econômico que torna a Fábrica Social um patrimônio do nosso Distrito Federal.” A instrutora Elisângela Cedrini, 49, é exemplo de que a formação pode mudar vidas. Ela começou o curso em 2023, após perder o emprego durante a pandemia e passar por problemas de saúde. Em pouco tempo, se apaixonou pela máquina de costura e passou a planejar um futuro em que a linha e a agulha fossem protagonistas. Hoje, tem graduação e pós-graduação em design de moda e compartilha o conhecimento com os alunos no mesmo local em que teve a chance de recomeçar. “O curso mudou totalmente a minha vida. Eu era da área de saúde, tinha 40 e poucos anos e tive que recomeçar do zero. Fiquei um ano e seis meses aqui, primeiro estudando e depois na parte de produção, e voltei para trabalhar”, conta Elisângela. “Tenho alunos que já fazem peças incríveis que enchem meus olhos de lágrimas. É extraordinário ver a pessoa plantando a sementinha dela, cheia de esperança para recomeçar, assim como eu. Aqui é um lugar que você pode transformar sua vida, seguir vários rumos. São vários módulos com linguagens e técnicas diferentes em que a pessoa pode se identificar com alguma delas”. Elisângela Cedrini, instrutora: "O curso mudou totalmente a minha vida. Fiquei um ano e seis meses aqui, primeiro estudando e depois na parte de produção, e voltei para trabalhar" Entre os alunos, destaca-se Teresa Régia Araújo, 42 anos, que com muita determinação ganhou uma nova profissão e mais qualidade de vida. Mãe atípica de três filhas, ela estava sem nenhuma fonte de renda quando descobriu a Fábrica Social. Cinco meses de aula foram suficientes para essa realidade mudar: Teresa, que não sabia nem colocar a linha na agulha, já oferece pequenos serviços no bairro em que mora, no Gama, e traça novos objetivos profissionais. “Aprendi a costurar roupa, fazer alguns reparos, modelagem do começo ao fim e a desenhar também”, conta Teresa, que costurou, inclusive, a roupa das filhas para participar das quadrilhas juninas deste ano. “A costura está me trazendo qualidade de vida. Posso ter uma vida melhor em casa, sem precisar me deslocar para longe, podendo cuidar das minhas filhas, sem precisar estar correndo 24 horas.” Quem também não entendia o funcionamento das máquinas de costura e hoje está craque no assunto é Cléber Vagner Dino, 56. Após perder o emprego durante a pandemia, ele passou por um período de desânimo e depressão. A virada de chave começou recentemente, com o ingresso na Fábrica Social. “Minha mãe até tem uma máquina de costura, mas eu não entendia nada. Aprendi tudo aqui e foi altamente desafiador. Ficamos uma semana aprendendo só passar a linha para começar a fazer um ponto”, revela. Mais do que aprender uma profissão, Cléber encontrou motivação e novas perspectivas de vida. Animado com as possibilidades, ele já domina diferentes técnicas e se arrisca em softwares de modelagem digital, área na qual pretende seguir carreira. “O conhecimento que adquiri aqui abriu um novo horizonte para mim. Renovou minha vida, conheci novas pessoas, mudou tudo. Hoje consigo olhar qualquer roupa e vou tentar fazer”, afirma. Já a costureira Vanuza da Silva, 39, viu na formação uma oportunidade de aprender uma nova habilidade e agregar valor no próprio trabalho. “Como eu faço crochê, às vezes preciso forrar a peça. Antes eu tinha que terceirizar, agora eu mesma posso fazer isso. Também faço bolsas, roupas”, afirma a moradora do Recanto das Emas. “Muito gratificante estar aqui fazendo esse curso.” A aluna Teresa Régia Araújo, que antes de começar o curso não sabia nem colocar a linha na agulha, já oferece pequenos serviços no bairro onde mora, no Gama: "A costura está me trazendo qualidade de vida" Mais informações O desenvolvimento do conteúdo programático, acompanhamento pedagógico e monitoria/instrutoria são feitos por uma organização da sociedade civil, contratada por meio de termo de colaboração com a Sedet. O investimento é de cerca de R$ 6 milhões por ano. Parte dos materiais produzidos é destinada a ações sociais e ao GDF, como os enxovais utilizados na rede pública de saúde. O espaço dispõe de 470 máquinas de costura industriais, entre caseadeiras, galoneiras, overlock e interlock. “Nosso objetivo é gerar oportunidade para as pessoas que queiram atuar em uma nova atividade, queiram a profissão, para que possam produzir até mesmo da própria casa”, salienta o secretário. Segundo Thales Mendes, a oferta de qualificação profissional será ampliada nos próximos meses, com abertura de mais vagas e de uma unidade da Fábrica Social no Sol Nascente. “Nosso governador Ibaneis Rocha já anunciou que será um equipamento com 2,4 mil metros quadrados. Vamos descentralizar parte da produção, nos aproximando mais do nosso aluno”, afirma ele sobre o compromisso com a expansão da iniciativa. Para participar, os interessados devem ser inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) e ter renda per capita de até R$ 200. Os alunos recebem uma bolsa de R$ 304, além de lanche e auxílio-transporte, como ajuda de custo para incentivá-los a não desistir do projeto. Também há um auxílio de produtividade, com um percentual sobre o que produzem após a fase de instrução. As inscrições são divulgadas no site da Sedet-DF. * Colaborou Karol Ribeiro
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Recanto das Emas terá área habitacional para 10,6 mil pessoas
O Conselho de Planejamento Territorial Urbano do Distrito Federal (Conplan) aprovou, por unanimidade, nesta quinta-feira (24), o parcelamento do solo denominado Residencial Tamanduá, referente às quadras 1 a 6 e 9 a 11, no Recanto das Emas. O projeto foi desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) e integra o planejamento urbano da região da Vargem da Benção, com previsão de oferecer lotes urbanizados para uma população estimada em 10.640 habitantes. A área, pertencente à Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap), foi destinada à Codhab para atender principalmente famílias em situação de vulnerabilidade social em todo o Distrito Federal, que há anos aguardam a oportunidade de uma moradia regularizada. O terreno possui 947.404,85 m² — o equivalente a 94 campos de futebol —, divididos em 1.623 lotes. De acordo com a Codhab, 1.541 lotes serão doados aos cadastrados na companhia que estão em situação de vulnerabilidade social. Os lotes serão urbanizados, e as residências serão construídas pelos próprios contemplados, que serão beneficiados com o Cartão Material de Construção — auxílio financeiro de R$ 15 mil oferecido pelo Governo do Distrito Federal (GDF) a famílias de baixa renda em situação de emergência ou calamidade. A área, pertencente à Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap), foi destinada à Codhab para atender principalmente famílias em situação de vulnerabilidade social em todo o Distrito Federal | Foto: Divulgação/Seduh-DF “Esse projeto é muito importante para ampliar a oferta de habitação de interesse social no DF, sobretudo atendendo à população que mais precisa, em um local totalmente planejado, que oferece mais qualidade de vida”, afirmou o presidente do Conplan e secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Vaz. Além dos lotes destinados aos candidatos da Codhab, o projeto prevê um percentual de 26,82% da área parcelável à implantação de equipamentos públicos e Espaços Livres de Uso Público (Elups) — acima do que é estabelecido pelo Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal (Pdot). Nesses espaços, está prevista a construção de um parque urbano e ciclovias, além de 11 Elups. O diretor-presidente da Codhab, Marcelo Fagundes, destacou que a aprovação dessas novas quadras no Residencial Tamanduá reforça o compromisso do GDF em oferecer dignidade e uma nova vida a milhares de pessoas. “As famílias que serão destinadas ao residencial deixarão de viver em condição de extrema vulnerabilidade e terão a sua moradia própria, com toda a infraestrutura necessária, dotada de espaços para equipamentos públicos vitais à boa qualidade de vida. É mais que um loteamento, estamos falando em mudança de vida para mais famílias”, ponderou. Presente na votação, o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Wellington Luiz, lembrou que trabalhou no projeto quando esteve à frente da Codhab, entre 2019 e 2022. “É uma área que será usada prioritariamente para mulheres vítimas de violência, idosos e pessoas com deficiência (PCDs). Isso demonstra claramente a nossa tentativa de atender aqueles que, ao longo de décadas, foram esquecidos. Com mais essa aprovação, se dá um passo importante para que essas famílias tenham suas prerrogativas atendidas.” Além dos lotes destinados aos candidatos da Codhab, o projeto prevê um percentual de 26,82% da área parcelável à implantação de equipamentos públicos e Espaços Livres de Uso Público (Elups) | Imagem: Google Maps Para o Residencial Tamanduá, foram realizados todos os estudos urbanísticos, ambientais, viários e consultas às concessionárias de serviços públicos. Após ser aprovado pelo Conplan, a Codhab deverá apresentar o projeto urbanístico executivo do parcelamento, que passará por análise final da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) para, então, ser aprovado por decreto e publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). A partir disso, a Codhab terá 180 dias para requerer a expedição da licença urbanística e dar início aos procedimentos para o registro cartorial. DF Log O Conplan também aprovou, de forma unânime, o parcelamento do solo denominado DF Log, localizado em Santa Maria, às margens da DF-290. Por estar situado em uma área de indústrias e oficinas, o terreno de 152.369,39 m² será destinado aos usos comercial, de prestação de serviços, institucional e industrial. “É um polo de logística em uma zona de desenvolvimento econômico prevista no Pdot, justamente para atender essa demanda planejada há anos. Não é proposto nenhum uso habitacional, consolidando-se como atividade econômica”, explicou o relator do projeto no Conplan e representante do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), João Accioly. Pdot Os conselheiros também continuaram as discussões sobre o anteprojeto de Lei Complementar de revisão do Pdot. Nesse sentido, fizeram recomendações ao texto e decidiram deliberar sobre a matéria na próxima reunião do Conplan, agendada para o dia 31 de julho. *Com informações da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab)
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