Médica cria o primeiro banco genético da rede pública do DF e transforma diagnóstico de doenças raras
Há mais de 30 anos, quando o conhecimento sobre genética médica ainda era incipiente no Brasil, a médica Maria Teresinha Cardoso decidiu apostar em um caminho visionário. Foi ela quem criou, em Brasília, o primeiro banco genético da Secretaria de Saúde (SES-DF), revolucionando o atendimento neonatal na capital federal. A geneticista Maria Teresinha Cardoso lembra o tempo em que inaugurou o laboratório de citogenética no Hospital de Base: “A gente batia na porta de todos os deputados para modernizar o serviço” | Foto: Arquivo pessoal Pioneira na implantação e divulgação do teste do pezinho na rede pública, a geneticista foi responsável por levar a triagem neonatal a outro patamar. Hoje, o exame permite o diagnóstico precoce de até 62 doenças raras em recém-nascidos — o que representa um passo decisivo para o início imediato de tratamentos, a redução de sequelas e a prevenção de mortes evitáveis. “É um serviço muito importante para a história do Hospital de Apoio de Brasília [HAB] e para o fortalecimento das políticas públicas do país”, afirma Maria Teresinha, que se aposentou em 2024, mas segue atuando como voluntária na unidade hospitalar, considerada referência no tratamento de doenças raras. Formada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), a médica chegou a Brasília em 1973, quando a genética ainda não fazia parte da estrutura do sistema de saúde local. Começou sua trajetória na SES-DF como patologista clínica, mas nunca abandonou sua paixão pela genética, despertada ainda na graduação, quando foi orientada pela renomada pesquisadora Iris Ferrari, da Universidade de Brasília (UnB), referência internacional na área. Pioneirismo Cerimônia, na próxima segunda (26), vai homenagear Maria Teresinha, cuja dedicação e visão foram essenciais para a criação e consolidação da Unidade de Genética da SES-DF A dedicação ao tema levou Maria Teresinha a montar, do zero, um pequeno ambulatório de genética no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), que mais tarde se tornaria referência em malformações congênitas. Foi também no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) que ela implantou um sofisticado laboratório de citogenética — técnica capaz de identificar alterações nos cromossomos e diagnosticar doenças genéticas complexas, abortamentos de repetição e casos de infertilidade. O laboratório, considerado de ponta para a época, cresceu com esforço e persistência. “A gente batia na porta de todos os deputados para modernizar o serviço”, lembra a médica. Com o tempo, vieram microscópios de alta definição, computadores acoplados e softwares que ampliam os cromossomos na tela, reduzindo o tempo e aumentando a precisão das análises. Nos últimos anos, os investimentos superaram R$ 2 milhões. [LEIA_TAMBEM]Excelência no país Desde então, mais de 10 mil exames foram realizados, ajudando famílias a obter diagnósticos antes inacessíveis. Crianças que antes viveriam sem respostas passaram a ter acesso a tratamentos adequados. Em 2007, a SES-DF promoveu o primeiro concurso para médicos geneticistas e criou a residência em genética médica, formando novos especialistas na área. Em 2013, foi criada a Coordenação de Doenças Raras da Secretaria de Saúde; em 2016, o HAB foi reconhecido como centro de referência em doenças raras no país; e em 2019, o Hmib também recebeu o mesmo reconhecimento. Homenagem Maria Teresinha celebra a evolução tecnológica que acompanhou de perto, como o projeto Genoma Humano, que identificou os genes humanos em tempo recorde: “Foi uma revolução. Houve um salto no diagnóstico e na prevenção de doenças, com agilidade e redução de custos”. Casada com médico e mãe de quatro filhos — três também médicos e um engenheiro —, ela vê com orgulho o impacto de sua trajetória na saúde pública do DF. Na próxima segunda-feira (26), Maria Teresinha será homenageada no auditório do HAB. A cerimônia reconhece a contribuição fundamental da servidora, cuja dedicação e visão foram essenciais para a criação e consolidação da Unidade de Genética da SES-DF. Seu legado segue inspirando gerações e transformando vidas. *Com informações da Secretaria de Saúde
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DF é pioneiro em triagem neonatal para doença de Pompe
O Distrito Federal é a primeira unidade da Federação a implementar a triagem neonatal para a doença de Pompe na rede pública. Por meio do teste do pezinho ampliado, é possível detectar precocemente essa condição genética rara que afeta os músculos e pode comprometer funções vitais, como respiração e batimentos cardíacos. A iniciativa pioneira da Secretaria de Saúde (SES-DF) transforma o país em referência na América Latina. “Ampliar a triagem neonatal foi um esforço do serviço de referência em doenças raras, com apoio fundamental da SES-DF. Isso porque, além de médicos capacitados, precisamos de uma administração pública eficiente para viabilizar essa realidade”, avalia o geneticista e chefe do Programa de Triagem Neonatal do Hospital de Apoio de Brasília (HAB), Gerson Carvalho. Responsável pelo diagnóstico e tratamento da menina, o geneticista da SES-DF, Fabrício Maciel, destaca que a colaboração multidisciplinar é fundamental para o sucesso | Foto Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF Tratamento precoce O diagnóstico da condição possibilita o início imediato do tratamento, passo essencial para evitar complicações graves. No DF, essa verificação é feita no Centro de Referência de Doenças Raras do HAB, por meio do exame de dosagem enzimática. Nos primeiros meses de vida, a doença de Pompe caracteriza-se por fraqueza muscular generalizada e cardiomegalia, quando o coração cresce além do normal. “Por ser progressiva e potencialmente fatal, o diagnóstico precoce é imperativo. Quanto antes iniciarmos o tratamento, maiores são as chances de evitar danos ao coração e salvar vidas”, complementa Carvalho. O tratamento ocorre a cada 15 dias com a infusão da enzima alfa-glicosidase ácida (GAA), um processo conhecido como Terapia de Reposição Enzimática (TRE). A aplicação diretamente na veia do paciente ajuda a retardar a progressão da doença. A pequena Melina Carvalho, de 10 meses, diagnosticada com a doença no HAB, recebe a terapia para suprir a deficiência da enzima que seu organismo não produz corretamente. Seu tratamento é feito, hoje, no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). “Foi desesperador receber o diagnóstico, mas o tratamento precoce trouxe esperança. Hoje, minha filha está se desenvolvendo bem e sem complicações, graças às equipes médicas do HAB e do HCB”, conta a mãe da paciente, Bruna Carvalho, 24. O caso de Melina marca o avanço no DF, sendo o primeiro a receber a terapia padrão-ouro, isto é, quando uma técnica se mostra a mais eficaz em relação às demais no tratamento de determinada doença. Responsável pelo diagnóstico e tratamento da menina, o geneticista da SES-DF, Fabrício Maciel, destaca que a colaboração multidisciplinar é fundamental para o sucesso do tratamento. “Tanto no HAB quanto no HCB, a paciente conta com o apoio de especialistas em diversas áreas, como imunologia, cardiologia e neurologia pediátrica, além de uma equipe de reabilitação de excelência”, explica. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Hospital de Apoio de Brasília recebe visita técnica de equipe finlandesa
O Hospital de Apoio de Brasília (HAB) recebeu, na última semana, a visita de membros da empresa finlandesa Revvity, referência mundial em triagem neonatal. A comitiva veio conhecer as instalações do HAB e o processo de triagem realizado no Distrito Federal. A visita reforça a excelência do serviço prestado pelo hospital, gerido pela Secretaria de Saúde (SES-DF), e consolida seu reconhecimento. O teste do pezinho, ou triagem neonatal, é um dos destaques dos procedimentos realizados pelo HAB | Foto: Divulgação/Agência Saúde A Revvity é uma empresa privada que atua em diversos países ofertando tecnologias para diagnósticos e desenvolvimento de tratamentos de doenças genéticas. Durante a visita, os gestores Petra Furu e Axel Meierjohann percorreram os laboratórios do HAB e conheceram os equipamentos utilizados no rastreio de doenças congênitas. DF tem 100% de cobertura do teste do pezinho para recém-nascidos da rede pública de saúde Gerson Carvalho, geneticista chefe do hospital e especialista em doenças raras, ressaltou a importância do encontro: “Eles vieram conhecer nosso serviço devido ao destaque que temos na triagem neonatal, que no DF rastreia 62 doenças por meio do teste do pezinho, e também para falar das perspectivas e desafios de novas doenças a serem diagnosticadas”. A coleta de material para o exame é feita no hospital onde o bebê nasce. Atualmente, o Distrito Federal tem 100% de cobertura do teste do pezinho para os recém-nascidos da rede pública de saúde, conforme determina a lei distrital nº 4.190/2008. Triagem neonatal A triagem neonatal é uma estratégia de saúde pública essencial para o diagnóstico precoce de doenças congênitas e assintomáticas, contribuindo para a redução da morbimortalidade infantil. A identificação antecipada das doenças permite intervenções rápidas, reduzindo sequelas e melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. “A triagem neonatal, mais conhecida como teste do pezinho, minimiza o impacto da doença na vida do paciente”, detalha Gerson Carvalho. “Muitos deles evoluem de forma tão positiva que nunca apresentam sinais ou sintomas da doença, podendo ter uma vida próxima do normal. Caso não fossem tratados, poderiam morrer precocemente.” Segundo o geneticista, se duas amostras do teste apresentarem alterações, o paciente é convocado para uma consulta médica, onde será avaliado e passará por exames confirmatórios. Caso o diagnóstico seja confirmado, inicia-se imediatamente o tratamento, com acompanhamento, no HAB. A unidade hospitalar também faz o aconselhamento genético e reprodutivo para famílias com casos de doenças genéticas. *Com informações da Secretaria de Saúde
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DF é pioneiro na triagem neonatal com teste do pezinho ampliado
Referência nacional na triagem neonatal, o Distrito Federal (DF) é a única unidade da Federação capaz de identificar até 62 doenças por meio do teste do pezinho. O exame cobre 100% dos nascidos vivos na rede pública de saúde e é considerado essencial para diagnosticar precocemente condições metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas. Desde 2011, o DF dispõe da versão ampliada do teste, sendo o mais completo do país. “O teste do pezinho é um rastreamento populacional que permite detectar doenças ainda na fase assintomática. Com isso, conseguimos iniciar o tratamento no momento oportuno, prevenindo complicações graves e até óbitos”, explica a médica e referência técnica distrital em triagem neonatal, Kallianna Gameleira. Ela ressalta que a rapidez do processo também é um diferencial: “Em uma semana, já temos os resultados para todas as 62 doenças analisadas”. Desde 2011, o DF dispõe da versão ampliada do teste, sendo o mais completo do país | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília O Distrito Federal foi pioneiro no Brasil ao ampliar o teste do pezinho. Até 2011, o exame cobria apenas três doenças. Com o avanço tecnológico e legislação que assegura o teste a todos os nascidos vivos (lei distrital nº 4.190/2008), esse número cresceu e hoje abrange 62. Somente no ano passado, foram feitas 37,3 mil coletas. Para garantir agilidade e segurança no processo, o Laboratório de Triagem Neonatal da Secretaria de Saúde (SES-DF) conta com tecnologia de ponta e uma equipe composta por farmacêuticos, biólogos e técnicos responsáveis pela análise dos resultados. “Cada paciente tem um código de barras vinculado ao processo, garantindo a integridade dos dados. A tecnologia permite automatizar a entrada de dados para garantir a segurança do processo de análise, assegurando resultados confiáveis”, detalha o coordenador do laboratório, Vitor Araújo. A digital influencer Iasmin Franciele é de Unaí, em Minas Gerais, e escolheu a capital federal para dar à luz aos seus filhos gêmeos. “O DF com certeza tem um diferencial. Os profissionais são mais capacitados, o hospital é melhor e o atendimento é mais rápido. Me sinto mais segura porque o teste daqui é mais amplo e aumenta a chance de detectar qualquer problema precocemente”, compartilha. Acesso universal e busca ativa Na rede pública, a coleta do teste é feita antes da alta hospitalar ou nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) até o quinto dia de vida. Mesmo bebês que nasceram na rede privada têm direito ao exame gratuito. Em caso de alterações nos resultados, o Serviço de Referência em Triagem Neonatal realiza busca ativa. “Se não encontramos a criança, acionamos até a assistência social. O objetivo é garantir que nenhum bebê fique sem o acompanhamento necessário”, enfatiza Kallianna.
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Teste do pezinho identifica 62 doenças e alcança 100% dos nascidos vivos no Distrito Federal
Referência nacional, o Distrito Federal (DF) é capaz de identificar até 62 doenças por meio do teste de triagem neonatal – conhecido como o teste do pezinho. Atualmente, a capital federal realiza a cobertura de 100% dos nascidos vivos da rede pública de saúde. Nesta quinta-feira (6), é comemorado o Dia Nacional do Teste do Pezinho, uma data instituída pela lei nº 11.605/2007 para conscientizar a população sobre a importância do programa. O teste do pezinho é um exame de rastreio, responsável por identificar precocemente indivíduos com doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas. O nome é devido ao fato de o sangue ser comumente colhido no calcanhar do bebê, por ser uma parte do corpo rica em vasos sanguíneos e segura para coleta. O teste do pezinho é um exame de rastreio que auxilia a identificação precoce de indivíduos com doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF De acordo com o geneticista em doenças raras do Hospital de Apoio de Brasília (HAB), Gerson Carvalho, o teste do pezinho é importante para identificar possíveis diagnósticos e mudar o desfecho da patologia. “Realizar o teste ainda na maternidade é de suma importância, porque impede que alguma criança não colha ou colha tardiamente, que implica diretamente no sucesso de outros indicadores da triagem neonatal”, detalhou. No DF, a partir da Lei Distrital nº 4190/2008, o teste de triagem passou a ser realizado, prioritariamente, nas maternidades, antes da alta hospitalar do bebê. “Essa ampliação foi possível devido aos esforços da população e servidores, juntamente com os gestores e políticos que possibilitaram a instituição da lei e sua execução. Hoje, nossa cobertura dos nascidos vivos na rede pública é de 100%”, explica a Referência Técnica Distrital (RTD) em triagem neonatal, Kallianna Gameleira. Com recentes aprimoramentos nos laboratórios de análise do teste de triagem, o DF é capaz de identificar 62 patologias. Em casos positivos, é realizada a busca ativa pelo Serviço de Referência de Triagem Neonatal (SRTN) por meio de contato telefônico, visita domiciliar ou até envio de cartas. A depender, a busca é realizada em parceria com a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência da criança. Em todo o caso, o teste deve ser entregue a todos os recém-nascidos, na UBS, a partir de 20 dias da coleta. No DF, o teste é realizado prioritariamente nas maternidades, alcançando 100% de cobertura | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF Mudança de vida Kelly Medeiros, 40 anos, tem a vivência de como um teste de triagem neonatal pode mudar a vida de uma criança. A primeira experiência com a Atrofia Muscular Espinhal (AME) na família veio com o diagnóstico do primogênito, Luis Guilherme, há 16 anos. Anos depois, o diagnóstico se repetiria no segundo filho, Davi, 11 anos. Inesperadamente, Kelly engravidou pela terceira vez e a experiência de João Guilherme, de apenas seis meses, seria diferente da dos irmãos. Ainda grávida, Kelly realizou amniocentese – um método de diagnóstico pré-natal que analisa células fetais – que já levantou a possibilidade de AME e preparou toda a equipe médica para o tratamento pós-parto. “Com dois dias de vida do João Guilherme, saiu o resultado do teste do pezinho dele e, com 47 dias de vida, ele estava recebendo terapia gênica [terapia que introduz genes saudáveis para substituir genes inativos ou disfuncionais]. Fez muita diferença, porque cada dia perdido para o meu filho, seria um dia a menos, seria um dia que a doença teria avançado”, ressaltou. O teste do pezinho de João Guilherme, de seis meses, foi realizado dois dias após nascido e, 47 dias depois, iniciou tratamento para AME | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF A AME é uma classe de doença recentemente incluída no rol de testagem da triagem neonatal. É uma doença rara degenerativa e hereditária, que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores. Para Kelly, o teste foi de extrema importância, pois mudou a vida do filho. “João Guilherme já balbucia, senta, pega as coisas com a mão e estamos iniciando a introdução alimentar, que era uma das minhas maiores preocupações, mas está dando certo”, detalhou. Programa de Triagem Neonatal A triagem neonatal engloba a interpretação de correlações clínicas e laboratoriais, que trazem a probabilidade para distúrbios ou doenças específicas. Após a triagem, por meio de testes confirmatórios e avaliação clínica, surge o diagnóstico definitivo ou de certeza. Por meio da busca ativa – que leva à recoleta, reteste, reavaliação, agendamento e acompanhamento –, o acesso ao tratamento e acompanhamento dos casos diagnosticados tornam-se mais efetivos. Santa Maria Todo o bloco materno-infantil do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) é composto por uma equipe capacitada e qualificada na realização da coleta do exame, que pode ser feita em todos os setores em que o bebê se encontra internado nos primeiros dias de vida. Ou seja, Centro Obstétrico, Maternidade, Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (UCIN). Todo o bloco materno-infantil do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) é composto por uma equipe capacitada e qualificada na realização da coleta do exame | Foto: Divulgação/IgesDF De janeiro até maio deste ano, a Maternidade do HRSM já coletou 1.719 amostras do teste do pezinho. Ao longo de 2023, foram 3.699 exames registrados no total. Já na UTIN, de janeiro até maio de 2024 foram coletados 195 testes e em todo o ano passado foram 475 testes. A UCIN coletou nos cinco primeiros meses de 2024 um quantitativo de 104 amostras, já em todo o ano de 2023 foi registrado um total de 223 coletas de teste do pezinho em recém-nascidos. Já o Centro Obstétrico coletou, de janeiro a maio deste ano, 159 exames. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) e do Iges-DF
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Uma semana inteira dedicada ao Teste do Pezinho
Para aprimorar cada vez mais os profissionais de saúde e conscientizar as famílias sobre a importância do teste, a Secretaria de Saúde (SES) promove, a partir desta segunda-feira (6), a Semana Distrital do Teste do Pezinho, que terá atividades até sexta (10). Esse será o primeiro encontro multidisciplinar com pais e pacientes. Rede pública de saúde do DF é referência na execução desse procedimento, que permite identificar até 47 doenças e, em breve, ampliará esse número para 53 | Foto: Breno Esaki/Arquivo Agência Saúde Segundo o chefe do Laboratório de Triagem Neonatal da Unidade de Genética do Hospital de Apoio de Brasília (HAB), Vitor Araújo, a rede pública de saúde no DF é referência na América Latina em teste do pezinho ampliado. “Quando fazemos qualquer estudo para ampliação ou consultas sobre os testes, só conseguimos referências semelhantes às nossas na Austrália, Estados Unidos e em alguns países da Europa”, explica. [Olho texto=”“Enquanto no Brasil o teste do pezinho só apresentava sete patologias, o laboratório do Hospital de Apoio já identificava 30” ” assinatura=”Alexandre Lyra, diretor-geral do Hospital de Apoio” esquerda_direita_centro=”direita”] Há mais de dez anos, as crianças nascidas nos hospitais públicos do DF têm acesso ao teste ampliado capaz de diagnosticar patologias e assim evitar complicações, sequelas e até óbitos. Nesse período, foram feitos 526.481 testes. Atualmente, o exame ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) identifica 47 doenças e está em processo para que ainda neste ano sejam 53. “Enquanto no Brasil o teste só apresentava sete patologias, o laboratório do Hospital de Apoio já identificava 30”, afirma o diretor-geral do Hospital de Apoio, Alexandre Lyra. A unidade é especializada em triagem neonatal. “Em virtude também do diagnóstico de doenças raras, o Hospital de Apoio é referência.” Coleta Vitor Araújo lembra que, conforme as máquinas são modernizadas, a unidade também amplia as possibilidades de diagnósticos. “O teste que é ofertado na rede pública é até mais completo do que o disponível na rede privada padrão e está disponível de forma gratuita”, ressalta. Quando uma criança nasce em uma maternidade da rede pública, a coleta para o exame é feita no próprio hospital. No caso da rede particular, o exame pode ser feito ainda com 30 dias de vida do bebê, mas o ideal é que a coleta seja processada do terceiro ao quinto dia. Para isso, os pais precisam levar o recém-nascido a uma unidade básica de saúde (UBS), que estará apta para o procedimento e encaminhará o material ao Hospital de Apoio. “O sangue é coletado e enviado para o laboratório; quando é identificada alguma alteração, a equipe faz uma busca ativa para falar com a família e começar o acompanhamento”, informa a médica Kallianna Gameleira, referência técnica distrital (RTD) de Triagem Neonatal. Qualidade de vida Os filhos da pedagoga Renata Barbosa Silva, 36 anos, nasceram com hiperplasia adrenal congênita, doença que se não tratada pode levar a óbito ainda no primeiro mês de vida. Em 2012, o problema foi diagnosticado no primeiro filho, Eduardo. Ao perceber a alteração, os médicos do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) iniciaram o tratamento quando o menino tinha apenas cinco dias. [Olho texto=”“O diagnóstico do pezinho é importantíssimo, é algo que muda o caminho natural da doença. A gente consegue prever uma patologia e antecipar o tratamento, reduzindo a mortalidade infantil e possíveis sequelas” ” assinatura=”Kallianna Gameleira, referência técnica distrital (RTD) de triagem neonatal” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Os procedimentos precoces foram fundamentais para a sobrevivência e a qualidade de vida de Eduardo. “Até ele completar três meses, a gente o levava toda a semana para coletar novos exames”, conta Renata. Atualmente com 9 anos, o menino continua o tratamento, com acompanhamento e medicação a cada oito horas. Quando chegou o segundo filho, Erich, a família já estava ciente da condição genética que o bebê poderia apresentar. Mesmo tendo nascido em um hospital particular, ele foi encaminhado ao Hospital de Apoio, onde o teste foi feito em caráter de urgência e garantiu também o diagnóstico precoce. “A qualidade de vida que meus filhos têm hoje é por conta do teste do pezinho”, conta a pedagoga. “Eles fazem atividade física como qualquer outra criança, como judô, capoeira, jiu-jitsu. Estão bem na escola, o cognitivo não altera em nada. Se a gente não tivesse descoberto cedo, essa não seria a realidade deles.” Responsável pelo acompanhamento dos dois meninos, Kallianna Gameleira lembra: “A gente conseguiu um diagnóstico tão precoce que os meninos não foram nem internados. O diagnóstico do pezinho é importantíssimo, é algo que muda o caminho natural da doença. Com isso, a gente consegue prever uma patologia e antecipar o tratamento, reduzindo a mortalidade infantil e possíveis sequelas”. Semana Distrital [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A abertura da Semana Distrital do Teste do Pezinho será às 10h30, no Hospital de Apoio, com o histórico da triagem neonatal no DF. Ao longo da semana, ainda haverá sessões de bate-papo entre pais e pacientes com a equipe multidisciplinar. A meta é conscientizar cada vez mais os profissionais de saúde para alertarem as famílias sobre da importância do exame e de que está disponível na rede pública. “É um método simples, eficaz e capaz de mudar a vida de uma pessoa e de uma família”, reforça Kallianna Gameleira. Confira aqui a programação da Semana Distrital do Teste do Pezinho. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Hospital de Apoio comemora 28 anos nesta quarta (30)
[Olho texto=”“Essa é a essência e a qualidade dos profissionais que atuam nesse hospital” – general Manoel Pafiadache, secretário de Saúde” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Pacientes, voluntários, servidores e autoridades participaram, nesta quarta-feira (30), de cerimônia para celebrar os 28 anos do Hospital de Apoio de Brasília (HAB). A unidade é referência em cuidados paliativos, na reabilitação adulto e infantil, na triagem neonatal e em doenças neuromusculares e raras de origem genética. “Nós temos em Brasília grandes ícones na área da saúde e alguns desses nomes estão aqui no Hospital de Apoio”, afirmou o secretário de Saúde, general Manoel Pafiadache, durante a cerimônia. O gestor da pasta acrescentou que a unidade responde positivamente em relação às demandas da Secretaria. “Essa é a essência e a qualidade dos profissionais que atuam nesse hospital”. O secretário de Saúde, general Manoel Pafiadache, ressaltou durante a cerimônia que o HAB, além de “abrigar” alguns dos ícones da área de saúde, responde positivamente em relação às demandas da pasta | Fotos: Sandro Araújo / Agência Saúde-DF O diretor-geral do HAB, Alexandre Lyra de Aragão Lisboa, destacou os trabalhos feitos na triagem neonatal. “Esse hospital, hoje, é o melhor da América Latina em teste do pezinho”. Lyra ainda ressaltou reformas na estrutura da unidade. “Melhoramos as instalações físicas para proporcionar maior alegria aos pacientes e também aprimoramos a capacitação dos servidores”, enfatizou. Entre as pessoas que acompanhavam o evento estava o estudante Isac Pereira de Queiroz, 18 anos. Em 5 de fevereiro, ele limpava uma estrutura de iluminação quando desequilibrou da escada em que estava e caiu de uma altura de 3 metros. De lá para cá, é atendido no Hospital de Apoio para recobrar o movimento das pernas. “Eu sentia muito formigamento, queimação. Isso tem passado”. Satisfeito com o tratamento que recebe ali, o rapaz estima que sua recuperação possa variar de seis meses a 2 anos. [Olho texto=”“Prezamos por um ambiente preparado e organizado e essas câmaras fornecem essa estrutura” – Washingthom Felipe de Souza, diretor-administrativo do HAB” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O irmão dele, Pedro Pereira Queiroz, 21 anos, reveza com a mãe para acompanhar Isac nas consultas. Ele ressalta que o trabalho feito pela equipe da unidade tem sido importante para a família. “Esse hospital é uma referência na questão de saúde”, elogiou. Após a cerimônia, o secretário vistoriou as instalações do hospital. Em 24 de março, foram colocadas três novas câmaras mortuárias com três gavetas em cada; também foram adquiridos dois carros pantográficos, que são camas com elevadores para alcançar as gavetas mais altas. O diretor-administrativo, Washingthom Felipe de Souza, explicou que o equipamento anterior estava obsoleto. “Prezamos por um ambiente preparado e organizado e essas câmaras fornecem essa estrutura”, avaliou. O evento, que começou com a execução do Hino Nacional, pela banda do Batalhão Presidencial, e o hasteamento da bandeira do Brasil, continuou no período da tarde, quando houve a inauguração da Praça Voluntário Alex Ribeiro. O espaço recebe o nome em homenagem ao voluntário que atuou ali por 15 anos e morreu após diagnóstico de câncer no fígado. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Pela manhã, estiveram presentes na cerimônia o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Pedro Zancanaro; o superintendente da Região Leste, Sidney Sotero Mendonça; a diretora-geral do Hospital Materno Infantil Antônio Lisboa (Hmib), Marina da Silveira Araújo; o diretor do Departamento de Saúde e Assistência Social do Ministério da Defesa, brigadeiro Laerte Lobato de Moraes, e outras autoridades. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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