Resultados da pesquisa

Programa de Controle do Tabagismo

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DF tem queda no consumo de cigarro, mas lidera uso de vapes

Além de nocivo, o hábito de fumar é a principal causa de morte evitável no mundo. No Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado na sexta-feira (29), a Secretaria de Saúde (SES-DF) promoveu evento na Escola de Governo (Egov), para reforçar as ações de conscientização da população para os danos causados pelo tabaco. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Controle do Tabagismo, em 2023, a prevalência de pessoas que usam tabaco no Distrito Federal foi de 8,4%, totalizando 204.883 usuários. Em meio a oscilações, o número reduziu em comparação com 2019, quando o índice era de 12%, com 271.818 usuários. O boletim foi publicado em 15 de agosto pela Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde (GVDANTPS) da SES-DF. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Controle do Tabagismo, em 2023, a prevalência de pessoas que usam tabaco no Distrito Federal foi de 8,4%  Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF No entanto, em relação ao último boletim publicado em 2024, referente a 2023, o Distrito Federal desponta na primeira posição no percentual de adultos que usam dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), com 5,7%. O coordenador do Programa de Controle do Tabagismo no DF, Saulo Viana, analisa o cenário com preocupação. “O DF deu uma melhorada em relação à prevalência de cigarros e ficou em 14º entre as unidades da Federação. Mas, no uso de cigarro eletrônico, o DF está em primeiro lugar. Os jovens estão utilizando vape cada vez mais cedo. E a dependência da substância sintética é bem maior”, relata. Programa de Controle do Tabagismo Em 2024, o Programa de Controle do Tabagismo da SES-DF atendeu 1.728 pacientes. Já no primeiro quadrimestre de 2025, 800 pessoas procuraram o serviço gratuito buscando parar de fumar. O programa oferece atendimento médico, acompanhamento profissional e medicamentos (quando necessário). "Os cigarros eletrônicos, muitas vezes apresentados como alternativa mais segura aos cigarros ditos convencionais, não são inofensivos" Nancilene Melo, referência técnica em tabagismo da SES-DF Nancilene Melo, referência técnica em tabagismo da SES-DF, destacou que a indústria busca modificar cheiro, sabor e aparência dos vapes como estratégia para atrair mais jovens ao consumo. A especialista reforça que não existe nível seguro de exposição ao tabaco e todas as formas de uso são prejudiciais. “Os cigarros eletrônicos, muitas vezes apresentados como alternativa mais segura aos cigarros ditos convencionais, não são inofensivos. Eles contêm nicotina altamente viciante e diversos compostos químicos que podem causar inflamações, lesões pulmonares e prejuízos cardiovasculares”, alerta. Segundo Melo, o uso por adolescentes e jovens é especialmente preocupante, pois o cérebro ainda em desenvolvimento é mais suscetível aos efeitos da dependência. “Estudos mostram que muitos usuários acabam se tornando duplos consumidores, mantendo o cigarro tradicional e o eletrônico. Por trás desses dispositivos com aparência moderna, há uma indústria que se reinventa para manter as pessoas presas à nicotina e aos riscos que ela traz para a saúde”. Fiscalização e prevenção O tabagismo ainda é o principal fator de risco para o câncer de pulmão, responsável por cerca de 85% dos casos da doença. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que, entre 2023 e o início de 2025, o Brasil registrou cerca de 704 mil novos casos de câncer por ano, sendo cerca de 32 mil de pulmão. Fabiano dos Anjos ressaltou que o controle do tabagismo salva vidas, reduz custos para o SUS e melhora a qualidade de vida O subsecretário da Vigilância à Saúde, Fabiano dos Anjos, ressaltou que o controle do tabagismo salva vidas, reduz custos para o SUS e melhora a qualidade de vida. “A Vigilância Sanitária tem atuado de maneira forte no comércio de cigarros eletrônicos, por meio das autuações nas madrugadas, e na educação da população”, disse. A Secretaria de Saúde oferece o Programa de Controle do Tabagismo em 78 unidades de saúde. Os pacientes são avaliados por equipes multiprofissionais, podendo ser encaminhados a tratamentos de condições específicas e convidados a participarem dos grupos. Os interessados podem procurar a unidade mais próxima do seu domicílio ou trabalho, onde serão acolhidos e receberão todas as informações necessárias. Interessados também podem acessar o site. Confira a lista completa com os centros de atendimento. [LEIA_TAMBEM]Selo Durante o evento, também foi lançado o edital do selo Equipes inovadoras no controle do tabagismo. “Queremos dar visibilidade às equipes que oferecem a prevenção e valorizar os profissionais que atuam na área, a fim de inspirar outras equipes”, contou a gerente da GVDANTPS, Mélquia Lima. Os três primeiros colocados das equipes rurais e urbanas serão convidados a apresentar suas experiências exitosas no evento de premiação do selo, que em novembro, no Dia Nacional de Combate ao Câncer. *Com informações da Secretaria de Saúde

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Uso de cigarro eletrônico acende alerta para riscos à saúde

Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam um aumento de 25% no número de fumantes no Brasil entre 2023 e 2024, levantando um alerta para a crescente popularidade do cigarro eletrônico. Embora considerado inofensivo, o dispositivo também é derivado do tabaco e leva sérios riscos à saúde. Dispositivos eletrônicos, segundo estudos da Organização Mundial de Saúde, expõe usuários a sérios riscos, como a síndrome de Evali, uma lesão pulmonar | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde Apesar de não apresentarem substâncias comuns aos cigarros tradicionais, como monóxido de carbono e alcatrão, os dispositivos eletrônicos têm se mostrado muito prejudiciais ao organismo. No caso dos cigarros eletrônicos, há a possibilidade de contrair a síndrome de Evali, uma lesão pulmonar associada ao uso destes dispositivos. Pesquisa A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que esses dispositivos eletrônicos vêm atraindo adolescentes e jovens por meio de estratégias de marketing e apelo tecnológico. Segundo a última Pesquisa Vigitel, em 2023, cerca de 2,1% da população adulta usou cigarros eletrônicos, sendo a maior prevalência entre os jovens de 18 a 24 anos - ou seja, 6,1% dos entrevistados. O pneumologista Paulo Fontes, do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), alerta que o uso dos cigarros eletrônicos, mesmo com sabores e aromas diferenciados, são um risco à saúde. “Apesar de ainda não termos todas as respostas sobre os efeitos de longo prazo dos cigarros eletrônicos, o que já vemos na prática clínica é muito preocupante”, aponta o médico. “São pacientes com pulmões extremamente comprometidos, com processos inflamatórios intensos. Temos visto muitos jovens com forte agressão ao parênquima pulmonar”. O especialista lembra que os danos podem ser mais severos que os causados pelo cigarro comum: “A síndrome de Evali é um exemplo claro disso. Embora nem tudo possa ser afirmado com certeza ainda, já é evidente que o uso do vape ou desses tipos de dispositivos não é seguro”. Enfrentamento No país, o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis 2022-2030 tem como uma das metas reduzir para 40% o percentual da população que fuma. Segundo o documento, o percentual de fumantes no país em 2019 era de 9,8% da população. Quatro anos depois, esse índice figurava em 9,3%. A expectativa é reduzir para 5,9% até 2030. No DF, dados de 2023 apontam que 8,4% dos adultos eram fumantes. Desse total, o hábito é maior entre os homens (10,7%); entre as mulheres o percentual é de 6,4%. Onde procurar ajuda A Secretaria de Saúde (SES-DF) presta atendimento a pessoas que lutam contra o tabagismo em mais de 80 unidades. O Programa de Controle do Tabagismo na capital segue orientação da coordenação nacional do MS com foco em ações educativas. Os pacientes são avaliados por equipes multiprofissionais, podendo ser encaminhados a tratamentos de condições específicas e convidados a participarem dos grupos.  *Com informações da Secretaria de Saúde      

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Saúde pública alerta para os perigos do cigarro eletrônico

O aroma, o sabor e o formato dos cigarros eletrônicos podem até ser diferentes dos convencionais, mas os riscos à saúde são os mesmos. Ainda que esteja disfarçado de algo recreativo, o cigarro eletrônico também é derivado do tabaco e, por isso, causa a inalação de monóxido de carbono, alcatrão e tantas outras substâncias prejudiciais ao organismo. Além disso, pode conter nicotina, uma droga que causa vício e morte, dependendo do fabricante. Como os cigarros eletrônicos são pequenos, podem ser disfarçados de chaveiros ou pen drives | Foto: Joedson Alves/Agência Brasil A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) faz, desde dezembro, uma consulta pública sobre os cigarros eletrônicos no Brasil. A pesquisa termina nesta sexta-feira (9) e deve ser feita pelo formulário eletrônico específico, disponível no portal da agência. Basta preencher os campos de identificação da pessoa interessada e enviar as contribuições. A consulta é sobre a manutenção da proibição dos dispositivos eletrônicos para fumar no país e uma proposta de norma que prevê ainda a proibição da fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte, publicidade e divulgação destes produtos ao público, sendo ele consumidor ou não. Os principais riscos do consumo do cigarro eletrônico são o surgimento de câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, como infarto, morte súbita e hipertensão arterial. Há, ainda, a possibilidade de contrair a doença pulmonar chamada Evali, sigla em inglês para lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico ou vaping. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), os principais sintomas são tosse, dor torácica e dispneia, além de dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, febre, calafrios e perda de peso. Os principais riscos do consumo do cigarro eletrônico são o surgimento de câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares, como infarto, morte súbita e hipertensão arterial | Foto: Joedson Alves/Agência Brasil “É uma doença aguda em que o pulmão fica muito enrijecido e não há remédio para isso. É uma situação muito grave em que precisamos usar uma série de remédios para melhorar a saúde da pessoa”, explica a pneumologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), lotada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Gilda Elizabeth Fonseca. Os danos causados pelo consumo do cigarro eletrônico incluem ainda envelhecimento precoce, falta de ar e cansaço excessivo. ?A fumaça inalada passivamente também é perigosa: “São os mesmos riscos do cigarro convencional. Se a pessoa está próxima, em ambiente fechado, por um bom tempo, está se expondo aos mesmos riscos”, esclarece a médica. “Tem muita nicotina e muitos metais pesados que causam mal ao serem queimados e inalados. A fumaça chega muito rápido ao pulmão e ao cérebro, é muito volátil. Isso faz com que seja mais fácil viciar e causar dependência química”, aponta. A consulta pública da Anvisa sobre venda do cigarro eletrônico no Brasil fica no ar até esta sexta-feira | Foto: Divulgação/Ministério da Saúde ?Os eletrônicos foram popularizados com a prerrogativa errônea de que são uma alternativa para a interrupção do uso dos convencionais. A informação não é reconhecida pelo Ministério da Saúde e, inclusive, a comercialização, importação e propaganda dos cigarros eletrônicos é proibida pela Anvisa. “Nenhum cigarro está isento de riscos”, frisa Fonseca. “Para quem já tem algum problema cardiorrespiratório, os malefícios são ainda mais graves. E também já temos casos de jovens com doenças que antes eram mais comuns em pessoas mais velhas, como câncer no pulmão sem histórico na família”, acrescenta. ?A especialista da SES-DF alerta a importância da conscientização sobre os riscos do consumo do cigarro eletrônico. Gilda ressalta, ainda, que, pelo fato de os cigarros eletrônicos serem mais populares entre adolescentes e jovens, os pais e responsáveis devem ficar atentos aos hábitos dos filhos. “Como (os cigarros) são pequenos, podem ser facilmente escondidos em estojos, bolsos… É preciso cuidado para que nossa juventude não se vicie”, destaca. Diferentemente do convencional, o modelo eletrônico não utiliza fogo, uma vez que funciona a bateria, e é apresentado em diferentes formatos, como pen-drive e caneta. Além disso, a formulação inclui aditivos para saborizar a fumaça e mascarar os efeitos danosos do consumo. ?Com saúde, sem cigarro [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A melhor opção, tanto para o consumo dos cigarros eletrônicos quanto dos convencionais, é sempre parar de fumar. A Secretaria de Saúde coordena o Programa de Controle do Tabagismo no DF, conforme orientação da Coordenação Nacional do Programa de Controle do Tabagismo/ Instituto Nacional do Câncer (INCA/MS). A pasta oferece tratamento e atendimento aos pacientes em 77 unidades de saúde do DF, além da prevenção para que o hábito não atinja mais pessoas. Interessados em interromper o vício devem procurar a unidade de saúde mais próxima de casa ou do trabalho. O tratamento consiste em encontros individuais ou em grupo com médico e equipe da Estratégia Saúde da Família. Inicialmente, são quatro encontros semanais e, ao longo do avanço do paciente, as reuniões passam a ser quinzenais e mensais, com duração total de um ano. O objetivo é avaliar o grau de dependência em relação ao cigarro e traçar um plano terapêutico individual, de modo cognitivo-comportamental e medicamentoso, se necessário. Acesse aqui a relação dos Centros de Atendimentos de Tabagismo.

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Mulheres são maioria nos tratamentos contra tabagismo no DF

Um grave problema de saúde individual e pública, o tabagismo é considerado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal causa de morte evitável no mundo. Os dados são alarmantes: o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, sendo 7 milhões pelo uso direto da substância e 1,2 milhão de não fumantes, expostos ao fumo passivo. Esta terça-feira, 29 de agosto, é o Dia Nacional do Combate ao Fumo, com o objetivo de conscientizar sobre os riscos do tabaco e de outras formas derivadas da nicotina. No primeiro quadrimestre de 2023, houve atendimento no Distrito Federal para 527 tabagistas, sendo 55% do sexo feminino e 45% do sexo masculino, tendo a maior parte da faixa etária (70%) entre 18 a 59 anos. Atualmente, o Programa Distrital conta com 78 unidades de saúde cadastradas para realizar tratamento de tabagismo. Neste ano, foco da campanha são os riscos de dispositivos que mascaram a nicotina com diferentes sabores | Foto: Arquivo/Agência Saúde-DF Conforme informe sobre o Perfil de Atendimentos no Programa de Controle do Tabagismo no Distrito Federal, em 2022, houve atendimento inicial de 1.650 tabagistas nas unidades de saúde, o que representou um aumento de 85,6% em relação ao ano de 2021. Deste número, a maioria é do sexo feminino, com 57,8% de predominância, sendo que a maior parte está na faixa etária de 18 a 59 anos. [Olho texto=”“Vivemos uma pandemia de tabaco e seus derivados há muitos anos. Ele é a maior causa de adoecimento e morte evitável no mundo, além de onerar os custos com os tratamentos de saúde.”” assinatura=”Nancilene Melo, RTD de tabagismo” esquerda_direita_centro=”direita”] Dos 1.650 pacientes que realizaram os atendimentos iniciais do tabagismo no ano passado no DF, 97,6% seguiram no atendimento da primeira consulta de avaliação clínica. Destes, 86,1% participaram ainda da primeira sessão estruturada. O protocolo de atendimento no programa consiste em uma primeira consulta, que deve ser uma avaliação clínica. Em seguida, o paciente passará por quatro sessões de aconselhamento, com o intervalo de uma semana entre cada uma. Dos atendidos, 13,8% (223) dos pacientes desistiram entre a primeira consulta de avaliação clínica e a primeira sessão de aconselhamento. No entanto, o percentual dos pacientes que participaram das quatro sessões estruturadas iniciais de tratamento foi de 47,2%. O prejuízo à saúde é devastador, de acordo com a médica pneumologista e Referência Técnica Distrital (RTD) de tabagismo, Nancilene Melo. “Vivemos uma pandemia de tabaco e seus derivados há muitos anos. Ele é a maior causa de adoecimento e morte evitável no mundo, além de onerar os custos com os tratamentos de saúde.” A auriculoterapia é uma das práticas integrativas de saúde (PIS) adotadas no grupo de combate ao tabagismo da UBS 1 do Cruzeiro | Foto: Divulgação/Agência Saúde-DF Embora as consequências sejam graves e conhecidas, parar de fumar não é tão fácil. A nicotina é uma droga cuja dependência é uma das mais difíceis de tratar. “O sucesso do tratamento depende do grau de motivação e determinação da pessoa. Em casos específicos, é necessário o auxílio de profissionais especializados na abordagem cognitivo comportamental e medicamentos para alívio para a síndrome de abstinência”, explica a especialista. [Olho texto=”Há diversos produtos derivados de tabaco, como cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, tabaco para narguilé e dispositivos eletrônicos para fumar” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O tabaco é uma planta cujas folhas são utilizadas na confecção de diferentes produtos que têm como princípio ativo a nicotina, que causa a dependência. Há diversos produtos derivados de tabaco, como cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, tabaco para narguilé, dispositivos eletrônicos para fumar e outros. Atualmente, com o advento dos dispositivos eletrônicos, a agressividade da nicotina é mascarada por meio de aromatizantes, permitindo o consumo de uma dosagem elevada, que leva a efeitos negativos à saúde dos usuários mais precocemente. Por isso, o tema da campanha de combate ao fumo deste ano é “Sabores e aromas em produtos derivados de tabaco: uma estratégia para tornar a população dependente de nicotina”. O objetivo é alertar a população sobre como o consumo destes produtos representa um risco por aumentar a experimentação entre crianças, adolescentes e jovens; ser um fator agravantes na dependência; e causar mais prejuízos. Mudança de hábito “O processo de parar de fumar é mais complexo, é mudança de hábito, mudança de estratégia”, explica a farmacêutica da UBS 1 do Cruzeiro, Anna Eliza, que atua no Grupo de Combate ao Tabagismo, uma das 73 unidades que oferecem o programa. Em uma roda com sete profissionais de saúde, nove pacientes em tratamento ao fumo trocam experiências sobre o combate ao vício. Na sessão, cada um relata suas lutas e avanços. Para Carlúcio Pereira de Araújo, de 39 anos, uma conquista importante foi ficar um mês sem fumar. O incentivo? Ele passou as férias com o filho, de 2 anos, e não queria ser um mau exemplo. [Olho texto=”“Não queria que meu filho me visse fumando e eu quero jogar bola com ele. Quando ele estiver com 14 anos, eu vou estar com 50 e estarei lá, jogando bola com ele”” assinatura=”Carlúcio Pereira de Araújo, participante do Grupo de Combate ao Tabagismo” esquerda_direita_centro=”direita”] Participante do grupo desde maio, ele começou a fumar jovem, quando tinha apenas 14 anos. O vício cresceu ao começar a trabalhar e ter o próprio dinheiro para comprar cigarros. Quanto mais o tempo passava, mais ele experimentava jeitos diferentes de tragar nicotina: vaper, paiol, tabaco, cigarro. “Eu comecei a repensar meu vício, quando comecei a passar muito mal. Sofri uma tosse muito intensa, muito forte, escarrando sem parar. Também comecei a ter refluxo e gastrite”, relata. O estopim e a decisão de mudar vieram quando o cigarro tornou-se um problema em relacionamentos e o filho usou uma caneta para “brincar” que estava tragando. “Não queria que meu filho me visse fumando e eu quero jogar bola com ele. Quando ele estiver com 14 anos, eu vou estar com 50 e estarei lá, jogando bola com ele”, conta sobre a motivação. Mais de 1,6 mil atendimentos Grupo de Combate ao Tabagismo da UBS 1 do Cruzeiro integra as 73 unidades cadastradas e aptas no DF para o tratamento | Foto: Divulgação/Agência Saúde-DF Toda segunda-feira, às 15h, o grupo se reúne na tenda da UBS para realizar uma roda de diálogo e discutir práticas para quem quer largar o fumo. As sessões são abertas para qualquer paciente, basta ir ao local e se sentar. “O benefício do paciente participar do grupo é conviver com pessoas que sofrem do mesmo vício que ele, compartilhar as dores e as dificuldades, mas também as coisas que deram certo. A troca de experiência alivia, no primeiro momento, e funciona como motivação”, pontua a farmacêutica Anna Eliza. Após a sessão, a equipe de saúde faz uma entrevista com o paciente, analisa em qual estágio de dependência se encontra e quais medidas podem ser utilizadas. Além de medicação, que é avaliada caso a caso, no grupo são criadas estratégias de Práticas Integrativas de Saúde (PIS). “A cada sessão, temos auriculoterapia, tai chi chuan, meditação. São medidas para alívio dos sintomas”, acrescenta. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Programa de Controle ao Tabagismo O Programa de Controle do Tabagismo no Distrito Federal segue as diretrizes do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PCNT), coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), cujo objetivo é a prevenção à iniciação ao tabagismo, a redução da prevalência de fumantes e da morbimortalidade relacionada ao consumo de produtos derivados do tabaco, por meio do desenvolvimento de ações educativas, de comunicação e de atenção à saúde, além de ações legislativas e econômicas. Na Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), estão cadastradas 73 unidades para realizar o tratamento contra o tabagismo. Os interessados podem procurar a unidade mais próxima do seu domicílio ou trabalho, onde serão acolhidos e receberão todas as informações necessárias. Interessados também podem acessar este link ou o Disque Saúde 136. Confira aqui a lista completa com os centros de atendimento. Nesta terça-feira (29), a SES-DF, por meio da Subsecretaria de Vigilância Sanitária (SVS), promoverá evento da campanha, às 15h, na Estação do Metrô Galeria. *Com informações da Secretaria de Saúde

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Dia Mundial Sem Tabaco alerta para riscos de novas formas de fumar

Era para ter sido só uma brincadeira. Andreana de Jesus estava com 29 anos quando segurou o cigarro de uma amiga e tragou algumas vezes por pura diversão. “Eu fazia triatlo e tive que parar tudo por causa do cigarro. Fumei por mais de 20 anos e tive muitos problemas”, conta. Neste 31 de maio, Dia Mundial Sem Tabaco, ela comemora os dois anos livre do vício e deixa o alerta: “Pare de fumar! Esse hábito traz muitas doenças e problemas na vida da gente. Destrói não só você, mas a sua família também”. Paciente do Programa de Controle do Tabagismo, Andreana de Jesus está há dois anos sem fumar | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde Para a médica pneumologista Nancilene Melo, histórias como a de Andreana têm se repetido diariamente, porém, com uma mudança: novas formas de fumar. “Infelizmente, um número significativo de pessoas acha que utilizar dispositivos eletrônicos não corresponde a fumar. Ledo engano. Mesmo naqueles dispositivos que se dizem sem nicotina há uma série de substâncias capazes de fazer mal ao organismo”, reforça. [Olho texto=”Quem usa o narguilé acaba exposto a substâncias como benzeno, arsênico e chumbo contidos no tabaco, além de substâncias existentes no carvão utilizado. O volume de vapor, na verdade aerossóis, de uma rodada de narguilé de cerca de uma hora é equivalente ao de 100 cigarros tradicionais” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O novo cenário do tabagismo já tem impactado os atendimentos diários da Secretaria de Saúde (SES). “Tanto mães como os próprios adolescentes têm trazido os pacientes aqui para pararem de fumar, porque sabemos que hoje há essa onda dos pods, dos vapers, e a meninada assume essa tecnologia com a maior naturalidade”, revela o médico Francisco Leal, da policlínica de Taguatinga. Do ponto de vista químico, o uso de narguilé ou de dispositivos eletrônicos é tão prejudicial quanto os cigarros tradicionais, quando não é pior. Foram identificadas substâncias como o sal de nicotina, que apresenta absorção mais rápida e quatro vezes mais potencial de causar dependência química frente à nicotina da folha do tabaco. Metais pesados, aditivos da indústria alimentícia e outros componentes cancerígenos fazem parte das misturas inaladas por meio dos dispositivos eletrônicos. Secretaria de Saúde alerta para o uso de narguilé ou dispositivos eletrônicos entre os jovens | Foto: Arquivo Agência Saúde Já quem usa o narguilé acaba exposto a substâncias como benzeno, arsênico e chumbo contidos no tabaco, além de substâncias existentes no carvão utilizado. O volume de vapor, na verdade aerossóis, de uma rodada de narguilé de cerca de uma hora é equivalente ao de 100 cigarros tradicionais. “Se formos ver do ponto de vista técnico da biologia daquele processo, o narguilé é muito mais prejudicial do que o cigarro convencional”, resume Francisco. Há a preocupação também pelo uso combinado. De acordo com Nancilene, tem se tornado comum o relato de jovens que iniciam o uso com narguilé ou dispositivos eletrônicos. Iniciada a dependência de nicotina, contudo, eles passam a utilizar o cigarro tradicional, por ser mais barato. “O indivíduo termina por manter os dois usos. É assustador”, revela. Tratamento multidisciplinar Não há medicações 100% eficazes contra o tabagismo. Ansiolíticos, antidepressivos e adesivos são considerados auxiliares, mas o processo exige uma abordagem multidisciplinar. “O tratamento do tabagismo feito na SES é voltado, principalmente, para o cognitivo comportamental. É uma questão de hábitos. Não adianta tratar somente a parte química, pois se a pessoa continuar com aquele hábito, ela vai retornar à dependência, ao vício”, explica o assistente social Saulo de Oliveira, da Gerência de Vigilância Epidemiológica de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde da SES. “Eu só parei quando fui internado e me falaram que estava com enfisema pulmonar”, conta José Pereira Barbosa, de 68 anos Os pacientes concordam. “Já faz 90 dias que estou sem fumar. São quatro anos tentando. Não é um vício fácil, mas a SES dá esse suporte para quem quer realmente parar de fumar. Acho que o tratamento é bem corretivo e a gente tem que querer”, opina Tânia Paula Garfez, 53 anos, fumante desde os 16 e atualmente em acompanhamento na policlínica de Taguatinga. A decisão de parar, porém, quase sempre vem em um momento de choque. “Eu só parei quando fui internado e me falaram que estava com enfisema pulmonar”, conta o paciente José Pereira Barbosa, 68. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A taxa de pacientes que realmente conseguem parar de fumar é de 30%. Geralmente, são três tentativas frustradas antes do sucesso. O primeiro passo é o Teste de Fagerström, que avalia a dependência de nicotina de cada pessoa. Depois, são iniciados os trabalhos em grupo e o acompanhamento com profissionais da SES, entre médicos, psicólogos, enfermeiros e até assistentes sociais. Somente em 2022, foram 1.467 pessoas tratadas na rede pública, sendo 636 homens e 831 mulheres. Apesar delas serem a maioria no tratamento, há cerca de três homens com o vício no Distrito Federal para cada mulher tabagista. Em números gerais, a Subsecretaria de Vigilância à Saúde estima em 11,8% da população com o hábito, classificado como uma doença. Onde procurar ajuda A porta de entrada para o tratamento é a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência, conforme o endereço residencial. Nesses locais, é possível solicitar o acompanhamento multiprofissional e, se necessário, o encaminhamento a especialistas. Para saber a UBS de referência, acesse o site da SES e preencha o CEP. *Com informações da Secretaria de Saúde  

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