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Braille

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Inscrições abertas para cursos gratuitos de acessibilidade cultural, Braille e audiodescrição

Com financiamento do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), estão abertas as inscrições para três cursos gratuitos da Jornada da Acessibilidade. As capacitações de acessibilidade cultural e audiodescrição são virtuais, e a de Braille, presencial, com data prevista de início em 10 de maio. Cada uma das formações tem vagas limitadas a 40 participantes, que, no fim do curso, receberão o certificado | Foto: Divulgação A oferta dos cursos dialoga com a realidade do Distrito Federal, onde mais de 43% das pessoas com deficiência (PcDs) têm algum grau de deficiência visual, conforme levantamento do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF). Nesse cenário, o projeto Jornada da Acessibilidade busca qualificar agentes culturais, professores da educação básica e a sociedade em geral para enfrentar esses desafios sem deixar de garantir o direito à aprendizagem e ao acesso à cultura para as pessoas com deficiência. “No curso de acessibilidade cultural, a gente tenta trazer a importância de as pessoas atenderem essa demanda para que todos tenham acesso aos bens culturais”, afirma a diretora da Jornada da Acessibilidade, Cássia Lemes. “Já no de audiodescrição, a ideia é mostrar como essa prática pode alcançar novos públicos para além das pessoas com deficiência. E a capacitação de Braille é para reforçar a necessidade dessa escrita que por vezes se torna esquecida e não usual.” As inscrições estão abertas até o dia 30 deste mês. Todas as formações têm vagas limitadas a 40 alunos, que ao final recebem certificado. A capacitação em Braille será feita presencialmente aos sábados, entre 10 de maio e 7 de junho, no AKZO Coworking, na Asa Norte. As demais serão ministradas virtualmente entre os meses de maio e junho. Faça sua inscrição por este link.

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Clientes do DF já podem solicitar conta de luz em Braille

Engajada na diversidade, a Neoenergia, a partir de agora, disponibiliza a fatura de energia elétrica em Braille para seus clientes em todo o Distrito Federal. O serviço não tem custo extra. Para dar ainda mais visibilidade a todos esses temas e projetos relacionados a diversidade e inclusão, a atleta brasiliense Rayane Soares, medalhista de ouro nos Jogos Paralímpicos da França, é a nova embaixadora da Neoenergia e madrinha dessas ações.  Rayane Soares (D), medalhista de ouro nos Jogos Paralímpicos da França, é madrinha da ação na Neoenergia:  “Isso traz mais independência para as pessoas com deficiência visual” | Foto: Divulgação/Neoenergia “Com a chegada da fatura em Braille, nós conseguimos trazer a inclusão e fazer com que essas pessoas sejam independentes”, afirma Gustavo Álvares, diretor-superintendente de Relacionamento com o Cliente da Neoenergia Brasília. “Isso é importante para que elas possam ter o poder de ler a fatura e saber exatamente o que estão pagando.”  Para fazer a solicitação e receber a conta de luz em Braille, o cliente deve se cadastrar entrando em contato por um dos canais de atendimento da Neoenergia Brasília, como o telefone 116 ou as agências de atendimento. A fatura será emitida no mês seguinte à leitura do consumo de energia do cliente.  Política inclusiva A leitura da luz de cada cliente será feita na mesma data em que já ocorria, mas a conta não será impressa na hora como é feito regularmente. O consumidor receberá posteriormente duas vias – uma em Braille para fazer a própria leitura e a convencional para o pagamento, com o código de barras.  As informações que vão constar na fatura são nome do titular, identificador, data da leitura, consumo do mês em kW/h, valor total da fatura em reais, vencimento, leitura atual e anterior, números dos telefones para contato e informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Rayane comemora: “Estou muito feliz em incentivar ações como essa da fatura em Braille. Isso traz mais independência para as pessoas com deficiência visual”. Em 2024, a Neoenergia companhia conquistou importantes avanços relacionados à inclusão social, com aumento de quase 31% de profissionais com deficiência e 32,5% de mulheres em cargos de diretoria e superintendência e 30% de pessoas negras em posições de liderança. *Com informações da Neoenergia

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Há 30 anos, Biblioteca Dorina Nowill promove inclusão e acessibilidade por meio da leitura e tecnologia

No coração de Taguatinga, a Biblioteca Pública Dorina Nowill é um exemplo do poder transformador da educação e da importância da acessibilidade para a inclusão social. Em funcionamento há 30 anos, o espaço figura como o único em todo o Distrito Federal a possuir um acervo inteiramente dedicado às necessidades de pessoas cegas, com baixa visão e de seus acompanhantes.  Espaço de leitura conta com quase 6 mil exemplares, incluindo, além de livros em Braille, publicações com letras ampliadas e livros convencionais que são lidos por voluntários | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília “Como a única biblioteca Braille da capital do país, ela não apenas oferece acesso a um acervo especializado, mas também é um importante ponto de apoio às demais bibliotecas do DF, que contam com um acervo acessível em menor escala” Felipe Ramón, subsecretário do Patrimônio Cultural Por lá, mais de 5,9 mil exemplares das mais diferentes obras recheiam as prateleiras do espaço. São livros em Braille, que muitas vezes ocupam até três volumes por obra, além das publicações com letras ampliadas e livros convencionais, estes lidos por voluntários da biblioteca.  A inclusão por meio da tecnologia também se faz presente por meio do telecentro, uma sala de informática equipada com computadores adaptados com leitores de tela e duas impressoras Braille. “A Biblioteca Pública Dorina Nowill desempenha um papel essencial na inclusão de pessoas com deficiência visual”, afirma o subsecretário do Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), Felipe Ramón. “Como a única biblioteca Braille da capital do país, ela não apenas oferece acesso a um acervo especializado, mas também é um importante ponto de apoio às demais bibliotecas do DF, que contam com um acervo acessível em menor escala.” Autonomia e conhecimento 8.712 Número de visitantes da biblioteca registrados em 2024 Em 2024, a biblioteca registrou 8.712 visitantes – uma média de 24 leitores por dia. O Telecentro, por sua vez, contabilizou 523 usuários e 907 frequentadores cadastrados. Foram mais de 1 mil livros emprestados, além de 23 audiolivros, dez regletes (sistema de leitura e escrita tátil) e dez sorobãs (ábaco japonês portátil), refletindo a variedade dos recursos oferecidos. Entre os visitantes assíduos do último ano, está o militar Gildo Oliveira, 57. Morador do Gama, ele se desloca quase 30 quilômetros ao menos duas vezes na semana para usufruir dos serviços e projetos do centro de leitura.  “Eu conheci a biblioteca por meio de um amigo meu deficiente visual que frequentava aqui”, conta. “Até então, desconhecia a existência de uma biblioteca com um acervo dedicado às nossas necessidades. Foi aqui que tive o meu primeiro contato com o Braille, e, graças ao trabalho do Telecentro estou conseguindo aprender a digitar no computador.”  A estudante de pedagogia Elzimary Barbosa Nunes frequenta a biblioteca: “Sem a leitura voluntária, não sei nem se faria a faculdade, porque não tenho domínio sobre tecnologia e, no meu caso particular, entendo melhor quando há alguém lendo para mim” Quem também teve a vida transformada pelo empenho dos servidores e voluntários que atuam no local foi a estudante Elzimary Barbosa Nunes. Aos 45 anos, ela sonha em concluir a graduação de pedagogia: “Como dona de casa e esposa, preciso ter jogo de cintura para conseguir conciliar tudo. Sem a leitura voluntária, não sei nem se faria a faculdade, porque não tenho domínio sobre tecnologia e, no meu caso particular, entendo melhor quando há alguém lendo para mim”.  Trabalho conjunto Atualmente, a biblioteca pública é mantida por meio de uma colaboração entre a Secec-DF, a Secretaria de Educação (SEEDF) e a Administração Regional de Taguatinga. É esse trabalho conjunto que assegura apoio financeiro, técnico e administrativo para garantir o pleno funcionamento do espaço. Clube do Livro Inclusivo, Roda Amigos da Palavra, Biblioterapia e Oficina de Crônicas fazem parte dos projetos desenvolvidos no local “A biblioteca é motivo de grande orgulho para todos nós moradores de Taguatinga, pois é a única que oferece a inclusão de pessoas com deficiência visual através de uma literatura de livros em Braille, mas também falados e digitais, acessíveis ao nosso público”, ressalta o administrador de Taguatinga, Renato Andrade. Projetos inclusivos “Temos leitores de Pernambuco, Rio de Janeiro e Ceará, e isso é muito gratificante, um sinal de que estamos no caminho certo” Eliane Ferreira, coordenadora da Biblioteca Dorina Nowill Mais do que promover o acesso à leitura, a biblioteca elabora diversas iniciativas semanais e quinzenais, como o Clube do Livro Inclusivo, às segundas-feiras, e a Roda Amigos da Palavra, às quartas. Ambas incentivam a leitura e a troca de experiências entre acompanhantes, voluntários e pessoas cegas ou com baixa visão.  Outros projetos, como a Biblioterapia e a Oficina de Crônicas, utilizam-se da literatura como ferramenta terapêutica e criativa. Visitas guiadas também permitem que estudantes explorem o acervo e os serviços oferecidos.  A coordenadora da biblioteca, Eliane Ferreira, afirma que, com a ajuda da tecnologia, o trabalho realizado no equipamento tem chegado a deficientes visuais de outros estados. “Muitas pessoas de outras regiões do país participam dos nossos projetos de forma inteiramente online”, aponta Eliane. “Temos leitores de Pernambuco, Rio de Janeiro e Ceará, e isso é muito gratificante, um sinal de que estamos no caminho certo.” Legado O nome da biblioteca homenageia Dorina de Gouvêa Nowill, uma pioneira na inclusão de pessoas com deficiência visual. Fundadora da Fundação Dorina Nowill para Cegos, ela dedicou sua vida a promover a acessibilidade e a educação para esse público no Brasil.  O legado da ativista inspira quem frequenta o espaço e pretende continuar a transformar vidas por meio da literatura e da cultura. É o caso da professora Kelly Mota, que encontra no acervo literário adaptado uma oportunidade de autonomia dos seus estudantes. “É uma forma muito legal de aproximar meus alunos portadores de baixa visão ou cegueira total do conhecimento”, reforça. 

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Biblioteca Central da UnDF aprova compra de acervo inclusivo e acessível

O acervo da Biblioteca Central (BCE) da Universidade do Distrito Federal Professor Jorge Amaury Maia Nunes (UnDF) ganhará reforço, após a publicação da ata de registro de preços que aprova a aquisição de livros, mapas, audiovisuais, cd-roms, livros em braille e ampliados para usuários cegos e com baixa visão. O investimento é de aproximadamente R$ 700 mil. A BCE conta com aproximadamente mil exemplares catalogados. A aquisição será feita para atender, inicialmente, os cursos de pedagogia, matemática, serviço social, gestão ambiental, gestão pública, gestão da tecnologia da informação, sistemas de informação, engenharia de software e produção cultural. “A BCE vem trabalhando para construir um acervo diversificado a fim de melhor atender aos diversos segmentos da comunidade acadêmica”, diz a chefe da Biblioteca Central da UnDF, Marjorie Trindade/UnDF | Foto: Divulgação/UnDF São livros das mais variadas áreas, como administração pública e privada, artes, arquivologia, biologia, ciências sociais, comunicação, controle interno e externo, que atenderão às necessidades das unidades curriculares dos cursos abertos, que preconizam o caráter inter e transdisciplinar das Metodologias Ativas – matriz metodológica adotada pela UnDF. A UnDF também conta com Biblioteca Virtual com aproximadamente 8 mil livros, além da plataforma de periódicos científicos EBSCO, com 2.390 periódicos científicos no total. A coleção da EBSCO provê textos na íntegra de periódicos científicos que abrangem as diversas áreas do conhecimento. “Uma biblioteca universitária apresenta essa característica ao trazer todas as áreas possíveis do conhecimento para o seu acervo e não somente aqueles para os cursos que, necessariamente, abrirão neste semestre”, explica Marjorie Trindade, Chefe da Biblioteca Central da UnDF. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Atualmente, são disponibilizadas pela BCE as bases Academic Search Elite e a Fonte Acadêmica. A Academic Search Elite foi projetada para atender às necessidades de todos os pesquisadores acadêmicos. Oferece acesso a aclamados periódicos e revistas acadêmicas em texto completo. Contém textos na íntegra para mais de 2 mil periódicos científicos. “A BCE vem trabalhando para construir, além destes, um acervo diversificado a fim de melhor atender aos diversos segmentos da comunidade acadêmica, além de ter a preocupação em criar uma biblioteca focada na inclusão e acessibilidade”, complementa Marjorie Trindade. O Fonte Acadêmica é uma robusta base de dados de periódicos acadêmicos de língua portuguesa. Essa base de dados multidisciplinar fornece extensa cobertura em texto completo, em formato PDF, contendo centenas de títulos de qualidade produzidos em Portugal, no Brasil e que cobrem todas as principais disciplinas acadêmicas. Seu conteúdo inclui mais de 390 publicações em texto completo. *Com informações da UnDF

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Hoje é celebrado o Dia Nacional do Sistema Braille

O Dia Nacional do Sistema Braille é celebrado neste 8 de abril e permanece como um ‘ponto de luz’ ao lembrar como o método é indispensável na vida de pessoas cegas e com deficiência visual. O braille significa, antes de tudo, inclusão social. Aqui no DF, a Biblioteca Dorina Nowill, em Taguatinga, é a única unidade pública braille e o ponto de encontro desse público que a adota como uma segunda casa. Com o nome em homenagem a uma professora cega que criou uma entidade para o acesso dos cegos à educação, a biblioteca tem um acervo de dois mil exemplares, com 800 títulos. Isso porque o livro em braille ocupa, em média, até três volumes. Obras para adultos, crianças e também audiolivros, além de um telecentro de acessibilidade, que reúne computadores com acesso livre à internet. Mais que um espaço para leitura, ali se reproduz artes como a música, poesia e muitas histórias contadas. A Biblioteca Dorina Nowill, em Taguatinga, é a única unidade pública braille no DF | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília A coordenadora do espaço, Eliane Ferreira: “Digo aqui que é uma biblioteca viva… Não só com nossas obras, mas também com projetos de inclusão” “Digo aqui que é uma biblioteca viva… Não só com nossas obras, mas também com projetos de inclusão, como as rodas de leitura semanais, a contação de histórias, a feira feita anualmente com entidades que atendem os deficientes visuais”, explica a coordenadora do espaço, Eliane Ferreira. “A parte psicológica e emocional do cego muda muito na medida em que convivem uns com os outros, veem a capacidade de superação de seus pares e percebem que também podem se superar”, pontua Leonilde Fontes, servidora da biblioteca há 17 anos. O músico Ricardo José aprendeu a habilidade de contador de histórias na Biblioteca Dorina Nowill São frequentadores fiéis, como o músico e contador de histórias – habilidade aprendida na Dorina Nowill –, Ricardo José, 48 anos. Morador de Ceilândia, ele anima a turma com seu violão e o ukulele. Vai de metrô para a biblioteca. Ou a pequena Ana Clara Xavier, 9, que tem cegueira total e vai com a mãe Maria Aparecida se divertir na biblioteca. Quando ela não vai, são os livros que vão para casa, emprestados. “Gosto muito dos livros. E se não fosse o braille, não conseguiria ler igual todo mundo”, conta. “Na primeira vez que fui lá, ganhei um conjunto de livros da Turma da Mônica. E, agora, quero um dia ir para cantar”, emenda Ana, com desenvoltura ímpar. Reginaldo Ramos: “Acho que hoje as pessoas olham para gente com menos desprezo” Missionário e morador do Jardim Ingá (GO), Reginaldo Ramos, 50, também é facilmente visto por lá. Carrega consigo uma réplica de uma bíblia, que combina o braille para se escolher a passagem e um aparelho de áudio que a reproduz. Também se arrisca na poesia, na qual escreveu as rimas de Brasília Terra Querida. “Acho que hoje as pessoas olham para gente com menos desprezo. Hoje tem cego com canal no YouTube, outros que escrevem livros ou apresentam programa de rádio, como já fiz”, revela. “Hoje o governo, de modo geral, nos dá mais oportunidades. E a biblioteca é meu refúgio”, confessa. O braille O dia 8 de abril é um dia para se lembrar do braille Criado pelo francês Louis Braille, o braille é um sistema de escrita e leitura tátil baseado em códigos em relevo, com os quais se pode representar as letras do alfabeto, algarismos, símbolos, dentre outros. O 8 de abril, em nosso país, faz alusão ao nascimento de José Alvares de Azevedo, primeiro professor cego que trouxe o método da França, ensinou e divulgou o sistema de leitura e escrita que muda a vida de milhões de deficientes visuais em todo o mundo.

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Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga, é reformada

A única biblioteca braille do Distrito Federal, a Dorina Nowill, abrirá as portas completamente renovada no dia 14 deste mês. Localizado no Espaço Cultural de Taguatinga, no centro da região administrativa, o equipamento público, composto por três salas, teve a estrutura física reformada e parte do mobiliário substituída. [Olho texto=”“A Biblioteca Dorina Nowill tem um papel muito importante dentro da rede de bibliotecas públicas do Distrito Federal, tendo em vista que é a única especializada para cegos e pessoas com deficiência”” assinatura=” – Elisa Raquel Quelemes, diretora da Biblioteca Nacional de Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda”] As obras tiveram início no final de 2021, sob o comando da Coordenação Regional de Ensino de Taguatinga (Cret), da Secretaria de Educação (SEE). “Fui fazer uma visita em agosto e vi que o local era totalmente impróprio, não só para o atendimento, mas para os funcionários. Essa biblioteca merecia uma reforma. Nunca ninguém tinha olhado para eles [funcionários e usuários] e a gente, como Regional de Ensino, tem que olhar para todos”, afirma o coordenador da Cret, Murilo Marconi. Essa foi a primeira intervenção no espaço desde a mudança para a nova sede em 2006. “São 15 anos nessa biblioteca sem reforma nenhuma. Agora, além de toda a estrutura física melhorada, com piso, janelas, paredes e azulejos novos, ainda temos ar-condicionado e filtro novos. Está chique demais”, comemora a fundadora da Biblioteca Braille Dorina Nowill, Dinorá Couto Cançado. “Estamos na expectativa da reinauguração, porque essa glória não pode acontecer sem as pessoas conhecerem”. Com as obras, foram trocados o piso, as janelas e os banheiros e a cozinha. A parte patrimonial também teve melhorias, com a aquisição de três aparelhos de ar-condicionado, fogão, geladeira, mesas, cadeiras e purificador de água. A reforma custou R$ 75 mil e contou com emendas parlamentares dos deputados Jorge Vianna e Rafael Prudente. Já o mobiliário foi comprado com recursos do Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária (Pdaf), da SEE, por meio da Cret, com valor estimado de R$ 25 mil. As novas estantes ainda serão adquiridas com outra emenda parlamentar. Expectativa Adma Oliveira descobriu o talento artístico na biblioteca, depois que perdeu parte da visão há quase seis anos | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília “Um lugar de acolhimento”. É assim que Adma Oliveira, 56 anos, define a biblioteca. Foi lá que ela descobriu o talento artístico depois que perdeu parte da visão, há quase seis anos. “Ela [a biblioteca] foi um resgate na minha vida, na minha fase de readaptação. Aquela biblioteca é muito especial. Lá eu tive oportunidade de desenvolver a minha parte artista, com a dança, a performance e a contação da história”, conta. [Olho texto=”Além do papel literário e acadêmico, o equipamento promove eventos voltados para o público cego, como aulas de dança, oficinas musicais e contação de histórias” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] É pela importância do local que Adma comemora a restauração do equipamento público. “É uma biblioteca que acolhe, onde a gente se sente em casa. A reforma é muito importante para nós, que vamos poder desfrutar dessa conquista”, comenta. Frequentador fiel da biblioteca desde 2008, o músico e poeta André Ricardo da Silva está ansioso para que o espaço volte a funcionar. Ele mora em Taguatinga Norte e costuma chegar bem cedo ao local para estudar, participar das atividades culturais e interagir com os colegas. “Eu praticamente moro na biblioteca. Chego lá às 7 horas da manhã e fico estudando o dia inteiro. Sou do grupo de dança, da orquestra e da Academia de Letras da biblioteca”, conta. Na avaliação de André, a reforma vai trazer uma série de benefícios para todos os usuários. “Vai ter mais ventilação. Era um espaço muito quente e apertadinho. Só temos a agradecer”, comenta Silva, que perdeu a visão em decorrência de complicações da diabetes. A única biblioteca braille do Distrito Federal abrirá as portas completamente renovada, ainda neste mês Cofundadora da biblioteca e precursora nos projetos de inclusão do espaço, Noeme Rocha diz que as intervenções eram muito aguardadas, sendo um sonho antigo do trio de idealizadoras que fundou há 26 anos o projeto. “A gente está rindo para as paredes. A expectativa é a melhor possível”, diz. Importância Criada em 1995, a Biblioteca Braille Dorina Nowill conta com um acervo de 2 mil exemplares, com 800 títulos. Isso porque o livro em braille ocupa, em média, até três volumes. Uma página em tinta equivale a quatro no formato braille. A biblioteca tem ainda publicações convencionais e com letras ampliadas para serem lidas em rodas de leitura e pelo público vidente (normalmente acompanhante dos cegos), idosos ou pessoas com baixa visão. [Olho texto=”“A cultura é um bem não mensurável. Mas é essencial para a nossa população. A recuperação da Biblioteca de Braille é um orgulho para todos nós aqui de Taguatinga”” assinatura=” – Renato Andrade, administrador regional de Taguatinga” esquerda_direita_centro=”direita”] “A Biblioteca Dorina Nowill tem um papel muito importante dentro da rede de bibliotecas públicas do Distrito Federal, tendo em vista que é a única especializada para cegos e pessoas com deficiência”, afirma a diretora da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), Elisa Raquel Quelemes. O espaço é um apoio para as demais bibliotecas do DF, que possuem um pequeno acervo acessível para pessoas com deficiência. “O acervo em braille é muito reduzido, por isso é fundamental ter esse suporte em Taguatinga. É uma biblioteca que tem reconhecimento internacional, que leva o nome do DF por meio dos seus trabalhos”, completa a diretora. Além do papel literário e acadêmico, o equipamento promove eventos voltados para o público cego, como aulas de dança, oficinas musicais e contação de histórias. “É um verdadeiro banquete de coisas acontecendo. É uma biblioteca completamente diferente. Só estando lá dentro para compreender a importância dela”, revela Noeme Rocha. A biblioteca atende, em média, até 90 pessoas por mês. Durante a pandemia, o número diminuiu para 30 usuários, que têm mantido a frequência em formato online. “Me emociono muito quando começo a enumerar o tanto de benefício que uma biblioteca em braille faz na vida das pessoas com deficiência. Quando estão ali, com os exemplos e os estímulos, eles começam a estudar e querem voltar à vida. Ali é onde o cego deslancha e tem perspectiva de uma vida melhor”, avalia a idealizadora. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Mais do que cofundadora do espaço, Noeme Rocha é também uma das pessoas que tiveram a vida modificada pela biblioteca. “Acho incrível como essa biblioteca faz milagres. Ela fez na minha vida. Eu estava cega e foi quando aprendi o braille e entendi que podia chegar muito mais longe. Hoje estou realizada. E vou me realizar muito mais quando ela for reinaugurada”, acrescenta. “A cultura é um bem não mensurável. Mas é essencial para a nossa população. A recuperação da Biblioteca de Braille é um orgulho para todos nós aqui de Taguatinga”, afirma o administrador de Taguatinga, Renato Andrade. “A instituição, infelizmente, acabou sendo obrigada a fechar suas portas ao público devido à pandemia da covid-19. Mas agora estará de volta, reformada e apta para exercer sua função social e cultural em nossa cidade”, conclui. Quem foi Dorina Nowill A biblioteca leva o nome da ativista brasileira. Nascida em São Paulo em 1919, Dorina de Gouvêa Nowill ficou conhecida pelo trabalho de inclusão social das pessoas com deficiência visual no Brasil. Dorina perdeu a visão aos 17 anos e foi a primeira aluna cega a se formar na Escola Normal Caetano Campos. Fez especialização em Nova York (EUA) após receber uma bolsa de estudos. Em 1946, criou a Fundação para o Livro do Cego Brasil. Anos depois a instituição recebeu o nome dela. Escreveu e publicou em 1996 o livro “E eu venci assim mesmo”, que ganhou traduções para o espanhol. Morreu, aos 91 anos, em 29 de agosto de 2010.  

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Aprendizagem além dos limites da visão

O Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais  (CEEDV) é especializado no atendimento aos estudantes com deficiência visual | Fotos: Robson Dantas/SEE Como os jovens da sua geração, o estudante João Victor Alves Dornelas de Macedo tem uma rotina comum. Gosta de escutar música e bater papo, estuda no Centro de Ensino Médio Setor Leste, sua disciplina preferida é Língua Portuguesa, faz inglês no Centro Interescolar de Línguas (CIL) e sonha em cursar Comunicação Social ou Direito. Ele é um dos 600 estudantes com deficiência visual, surdo cego ou com baixa visão matriculados nas escolas públicas do Distrito Federal. [Olho texto=”“Com o apoio da sala de recursos, a dedicação dos professores e o carinho da minha família já me adaptei às atividades virtuais”” assinatura=”João Victor Alves de Macedo, estudante” esquerda_direita_centro=”direita”] João Victor possui deficiência visual desde que nasceu e, aos três meses de idade, já era atendido pelo Programa de Educação Precoce (PEP) desenvolvido pela rede pública de ensino do DF e que atende crianças de zero a três anos e 11 meses de idade. Segundo a subsecretária de Educação Inclusiva e Integral Vera Lucia Ribeiro de Barros, o objetivo é “promover o desenvolvimento máximo do potencial de cada criança. Mesmo na pandemia não houve a interrupção do atendimento de forma plena aos alunos. Utilizamos instrumentos para acompanhar o desenvolvimento de cada estudante e as famílias têm nos acompanhado nesse processo”, destaca Vera Lucia. [Olho texto=”As escolas públicas contam com 24 salas de recursos que prestam Atendimento Educacional Especializado (AEE) aos estudantes com deficiência visual” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O início da pandemia também foi desafiador para João Victor, que nem por isso desanimou. “Com o apoio da sala de recursos, a dedicação dos professores e o carinho da minha família já me adaptei às atividades virtuais”, afirma. As escolas públicas contam com 24 salas de recursos que prestam Atendimento Educacional Especializado (AEE) aos estudantes com deficiência visual. Essas salas são espaços inclusivos que proporcionam o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social do estudante com necessidades específicas. No episódio desta semana do Podcast EducaDF  da Secretaria de Educação foi apresentado o atendimento especializado oferecido pelas escolas públicas aos estudantes com deficiência visual e a adaptação à pandemia. A logística de atendimento incluiu o uso de recursos específicos como softwares de voz e entrega em domicílio de material didático aos estudantes para que não sejam prejudicados pela pandemia. O diretor do CEEDV Airton Dutra de Farias: 25 anos dedicados aos estudantes com deficiência visual Transcendendo os desafios cotidianos Além do PEP e das salas de recurso, a rede conta com o Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV), onde João Victor também estuda. A escola oferece o mesmo currículo das unidades escolares regulares com as adaptações necessárias e procedimentos metodológicos específicos. O atendimento se dá de maneira sistêmica e o CEEDV é denominado como uma escola de passagem. “Após o atendimento no PEP, a criança segue para o Programa de Atendimento Pedagógico Especializado (PAP), onde inicia o processo de alfabetização tanto no Braille, quanto no uso do Soroban, um ábaco adaptado. Os estudantes saem alfabetizados do CEEDV para o ensino regular”, diz Airton. O Braille é um sistema de escrita tátil e, tradicionalmente, é escrito em papel relevo. O Soroban, por sua vez, é um recurso utilizado para o ensino-aprendizagem da matemática aos estudantes com deficiência visual. Vencendo os estigmas Os professores que atuam no ensino para estudantes com deficiência visual possuem uma formação específica e continuamente participam de capacitações. Muitos deles venceram seus próprios dilemas, como é o caso do professor Fernando Rodrigues, que convive com a cegueira há 38 anos, e atua no CEEDV, desde 2005, ensinando Soroban. “Minha motivação é contribuir para o crescimento de cada pessoa. Embora o início da pandemia tenha sido difícil, montamos estratégias e o resultado foi que muitos estudantes estão evoluindo mais do que no presencial”, enfatiza Fernando. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Ainda, de acordo com o diretor Airton, que tem se dedicado a esse público há 25 anos, “conhecimento e felicidade ou se compartilha ou se perde. Esses estudantes têm direito à educação. O atendimento especializado proporciona autonomia e cidadania plena preparando os estudantes para a escola regular e o mercado de trabalho, ou seja, para a vida”, finaliza. *Com informações da Secretaria de Educação

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