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Entrevista

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Família Acolhedora fará live para explicar o funcionamento do serviço nesta segunda (10)

Para quem deseja fazer a diferença na vida de uma criança ou adolescente em situação de vulnerabilidade, o programa Família Acolhedora DF fará uma live informativa em seu Instagram, na segunda-feira (10), às 19h30. O objetivo é esclarecer dúvidas e orientar quem pretende oferecer um lar temporário e afeto a meninos e meninas afastados judicialmente de suas famílias de origem. Programa já acolheu quase 220 crianças e adolescentes em residências provisórias onde a pessoa retoma a reintegração familiar | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília “Nosso compromisso neste GDF é, também, buscar o retorno das crianças ao convívio familiar, respeitando seus direitos e promovendo a reintegração” Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social Coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) em parceria com o Grupo Aconchego, a iniciativa já acolheu 216 crianças e adolescentes entre 2019 e 2024 e tem caráter provisório, buscando sempre a reintegração familiar ou, quando isso não é possível, o encaminhamento para uma família substituta. “É um programa fundamental para garantir um ambiente seguro e afetuoso para nossas crianças, que precisam de proteção temporária enquanto buscamos soluções que priorizem seu bem-estar”, afirma a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. “Nosso compromisso neste GDF é, também, buscar o retorno das crianças ao convívio familiar, respeitando seus direitos e promovendo a reintegração.” Como funciona Quem quiser formar uma família acolhedora precisa cumprir alguns requisitos, como ter mais de 18 anos, residir no DF, não estar inscrito no Cadastro Nacional de Adoção, possuir condições adequadas de cuidado e contar com a concordância de todos os membros da família. Os interessados passam por uma capacitação, além de acompanhamento psicológico e social durante todo o período do acolhimento, que pode durar até 18 meses.  Veja, abaixo, as etapas do processo de habilitação. ⇒ Inscrição: enviar os dados para o e-mail familiaacolhedora.aconchego@gmail.com ou pelo Instagram ⇒ Entrevista com assistente social e psicólogo para entender o serviço e verificar os requisitos ⇒ Capacitação de seis semanas, que pode ser feita online ou presencialmente ⇒ Visita domiciliar para avaliação do ambiente familiar ⇒ Habilitação para receber uma criança ou adolescente temporariamente.

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GDF de Ponto a Ponto: Tecnologia e educação são estratégias do Detran para um trânsito mais seguro

Em entrevista ao GDF de Ponto a Ponto, podcast da Agência Brasília, nesta quinta-feira (14), o diretor do Departamento de Trânsito (Detran-DF), Takane Kiyotsuka, destacou as principais iniciativas da autarquia para promover um trânsito mais seguro e eficiente na capital do país, com foco na educação e modernização tecnológica. Durante a conversa, o gestor também enfatizou o compromisso do órgão em se reinventar, superando a imagem de uma instituição meramente fiscalizadora. Takane Tiyotsuka: “Nossa missão é educar e trazer para o debate os cuidados que todos devemos ter no trânsito” | Foto: Agência Brasília Na ocasião, o diretor ressaltou a importância da adoção de programas como o Detran nas Escolas – que, voltado para crianças, adolescentes e adultos, visa construir uma geração mais consciente e responsável no trânsito. “Nossa missão é educar e trazer para o debate os cuidados que todos devemos ter no trânsito”, afirmou. “Através do programa, em parceria com a Secretaria de Educação, já formamos mais de 760 professores que levam para a sala de aula conhecimentos comportamentais e de segurança no trânsito”. Campanhas bem-sucedidas Ainda sobre a segurança no trânsito, Takane reforçou que, com ações educativas contínuas, o departamento tem conseguido reduzir os sinistros na capital. “Quando fazemos campanhas sobre o uso de celular ao volante, por exemplo, vemos uma queda expressiva nos índices de infrações e, consequentemente, nas multas. A educação tem sido fundamental para esse resultado”, disse.  O diretor também mencionou o Infovidas, o sistema de estatísticas do departamento para mapear os sinistros em todo o DF. Segundo o gestor, a ferramenta tem ajudado o órgão a identificar as áreas de risco e a implementar medidas preventivas. Além disso, Takane destacou o programa Pneu Seguro, que alerta os condutores sobre a importância da manutenção dos pneus, um fator crucial para evitar acidentes, especialmente no período chuvoso. Outro assunto abordado ao longo da entrevista foi a implementação de novas tecnologias para otimizar o trânsito no Distrito Federal. O órgão está em processo final de licitação para a instalação de semáforos inteligentes. A ideia é reduzir o tempo que os motoristas passam parados em cruzamentos sem necessidade, melhorando o fluxo viário. “Vamos mudar todo o parque tecnológico do DF. Esses semáforos inteligentes detectam quando não há outros veículos e liberam o trânsito, reduzindo o tempo de espera desnecessária”, explicou Takane. Inclusão e oportunidades O diretor do Detran-DF lembrou a criação do programa CNH Social, uma parceria entre o Detran, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) e a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), que oferece, sem custo, a primeira habilitação e a mudança de categoria para pessoas inscritas no CadÚnico. “Esse programa é um divisor de águas para quem enfrenta dificuldades financeiras”, ressaltou. “É uma porta para o mercado de trabalho, permitindo que mais pessoas se capacitem para oportunidades como entregadores e motoristas de transporte de carga”. “Queremos facilitar e trazer qualidade de vida para o cidadão” Takane Kiyotsuka, diretor do Detran-DF O Detran-DF também avança na inclusão digital com o lançamento da credencial eletrônica de estacionamento para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). O documento, agora, pode ser emitido diretamente do celular ou computador, simplificando o processo. “Queremos facilitar e trazer qualidade de vida para o cidadão. Essa inovação é apenas um exemplo de como buscamos oferecer mais conforto e acessibilidade aos brasilienses”, declarou. Emocionado, o diretor do Detran, ao fim da entrevista, falou ainda sobre uma de suas iniciativas favoritas: o programa de transporte de órgãos: “Esse programa é nosso xodó. Já transportamos 74 corações para transplante, salvando vidas. Qual o preço de uma vida? É algo que nos orgulha profundamente”.

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Laboratório de inovação nasce com missão de buscar soluções para governança no GDF

A Controladoria-Geral do DF (CGDF) lançou o CGDFLab, um laboratório criado para buscar soluções inovadoras para problemas enfrentados na Administração Pública a partir do olhar da governança. Como o próprio nome sugere, a governança vem para definir direções a serem seguidas pelos órgãos com a perspectiva de melhorar as entregas feitas para a população. Inicialmente o laboratório experimentará soluções dentro da própria CGDF, que atualmente é o órgão responsável por fomentar a governança no GDF. Mas a ideia é que as mudanças que apresentarem resultados positivos possam ser replicados em outros órgãos. O trabalho usará diversas metodologias que, juntas, podem melhorar os serviços e entregas para a população do DF. Governança e inovação parecem mundos distantes, certo? Não para a subcontroladora de Governança e Compliance da Controladoria-Geral do DF, Cecília Fonseca. Em entrevista, Cecília explicou melhor os objetivos e benefícios do CGDFLab e dos Comitês Internos de Governança. A subcontroladora de Governança e Compliance da Controladoria-Geral do DF, Cecília Fonseca, explicou em entrevista os objetivos e benefícios do CGDFLab e dos Comitês Internos de Governança | Foto: Divulgação/CGDF Confira a entrevista completa A gente estava falando sobre a publicação que formaliza o CGDF Lab. O que é o CGDFLab? O CGDFLab é uma forma de concretizar, de trazer soluções inovadoras para as boas práticas de governança. E por que atrelamos o CGDFLab à governança? Porque, em geral, os laboratórios de inovação implantados em todo o país acabam sendo implementados descolados da estratégia e do processo de tomada de decisão. Eles costumam nascer como iniciativas de servidores entusiastas da inovação, que são estudiosos, mas que não partem do topo. A proposta é que já nasça como uma solução de inovação proveniente do processo de tomada de decisão. Vamos fazer o CGDFLab. Por quê? Para quê? De onde vem a necessidade de ter um laboratório de inovação na CGDF? E mais que isso, o que o laboratório de inovação tem a ver com governança? Trazer o olhar da inovação é pensar de forma simples, ágil, com uma solução rápida, mas que possa ser testada antes. Antes de escalar e implementar em todo o GDF, testamos dentro de casa, experimentamos internamente, com uma margem para errar. Porque, para a inovação, o erro não é visto como um problema, mas como uma etapa. Uma etapa necessária para o aprendizado. A proposta de um laboratório de inovação na CGDF é aprender primeiro, internamente, para replicar essas boas práticas em todo o GDF, em todas as áreas em que atuamos: Governança, Auditoria, Ouvidoria, Transparência e Correição. Em todas essas áreas, trazendo um olhar inovador, criativo e propositivo. No fim das contas, o que queremos saber é: o que é um CIG, e o que um laboratório de inovação traz de benefício para a população do Distrito Federal? Qual é o benefício esperado desses movimentos? Ter uma governança funcionando, por meio dos comitês internos de governança, traz entregas mais alinhadas com o que as pessoas realmente precisam. Quando trabalhamos com os três mecanismos da governança, que às vezes parecem distantes da realidade: Liderança, Estratégia e Controle não estamos fazendo nada além de trazer pessoas, escolhas de caminhos e formas de participação social, com o olhar da sociedade para dentro de tudo o que definimos, inclusive na aplicação do recurso público. Em termos de benefício para a sociedade, é fazer o uso do dinheiro público, devolvendo-o em soluções. E a inovação incrementa esse processo, trazendo soluções criativas, inovadoras e muito mais aderentes às necessidades reais da população. Na CGDF, temos um programa chamado “InspirAÇÃO”, que capacita os servidores e os inspira a trazer ideias inovadoras para resolver problemas da própria CGDF. Porém, também existe uma dificuldade em transformar ideias em realidade. E você me contou que o CGDFLab vem para ajudar nisso. Como? Um dos pilares da governança é a governança de pessoas. O programa Inspiração incentiva os servidores a trazerem um olhar inovador para o dia a dia do trabalho na administração pública. O programa nos capacita, mas, mais que isso, reconhece. Reconhece as pessoas que têm coragem de sugerir, de trazer novas ideias e de propor novos projetos, independentemente da área em que atuam. Como esse programa é tão interessante e esse prêmio reconhece as melhores ideias e projetos, o laboratório ajudará a transformar essas ideias em realidade. Como conseguiremos isso? Não estamos focados em ter um espaço físico. Preferimos nem ter. Achamos que o espaço físico, nesse processo, é o de menos. No GDF, temos diversos órgãos que oferecem salas para trabalharmos essas práticas de inovação e ferramentas. Focamos no fluxo. E o que isso significa? Significa sentar com as pessoas que pensaram nos projetos e encontrar formas de viabilizá-los, incluindo parcerias e trazendo especialistas para ajudar na implementação. Depois que o projeto amadurece, haverá uma votação, uma deliberação no Comitê Interno de Governança. Assim, além de a ideia se tornar realidade, ela será institucionalizada. Virá como uma diretriz das lideranças. Não há melhor reconhecimento para o servidor do que saber que há espaço para propor novas ideias e que ele será reconhecido pelo que traz de novo ao trabalho. A governança traz coordenação para as soluções, e a inovação traz criatividade e inteligência. Aliar problemas complexos a soluções inteligentes e criativas pode, sim, ser um bom caminho. Essa é a proposta. É um modelo novo. Não temos referência em outra instituição no país que tenha desenhado algo assim. Estamos inovando, inclusive, na própria forma de unir inovação e governança. Você mencionou a inovação aberta no laboratório. O que é isso? O conceito de inovação aberta é interessante porque amplia o leque de pessoas envolvidas em projetos. Em vez de pensarmos em soluções para problemas complexos sozinhos ou com as mesmas instituições de sempre — os órgãos governamentais ou alguns da academia —, trazemos a sociedade, atores inusitados que normalmente não têm a oportunidade de participar de forma colaborativa e direta nas soluções de problemas públicos. A ideia é ampliar quem pensa nessas soluções, até porque elas são destinadas a essas pessoas. Acredito que não há caminho melhor para encontrar soluções do que trazer o ator, o receptor, o usuário para dentro dessa discussão e desse desenho. *Com informações da Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF)

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GDF de Ponto a Ponto: presidente da Novacap destaca evolução nos projetos dos novos hospitais

O presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Fernando Leite, foi o convidado na tarde desta quinta-feira (12) da nova edição do podcast da Agência Brasília, GDF de Ponto a Ponto. Durante a participação, ele fez um balanço da atuação da empresa, que presta serviços de manutenção, zeladoria e obras por todo o Distrito Federal há 68 anos. Atualmente, um dos grandes focos da autarquia é a continuidade dos projetos de construção de equipamentos públicos que tenham impacto na assistência à população. “A parte mais interessante da Novacap – que é uma empresa de engenharia – é o que eu chamo de engenharia social. Esse cuidado com as pessoas. A Novacap tem esse viés quando faz restaurante comunitário, unidade básica de saúde (UBS), hospitais, creches e escolas. Essa é a parte que dá prazer, porque a gente percebe o ganho e o resultado para a população”, destacou Fernando Leite. No âmbito da saúde, estão sendo investidos mais de R$ 400 milhões para a criação de três hospitais: Ortopédico do Guará, Regional do Recanto das Emas e Regional de São Sebastião. As três unidades hospitalares seguem a nova legislação que permite a criação de uma licitação única que contemple tanto o projeto básico quanto o executivo e a execução das obras. “Os hospitais do Guará e do Recanto das Emas foram licitados e já têm a ordem de serviço. As empresas estão no prazo para apresentar os projetos. O de São Sebastião está em fase de licitação e as propostas serão abertas em 30 de setembro”, explicou o presidente. No momento, a Novacap trabalha no esboço do novo Hospital do Gama. “Estamos em fase adiantada do anteprojeto. Será um hospital maravilhoso com 400 leitos”, revelou Leite. De acordo com o presidente da empresa, a nova unidade vem para atender toda aquela região e servir de base para uma futura reforma do atual hospital da cidade. A empresa ainda estuda um projeto de criação de um hospital para doenças raras. O presidente da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Fernando Leite, fez um balanço da atuação da empresa, que presta serviços de manutenção, zeladoria e obras por todo o Distrito Federal há 68 anos | Fotos: Divulgação/Agência Brasília Outras obras com envolvimento da empresa incluem a reforma da Sala Martins Pena, do Teatro Nacional Claudio Santoro, e da Piscina com Ondas do Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek. “Quanto à Piscina com Ondas, essa obra foi licitada e estamos esperando a empresa contratada apresentar a documentação para emitirmos a ordem de serviço. É um excelente projeto de parque aquático”, explicou. Sobre o teatro, Leite destacou a coragem do GDF de tocar as obras necessárias para reabrir o espaço, fechado desde 2014 devido ao descumprimento de normas de segurança e acessibilidade: “O governador Ibaneis comprou a briga. Tinham projetos parados. Resgatamos o que havia, fizemos o projeto e a Martins Pena foi licitada. Hoje está com 75% executada e, na sequência, pretendemos licitar a Sala Villa-Lobos”. Modernização da empresa Com o objetivo de descentralizar a atuação para as diferentes regiões administrativas do Distrito Federal, o presidente Fernando Leite anunciou que a Novacap, por meio da Diretoria de Cidades, terá cinco regionais nas seguintes cidades: Planaltina, Gama, São Sebastião, Taguatinga e Ceilândia/Sol Nascente. Fernando Leite também comentou sobre o trabalho da Novacap no novo Hospital do Gama “O modelo da Novacap é centralizado no Plano Piloto. Mas, a cidade cresceu muito e precisamos nos aproximar do cidadão e da demanda. Assim, criamos as regionais. Com isso, teremos pessoas e equipamentos localizados mais próximos de onde serão executados os serviços de manutenção, obras e zeladoria”, revelou. A ação faz parte do processo de modernização da empresa, que também inclui a qualificação dos servidores por meio de uma escola corporativa e a inclusão de tecnologia nos serviços. “A Novacap está passando por uma grande transformação. Estamos modernizando e fazendo esse caminho de volta à vanguarda, olhando para frente. Esse processo tem três pilares: o primeiro é das pessoas; o segundo, da zeladoria; e o terceiro, da tecnologia com soluções inovadoras”, defendeu. Parte desse processo inclui também o chamamento dos aprovados no concurso público. “Esperamos que, agora em setembro, encerre todo o processo para que possamos chamar os nossos primeiros contratados”, disse o presidente. O certame da Novacap previu 120 vagas imediatas e outras 306 para formação de cadastro reserva, em cargos de nível médio, técnico e superior.

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Acompanhe, ao vivo, o GDF de Ponto a Ponto desta quinta (5)

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GDF de Ponto a Ponto: ‘Temos que levar qualidade de vida para o campo’, diz o secretário de Agricultura

O secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno, foi o entrevistado desta quinta-feira (29) do podcast GDF de Ponto a Ponto, da Agência Brasília. Na ocasião, ele ressaltou as ações do governo para promover o desenvolvimento da área rural, que representa 70% do território do Distrito Federal. Bueno mencionou a recuperação das estradas rurais, a reforma dos canais de irrigação e o investimento para estimular a comercialização dos produtos agrícolas como ações de incentivo para a manutenção da população no campo. “Cerca de 70% da área do Distrito Federal é rural. Não é só a parte de produção econômica, temos que levar qualidade de vida para quem está no campo. O governo tem feito muitas ações para a área rural, para manter as pessoas no campo”, afirmou Rafael Bueno. Secretário Rafael Bueno: “Quando o produtor vende para o governo é um preço fixo e ele tem garantia que parte da sua produção está comercializada. Com isso, ele tem margem para trabalhar o excedente em outra frente de comercialização” | Foto: Divulgação/Agência Brasília A primeira medida destacada pelo secretário foram os canais de irrigação que estão sendo reformados ou reconstruídos pelo GDF. Segundo o titular da Seagri, desde 2019, mais de 130 km foram tubulados na área rural, para melhorar a captação de água nas propriedades rurais utilizada tanto na irrigação quanto na alimentação dos animais. “Temos pedidos de outorga para mais nove canais de tubulação e temos demandas para a criação de novos canais. Estamos com mais de R$ 7 milhões em material cedido pela Agência Peixe Vivo para canais na Bacia do Rio Preto. São mais de 15 km de tubos adquiridos para nove canais na região de Planaltina”, adiantou. Outra ação mencionada pelo secretário foi o investimento em infraestrutura rural, com o objetivo de reduzir o tempo de deslocamento, evitar acidentes e melhorar a qualidade das travessias para a população do campo. Em parceria com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), a Seagri é responsável pela recuperação das estradas rurais com a utilização de resíduo de construção civil (RCC) cedido pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU). Só este ano, até a primeira semana de agosto, 920 km haviam sido restaurados. “A nossa meta é chegarmos a 1,8 mil km de estradas rurais recuperadas em 2024. É basicamente ir de Brasília a Porto Seguro e voltar até a metade do caminho”, comentou. Além disso, a Seagri conta com programas de incentivo de taxas tributárias, como o Pró-Rural. “São várias cadeias agropecuárias beneficiadas. O produtor pode solicitar redução do ICMS, isenção do ITBI. São estímulos para o produtor rural poder reinvestir esse dinheiro na atividade agropecuária, gerando mais emprego e mais tributo”, complementou. O secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno, foi o entrevistado deste episódio do podcast GDF de Ponto a Ponto | Foto: Divulgação/Agência Brasília Comercialização Mais do que incentivar a produção agrícola e pecuária, o governo desenvolve programas e ações para estimular a comercialização dos produtos. Entre eles estão o Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa-DF) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA-DF), que permitem que pequenos produtores vendam parte da produção para o GDF por meio de um chamamento público. “Quando o produtor vende para o governo é um preço fixo e ele tem garantia que parte da sua produção está comercializada. Com isso, ele tem margem para trabalhar o excedente em outra frente de comercialização. É uma forma que a gente tem de estimular o produtor menor para ele ir rentabilizando”, explicou Rafael Bueno. O secretário também citou que o GDF está criando novos espaços de comercialização. “Está quase pronto para inaugurar o Empório Rural do Colorado, na DF-150, com 40 boxes. São quase R$ 2 milhões investidos. Também teremos a feira de comercialização do Paranoá com 2,4 mil metros quadrados, tipo um Ceasa. Tudo isso é para estimular o produtor”, acrescentou. Eventos especializados O Distrito Federal sediou a quarta maior feira agro do Brasil, a AgroBrasília. Neste ano, o evento movimentou R$ 5 bilhões e atraiu mais de 175 mil pessoas. “Montamos uma agrohackathon para que os jovens trouxessem inovações. Foram 11 projetos premiados, destes sete já foram absorvidos pela iniciativa privada. Então é o governo ajudando também na parte tecnológica da área rural”, disse Rafael Bueno. A partir de 30 de agosto, a cidade será palco da ExpoAbra, iniciativa voltada para o setor pecuário. “São atividades distintas. A AgroBrasília trabalha a agricultura, agora entramos com a parte da pecuária e estamos com uma grande expectativa de bater recordes”, destacou. Até 8 de setembro na Granja do Torto, o evento terá exposição de bovinos e cavalos de elite, concurso leiteiro, fórum do direito do agronegócio, leilões de elite, rodeio e agenda de shows. “É um evento para o produtor rural, para o criador e todas as famílias do Distrito Federal”. Outras ações Em uma iniciativa pioneira no Brasil, o GDF resgata de animais de grande porte em vias urbanas ou rurais. Esses animais passam por acompanhamento médico e são disponibilizados para adoção pelo projeto Adote um Animal, instituído na Portaria 52, de 1º de outubro de 2020. Só no ano passado foram 252 animais resgatados. De acordo com o secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, este ano, o programa chegou a contar com 130 animais e, atualmente, a pasta está abrigando 26. “Não existe outra unidade da federação que faça isso. Temos muitos animais que sofrem maus tratos e que são soltos em área pública. É um grande problema, porque pode ter transmissão de zoonose, pode acontecer um acidente. Então fazemos esse recolhimento que funciona 24 horas por dia”, comentou. As denúncias devem ser feitas pelos telefones: 3347-8019 e 98325-0369. A recuperação dos recursos hídricos e a recomposição de áreas permanentes de preservação (APPs) e reservas legais (RLs) também é feita pelo GDF por meio do programa Reflorestar, com a distribuição de mais de 80 mil mudas. “O programa Reflorestar dá um fruto muito bom. Temos estimulado os produtores a plantar espécies nativas viáveis, como o baru. Isso realmente tem sido um destaque, com mais de 800 hectares plantados”, revelou Bueno. Além disso, a pasta conta com o banco de sementes que cede os conteúdos para os produtores. Incêndios Durante a entrevista, o secretário Rafael Bueno fez um alerta sobre o combate aos incêndios na área rural. Ele destacou que as queimadas no DF são consideradas crime. “Aquela prática antiga de capinar e colocar fogo é proibido, inclusive para limpeza de pastagem. Outro problema muito sério é quando jogam bituca de cigarro nas estradas rurais ou de qualquer material transparente ou translúcido. Temos que ter consciência, porque tudo isso acaba gerando fogo nas lavouras e destruindo o solo”, disse.

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Acompanhe ao vivo o GDF de Ponto a Ponto desta quinta (29)

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Acompanhe ao vivo o GDF de Ponto a Ponto desta quinta-feira (15)

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‘A cidade passou por uma evolução, e a legislação tem que acompanhar’, diz governador sobre o Ppcub

O governador Ibaneis Rocha voltou a se posicionar sobre o projeto do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (Ppcub) – aprovado na semana passada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) – durante entrevista às rádios JK FM e Mix FM e ao portal GPS Brasília na manhã desta quarta-feira (26). O chefe do Executivo local garantiu que a intenção do projeto é desenvolver a capital federal, que, em sua concepção, não previa o crescimento populacional. “A sanção desse projeto com os vetos necessários deve ser feita somente no final de julho, então ainda há um período de debate, um período de estudo pela Seduh”, afirmou o governador Ibaneis Rocha, em entrevista nesta quarta-feira (26) | Foto: Lúcia Leal/Agência Brasília “Não vou causar nenhum prejuízo para a cidade onde eu nasci, então vou fazer a coisa com muita responsabilidade”, afirmou. “A cidade passou por um processo de evolução, e a legislação tem que acompanhar”, completou. Na ocasião, Ibaneis Rocha aproveitou para esclarecer os pontos polêmicos destacando os vetos que foram anunciados nesta terça-feira (25). O governador determinou a suspensão dos itens sobre a construção de alojamentos nas quadras 700 e 900 das asas Sul e Norte, incluindo hotéis, e dos alojamentos no Parque dos Pássaros, afastando a possibilidade de construção de um camping no local. “A sanção desse projeto com os vetos necessários deve ser feita somente no final de julho, então ainda há um período de debate, um período de estudo pela Seduh (Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação)”, acrescentou, ressaltando que o Ppcub, apesar do amplo debate, ainda terá mais discussões até a sanção para implementação no DF. Ibaneis também falou sobre a construção de novas UPAs e hospitais, e que espera lançar em breve o edital para construção do Hospital de São Sebastião. O chefe do Executivo ainda abordou a previsão de novos setores habitacionais no Jóquei Clube, Taquari II, Alto Mangueiral e Pátio Ferroviário. “Esses três [Jóquei, Pátio Ferroviário e Taquari 2] estão em andamento e nós temos diversos bairros que estão sendo feitos no DF, que são bairros para classe mais baixa e que são esses programas que nós estamos criando na área habitacional juntamente com a Codhab e as cooperativas”, anunciou. “Tudo que trata do projeto urbanístico do Distrito Federal está sujeito a polêmicas, só que nós temos que entender que Brasília, quando foi constituída por JK e nos planos de Lucio Costa, era uma cidade que tinha a previsão de ter 500 mil habitantes. Hoje nós temos mais de 3 milhões de habitantes”, disse o governador Ibaneis Rocha | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Confira os principais trechos da entrevista de Ibaneis Rocha para a JK FM: Ampla discussão Acho que foi mais do que suficiente. Esse projeto vem sendo discutido no DF, eu ainda fazia parte da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Tive a oportunidade de acompanhar por lá. Nós estamos tratando aí de 15 anos de discussão. Pontos polêmicos Polêmicas existem. Tudo que trata do projeto urbanístico do Distrito Federal está sujeito a polêmicas, só que nós temos que entender que Brasília, quando foi constituída por JK e nos planos de Lucio Costa, era uma cidade que tinha a previsão de ter 500 mil habitantes. Hoje nós temos mais de 3 milhões de habitantes. Então, a cidade passou por um processo de evolução e a legislação tem que acompanhar, porque senão a gente começa a ter muita irregularidade sem a legislação que é necessária para você ter a proteção necessária do projeto urbanístico do Distrito Federal. Motéis nas asas Norte e Sul Algumas alterações eram do meu conhecimento, outras surgiram, como essa questão dos motéis na Asa Norte e na Asa Sul. Surgiram com emendas de deputados e aí alguma parte delas já tive a oportunidade, principalmente as que criaram mais polêmica e que vocês da imprensa corretamente divulgaram, no sentido de fazer uma análise prévia e já tomar decisão no sentido do veto. Setor Hoteleiro Outra que está sendo muito polêmica é a questão dos hotéis ali no Setor Hoteleiro Norte, com três andares. Essa é uma medida que tenho conhecimento e vou discutir muito, porque nós temos que viabilizar o setor. Infelizmente aqueles hotéis de três andares não têm capacidade financeira para se manterem. Eles vêm se mantendo com muita dificuldade, e aí o setor está sendo desvirtuado. Nós já temos ali um prédio que é o Geap, temos outro prédio que era o Casa Branca que vai funcionar uma unidade do Itaú, um Centro Cultural do Itaú. Acho que a questão dos hotéis vai atender a sociedade, vai melhorar o setor, e certamente vai passar por estudos da Seduh para que a gente não tenha impacto no trânsito. Vai ter que ser feito um relatório de impacto de trânsito e vai ser avaliado também pelo Iphan, e a gente espera até a colaboração para poder avançar. Sem contar que as pessoas não comentam, mas isso vai ser feito e isso não é um benefício aos proprietários desses hotéis. Eles vão ter que pagar mais. Eles vão ter que fazer o pagamento, nós não podemos deixar também uma coisa gratuita porque os outros que fizeram os hotéis mais altos pagaram mais caro pelos terrenos e hoje eles ocupam uma área regular, então nós temos que tratar isso para regularizar o Distrito Federal. Impacto no trânsito “Nós demos um salto muito grande na questão do turismo e vai chegar um ponto, daqui a alguns anos, em que nós não teremos áreas para construir hotéis no DF. Então, nós precisamos pensar também no futuro da cidade e naquilo que nós queremos fazer na área do turismo do DF”, comentou o governador Ibaneis Rocha | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Para aprovação do projeto nós vamos fazer um estudo, o EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança), que é feito exatamente para saber qual o impacto do trânsito na região e quais as melhorias necessárias para minimizar esse impacto. Certamente esses hotéis, caso queiram levantar os seus prédios, vão ter que ter garagens com subsolo, garagens rotativas, assim como já existem em outros setores. Agora, nós não podemos esquecer que Brasília tem um setor hoteleiro e um dos motivos de eu ter encaminhado no sentido do veto da constituição de hotéis na região da Asa Norte e da Asa Sul é exatamente porque a gente tem que preservar a cidade. E graças a Deus vem crescendo muito ao longo dos últimos anos, melhorando a questão do turismo. Nós demos um salto muito grande na questão do turismo e vai chegar um ponto, daqui a alguns anos, em que nós não teremos áreas para construir hotéis no DF. Então, nós precisamos pensar também no futuro da cidade e naquilo que nós queremos fazer na área do turismo do DF. Turismo de evento, musical, de shows e o que vai vir também daqui para frente. O BRB lançou na semana passada o edital do Autódromo, que foi um sucesso. A empresa vai ser contratada para terminar toda a reforma. Então, a gente tem um projeto de expansão da cidade. A gente tem que pensar nos próximos anos e, até que se consolide a construção desses hotéis, ainda teremos um período muito bom. Um prédio desse, após a entrada do projeto, aprovação pelos órgãos de controle, a construção dele não demora menos do que cinco anos. Então, nós temos que pensar no futuro do Distrito Federal e esse plano vem exatamente pensando nessa questão do desenvolvimento da nossa cidade, que é maior a cada momento e tem que ser maior. Alojamentos no Parque dos Pássaros A questão do camping me surpreendeu bastante. O parque vai ser constituído, nós temos que ter mais áreas de lazer no DF. Aquela é uma área que vem sendo utilizada só pelo aeromodelismo, já é muito importante, mas pode se tornar mais um local para o lazer das famílias, e o parque tem uma constituição muito bonita. Tive a oportunidade de olhar um esboço do projeto inicial, isso vai ajudar muito a cidade. Então o camping eu achei que destoava daquela questão, e já encaminhei no sentido de que nós vamos vetar essa parte do projeto. “A questão das construções no Lago Sul, principalmente ali onde tinha aquele clube de caça e pesca, acho que nós temos condições de harmonizar no Distrito Federal. Nós já temos um setor. Ele está consolidado, vários hotéis construídos, infraestrutura construída, acho que feito da maneira correta”, disse Ibaneis Rocha | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Comércio no Setor de Embaixadas Outra coisa que me causou um certo receio seria o comércio nas Embaixadas do Distrito Federal. Acho desnecessário, é uma região institucional, os lotes já estão constituídos. Acho que isso realmente era uma questão que não havia necessidade desses comércios nessas áreas, então também encaminhei o estudo neste sentido e a gente fez o veto a essa medida. Construção de hotéis no Lago Sul e discussão final do projeto A questão das construções no Lago Sul, principalmente ali onde tinha aquele clube de caça e pesca, acho que nós temos condições de harmonizar no Distrito Federal. Nós já temos um setor. Ele está consolidado, vários hotéis construídos, infraestrutura construída, acho que feito da maneira correta. Nós não vamos ter um impacto muito grande para a cidade, e nem um impacto na vida dos moradores do Plano Piloto e do conjunto do Distrito Federal. A sanção desse projeto com os vetos necessários deve ser feita somente no final de julho, então ainda há um período de debate, um período de estudo pela Seduh e a população do DF pode ter certeza: eu sou uma pessoa extremamente responsável, não vou causar nenhum prejuízo para a cidade onde eu nasci, então vou fazer a coisa com muita responsabilidade. Eu e todos os técnicos da Seduh ouvindo a sociedade sempre, e nós vamos avançar cada vez mais num debate do desenvolvimento do Distrito Federal. Dentro dessa questão dos hotéis, é só observar bem que há necessidade de atualizar um pouco. Judicialização do Ppcub A oposição faz o trabalho dela. Nós fizemos o nosso trabalho técnico, ouvimos a sociedade, foram mais de 10 audiências públicas a respeito do Ppcub. Encaminhamos aos órgãos de controle, todas as secretarias debateram, encaminhei o projeto para a Câmara Legislativa, as comissões aprovaram. Então, nós tivemos todo trâmite legal desse encaminhamento e a votação na Câmara foi expressiva. Nós tivemos 18 votos dos 24. Isso quer dizer que a maioria da população que elegeu esses deputados aprovou o plano. Agora, o ingresso na Justiça é uma questão que está aberta a todos. A nossa Constituição garante o acesso ao Judiciário e eu, com todo respeito que tenho ao Judiciário, ao Ministério Público, [é um tema] enfrentado dentro das questões técnicas, conheço muito bem. A gente tem toda tranquilidade para enfrentar. E nós não fizemos nada de modo açodado, nós fizemos as coisas exatamente como tinha que ser feito, com todos os estudos. Só dentro do meu governo a gente está discutindo desde 2019 esse plano e ouvindo todos aqueles que puderam colaborar, seja a sociedade civil, seja a participação de todos para que encaminhássemos a aprovação. Agora, o direito de buscar a Justiça é o direito da oposição. Eles estão transformando um projeto de desenvolvimento do Distrito Federal como preservação do projeto urbanístico numa questão política. Você veja os discursos, são totalmente políticos e são daqueles que estão realmente na oposição, e nós temos que respeitar a oposição, mas nós temos que saber que tem governo e somos a maioria. Novos setores habitacionais no DF O [projeto] do Jóquei está em fase final. Está bastante avançado. Só que os empresários entenderam fazer uma consulta ao Iphan em relação à questão da altura dos prédios. Já houve um posicionamento do Iphan e está indo na linha da possibilidade de aumento da altura desses prédios. É um bairro que a gente espera lançar agora no mês de agosto, setembro no mais tardar, para que a gente comece as obras de infraestrutura. Vai ser feita uma parceria com as empresas. Hoje nós vamos trocar terrenos por infraestrutura. É uma nova modalidade e precisa ser encaminhada pela Terracap. Vai ser analisada pelos diretores e técnicos da Terracap, mas com isso a gente ganha velocidade na implantação da infraestrutura e na construção do bairro de forma mais rápida. Essa outra questão do Pátio Ferroviário está sendo discutida em parceria com o Exército Brasileiro e o Banco de Brasília, que é orientador financeiro dessa parceria, que está sendo feita também, está em fase adiantada, só que esse projeto só chegará no próximo ano. A gente tem a perspectiva ainda da construção do bairro Taquari 2, nós estamos concluindo as análises de meio ambiente, que a gente tem muito cuidado com essa questão. Para lá nós já temos uma situação bem mais facilitada no que diz respeito ao acesso das vias de acesso com a construção do Trevo de Triagem Norte e o Complexo Governador Joaquim Domingos Roriz, com todo aquele espaço onde a gente tem uma certa facilidade de acesso e o bairro não impactaria muito no trânsito daquela região. Então, esses três estão em andamento e nós temos diversos bairros que estão sendo feitos no DF, que são bairros para classe mais baixa, que são esses programas que nós estamos criando na área habitacional juntamente com a Codhab e as cooperativas. Temos em fase bem avançada o Itapoã Parque, que a gente espera concluir a entrega das unidades até o final do nosso governo. Nós estamos no Mangueiral 2 já para iniciar as construções. Lá no Recanto das Emas nós temos também a previsão torno de seis mil moradias que serão entregues para a população de baixa renda e tem vários empreendimentos que estão sendo criados, também na cidade, a partir de um conjunto de leis que foi aprovado pela Câmara Legislativa e regulamentado pela Codhab e pela Seduh, no sentido de que a gente facilitasse a implantação desses empreendimentos de baixa renda para que a gente possa dar moradia para a população do Distrito Federal.

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GDF de Ponto a Ponto: ‘Governo tem apresentado prioridade em nomeações’, diz secretária de Saúde

Em entrevista ao GDF de Ponto a Ponto, podcast da Agência Brasília, nesta quinta-feira (20), a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, ressaltou que a gestão do governador Ibaneis Rocha tem como prioridade a saúde pública da capital. Segundo ela, o governo está ciente da necessidade de reforçar e recompor o quadro de funcionários da área e vem trabalhando para nomear mais servidores. Secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, participou, nesta quinta-feira (20), do podcast GDF de Ponto a Ponto | Fotos: Agência Brasília A secretária citou a nomeação, nesta semana, de mais de 200 candidatos aprovados no concurso público para a carreira de enfermeiro da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). No início de junho, o Governo do Distrito Federal (GDF) já havia nomeado outros 187 novos servidores da saúde pública do DF. “Nós estamos num momento de nomeação, reforçando, recebendo mais médicos de comunidade. O governo tem apresentado essa prioridade. Nós temos que fazer uma equação entre a despesa e a receita. Aos concursados, tenham tranquilidade, a necessidade existe e o governo tem trabalhado nessa recomposição”, afirmou Lucilene. Durante a entrevista, a chefe da pasta sanitária ressaltou que o GDF tem aumentado o investimento na área de Saúde desde 2019. Os recursos têm sido destinados a construções e reformas de hospitais, unidades de pronto atendimento (UPAs) e unidades básicas de saúde (UBSs), aquisição de equipamentos, contratação de profissionais, contratação de cirurgias e enfrentamento da pandemia de covid-19. “Nós tivemos um aumento [nos investimentos]. De 2019 para cá, foram R$ 48 bilhões de investimentos. Hoje nós temos um quantitativo de servidores na Secretaria de Saúde, ativos, em torno de 32 mil servidores”, informou Lucilene. A secretária ainda celebrou o aumento no número de leitos nos hospitais do DF. Segundo ela, atualmente a capital conta com 604 leitos. “Há dois anos eram 303. Praticamente dobrou. Isso foi possível pela contratualização, pelo desbloqueio de leitos, pela prioridade à saúde pelo GDF. É um conjunto de monitoramento de gestão”, pontuou. Lucilene Florêncio destacou os investimentos feitos pelo GDF na área da saúde pública: “De 2019 para cá, foram R$ 48 bilhões” Novo equipamento no Hospital do Paranoá Referência em cirurgias de coluna, o Hospital da Região Leste (HRL), no Paranoá, deve receber um novo microscópio para procedimentos. “Esse equipamento já está no hospital, a equipe já está em treinamento e nós poderemos avançar nessa questão de cirurgias de coluna”, disse. O Hospital do Paranoá deu início a procedimentos considerados de alta complexidade há 10 anos. A unidade conta com uma equipe especializada de mais de 1.300 servidores e chega a fazer 300 procedimentos de coluna por ano.

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GDF de Ponto a Ponto: ‘Queda na criminalidade é uma soma de esforços’, diz secretário de Segurança Pública

A queda dos recentes índices de criminalidade na capital federal, que apresentaram uma redução de 16% nos cincos primeiros meses do ano, foi repercutida na primeira edição do podcast GDF De Ponto a Ponto. O convidado do podcast foi o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília O programa contou com a presença do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, que comentou a redução significativa comparada ao último ano. Em 2023, destacou, Brasília já havia registrado o menor número de homicídios em 47 anos. “Isso mostra uma consistência do trabalho que estamos fazendo, não estamos alternando entre bons e maus momentos. Há uma constância e é um indício que estamos no caminho certo”, afirmou. O gestor destacou que o trabalho conjunto de diferentes áreas de governo influencia nos números e que a segurança pública se faz com essa integralidade. “Segurança é dever do Estado mas é responsabilidade de todos. Mas não se consegue do dia pra noite, não é feita por milagres. É um trabalho contínuo, consistente e uma soma de esforços com outras áreas, como educação de qualidade, empregos para a população vulnerável, investimento no esporte. Tudo isso tem um reflexo muito grande na segurança pública”, declarou. Redução no feminicídio Outro assunto levantado pelo podcast foi a queda do número de vítimas de homicídio e feminicídio dos últimos 25 anos. Nos cinco primeiros meses de 2024 foi registrado o menor índice desde o ano 2000. Estruturas como o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) e o Policiamento de Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) foram destaque, assim como o Viva Flor e o Dispositivo de Proteção Preventiva (DPP), para exemplificar a atuação das forças de segurança na proteção das mulheres. Cerca de 50 casos foram registrados neste ano de pessoas abordadas em circunstâncias de proximidade com mulheres que utilizavam os dispositivos. “Esses programas são espetaculares. E é preciso que as vítimas façam sempre os registros, porque tudo o que o poder público pode fazer para garantir a segurança das nossas mulheres nós estamos fazendo. Com certeza muitas vidas foram poupadas por esse rápido atendimento das forças de segurança”, afirmou Avelar. Durante a entrevista especial, ele também frisou que o setor público conta com a imprensa para orientar a população a buscar o apoio do Estado. Sandro Avelar: “Entre os grandes centros urbanos, a capital da república é um dos mais seguros e nos orgulhamos disso” “É preciso mudar a cultura do país. O cidadão que liga reclamando do barulho alto tem o dever de também denunciar caso presencie uma vizinha sofrendo violência. Nenhuma mulher é assassinada do dia pra noite, começa com agressões verbais e avança até acontecer o feminicídio. Por isso é necessário quebrar esse ciclo da violência que atinge todas as classes sociais”, pontuou. Destaque em segurança O secretário de Segurança Pública acentuou que o Distrito Federal é a segunda unidade federativa mais segura do país, atrás de Santa Catarina – e que, com batalhões específicos para cuidar de cada segmento da população, a Polícia Militar do DF é uma instituição muito respeitada por outros estados. “Não temos uma polícia violenta e truculenta, então o uso de câmeras eventuais não é para controlar o trabalho do policial, mas para protegê-lo e resguardar em casos de falsos depoimentos” Sandro Avelar, secretário de Segurança Pública “Entre os grandes centros urbanos, a capital da República é um dos mais seguros e nos orgulhamos disso. É com muito trabalho e esforço que temos feito tudo isso para que alcancemos os resultados que a população merece. É preciso confiar e acreditar que trabalhamos com transparência, a gente mostra os números. E os resultados têm mostrado isso”, observou o gestor. Câmeras de segurança Um dos tópicos abordados no programa foram as câmeras corporais de segurança utilizadas durante as ações policiais, um assunto que ainda levanta dúvidas na população. O secretário recordou que, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2023, o DF possui a menor taxa de letalidade policial do país, com 0,5 casos a cada 100 mil habitantes. “Não temos uma polícia violenta e truculenta, então o uso de câmeras eventuais não é para controlar o trabalho do policial, mas para protegê-lo e resguardar em casos de falsos depoimentos. Para mostrar que, se ele precisou usar mais energia para conter uma pessoa, foi extremamente necessário. Mostrar o que aconteceu pelas câmeras”. Ele acrescentou, ainda, que no DF há estrutura para a utilização desses equipamentos, sem a necessidade de impor que a câmera prevaleça em relação a ferramentas que são prioridade na segurança policial.

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Saúde esclarece dúvidas da população em podcast

Durante o Podcast Programa SuperaBrasília, da TVBrazil web, com Josiel Ferreira, no último sábado (11), a secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, compartilhou um pouco de sua trajetória, iniciada em Caruaru, Pernambuco. Florêncio afirmou que seu foco é atender à população: “Se não estivermos trabalhando para a população, não conseguimos entregar o serviço e o cuidado de que precisamos.” Durante a entrevista, a gestora da pasta respondeu diversas perguntas da população, incluindo a disponibilidade de médicos. Segundo Florêncio, a Secretaria de Saúde conta atualmente com 4.504 médicos, sendo 185 recém-empossados para atuar nos prontos-socorros. “Só em Ceilândia, foram destinados 21 clínicos; em Planaltina, 16; em Sobradinho, 18; e em Taguatinga, 19. Os médicos foram distribuídos nas unidades da capital com o objetivo de fortalecer as equipes do Sistema Único de Saúde (SUS).” Fila de cirurgias, reformas e Mais Médicos foram alguns dos temas abordados no programa pela secretária Lucilene Florêncio | Foto: Divulgação/SES-DF Além disso, foram contratados 100 especialistas em ginecologia e obstetrícia, 70 em pediatria, 32 em anestesiologia, entre outros. “Os médicos foram convocados em especialidades onde há maior déficit e uma demanda crescente da população”, explicou a secretária. Em fevereiro, a SES acolheu cerca de 450 profissionais para o programa de residência médica, os quais vão atuar nos hospitais públicos nos próximos anos, visando à especialização em diversas áreas, além de reforçar o atendimento. Esses profissionais se somam a outros 6.195 servidores da Secretaria de Saúde, nomeados desde 2019, dos quais 2.417 são médicos, equivalentes a 40% do efetivo total da pasta. A pressão e o adoecimento dos profissionais de saúde também foram temas abordados por ela, que destacou a importância desse trabalho para a população e o suporte oferecido a ela. “Após dois anos vivendo em um contexto de pandemia, depois com epidemia de dengue e sazonalidades pediátricas estamos buscando saídas, para amenizar os efeitos do período vivenciado e promover mais bem-estar para esses profissionais”, aponta. Ela ressaltou a parceria bem-sucedida com o BRB na entrega mensal de medicamentos. “É uma parceria que tem dado muito certo, entregamos mensalmente mais de 10 mil medicamentos. Além disso, contamos com três farmácias de alto custo, onde a população pode retirar os medicamentos localmente (Ceilândia, Asa Sul e Gama).” Reformas nas unidades hospitalares A população também perguntou sobre as reformas em andamento nas unidades hospitalares. Florêncio respondeu, assinalando a reforma do pronto socorro do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e a reforma das cozinhas e refeitórios, para garantir a segurança na preparação dos alimentos. “Planaltina, Hran e Ceilândia estão sendo reformados. Brazlândia está finalizado. O Hospital Regional de Taguatinga teve a área de oncologia ampliada e renovada, além do pronto-socorro de pediatria. São avanços e entregas que motivam e alegram as equipes.” Além disso, foram realizadas obras no Centro de Atenção Materno Infantil (Cami), da Policlínica do Paranoá; na cozinha do Hospital da Região Leste (HRL) e do laboratório da região. Com isso, os pacientes terão mais conforto e celeridade nos atendimentos. A pasta da Saúde conta ainda com contratos de manutenção predial para garantir reparos e adequações em 297 unidades em 2024, entre UBSs, hospitais, policlínicas, laboratórios e centros de atenção psicossocial, etc. Ao todo, a SES-DF administra cerca de 440 mil metros quadrados de área construída em toda a capital federal. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)

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Busca da interoperabilidade dos sistemas para dar celeridade a atendimentos

Fortalecer o sistema público de saúde é um dos grandes desafios do governo. Esta também é a missão que a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, assumiu quando passou a liderar a pasta, há pouco mais de quatro meses. Há mais de 30 anos atuando como médica do Sistema Único de Saúde (SUS), ela carrega na bagagem experiência suficiente para provocar mudanças significativas na rede pública local. Tem liderado ações de reforço da cobertura vacinal contra covid-19, inclusive implementando o projeto de busca ativa. O carro da vacina foi uma ação exitosa que Lucilene coordenou inicialmente em Ceilândia, e que agora chegou a todas as sete regiões de saúde do Distrito Federal. Em entrevista à Agência Brasília, a secretária fala sobre o cenário atual da covid-19, o mutirão de cirurgias eletivas em parceria com a rede privada e a organização dos processos com a efetivação de contratos importantes, como o de manutenção predial. Ela revela ainda os projetos para melhorar a gestão da pasta, com reflexos diretos para o cidadão. “Vamos buscar a interoperabilidade dos sistemas da Saúde para dar celeridade aos processos de trabalho e melhorar a assistência ao cidadão”, afirma. “Isso é urgente.” Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista. Foto: Divulgação/Agência Saúde A taxa de transmissibilidade para covid vem aumentando nos últimos dias. Como a Secretaria de Saúde está se preparando para isso? Considerando que não houve mudança no cenário epidemiológico quanto ao aumento de hospitalização ou óbito por covid-19, como até o momento não houve introdução de uma nova variante no país, o aumento do número de casos demonstra que o vírus está circulando. Por isso, a necessidade de fortalecer as estratégias de testagem dos casos suspeitos e a vacinação. Neste sentido, abrimos pontos para vacinação e testagem tanto em horário noturno quanto aos sábados. O Distrito Federal sai na frente quando faz a busca ativa com o carro da vacina. Estamos indo às localidades mais vulneráveis, fazendo inquérito vacinal, o que nos permite aumentar a cobertura vacinal da população. Com a chegada do fim de ano, festas, confraternizações, viagens, o cenário aponta ainda mais para a importância da vacinação. Estamos fazendo nossa parte como responsável sanitário e conclamamos a população a completar o calendário vacinal. [Olho texto=”“Precisamos trabalhar a questão do descarte do lixo e de inservíveis. Nossos agentes ambientais, este ano, visitaram mais de 2,3 milhões de residências”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Outro desafio que se observa no fim de ano é a chegada das chuvas e a proliferação da dengue. Quais são os planos para combater os casos? Estamos absolutamente focados nas arboviroses – não só a dengue, mas zika e chikungunya. O cuidado com a dengue não é isolado. É uma doença que perpassa várias secretarias. Precisamos primeiramente evitar e coibir os criadouros. A maior contaminação de dengue é peridomiciliar, ou seja, próximo das residências. Precisamos trabalhar a questão do descarte do lixo e de inservíveis. Nossos agentes ambientais, este ano, visitaram mais de 2,3 milhões de residências, vistoriaram, alertaram. Mas precisamos muito da colaboração da população. Estamos no nível 3 da ação. A SES adquiriu inseticidas e larvicidas, mais de 4,5 toneladas; intensificaremos os ciclos de fumacê em regiões de maior risco. O borrifamento será inicialmente feito em regiões administrativas como Sobradinho II, Vicente Pires, Estrutural e Santa Maria, locais onde identificamos um maior número de casos. A senhora traz no currículo 30 anos de SUS e a experiência como gestora em quase todas as regiões de saúde do DF. Esse histórico a ajudou a diagnosticar os problemas da rede pública de saúde? O que precisa mudar? A população aumentou nas últimas décadas, e parte de nossos equipamentos públicos são da década de 1980, exigindo ampliações e adequações. Mesmo em momento pandêmico, tivemos incremento na rede na atenção, com a construção de UPAs [unidades de pronto atendimento], UBSs [unidades básicas de saúde] e hospitais acoplados em Ceilândia e Samambaia, que ficaram como legado. Também ampliamos a força de trabalho com muitas contratações em diversas categorias. Mas faz-se necessária a mudança nos processos de trabalho, exercitar na sua plenitude os acordos de gestão regional e local em todas as regiões de saúde e unidades de referência distrital. Conhecemos as necessidades da população do DF, e as pactuações e metas vêm ao encontro dos maiores desafios encontrados, na melhoria da prestação dos serviços de saúde. Precisamos focar logística, abastecimento, sistemas de informação e vocacionar os hospitais para economia de escala, aumentando a produtividade – aumento da cobertura da Estratégia Saúde da Família e cobertura vacinal. [Olho texto=” “A rede pública também não parou. Estamos reabrindo salas de cirurgias, reativando leitos, e também adquirimos mais 32 perfuradores e arcos cirúrgicos para dar mais celeridade às cirurgias ortopédicas”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] O que pode ser feito para melhorar a gestão do serviço de saúde no DF? A motivação e valorização do servidor é, sem dúvida, pilar fundamental para melhoria da saúde no DF. Acredito que, com a melhoria dos sistemas de informação, daremos um salto do ponto de vista de gestão. Hoje, temos vários sistemas na Secretaria de Saúde. São sistemas que não se comunicam. Começamos o processo de modernização do nosso parque computacional agora, com a aquisição de 7,5 mil computadores. É um pedido do nosso governador, a interoperabilidade. Precisamos que o médico no hospital conheça todo o histórico do paciente na rede pública, toda a medicação que ele já usou, seja porque buscou nas nossas farmácias, seja como ele foi acompanhado no prontuário da UBS. Isso vai melhorar a oferta dos serviços, facilitará o trabalho do servidor. O estudo técnico preliminar já está em andamento, bem como as demais etapas exigidas pela legislação até o lançamento do edital de licitação para contratação desse sistema. Não é um plus, é uma necessidade. Quero esse edital na rua até o primeiro semestre de 2023. Estamos trabalhando diuturnamente neste projeto. Um dos grandes gargalos são as cirurgias eletivas. Como enfrentar essa fila de pacientes sem comprometer o atendimento emergencial na porta dos hospitais? O DF tem uma demanda reprimida de cerca de 27 mil pacientes aguardando cirurgias eletivas de todas as especialidades. Esse represamento deveu-se principalmente à pandemia. Para resolver, buscamos a complementaridade do SUS pela rede privada para quatro patologias: hérnias inguinais, hérnias umbilicais, histerectomias [retirada do útero] e vesícula. Por que essas cirurgias? Observamos que são as patologias mais comuns, que acabavam por se tornar situações levadas às emergências impactando os PSs [prontos-socorros] dos hospitais. Quando fizemos esse recorte, encontramos em torno de 3,5 mil pacientes esperando por essas quatro especialidades. No entanto, conseguimos um aporte de recurso da Secretaria de Economia para realizar 3.233 procedimentos. Então, elaboramos um edital de chamamento público, que é previsível nos normativos; e, com a aprovação do controle social e sempre acompanhados pelo Ministério Público, conseguimos contratar, por tempo determinado, sete hospitais particulares. Estamos atualizando os pré-operatórios dos doentes já cadastrados na fila do complexo regulador, respeitando o tempo de inserção e a classificação. A rede pública também não parou. Estamos reabrindo salas de cirurgias, reativando leitos, e também adquirimos mais 32 perfuradores e arcos cirúrgicos para dar mais celeridade às cirurgias ortopédicas. Hoje, estamos conseguindo realizar em torno de mil cirurgias por mês, e seguimos em busca pelo incremento desses números. Uma grande reclamação dentro da saúde pública é burocracia. Como enfrentar isso? O enfrentamento da burocracia é fundamental, e hoje, na gestão pública, há formas de enfrentamento, como revisão de processos de trabalho, capacitação continuada e permanente motivação e autonomia à equipe. São ações que abordamos e valorizamos em todos os momentos, com gestão participativa e focada no coletivo. [Olho texto=”“São 7 milhões de pessoas (3,1 milhões no DF e 4 milhões no Entorno) que estão sob os nossos cuidados”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] A senhora, nesses quatro mês de gestão, já consegue citar avanços? Podemos listar vários avanços nesse curto intervalo em que estamos à frente da pasta: assinatura do contrato das cirurgias cardíacas em adultos e crianças no ICTDF [Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal]; celebração do contrato de complementaridade nas cirurgias eletivas com a rede privada; assinatura do contrato regular de manutenção predial nos equipamentos públicos da saúde, sendo que o último foi assinado em 2011; grupo de trabalho para dar celeridade nos processos judiciais com três procuradores dentro da SES com apoio da Procuradoria-Geral do DF e grupo de trabalho na Subsecretaria de Infraestrutura com a construção de matriz de acompanhamento em todos os processos, melhorando a infraestrutura para a assistência. Outro tema constante na saúde do DF é o acolhimento dos pacientes do Entorno. A senhora esteve com o secretário de saúde de Goiás;  qual entendimento tiveram? Estamos em construção de um termo de cooperação. Já tivemos a primeira reunião com o secretário de Saúde de Goiás, o Ministério Público dos dois estados e a Defensoria Pública de Goiás. A gente tem consciência de que precisamos andar juntos e focados na saúde desse cidadão, que muitas vezes reside em Goiás e trabalha no Distrito Federal. São 7 milhões de pessoas [3,1 milhões no DF e 4 milhões no Entorno] que estão sob os nossos cuidados. A demanda do DF fica bastante tensionada, principalmente nas portas de emergência, no diagnóstico e nas cirurgias eletivas. O estado de Goiás reconhece isso, e por isso nós precisamos primeiramente orientar o usuário para estar na porta certa. Nosso dever de casa foi criar os grupos temáticos e iniciar o debate. Vamos ter um segundo encontro no mês de novembro. Depois, vamos para a construção do termo de cooperação, que foi uma proposição do Ministério Público do DF e que nós recebemos com muita alegria. Foi o olhar do controle externo vendo a necessidade desse alinhamento nas relações na saúde de Goiás e do DF.  

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Governador Ibaneis Rocha pede que população continue se imunizando

O Distrito Federal está muito próximo de atingir 90% da população vacinada com as duas doses contra a covid-19. O alto percentual tem sido um fator importante para a retomada das atividades em vários segmentos na capital federal. Durante entrevista ao Jornal da Record, o governador Ibaneis Rocha fez questão de destacar a importância da imunização. Principalmente em meio às programações do aniversário de Brasília e da possibilidade do carnaval fora de época, com o feriado prolongado. Sobre as próximas entregas, o governador revelou que pretende concluir a negociação do Centro Administrativo do Distrito Federal (Centrad) e dar andamento ao Teatro Nacional e ao Autódromo | Foto: Reprodução TV Record “A gente espera que seja o carnaval da vacinação”, afirmou o líder do Executivo, que pediu que a população siga o ciclo vacinal tomando também a terceira e a quarta dose e buscando as unidades básicas de saúde (UBSs)em caso de sintomas. O governador disse que a preocupação com a doença ainda existe, mas que a cidade está preparada. “Venho falando com o secretário de Saúde, general Manoel Pafiadache, para que amplie a quantidade de leitos de UTI”, completou. [Olho texto=”“A gente espera que seja o carnaval da vacinação. Só é possível esse ambiente porque tivemos uma vacinação em massa. Estamos com quase 90% da população vacinada com a segunda dose. Pedimos consciência para a população”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Diante disso, Ibaneis Rocha diz que espera que o brasiliense possa comemorar os 62 anos da cidade, aproveitando a programação promovida pelo GDF. “Que a população se sinta um pouco mais solta, que possa ter um ambiente de comemoração e também de libertação desses dois anos [de pandemia]”. A celebração já teve início com o lançamento do programa GDF Presente – Cidade Sempre Limpa, que começou pela área central, fazendo serviços de manutenção e renovação. Na entrevista, o governador também falou da situação atual da saúde e da segurança. Ibaneis disse que houve um achatamento dos atendimentos na saúde pública em função da pandemia, mas que a cidade ganhou novas unidades de pronto-atendimento (UPAs) e está preparada para retomar os demais atendimentos. Em relação à questão da violência nas escolas, citou o trabalho ostensivo das forças de segurança em parceria com a Secretaria de Educação. “A gente tem intensificado o trabalho, identificando as escolas onde a violência é maior”, defendeu. Sobre as próximas entregas, o governador revelou que pretende concluir a negociação do Centro Administrativo do Distrito Federal (Centrad) e dar andamento ao Teatro Nacional e ao Autódromo: “São várias coisas que estavam paradas, que a gente pretende entregar.” Ibaneis também anunciou que deve lançar o concurso público da Universidade do Distrito Federal, seguindo o que tem feito ao longo da gestão, convocando servidores públicos para compor o governo. [Olho texto=”“Construímos sete UPAs e temos trabalhado para entregar mais 20 UBSs até o fim do mandato. Temos um projeto na área da saúde que foi atrapalhado pela pandemia e queremos colocar em marcha o mais rápido possível”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Confira trechos da entrevista com Ibaneis Rocha: Carnaval fora de época “Existe uma preocupação. Venho falando com o secretário de Saúde, general Manoel Pafiadache, para que amplie a quantidade de leitos de UTI. Pedi que aumentasse na área da covid, para que tenha a diminuição do percentual. A gente espera que seja o carnaval da vacinação. Só é possível esse ambiente porque tivemos uma vacinação em massa. Estamos com quase 90% da população vacinada com a segunda dose. Espero que [os brasilienses] busquem a terceira dose e que as [pessoas] sintomáticas procurem as unidades básicas de saúde e evitem a propagação do vírus. Pedimos consciência para a população.” Aniversário de Brasília “Não está liberado para uma grande festa. A gente espera que a população de Brasília que gosta da cidade possa sair às ruas e visitar esses pontos e curtir a cidade no nosso aniversário. Que a população se sinta um pouco mais solta, que possa ter um ambiente de comemoração dos 62 anos e também de libertação desses dois anos [de pandemia].” [Olho texto=”“Recebemos quase 900 profissionais aprovados em concurso. Agora vem essa sequência de concursos, como o concurso da Universidade do Distrito Federal, que esperamos implementar no segundo semestre”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Situação da saúde “Tivemos um período de dois anos de achatamento da Saúde. Tivemos que reduzir para atender os pacientes da covid. Temos que ter uma retomada muito forte. Construímos sete UPAs e temos trabalhado para entregar mais 20 UBSs até o fim do mandato. Temos um projeto dentro da área da saúde que foi atrapalhado pela pandemia e queremos colocar em marcha o mais rápido possível.” Violência nas escolas “Nós temos que trabalhar com inteligência. Polícia Militar, Secretaria de Segurança Pública e Secretaria de Educação estão tentando prevenir esses crimes. Espero que a gente consiga conscientizar nossos adolescentes e nossas crianças que esse não é o caminho. Temos que traçar um caminho de paz. A gente tem intensificado o trabalho, identificando as escolas onde a violência é maior.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Concurso público “Foram liberados diversos concursos pela Secretaria de Economia. Tenho uma definição de que política de estado se faz com servidores efetivos. Tenho chamado inúmeros profissionais, principalmente na área de assistência social. Recebemos quase 900 profissionais aprovados em concurso. Agora vem essa sequência de concursos, como o concurso da Universidade do Distrito Federal, que esperamos implementar no segundo semestre.” Entregas “Nós temos que concluir a negociação do Centrad, temos a licitação do Teatro Nacional e quero entregar o Autódromo. São várias coisas que estavam paradas, que a gente pretende entregar. Também temos obras em andamento que pretendemos entregar.” GDF Presente – Cidade Sempre Limpa “Estamos trabalhando pelo embelezamento da cidade. Hoje teve o lançamento de um programa nesse sentido. Soltamos máquinas pela cidade para recuperar tudo que a chuva tirou nesse período.”

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Passado o pior momento, governo segue transformando a cidade

Às vésperas do aniversário de 62 anos de Brasília, o governador Ibaneis Rocha se mostra orgulhoso com o trabalho de renovação que tem feito na cidade, mesmo com dois anos de pandemia. Já são 1.600 obras desde o início da gestão. Em entrevista ao programa CB Poder, parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília, o líder do Executivo agora olha para frente com esperança renovada de que o pior já passou. Ibaneis Rocha voltou a pedir, durante a entrevista, que a população se vacine contra a covid-19 | Foto: Ed Alves/CB/D.A.Press “A preocupação não é entregar obras. Fico muito satisfeito em saber que elas estão acontecendo”, afirmou. Para o governador, o importante é garantir melhorias para a população do DF. “A mobilidade vai melhorar muito, assim como aconteceu com o Complexo Viário Joaquim Domingos Roriz. Melhorou a vida de milhares de pessoas que residem ali na região Norte”, completou. [Olho texto=” “Brasília está se renovando, mas não é só na área de infraestrutura. Basta ver o Hospital Oncológico que está sendo construído. Era uma das missões que tínhamos. Mesmo com a pandemia, avançamos muito na área de saúde. Construímos sete UPAs, reformamos outras seis. Contratamos servidores, colocamos à disposição aquilo que a cidade tem de melhor”” assinatura=”Governador Ibaneis Rocha” esquerda_direita_centro=”direita”] Ibaneis Rocha falou também sobre os impactos da pandemia – dos três anos de mandato, dois deles foram em meio à crise sanitária. “Foi um período muito difícil para mim, porque eu tive que tomar decisões que impactavam na vida das pessoas. O balanço geral desta pandemia é que conseguimos evoluir muito”, disse. O governador citou a construção de novos hospitais e de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), as reformas nas escolas, as contratações de servidores e a criação de novos programas sociais. O governador também falou sobre segurança pública e a questão do Centro Administrativo do Distrito Federal (Centrad). Ibaneis Rocha disse aguardar o encaminhamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, para a recomposição salarial das forças de segurança. Já a situação do Centrad teve avanço, com a anulação do contrato. A intenção, segundo o governador, é que o GDF adquira o prédio por meio de um financiamento. “Queremos sanar todos os problemas e entregar à comunidade. Aquele prédio é muito importante.” Confira trechos da entrevista do governador Obras a serem entregues “As mais próximas são o Túnel de Taguatinga e o viaduto do Recanto das Emas. A obra do viaduto próximo ao Parque da Cidade também. A preocupação não é entregar obras. Isso parece mais coisa da política. Fico muito satisfeito em saber que elas estão acontecendo. Brasília está se renovando, mas não é só na área de infraestrutura. Basta ver o Hospital Oncológico que está sendo construído. Era uma das missões que tínhamos. Mesmo com a pandemia, avançamos muito na área de saúde. Construímos sete UPAs, reformamos outras seis. Contratamos servidores, colocamos à disposição aquilo que a cidade tem de melhor.” Mobilidade “A mobilidade vai melhorar muito, assim como aconteceu com o Complexo Viário Joaquim Domingos Roriz, que melhorou a vida de milhares de pessoas que residem ali na região Norte. Estamos fazendo agora a segunda entrada de Sobradinho, que vai facilitar muito. Gastei, no último final de semana, 15 minutos do Plano Piloto a Planaltina, coisa que era impossível antes. Obras são importantes para Brasília se desenvolver. Brasília precisa de muitas coisas na área de mobilidade. A solução para Sobradinho e Planaltina é o BRT. Temos que trabalhar com a expansão [do metrô] de Samambaia, Ceilândia e Gama, onde é mais plano.” [Olho texto=”“O balanço geral dessa pandemia é que conseguimos evoluir muito. Vai sobrar um legado muito grande para a saúde. Compramos muitos equipamentos, tivemos a abertura de hospitais, das UPAS, tudo isso vai ficar como legado da pandemia”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Estado de calamidade pública “Hoje, estamos dentro de uma situação de tranquilidade. Temos 31 leitos de UTI Covid, mesmo assim, estamos com índice de 70% de ocupação. O índice de vacinação está bastante alto, estamos próximos de 90% com a segunda dose e 45% com a terceira dose. A gente pede muito que as pessoas não deixem de se vacinar. Tivemos uma procura pequena da terceira dose, e da quarta dose, menor ainda.” Pandemia “Foi um período muito difícil para mim, porque eu tive que tomar decisões que impactavam na vida das pessoas. As cobranças que vinham de todos os setores, a preocupação com o setor econômico, isso tudo mexeu comigo. Esse sofrimento me fez melhorar muito. Foi um crescimento pessoal muito grande. O balanço geral dessa pandemia é que conseguimos evoluir muito. Vai sobrar um legado muito grande para a saúde. Compramos muitos equipamentos, tivemos a abertura de hospitais, das UPAs, tudo isso vai ficar como legado da pandemia.” [Olho texto=”“Avançamos muito na segurança. Recebemos o Distrito Federal com metade das delegacias fechadas. Não funcionavam 24 horas. Contratamos polícias. Nossa academia da Polícia Federal trabalha com todos os cargos cheios desde o início do governo. Reduzimos em quase todos os índices de criminalidade”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Impactos da covid-19 “Tivemos um aumento grande da carência das pessoas. Nessa área social, tivemos que implementar um programa muito forte. Reduzimos os preços dos restaurantes comunitários de R$ 3 para R$ 1 e colocamos o café da manhã. Criamos o Cartão Prato Cheio, com o qual atendemos quase 40 mil pessoas. Tem o Cartão Gás. São mais de 700 pessoas atendidas no DF dentro dos nossos programas sociais, o que nos orgulha muito, mas também nos entristece, porque tem muita gente precisando trabalhar e só vamos conseguir isso se tivermos condições sanitárias. O ato de não tomar vacina está atingindo outra pessoa, aquela que está precisando retomar a economia.” Centrad “Continuo com o mesmo projeto de assumir o Centro Administrativo. Tivemos que tirar vários entraves. Por isso, criei uma comissão. Concluímos essa fase do encerramento do contrato, fiz um despacho encaminhado para a Secretaria de Economia para que a gente faça uma proposta de compra do edifício. Temos condições de adquirir o prédio financiado pela Caixa Econômica. Vamos fazer um plano de ocupação, comprar os móveis e fazer as obras viárias ao redor. Queremos sanar todos os problemas e entregar à comunidade. Aquele prédio é muito importante. Toda aquela área pertence ao DF. Temos ali a maior população do DF. Com o Túnel de Taguatinga e o metrô passando na porta, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia serão atendidas. Tem que ser ocupado.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Segurança “Avançamos muito na segurança. Recebemos o Distrito Federal com metade das delegacias fechadas. Não funcionavam 24 horas. Contratamos policiais. Nossa academia da Polícia Federal trabalha com todos os cargos cheios desde o início do governo. Reduzimos quase todos os índices de criminalidade.” Recomposição salarial “O que a gente aguarda é que o presidente Bolsonaro encaminhe o mais rápido possível essa recomposição. É um compromisso nosso com as forças de segurança do Distrito Federal. Fizeram muitas distorções no serviço público do DF ao longo dos dez últimos anos. Vamos ter que fazer um trabalho no sentido de dar racionalidade. Já pedi ao secretário [de Economia] Itamar [Feitosa] que começasse os estudos reunindo as carreiras para tirar as distorções. Neste mês de abril, ele vai sentar com as categorias para que a gente possa mandar uma proposta orçamentária que diminua as distorções. Acredito no concurso público como forma de dar estabilidade dentro do governo.”

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Editais para contratação de médicos estão abertos até quinta-feira (14)

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) está com oito editais abertos para reforçar o quadro de médicos, principalmente, nas unidades de pronto atendimento (UPAs). [Olho texto=”Entre as etapas do processo seletivo estão análise curricular, entrevista e avaliação de conhecimentos. As contratações são destinadas também às pessoas com deficiência (PCD)” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Apesar de lançar constantemente processos seletivos e convocar os aprovados com regularidade, ainda há a necessidade de reposições para completar 100% do quadro. Os salários variam entre R$ 11.942,40 e R$ 16.194,00 para carga horária de 24 horas semanais. Há ainda auxílios transporte e alimentação, a depender da jornada de trabalho. Os interessados têm até o dia 14 de abril para se inscrever pelo site https://igesdf.org.br/todos-processos-seletivos/, onde é possível consultar os editais e requisitos necessários. 1. Médico I – Plantonista 2. Médico I – Do Trabalho 3. Médico I – Nefrologista HB 4. Médico I – Nefrologista HRSM 5. Médico I – Paliativista 6. Médico I – Ortopedista 7. Médico III – Anestesiologista 8. Médico I – Ginecologista Obstetrícia [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Entre as etapas do processo seletivo estão análise curricular, entrevista e avaliação de conhecimentos. As contratações são destinadas também às pessoas com deficiência (PCD). Os candidatos serão contratados para atuar nas unidades administradas pelo Iges-DF: Hospital de Base (HB), Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e unidades de pronto atendimento (UPAs). Após o cadastro, o andamento completo da seleção realizada pela Gerência Geral de Pessoas poderá ser acompanhado pelo site do Iges-DF, onde serão publicadas todas as etapas realizadas e respectivos resultados. *Com informações do Iges-DF

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Em entrevista, secretário de Saúde destaca importância da vacinação

“Acredito muito na segurança da vacina. As intercorrências são mínimas no mundo todo. A vacina é a grande defesa que nós temos”, declarou o secretário de Saúde,  Manoel Pafiadache, em entrevista ao CB.Poder, programa do jornal Correio Braziliense, na quarta-feira (2). [Olho texto=”“É importante garantir pelo menos a primeira dose de todas as crianças em idade escolar”_ Manoel Pafiadache, secretário de Saúde” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Em defesa da imunização, o secretário destacou o efeito da campanha de vacinação contra covid-19 no Distrito Federal na redução da taxa de mortalidade da doença. “Temos uma alta contaminação, mas o número de óbitos é pequeno. Isso prova o efeito altamente positivo da vacina”, afirmou Pafiadache. Sobre a vacinação infantil, Pafiadache comemora a alta adesão do público do DF, unidade da Federação que mais vacinou crianças contra a covid-19. “É importante garantir pelo menos a primeira dose de todas as crianças em idade escolar”, enfatizou. Ele  destacou a campanha, em parceria com a Secretaria de Educação, para aumentar, ainda mais, a imunização das crianças até o retorno das aulas nas escolas públicas. Na oportunidade, o secretário reafirmou o tripé da sua gestão: insumos, recursos humanos e melhoria dos processos. Até o momento, foram R$ 100 milhões investidos para garantir o estoque da Secretaria de Saúde, além de contratação de pessoal. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “O governador Ibaneis Rocha sempre nos colocou muitos recursos à disposição”, afirmou o general, citando a recente liberação de R$ 32 milhões para reforçar as equipes no combate à pandemia. “É gente cuidando de gente. Eles estão há dois anos trabalhando na linha de frente, próximo ao vírus. Há um desgaste, inclusive de saúde mental”, expôs o secretário. Confira as duas partes da entrevista abaixo: *Com informações da Secretaria de Saúde

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‘A economia do DF está aquecida e teremos mais empregos em 2022’

Foto: Renato Alves / Agência Brasília Um Distrito Federal que enfrentou a pandemia, vacinou a população, manteve os canteiros de obras ativos e, ainda em meio à crise nacional, conseguiu reaquecer a economia nos diversos setores produtivos. Esse é o balanço que o governador Ibaneis Rocha faz dos três anos de sua gestão, em meio ao prenúncio do que esperar para 2022. No penúltimo dia do ano, o chefe do Executivo local recebeu a equipe da Agência Brasília para uma conversa. Nela, fez uma avaliação das ações de governo, das obras que vão impactar positivamente a vida do brasiliense –  principalmente de quem depende do transporte público – , das construções de unidades básicas de saúde (UBSs) e das unidades de pronto atendimento (UPAs), e lembrou ainda as mais de 18 mil nomeações de concursados para melhorar o serviço prestado à população. “Nós temos as contas em dia, não temos o risco de deixar de pagar nenhum funcionário, estamos avançando nos benefícios sociais, temos muitas obras na cidade e melhoramos a nossa capacidade de pagamento da classe C para a classe B”, resumiu Ibaneis, ao dar nota 8 à condução do governo na gerência da pandemia. Confira abaixo os principais trechos dessa conversa. Esta gestão já acumula mais de 1,4 mil obras em todo o DF. O que o brasiliense pode esperar para 2022? 2022 é o ano da conclusão da maioria dessas obras. É um ano que a gente tem expectativa de acelerar bastante, principalmente a partir do término das chuvas, o que deve gerar muito emprego para população do Distrito Federal – e nós precisamos que isso cresça realmente. Nós temos outras obras que serão lançadas ao longo do ano, principalmente na área da saúde. Temos ainda algumas unidades básicas de saúde que precisam ser construídas para a gente estabilizar o atendimento da saúde na nossa cidade. Será um ano de muito crescimento, um ano de desenvolvimento para cidade, um ano que a gente vai buscar, o máximo possível, não atrapalhar a continuidade do trabalho da máquina administrativa. O que o senhor destaca como a principal ou as principais entregas para esse primeiro semestre do ano? Olha, nós temos aí a principal entrega para o primeiro semestre que é o túnel de Taguatinga que deve sair ali por volta do mês de junho. E nós temos vários desses viadutos que foram iniciados, em especial do Sudoeste, também com previsão de entrega ainda no final do primeiro ou início do segundo semestre. O brasiliense se locomove muito de carro e o DF tem um automóvel para cada três habitantes. As novas obras de arte feitas na cidade estão sendo pensadas nesse fluxo de veículos nas vias? Nós temos uma dificuldade muito grande que é o modelo de transporte público feito aqui no Distrito Federal. É um modelo ponta a ponta. A pessoa entra no ônibus em Samambaia e vem descer na Estrutural. Isso dificulta o sistema público de transporte porque não se tem o reabastecimento ao longo das linhas dessa população. Em razão disso utiliza-se muito o transporte veicular, as pessoas fazem isso aqui com muita constância. Mas o foco dessas obras todas é exatamente facilitar o transporte via ônibus. Todas essas vias estão sendo pensadas com corredores. É o caso da Avenida Hélio Prates, que vai ter um corredor de ônibus saindo lá do final de Ceilândia, próximo ao Sol Nascente, e desaguar no Eixo Monumental. Todo pensamento é exatamente voltado para que a gente tenha um tráfego mais ágil no transporte público. Isso vai ser feito também com a continuidade da EPTG – que, hoje, para ali logo depois do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Nós vamos concluí-la, tanto paro o Setor Policial Sul quanto para chegar ao Eixo Monumental. Isso vai facilitar muito a vida das pessoas, vai tirar um bom tempo gasto no trânsito e devolvê-lo às famílias para que elas possam viver em conjunto. Por falar em transporte público e mobilidade, mesmo com a alta do combustível, que foi um destaque nacional, o GDF segurou o aumento do preço das passagens de ônibus. Há algum reajuste das tarifas previsto para 2022? Não, não temos nenhuma previsão de aumento e estamos com as nossas tarifas equilibradas. Tivemos alguns problemas aí no final do ano porque houve uma complementação tarifária feita com orçamento do Distrito Federal, exatamente para que a gente não tenha aumento no valor das tarifas. A gente sabe que nós estamos vivendo um período de muito desemprego, um período de muita dificuldade e tudo que a gente não quer nesse momento é um aumento de tarifa de ônibus. As aulas presenciais voltaram agora no fim do ano. E o governo tem algum planejamento para suprir o déficit educacional forçado pela pandemia nesses quase dois anos de ensino remoto? Em primeiro lugar, o retorno às aulas foi um sucesso. Nós temos que parabenizar os professores, os educadores do DF como um todo. A direção das escolas fez um belíssimo trabalho de retomada das aulas. Só que nós temos um déficit educacional que foi muito grande em virtude desse período em que ficamos assistindo aulas remotas. Então, está na hora da educação, e aí a secretária de Educação Hélvia Paranaguá está fazendo isso. Fazer um reforço escolar para que todos esses alunos possam recuperar o conteúdo educacional perdido ao longo desse período. O ICMS é a principal fonte de tributação de um Estado. O GDF abriu mão em várias taxações para movimentar setores e fomentar a economia, com reflexos, inclusive, no custo de produtos consumidos pelo cidadão. A gente pode entender quase como uma política de promoção de uma minirreforma tributária feita pelo senhor? O que a gente tem visto é que determinadas cobranças de impostos que são feitas pelo Estado não tem o reflexo que se espera. A arrecadação termina sendo muito pequena em relação ao que você tem de benefício para as cidades. De outro lado, também há a necessidade de incentivar determinadas áreas de desenvolvimento no Distrito Federal. Isso foi feito em inúmeras áreas durante esse período de pandemia e, por incrível que pareça, o retorno tem sido muito positivo. Nós estamos arrecadando mais do que arrecadávamos antes, cobrando menos e arrecadando mais. O efeito tem sido muito favorável na balança para o Distrito Federal. Então, aquilo que for necessário fazer nos espaços onde nós tivermos condições de fazer desoneração de tributos, nós vamos continuar fazendo. Isso é uma política que eu chamo de política liberal da qual eu sou extremamente favorável. Eu acho que o Brasil perde muito de ter a sua reforma tributária. Com uma reforma de verdade, nós teríamos condições de investimentos muito maiores, teríamos investidores internacionais. Mas temos que pensar no nosso “quadradinho”. Aqui no Distrito Federal nós estamos fazendo a cartilha. Era pra ter avançado mais se não fosse a pandemia. Esperamos para 2022 poder crescer um pouco mais. Em três anos de governo, a sua gestão foi a que mais convocou concursados – mais do que outros governos que passaram pelo DF e eram historicamente ligados às bandeiras do trabalhador. São 18 mil novos servidores até agora. O que significa esse investimento e por que ele é importante para a máquina pública? É a reestruturação do Estado. A gente reclamou muito, por exemplo, que a saúde não está bem. Mas se você não contratar servidores na saúde, sejam eles celetistas ou estatutários – e nós fizemos os dois -, você não consegue recuperar a parte de recurso humano. Então, saúde se faz com investimentos nos suprimentos e com recursos humanos. Nós olhamos pra esse lado. Zeramos a fila de professores. Ninguém pode querer ter uma educação de qualidade se você não tiver professores lá na ponta e, principalmente, os concursados. Nós temos aqui no Distrito Federal, no caso da educação, ainda são convocados vários outros [professores] que são temporários. Mas o mais importante para nós é exatamente essa contratação de servidores públicos concursados. E tem uma área na qual não foi dada muita atenção nos últimos anos e é uma coisa que é muito importante que é a assistência social. Nós conseguimos crescer muito o número de servidores tanto da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) quanto na Secretaria de Justiça (Sejus) e na Secretaria da Mulher. Nós quase que não tínhamos nenhum chamamento para a Secretaria da Mulher. Hoje a Secretaria da Mulher funciona com quadro de pessoal efetivo. Temos o atendimento feito na Casa da Mulher Brasileira em Ceilândia que não existia, só existia Casa da Mulher Brasileira no Plano Piloto. Nós temos hoje uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Ceilândia também e tudo isso envolve um número de servidores que foram chamados. Eu me orgulho muito de, sendo um liberal, ter o respeito que eu tenho com a classe dos servidores públicos do Distrito Federal. E esse respeito se traduz também naquilo que eu fiz por eles. Além de pagar a terceira parcela do reajuste – vamos pagar a partir de abril, já está previsto -, também criamos o plano de saúde dos servidores do Distrito Federal que envolve aí mais de 50 mil pessoas inscritas. São 50 mil vidas e a gente espera chegar até o final de 2022 com aproximadamente 80 mil vidas no plano de saúde. Na área de desenvolvimento social o GDF, inclusive, zerou as vacâncias que tinham? E nós estamos esperando: o que aparecer de vacância nós vamos complementar. Na saúde houve um investimento pesado: seis Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e cinco Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em 2021. Que impacto positivo o brasiliense vai sentir na área? A gente espera muito porque uma UPA dessas ela atende em torno de quatro mil pessoas por mês. Temos aí sete UPAs, sendo que duas serão entregues agora no início do ano. Vamos ter um aumento muito grande no número de atendimentos. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) são muito importantes para a saúde do brasiliense porque é exatamente nela que se faz o acompanhamento da família. É ali onde você tem todo um atendimento, seja na área odontológica, seja dos pacientes com diabetes, e isso diminui muito o impacto dentro dos nossos hospitais. Estamos também reformando os nossos hospitais, dando uma melhor condição para que eles possam atender a população. Isso vai ser feito no Hospital Regional de Planaltina, com ampliação com mais um bloco, e com o Hospital Regional de Brazlândia, onde também vai ser feito mais um bloco. Essa pandemia veio como imprevisto para todo mundo e a condução de um governo durante ela não foi algo fácil. Que análise que o senhor faz hoje das suas tomadas de decisões, tanto no fechamento quanto na liberação de serviços e espaços? Olha, é uma história pra se contar quando ninguém sabia o roteiro. Tivemos ali vários momentos de dificuldade, principalmente aqueles em que o número de leitos foi muito reduzido. Mas nós avançamos muito no atendimento à saúde. Conseguimos agir rápido para que a gente pudesse atender essa população. Ficou um saldo negativo na questão da saúde, porque deixou-se de atender as cirurgias eletivas, aquelas cirurgias mais simples, para atender os pacientes de covid-19 que estavam necessitando de UTI. De um modo geral, eu acho que nós conseguimos sair bem. E uma coisa que revela isso foi, agora nesse final de ano, eu ter tido o prazer de ser homenageado por quase todas as federações do Distrito Federal: pela Fibra, pela Fecomércio, pela CDL, todas elas trabalhando ali e vendo que o que foi feito era o necessário. E quando deu pra aliviar a gente conseguiu aliviar no tempo certo. Então, se tivesse sido tão ruim, quem mais sentiu, que foi o comércio, a indústria e essas categorias, estariam reclamando. E, graças a Deus, isso não existe. Aqui no Distrito Federal todos os comerciantes voltaram agora a trabalhar com força total e têm condição de tornar o emprego viável para diversas pessoas que foram demitidas ao longo da pandemia. Acho que aos poucos nós vamos conseguir retomar. Agora, o balanço geral eu acho que a gente pode tirar uma nota 8 aí que dá pra ser aprovado. No momento certo nós fechamos aqui no Distrito Federal. Fomos o primeiro Estado da Federação a fechar. Seguramos as medidas. Fomos abrindo ao longo do tempo. Conseguimos dar segurança na saúde da população do DF e chegamos hoje numa condição de que as pessoas estão cada vez vivendo com mais tranquilidade. O governo conseguiu manter, inclusive, as obras em funcionamento desde o início da pandemia, né? É isso que nós não paramos, nós conseguimos manter todo a força de trabalho nas ruas, nós não paramos dentro das secretarias, fizemos todas as licitações necessárias, e é por isso que o Distrito Federal hoje continua numa situação de normalidade, nós estamos com tudo andando dentro da normalidade. Os índices de desemprego inclusive têm caído nos últimos três meses. O senhor acredita que seja uma tendência? Acredito que sim. Para nós aqui no Distrito Federal há uma tendência de diminuição do desemprego até porque os setores estão todos aquecidos, em especial a construção civil. A construção civil do Distrito Federal está num patamar bem elevado e deve contratar muito ainda nesse início do ano. Por que o senhor tomou a iniciativa e transformou políticas provisórias como o Cartão Gás e o programa Prato Cheio em políticas permanentes de Estado? Eu acho que existia ali um receio da população de baixar um decreto e terminavam com o programa, né? Então, nós mandamos exatamente para converter essas políticas públicas em políticas permanentes, não só políticas que seriam tomadas durante o período da pandemia. A ideia foi exatamente essa: dar segurança tanto para aqueles que estão em uma ponta recebendo quanto para aqueles outros que estão na outra ponta prestando serviço, como é o caso do cartão creche. Nestes três anos completos de governo, que avaliação geral o senhor faz da sua gestão? Olha eu não sou político, aliás eu não era político, eu agora sou político. E as experiências são muito grandes que a gente vive na tomada de decisões. Mas eu acredito que o saldo é bastante positivo em relação à administração do Distrito Federal. Nós temos as contas em dia, nós não temos o risco de deixar de pagar nenhum funcionário. Nós estamos avançando nos benefícios sociais, nós temos muitas obras na cidade. Nós melhoramos a nossa capacidade de pagamento da classe C pra classe B, o que permite ao DF tirar financiamentos nacionais ou internacionais. Do ponto geral, pra quem não tinha participado ainda e não conhecia a máquina pública, eu acho que nós estamos com um saldo positivo, muito positivo. E o senhor está gostando de ser político? Estou. Estou gostando porque é a única maneira que se tem realmente de transformar a vida das pessoas. E quando você pega uma pessoa que não tinha um plano de saúde – e eu já encontrei várias nas ruas – e vira pra mim e diz: “Olha, eu descobri que estou com câncer e estou fazendo tratamento no [hospital] Sírio Libanês”. Era quase impossível um servidor público fazer isso e para fazer tinha que tirar do seu salário uma parcela muito alta para pagar um plano de saúde. Então você consegue através da política fazer diversas mudanças nas vidas das pessoas, ajudando-as naquilo que é possível. E o Distrito Federal precisa de muita coisa ainda. Nós pegamos uma cidade em estado de degradação muito grande, muito grande. Temos aí asfaltos que precisam ser feitos, calçadas que precisam ser feitas, obras públicas que precisam ser realizadas e muita coisa ainda a fazer no DF. Eu vou focar em 2022 para que a gente consiga tirar do papel a maioria dos projetos para que a gente consiga avançar mais para população do Distrito Federal.

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‘Estudamos e definimos políticas públicas para atuar de forma cirúrgica’

Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Ao longo de 2021, os principais índices de criminalidade tiveram redução no Distrito Federal em relação aos dois últimos anos. Nos primeiros dez meses do ano, foi registrada a redução de 23,2% no total dos crimes contra o patrimônio, os mais comuns que englobam os roubos a transeunte, de veículo, em coletivo, em comércio e em residência. Os dados são resultado de ações efetivas e da implementação de novos programas pela Secretaria de Segurança Pública. Entre os projetos lançados este ano estão o DF Mais Seguro, um trabalho preventivo de combate à criminalidade; a Operação Quinto Mandamento, que atua na preservação da vida; e a Cidade da Segurança Pública, que conta com operações policiais durante quatro dias numa região. Todos os programas têm algo em comum: a atuação conjunta das forças ligadas à segurança pública. “Hoje a gente vê as forças valorizadas e os resultados estão aí: índices reduzidos e trabalho integrado, buscando de forma conjunta avançar e enfrentar a criminalidade”, destaca Júlio Danilo, secretário de Segurança Pública do DF, em entrevista exclusiva à Agência Brasília. Neste momento, a secretaria está atenta à volta das atividades com o avanço da vacinação contra o coronavírus. “Temos ações e projetos direcionados para que possamos atuar de forma preventiva”, adianta. O secretário Júlio Danilo detalha ainda algumas ações de combate à criminalidade que contam com apoio de inteligência. Com o avanço da vacinação e a volta gradativa das atividades, como a segurança pública tem atuado? Estamos atentos à volta das pessoas às ruas, verificando como se comporta a própria questão dos índices criminais, já que a gente vem experimentando mês a mês a redução, inclusive em comparação a 2020 e 2019. Há uma tendência de que, com a movimentação das pessoas, possa haver um aumento em alguns índices com relação a crimes contra o patrimônio, porque as pessoas se expõem mais às ruas. As pessoas também acabam saindo mais no período noturno e a segurança pública está atenta a isso. Nós temos ações e projetos direcionados para que possamos atuar de forma preventiva e evitar que esses crimes acabem saindo do controle. Continuamos protegendo as pessoas nas ruas. Hoje, o número de vítimas de homicídio é o menor desde 2000. No acumulado do ano, a redução de vítimas desse crime é de 14,9%, de 316 para 269. Isso significa 47 vidas salvas. Houve também redução de quase 17% nas tentativas desse tipo de crime, de 582 para 485 registros. Nos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), a queda foi de 33% nos primeiros dez meses deste ano. A que o senhor atribui essa redução nos índices de crimes violentos e contra o patrimônio? Estamos experimentando a redução desde 2019. Fechamos o mês passado com uma queda de quase 15% nos índices de criminalidade. Isso é decorrência do trabalho de integração das forças de segurança. As polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Detran têm atuando de forma integrada. Cada um realizando seu papel dentro da sua atribuição pensando na segurança pública e de forma técnica. Temos um programa estabelecido, o DF Mais Seguro, que foi colocado e implementado e que tem diversas ações e projetos pautados no estudo das manchas criminais, no trabalho de inteligência e no estudo dos dados estatísticos. Levamos a segurança pública de acordo com a demanda de cada região. Destaco muito a sabedoria do governador Ibaneis Rocha, que, lá no início de 2019, falou: “A coordenação da segurança pública está nas mãos do secretário de Segurança Pública”. A política pública é definida pela secretaria e as forças têm que se integrar e atuar. Isso vem sendo feito. Hoje a gente vê as forças valorizadas e os resultados estão aí: índices reduzidos e trabalho integrado, buscando de forma conjunta avançar e enfrentar a criminalidade. A segurança pública é muito desenvolvida com ações preventivas. O que foi feito no sentido de evitar os crimes? Começamos a implementação de alguns projetos neste ano voltados à prevenção. O [programa] Área de Segurança Prioritária (ASP) vinha sendo pensado desde o início do governo e foi implementado. Ele é baseado num modelo francês de atuação em áreas específicas. Você pega uma área e uma população delimitadas, estuda as características da atuação e do acontecimento do crime naquela região e enfrenta diversas frentes que interferem na segurança pública, como a organização do espaço, a questão da iluminação pública, a poda de árvores e o acúmulo de lixo ou de entulho. Iniciamos pela Estrutural porque é uma área que conseguimos delimitar bem o espaço, tem uma população de um número razoável e tem repercussão na área da segurança pública. Estamos lá há cinco meses, onde realmente conseguimos experimentar a redução do índice de criminalidade e tratar questões não só de segurança pública, com integração do Estado. Lá, de janeiro a outubro, houve redução de 32,3% nos roubos a transeunte (de 251 para 170). Também caiu o roubo em coletivo, 14,7%, passando de 75 para 64 ocorrências. No total dos Crimes Contra o Patrimônio (CPP), que englobam os roubos a transeunte, de veículo, em coletivo, em comércio, em residência e o furto em veículo, a redução foi de 23,2% (de 392 para 301). E o programa Cidade da Segurança Pública? É a mesma proposta? O Cidade da Segurança Pública é um projeto que roda todo o DF. A execução é mais rápida, apesar de ser intensa. Ocorre de quarta a domingo em determinada cidade. Transferimos o gabinete da Secretaria de Segurança Pública para a localidade. Fazemos estudos das demandas; nos reunimos com administrador, conselho de segurança pública local e produtores e empresários da região, lideranças sociais e religiosas; e fazemos visitas às unidades de segurança pública. Levamos mais segurança com a realização de operações policiais todos esses dias. No Paranoá, por exemplo, tivemos uma redução de quase 50% no número de ocorrências. É um dado objetivo, que corta pela metade a ocorrência de crimes na cidade. E tem mais: durante os quatro dias que realizamos as ações, não houve nenhum crime violento contra a vida por lá. E como fica o legado após a passagem do programa Cidade da Segurança Pública nas cidades? O legado é a continuidade do trabalho das forças de seguranças locais. Faço visita ao Batalhão da Polícia Militar, à Delegacia de Polícia, ao Grupamento de Bombeiro Militar (GPM) e à unidade do Detran. Conversamos com o comando e com o efetivo, debatemos segurança pública, colocamos nossas preocupações e discutimos a tendência da criminalidade naquela região. Realizamos também uma edição da Operação Quinto Mandamento, outra ação do DF Mais Seguro que vem dando muito resultado e fomenta mais ainda a integração dessas forças. Vemos que, após a passagem do programa [Cidade da Segurança Pública], aquela região apresenta uma redução dos índices. Lógico que quando estamos presentes, com aquela massa de policiais, a redução vai lá embaixo. Depois ela começa a subir, mas vai apresentando uma redução e acaba se estabilizando. Verificamos isso em Planaltina, Samambaia e Gama. Dá resultado. A população sente a presença do Estado. Até porque a gente oferece serviços do Detran, identidade solidária e ouvidoria, e faz exposição dos equipamentos das forças de segurança. E como funciona a Operação Quinto Mandamento? Essa é uma ação que começamos no ano passado. Ela trata do quinto mandamento [da Bíblia Sagrada], “não matarás”. É uma operação policial que envolve diversas agências de Estado, voltada para a preservação da vida. Temos as polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Detran, Polícia Rodoviária Federal, DER, Polícia Penal e as agências de fiscalização DF Legal, Ibram, Vigilância Sanitária e Vigilância Ambiental. Boa parte dos crimes violentos letais intencionais tem sempre uma vinculação com consumo excessivo de álcool e de drogas. Geralmente ocorrem diversos crimes, que sejam tentativa de homicídio, feminicídio, nas proximidades das distribuidoras [de bebidas] que se proliferaram pela cidade, principalmente nas regiões administrativas. Atuamos fiscalizando o licenciamento e limite e horário de venda, um trabalho preventivo e que dá resultado. O trabalho também tem o foco de combater a questão do tráfico de armas e de drogas, eventualmente perturbação ao sossego, que acaba dando confusão e que pode evoluir para o homicídio. É uma ação de preservação da vida, mas que tem todo um viés de prevenção e repressão. Os números são expressivos. Temos estudos direcionados que, entre 72% e 73% dos homicídios no DF, ocorrem em 10 das 33 RAs. Essas regiões são focos principais da operação. Ela roda o DF todo, mas a gente está sempre voltando nessas RAs. O senhor tem falado da importância do serviço de inteligência, como a segurança pública o utiliza para o combate ao feminicídio? O feminicídio é o fim trágico da violência contra a mulher. Enfrentamos a violência doméstica com prevenção. Dificilmente conseguimos atuar numa violência dentro de casa, da qual nunca houve denúncia e registro. Mas onde é que entra a inteligência? A inteligência nada mais é do que coletar dados, analisá-los e produzir conhecimento. Temos uma Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios, que funciona aqui na secretaria, e que analisamos todos os feminicídios que acontecem no DF desde 2015. Mensalmente produzimos relatórios e estudos, de lá vamos tirando as políticas públicas. Descobrimos que quase 80% dos feminicídios não tinham registro anterior de violência contra a mulher. É fundamental a cultura de denúncia, que é o [programa] Meta a Colher, parte de um programa maior, Mulher Mais Segura. Quais são as outras políticas? A Diretoria de Monitoramento de Pessoa Protegida surgiu a partir desses estudos. Vimos a necessidade de que a mulher com medida de segurança contra o agressor tivesse um dispositivo, em que criamos um círculo de segurança. Se o agressor tentar furar [o perímetro] e se aproximar da mulher, o dispositivo gera um alerta e a diretoria recebe on-line e pode intervir. Temos também o Viva Flor, um aplicativo solicitado pela mulher ao Judiciário. Se ela se sentir ameaçada ou o autor tentar se aproximar, ela pode acionar e a secretaria imediatamente manda uma equipe policial para fazer a intervenção. Com esse dispositivo, ela consegue, pelo menos, tentar levar a vida com certa normalidade. Além disso, pensando nessa cultura, lançamos a Aliança Distrital, voltada para lideranças sociais e religiosas. Muitas vezes a pessoa que sofre violência doméstica não sabe como chegar ou tem medo de procurar a segurança pública. A gente sabe que lideranças sociais e religiosas são procuradas e tomam conhecimento. Estamos tentando trazer esse pessoal para que possamos capacitar e orientar. Temos feito palestras e reuniões com diversas lideranças religiosas do DF distintas. Esta semana, um levantamento da SSP mostrou que tivemos o menor número de crimes contra a vida em 22 anos, um número bem expressivo. É resultado de todas essas ações? Volto lá atrás na sabedoria do governador, que em 2019 colocou a segurança pública nas mãos do secretário de Segurança Pública. Tenho que manter o policiamento da cidade, o funcionamento do trânsito e atender nas delegacias e as investigações normais. Mas e o algo mais? Estudamos a segurança pública e definimos políticas públicas para atuar de forma cirúrgica em cada região. Hoje temos a legitimidade de chamar as forças de forma conjunta e madura para definir. Temos aqui os CAISP, que são os Comitês das Áreas Integradas de Segurança Pública. Mensalmente, a gente tem esse comitê que se reúne para discutir com comandantes, Detran e administração os dados estatísticos de 20 áreas do DF, que integram mais de uma região administrativa, para trabalhar de forma incisiva em cada área. Temos essa discussão da segurança pública local.

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‘Muita gente usou o álcool como fonte de lazer na pandemia’

Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília Simultaneamente à crise sanitária de covid-19, o mundo viveu uma “pandemia paralela” envolvendo a saúde mental. Depressão e ansiedade foram os problemas mais comuns. Mas houve também abusos no consumo de álcool e medicamentos – resultado do aumento de fatores estressantes na pandemia, como o medo e o luto. A expectativa é que, com o arrefecimento do coronavírus, mais pessoas descubram problemas mentais e precisem de atendimento. “Provavelmente muita gente vai se dar conta do transtorno mental agora. Na depressão, a pessoa fica desanimada, não quer ver ninguém. Quando estava no isolamento, isso, às vezes, acabava ficando camuflado”, explica a médica Helena Moura. Ela atua como psiquiatra há 11 anos no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do Guará, além de ser preceptora da reside?ncia de psiquiatria do Hospital de Base e professora da Universidade de Brasília (UnB). Em entrevista à Agência Brasília, Helena Moura analisa a relação entre os transtornos mentais e a pandemia. A psiquiatra também explica a importância do acesso à informação e ao tratamento das doenças mentais, além de traçar o provável perfil dos casos do DF. Confira, abaixo, os principais pontos da entrevista. Quais foram os impactos da pandemia na população sob o ponto de vista mental? No início, a gente estava falando bastante da pandemia do medo do que estar por vir, o que gerou uma ansiedade muito grande. Infelizmente, de um tempo para cá, acabou somando a pandemia do luto. Muitas pessoas perderam seus familiares ou adoeceram, e sofreram com sequelas neuropsiquiátricas da covid. [As pessoas] Também [estão] sofrendo com as perdas que se concretizaram. O luto de ter perdido o emprego e um estilo de vida que gostava e não pôde ter. São todos fatores que contribuíram para prejudicar a saúde mental da população. [Olho texto=”“O transtorno mental tem um impacto na sociedade como um todo. Ele não afeta só aquele indivíduo. As pessoas que estão em volta sofrem junto”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Quais foram os problemas mais recorrentes? Tivemos um aumento muito grande dos casos de ansiedade e depressão. Muitos casos de depressão novos e que pioraram na pandemia. Pessoas que já vinham fazendo tratamento, mas, em razão desse aumento de fatores de estresse, acabaram piorando. Muitos casos de piora em relação ao uso de substâncias. Pessoas que já tinham problemas com álcool e com drogas e que já tinham parado, mas, em razão da pandemia, recaíram. Ou pessoas que não costumavam beber com muita frequência ou não costumavam exagerar no álcool, e começaram a fazer [uso dessas substâncias]. Sobre os novos casos, houve uma mudança no perfil dos diagnosticados? No Brasil, a gente ainda não conseguiu traçar exatamente essa mudança. Mas o que a gente sabe é que, em outros países e em outros momentos de crises muito grandes, houve um aumento de alguns problemas de saúde mental em populações mais vulneráveis. Mas o que a gente chama de vulnerabilidade, depende do tipo de crise. A crise econômica de 2008 na Espanha afetou pessoas de escolaridade alta. Os mais escolarizados e com mais recursos financeiros foram os que mais tiveram problemas graves com uso de álcool. O que a gente espera que possa acontecer no Brasil é que tenha tido um aumento [dos transtornos] na população mais idosa, que ficou mais isolada e mais amedrontada. A questão do consumo de álcool pode ter aumentado também entre aquelas pessoas de mais alta renda, porque tinham recursos para comprar bebida alcoólica. Sabemos que houve um aumento da venda dos medicamentos antidepressivos, ansiolíticos e de automedicação. De que forma esses números se refletem nos hospitais? Havendo um aumento de prevalência de transtornos é natural que ocorra o aumento também da venda das medicações, e que é positivo no sentido de, quanto mais cedo eu tratar e de forma correta, evita-se complicações. Uma complicação de uma depressão é, por exemplo, uma tentativa de suicídio ou a pessoa ficar cada vez mais disfuncional, ter dificuldade de cuidar dos próprios afazeres. Sempre gosto de ressaltar que o transtorno mental tem um impacto na sociedade como um todo. Ele não afeta só aquele indivíduo. As pessoas que estão em volta sofrem junto. Conseguindo tratar alguém, eu não estou só conseguindo ajudar aquela pessoa, mas prevenindo, até mesmo, o transtorno mental nas crianças e nos familiares. O que nos preocupa mais é a automedicação. Por quê? As medicações de tarja preta, que são calmantes e tranquilizantes, já são campeões de vendas no Brasil. São medicações que trazem um alívio imediato, mas não tratam de fato. A pessoa acha que aquele medicamento que aliviou na hora é que está tratando. Só que não é. Daqui a pouco ela vai estar tomando uma dose maior. O problema vai continuar presente e pode ir se agravando. [Olho texto=”“Às vezes as pessoas não sabem e não se dão conta que estão se sentindo e se comportando de maneira diferente. Elas não sabem que aquilo é depressão e que precisam de tratamento”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Durante esse período, os tratamentos de saúde mental acabaram sendo impactados, mas os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) permaneceram abertos no DF. Como foram os atendimentos aos transtornos mentais na pandemia? Acabamos de publicar um artigo que saiu na The Lancet Regional Health, [revista] voltada para os estudos realizados na América, que conseguiu mostrar algo que já era nossa percepção como clínico, e quem trabalha no SUS já estava percebendo isso. Houve uma queda muito grande nos atendimentos no início da pandemia, depois foi normalizando. O que nos surpreendeu e nos preocupou, porque a gente já sabia que seria um período de aumento de demanda. O que nós vimos foram os ambulatórios e os Caps vazios. Em parte, porque as pessoas podiam estar com medo de estar em contato com algum serviço de saúde. Outras achavam que haviam fechado. Algumas pessoas não podiam sair de casa, eram grupo de risco. Isso também pode ter prejudicado. Nosso estudo mostrou uma queda de 30% nos atendimentos. Os atendimentos de grupo, que são extremamente importantes pensando no caso de transtornos por uso de substâncias, de álcool e de drogas, caíram quase 70%. É possível que tenha sido criada uma demanda reprimida. Pessoas que já estavam em tratamento podem ter piorado, porque não puderam ter a continuidade e a manutenção. E pessoas que não tinham problema, passaram a ter razão em toda essa circunstância. Agora a gente está com duplo trabalho, de atender aqueles casos que se agravaram e de atender a demanda nova. Quais são os próximos passos para avançar no combate aos transtornos mentais? A gente já tinha uma carência, antes mesmo da pandemia, de serviços de saúde mental. É uma área que a gente sabe que sofre muito preconceito e estigma, e que recentemente foi se quebrando. Cada vez mais as pessoas estão aceitando procurar essa ajuda. Mas ainda é deficitário. A gente precisa facilitar o acesso e isso passa também pelas redes primárias de saúde, que muitas vezes podem atender casos mais leves. A participação do médico da família é superimportante no diagnóstico da saúde mental. Às vezes as pessoas não sabem e não se dão conta que elas estão se sentindo e se comportando [de maneira] diferente. Elas não sabem que aquilo é depressão e que precisam de tratamento. Precisa aumentar a informação. Também temos que ajudar a reverter as causas que levaram aos sintomas. Procurar oferecer algum tipo de amparo para que diminua os fatores de estresse. [Olho texto=”“A pessoa perde o parâmetro do que é uma reação normal e tende a querer o tempo todo se medicar”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Como as pessoas podem saber que estão com algum transtorno mental? A depressão e a ansiedade são os transtornos mais prevalentes e provavelmente os que tiveram maior aumento na pandemia no Brasil. Na depressão, as pessoas pensam que é só tristeza, mas não só isso. A depressão pode transparecer de muito desânimo e perda de interesse em coisas que a pessoa gostava muito. Pode ficar mais irritada e impaciente e não querer conversar com ninguém. Dormir demais ou perder totalmente o sono. Comer demais ou perder totalmente a fome. Esses extremos também são comuns. Uma visão muito negativa de tudo e de si. A ansiedade se descreve como aquela sensação de medo. Parece que, de repente, a vida virou um filme de suspense. A pessoa fica o tempo todo com uma sensação de que algo muito ruim está para acontecer. Isso se reflete não só nos pensamentos, mas também fisicamente. Fica com o coração mais acelerado, tem dificuldade para respirar e a musculatura muito tensa, o que pode se transformar numa dor. Também interfere no sono e no apetite. No álcool é importante a gente se desfazer de alguns estigmas. Da ideia de que o alcoolista é uma pessoa que está na sarjeta, que tem baixa renda e que só bebe cachaça. A gente tem que estar muito atento para a relação que a pessoa tem com a bebida, como todas as formas de aliviar a ansiedade e de se divertir têm que ter o álcool presente. Infelizmente, muita gente usou o álcool como fonte de lazer na pandemia. Quando a gente fala do abuso de medicação, existe uma doença específica? Se torna um problema quando o paciente depois de muito tempo usando tenta reduzir e começa a se sentir mal de novo. Isso pode acontecer por dois motivos. O primeiro deles porque a pessoa não estava de fato tratando. Como eu disse, essas medicações só aliviam. Pode ser aquela ansiedade que ficou escondida debaixo do tapete. Pode ser também que a medicação tenha gerado mudanças no organismo daquela pessoa, que, quando tenta parar ou diminuir, sofre com sintomas de abstinência. A pessoa perde o parâmetro do que é uma reação normal e tende a querer o tempo todo se medicar. O abuso é perigoso pelos riscos da substância em si, que podem causar mudanças no organismo, e também por não estar de fato tratando os sintomas de ansiedade. Estamos vivendo o arrefecimento da pandemia. Ainda é momento de alerta para a saúde mental? Provavelmente muita gente vai se dar conta do transtorno mental agora. Na depressão, a pessoa fica desanimada, não quer ver ninguém. Quando estava no isolamento, isso, às vezes, acabava ficando camuflado. Aquele desconforto todo se transformou em algo maior e está impedindo a retomada daquela pessoa para a vida normal.  

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‘Esse acolhimento e incentivo nunca foram oferecidos ao servidor do DF’

Cuidar de quem cuida. Esse é o objetivo da Secretaria Executiva de Valorização e Qualidade de Vida (Sequali) da Secretaria de Economia (Seec), que tem como foco o funcionalismo público do GDF. Para isso, muitos projetos são desenvolvidos, como a construção de um espaço de qualidade de vida, ampliação do plano de saúde – uma das maiores conquistas dos servidores do DF – e a criação de um berçário para crianças de seis meses a dois anos, destinado aos filhos de servidores. “Com o berçário, estamos colocando o Governo do Distrito Federal em um patamar de qualidade de vida já vivenciado por grandes empresas internacionais e órgãos federais, que têm berçário institucional; é uma política institucional que funciona há muitos anos”, explicou a secretária executiva de Valorização e Qualidade de Vida, Adriana Faria, em entrevista exclusiva à Agência Brasília. A gestora antecipa novidades para os servidores, como o lançamento do Espaço de Qualidade de Vida, que vai funcionar no 16º andar do anexo do Palácio do Buriti. Com refeitório dotado de ilhas de micro-ondas, refrigeradores e máquinas de autosserviço de alimentos, o local também vai ganhar espaços de meditação, de leitura, sala descompressão, de jogos, salão de beleza, barbearia e uma sala multiúso.  Acompanhe, abaixo, os principais trechos da entrevista. Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília [Olho texto=”“Temos palestras disponíveis para gestantes, cursos oferecidos pela Escola de Governo, atendimento prestado pela Subsecretaria de Saúde e pela academia Buriti”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] O que significa cuidar da qualidade de vida do servidor do GDF? É cuidar de quem cuida. Se a gente não tiver esse cuidado com os servidores, eles nunca vão entregar o serviço que seja realmente de qualidade e eficiente para a comunidade. Por isso é importante voltar à política a favor do servidor. Estamos falando desde os cuidados preventivos com a saúde do servidor ao apoio e suporte para mais qualidade de vida. Por isto, criamos várias ações e seguimos implementando mais. Esse acolhimento e incentivo nunca foram oferecidos ao servidor do DF. O pagamento da terceira parcela do reajuste dos servidores, anunciado em outubro, também foi uma importante valorização – uma questão que se estendeu por anos. O nosso compromisso em viabilizar o reajuste dos servidores reflete a valorização deste governo e o reconhecimento a aqueles que são responsáveis por todas as nossas entregas e políticas públicas: os nossos servidores. Por falar em cuidar de quem cuida, como está o projeto do berçário para filhos de servidores? Como vai funcionar? Quantas crianças serão atendidas? Nós entendemos que o Programa de Atenção Materno Infantil [Proamis] coloca o GDF em outro patamar de qualidade de vida. Outras organizações mais robustas, nacionais e internacionais, assim como órgãos federais, já têm um berçário institucional com uma política eficiente, trazendo qualidade de vida para os servidores. Aqui o programa está funcionando. Ele já foi lançado. Temos palestras disponíveis para gestantes, cursos oferecidos pela Escola de Governo [Egov], atendimento prestado pela Subsecretaria de Saúde e pela academia Buriti. O berçário Buriti, que laureia o processo todo, será inaugurado em janeiro de 2022. As obras começaram agora em novembro. O berçário também permitirá que as mães possam amamentar seus filhos, o que também é uma maneira de prevenir doenças e de cuidar da infância. A previsão é atendermos 60 crianças de seis meses a dois anos. As vagas serão distribuídas por idade, e o espaço funcionará no anexo do Palácio do Buriti, no local onde era o antigo restaurante. Como está a implementação do Plano Distrital de Qualidade de Vida? Lançamos o decreto com a política de qualidade de vida, que traz as diretrizes, os princípios, o passo a passo para criar a política de qualidade de vida em cada um dos órgãos do Governo do Distrito Federal. O decreto tem ainda a previsão do selo QualiVida, do comitê distrital e do plano. O comitê já está montado, com representantes de vários órgãos, que estão trabalhando no Plano de Qualidade de Vida, que vai estabelecer uma política para ser implementada em dez anos e promoverá um avanço nessa área de qualidade de vida do servidor. [Olho texto=”“A Carreta da Saúde leva atendimento médico aos servidores nas áreas de oftalmologia, odontologia, clínica auditiva, nutrição e clínica geral de forma itinerante”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] E a academia Buriti? Como está funcionando? A academia começou virtualmente em junho. Hoje temos mais de 500 aulas disponíveis no canal da Secretaria de Economia no YouTube. Ela [a academia] continua virtual, mas atualmente oferecemos sete modalidades presenciais com cerca de 150 alunos inscritos. E o restaurante, vai voltar? Nós tentamos fazer uma licitação para contratar uma empresa para cuidar do restaurante, mas, devido à pandemia, com os servidores em teletrabalho, não houve interesse por parte do mercado. Pensamos então em uma alternativa: o 16ª andar vai ser o Espaço de Qualidade de Vida. O projeto está pronto. A licitação deve ocorrer ainda neste mês. Uma parte do andar será transformada em refeitório, com ilhas de micro-ondas e refrigeradores, já que muitas pessoas trazem comida. Teremos também máquinas de autosserviço, que oferecerão refeições e lanches. Quais os projetos para os servidores que não estão lotados no anexo e no Palácio do Buriti? A Carreta da Saúde é um deles. Leva atendimento médico aos servidores nas áreas de oftalmologia, odontologia, clínica auditiva, nutrição e clínica geral de forma itinerante. A carreta fica de um a dois dias em cada região, atende os servidores da administração local e demais servidores que estiverem naquela cidade. Equipes da Subsecretaria de Saúde também vão junto para avaliar as condições do ambiente, de acordo com as regras de segurança do trabalho. A iniciativa atende por dia mais de 300 pessoas. A Carreta é parte da Caravana da Qualidade de Vida, que percorre todo o Distrito Federal, levando aos órgãos do GDF palestras sobre qualidade de vida. Todas as regiões administrativas são percorridas. Outros programas muito procurados pelos servidores são o DF Superior e o Clube de Descontos. Como funcionam? O DF Superior dá descontos aos servidores do Distrito Federal em oito instituições de ensino superior para graduação, pós-graduação e até doutorado. As instituições selecionam os cursos disponíveis e os descontos. Os descontos são para os servidores e para os dependentes. Os abatimentos chegam, em alguns casos, a 60% do valor cobrado. Já o Clube de Desconto é um programa que oferece ao servidor abatimento em qualquer produto ou serviço cujo prestador tenha parceria com o GDF. Vale desde o salão do bairro, próximo de casa, até grandes supermercados. Temos cerca de 90 parceiros e estamos percorrendo em caravana todas as cidades para ampliar a quantidade de estabelecimentos. Depende também do servidor a quantidade de parceiros: quanto mais eles usam o Clube, maior será o número de parceiros. A senhora poderia falar um pouco sobre o “Momento de Paz” e o “Tempo de Refletir”? São dois programas que existem desde junho e funcionam virtualmente. O Tempo de Refletir ocorre às segundas-feiras, às 18h, a cada 15 dias, e o Momento de Paz, todas as sextas-feiras, às 9h. Trazemos palestrantes para falar de superação e motivação, dentro do contexto que estamos vivendo. Já tivemos palestrantes de grande envergadura, como o escritor e conferencista Paulo Vieira. No Momento de Paz, trazemos líderes religiosos, filósofos, pessoas que viveram situações que exigem superação. Os dois são veiculados pelo YouTube, no canal da Secretaria de Economia.

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‘Atrelar o ensino profissionalizante ao novo é o grande ganho desse modelo’

Foto: Paulo H Carvalho / Agência Brasília O novo ensino médio começa a valer a partir de 2022, mas desde o ano passado o Governo do Distrito Federal (GDF) já começou a implantar o modelo em doze escolas da rede pública da capital, atendendo a cerca de 7 mil estudantes. O objetivo principal da proposta é fazer com que os estudos sejam mais atrativos para os alunos.     Em entrevista à Agência Brasília, a subsecretária de Educação Básica, Solange Foizer, explica quais são as principais mudanças propostas pelo novo ensino médio; como está o processo de implantação do modelo; e de que forma a proposta se alinha com a educação profissional. “O curso técnico em países desenvolvidos é essencial e no Brasil ainda não é. Atrelar o ensino profissionalizante ao novo ensino é o grande ganho desse modelo”, afirma. A subsecretária também ressalta os investimentos que o GDF tem feito em para que as escolas se adaptem ao novo ensino médio e de que forma o governo local pretende enfrentar o déficit educacional causado pela pandemia do novo coronavírus.  “Ainda não sabemos mensurar o déficit, mas saberemos porque teremos uma avaliação diagnóstica feita pela Secretaria de Educação até o final de outubro. Dependendo dos anos e séries podemos finalizar este ano com um plano emergencial de recuperação das aprendizagens e continuar em 2022.”, adianta.   Na prática, quais são as mudanças propostas pelo novo ensino médio? Qual objetivo delas? O novo ensino médio vai ao encontro das necessidades dos alunos. É uma proposta pedagógica delineada nos últimos 10 anos pelos educadores, conselho de educação, pelas organizações não governamentais, que propõem um novo ensino médio adequado a realidade desses jovens. Ou seja, fazer com que eles permaneçam nas escolas e finalizem a educação básica – gostando do colégio e tendo prazer em estudar. Por isso, no projeto, temos não só a formação geral básica – que contempla os componentes curriculares que nós conhecemos no nosso cotidiano escolar – mas também os itinerários formativos e o “Projeto de Vida”. Atualmente, o regime de oferta de disciplinas é anual. Com o novo ensino médio, os alunos terão oferta de disciplinas semestralmente. De três séries, passaremos para seis semestres. A carga horária também não será mais contabilizada em horas, mas em crédito. Um crédito, por exemplo, equivale a uma aula semanal.   O que seriam os itinerários formativos e o “Projeto de Vida”? Os itinerários formativos também vão ao encontro do interesse deste aluno e são ofertados a partir de um levantamento feito pela unidade escolar, de acordo com o que planejam para sua vida acadêmica ou profissional. Eles podem ser oficinas, projetos, por exemplo. Tudo depende do interesse do estudante. O “Projeto de Vida” é uma disciplina, atrelada a esse itinerário e faz com que este aluno finalize a educação básica sabendo o que ele quer para o seu futuro. Isso significa que o aluno vai escolher o que quer estudar? Não. Ele vai estudar na formação geral básica os componentes curriculares, como língua portuguesa, matemática, história, geografia, filosofia, sociologia, inglês, educação física, física, química, biologia, arte. Porém, há um número menor de aulas destinadas a esses que compõem quatro áreas de conhecimento que são linguagens, matemática, ciências da natureza e  ciências humanas e sociais. Elas acabam desenvolvendo itinerários formativos que atendem as ansiedades deste alunos do ensino médio e aí podem escolher. Se ele ama língua portuguesa, ele pode fazer um itinerário que tenha oratória, processos de construção de peças. Se ele gosta de matemática, física, química, ele opta por uma astronomia, lógica, por exemplo. O “Projeto de Vida” também é obrigatório. No caso do Distrito Federal, nós temos mais um componente que é obrigatório que é a língua espanhola.             O GDF já começou a implementar o novo ensino médio desde 2020. Qual a avaliação da senhora? Começou em cinco escolas. Nessas unidades seria rodado toda essa proposta, mas após um mês do início do ano letivo fomos para o não presencial. O material era por meio do YouTube, Google Classroom, material impresso. O online ajuda em alguns momentos, mas não o tempo todo. Estamos voltando ao presencial depois de 15 meses sem aula presencial. Estamos aguardando que todos os grupos tenham um mês de aula, ou seja 20 dias letivos, porque cada semana são cinco dias letivos, mas vai um grupo. Em um mês há 10 dias letivos para cada grupo. Após esse período teremos uma avaliação diagnóstica, além de um acompanhamento in loco de todas as ações desenvolvidas.   Quantos alunos cursam o ensino médio atualmente?   No ensino médio da capital temos cerca de 86 mil alunos distribuídos em 92 escolas. Dessas, temos 12 unidades rodando o novo ensino médio com quase 7 mil estudantes. Em 2020, ele foi inserido na primeira série de cinco escolas. Em 2021, na primeira série de outros 7 colégios, ou seja, as cinco escolas já têm alunos na primeira e na segunda. Também temos ensino médio para a educação de jovens e adultos em um formato diferente, que são cerca de 62 escolas.     E o material didático? Terá alguma alteração? O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), do Ministério da Educação, para 2022 foi escolhido em 2021. Já está em consonância com o novo ensino médio.   Os professores passaram por alguma formação? Passaram e continuam passando por uma formação continuada feita pela EAPE [Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação] desde 2019. Hoje, eles fazem uma formação para atender e serem os docentes dos itinerários formativos dentro das unidades. Por exemplo, se a escola percebeu que os alunos querem entender mais lógica e há um itinerário formativo para isso, o docente de matemática vai propor um plano de curso e ofertar lógica. Um de física pode ofertar de astronomia, por exemplo. Os professores dos componentes curriculares precisam entender o novo ensino médio como uma proposta diferenciada para desenvolver os objetivos de aprendizagem dentro de sala de aula, que se juntam com o que vai acontecer nos itinerários. Tudo envolve o interesse do aluno. O objetivo maior desse modelo é que o estudante volte a se interessar por uma escola que faça diferença. O novo ensino médio está sendo mais prático de forma que estimule o aluno a gostar mais dos estudos. A nossa evasão do 9º ano para o ensino médio é muito grande e durante é muito maior. O aluno saía do ensino médio sem poder ter uma profissão. O novo ensino médio converge com o ensino profissional? Atualmente, temos o ensino médio regular integrado com a educação profissional em três unidades escolares em Planaltina, Gama e Cruzeiro. A do Gama é piloto do novo ensino médio. Nos outros onze colégios que também estão aplicando esse modelo, está sendo ofertado aos estudantes um itinerário profissional por nós ou por parceiros Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial] e Senac [Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial]. É opcional para o aluno. Ele pode sair de lá com um curso técnico também finalizado. O curso técnico em países desenvolvidos é essencial e no Brasil ainda não é. Muitas vezes o aluno não tem a opção e tem a necessidade. Como aumentar a renda na minha família já que o pai não acredita que depois dos 14 anos ele precisa estudar? Temos que atrelar algo que o aluno possa entrar no mercado de trabalho e continuar estudando. Trabalhar impulsiona ele a ir para o nível superior. Atrelar o ensino profissionalizante ao novo ensino é o grande ganho desse modelo. Isso não podia ser feito antes. Ou ia para o profissionalizante ou fazia o ensino médio.     A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também vai seguir essa proposta? Ainda não saiu nada que diga que os alunos da EJA terão esse tipo de formação. A Educação de Jovens e Adultos é uma situação específica. São para aqueles que não tiveram a oportunidade na idade certa. Sonhamos em não ter mais EJA porque aí todos estarão estudando na idade certa. O número de horas de aula que é ofertado é só à noite e não é possível passar das 7h às 22h. É preciso saber como ampliar, talvez extrapolar de três anos para quatro, alguma coisa pode ser que ocorra. Com relação a preparação para o vestibular e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como o GDF vai preparar os alunos? O vestibular e o Enem só vão alterar quando o aluno do novo ensino médio chegar à terceira série. Talvez o Programa de Avaliação Seriada (PAS) já faça alterações nas três etapas. O novo Enem deve estar para sair. Já há discussões sobre o assunto entre órgãos de educação. Não é uma política de governo, mas sim de estado. Temos que ter uma avaliação sistêmica da educação do Brasil até para atender as organizações internacionais. A preparação dos alunos para avaliações externas é feita no dia a dia quando o professor desenvolve um currículo voltado para essa realidade – que parte de objetivos de aprendizagens que estão atrelados às habilidades e competências que esses estudantes devem desenvolver. No cotidiano da sala de aula vai aprendendo e chegando a estar pronto para um exame. Também temos aulas online. O novo ensino médio também traz essa possibilidade com os itinerários formativos, que podem ser voltados à preparação de exames externos.           Os estudantes ficaram mais de um ano no ensino não presencial. Como a senhora avalia o déficit educacional deixado pela pandemia? Se esse déficit ocorreu nas relações pessoais, como não vai ocorrer na aprendizagem? A própria OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] já diz que depois de seis meses sem contato direto há um decréscimo na aprendizagem. Não é nem mantido o nível que ele estava, é perdido. A gente perde quando a gente não usa. O aluno não pode usar tudo que ele poderia. Não teve o essencial que é o contato real com o professor, que é fundamental. Há uma perda grande e que levaremos anos para recuperar. É um momento que nenhum de nós imaginou viver. Ainda não sabemos mensurar o déficit.  

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‘A Novacap está presente em tudo na vida do brasiliense’

São 65 anos de serviços prestados à população do Distrito Federal. Criada em 19 de setembro de 1956 para a construção da nova capital do país, a Novacap ajudou a erguer ministérios, palácios e outros monumentos. Atualmente, segue provendo grandes obras, mas zela também pelo verde e toda a infraestrutura urbana das 33 regiões administrativas. Por falar em obra, agora, a empresa toca a construção de mais dois restaurantes comunitários: em Arniqueira e no Sol Nascente. Um investimento de cerca de R$ 10 milhões em duas unidades que se somarão às 14 já existentes e administradas pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). Nesta quinta (23), a companhia assina também a ordem de serviço para a reforma total de uma praça na entrequadra 113/114  da Asa Sul, que se chamará Praça Maria Cláudia Del’Isola. “É um projeto todo desenvolvido pela Novacap com diversos espaços como anfiteatro e quadras esportivas. E a ideia do nome é para que a população se atente à importância de combater a violência contra a mulher”, explica o presidente da companhia, Fernando Leite. A jovem Maria Claudia foi assassinada em 2014, no Lago Sul, por funcionários da família. Em entrevista à Agência Brasília, Leite também fala sobre outras obras que a empresa é responsável no DF; detalha as reformas em pelo menos 20 feiras pela capital e anuncia um projeto de modernização da companhia. Confira a entrevista. O que a Novacap prepara para comemorar seus 65 anos?  Estamos fazendo alguns eventos, mas dentro das limitações, por conta das restrições impostas pela covid-19. Essa semana, teremos a inauguração da prefeitura da Novacap. Ela, na verdade, é uma área que vai cuidar da manutenção e da melhoria das nossas instalações. Ou seja, uma área voltada para a qualidade de vida dos empregados. Vamos construir, por exemplo, um refeitório para nossos servidores, pedido antigo deles. Vamos cuidar das áreas comuns,  desde banheiros até a construção de novas instalações para atender o pessoal. Serão lançados painéis comemorativos de grafite em alusão aos 65 anos e também fazendo referência a diversas obras que contribuímos aqui em Brasília. A Novacap é, na sua essência, o “braço ajudador” no desenvolvimento do DF. Há previsão de anúncio de obras para a população? Sim. Faremos, na quinta-feira (23), a assinatura da ordem de serviço da Praça Maria Cláudia Del’Isola, na 113 Sul. Uma homenagem àquela menina assassinada de forma brutal em Brasília, em 2004. Foi um projeto desenvolvido dentro da companhia e a obra terá um custo de R$1,95 milhão. Serão reformados a pista de corrida, o anfiteatro, as áreas de lazer, o parque para animais domésticos. Enfim, toda parte estrutural. Ali, também poderão ser realizados encontros e a ideia é que a população se atente à importância de combater a violência contra a mulher. A Novacap vai entregar ainda a Praça Japonesa, no Riacho Fundo, totalmente reformada. Aqui em Brasília, temos uma colônia de japoneses muito participativa e a restauração da praça está sendo feita em parceria com as entidades. Quais obras, em destaque, a Novacap está trabalhando no momento? Serão construídos mais dois restaurantes comunitários no Distrito Federal: em Arniqueira e no Sol Nascente. Ambos estão em fase de licitação. São obras grandiosas, que custam em torno de R$ 5 milhões cada. Toda a estrutura de refeitório, parte elétrica e hidráulica, e as grandes cozinhas constam do projeto. Em seguida, o objetivo é licitar mais três unidades. E não podemos deixar de citar, claro, a obra do Hospital Oncológico, já em andamento. Lá, o investimento é de aproximadamente R$ 99 milhões. Além disso, estamos construindo Unidades Básicas de Saúde e escolas públicas.  E a recuperação das feiras do Distrito Federal? Como está o andamento das reformas? A Novacap já entregou as obras das feiras da Candangolândia, M Norte (Taguatinga) e Riacho Fundo I. A reformas no Núcleo Bandeirante vai muito bem. As próximas a serem concluídas são as do Riacho Fundo II e a do Galpãozinho, no Gama. Temos um contrato de R$ 27 milhões para essas ações e o objetivo é atender acima de 20 feiras. A feira é um um equipamento público altamente ligado à cultura da cidade, é como se fosse “a praia do brasiliense”, usando as palavras do governador Ibaneis Rocha. Esses locais estavam muito degradados. As feiras devem ter alguns componentes básicos que a própria natureza dela exige, mas deve também atender à legislação atual de segurança. Há ainda a questão da acessibilidade, para melhorar o acesso das pessoas mais velhas, crianças e pessoas com deficiência ou com mobilidade comprometida. Além da padronização, que é muito importante. A companhia está trabalhando nisso, entre outros pontos. Vamos modernizá-las e trazê-las de volta com conforto.  Criada há 65 anos para construir Brasília, qual é hoje o trabalho da Novacap? A Novacap está em presente em tudo na vida do brasiliense. Primeiramente, os cuidados com a área verde. As árvores,  canteiros de flores, os gramados. Temos uma cidade hoje com mais de 6 milhões de árvores dispostas. A Novacap zela por esse “recital” que a gente vê aí todo ano nos jardins, por meio do Departamento de Parques e Jardins (DPJ). O show dos ipês amarelos, brancos e roxos. Depois, temos as vias públicas, onde a companhia reforma desde o meio fio, até as bocas de lobo, os serviços de drenagem, o pavimento… Além dos serviços em parques, Pontos de Encontro Comunitários (PECs), quadras de esportes, ginásios e praças. Temos a parceria com as administrações regionais. Mas, normalmente elas não têm “braço” para tudo isso, então entra a Novacap. Como é a empresa hoje, 65 anos depois de sua criação? Veja que não é uma tarefa fácil. Brasília é a capital do país, uma cidade que foi criada para ser nova, moderna e de vanguarda. Então, é preciso cuidar de maneira diferenciada. Temos uma aprovação muito boa dos nossos serviços. Entretanto, o mundo é caracterizado por muitas mudanças. A cidade se modificou muito e o nível de exigência das pessoas também é muito maior. Pretendemos fazer uma reformulação dentro da empresa e ela terá três eixos principais: o primeiro é gestão. A gestão tem que ser moderna, voltada para o que tem de mais novo no mundo atual, com mais tecnologia. A segunda é a eficiência. Para que a empresa sobreviva, antes de tudo ela tem de ser eficiente. Buscar fazer as coisas com menor custo,  menor prazo e maior qualidade. E o terceiro eixo é o das pessoas. Nossos servidores precisam se preparar para os desafios que estamos enfrentando. Vamos fazer o concurso público e investir em cursos de capacitação.  

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“Economia criativa é fundamental para a recuperação econômica”

O Distrito Federal é dono do maior programa de fomento à arte do país, com mais de R$ 144 milhões de recursos destinados ao Fundo de Apoio à Cultura (FAC), principal ferramenta de apoio ao setor. À frente da gestão desse orçamento está o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, que em tempos de crise sanitária, trabalha muito para movimentar a economia criativa do DF – que representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do DF, sendo equiparada ao setor da construção civil. O gestor explica como distribuiu R$ 53 milhões do fundo e como pretende, agora, repartir outros R$ 91 milhões, liberados em crédito suplementar recentemente. “Vamos suplementar o edital do FAC Multicultural com mais recursos. É um edital que foi pensado para atingir pessoas realmente com carência ou grupos com potencial de crescimento. Enfim, artistas que estavam à margem do alcance dos recursos públicos”, adiantou.Num Papo Aberto com a Agência Brasília, o jornalista Bartô, como é carinhosamente chamado entre amigos, falou ainda sobre as expectativas sobre o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB), talvez o maior evento cultural da cidade, a entrega do Museu de Arte de Brasília (MAB), a reforma do Teatro Nacional e reformulação da Rádio Cultura, que deve entrar no ar, com nova cara e formato, em breve. “Nós recuperamos a Rádio Cultura. Nossa preocupação agora é como fazer uma rádio pública funcionar como se fosse comercial”.Confira a entrevista na íntegraO governo conseguiu a destinação de mais R$ 91,6 milhões para o Fundo de Amparo à Cultura (FAC). Com mais esse recurso, serão distribuídos mais de 144 milhões, o maior programa de fomento ao setor do país. Como avalia essa conquista?A gente pode dizer, com toda a certeza, que hoje o Distrito Federal, esse quadradinho de pouco mais de 5 mil km², tem o maior programa de fomento do país. O que é muito importante. E mais importante ainda é o que esse dinheiro vai representar. São mais de R$ 144 milhões, que vão resultar em projetos que trarão benefícios para a sociedade como um todo porque vai mexer com a cadeia produtiva da economia local. A economia criativa hoje é parte fundamental para a recuperação econômica de qualquer lugar do mundo, isso é fato. A cultura ajuda a impulsionar a economia. Aqui, no Distrito Federal, a economia criativa representa em torno de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), disputando, cabeça a cabeça, com o que representa no setor da construção civil. Então, quando estamos falando em dinheiro para cultura, estamos falando em investimento. Quando um projeto cultural é criado se ativa uma cadeia que envolve muita gente, pessoas que vão trabalhar na montagem do palco, na limpeza, vendendo alimento, ou seja, não é só o espetáculo, é o produto final. O Governo do Distrito Federal está enxergando o FAC como uma retomada do crescimento econômico local. Enfim, é um recurso que vai ser uma alegria para muita gente porque grupos que estavam parados vão voltar a funcionar.Como a secretaria pretende distribuir esse recurso? Quais são as linhas de financiamento?Nós queremos que o dinheiro seja empenhado ainda este ano. Soltamos o FAC Multicultural 1 voltado para 22 linguagens artísticas, com reservas de vagas para quem nunca antes tenha acessado o recurso do FAC e para Pessoas com Deficiência. No primeiro semestre deste ano, foram R$ 53 milhões e, agora, vamos suplementar este edital com mais recursos. É um edital que foi pensado para atingir pessoas realmente com carência ou grupos com potencial de crescimento. Enfim, artistas que estavam à margem do alcance dos recursos públicos. Outra parte será utilizada para financiar editais voltados para eventos como festivais. Brasília é uma cidade de grandes eventos e a pandemia está fazendo com que a gente esqueça isso. Vamos reativar esse setor. Uma terceira parte será destinada para um setor que tem dado para nossa capital, status nacional e que praticamente morreu, que é o cinema. Então, também vamos reativar a área do audiovisual. A expectativa é financiar dez longas-metragens para serem executados aqui em Brasília. Sabemos que cada longa-metragem emprega uma multidão de pessoas. Terá linhas voltadas para realização de curtas-metragens, séries e games. Temos linhas específicas voltadas, exclusivamente, para o chamado backstage, aquelas pessoas que trabalham nos bastidores de uma produção. Pensamos até nesses profissionais.Em 2020, por conta da pandemia, o Festival de Brasília encarou o desafio de acontecer em modelo virtual e foi um sucesso. Quais as expectativas para o evento este ano?Será a mesma coisa esse ano. No ano passado, o Festival de Brasília esteve por um triz para não ser realizado. Se não fosse a ação enérgica do governador Ibaneis Rocha, que garantiu recursos para a realização do evento, não ia acontecer. Esse ano, nós nos precavemos. Fizemos o edital público bem antes, onde vários candidatos concorreram e uma Organização da Sociedade Civil já foi selecionada, já trabalhando na realização do Festival, que acontecerá na primeira quinzena de dezembro, sem data certa ainda. Temos informações de que já tem quase 40 filmes inscritos. Agora vamos definir qual o canal de TV, como no ano passado, vai exibir o Festival. Porque o evento ainda não pode ser presencial, já que ainda estamos em pandemia. O Festival de Brasília recebe um público quase como uma torcida do Flamengo, é um evento de muita participação, debate e polêmica. As pessoas não vão ficar comportadas, sentadas nas cadeiras, isso não vai rolar. Então, não vamos correr esse risco. Vamos fazer mais uma vez em plataforma virtual, mas tendo, com o que a tecnologia oferece, a possibilidade de manter o clima de debate, de participação, mesas redondas, como foi na edição passada.Como a secretaria está se preparando para a festa de fim de ano em Brasília?Vamos ter festa de réveillon, mas não com gente na rua, público aglomerado, não é o momento. Por mais que as vacinações tenham avançado, não dá para brincar com essa situação. Mas vamos realizar o evento no formato virtual e drive-in, em cinco regiões administrativas e com atração de fora da cidade.  Essa preocupação se entenderá para encontros populares como o carnaval e a festa junina?Este ano vamos ter recursos para colocar nas escolas de samba e blocos carnavalescos, mas não para fazer carnaval, mas para realizar atividades, cursos de capacitação e projetos envolvendo pessoas que trabalham com fantasia. Aliás, neste mês de setembro vamos realizar um seminário com todo o pessoal do carnaval para recebermos sugestões, propostas de ideias. Com a festa junina vai acontecer como foi este ano, quando patrocinamos vários grupos de quadrilha, mas não no formato de quadrilha tradicional. Fizemos o festival de quadrilha obedecendo aos protocolos de segurança, com quantidade menor de pessoas, distanciamento.Este ano o GDF devolveu para a população o Museu de Arte de Brasília [MAB], um investimento de mais de R$ 9 milhões. Um belo presente para cidade que ansiava pela volta desse espaço cativo da cultura local… O MAB valorizou demais. O MAB tem sido uma grata surpresa para nós. Nós colocamos um modelo tão eficiente lá que a população abraçou o espaço com um carinho tão grande que me surpreendeu. A receptividade com que ele foi recebido na cidade foi uma coisa fantástica e serviu para nos estimular a fazer projetos para aquele setor que estamos chamando de Complexo Cultural Beira Lago e envolve a Concha Acústica, que está exibindo filmes. São locais que viraram point da capital.Em que pé está a reforma do Teatro Nacional?O que impediu de nós iniciarmos as obras até o momento tem sido o trabalho para atualizar o projeto que foi feito no passado, com as exigências no presente. Em outras palavras, estamos esse tempo todo, desembaraçando questões jurídicas que envolvem o financiamento da reforma do Teatro Nacional. Posso dizer que está na fase final desse processo, com muito otimismo para que a gente possa lançar o edital ainda este ano de restauração do espaço. Há uma expectativa de entregarmos a Sala Martins Penna para a população no ano que vem.  Como está a reformulação da Rádio Cultura?A Rádio Cultura está passando por uma revolução. Nós conseguimos recuperar a Rádio Cultura. Neste momento, estamos trabalhando no gerenciamento do espaço, pensando como será o formato que daremos a estação. E isso é coisa para breve. Nós a equipamos e agora vamos trabalhar a embalagem, o conteúdo da nova Rádio Cultura. Se tiver até que mexer no nome a gente vai mexer. A nossa preocupação agora é como gerir aquilo dali de uma forma que seja uma rádio pública, mas que possa entrar no mercado como se fosse uma rádio comercial. Vai ter mais gente para trabalhar lá, para ajudar a equipe guerreira já existente, que vem mantendo o lugar esse tempo todo quase que nas costas, porque a Rádio Cultura foi sucateada. Ela era um exemplar do descaso do estado em relação a uma emissora pública.Como vai a parceria com as pastas de Turismo e Governo para revitalização da W3?Temos projetos no FAC Multicultural da ordem de R$ 300, que vai contribuir bastante com o projeto de revitalização da avenida. Além disso, vamos grafitar 33 pontos de ônibus ao logo da W3 Sul. Um trabalho de grafitagem parecido com o que fizemos na Galeria dos Estados. A ideia é despertar o interesse das pessoas para esse corredor turístico cultural. Aliás, na Galeria dos Estados as pessoas estão se encontrando para fazer book de fotos. Isso é bacana, é bonito. Meu sonho é deixar esse legado também, ou seja, fazer de Brasília, a capital brasileira do grafite. Hoje, temos muito mais de uma centena de grafiteiros e grafiteiras cadastrados no comitê do grafite da secretaria.Há previsão de reabertura do Cine Brasília?Sim, agora na primavera, como está acontecendo com as outras salas de cinema da cidade. Obedecendo aos protocolos de segurança, com distanciamento entre as pessoas, essas coisas.Como o governo dialoga com a classe artística da cidade?Esse gabinete está sempre de portas abertas. Ouço todos os segmentos da cultura sem discriminação, estamos abertos a todos os setores. É com diálogo que se constrói, aprendi isso aqui. E nesses diálogos sempre vem muitas ideias boas. Um exemplo: esse FAC, que não é produto da nossa cabeça. Ele é produto justamente de toda essa discussão de pessoas que chegam aqui e dão sugestões. Que ninguém pense que as ideias ficam paradas no ar, não. A gente toma nota, vê se tem condição de implementar e fazemos. A cultura é isso, ela é dinâmica, é polêmica e sempre vai ter crítica. O estado tem que dar o suporte, a força, mas não para sustentar. Você tem que dar as condições para o artista trabalhar e mostrar sua arte.

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‘A fruticultura é um mercado grande e que remunera bem’

Banana, goiaba, laranja, limão, maracujá e tangerina. Há frutas para todos os gostos na capital federal e a produção delas tem ganhado cada vez mais destaque nos mais de 12.848 metros quadrados de terras voltadas à produção de frutíferas. O Governo do Distrito Federal (GDF) trabalha para fomentar o cultivo desses alimentos por meio de políticas de incentivo, assistência técnica, linhas de crédito, empréstimos de máquinas, entre outros.  Em entrevista à Agência Brasília, o secretário-executivo da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), Luciano Mendes, explica quais são esses estímulos – que continuaram mesmo na pandemia do novo coronavírus. Técnico em agropecuária e especialista em desenvolvimento rural sustentável, ele adianta que a pasta, em parceria com outros órgãos, está finalizando o Plano de Desenvolvimento Rural do Distrito Federal para os próximos 20 anos.  “Com esse estudo, vamos mostrar para os agricultores da capital e da Ride [Região Integrada de Desenvolvimento do DF] que a fruticultura é uma excelente oportunidade porque toda a produção será consumida aqui. É um mercado grande e que remunera bem”, destaca o secretário-executivo.   Quais frutas são produzidas no Distrito Federal? O DF é uma área riquíssima na produção de frutas. Temos diversas espécies, como limão, tangerina, banana, abacate, limão e maracujá. São cerca de 31.848,67 toneladas desses produtos por ano em uma área estimada de 1.284,863 hectares. Uma das mais produzidas, por exemplo, é a goiaba – com 291,213 toneladas por ano e 25,62 hectares de área plantada. Destas produções, o DF exporta alguma?  Não exportamos nenhuma. A população da capital consome muitas frutas durante todo o ano. Quase todo maracujá que comemos, por exemplo, vem da nossa produção ou da Ride [Região Integrada de Desenvolvimento do DF], que são os municípios vizinhos – como Luziânia, Cristalina e Formosa. Já a safra de maçã, vem toda de fora. Agora, todas as frutas que gente produz na capital, são consumidas aqui mesmo. Produzimos também frutas do cerrado?  O baru, jatobá, cagaita, entre outras, são típicas do cerrado brasileiro. Só que mais numa condição de exploração e não de cultivos comerciais. Às vezes, há uma determinada região onde tem um conjunto de fazendas que as pessoas pegam esses produtos para o extrativismo. Tem gente que aproveita e comercializa fazendo doces, sorvetes. Nenhuma das outras frutas precisou de adaptação, pois elas são acostumadas com o clima tropical. Quantas agricultores produzem frutas e de que forma o governo local os incentiva? São cerca de 600 produtores de frutas. Muitos deles se dedicam a outras produções porque são sazonais. A ponkan (tangerina), por exemplo, é produzida durante dois meses e os outros dez não têm mais fabricação. Há diversas formas de incentivos. A Emater [Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF] dá assistência técnica especializada e gratuita a todos os agricultores, principalmente aos familiares. Talvez seja a principal, pois eles vão direto no produtor e mostram como produzir. Também oferecemos diversos créditos rurais por meio do BRB [Banco de Brasília], outros bancos privados, o Fundo de Desenvolvimento Rural [FDR] da Seagri, além de outro fundo da Secretaria de Trabalho. A secretaria também organiza as patrulhas motomecanizadas. Normalmente, são tratores de médio e pequeno porte com um conjunto de implementos que emprestamos a associações e cooperativas de produtores rurais. É uma forma dos equipamentos ficarem próximos dos produtores na hora que eles mais precisam para que preparem o solo e realizem o cultivo das suas lavouras. Com a pandemia do novo coronavírus, esses incentivos aumentaram? Logo que começou a pandemia, o governador Ibaneis Rocha colocou recursos para que a Seagri conseguisse comprar parte daquela produção que estava estagnada. Além de adquirir esses produtos, doamos tudo por meio das Cestas Verde – programa que distribui esses alimentos para famílias em situação de vulnerabilidade social. Em 2020, compramos e distribuímos mais de 90 mil cestas. Este ano, também organizamos os produtores e compramos e distribuímos a mesma quantia. Isso tudo dentro de um grande arranjo para minimizar os efeitos deste momento junto aos agricultores familiares e do outro lado colocamos produtos de boa qualidade na mesa de famílias carentes. Por meio do Pnae [Programa Nacional de Alimentação Escolar] conseguimos comprar esses produtos de associações e cooperativas e colocar na alimentação escolar. Nosso papel é fomentar. Estamos construindo o Plano de Desenvolvimento Rural do Distrito Federal para os próximos 20 anos. Com esse estudo, tentamos mostrar para os agricultores da capital e da Ride que a fruticultura é uma excelente oportunidade porque o consumo é grande e toda a produção é consumida aqui. A fruticultura é um mercado grande e que remunera bem. Em breve será divulgada a radiografia do que é a área rural do DF. No DF há eventos do morango, goiaba e uva. Por que é importante manter essa tradição? Há o encontro do maracujá também. É uma forma de colocar os produtores reunidos para discutir, tecnicamente, melhorias daquela cultura. Ainda não virou uma festa regular, com público urbano. Todas essas não começaram como festas, mas sim como atividades técnicas de fomento. Ao longo dos anos foi caindo no gosto da população e virando a potência que é hoje. Esses eventos fazem com que as pessoas conheçam o que é produzido aqui, consumam e do outro lado gera renda para os agricultores. Como o governo incentiva as feiras itinerantes?  Brasília adotou as feiras. As pessoas gostam deste ambiente. Recentemente foram criadas mais duas: uma na Vargem Bonita [Park Way] e outra no Sudoeste, apenas de produtos orgânicos. Reunimos os agricultores que estão de forma isolada, fomentando associações, cooperativas para que eles possam encontrar um ponto de comercialização. O que eles precisarem a gente coloca à disposição. Ao longo dos últimos anos, oferecemos caminhões para associações para ajudar no transporte da produção da região até esses pontos. Confira o vídeo com a entrevista:

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‘A consciência no descarte do lixo aumentou, mas precisa melhorar’

Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília A diversidade de lixeiras que o cidadão encontra hoje em todas as cidades do DF é inédita. Das chamadas papeleiras, passando pelos papa-lixos, papa-entulhos e papa-recicláveis. São pelo menos 8,5 mil unidades espalhadas pelas cidades. O investimento do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), é ousado: triplicar esse número até o final do primeiro semestre de 2022. A variedade de produtos e serviços segue adiante. Além de alcançar a cobertura quase integral da coleta seletiva nas 33 regiões, o SLU dá destinação aos resíduos reaproveitáveis e gera renda a centenas de famílias por meio deles, principalmente daquelas que vivem da reciclagem. Sem contar com o aplicativo de celular que permite ao cidadão acompanhar a rota do caminhão e os dias corretos de coleta do lixo. Para expandir essa educação ambiental, o SLU vem investindo no humor: criou o personagem Recicléverton, herói da reciclagem que luta pela conscientização e pelo descarte correto do lixo. E aposta, agora, na volta às aulas presenciais da rede pública para retomar as campanhas educativas por meio do teatro. Assim, vai atingir um alvo importante para esse avanço nas mudanças: as crianças. No Papo Aberto desta sexta-feira (20), o presidente do SLU, Silvio Vieira, fala dessas e de outras ações desenvolvidas para melhorar a qualidade da limpeza das cidades e dos impactos ambientais que elas proporcionam. Confira os principais trechos: Como o governo trabalha para melhorar o serviço de limpeza urbana do DF? Temos trabalhado duro para manter as cidades cada vez mais limpas. E temos a satisfação de registrar índices positivos, como foi o da Codeplan que demonstrou a satisfação da população com o serviço de limpeza urbana de Brasília. Temos nos modernizado, tanto que os papa-lixos têm sido uma grande conquista, ao alcançar lugares onde a população descartava os resíduos de forma irregular. Temos instalado esse dispositivo e o ganho é grande ao não se ver mais aquela sujeira em locais que antes serviam de depósitos de resíduos.   E como funcionam os papa-lixos? O papa-lixo é um semienterrado com capacidade de 5 metros cúbicos, o que equivale de cinco a oito caçambas daquelas de entulhos que ficam na rua. Fica só um container do lado de fora para receber os resíduos. Mas é só para orgânicos. Lá não se deve jogar recicláveis. Todo esse material vai para o aterro sanitário, por isso temos outro equipamento voltado para os recicláveis, que os direciona para as cooperativas.   Quais os tipos de lixeiras instaladas pelo SLU nas cidades? Nós temos as papeleiras, que são as lixeiras menores e mais estreitas, presas em postes. Já instalamos mais de 8 mil até agora, com a meta de chegar a 21 mil em maio de 2022.   Antes dessas novas papeleiras, faltavam lixeiras? Eram poucas e diferentes. Esse é um modelo novo, visualmente bonito, e tem sido bem aceito pela população. Além delas, já temos 196 papa-recicláveis, os equipamentos azuis, que recebem todo tipo de reciclável, com exceção dos vidros. Além disso, temos 250 papa-lixos, de que já falei, com meta de chegar a 454 ainda no primeiro semestre do ano que vem. E, por último e não menos importante, um grande equipamento que são os papa-entulhos. São 12 distribuídos pelas cidades. Eles recebem todo tipo de entulho, menos o convencional, inclusive inservíveis – como móveis –, óleo de cozinha utilizado, galhada de podas de árvores, entulhos de obras… É muito importante porque a população tem a oportunidade de descartar por lá aqueles materiais que não têm mais utilidade.   Como essa versatilidade na forma de coletar resíduos reflete no meio ambiente? Se o resíduo é depositado no lugar correto, ele chega ao destino correto. O reciclado tem que ir para as cooperativas, por isso existem os papa-recicláveis, que são uma oportunidade de ajudar as cooperativas que dependem da renda gerada pela reciclagem desse tipo de material para sobreviver. Se você descartar o lixo convencional no local certo, ele vai direto para o aterro sanitário, onde recebe o tratamento adequado. Assim, o aterro não recebe quantidade de materiais recicláveis, que causam um prejuízo muito grande ao meio ambiente. Por exemplo, um vidro que chega ao nosso aterro tem prazo indefinido de decomposição. Para se ter ideia, estamos licitando a terceira e a quarta etapas do aterro sanitário porque temos uma previsão de mais 20 anos de depósitos de resíduos, o que nos preocupa. Educar a população é importante. Temos uma equipe de mobilização muito boa no SLU, que soma 81 pessoas. A cada 15 dias elas vão para uma determinada cidade fazer uma grande promoção, ensinando como deve ser feito o descarte correto dos resíduos.   O cidadão está mais consciente da importância de descartar corretamente o lixo? Eu acho que sim. Para se ter ideia, um papa-lixo foi queimado em Brazlândia. O lugar onde ele foi instalado estava muito bonitinho. Um semienterrado com jardim e que não causa mau cheiro. Ali deixaram de existir aqueles resíduos onde roedores e insetos iam se alimentar, já que o lixo ficava amontoado e se espalhava. Arrancaram as palmeiras e queimaram o nosso equipamento. Voltamos lá e fiz questão de que a melhoria fosse redobrada, com o dobro de plantas, de pedrinhas… E nossa equipe de mobilização circulou pela vizinhança para divulgar e alertar que era preciso cuidar daquilo, pois era um investimento feito com o dinheiro dos impostos pagos por eles. Ainda assim, um desavisado foi lá e arrancou de novo os coqueiros. Pois um morador que estava vigiando foi lá e colocou uma faixa: “Sabemos quem furtou as palmeiras. Não queremos te denunciar. Devolva enquanto é tempo.” Pois não é que as devolveram? A comunidade hoje está sentindo a importância de tomar conta do equipamento que é deles. No papa-lixo do Varjão, colocamos bancos e até passarinhos enfeitando. Está preservadíssimo lá. Como tem funcionado a coleta seletiva no DF? Precisamos melhorar muito ainda a separação dos lixos. Nós temos um aplicativo lançado este ano que é o SLU Coleta DF. É uma ferramenta muito importante para orientar a população quanto ao descarte correto de resíduos. Ele informa a hora exata que o caminhão coletor vai passar. E vem aí uma novidade: a indicação do trajeto percorrido pelo caminhão, como nos aplicativos de transporte particular. Assim o cidadão não precisará mais deixar o lixo fora com tanta antecedência. Essa ferramenta já informa o que se pode descartar, os dias de passagem dos caminhões convencionais e seletivos.   Qual a maior dificuldade? Ainda é a consciência da separação do lixo? Sim, é a consciência de separação dos resíduos. A maioria não tem. Nossa coleta cobre, praticamente, todo o DF. Se não são as 30 cooperativas, são as empresas prestadoras de serviço. São poucos os locais que ainda não são atendidos. Temos nas quadras residenciais um dispositivo muito interessante que é o cartão verde. Nossa equipe de mobilização o concede para aquele condomínio que separa o lixo de forma correta.   Como isso é avaliado? Existem os contêineres de separação e os nossos coletores avaliam, por um período, se os materiais daquele condomínio ou residência estão separados corretamente. Se sim, ele recebe o cartão verde. Se está mal feito, recebe o vermelho. Antes, nossa equipe de mobilização faz um mapeamento das áreas onde há mais problemas de separação da coleta seletiva e pré-seleciona aquelas que serão avaliadas. Na semana que vem, por exemplo, partimos para a sétima etapa do programa, onde serão avaliadas residências de quadras da Asa Sul, do Guará e de Taguatinga. É delimitada uma área de avaliação e por três semanas, em um determinado dia de cada uma, os garis vão avaliar os descartes daquela quadra. Se a residência ou o condomínio não separar corretamente nas três avaliações, recebe o cartão vermelho. Se melhorar, receberá certificado de que fez a separação correta.   Qual o grande problema identificado atualmente na coleta seletiva? As cooperativas têm reclamado da falta de resíduos. Eles estão achando que tem ido muito pouco. Embora tenha tido um crescimento de dezembro para cá, ainda é insuficiente. E isso ocorre porque as pessoas estão descartando de forma errada. As pessoas insistem em misturar os resíduos. O SLU tem trabalhado duro, tem conscientizado, mas ainda temos problemas.   Os problemas identificados no passado nas lagoas de tratamento e produção do chorume foram solucionados? O problema foi resolvido. Hoje conseguimos tratar até 2.100 metros cúbicos de chorume por dia, muito maior do que a quantidade do que se produz. Nossas bacias estão com volume bem baixo e controlado e tem sido um conforto, porque estamos conseguindo devolver para o meio ambiente menos de mil metros cúbicos.   Descartar lixo em local inadequado dá multa? Sim! A Secretaria DF Legal faz essa notificação. A grande novidade é que fizemos um termo de cooperação onde o SLU vai passar, nos próximos dias, a ter a prerrogativa de notificação prévia a esse sujão. Feito isso, a encaminharemos à DF Legal, que fará a atuação, o que expande a fiscalização. Qual o valor da multa? Vai até R$ 20 mil, a depender do grau da infração, da quantidade de materiais descartados irregularmente.

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“Trabalhamos para capacitar e inserir cada vez mais pessoas no mercado”

Capacitar pessoas desempregadas e inseri-las no mercado de trabalho da capital tem sido a grande missão do Governo do Distrito Federal (GDF), principalmente durante a pandemia do novo coronavírus. Cursos de qualificação, orientações, incentivos fiscais e interlocução com o setor empresarial fizeram com que mais postos de trabalho fossem criados no DF. Para o segundo semestre deste ano, mais mil oportunidades de capacitação estão abertas para o programa Renova-DF – com formação para a área da construção civil e jardinagem – , além da Fábrica Social, que será reaberta no próximo mês para formar cerca de 1,2 mil pessoas. Em entrevista à Agência Brasília, o secretário de Trabalho, Thales Mendes, explica como a pasta opera para não só qualificar, mas também recolocar esses profissionais no mercado. “Tivemos programas de incentivo às empresas que deram segurança jurídica para a reabertura desses estabelecimentos e contratação de mais pessoas, assim como de diversos programas de capacitação profissional. Nosso papel não é só qualificar pessoas, mas também inseri-las no mercado de trabalho”, comenta. O GDF conseguiu recolocar no mercado de trabalho 146 mil pessoas entre junho de 2020 e o mesmo mês deste ano. Como o senhor analisa esse cenário? A economia está em recuperação? É importante ressaltar todo esforço do governo, com a integração de diversos órgãos, para fomentar a geração de emprego e renda no Distrito Federal. Tudo passou por um processo de conscientização dos empresários – principalmente nesse momento de pandemia. Brasília também tem toda uma dinâmica econômica que favorece esse crescimento por causa dos servidores públicos e que fez com que esses números se tornassem realidade. Tivemos programas de incentivo às empresas que deram segurança jurídica para a reabertura dos estabelecimentos e para que mais pessoas fossem contratadas, assim como diversos programas de capacitação profissional. Nosso papel não é só qualificar as pessoas, mas também inseri-las no mercado de trabalho. As agências do trabalhador estão sempre ofertando oportunidades e tiveram os melhores resultados do país, com encaminhamento ao mercado de trabalho cinco vezes maior que a média nacional. Como o governo local tem trabalhado para atender essa demanda? Chegamos a esse número, primeiramente, pela interlocução sincera com a classe empresarial e o setor produtivo, ofertando os trabalhos da Secretaria de Trabalho, tornando público os processos que são feitos pela pasta. Dessa forma, a gente conseguiu aproximar quem está buscando emprego e quem quer contratar criando uma rede de apoio para essas empresas. São centenas de vagas oferecidas todos os dias. De todas as vagas que a secretaria oferece hoje, interligamos e apoiamos os processos seletivos. Mil pessoas estão terminando a capacitação na área da construção civil por meio do Renova-DF. Mais mil vagas foram abertas esta semana. Qual é o balanço dessa primeira formação? O Renova-DF nasceu do aumento da procura de profissionais na área da construção civil. O programa leva qualificação 100% presencial para os alunos. Ao invés da sala de aula, eles aprendem no próprio canteiro de obras, reformando equipamentos públicos utilizados muitas vezes por eles mesmos. É o único programa do Brasil que paga bolsa de um salário mínimo. Cada espaço reformado pelo Renova custa 50% a menos do valor de mercado. A cidade, a população e os estudantes ganham. E a Fábrica Social? Os cursos serão retomados por lá? A Fábrica Social será reaberta no próximo mês. São 300 vagas por período – matutino e vespertino – para cursos de corte e costura, construção civil, marcenaria e jardinagem, respeitando as medidas de segurança contra a covid-19. Vamos começar produzindo itens que o governo possa consumir. Estamos em parceria com a Secretaria de Saúde, por exemplo, para produzir todo o material de enxoval que é usado em hospitais públicos. Também queremos uniformizar os servidores das administrações regionais de forma padronizada. Tudo isso é fruto de um processo de qualificação. Antes eram cursos de um ano e meio, mas transformamos em disciplinas modulares para que as pessoas possam escolher o módulo que querem se profissionalizar. É uma forma de dar oportunidade para quem quer se requalificar. Por exemplo, há costureiras que têm experiência, mas querem aprender mais técnicas. Caso haja necessidade, abriremos um terceiro turno à noite. Também estamos planejando expandir a Fábrica Social para cidades com maior densidade populacional, como Ceilândia, Samambaia, Planaltina, Sobradinho. A Secretaria de Trabalho está capacitando flanelinhas com curso profissionalizante de lavagem de carros. Qual a importância dessa atividade? São pessoas que giram a economia da capital. Temos mais de 2,8 mil pessoas que se cadastraram. Abrimos um chamamento público para identificar e conhecer a realidade delas. Vamos entregar os kits de biolavagem dentro de todo um processo de conscientização do uso da água. Estamos ensinando novas tecnologias para eles. Também aprenderam sobre comunicação não violenta, novas formas de pagamento. Eles são identificados com colete, crachá com foto para que saibam quem são essas pessoas. Qualquer usuário que entrar no site da secretaria e digitar o número que está no colete ou no crachá vai encontrar o nome, a foto e o contato dessa pessoa. Todos esses programas de capacitação miram o ingresso no mercado de trabalho? Todos os cursos de qualificação da secretaria têm um ritual. A pessoa começa e lá na frente ela escolhe qual caminho vai seguir. Uma das alternativas é ser um funcionário, se preparar para entrar no mercado de trabalho como colaborador de alguma empresa. Isso pode ser acessado por meio do banco de intermediação de vagas. Os alunos que participam dos cursos são indicados para as vagas que captamos no mercado. Outra forma é o empreendedorismo. Damos todo auxílio para aqueles que querem abrir sua própria empresa, além do microcrédito por meio do programa Prospera. Estamos trabalhando para capacitar e inserir cada vez mais pessoas no mercado. Como funciona a integração com outras secretarias? Todo governo local, orientado pelo governador Ibaneis Rocha, trabalha para trazer o crescimento econômico para o DF e autonomia social e financeira para os moradores. Temos programas de incentivos fiscais nas secretarias de Economia; de Desenvolvimento Econômico, que está desburocratizando processos; de Empreendedorismo, que está simplificando essa questão de formalização das empresas; e ainda a de Turismo, com os artesãos. Há parcerias com a iniciativa privada? Estamos procurando as empresas, oferecendo nossos serviços. Isso traz uma proximidade e interlocução que não existia. A Secretaria de Trabalho está sendo o meio de aproximação entre os profissionais e esses estabelecimentos, e quando temos um prazo entregamos essas pessoas qualificadas. Também há uma parceria muito grande com o Sistema S, como o próprio Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial] que faz a monitoria dos cursos do Renova-DF, por exemplo, entre outros.

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‘É no ambiente escolar que se dá todo processo de ensino e aprendizagem’

Foto: Renato Alves / Agência Brasília Acolhimento. A palavra foi repetida diversas vezes durante entrevista da recém-nomeada secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, à Agência Brasília. A atitude será o mote dos servidores da pasta para o retorno presencial das aulas na rede pública de ensino. Ela explica a preocupação do GDF com a segurança de toda a comunidade escolar, que envolve diretamente cerca de 460 mil estudantes. Por isso, estão previstos escalonamentos, rodízio entre aulas on-line e presenciais, além de atendimento a protocolos rígidos de segurança contra a covid-19. Professora concursada, Hélvia Paranaguá reforça a necessidade de um trabalho individualizado aluno por aluno. “Teremos realmente o resultado das perdas – o que houve de perdas em termos de aprendizagem – mais concretamente, agora, com o retorno dos estudantes. O professor vai poder fazer o diagnóstico em sala de aula verificando quem teve aprendizagem melhor e quem não teve”, esclarece. Além desse apoio que professores e servidores estão preparados para dar aos estudantes, a titular da pasta mostra que o governo se preparou ao longo da pandemia com a reforma de todas as escolas, construção de creches, vacinação do funcionalismo da Educação e higienização de escolas. E vem mais por aí: Hélvia Paranaguá anuncia a contratação de mais professores concursados. “Nós vamos zerar o banco de nomeações”, avisa. Essas e outras ações você confere no bate-papo com a gestora a seguir. Tudo pronto para o retorno das aulas na rede pública? O que a pandemia ensinou aos profissionais da Educação? A pandemia acelerou um processo da entrada da tecnologia na sala de aula, e isso ocorreu de uma forma realmente de trocar o pneu do carro com o carro andando. Nossos profissionais vinham aos poucos fazendo curso a distância na Escola de Formação Continuada, mas, da noite para o dia, com o decreto, com uma pandemia, com o primeiro caso de covid-19 no DF, tivemos que fazer um trabalho hercúleo para capacitar todos nossos professores com as ferramentas necessárias para uma aula remota. Não foi fácil, e agradecemos aos professores pelo empenho. Eles precisaram vencer uma série de barreiras de desconhecimento dessas ferramentas tecnológicas e entrar de cabeça nos cursos que a secretaria ofereceu para que o aluno recebesse a melhor educação possível. E qual foi o maior desafio vencido durante a pandemia? Essa transformação do professor preparado para aula presencial, para esse acolhimento, olhando nos olhos do aluno, sentindo, verificando as dificuldades, desde segurar o lápis até todo o processo de aprendizagem; de repente, isso foi cortado, foi uma ruptura. Sentiram professor e estudante, porque a escola faz esse entrosamento, é um trabalho onde o aluno se sente acolhido e o professor é o acolhedor. Esse retorno nesse momento é muito importante. Esse ambiente escolar, o estudante precisa retornar. É no ambiente escolar que se dá todo processo de ensino e aprendizagem de fato. Ao olhar para o futuro, o que a senhora pensa em relação ao ensino, da creche ao ensino médio? Como recuperar o tempo perdido com a pandemia? Teremos realmente o resultado das perdas – o que houve de perdas em termos de aprendizagem – mais concretamente, agora, com o retorno dos estudantes. O professor vai poder fazer o diagnóstico em sala de aula verificando quem teve aprendizagem melhor e quem não teve. Muitas crianças têm pais professores, pais com formação acadêmica maior, e muitos outros não têm. A defasagem, vamos identificar com os diagnósticos. Se necessário, vamos fazer enturmação para que o aluno não fique muito deslocado com outros que estão em processo de aprendizagem mais avançada. Todo esse cuidado, os profissionais da área da educação terão agora com esses estudantes. Como as escolas vão resolver esse deficit educacional? Com aulas extras, contraturnos? Cada escola vai verificar isso. Eles têm autonomia para isso, e temos profissionais preparados. Temos psicopedagogos, psicólogos para poder dar acolhimento a essas crianças. Temos crianças órfãs da covid-19, que perderam avós, amigos e tios. Crianças que agora precisam retornar para dar continuidade a esse processo de ensino e aprendizagem. Elas precisam e serão acolhidas emocionalmente. Estamos preparando a rede pública para acolher emocionalmente todos os alunos. Então, dentro da sala de aula haverá mais diálogo, mais conversa com os alunos para ver como eles se sentiram nesse período afastados? Sim, tivemos uma conversa com todas as diretoras e diretores das escolas, e o nosso mote nesse momento é acolhimento. Precisamos acolher essas crianças com muito carinho, amor; muitas vêm com traumas, problemas, com perdas. Disso a gente não abre mão, desse acolhimento, o olhar cuidadoso do professor com o aluno dentro da sala de aula. Tudo isso vai ser muito trabalhado dentro da sala de aula. Especificamente para os alunos do ensino médio – que precisarão enfrentar logo mais um PAS [Programa de Avaliação Seriada] ou o vestibular –,  há algum projeto? A gente volta para o mesmo ponto. Tudo será feito a partir do diagnóstico. Os alunos do ensino médio, nós temos a impressão de que foram os que menos sofreram, porque dominam as tecnologias, sabem estudar sozinhos e não precisam tanto do acompanhamento do professor quanto um aluno de anos iniciais. Onde houver necessidade de reforço, as escolas vão atuar. Será um plus para que estejam preparados para o Enem e para o vestibular. Tudo estamos pensando e vamos aplicando ao longo do semestre. E as crianças e adultos em alfabetização? A secretaria pensa em uma proposta educacional diferente para eles? Na EJA [Educação de Jovens e Adultos], a gente tem essa preocupação. Inclusive houve aumento de novas matrículas da EJA. É bom por um lado, porque é o retorno daquele que em algum momento abandonou a escola, mas temos a preocupação porque não queremos que aumente o número de alunos da EJA. Queremos que eles não cheguem à EJA, que cumpram todo o período escolar dentro da idade, que não haja distorção de idade e série. Vamos entrar com materiais focados para a EJA. E para o CIL [Centro Interescolar de Línguas], como será o funcionamento? Ele volta depois de todos. Vamos começar com escolas regulares, depois vêm as escolas especiais. Aí vem o CIL, escola de música e outras da rede com esse objetivo. Elas vão começar na última etapa. Os CILs funcionam com aulas seguidas, já apresentaram projeto de ter aula intercalada – aula sim, aula não – para ter espaço para limpeza da sala de aula. Estamos tendo esse cuidado para que o aluno não entre num espaço que não esteja higienizado. Que tipo de cuidado ou esforço a mais os professores devem ter com os alunos em sala após esse período de aulas exclusivas em formato on-line? O papel do professor é fundamental em todos os aspectos, porque ele está ali no dia a dia com o estudante em sala de aula. A direção da escola mantém relacionamento muito entrosado com os profissionais. Escola é um ambiente muito acolhedor, então tudo isso vai ser repassado para a direção, todas as necessidades que ocorrerão nesse retorno. Vamos trabalhar uma a uma, por isso o escalonamento. Nós começamos com a educação infantil para sentir onde serão os gargalos, quais as dificuldades. Colocar 235 mil meninos [aqui a secretária se refere à metade do número de estudantes da rede pública, por causa do sistema de rodízio presencial nesse início de volta às aulas] num único dia nas ruas de Brasília não seria uma coisa muito boa, então a gente teve esse cuidado para evitar problemas de fila grande na porta das escolas, para verificar a temperatura corporal. Queremos fazer o melhor controle de entrada, se uns entram antes ou depois. É uma liberdade que damos para as escolas. Com o sistema de rodízio, as aulas on-line devem continuar até quando? É um formato que veio para ficar? A secretaria pretende expandir turnos e contraturnos nesse formato? Não podemos precisar uma data. Com a presença do estudante, poderemos verificar situação por situação. Não dá para dizer “olha, em agosto está 100%, em outubro está 100%”! Estamos tendo cuidado com isso, e futuramente, quando houver ampliação, à medida que a sociedade sentir segurança, todos vacinados, os casos de covid-19 diminuírem bastante, com o feedback das outras áreas, a gente vai ampliando, mas não tem ainda um plano de ampliação. No momento, vamos lidar com o que foi colocado. Como será a retomada para os alunos do ensino especial? A equipe trabalha com as escolas de ensino especial por termos crianças com diferentes situações. Autistas podem arrancar máscara; a criança que tem deficiência visual precisa muito do contato, do pegar. Todos esses cuidados, as escolas estão tendo para que as aulas retornem com segurança. Mesmo com escolas fechadas, o governo não parou. Todas as escolas possíveis de serem reformadas passaram por algum reparo, correto? Quantas unidades foram reformadas? Podemos afirmar que os alunos terão uma estrutura física muito melhor do que antes da pandemia? Foi no DF o momento em que tivemos o maior número de reformas nas escolas. Temos ainda algumas escolas em que só uma reforma não resolve, tem que ser reconstrução; isso nós estamos fazendo. Foram muitas, desde reforma de banheiro, pequenos reparos, pintura, até realmente uma reconstrução significativa. Temos uma preocupação muito grande em ampliar o número de creches. Estamos licitando várias creches. Hoje a nossa demanda reprimida é de 9.006, mas temos esse cuidado exatamente porque entendemos a importância da creche para o DF. É muito necessário que os pais saiam para trabalhar deixando seus filhos nas creches, protegidos, bem-atendidos, alimentados. Essa é uma bandeira do governo Ibaneis, que é ampliar o máximo as vagas. Trabalhamos para zerar essa demanda reprimida das creches. Foi o maior uso do Pdaf [Programa de Descentralização Administrativa e Financeira] da história? Não só o Pdaf, porque ele realmente é um dinheiro de descentralização de recursos financeiros para as escolas, mas agradecemos aos parlamentares, porque destinaram muito dinheiro em emendas. É importante porque esses recursos chegaram, desde cobertura de quadra, ampliação de salas, melhorias nos refeitórios. Tudo isso foi feito tanto com Pdaf quanto com emendas parlamentares, e o governo Ibaneis deu muito apoio à liberação desses recursos. Há previsão de contratar mais profissionais para atuar na educação pública? Nós vamos zerar o banco de reserva de professores concursados. Já conversamos com o secretário de Economia, André Clemente, e deveremos chamar todos os profissionais. São mais de 300 que existem no banco. Nos próximos dias, teremos o chamamento desses profissionais.

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População do DF conta com 47 tipos de vacinas e soros

  A Rede de Frio Central do Distrito Federal ficou conhecida a partir da pandemia do novo coronavírus, mas a unidade existe há 20 anos. Lá, além das vacinas contra a covid-19, são armazenados todos os imunizantes que chegam à capital federal e protegem a população de vários tipos de doença. No espaço também são acondicionados soros usados em pessoas que foram picadas por animais peçonhentos. Em entrevista à Agência Brasília, a chefe do Núcleo de Rede de Frio Central, Tereza Luiza Pereira, explica o caminho percorrido pelos imunizantes até chegar às salas de vacinação do DF. “São 47 tipos de imunobiológicos [vacinas, soros, anticorpos] com capacidade de armazenar até 600 mil doses de vacinas por mês, podendo chegar a 1 milhão, vindas do Ministério da Saúde”, informa a responsável pela unidade.    Acompanhe, abaixo, os principais trechos da entrevista.   Fotos: Paulo H Carvalho/Agência Brasília   O que é a Rede de Frio Central? A Rede de Frio existe desde 2001. É uma unidade da Secretaria de Saúde que tem por função receber, armazenar e distribuir os 47 imunobiológicos que o Ministério da Saúde fornece: vacinas de rotina e campanha, soros antiofídicos [para picada de animais peçonhentos, antitetânico] e imunoglobulinas [anticorpo humano, antirrábico e antitetânico] para todo Distrito Federal. A unidade ficou mais conhecida por causa da vacinação contra a covid-19, mas desenvolvemos esse papel há 20 anos, orientados pelo Programa Nacional de Imunizações [PNI] do governo federal. São 25 funcionários, entre técnicos administrativos e de enfermagem, enfermeiros, farmacêutico e administrador. Qual a capacidade de armazenamento? A unidade tem capacidade de armazenar até 600 mil doses de vacina por mês, podendo chegar a 1 milhão em épocas de campanha de vacinação. Como estamos na campanha da vacina contra a covid-19, basicamente todas as nossas geladeiras estão cheias. Além de uma rede de frio, é também uma área de backup. Se acontecer qualquer coisa com imunobiológicos na ponta ou nas regionais, temos que ter espaço para acondicionar o estoque deles aqui. A capacidade depende da apresentação, da vacina, de cada laboratório. Há caixinhas que guardam 500 doses, ou de tamanho semelhante, que armazenam apenas uma. Como é a estrutura? São três áreas. Há a administrativa, onde os servidores e a coordenação estão alocados; a área fria [cadeia de frio], onde ficam guardadas as vacinas com uma área de preparo e duas de armazenamento, e a área quente [almoxarifado], onde ficam acondicionados todos os insumos necessários para a vacinação, que são seringas, descartáveis, algodão. Se saem mil vacinas daqui, por exemplo, acompanha-as a mesma quantidade de material. De onde vêm as vacinas? Todas as nossas vacinas são distribuídas pelo Ministério da Saúde. O GDF não compra nenhuma vacina ou imunobiológico. São quatro fábricas produtoras de vacinas no Brasil: [Instituto] Butantan, Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz], Funed [Fundação Ezequiel Dias] e [Laboratório Médico] Vital Brasil. Há outras vacinas que são compradas no exterior ou em empresas privadas. Uma vez por mês, solicitamos ao governo federal o quantitativo de que precisamos para atender as unidades por 30 dias. E a temperatura necessária para acondicionamento, é diferente para cada vacina? São três tipos de temperatura. A maioria das vacinas fica armazenada de 2 a 8 graus. A vacina oral da poliomielite fica acondicionada a -20 graus, e depois que ela sai dessa temperatura tem que ficar de 2 a 8 graus, mas a validade, que é de dois anos, cai para três meses. Ou seja, o descongelamento é feito praticamente na hora de mandar para a sala de vacinação. Outro exemplo é a Pfizer, que é guardada a -80 graus. A Janssen é armazenada em -20 graus nos Estados Unidos, mas está sendo entregue de 2 a 8 graus, e depois não pode ser recongelada. Como funciona a logística de distribuição? Como disse, recebemos a vacina uma vez por mês. Temos sete regiões de saúde e oito redes de frio regionais [nos hospitais regionais de Asa Norte, Ceilândia, Gama, Paranoá, Planaltina, Taguatinga e Sobradinho e na Unidade de Saúde Básica nº 1 do Núcleo Bandeirante]. A cada 15 dias, as regiões entram com seus pedidos de acordo com a necessidade das salas de vacina. E se as regiões precisarem de mais doses do que o previsto? Avaliamos de acordo com o consumo mensal deles, com o número de salas de vacina e da população para ver se está compatível. Caso não esteja, entramos em contato para saber se está acontecendo algum surto de doença ou ação que justifique essa solicitação. Há uma conferência dupla também: uma pessoa separa em um dia e, no outro, outra pessoa confere novamente. Ao chegar ao destino, é feita outra conferência no local. A carga vem do aeroporto direto pela transportadora do Ministério da Saúde. Chegando aqui, colocamos na nossa área fria e abrimos caixa por caixa para verificar a temperatura de cada uma. Se alguma delas não estiver com a temperatura de 2 a 8 graus, ela entra em quarentena e comunicamos ao governo federal. Ele envia para o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde [INCQS] para que avaliem se aquela carga sofreu ou não perda de potência. Quando sobram imunizantes, voltam para a rede? Não. Dificilmente fazemos a logística reversa. Não temos a garantia da qualidade do que aconteceu com a dose lá. Só retorna para a rede de frio se a gente estiver com alguma falta de vacina de forma que precisemos fazer um remanejamento. Da mesma forma que recebemos do ministério, quando vamos à região [de saúde], pegamos todos os mapas de temperatura por onde os imunizantes passaram. Se ficou em uma caixa térmica, vamos olhar o mapa de temperatura da caixa. Se for em uma geladeira, a mesma coisa. Tudo isso para garantir que aquela vacina tenha qualidade. Há dois tipos de sobra. A dose remanescente, por exemplo, é composta por frascos multidoses que, depois de abertos, têm um tempo para ser utilizados. Se sobrarem [doses], têm que ser aplicadas dentro da validade do frasco ou descartadas após esse prazo. A região tem autonomia para fazer a logística dela. Há também o remanejamento. Se está sobrando em um local, mandamos para outro onde está faltando. Após abertas, as vacinas duram quantos dias? Temos diversos frascos multidoses que duram de sete a 28 dias. A AstraZeneca dura dois dias. Anotamos a data de abertura do frasco, ele fica na geladeira e vamos monitorando. Se há um frasco aberto e não tem nada escrito, vai direto para o lixo. Cada vacina tem seu prazo de validade, mas monitoramos isso de perto. Como o ministério compra fora do país, nem sempre ele recebe a vacina dentro de um prazo de validade aceitável. Alguns imunizantes foram liberados para mais público. O HPV é restrito para adolescentes, mas, em bula, ele é preconizado para mulheres até 45 anos e mulheres até 26 anos. Se a gente vir que vai vencer, fazemos uma nova estratégia. Como está o estoque atual? É muito dinâmico. Até esta quinta-feira [22], tínhamos 582.022 imunizantes. Quando trabalhamos com agendamento, precisamos que 100% das pessoas agendadas tenham o direito da vacina. Em algumas apresentações da Coronavac, da Janssen e até mesmo da Pfizer, nem sempre o aspirador consegue tirar a quantidade certa do frasco; pode quebrar ou ocorrer uma pane no equipamento. Por isso, mantemos uma reserva técnica para, caso a unidade sinalize que está faltando, a gente possa repor. Quando trabalhamos com demanda espontânea, que vai começar nesta sexta-feira [23], é diferente. Com relação à D2 da covid-19, o Ministério da Saúde não tinha garantia de entrega pelos laboratórios, então ele preferiu encaminhar a segunda dose da AstraZeneca. A expectativa é vacinar 180 mil pessoas com a segunda dose até 31 de julho.

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“A denúncia é a forma que as mulheres têm de buscar a proteção do Estado”

Políticas públicas nunca são demais quando o assunto é a proteção e promoção das mulheres. Neste sentido, a Secretaria da Mulher não tem medido esforços para oferecer assistência no Distrito Federal, seja com ações itinerantes, programas e espaços adequados. Em conversa com a Agência Brasília, a secretária Ericka Filippelli falou sobre as medidas do governo que ajudaram na redução dos casos de feminicídio, que reduziram significativamente no ano passado. “Temos a maior queda no índice de feminicídio do país em 2020. Foi mais de 46% de diminuição em relação a 2019”, contabiliza. Segundo ela, o esforço do governo está em dar condições para que as mulheres denunciem a violência. “É importante falar dos canais de denúncia, temos o aplicativo chamado Proteja-se, que é ligado ao 180 e as mulheres podem baixar no telefone para pedir ajuda. Ele, inclusive, pode ser utilizado por pessoas surdas”, completa. Filippelli aborda ainda a criação de programas como o Acolher, Sinal Vermelho e a Jornada Zero. Esse último, inclusive, completa nesta sexta (16) seu ciclo de ações educativas de estímulo à denúncia em Samambaia. A secretária conta ainda as ações voltadas às mulheres do campo, que já passou pelas comunidades da Chapadinha (Sobradinho) e Assentamento Oziel Alves (Planaltina). Na semana passada foi publicada portaria que estabelece o Programa Acolher, que reorganiza o atendimento nas unidades da Secretaria da Mulher. Qual o objetivo disso? O objetivo maior do programa é trazer a mesma diretriz, objetivos, metas e estratégias para todos os equipamentos gestados pela secretaria. Vamos trazer a institucionalização desses equipamentos. Independentemente do governo, esses equipamentos vão funcionar da mesma forma, trazendo um olhar humanizado para todo atendimento. Iniciamos o programa pela Casa Abrigo e em breve vamos lançar na Casa da Mulher Brasileira, nos Núcleos de Atendimento à Família e ao Autor de Violência Doméstica (Nafavds) e nos Centros Especializados de Atendimento À Mulher (Ceams). Além do acolhimento das mulheres, a secretaria tem feito levantamento e estudos do resultado desses acolhimentos? O que tem sido possível extrair disso? Temos um presente no DF que é a Câmara Técnica de Monitoramento dos Casos de Feminicídio, gestada pela Secretaria de Segurança Pública. Recentemente, a Câmara lançou o painel interativo do feminicídio, que traz em tempo real os dados sobre a violência, sobre o feminicídio, as tentativas de feminicídio e isso é muito importante. A partir desses dados a gente viu que 72,8% das vítimas de feminicídio entre 2015 e 2018 não tinham chegado até a delegacia. Isso mobilizou várias ações dentro da secretaria, como o deslocamento da unidade móvel para ações itinerantes, fomos até a Rodoviária do Plano Piloto, até festas e eventos e também outro dado que mostra uma realidade: a maioria das mulheres eram dependentes economicamente dos companheiros. Após essas constatações, que medidas foram tomadas para ajudar as mulheres? Criamos o espaço Empreende Mais Mulher, para ser um local de capacitação, qualificação e que tenha outro olhar de identificar mulheres que estejam vivendo situações de violência e, a partir disso, oferecer o acolhimento psicossocial. E por que essa inversão? Porque vimos que há uma alta subnotificação dos casos e há a questão da dependência econômica. Essa política tão exitosa que lançamos na agência do trabalhador em julho de 2019 e agora estamos replicando na Casa da Mulher Brasileira. Recentemente inauguramos um andar específico do Empreende Mais Mulher na Casa da Mulher Brasileira e no mesmo espaço teremos atendimento psicossocial, o atendimento dos nossos parceiros (PCDF, Defensoria, TJDFT). Lá também fazemos o encaminhamento para que essas mulheres se qualifiquem, se capacitem, sejam acompanhadas e possam desenvolver habilidades socioemocionais.   E as mulheres da área rural, que não têm acesso à internet ou não conseguem ir à uma unidade de atendimento? Lançamos a Secretaria da Mulher no Campo. A pauta da mulher rural é internacional. Quando a gente fala sobre políticas e ações voltadas para mulheres, a gente tem que ter um olhar especial para as mulheres do campo, das águas e das florestas. Existe uma política nacional que entregou ônibus para todos os estados para atender mulheres nas áreas mais distantes. Aqui no DF temos o Fórum Permanente das Mulheres do Campo e do Cerrado, onde a gente senta com elas e debate e daí nasceu a necessidade de levar as unidades móveis novamente para o campo e associar diversos serviços. É um atrativo e também uma forma estratégica da mulher receber acolhimento psicossocial. Não adianta levar só o ônibus, ela não vai sair da sua propriedade correndo para buscar ajuda em um ônibus lilás que está passando pela área rural. Não adianta só passar o acolhimento, a gente precisa garantir que ela tenha segurança para denunciar. Daí surgiu a estratégia de trazer outros serviços do governo e fiquei feliz de ver o comprometimento do GDF com essa pauta. As secretarias de Segurança Pública, Saúde, Turismo, Desenvolvimento Social, Justiça e Cidadania, Agricultura, Educação e a Emater têm prestado um grande apoio.   E, nesse período de pandemia, precisamos levar os serviços até as pessoas. Tivemos uma experiência importante em 2020, com o apoio da Secretaria de Saúde, em outubro, fizemos um mutirão levando médicos e enfermeiros para o nosso ônibus e promovemos o autoexame. Quando tinha alguma situação de risco para as mulheres nós conseguimos regular o atendimento na rede de saúde e assim zeramos a fila da mamografia na rede pública. Agora, em parceria com o Sesc e a Secretaria de Saúde criamos o programa Cuide-se, que será lançado e a ideia é levar essa ação itinerante para todas as cidades. Vocês lançaram o programa Jornada Zero Violência Contra Mulheres e Meninas. Como surgiu essa ideia de fazer ações itinerantes? Ele nasceu justamente dessa questão da subnotificação, entendendo que muitas vezes as pessoas poderiam não conhecer os equipamentos do governo que estão à disposição delas. Temos um programa premiado dentro dos hospitais regionais e que a população não sabia que poderia chegar no hospital e receber acolhimento nos casos de violência sexual e também não conhecia os núcleos de atendimento à família e também não sabia que no Cras as mulheres poderiam pedir ajuda. Informações como essa nos incentivaram a promover essa jornada e encontramos essa parceria com o Fundo de População da ONU, que sugeriu que tivéssemos lideranças de vários setores para visitar esses espaços e pudessem ser multiplicadores dessas informações. No Paranoá, temos nove locais que as mulheres podem pedir ajuda; em Samambaia são mais de dez. Então é importante que a gente divulgue isso. Na Jornada Zero também promovemos bate-papos descontraídos, capacitação, falamos sobre a rede de apoio, conversamos com pais, conversamos com homens e a programação da jornada termina com uma caminhada reunindo os atores envolvidos e entregando os cartazes e folderes. Com a jornada queremos engajar a sociedade entendendo que todos devem participar dessa luta contra a violência às mulheres, dessa causa, que devem meter a colher quando uma situação de violência ocorrer e estarem preparados para orientar uma mulher, encorajá-la a denunciar. O mês de agosto marca a campanha Agosto Lilás, de conscientização e prevenção à violência contra a mulher. Quais as novidades para esse ano? Teremos um seminário sobre a Lei Maria da Penha onde traremos uma visão bem básica, como se fosse um tutorial para ensinar as mulheres sobre o que é a violência, o que é a denúncia, o que verdadeiramente vive uma mulher que decide denunciar. Falaremos das medidas protetivas e ações do governo porque a gente precisa mostrar a realidade dessa rede de proteção e incentivar cada vez mais as mulheres a denunciar. Temos a maior queda no índice de feminicídio do país em 2020. Foi mais de 46% de diminuição em relação a 2019. No entanto, mais de 90% dessas mulheres não chegaram às delegacias, então há uma questão nacional e mundial de subnotificação e a gente precisa combater essa questão fazendo ações de divulgação, falando da temática, do que é verdadeiramente a denúncia, dos mecanismos do Estado para proteger essa mulher e encorajar esse ato de denunciar porque é a forma que o governo tem de proteger, acionar os dispositivos a fim de garantir a proteção. A Clínica da Mulher – Centro Especializado de Saúde da Mulher (Cesmu) – está em funcionamento há nove meses. Como está o atendimento por lá?                Acredito que a Clínica da Mulher é um exemplo de que muitas vezes você não precisa construir algo novo, só precisa de boas ideias e reunir esforços ao redor dessas ideias. Ali temos um exemplo de integração entre as secretarias da Mulher e de Saúde. Antes, era uma policlínica com baixa atividade dentro da rede de saúde e veio essa ideia de ter espaço voltado para atendimento às mulheres. Foram deslocados serviços para lá e o objetivo principal da clínica é oferecer serviço especializado para mulheres. Foram eleitos nesse primeiro momento alguns públicos prioritários, entre eles as mulheres em situação de violência que pudessem receber o atendimento e tivessem um olhar para outras especialidades, como a endocrinologia, ginecologia, acupuntura, e acesso também aos demais serviços da rede. É uma estratégia exitosa e vai ser muito mais apoiada a partir da criação de uma portaria que assinamos recentemente com a Secretaria de Saúde que traz esse olhar para a integração da mulher que está na ponta,  que chega nas unidades básicas de saúde até a clínica, criando protocolos de programas como o Cuide-se, que em breve a primeira ação será lançada. Qual a mensagem que você deixa para as mulheres que ainda têm receio em fazer denúncias de violência? O GDF tem trabalhado intensamente na proteção das mulheres e meninas da nossa cidade e na redução dos índices de feminicídio. É importante falar dos canais de denúncia, temos o aplicativo chamado Proteja-se, que é ligado ao 180 e as mulheres podem baixar no telefone para pedir ajuda. Ele, inclusive, pode ser utilizado por pessoas surdas. O mais importante é as mulheres saberem que a denúncia é a forma que as mulheres têm de buscar a proteção do Estado. Temos também o Sinal Vermelho, uma campanha que levou o DF a ser a primeira unidade da federação a criar o programa Sinal Vermelho, e a partir dele estamos capacitando profissionais de estabelecimentos comerciais, do Parque da Cidade, do Sesc, entre outros, mostrando a importância de a sociedade abraçar essa causa.  

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‘Democratizar o esporte é levar condição a quem precisa’

A prática de esporte se tornou ainda mais essencial durante a pandemia do novo coronavírus. Adotando todos os protocolos de segurança, o Governo do Distrito Federal (GDF) passou a liberar atividades físicas em parques e academias. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Esporte e Lazer passou a ter como missão divulgar junto à população que o esporte também é extremamente importante para a manutenção da saúde. Para isto, o investimento foi diversificado, desde o incentivo financeiro a atletas profissionais, a doação de equipamentos a amadores e a reforma de espaços de esporte e lazer que são ocupados por qualquer cidadão comum. “O esporte está sendo olhado por outro viés. Antes as pessoas consideravam que era apenas lazer, mas quanto mais elas praticarem atividades físicas, mais qualidade de vida elas terão”, reforça a secretária de Esporte e Lazer, Giselle Ferreira, em entrevista à Agência Brasília. “Além disso, os projetos sociais esportivos transformam vidas. Democratizar o esporte é levar um equipamento, um uniforme, uma condição a quem precisa”, destaca. Giselle apresenta programas novos, como o Vestindo o Esporte, que já distribuiu 426 kits de uniformes para categorias de base, amadora e infantil, e o Educador Esportivo Voluntário, que em breve vai colocar estagiários da área para auxiliar a prática correta de exercícios físicos em quadras e pontos de encontro comunitário (PECs). Ela ainda fala dos investimentos em reformas de espaços no Parque da Cidade e a construção de campos sintéticos nas cidades. “Não perdemos nenhum valor por falta de projetos”, comenta ao contabilizar emendas federais e locais que a pasta têm executado. A titular da pasta também comentou sobre as mudanças nos centros olímpicos e paralímpicos (COPs), que ganharam wi-fi, além de antecipar que o governo pretende levar projetos de ruas de lazer, como Viva W3 e o Eixão do Lazer, para todas as 33 regiões administrativas. Confira abaixo a entrevista. Como o governo trabalha para incluir o esporte no dia a dia dos moradores da capital? O esporte está sendo olhado por outro viés. Antes, as pessoas consideravam que era apenas lazer. Quanto mais as pessoas praticarem atividades físicas, e os parques estiverem abertos, mais qualidade de vida elas terão. O esporte também é saúde, vai aumentar a imunidade, vitamina D. Não estamos falando só da saúde física, mas mental também. Conseguimos a reabertura dos parques, o Eixão, a W3 Sul. Também nos reunimos com o Conselho Regional de Educação Física do DF [CREF], o Sindicato das Academias do DF [Sindac-DF], entre outros, para construir os protocolos de segurança. Voltamos, aos poucos, para o novo normal. Como vai funcionar o programa Vestindo o Esporte? Visitamos várias cidades para acompanhar a prática de esporte de perto. Muitas vezes, encontramos crianças descalças, sem roupas adequadas para jogar futebol, por exemplo. Por isso, decidimos distribuir 426 kits de uniformes para as categorias de base, amadora e infantil. Percebemos que a gente não deve só investir em reformas de espaços esportivos, mas também dar identidade a essas pessoas, que devem ser mais de 10 mil. É uma forma de incentivá-las também. Este ano, também foi lançado o Educador Esportivo Voluntário. Explica um pouco como ele será desenvolvido Primeiramente, vamos contratar 120 voluntários profissionais com formação em curso superior. Depois serão selecionadas mais 280 pessoas – entre graduandos, atletas e comunidade esportiva. Eles vão receber uma ajuda de custo de R$ 800 para dar aulas, oficinas em equipamentos públicos indicados pela Secretaria. Percebemos que tinha muita gente que estava envolvida com projetos voluntários e não tinham nenhum recurso para continuar a iniciativa. O Esporte nas Ruas oferece às administrações regionais e organizações sem fins lucrativos acesso a materiais e equipamentos esportivos gratuitamente. Quantos itens já foram entregues? Mais de mil. Já estivemos em Ceilândia, Brazlândia, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Vicente Pires… As administrações regionais selecionam cerca de 35 entidades a depender da cidade e da demanda e fazemos a entrega de bolas, redes, raquetes, coletes, cones de treino, colchonetes, tatames, quimonos, medalhas, troféus e outros materiais, que permitam a adequada prática esportiva. O que muda na vida das crianças e jovens carentes que conseguem ter acesso ao esporte? Estamos com inscrições abertas para o programa Jovem Candango. Serão 1,8 mil pessoas de 14 a 18 anos que terão seu primeiro emprego e renda [cerca de R$ 733], além de promover a formação técnico profissional do aprendiz por meio de atividades teóricas e práticas. Esses projetos sociais esportivos transformam vidas. Democratizar o esporte é levar um equipamento, um uniforme, condição a quem precisa. A palavra convence, mas o exemplo atrai. Em 2020, o governo lançou a Rua do Lazer no Paranoá, nos moldes do Eixão e da W3 Sul. Há pedidos para adoção do programa no Gama e Itapoã. Como estão as tratativas? Recebemos pedidos para Samambaia, Brazlândia e outras cidades também. Estamos retomando aos poucos e fazendo um cronograma com outros órgãos, com a Secretaria de Governo, o Detran [Departamento de Trânsito], entre outros órgãos. A ideia é que todas as cidades tenham essa rua, que é mais uma opção para praticar atividades esportivas e recreativas ao ar livre gratuitamente. Como estão os chamamentos públicos para a contratação de entidades para gerir os Centros Olímpicos e Paralímpicos (COPs)? Quando assumimos a gestão, os contratos com as entidades que cuidavam pedagogicamente dos centros olímpicos tinham acabado. Fizemos outra seleção e já estamos bem adiantados na parte de contratação. É importante ressaltar que conseguimos dobrar a quantidade de atendimentos semanais – de 29 mil para 61 mil – , além de ter diminuído os custos. Economizamos R$ 3,2 milhões. Antes, apenas dois dos 12 centros tinham internet. Agora todos têm e compramos computadores novos. Na semana passada, inauguramos o Wi-Fi nesses espaços, ou seja, todo mundo que estiver nesses locais terá acesso à internet de forma gratuita. Também implementamos duas modalidades: o futebol feminino e os eletrônicos. Temos que estar antenados com a modernidade. Nada aqui é engessado, mudamos de acordo com as necessidades. O governo vai investir na reforma e na construção de campos sintéticos de futebol? Desde 2009 esses equipamentos públicos não recebiam reformas. Estamos em processo de licitação para comprar grama e outros materiais necessários. Também estamos instalando campos sintéticos novos em Brazlândia, Ceilândia, Cruzeiro, Gama, Planaltina, Recanto das Emas, Sobradinho II e Taguatinga Norte. Neste segundo semestre, vamos entregar esses espaços. Já foi feita a demarcação da área e a base. A parte mais difícil é nivelar o terreno, mas as obras estão dentro do cronograma. Os campos terão cercamento, traves e iluminação. O investimento é de R$ 4 milhões, sendo de recursos próprios da secretaria e de emendas parlamentares de deputados distritais. A primeira grande obra no Parque da Cidade também começou este ano. Como está o andamento dos serviços? O Parque da Cidade faz parte da nossa história e temos muito orgulho de gerir esse local. Vinte e sete quadras poliesportivas estão recebendo reparos, como pintura, substituição de alambrados, pisos, iluminação e adequação de acessibilidade. São cinco quadras de tênis, vinte poliesportivas e duas de beach tennis. Fizemos a manutenção dos banheiros e da Praça da Capoeira. Também estamos finalizando o projeto da Piscina com Ondas, que é mais arquitetônico e estruturante. Vamos contratar uma empresa especializada para realizar o serviço. É a primeira vez que a Secretaria de Obras está conseguindo executar recursos federais. O montante que vai reformar das quadras do Parque da Cidade [R$ 1 milhão], por exemplo, estava parado desde 2017. Não perdemos nenhum valor por falta de projetos. A deputada Celina Leão também destinou R$ 37 milhões de emendas parlamentares para a reforma de vários espaços esportivos. O Parque da Cidade também vai receber uma pista de patinação e de skate… Exatamente. O projeto para a pista de patinação, que prevê um circuito de 200 metros com arquibancada, praça e mais calçadas entre a ciclovia e a pista de caminhada, foi aprovado. A proposta para a pista de skate foi apresentada para o governador Ibaneis Rocha e prevê duas pistas, vestiário e área de convívio. Além das competições esportivas profissionais sem público, o GDF também autorizou as amadoras. A secretaria tem algum projeto para esta categoria, que foi uma das afetadas pela pandemia? O governador e a equipe da Casa Civil tiveram um olhar bastante sensível com essa categoria. As competições movimentam muito o esporte na nossa cidade. Demos todo o suporte para estes atletas. Estamos com mais de R$ 15 milhões em orçamento, recursos da Câmara Legislativa [CLDF] para esta área. Muitos parlamentares apoiam vários campeonatos com emendas. Estamos firmando uma parceria com a CBF [Confederação Brasileira de Futebol] para incentivar o futebol amador e de base, e finalizando todo um cronograma de ações. E os atletas profissionais da cidade? Temos o Bolsa Atleta que atende 130 atletas e 107 paratletas que obtêm bons resultados em competições nacionais e internacionais de suas modalidades. O objetivo é dar condições para que eles se dediquem aos treinos e competições. Neste ano, investimos mais de R$ 2,6 milhões neles. Há o programa Compete também, que pagamos o transporte de 294 esportistas que disputam em outras regiões. Além de incentivar, estamos sempre trabalhando para conseguir mais recursos. Quem quiser ter acesso a esses programas, o que precisa fazer? Todos os nossos serviços podem ser acessados pelo nosso site. Nossa missão à frente da Secretaria de Esporte e Lazer é incentivar a prática de esportes. Quem não tiver acesso à internet em casa, pode ir aos centros olímpicos.  

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‘A polícia garante o direito do cidadão e precisa estar próxima’

Reforçar o policiamento ostensivo nas ruas, promover melhorias na infraestrutura das cidades e ampliar o alcance dos serviços públicos. Essa é a fórmula que o Governo do Distrito Federal encontrou para atingir a meta de oferecer à população mais segurança e qualidade de vida. Em 2020, o DF registrou a menor taxa de homicídios em 41 anos. Dados nacionais do Monitor da Violência – do Fórum Nacional de Segurança Pública – mostram que a redução desse índice no DF chegou a 37%. A diminuição da criminalidade é uma meta de governo, conforme conta o secretário de Segurança Pública do DF, delegado Júlio Danilo, em entrevista à Agência Brasília. “A gente quer trazer a segurança pública, o policial, o agente de segurança pública, para mais perto da população”, explica. “A gente precisa ter a mentalidade de que a polícia garante o direito do cidadão.” O delegado da Polícia Federal, que agora está à frente da Segurança Pública do DF, destaca ainda o lançamento do programa Área de Segurança Prioritária (ASP), voltado a ações regionalizadas. Na primeira edição, as atividades estão sendo realizadas na Estrutural. O secretário enumera as ações programadas para o programa, que fica na cidade nos próximos três meses. Confira abaixo os principais trechos da entrevista e assista ao vídeo, no fim da matéria. Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília O que é a Área de Segurança Prioritária? [Olho texto=”“Buscamos a Estrutural para a primeira ação porque é uma comunidade reduzida no seu espaço territorial, mas que possui diversas vulnerabilidades sociais”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] A ASP é um projeto da Secretaria de Segurança Pública em conjunto com a Secretaria de Governo e a Casa Civil que vai trazer diversos serviços e a atuação de diversas pastas para essa comunidade da Estrutural, com objetivo de mudar a realidade da Segurança Pública aqui – desde a poda de árvores, a questão de retirada de carcaças até a prestação de serviços como capacitação profissional, oferta de emprego, ações que possam melhorar a condição de vida. Com isso, a gente vai fazer com que os índices de criminalidade diminuam. Vamos atuar de forma mais incisiva com a Segurança Pública, mudando práticas, culturas, ações e atividades para atuar de forma mais efetiva e eficaz nessa região. Qual o principal objetivo do programa? A gente quer trazer a segurança pública, o policial, o agente de Segurança Pública, para mais perto da população. A gente precisa ter a mentalidade de que a polícia garante o direito do cidadão e precisa estar próxima. Então, a gente já conseguiu fazer entregas definitivas como a 8ª Delegacia de Polícia, que foi inaugurada de forma permanente. A gente também pretende reformar o 15º Batalhão daqui, com mais uma entrega permanente. E também pretendemos, nesse período, buscar um local e instituir uma unidade do Corpo de Bombeiros Militar. Além do reforço na atuação das polícias, o que mais está sendo oferecido na ASP? Oferecemos vários serviços à população. No espaço, montado com o apoio incondicional da Administração Regional [da Estrutural], a população poderá confeccionar carteiras de identidade, de trabalho, visitar o Museu de Drogas da PCDF [Polícia Civil do Distrito Federal], participar de palestras e oficinas. A programação foi dividida em três blocos, com foco em serviços, ações sociais e atuação da Segurança Pública em espaços comuns. Ressalto que programação foi pensada de forma a manter o distanciamento social e seguir protocolos sanitários estabelecidos pelos órgãos oficiais de saúde. A Deam [Delegacia Especial de Atendimento à Mulher] Móvel também está presente para atendimento e registro de ocorrências, assim como a equipe do Provid [Prevenção Orientada à Violência Doméstica] da PMDF [Polícia Militar do DF], que dará orientações à população. Além disso, teremos palestras direcionadas ao combate a violência contra mulheres, assim como a capacitação de lideranças que farão parte da Aliança Distrital, que prevê parceria com representantes de instituições religiosas, entre outras ações voltadas ao enfrentamento da violência de gênero. Como o governo chegou a esse modelo de atuação conjunta? [Olho texto=”“A presença ostensiva das forças policiais e de outras secretarias trará essa sensação de melhoria na qualidade de vida”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Esse projeto é espelhado em um projeto francês, no qual há realmente o estudo da atuação da criminalidade em microrregiões. A partir daí, pensamos de forma diferenciada em levar segurança pública para aquele local. Fizemos a adaptação do projeto para a realidade brasileira. Buscamos a Estrutural para a primeira ação porque é uma comunidade reduzida no seu espaço territorial, mas que possui diversas vulnerabilidades sociais, sendo necessária a atuação incisiva da Secretaria de Segurança Pública. Existe um prazo de atuação para que a população possa perceber na prática os primeiros resultados da ação? O decreto que instituiu o programa DF Mais Seguro trouxe a ASP como uma das ações previstas. Lá, foi instituído que o prazo mínimo para atuar nessa situação seria de três meses, mas esse período pode ser prorrogado por mais três meses. Vejam que se trata de uma ação para a população sentir de imediato. A presença ostensiva das forças policiais e de outras secretarias trará essa sensação de melhoria na qualidade de vida. Mas a ação vai servir também para que todos os dados coletados sejam encaminhados para subsidiar outros estudos. Esses dados serão encaminhados para apresentar ao governador, para que, com o seu secretariado, ele possa dar direcionamento e buscar novas atuações para enfrentar os problemas identificados. Além disso, a gente pretende, em um prazo de 90 dias, entregar uma cidade mais organizada. E o que é o DF Mais Seguro? O DF Mais Seguro é um programa estruturante para as ações da Segurança Pública pelos próximos dois anos, na aplicação – ainda mais adequada e eficaz – das políticas na área. Os outros eixos desse programa são a Cidade da Segurança Pública – a primeira edição ocorreu em Planaltina, em novembro de 2020 –, a modernização e ampliação do sistema de videomonitoramento – que vem sendo implementado em diferentes regiões administrativas – e a melhoria no atendimento dos canais de emergência. Já podemos contabilizar resultados da ASP na Estrutural? O reforço no policiamento implica diretamente no emprego de um maior número de agentes de segurança. Somente a Polícia Militar tem empregado, diariamente, setenta militares para atuar na Estrutural. Nos dois primeiros dias, chegamos a abordar mais de 200 pessoas. Há policiais atuando em todos os turnos, com ações nas principais vias da cidade. Nesta quinta-feira [24], uma adolescente com mandado de busca e apreensão em aberto foi apreendida e encaminhada à DCA [Delegacia da Criança e do Adolescente]. Cães da PMDF [Polícia Militar do Distrito Federal] auxiliaram na localização de porções de maconha que estavam debaixo do tapete de grama sintética e em outros locais de um campo de futebol. Também foram localizados dois rádios comunicadores, que provavelmente eram utilizados para comunicação entre traficantes. A 8ª DP, inaugurada há quase um mês, já supera a quantidade de ocorrências registradas em 2020. Entre os dias 29 de maio de 2021, data da inauguração da delegacia na Estrutural, até esta sexta-feira [25], foram 248 ocorrências registradas. No mesmo período do ano passado, foram 158. O governo pretende levar o projeto a outras regiões administrativas? Há previsão de que outras cidades recebam esse projeto sim. É um projeto mais duradouro. Então, a gente pretende, já no segundo semestre ou no início do outro ano, levar também para outras cidades onde a gente tenha índices de vulnerabilidade semelhantes aos da Estrutural. A ideia é que a gente trate uma cidade por vez. Não quer dizer que a gente não vá seguir atuando nas outras cidades, mas temos outros projetos, como a Cidade da Segurança Pública, que não tem uma duração de três meses, mas é algo mais reduzido, é uma semana em que a gente mapeia a cidade, atua de forma incisiva e depois deixa em uma condição melhor. A Cidade da Segurança Pública continua; mês que vem, será possivelmente em Samambaia. É uma ação que tem uma pegada mais temporária, mas por meio da qual também levamos serviços de forma mais intensa durante uma semana, levando a segurança pública para aquela cidade. *Com informações da Secretaria de Segurança Pública

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Marcação de vacina para 48 anos é liberada nesta sexta

Será aberto nesta sexta-feira (25), a partir das 15h, o agendamento para vacinação de cidadãos do Distrito Federal com 48 anos de idade. A chegada de novas doses de vacina de prevenção à covid-19 fez com o Governo do DF antecipasse a imunização para essa faixa etária, que se inicia na segunda-feira (28). O avanço na vacinação por idade e as novas regras de agendamento foram anunciados pelos secretários da Casa Civil, Gustavo Rocha, e da Saúde, Osnei Okumoto | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Na mesma data e horário, a Secretaria de Saúde disponibiliza a marcação também para gestantes sem comorbidades e puérperas. Esta semana, o Distrito Federal recebeu do Ministério da Saúde mais 79.030 imunizantes para primeira dose e 32 mil para segunda. [Olho texto=”“Divulgar uma programação sem antes ter recebido as doses cria uma expectativa na população que pode não ser cumprida se a entrega pelo governo federal não for feita no prazo e na quantidade esperados”” assinatura=”Gustavo Rocha, secretário da Casa Civil” esquerda_direita_centro=”direita”] A partir de agora, cidadãos que agendarem a vacinação pelos grupos de comorbidades e não comparecerem ao posto em até cinco dias terão a marcação suspensa. Isso possibilitará que aqueles que reservaram a primeira dose, mas não foram imunizados por falta de comprovação médica possam refazê-lo e serem atendidos pela idade. O avanço na vacinação por idade e as novas regras de agendamento foram anunciados pelos secretários da Casa Civil, Gustavo Rocha, e da Saúde, Osnei Okumoto, em entrevista coletiva no Palácio do Buriti na tarde desta quinta-feira (24). Nesta semana, o GDF abriu 2,4 mil vagas para vacinar grávidas e puérperas, que foram preenchidas em menos de 30 minutos. Por isso, mais 6 mil ficam disponíveis nesta sexta (25). Para os cidadãos com 48 anos, serão 30 mil agendamentos disponíveis. “Além disso, vamos disponibilizar mais 900 doses únicas do imunizante à população de rua, já que se trata de um grupo que se movimenta entre as cidades e têm maior dificuldade de se controlar o retorno para receber uma segunda dose”, informou Osnei. Confira o vídeo da coletiva: Programação [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A Secretaria de Saúde tem aguardado a chegada das doses de vacina para só então divulgar o cronograma de imunização. De acordo com Gustavo Rocha, o planejamento interno da pasta vem sendo seguido e só não é antecipado para evitar a criação de expectativas na população sem a garantia de armazenamento dos imunizantes. “Divulgar uma programação sem antes ter recebido as doses cria uma expectativa na população que pode não ser cumprida se a entrega pelo governo federal não for feita no prazo e na quantidade esperados”, explicou.

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‘O turismo finalmente chegou às regiões administrativas’

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Fora do centro da capital do país, outras 32 regiões administrativas também estão repletas de pontos turísticos. Roteiros, muitas vezes desconhecidos pelos próprios moradores do Distrito Federal, estão sendo montados desde o início da atual gestão pela Secretaria de Turismo (Setur) em parceria com as administrações regionais. O objetivo é mostrar para a população e visitantes que o turismo no DF vai muito além do Plano Piloto. Em entrevista à Agência Brasília, a titular da Setur, Vanessa Mendonça, explica de que forma o órgão tem atuado para identificar e estruturar esses locais para receber turistas, como o lançamento do programa Turismo em Ação. A secretária também comenta sobre a abertura de mais unidades do Centro de Atendimento ao Turista (CAT) e fala da importância dessas iniciativas para fomentar a economia e gerar emprego e renda. “O turismo rural cresceu mais de 50% na pandemia”, contabiliza. Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista. O que a Setur tem feito para estimular o turismo em todo o DF? O turismo finalmente chegou às regiões administrativas. Esse é o resultado da gestão do governador Ibaneis Rocha, que sempre pede para cada secretário alcance aqueles que mais precisam. Desde o início do governo, eu comecei a caminhar por todas as cidades para identificar os pontos turísticos e transformar os que já existem em uma rota estruturada e qualificada. Com esse objetivo, lançamos o programa Turismo em Ação. Como funciona esse programa? O Turismo em Ação chegou para ressignificar cada espaço e equipamento público que as regiões administrativas possuem, mas que pelo olhar do turismo ganham um significado muito maior. Trabalhamos na estruturação, identificando e visitando cada um desses locais para conhecer os pontos fortes e aqueles que precisam ser melhorados. Qualificamos os colaboradores das cidades em parceria com os administradores regionais, que são muito comprometidos com a população e têm feito um trabalho maravilhoso. Por fim, elaboramos um miniguia muito bonito – em inglês e português – com explicações e fotos de cada monumento. Todo esse material também fica disponível no site da administração e da secretaria. O Turismo em Ação também é uma forma de fomentar a economia e gerar emprego e renda? Sim. Como expliquei, trabalhamos em eixos: um é a estruturação do roteiro da região administrativa – identificando esses locais. A próxima etapa é a qualificação. Solicitamos ao administrador duas ou três pessoas para que nós possamos qualificar para esse atendimento ao turista. Após essas duas primeiras fases, há a promoção. Precisamos fazer com que a nossa população saiba que lá em Brazlândia há a maior basílica da América Latina ou que a Casa do Cantador, em Ceilândia, é obra de Oscar Niemeyer fora do Plano Piloto, por exemplo. Temos a inovação também. Conversamos com empresários das cidades sobre como inovar no negócio. Além disso, o programa também ajuda no acesso a importantes iniciativas de fomento, como benefícios do Fungetur [Fundo Geral do Turismo], linha de crédito histórica junto ao BRB [Banco de Brasília] – instituição financeira responsável por operar o repasse de R$ 521 milhões feito pelo Ministério do Turismo, com o objetivo de injetar dinheiro em empreendimentos do setor. Esse programa já chegou a quantas cidades? Quais serão as próximas? Já são sete regiões contempladas: Brazlândia, Ceilândia, Gama, Lago Sul, Sobradinho, Planaltina e Riacho Fundo II. Hoje [sexta, 18] será a vez do Guará. Vamos entregar trinta carteiras de artesanato aos novos artesãos que foram qualificados. Faremos uma série de visitas, como na feira, em parques, igreja. O nosso objetivo é mostrar que Brasília é muito mais do que as pessoas imaginam, inclusive para nós que moramos aqui. Então, o incentivo ao turismo regional também é feito para o próprio morador da capital? Esse é o objetivo principal. Falo muito que a nossa cidade tem que ser muito boa para a população. Se ela é boa para nós, será ainda melhor para o visitante. O que nós temos percebido é que o que fizemos nesses dois anos e meio é reconhecido pela população, até no sentido de as pessoas descobrirem lugares que não conheciam em Brasília. Nesses locais também foram inaugurados os centros de atendimento ao turista… Inauguramos os CATs junto ao programa Turismo em Ação. Sempre é em uma sala da administração da cidade. A ideia é valorizar o órgão, a estrutura. A cada semana visitamos uma cidade e esse evento já é o lançamento do programa e a inauguração de um centro. Antes desse dia a equipe já foi lá, mapeou, reuniu os empresários e definiu a rota. O objetivo é conectar o Centro de Atendimento do Turista que está lá, no desembarque do aeroporto de Brasília, com as cidades. Já estamos fazendo uma conexão com todas as regiões administrativas. Pela primeira vez na história da capital, um governo olha e ressignifica cada uma das RAs, valorizando o trabalhador, o empreendedor, a iniciativa privada e os nossos equipamentos públicos pelo olhar do turismo. O DF também tem uma grande área rural. Como estão os incentivos nesses locais? O turismo rural cresceu mais de 50% na pandemia. Há o ecoturismo, a contemplação, o agroturismo. Estamos trabalhando no desenvolvimento da plantação de uvas. Temos a Vinícola Brasília na região do PAD-DF [Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal]. Na Rota do Cavalo, em Sobradinho, por exemplo, vamos instalar mais de 60 placas de sinalização. É um trabalho integrado com todas as demais secretarias, órgãos e com cada administrador.

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“Vamos recuperar mil km de vias dentro do DF”

Mais de mil trabalhadores e 500 equipamentos estão todos os dias nas ruas do Distrito Federal para executar todo tipo de serviço. Este é o resultado das recentes mudanças feitas no programa GDF Presente, coordenador pela Secretaria de Governo do Distrito Federal (Segov). À frente da pasta, José Humberto Pires afirma à Agência Brasília que agora são 11 polos de atuação que cobrem todas as regiões do DF com agilidade para prestar os serviços. “O que queremos é uma capital renovada em que todos se sintam bem em viver nela. O espírito é geral. O governo todo trabalha com essa visão: entregar uma cidade muito melhor do que aquela que foi encontrada quando o governador Ibaneis Rocha tomou posse”, destaca o secretário. Pires também mostra o que o governo tem feito para combater a pandemia do novo coronavírus ao mesmo tempo em que mantém a economia funcionando. “Fazemos a nossa parte na medida liberando as obras e gerando empregos. Hoje, temos em torno de 1.400 obras sendo executadas, de pequeno, médio e grande porte – essas últimas são cerca de 200. São 30 mil pessoas trabalhando direta e indiretamente no DF. O investimento é de R$ 2,6 bilhões”, informa. O secretário adianta ainda que o governo lança em breve um programa específico de revitalização de vias, a ser realizado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e Novacap. “O governador já liberou um lote de R$ 26 milhões para o DER e outro de R$ 100 milhões para a Novacap. Vamos recuperar mil quilômetros de vias dentro do DF nesses próximos anos desta gestão”, destaca. Confira a íntegra da entrevista Em fevereiro deste ano, o governo anunciou a criação de três novos polos de atuação do GDF Presente. Qual o motivo da mudança? Quando fizemos o planejamento para implantar o programa, identificamos que sete polos urbanos e um rural eram suficientes. Após um ano de funcionamento, verificamos que a medida foi assertiva com resultados bons. Para melhorar ainda mais, principalmente nas cidades mais populosas, optamos por aumentar para dez polos urbanos. Foi um trabalho baseado nas demandas da população. Algum polo foi desativado? Não. Não prejudicamos os polos que já existiam para criar esses. Ampliamos a estrutura tanto de maquinário quanto de material. Essa foi uma decisão tomada em conjunto com a Novacap [Companhia Urbanizadora da Nova Capital], as administrações regionais e os outros órgãos que participam do polo. Já são três meses com essa nova estrutura e estamos fazendo avaliação de desempenho mensal das atividades, assim como pesquisas para verificar como estão sendo as respostas de demandas via ouvidoria. A pandemia influenciou de alguma forma na atuação do programa? Com o esforço dos coordenadores de polo, das equipes que estão na rua e de todos os órgãos que participam do programa, o resultado tem sido muito bom, apesar da pandemia do coronavírus. O DF está limpo e organizado. Um detalhe importante e que mostra o acerto das medidas é a redução dos casos de dengue em mais de 80% porque o governo recolheu toneladas de lixo e entulho, reduzindo drasticamente os focos do mosquito. Atualmente, o GDF Presente conta com quantos trabalhadores e quantas máquinas? O número é muito grande. Temos mais de 500 equipamentos e mais de mil pessoas trabalhando nas ruas. São órgãos que participam e ajudam na solução dos problemas, como Novacap, SLU [Serviço de Limpeza Urbano], Caesb [Companhia de Saneamento Ambiental], CEB [Companhia Energética de Brasília], Detran [Departamento de Trânsito], DER [Departamento de Estradas de Rodagem], Funap [Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso] com o programa Mãos Dadas, que é fundamental para gente. Toda essa estrutura está a serviço do GDF Presente. Qual a importância desse programa? O GDF Presente não é um programa da Secretaria de Governo, mas sim do Governo do Distrito Federal. Foi pensado pelo governador Ibaneis Rocha na transição. Ele começou a campanha dele pela periferia e por lá viu que o governo funcionava razoavelmente no Plano Piloto e as pontas das cidades estavam muito enfraquecidas em termos de serviço para a população. A grande sacada dele foi fortalecer as administrações regionais e todas as cidades para terem condições de prestar um serviço à altura para o cidadão. O programa veio como instrumento de fortalecimento das cidades, da administração regional, que recebe a demanda do cidadão e representa o governo naquele local. A parceria com os gestores das secretarias e de todos os outros órgãos do GDF é muito importante. São eles que de fato realizam as obras. Quando o programa Renova-DF, da Secretaria de Trabalho, vai conseguir colocar os mil aprendizes para ajudar no GDF Presente? Tenho conversado muito com o secretário de Trabalho, Thales Mendes. Temos uma previsão para o final deste mês. Não colocamos antes porque estamos vivendo uma pandemia. Essas pessoas vão para a rua e farão o complemento dos trabalhos nas cidades. A ideia é criar condições para uma intervenção mais duradoura naquela região. Normalmente, o GDF Presente passa de uma a duas semanas em uma cidade. Não é possível reformar uma quadra, um parquinho em toda a extensão que é necessária. O que é o programa? O Renova-DF nasce com essa capacidade de levar o pedreiro, servente, eletricista, serralheiro para fazer esse conjunto de recuperação dos equipamentos públicos da maneira que é necessária. O governador pediu para que esse programa fosse desenhado como uma forma de trazer uma atividade e qualificação para essas pessoas enquanto estão prestando serviço para o GDF. O GDF Presente tem tido uma atuação grande na área rural, principalmente com a manutenção das estradas de terra. Qual a importância dessa ação para a produção agrícola? Quando falamos em área rural, temos que pensar em vários envolvidos. O cidadão que está na área rural está produzindo, sendo empregado ou dono e tem família, filhos na escola, precisa se abastecer no mercado, ir ao posto de saúde. Essas vias, que chamamos de vicinais e estão espalhadas em todo DF, sofrem demais com a chuva. Anualmente, gera uma demanda muito grande de melhoria. É um trabalho fundamental para dar condições de vida para aquelas pessoas que moram nessa região. Esse trabalho já é sentido pela população? Ele ajuda no escoamento da produção – fazendo com que o produto chegue melhor e mais rápido – na mobilidade das crianças que precisam ir para a escola e em casos de emergência, como algum problema de saúde. O polo rural está sendo reforçado com equipamentos da Codevasf [Companhia dos Vales do São Francisco e do Parnaíba]. O governador assinou termo de cooperação que destina R$ 6 milhões em equipamentos para a área da agricultura. Quem opera esses equipamentos é o DER e fazemos essa parceria interna com o GDF Presente. O GDF Presente é um programa que veio para ficar? Ou o governo já vislumbra um novo projeto pela frente? Junto com o GDF Presente há o Cidade Sempre Viva – coordenado pela Novacap por meio do diretor-presidente Fernando Leite – , que tem feito isso com muita eficiência. O GDF Presente sozinho não é suficiente. Ele também precisa de outro programa de revitalização de vias, do asfalto, que deve ser feito pelo DER e Novacap. O governador já liberou um lote de R$ 26 milhões para o DER e outro de R$ 100 milhões para a Novacap. Vamos recuperar mil quilômetros de vias dentro do DF nesses próximos anos desta gestão. Dessa forma, teremos condições de reduzir a atenção que o GDF Presente dá ao tapa-buraco e focar em outra área, como por exemplo, o saneamento e escoamento de águas pluviais. É um programa de renovação para a cidade? Também, sem dúvida. O programa é permanente e pode ser visto como um dos conjuntos e força de trabalho para renovar Brasília. O que nós queremos é uma cidade renovada e a cidade renovada que queremos é uma Brasília que todos se sintam bem em conviver com ela. No Plano Piloto, renovamos o Eixão, o Setor Hospitalar Sul e estamos com a Praça do Povo em obras e o Setor de Rádio e Televisão. Parte das tesourinhas estão resolvidas e a outra será licitada e a obra deve começar a partir de junho. Vamos renovar todas as passagens de pedestres subterrâneas também. Não para por aí. No Noroeste, a avenida W9 foi inaugurada. Em Taguatinga, estamos trocando o asfalto em toda região e no Gama também. O espírito é geral. O governo todo trabalha com essa visão: entregar uma cidade muito melhor daquela que foi encontrada quando o governador Ibaneis Rocha tomou posse. Ao mesmo tempo que o governo local combate à pandemia também atua para melhorar a economia local. Quais são as ações do Executivo local que podemos destacar? Estamos convivendo com o isolamento social, cuidando e zelando pela vida das pessoas. Isso está sendo feito com muita competência. Porém, temos o outro lado que é o das empresas. Precisamos de emprego e renda. O governo faz a sua parte na medida em que ele libera as obras. Hoje, temos em torno de 1.400 obras sendo executadas em Brasília, de pequeno, médio e grande porte – essas últimas são cerca de 200. São 30 mil pessoas trabalhando direta e indiretamente no DF. O investimento é de R$ 2,6 bilhões. Quais são as áreas beneficiadas? O governo está melhorando a cidade, criando outra capacidade de mobilidade, reformando escolas, hospitais, construindo UBSs [Unidade de Saúde Básica] e UPAs [Unidade de Pronto Atendimento], fazendo toda a recuperação de equipamentos que estavam estragados na área social. Estamos trabalhando em todos os sentidos para entregar equipamentos públicos para a população, como o MAB [Museu de Arte de Brasília], que foi entregue na quarta (21); e a sala Martins Penna do Teatro Nacional – que entre junho e julho devemos lançar a licitação. Há dinheiro para tudo isso? O secretário de Economia, André Clemente, está fazendo uma gestão de orçamento exemplar. Já fez o pagamento significativo de dívidas do passado, tem mantido toda a gestão de pessoas com seus pagamentos em dia, as empresas que trabalham para o governo estão recebendo em dia também. Isso cria um ambiente muito bom. O governo abre uma oportunidade de trabalho com as obras, as pessoas conseguem emprego, a economia gira. Essas pessoas vão para o comércio e gira a atividade também. Lá, começam a empregar e ter condições de faturar, melhorar e, esse é o ciclo virtuoso da economia. Ou seja, é também uma forma de incentivo econômico para o DF? Claro que sim. Fora isso, cria um ambiente de confiança, de segurança jurídica. Com um governo proativo, os investidores trazem em todas as áreas uma outra carga de obras e empregos. Essa contribuição é tão importante… Não tem como negar que houve um aumento significativo na pobreza por causa da pandemia. Tem uma quantidade de pessoas que estão desempregadas ou em subempregos, vivendo de uma maneira sub-humana para manter sua casa abastecida. Passando a pandemia, quem vai sair na frente é quem criou esse ambiente. Vejo isso com muito bons olhos para o DF. O senhor citou a redução dos casos de dengue. O que o governo fez contra a proliferação do Aedes aegypti?   Nos dois últimos anos aprendemos muito sobre a dengue. Temos que trabalhar na prevenção, na causa. O efeito já conhecemos. Eu diria que a dengue é quase endêmica, criou uma resistência que todo ano, na medida que muda o clima, o risco chega. Temos a Secretaria Executiva de Acompanhamento e Monitoramento de Políticas Públicas, comandada pela secretária Meire Mota que faz o acompanhamento desses programas direto com a comunidade. O primeiro ano foi complicado e o segundo ainda não foi o ideal. Neste ano, as ações que implantamos em anos anteriores estão surtindo efeito. O GDF investe R$ 35 milhões para reformar as feiras da capital. Qual o status das obras? As melhorias nas feiras são objeto de desejo expresso do governador Ibaneis Rocha. Ele começou sua campanha na feira e cobra todos os dias a solução dos problemas. São três formas de ver esses espaços. Há aquelas que estão implantadas, arrumadas, que precisam só melhorar a questão da gestão. Estamos trabalhando a questão da legislação. Existem outras que a estrutura ainda é boa, mas precisam de reforma – como fizemos na da Candangolândia e estamos fazendo na do Galpãozinho do Gama. Por último, temos aquelas que precisam ser estruturadas porque estão muito danificadas. Será possível fazer tudo isso em todas as feiras? Não são equipamentos baratos, pelo contrário, são caros. Chegamos à conclusão que dez delas precisam receber essa mudança mais estrutural. Estamos começando a reforma da feira do Núcleo Bandeirante, que será um modelo para as outras. Também já terminamos a do Riacho Fundo II. E como ficam os feirantes? Eles estão se cadastrando e serão selecionados para a ocupação. Por que isso é importante? A feira é um equipamento público onde a população vai e gosta de ir. Isso é uma cultura muito boa porque o recorte da população nordestina de Brasília é muito grande. Quem não é, é descendente. Aquele que não é nenhum dos dois incorpora os costumes. Tem que ter um ambiente agradável e que funcione bem. Os atuais feirantes terão espaço garantido? Se há feiras com 60% dos boxes ocupados e o restante fechado porque o feirante não quer ir lá, porque ele acha que lá é um patrimônio dele, abre e fecha na hora que ele quer, acaba prejudicando o atendimento à comunidade. Por isso temos que fazer o recadastramento e dar condições para funcionar. Estamos fazendo tudo isso com a associação dos feirantes e sindicato para que a gente tenha a garantia da revitalização desses espaços e do pleno funcionamento com segurança jurídica. Quem tem que estar ali é o feirante. Não pode ser um morador que colocou os móveis dele lá e virou um depósito da casa dele. Dê um panorama das obras no DF por região Oeste A região Oeste cresceu. Taguatinga levou para lá outras cidades que aumentaram a população, como Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires e Arniqueira. Essas pessoas necessitam demais das políticas públicas do governo. Há cidades que estão envelhecidas e outras que estão muito novas, como é o caso do Sol Nascente/Pôr do Sol. É um desafio do governo terminar a infraestrutura de lá. Isso vai acontecer, assim como tirou do papel a obra do Túnel de Taguatinga, que estava parada há mais de 20 anos. A cidade será renovada com o boulevard. Vamos revitalizar o Pistão Sul e Hélio Prates. Os serviços em Vicente Pires estão 92% executados – já é uma cidade de verdade. Norte A região Norte é outro vetor de crescimento. A qualidade de vida é invejável. Planaltina é uma cidade histórica e tem tido um carinho muito grande do governador. Sobradinho vai ganhar um viaduto na entrada. Haverá uma terceira faixa para melhorar o fluxo dessa região para Planaltina. Vamos inaugurar também o Trevo de Triagem Norte, batizado de Joaquim Domingos Roriz. Leste Já a região Leste, sempre foi tida como a mais pobre do DF, mas esse estigma está desaparecendo. A cidade do Paranoá é espetacular, Itapoã está se desenvolvendo cada dia a mais, São Sebastião e Jardim Botânico estão se desenvolvendo. O governador determinou a duplicação da DF-250, aliviando o trânsito e a construção do viaduto. Sul A região Sul é a mais próxima que temos do entorno. Santa Maria e Gama são cidades abastecedoras. São os polos urbanos que catalisam toda aquela região. O governador determinou a revitalização completa do Polo JK para atrair grandes empresas. Fica na entrada de Brasília, é um ponto estratégico para trazer empresas de pequeno, médio e grande porte. Santa Maria acabou de receber uma obra muito importante na VC-371. É uma via muito importante de ligação com a saída da cidade. O Gama também está passando por grande transformação. A Avenida dos Pioneiros foi reformada e vamos fazer o Centro de Saúde nº 8, além de entregarmos um novo setor de desenvolvimento econômico, a Ama Gama, toda pronta.

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“O meu compromisso é uma atenção muito especial com a saúde do policial”

Coronel Vasconcelos, que está há quase três décadas na Polícia Militar, explica que o critério adotado para vacinação contra a covid-19 foi a idade do servidor independentemente do posto ou da graduação | Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília Márcio Cavalcante de Vasconcelos é o novo comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). A nomeação dele foi publicada em edição extra do Diário Oficial do DF há uma semana. O coronel e ex-subsecretário de Operações Integradas (Sopi) assume o posto com a missão de comandar mais de 10,6 mil militares – maior corporação das forças de segurança. Em entrevista à Agência Brasília, o comandante fala sobre a vacinação preventiva da covid-19, lamenta baixas na corporação em função da doença e reforça o compromisso de atuar para fortalecer a saúde do batalhão. Segundo ele, o governo está trabalhando junto ao Ministério da Saúde para agilizar o envio de doses suficientes para todo o pelotão. Coronel Vasconcelos prevê novas convocações para a PMDF e enumera os êxitos do trabalho integrado com outras forças de segurança. “Quando pegamos janeiro, fevereiro e março deste ano e do ano passado somados, a diminuição da criminalidade também é muito grande. Então, estamos no caminho certo, temos feito o nosso trabalho e vamos continuar nessa missão diária de servir e proteger”, anuncia. Confira a íntegra da entrevista: O senhor tem 28 anos de serviços prestados na PMDF. Já trabalhou no governo federal e na Secretaria de Segurança Pública. De que forma sua experiência vai contribuir para comandar a maior corporação das forças de segurança? Vai contribuir muito porque hoje tenho uma visão global. O Distrito Federal tem um vínculo muito forte com o governo federal, porque aqui estão as sedes dos poderes constituídos e as organizações internacionais. Temos uma responsabilidade diferenciada. Além de fazer tudo o que uma força policial faz, temos uma responsabilidade enorme, com as sedes dos Três Poderes: congresso nacional, STF (Supremo Tribunal Federal) e a presidência da República. São palcos históricos de manifestações. Essa experiência fora da corporação enriquece, não somente no currículo, mas a vivência que eu acredito que o comandante precisa, a de ter uma visão mais global, mais ampla, conseguindo olhar algumas questões de fora da PMDF. Há alguma medida administrativa que o senhor pretende implementar? Uma marca de gestão? Quando você é convidado para uma missão como essa, você tem diversas ideias, mas que ninguém executa sozinho. Então, antes de fazer qualquer coisa eu precisei nomear a minha equipe de alto comando. Nesta quinta (8), foi a minha primeira reunião onde eu procurei tratar exatamente dos eixos principais, que eu considero serem os eixos do comando. Podemos destacar primeiro a questão da saúde. Estamos vivendo uma crise mundial, uma pandemia. Essa crise trouxe impactos que são muito fortes, muito significativos, em todas as áreas. Ela também impactou a polícia. Temos lamentado muito a perda de vidas. Como gestores de uma instituição do tamanho da Polícia Militar, que tem mais de 10 mil homens, nos ressentimos, mais ainda, quando recebemos a notícia de um óbito de um policial, de um pai de família, um ente das forças de segurança e que está sob o nosso comando. O meu compromisso é uma atenção muito especial com a saúde do policial. Como está a vacinação dos policiais militares? Graças a um esforço conjunto que envolveu o governador Ibaneis, parlamentares, o secretário de Segurança Pública e o Ministério da Justiça, conseguimos junto ao Ministério da Saúde, que começasse a vacinação de nossos policiais. Ela começou na segunda-feira (5), no meu primeiro dia após a posse no comando. Tenho que enaltecer o trabalho feito pelo coronel Pontes, que fez essa gestão muito bem feita com esses entes. Dentro do último lote de vacinas do Ministério da Saúde, conseguimos uma quantidade que já veio carimbada para a Secretaria de Segurança Pública – em torno de 2.300 doses -, e para isso, ela foi dividida proporcionalmente, percentualmente, entre os entes da segurança; e a Polícia Militar iniciou essa vacinação nessa parceria. E como está a vacinação do efetivo? Na segunda-feira (5), iniciamos a vacinação de um plano de vacinação da Polícia Militar, que já estava pronto – já havia um regramento para vacinarem os nossos policiais e fomos agraciados com cerca de 770 doses. A vacinação aconteceu na segunda (5) e terça-feira (6), na Unidade Básica de Saúde do Núcleo Bandeirante. Tivemos um pouco mais de policiais vacinados, por causa da questão das doses remanescentes, o que já vinha acontecendo há mais de uma semana. [Olho texto=”“No mês de março (passado), tivemos 12 homicídios no DF. Quando comparamos esse número com o de março de 2020, verificamos que tivemos menos 30 homicídios. É muito difícil associar isso somente com a pandemia. Eu acho que foi feito muito trabalho”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] Qual é o critério para a vacinação dos policiais? Estabelecemos o critério da idade, levando em consideração o grupo de risco, que é a própria recomendação do Ministério da Saúde. Começamos a vacinar do policial mais velho ao policial mais novo, indistintamente de posto ou graduação. Usamos o critério da idade pelo fato de o risco ser maior nesses grupos. Esperamos que nas próximas remessas do Ministério da Saúde, sejamos contemplados também com a chancela desse carimbo de doses específicas. À medida que o Brasil começar a produzir as nossas doses – como já foi anunciado tanto pela Fiocruz  como pela Butantan -, a gente possa ter o incremento do número total atingindo todo efetivo de policiais e servidores da segurança pública. Não existe uma prioridade na vacinação dos policiais? Os policiais que estão nas ruas não deveriam ser vacinados primeiro? Nós não temos uma diferenciação entre policial da rua e policial da administração. Os policiais da administração, na verdade, tiram o serviço nas ruas, concorrem à escala do batalhão virtual e ao serviço voluntário gratificado. O que nós temos é o quadro de policiais combatentes. Só que temos policiais combatentes que desempenham as funções administrativas, porque precisamos fazer a máquina administrativa funcionar, mas eles concorrem igualmente fazendo serviços nas ruas. Então, não podemos fazer essa distinção. Em um estudo recente, encomendado pelo comando, percebemos que o grau de contaminação dos policiais que estão no serviço administrativo, comparado aos policiais que estão na rua, é praticamente o mesmo. Isto prova que não podemos fazer essa distinção, até porque ela não existe mesmo. Qual o efetivo atual da corporação? Há previsão de novas convocações? O efetivo está em torno de 10,6 mil homens, contando com servidores na ativa e aqueles militares que são reconvocados da reserva. Temos em andamento um curso de formação de Praças. Eu entendo que o decreto do governador foi muito pertinente, de não interromper a nossa formação, mesmo com a pandemia. E o curso está sendo realizado com muita responsabilidade e com as precauções devidas. Há previsão de um novo chamamento, mas ainda precisamos da confirmação da rubrica orçamentária. Por causa da covid, precisamos ter cautela, porque essa rubrica do orçamento, apesar de ser nossa, também tem uma questão da execução orçamentária vinculada à Secretaria de Economia. Eu espero poder ingressar com novos cursos de formação – precisamos recompor os quadros. Esse déficit de pessoal não é apenas um déficit da PMDF, outros órgãos da segurança pública também vivem a mesma realidade. Precisamos nos adequar, buscar alternativas para podermos fazer a nossa missão, investir na capacitação, equipamentos e tecnologias, mudar as estratégias. E isso tem sido uma realidade. Temos acompanhado a redução do número de crimes, o aumento de apreensão de armas e de drogas – e quando se compara o efetivo da polícia de 40 anos atrás com o efetivo que temos hoje e o tamanho da população de Brasília, é incrível. Na década de 80, nós tínhamos cerca de 1,3 milhão de pessoas em Brasília. Hoje, em 2021, temos quase 3 milhões e 400 mil pessoas, com um efetivo que já girou até 17 mil e, hoje, gira em torno de 10 mil. Se o problema fosse somente o efetivo, teríamos um índice de criminalidade altíssimo. Mas, na verdade, não temos. É importantíssimo a recomposição do efetivo da polícia e vamos estar sempre trabalhando nesse sentido, em parceria com o governador, com a Secretaria de Economia para fazermos a recomposição, mas também temos que usar inteligência estratégica para cumprirmos a nossa missão e é exatamente o que estamos fazendo. Com relação à formação e qualificação da tropa, há algo que o senhor acredita que precisa ser melhorado? Dentro da grade curricular de formação do nosso curso de formação já tem toda uma análise técnica para que o currículo seja voltado para aquilo que é a necessidade de formação do policial. O fato de ser exigido o curso superior para a entrada do policial aumenta a expertise e a qualidade técnica do nosso policial. Além da grade curricular, ainda temos um Centro de Treinamento e Especialização (CTEsp), que funciona dentro do nosso departamento de Ensino e Cultura. O centro tem como prioridade a missão de ser responsável pela especialização e pelo aperfeiçoamento da questão técnica do nosso policial, com cursos voltados à área operacional e que fazem com que nossos policiais tenham, sim, melhoras com relação à formação e à capacidade técnica – e isso é uma das prioridades. O nosso investimento tem que ser no homem, na visão geral do homem – psicológica, física e profissional. Por trás da farda, tem um ser humano, tem um homem. Temos que investir nele, porque é ele que faz a máquina rodar e o serviço acontecer. [Olho texto=”“Eu entendo que a integração, além de fazer com que as forças trabalhem juntas, essa maneira de atuar conjuntamente suplanta alguma pequena dificuldade que possamos ter, aproveitando justamente a expertise de outra força, do outro órgão”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] A PMDF assume diversas funções na sociedade: do patrulhamento ostensivo nas ruas às ações solidárias com aulas de artes marciais para crianças em vulnerabilidade social. Agora, a PMDF está dando um suporte e tanto para o cumprimento das medidas restritivas do covid-19. Como o senhor definiria o papel da corporação? Em primeiro lugar, temos que primar sobre o que é o nosso dever, que está na legislação. No artigo 144 da Constituição Federal, onde está definida a missão da Polícia Militar: manutenção da ordem pública, a segurança como prioridade. A atividade-fim da PMDF é essa e, aliada a isso, desenvolvemos outras ações. Quando falamos de atividade-fim, estamos falando de policiamento ostensivo, segurança pública, ordem pública – as questões que envolvem a nossa missão constitucional, mas fazemos também o apoio… Hoje, com a covid-19, temos ações diárias de apoio à fiscalização de toda legislação e restrições, que os decretos do governador nos impõem. Na verdade, até saímos um pouco da atividade-fim para fazer o apoio aos órgãos, como o DF Legal, fiscalizações de maneira geral. Com relação às ações sociais, temos projetos dentro do nosso Centro de Políticas Públicas da Polícia Militar, como o Provid, que é um programa com 100% de aproveitamento, ou seja, das vítimas de violência acompanhadas por nossos policiais – desde que o programa foi instituído – nenhuma delas morreu. Temos o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência) que já é consolidado. Um programa de educação e repressão às drogas, que é desenvolvido pelo comando do Policiamento Escolar, pelo coronel Júlio César. Também temos inúmeros projetos vinculados à Secretaria de Segurança, que nós contribuímos de maneira muito significativa, como esse que foi criado agora, o DF Mais Seguro, a Mulher mais Segura – que monitora a vítima de violência e faz o monitoramento casado do autor da agressão. Qual é o crime mais comum hoje no DF? Como a PMDF trabalha para reprimir ou prevenir esse crime? Vou usar a experiência na Secretaria de Segurança para falar mais sobre os crimes que monitoramos. São dois grupos de crimes bem específicos: o CVLIs, os crimes violentos letais intencionais, que são todos aqueles cujos resultados finais é a morte. Ou seja, homicídio, feminicídio e latrocínio – que é um crime contra o patrimônio, mas que tem o resultado morte. Esse é um grupo de crimes que é acompanhado com um monitoramento muito de perto, diariamente, porque é importante para sabermos como está a evolução. O outro grupo é os CCPs que são os crimes contra o patrimônio e englobam furto, roubos – a coletivos, a residências e a veículos. É outro grupo que monitoramos mais de perto. No monitoramento desses dois grupos, temos alcançado um sucesso muito grande. No mês de março (passado), tivemos 12 homicídios no DF. Quando comparamos esse número com o de março de 2020, verificamos que tivemos menos 30 homicídios. É muito difícil associar isso somente com a pandemia. Eu acho que foi feito muito trabalho. Ações foram feitas, programas foram estabelecidos. Perto do meio do ano passado começamos a operação Vita Salud. Incrementamos as ações que passaram a acontecer de maneira muito forte em parceria com os outros órgãos – a Polícia Militar atuando em todas as regiões administrativas do DF. Trinta homicídios a menos são 30 vidas que foram salvas, quando comparamos com o ano anterior. Quando vamos para o número absoluto, o número ainda é maior. Quando pegamos janeiro, fevereiro e março deste ano e do ano passado somados, a diminuição da criminalidade também é muito grande. Então, estamos no caminho certo, temos feito o nosso trabalho e vamos continuar nessa missão diária de servir e proteger. Como o senhor avalia o trabalho integrado com as outras forças de segurança? Eu vim da Subsecretaria de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública. Posso dizer, sem nenhum medo de errar, que não há um caminho melhor para as forças de segurança pública e para a sociedade – como o nosso cliente final – do que a integração. Eu entendo que a integração, além de fazer com que as forças trabalhem juntas, essa maneira de atuar conjuntamente suplanta alguma pequena dificuldade que possamos ter, aproveitando justamente a expertise de outra força, do outro órgão. Isso aumenta nossas potencialidades e, a gente pode prestar um serviço de mais qualidade, entregando mais segurança pública ao cidadão, serviços mais qualificados, mais elaborados. Não temos que ter protagonismo, temos que trabalhar unidos – ganha as forças individualmente e a sociedade do Distrito Federal como um todo. O que precisamos é de forças de segurança unidas, fortes e prestando um serviço de qualidade para o cidadão. A polícia na rua dá a sensação de segurança para a população – seja de carro, bicicleta, a pé ou a cavalo. O senhor planeja fortalecer isso na sua gestão? Temos desenvolvido muitas ações e sabemos que esse é um anseio natural da população. Muita gente associa a sensação de segurança pública em somente ver um policial por perto. Se perguntarmos o desejo do cidadão, ele quer um policial para ele, mas sabemos que não é assim que funciona. Temos que trabalhar com inteligência estratégica. Quando temos um efetivo maior, conseguimos distribuir o efetivo de uma forma mais dinâmica em mais localidades, nas mais diversas modalidades de policiamento que temos – seja a pé, motorizado, a cavalo. A estratégia de policiamento na Estrutural, por exemplo, pode ser diferente da estratégia de policiamento utilizada no Guará, por causa da configuração do terreno, do tipo mais comum de crime que acontece, das ocorrências que são recebidas. Características de cada ambiente vão imprimir àquele gestor da área que atua – o comandante do batalhão ou do policiamento do comando regional – se adequar a necessidade e a demanda que ele tem. Sejam os tipos de crime da área, seja da geografia da cidade, para o comandante o emprego do policiamento é de acordo com a necessidade que o local tem. As estratégias são mutáveis. A análise dos crimes, de tudo o que está acontecendo, é praticamente diária. Vamos modificando o planejamento e fazendo com que esse planejamento se adéque à finalidade, que é necessária para cada área, de cada setor. O senhor tomou posse uma semana depois do novo secretário de segurança, Júlio Danilo. O senhor já esteve com ele? Alguma novidade para a corporação? Nossa primeira reunião formal foi nesta quinta (8). Coloquei novamente a Polícia Militar à disposição e ouvi dele os desejos, as estratégias que ele espera da nossa gestão. Acredito que vamos fazer uma gestão de muito apoio – do secretário Júlio, do governador Ibaneis -, e isso nos dá uma tranquilidade para que possamos fazer um trabalho que está começando ainda. Precisa ajustar, alinhar e ter uma noção mais ampla de como a corporação está. Não vai ser feita nenhuma mudança brusca. Somos uma instituição organizada, temos planos diretores e planejamento estratégico. A ideia é seguir aquilo que a corporação, por sua vocação e por sua natureza, já vem fazendo. Se tiver que ser feito algum ajuste com relação ao foco da gestão, isso é feito com um ou outro ajuste pessoal, sempre pautado pelo norte que a corporação já tem.

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“As forças de segurança pública não pararam um minuto de trabalhar”

Júlio Danilo, 44 anos, novo secretário de Segurança Pública: “Considero o DF a melhor região para se viver no Brasil” | Foto: Acácio Pinheiro O GDF elaborou um plano de vacinação da segurança pública e a ideia é começar a vacinação das categorias a partir desta segunda-feira (5). Todos os servidores serão vacinados, com a prioridade para quem está na linha de frente. São cerca de 30 mil pessoas entre os policiais Militares e Civis, os militares do Corpo de Bombeiros e agentes do Detran, mas a Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF) pretende incluir na lista os policiais federais e rodoviários federais que atuam no DF, além dos agentes penitenciários. “As forças de segurança pública não pararam um minuto de trabalhar. Todos serão vacinados, mas a prioridade é para quem está na linha de frente, pessoas que podem ser contaminadas e transmitir a covid-19”, afirma o novo secretário de Segurança Pública do DF, o delegado da Polícia Federal Júlio Danilo. Em entrevista à Agência Brasília, ele detalhou um pouco o plano de vacinação das forças, coordenado pela SSP/DF. Segundo o secretário, cada corporação vai imunizar seu efetivo e, no caso da PMDF, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, o objetivo é aproveitar a estrutura de saúde das Policlínicas para armazenar as doses e vacinar os servidores. “Vamos fazer a divisão entre as forças de forma equânime e a Secretaria de Saúde vai distribuir entre as corporações”, diz. Jovem, aos 44 anos, Júlio Danilo se sente capacitado para ocupar o cargo e pretende dar continuidade ao trabalho executado por Anderson Torres à frente da pasta, que trouxe redução nos índices de criminalidade desde 2019. “A nossa meta é reduzir os índices cada vez mais e fazer com que o DF seja o local mais seguro para sua população”, afirma o carioca, que mora em Brasília desde os três anos e não pretende se mudar da capital. “ Em algumas oportunidades na minha vida profissional, trabalhei fora do DF, mas nunca deixei de manter minha residência aqui, mesmo na época da Bolívia. Considero o DF como a melhor região para se viver no Brasil, muito pela segurança. Brasília tem os menores índices de criminalidade do país”, diz. Leia a entrevista: O senhor era secretário executivo da secretaria na gestão de Anderson Torres. Muda algo na condução da pasta? A ideia é dar continuidade ao trabalho e aprimorar o que for possível. A gente tem um programa muito bom já estabelecido, que possui diversas ações e que mostram excelentes resultados. A ideia é continuar a integração das forças de segurança. Que programa é? É o DF Mais Seguro, que reúne projetos e ações de segurança pública voltados à prevenção e enfrentamento da criminalidade e atendimento à população, como o programa Mulher Mais Segura, a Cidade da Segurança Pública e a Operação Quinto Mandamento. O programa irá pautar a aplicação ainda mais adequada das políticas de segurança nos próximos dois anos com respostas cada vez mais diretas e objetivas para a sociedade. Como foi o combate à criminalidade durante a pandemia? A pandemia foi um grande desafio para as forças de segurança pública, que não pararam um minuto de trabalhar. E tiveram que se adaptar aos protocolos de segurança e ainda convivendo com o temor de uma possível contaminação. O que impactou numa melhora brusca dos números foi a possibilidade de empregarmos de forma mais efetiva as forças devido à suspensão de eventos, shows e feiras, que demandam o emprego de efetivo para o policiamento de perímetro e para dar segurança às pessoas. Essa força pôde ser direcionada diretamente ao enfrentamento do crime, tanto na prevenção quanto na repressão. E isso impactou na redução dos índices de criminalidade, tanto de crimes violentos, como de crimes contra o patrimônio. O senhor pode dar exemplos dessa redução? Em 2019, tivemos a menor taxa de homicídios dos últimos 35 anos. Em 2020, houve redução de 8,6% nos Crimes Violentos Letais Intencionais, que envolvem homicídios e feminicídios, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, a menor taxa em 41 anos. Isso significa 40 vidas salvas nesse período. Os crimes contra o patrimônio caíram quase 40%. Ou seja, mais de 30 mil roubos e furtos deixaram de acontecer. A gente teve um aumento da produtividade dos policiais, o aumento das prisões por tráfico de drogas, o aumento no número de apreensões de armas por exemplo.   A operação Toque de Recolher tem hoje 16 equipes atuando diariamente no Plano Piloto e nas regiões administrativas. É um trabalho integrado das forças de segurança com os órgãos de fiscalização do DF | Foto: Acácio Pinheiro O que tem sido feito para aumentar o efetivo policial do DF? Tem previsão para novos concursos? Desde 2019, foram aprovados quase 3 mil candidatos que ingressaram nas forças de segurança, sendo dois mil deles na Polícia Militar. Temos uma turma de 500 policiais militares que estão no curso de formação e devem estar nas ruas até o final deste primeiro semestre. No Corpo de Bombeiros, também há 355 alunos no curso de formação desde o final do ano passado e, nosso concurso para a Polícia Civil, infelizmente, está suspenso por questão da pandemia. A SSP/DF coordena a força tarefa do toque de recolher e, os policiais que atuam nela estão na linha de frente do combate à covid-19. Eles serão vacinados? O toque de recolher é um trabalho integrado das forças de segurança com os órgãos de fiscalização. Temos 16 equipes atuando no DF em conjunto, divididos pelo Plano Piloto e regiões administrativas, e todas elas contam com agentes das forças policiais. Por determinação do governador Ibaneis Rocha, já foi elaborado um plano de vacinação das forças de segurança. Cada força já dividiu o seu efetivo para que se priorize aqueles servidores que estão na linha de frente, as pessoas com maior idade e com algum tipo de comorbidade. Para que, assim que sejam disponibilizadas novas doses, a gente possa iniciar a imunização das forças de segurança. Que, como eu disse, não pararam nenhum minuto. De quantas pessoas estamos falando? Mais de 21 mil pessoas entre os integrantes das forças de segurança do DF, a Polícia Militar, a Civil, o Corpo de Bombeiros e o Detran. Queremos incluir os agentes penitenciários, os policiais rodoviários e policiais federais que atuam no DF. São cerca de 30 mil pessoas, sendo que cabe ressaltar que terá prioridade quem está na linha de frente, pessoas que podem ser contaminadas e transmitir a covid-19. Já tem data de quando a vacinação deve começar? Vacinar as forças de segurança é um compromisso do governador. O compromisso dele é que, assim que haja disponibilidade de vacinas, e mantendo o cronograma de vacinação dos idosos e dos profissionais da área de saúde, a gente dê início a vacinação das forças de segurança. Será iniciada nesta segunda-feira (5), de forma escalonada como vem acontecendo na área de saúde e com os idosos. E como os policiais vão comprovar que estão na linha de frente? O plano de vacinação das forças tem essa relação. A intenção é que a Secretaria de Segurança seja avisada da disponibilização das vacinas, mas elas não serão entregues aqui. Vamos fazer a divisão entre as forças de forma equânime e a Secretaria de Saúde vai distribuir entre as corporações. Então cada corporação vai cuidar da imunização de seu efetivo? Sim, cada instituição tem seu plano de vacinação. Porque o Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil e Militar possuem Policlínicas, têm nos seus quadros médicos, e a ideia é aproveitar essa estrutura para a imunização. Vamos montar um esquema especial para o Detran e a Secretaria de Segurança. As pessoas serão vacinadas seguindo a relação de prioridades. A gente vai disponibilizar, a força recebe e aplica as vacinas. Cada força vai imunizar seus policiais de acordo com seu plano interno. Só lembrando que isso depende de as vacinas estarem disponíveis. O toque de recolher trouxe algum impacto no índice de criminalidade? A gente não tem esse estudo do impacto direto do toque de recolher nos índices de criminalidade. O DF experimentou pela primeira vez na história um toque de recolher, em que você acaba com a circulação de pessoas no período noturno, o que pode gerar uma diminuição da criminalidade. Existe uma sensação de que reduziu sim, já as pessoas não estão nas ruas. Desde o início da pandemia a gente vem sentindo que o índice de criminalidade está reduzindo, mas não havia toque de recolher no ano passado. Em 2020, o crime de feminicídio teve redução de 46,8% no DF. Quais são as ações da SSP para evitar/investigar esses crimes? Foram 32 vítimas em 2019, 14 a menos em 2020. Durante o período de pandemia, no ano passado (março a dezembro), a redução dos casos foi ainda maior, de 57%, comparado ao mesmo período de 2019. Essa redução se deve às ações de prevenção e repressão a esse tipo de crime. O feminicídio é um crime difícil para a gente poder atuar. É difícil prevenir porque na maior parte dos casos o agressor está muito próximo, o crime acontece num ambiente fechado. Foi lançado de forma simbólica agora nesse mês da mulher o programa Mulher Mais Segura, que é a concretização de várias ações que temos. Temos o projeto “Meta a Colher”, por exemplo, que vai contra aquele ditado de que, em briga de marido e mulher, não se mete a colher. De forma alguma, queremos incentivar que as pessoas denunciem, não só a mulher que é vítima da agressão doméstica, mas também familiares e vizinhos. Tem o trabalho da Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios. Nós estudamos todos os feminicídios desde a sua ocorrência até a sentença no Judiciário para entender o fenômeno e, a partir daí, desenvolver políticas públicas voltadas a essa prevenção. Além disso, as forças de segurança possuem trabalhos específicos voltados a essa prevenção como o Provic da Polícia Militar. O trabalho da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), da Polícia Civil, com a possibilidade do registro de ocorrência pela internet, assim como a solicitação de medida protetiva também pela Maria da Penha On-Line. Os feminicídios reduziram, mas as denúncias de violência doméstica aumentaram… O aumento não foi nos casos, mas nas denúncias. Devido à pandemia, meios eletrônicos para o registro de ocorrência foram disponibilizados. Com isso, a gente incentivou que houvesse um registro da ocorrência e isso faz parte da campanha “Meta a Colher”. Muitas vezes a denúncia entra por um canal, o 190 por exemplo, e também chega na delegacia, às vezes mais de uma pessoa liga e a denúncia entra de forma duplicada. [Olho texto=”“A nossa meta é reduzir os índices cada vez mais e fazer com que o DF seja o local mais seguro para sua população. Trabalhamos com integração das forças de segurança que, de forma incansável, vêm se desdobrando para fazer um bom trabalho. Os números do ano passado já são excepcionais, conseguir reduzir ainda mais esse ano vai ser uma vitória, mas trabalhamos para isso”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] Já tem um índice de criminalidade do primeiro bimestre de 2021? Continuamos na tendência de redução, mesmo comparando com 2019, que foi um ano histórico. Nos dois primeiros meses do ano, os crimes violentos tiveram queda de 14,1% na comparação com o mesmo período de 2020. Isso representa 12 vidas preservadas. Logo de manhã, a gente está acompanhando os números. A gente faz um controle diário da evolução desses crimes para que a gente possa fazer algo a tempo de tentar conter algum tipo de distúrbio que tenha em alguma região ou de algum crime específico. Trabalhamos sempre com planejamento, estipulação de metas, monitoramento e avaliação de resultado. Tudo o que fazemos é com base em estudo e estratégia. Esse mês estamos com números muito positivos, vamos divulgá-los em breve. A Secretaria tem perspectivas para esse ano? A nossa meta é reduzir os índices cada vez mais e fazer com que o DF seja o local mais seguro para sua população. Trabalhamos com integração das forças de segurança que, de forma incansável, vêm se desdobrando para fazer um bom trabalho. Os números do ano passado já são excepcionais, conseguir reduzir ainda mais esse ano vai ser uma vitória, mas trabalhamos para isso. Também pretendemos fazer mais edições do programa Cidade da Segurança Pública, que foi realizado em Planaltina no final do ano passado e os números foram ótimos. A gente vai até aquela região administrativa e conhece a fundo a situação da segurança pública dali. Passamos quatro dias em cada cidade, temos contato direto com as forças de segurança que atuam nos locais, fazemos reuniões com o Judiciário e com o Ministério Público, vamos a cada unidade policial, fazemos operações e levamos serviços. O senhor é um dos secretários mais jovens, senão o mais jovem, do GDF… Tenho 44 anos, sou um mês mais novo que o delegado Anderson Torres. Mas a idade não quer dizer falta de experiência. Tenho 19 anos na Polícia Federal, sou servidor público há 22 anos e tenho experiência fora do país. Na Polícia Federal tive a oportunidade de trabalhar em vários cenários e pude ocupar diversas funções que me deram bastante experiência. Durante esse período, eu tive a oportunidade de trabalhar como chefe do Setor de Investigação de Desvio de Substâncias Químicas para a Produção de Drogas; fui chefe da Divisão de Repressão a Entorpecentes, da Coordenação de Repressão a Crimes Violentos; e coordenador-geral substituto de Repressão ao Tráfico de Drogas e Organizações Criminosas. Vivi três anos e meio na Bolívia, fui adido policial e tive a oportunidade de atuar na fronteira especificamente trabalhando contra o tráfico de drogas e de armas. Me considero, de forma muito humilde, capacitado para ocupar essa função. Como delegado da Polícia Federal, o senhor já trabalhou e conhece muitos estados do Brasil. Por que morar em Brasília? Nasci no Rio de Janeiro e vim para Brasília aos 3 anos quando meu pai, militar da Marinha, foi transferido. Desde então sou morador do DF. Em algumas oportunidades na minha vida profissional, trabalhei fora do DF, mas nunca deixei de manter minha residência aqui, mesmo na época da Bolívia. Considero o DF como a melhor região para se viver no Brasil, muito pela segurança. Brasília tem os menores índices de criminalidade do Brasil.

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Entrevista de emprego é momento crucial na busca por trabalho

Candidatos precisam ser preparar para para preencher postos disponíveis em tempo de alta taxa de desemprego | Foto: Divulgação/ Secretaria do Trabalho O mundo convive com a pandemia do coronavírus há um ano, e também com todas as consequências causadas por ela. Uma delas foi o desemprego, que infelizmente atingiu diversas pessoas no Distrito Federal. De acordo com a Pesquisa Emprego e Desemprego no DF, produzida pela Companhia de Planejamento (Codeplan), a taxa de desemprego total foi de 18,1% em janeiro. [Numeralha titulo_grande=”3.176″ texto=”Total de vagas captadas pelas agências do trabalhador em 2021″ esquerda_direita_centro=”direita”] Nos dois primeiros meses de 2021, as Agências do Trabalhador captaram 3.176 vagas de emprego, para as quais foram encaminhadas 5.727 candidatos. No entanto, segundo a Secretaria de Trabalho, o número de pessoas colocadas para estas oportunidades foi baixo, mostrando que há uma necessidade de saber como se colocar ou se recolocar no mercado de trabalho. Pensando nisso, a Agência Brasília traz para você dicas de como se preparar bem para uma entrevista de emprego, momento crucial na busca por trabalho. O analista de políticas públicas e gestão governamental da Secretaria de Trabalho, Marcos Barbosa, explica qual a melhor maneira de preparar seu currículo, como se portar durante a entrevista, entre outras estratégias. [Olho texto=”O currículo tem que ser personalizado para cada vaga de emprego” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Confira as dicas logo abaixo. Elaborando o currículo A primeira coisa a se fazer é melhorar o currículo com qualificação, portanto é importante fazer cursos dentro da área, pois um currículo fraco gera dificuldade na hora de buscar emprego. Segunda coisa: currículo não é panfleto. É um erro escrever um modelo, tirar cópias e sair distribuindo nas empresas. O currículo tem que ser personalizado para cada vaga de emprego. Além disso, trazer um pequeno histórico da empresa, saber qual a sua missão, é um grande diferencial. Para o recrutador, isso mostra que a pessoa se deu ao trabalho de conhecer a empresa, e já define que é um candidato diferenciado. Horário combinado É importante chegar com antecedência à entrevista de emprego, pelo menos 30 minutos antes. Assim, a pessoa já vai conhecendo o ambiente, se climatizando, conhecendo como funciona a empresa e, principalmente, diminuindo um pouco do stress que esses momentos podem gerar. Vestuário adequado Para saber qual roupa vestir é importante que você conheça a empresa. As pessoas sempre pensam em um estilo social, mas existem empresas que não demandam necessariamente esse tipo de roupa. Por isso, é muito importante conhecer o perfil da empresa, o que ela deseja, qual tipo de consumidor ela atende. Comportamento ideal Vá com a certeza de que o emprego é seu. Demonstre confiança, que você deseja o emprego, porém sem deixar transparecer que está precisando. Seja verdadeiro sobre aquilo que você tem e conhece. Se for indagado sobre algo que não conhece, diga que não sabe. Muitos instrutores também perguntam sobre um defeito e uma virtude. O que ele quer nesse momento é saber se a pessoa reconhece que tem defeitos e se está trabalhando para corrigi-los. Sempre é bom lembrar que o recrutador não está ali para te descartar da vaga, ele está ali para te auxiliar. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Depois da entrevista Siga as instruções do pós-entrevista. Lembre se disserem se vão ligar, se é para comparecer tal dia na empresa, checar o e-mail. Entrar em contato com o recrutador e perguntar, de forma educada, onde foi que errou na entrevista para que não seja cometida a falha novamente. Pegar o feedback é muito importante, assim como se colocar à disposição para uma nova entrevista. Isso demonstra personalidade e maturidade suficiente para aceitar uma negativa e se auto corrigir.

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Como orientar a população em situação de rua

Já parou para pensar que, quando você faz uma doação, estimula aquela pessoa a seguir pedindo na rua? A secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, destacou justamente essa questão durante entrevista ao programa Gente Cidade, da Bandnews FM, nesta quarta-feira (3). [Olho texto=”“O mais importante é que a sociedade leve informações a esse público” ” assinatura=”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”direita”] “A doação é a maneira mais rápida e fácil de ficar com a consequência tranquila, mas deixa o dever como cidadão em segundo plano”, analisa Mayara. Segundo a gestora, a doação para instituições sociais sérias – algumas são parceiras do GDF e podem ser encontradas no site da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) – ou durante campanhas governamentais é a maneira mais correta. Além disso, saber orientar a pessoa a buscar os meios socioassistenciais é fundamental. Entre esses recursos, destacou a secretária, estão os dois centros Pop (Plano Piloto e Taguatinga), que ampliaram o horário de funcionamento. As unidades passam a atender de domingo a segunda-feira, das 7h às 18h, inclusive em feriados e pontos facultativos. “O mais importante é que a sociedade leve essa e outras informações a esse público”, pontua Mayara. Política socioassistencial Tanto na unidade da QNF 24 A/E nº 02 Módulo A, em Taguatinga, quanto da na SGAS 903, Conjunto C, do Plano Piloto, os frequentadores podem fazer refeições e lanches ao longo do dia. Além disso, nesses lugares, a equipe de especialistas analisa cada caso com o objetivo da ampla inserção desses cidadãos na política socioassistencial. A titular da Sedes lembra que é preciso orientar a população em situação de rua sobre o funcionamento dos 14 restaurantes comunitários do DF, que fornecem alimentação saudável, de qualidade e gratuita para quem não tem onde morar. Por questões de segurança e higiene, esses equipamentos estão restritos à venda de marmitas, das 11h às 14h, não sendo permitida a permanência nos refeitórios. Outra informação é que o Alojamento Provisório de Ceilândia prorrogou contrato e segue em funcionamento para mais três meses. Os encaminhamentos podem ser feitos pelos números 3773-7566 ou 3773-7612.  O DF tem uma população de cerca de 2,2 mil pessoas em situação de rua. De acordo com a gestora, a pasta recebe muitas demandas para retirada compulsória delas das vias públicas. “Primeiro, vale deixar claro que a Sedes não faz isso”, enfatiza. [Numeralha titulo_grande=”2,2 mil ” texto=”pessoas vivem em situação de rua no DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “Se o cidadão estiver em situação de drogadição ou de criminalidade, existem políticas públicas de saúde e de segurança para esses tipos de intervenções”, explica. “Se ele apenas está lá sem oferecer risco a si e à comunidade, o Estado vai oferecer acolhimento, mas ele tem o direito de recusar.” Atendimento Os atendimentos dos serviços das 27 unidades do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) continuam disponível, sendo realizados sem filas graças ao modelo de agendamento on-line que permite marcar as visitas com segurança para servidores e usuários. Tudo é feito com hora marcada, e cada assistente social recebe um beneficiário de cada vez, em uma sala equipada com proteção de acrílico entre o atendente e o usuário. O cidadão precisa ligar para ao telefone 156 ou acessar o site da Sedes e solicitar o agendamento. Outras unidades de assistência, como as 11 do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) e as demais 43 voltadas ao acolhimento institucional, seguem normalmente, com encaminhamento prévio feito pelo Cras. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”centro”] *Com informações da Sedes

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‘O sentimento comum é que sempre se pode fazer um pouco mais’

Uma carta diversificada de serviços à população. Um órgão admirado e que tem um carinho diferenciado do cidadão. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), além de suas atribuições rotineiras, tem contribuído na linha de frente para combater o coronavírus. Nos últimos 11 meses, a corporação tem ajudado no acolhimento de infectados de alto risco, promovendo apresentações musicais ao ar livre para aliviar a pressão do distanciamento social e reforçando campanhas de doação de leite materno, cujo resultado já rendeu ao DF um recorde: cerca de 18 mil litros doados a recém-nascidos prematuros e com dificuldades no processo de amamentação. Os militares seguem ajudando em outras frentes. Além dos atendimentos rotineiros de socorro, o efetivo está escalado para orientar a população na prevenção contra a Covid-19 e outras doenças, como a dengue. Em 2020, eles estiveram em 12 regiões carentes, distribuíram 30 mil máscaras de tecido e ainda reforçaram os cuidados com a chegada das chuvas – período em que aumenta a incidência do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Quem conta um pouco sobre essas ações dos bombeiros militares é a comandante do Centro de Comunicação Social do CBMDF, tenente-coronel Daniela Ferreira. Em entrevista à Agência Brasília, ela detalha o esforço das equipes e fala sobre alguns projetos desenvolvidos pelo órgão, que conta hoje com um efetivo de 5.900 militares. Abaixo, acompanhe os principais trechos da conversa.  Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Como o Corpo de Bombeiros está ajudando no enfrentamento à Covid-19? O projeto CBMDF em Ação Operacional está em destaque. Trata-se de uma equipe que vai até as comunidades mais carentes, em um trabalho preventivo. Fazemos a distribuição de máscaras de proteção e de panfletos educativos sobre a proliferação do vírus. Já estivemos em 12 localidades e distribuímos 30 mil máscaras até o momento. Vila Telebrasília, Comunidade Monjolo em Planaltina, Engenho das Lajes e Fercal são algumas já visitadas. E o nosso cuidado não é só com o coronavírus. O DF tem apresentado números expressivos de pessoas atingidas pela dengue e chikungunya. É um trabalho planejado. Nossa tropa se reúne antes com líderes comunitários, e pedimos auxílio na distribuição dos panfletos, na identificação dos locais com grande fluxo de pessoas. Temos o apoio dos administradores também. A cada visita, levamos um efetivo de mais ou menos 45 militares e até 11 viaturas. Outro ponto importante: contamos com oito viaturas exclusivas para o transporte de pacientes suspeitos de terem contraído o coronavírus para os hospitais. Qualquer um pode solicitar o serviço pelo telefone 193. [Olho texto=”“Contamos com oito viaturas exclusivas para o transporte de pacientes suspeitos de terem contraído o coronavírus para os hospitais. Qualquer um pode solicitar o serviço pelo telefone 193”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] Como é o trabalho de combate à dengue e outras arboviroses (doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, zika vírus, febre chikungunya e febre amarela)? Nossas viaturas veiculam, em alto-falantes, mensagens de prevenção contra dengue, zika e chikungunya. São alertas de 30 segundos com dicas para não deixar acumular água em vasilhas, tapar caixas d’água, além de cuidar da limpeza das calhas e das vasilhas dos seus animais. Vamos sempre nos horários de maior fluxo nas cidades, entre as 14h e as 16h. Além disso, temos equipes visitando diariamente as residências em busca de focos do mosquito Aedes aegypti. São visitas de orientação aos moradores e monitoramentos das áreas com drones. Os bombeiros fazem um sobrevoo com o drone identificando piscinas abandonadas e empoçamento dentro de algumas residências. Dessa forma, os agentes vão com precisão para os locais com possíveis focos. É um trabalho coordenado com a Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde. Há uma escala específica para a Operação Dengue, em que temos 35 militares escalados para visitas às residências. Já passamos por todas as 33 regiões administrativas e agora estamos revisitando as cidades. Neste período de chuvas intensas, o CBMDF tem assumido um papel importante no atendimento à população em situação de risco, seja perante queda de árvores, alagamentos ou acidentes de trânsito. Como a corporação trabalha essa questão da prevenção para esses casos? Temos uma operação deflagrada anualmente, que é a Período Chuvoso. Ela é planejada com uma antecedência de no mínimo quatro meses. É uma época em que preparamos tudo. Os militares são escalados, e, com equipamentos como as motosserras já disponíveis e viaturas prontas a serem usadas em resgates, fazemos treinamentos de corte de árvores de grande porte. Além de atuarmos nos alagamentos, orientamos a população que mora próximo aos córregos, para evitar incidentes. Quais os incidentes mais comuns? O mais comum é a queda de árvores, principalmente no Plano Piloto, onde temos árvores muito antigas; e a questão dos alagamentos em pontos bastante específicos, onde o escoamento da água é mais difícil. Com as constantes quedas de energia, também registramos vítimas presas em elevador e somos chamados a atender. Sem contar as colisões de veículos, em virtude do asfalto molhado e, às vezes, escorregadio. As demandas advindas das fortes chuvas são intensas e se somam às demandas rotineiras de socorro a pessoas em situação de risco de morte, etc. Há alguns meses, o CBMDF passou a investir no recolhimento de lixo eletrônico e reciclagem. Como se deu esse engajamento? [Olho texto=”“Com o início das aulas remotas na rede pública, o Corpo de Bombeiros passou a receber muitas cartas e e-mails de crianças que não possuíam o equipamento para acessar os estudos”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Com o início das aulas remotas na rede pública, o Corpo de Bombeiros passou a receber muitas cartas e e-mails de crianças que não possuíam o equipamento para acessar os estudos. O 8º Grupamento de Bombeiro Militar, em Ceilândia, quando ainda era comandado pelo tenente-coronel Eloísio Ferreira, começou então uma campanha de recolhimento de celulares e notebooks em desuso dos próprios militares. O tenente, que é técnico em eletrônica, e outros colegas iniciaram o recondicionamento do material para doar àquelas crianças mais carentes e sem condições de adquirir os equipamentos. Foi um sucesso. A rede de escolas La Salle nos contatou, oferecendo mão de obra para ajudar a recuperar esses equipamentos. Isso aumentou a tal ponto que hoje temos o projeto de coleta de lixo eletrônico. Os equipamentos são reaproveitados e entregues diretamente às regionais de ensino para uso dos alunos nas aulas a distância. A banda do CBMDF conquistou toda a população do DF. A música, que faz tanto bem em tempos de comemoração, foi usada como acalanto na pandemia. A senhora pode contar um pouco dos resultados das apresentações da banda pelas ruas da cidade quando a ordem era que todos ficassem em casa? [Numeralha titulo_grande=”28 toneladas” texto=”de alimentos foram arrecadadas em 2020 pelo CBMDF” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Tudo começou nos primeiros dias da pandemia, ainda em março de 2020. Um momento de muita desinformação, de dúvidas sobre essa nova doença que acabava de estourar. A tropa ficou muito alarmada, por estar exposta a um vírus que ninguém conhecia e que fazia vítimas por todo o mundo. Tivemos a ideia de criar o [projeto] Música até Você, com a Banda do CBMDF visitando os quartéis, levando música e descontração para o ambiente de trabalho. De uma hora para a outra, surgiu o convite da Associação dos Síndicos de Águas Claras para levar a banda para os condomínios, para que tocasse na área de lazer e os moradores pudessem acompanhar das janelas de seus apartamentos. Em contrapartida, os moradores faziam a doação de alimentos. O resultado foi maravilhoso: mais de 200 apresentações em toda a capital ao longo de 2020 e cerca de 28 toneladas de alimentos arrecadados. Foi tudo encaminhado à Secretaria de Desenvolvimento Social [Sedes] para destinar às entidades cadastradas. O grupo continuou a visitar os quartéis para levar conforto aos militares. A banda se apresentou também, duas vezes, no Hospital de Campanha Mané Garrincha. Eles [os músicos] relataram o quão importante foi não só elevar a paz de espírito da população, mas poder levar o pão à mesa de muitos brasilienses. A temporada de 2021 já foi iniciada. Temos 30 apresentações agendadas para as próximas semanas. Tudo respeitando os protocolos de segurança e distanciamento social. O CBMDF também ajuda no trabalho de envolvimento das doadoras de leite materno e recolhimento das doações. Durante a pandemia, essas atividades são mais difíceis? [Olho texto=”“É na dificuldade que temos de encontrar forças para seguir”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] É na dificuldade que temos de encontrar forças para seguir. É fato que os bancos de leite tiveram uma grande baixa. As pessoas, com o medo de contaminação pelo coronavírus, deixaram de levar o leite aos postos de coleta. E muitos não queriam o contato pessoal em suas casas. Mas fizemos um “trabalho de formiguinha” e recolhemos 17.976 litros de leite doados pelas mães – o que representa um aumento de 5,7% em relação a 2019. Agora, o Programa Aleitamento Materno bateu recordes, e estamos muito felizes com o resultado. [Numeralha titulo_grande=”17.976 litros” texto=”de leite maternos foram doados em 2020, 5,7% a mais que em 2019″ esquerda_direita_centro=”centro”] E como as mães podem doar o leite? Elas podem entrar em contato pelo telefone 160, opção 4, agendar um horário e dois servidores passam para buscar na residência. E não é só buscar. No primeiro contato, a doadora recebe todas as orientações sobre a assepsia dos potes, como fazer a higienização correta do seio e como conservar o leite. São equipes treinadas, composta por mulheres, e que também auxiliam a mãe a retirar o leite no local. A militar recolhe os potes e entrega novos recipientes para a coleta. Tudo em segurança! Como a corporação consegue executar tantas ações, além do trabalho rotineiro? É um trabalho intenso, que envolve, é claro, a prevenção e o combate a incêndios e o socorro e salvamento. Temos orgulho de contar com uma tropa tão dedicada e que se divide para atender a população. Todos os dias, saímos de casa correndo o risco de não voltar. O que nos motiva é o amor pelo que fazemos; é olhar para o próximo e, muitas vezes, adivinhar o que ele está precisando. Isso é do perfil do bombeiro militar. A entrega é grande. Até o nosso último dia na corporação, fazemos o serviço operacional. Mas o sentimento comum no CBMDF é que sempre se pode fazer um pouco mais. A partir daí, é aí que a cada ano surgem novos projetos, sempre pensando no bem-estar das pessoas. [Olho texto=”“Todos os dias, saímos de casa correndo o risco de não voltar. O que nos motiva é o amor pelo que fazemos; é olhar para o próximo e, muitas vezes, adivinhar o que ele está precisando”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”]

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 ‘Conseguimos unir ainda mais as forças de segurança’

Foto: Divulgação/SSP Em entrevista à Agência Brasília, o secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, discorre sobre a metodologia de trabalho praticada em sua pasta para combater a criminalidade no DF. Os índices têm se revelado positivos – só em 2020, foi registrada a menor taxa de homicídios dos últimos 41 anos. Ainda no ano passado, também foi constatada uma redução de 8,6% nos chamados CVLIs – crimes violentos letais intencionais –, indicador que exibe a menor taxa em mais de duas décadas. Para o secretário, o trabalho conjunto das forças de segurança do DF é o responsável pela diminuição desses índices – o que sinaliza o compromisso da atual gestão do GDF com a segurança de toda a população. Anderson Torres destaca, entre outras iniciativas, o programa DF Mais Seguro, que reúne projetos fundamentais para a sociedade. “Vamos trabalhar de forma cada vez mais específica nas regiões, quadras, ruas, becos e vielas”, garante o secretário. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista. A que o senhor atribui as reduções expressivas de criminalidade este ano no Distrito Federal? Na SSP [Secretaria de Segurança Pública], trabalhamos sempre com planejamento, estipulação de metas, monitoramento e avaliação de resultado. Tudo o que fazemos é com base em estudo e estratégia. Superamos a marca de 2019 e tivemos a menor taxa de homicídios dos últimos 41 anos. Houve redução de 8,6% nos crimes violentos letais intencionais (CVLIs), a menor taxa em 21 anos. Isso significa 40 vidas salvas ano passado.  Os crimes contra o patrimônio, principais responsáveis pela sensação de insegurança, caíram quase 40%. Ou seja, mais de 30 mil roubos e furtos deixaram de acontecer. Apesar do aumento da população e da redução do efetivo, conseguimos unir ainda mais as forças de segurança em ações conjuntas com outros órgãos. Cabe destacar o excelente trabalho realizado pelos profissionais de segurança pública do DF. Sem o empenho e profissionalismo de cada um, não teríamos chegado a esse resultado. Se houvesse uma palavra para resumir nosso trabalho, eu diria “integração”. Aliado a tecnologia e inteligência, trabalhar de forma integrada vem sendo nosso grande diferencial desde 2019.  A redução desses índices significa mais qualidade de vida para a população e está em consonância com a orientação do governador Ibaneis Rocha, que é transformar o DF em um local cada vez mais seguro. Quais são os principais projetos para que esses números continuem em queda? Continuar garantindo mais segurança e qualidade de vida para a população. Vamos trabalhar de forma cada vez mais específica nas regiões, quadras, ruas, becos e vielas. Para isso, iniciamos no ano passado o programa DF Mais Seguro, que agrupa diversos projetos importantes com respostas cada vez mais diretas e objetivas para a sociedade. Um deles é o Cidade da Segurança Pública, iniciado no final do ano passado em Planaltina. Foi uma oportunidade nos aproximarmos e conhecermos, de perto, as necessidades da comunidade e os anseios dos agentes de segurança pública que atuam na linha de frente nessas regiões. Assim, podemos desenvolver políticas de segurança públicas mais precisas. [Olho texto=”“Vamos trabalhar de forma cada vez mais específica nas regiões, quadras, ruas, becos e vielas”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] Diferentemente da média do país, o DF obteve reduções expressivas nos feminicídios. Quais foram as medidas que contribuíram para isso? A redução desses casos, ano passado, foi grande, de quase 50%. Isso mostra que as estratégias de prevenção têm surtido efeito e são essenciais nesse processo. Vamos continuar estudando a dinâmica desses crimes, fortalecendo os canais de denúncia e capacitando os profissionais de segurança pública nas políticas de enfrentamento à violência doméstica e familiar com base na Lei Maria da Penha e outras temáticas. Os feminicídios passaram a ser prioridade na minha gestão, e, com o cenário de pandemia, ampliamos os canais de denúncia e o atendimento a essas vítimas. Inauguramos uma nova Delegacia de Atendimento à Mulher [Deam], abrimos a possibilidade de registros on-line e aumentamos as visitas do programa de Prevenção Orientada à Violência Doméstica [Provid], da Polícia Militar, que realizou, em todo o ano passado, mais de 13 mil visitas a vítimas de violência doméstica. [Numeralha titulo_grande=”50%” texto=”percentual médio de redução dos feminicídios, em 2020″ esquerda_direita_centro=”centro”] Como está o DF em relação a outras unidades da Federação na questão da segurança pública? Ano passado, o Distrito Federal foi destaque entre as unidades da Federação, de acordo com instituições independentes e imprensa. No primeiro semestre de 2020, fomos a unidade da Federação com o menor número de homicídios de mulheres, de acordo com o Monitor da Violência – parceria do G1, USP e Fórum Brasileiro da Segurança Pública. Nesse mesmo período, atingimos a terceira menor taxa de homicídios, de acordo com o Atlas da Violência, do Fórum Brasileiro da Segurança Pública. No Ranking da Competitividade dos Estados, o pilar segurança pública subiu três posições e colocou o DF como terceiro lugar geral no Brasil. Cabe ressaltar, ainda, que fomos destaque nacional na elucidação de crimes violentos contra a vida. Identificar e prender autores foi muito importante para a redução das vítimas de crimes contra a vida no DF. Ano passado, houve uma redução expressiva nos índices criminais. Como será o desafio de superar 2020? O desafio será maior, com certeza. Ano passado, tínhamos como meta superar o recorde histórico da menor taxa de homicídio dos últimos 35 anos. Superamos e temos agora a menor taxa em 41 anos. As chaves para esse ano são planejamento, integração e tecnologia. Temos o programa DF Mais Seguro, composto pelos projetos Cidade da Segurança Pública, Área de Segurança Integrada, o Videomonitoramento e o Atendimento de Emergência. Ele vai nortear nossas ações pelos próximos dois anos. Vamos aperfeiçoar ainda mais nossos mecanismos de gestão, tornando-os cada vez mais eficientes. Tenho certeza que essas ações vão refletir não só nos números, mas na qualidade de vida da população do DF, que é nosso principal objetivo. O senhor acha que a pandemia pode ter interferido na redução dos crimes este ano? Não há nenhum estudo conclusivo sobre o assunto. Desde 2019, até os três primeiros meses de 2020, a maior parte dos crimes já estava em queda. Além disso, a criminalidade não parou com a pandemia. Quando a dinâmica social mudou, devido ao cenário pandêmico, sabíamos da possibilidade de migração do crime, ou seja, alguns poderiam deixar de acontecer e outros poderiam ocorrer com mais frequência. Tivemos que nos antecipar e criar novas formas de atuação, levando em conta todas os riscos devido à Covid-19, sem comprometer o atendimento à sociedade. Além disso, a produtividade policial aumentou, pois, com a proibição de shows e eventos, foi possível concentrar esforços no policiamento e no atendimento à sociedade. [Olho texto=”“Tivemos que nos antecipar e criar novas formas de atuação, levando em conta todas os riscos devido à Covid-19, sem comprometer o atendimento à sociedade”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] Sabemos que os crimes relacionados à violência contra a mulher são prioridade na sua gestão.  Quais medidas estão sendo adotadas e quais os planos para ampliar a proteção das vítimas em 2021? A violência doméstica é um problema sério, grave, que deve ser discutido, enfrentado por toda a sociedade. Mesmo fortalecendo e ampliando os canais de denúncia, o que poderia ocasionar aumento dos registros, fechamos o ano com queda de mais de 5% nos crimes relacionados à Lei Maria da Penha. Fortalecer o trabalho integrado entre os diversos órgãos de governo e sociedade civil relacionados à questão da mulher foi essencial para a redução desse tipo de crime. É preciso incentivar e facilitar ainda mais a denúncia e garantir o suporte às vítimas. Denunciar permite que a polícia, a Justiça e o Estado atuem, inibindo e interrompendo o ciclo da violência, impedindo que casos de agressão se tornem mais graves. O uso da tecnologia para ampliar e integrar cada vez mais os canais de denúncia também será importante para melhorar o tempo de resposta do Estado para esses casos. Recentemente, foi encaminhada à Presidência da República a relação de emendas que ficaram fora da medida provisória que garantiu o reajuste dos profissionais da segurança pública do DF. Que tipo de benefícios essas emendas trarão para o DF? Haverá mais gastos? São pleitos necessários para reorganizar e tornar mais dinâmica a estrutura administrativa das forças de segurança. E sem gasto extra. A sociedade muda, a criminalidade muda, a realidade política e econômica muda. Por isso, a segurança pública também precisa se ajustar a essas evoluções. Cumprimos o compromisso de garantir o reajuste das forças no início do ano e nos comprometemos a enviar as emendas em outro momento. Agora vamos continuar acompanhando para que elas sejam enviadas e aprovadas pelo Congresso Nacional. [Olho texto=”“A sociedade muda, a criminalidade muda, a realidade política e econômica muda. Por isso, a segurança pública também precisa se ajustar a essas evoluções”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] As forças de segurança têm sofrido com a perda de efetivo nos últimos anos. Como a SSP pretende lidar com essa situação? Apesar das limitações de orçamento, temos trabalhado junto ao governo para recompor o quadro das forças de segurança. Foram nomeados, desde 2019, quase três mil profissionais de segurança pública. Desses, cerca de dois mil foram policiais militares. Para este ano, estamos aguardando a liberação do concurso para agente da polícia civil, que está suspenso. Mesmo com a redução de efetivo e com o aumento da população nos últimos anos, temos conseguido reduzir os índices criminais no DF. Parte dessa conquista se deve ao aperfeiçoamento dos processos de gestão de recursos, uso de tecnologia e inteligência e, principalmente, da dedicação dos profissionais de segurança pública que estão nas ruas todos os dias em defesa da sociedade. O trabalho integrado é o forte desta gestão. Como o senhor avalia a atuação das forças de segurança, individualmente, ano passado? Superaram nossas expectativas, mesmo com a necessidade de fazer frente aos bons números de 2019. Nós não paramos durante a pandemia. Em todo o ano passado, por exemplo, a Polícia Civil registrou 205 mil ocorrências presenciais e outras 126 mil por meio da Delegacia Eletrônica. O total de adultos presos e menores apreendidos por cumprimento de mandados e em flagrante chegou a 8 mil. Os inquéritos instaurados por desrespeito à Lei Maria da Penha chegaram a 5,2 mil. [Numeralha titulo_grande=”353 mil ” texto=”ocorrências policiais foram originadas, em 2020, de 450 atendimentos pelo canal 190″ esquerda_direita_centro=”esquerda”] Outro dado relevante, que impactou diretamente na redução dos crimes, foi a prisão de 209 pessoas envolvidas com o crime organizado. Quase quatro mil armas – entre revólveres, armas brancas e simulacros – foram retiradas de circulação pela Polícia Militar. Dessas, 1,6 mil eram armas de fogo. Isso implica diretamente a redução dos crimes violentos. Chama atenção o tempo médio de atendimento de emergência da corporação, que chegou a 8 minutos entre o acionamento e a chegada ao local. Durante o ano, foram feitos quase 450 mil atendimentos por meio do 190; desse total, 353 mil viraram ocorrências policiais. [Numeralha titulo_grande=”23,7 mil ” texto=”Número de atendimentos em operações de busca e salvamento do CBMDF no ano passado” esquerda_direita_centro=”direita”] O Corpo de Bombeiros [CBMDF] teve um importante papel no atendimento direto à sociedade. Ano passado, a instituição combateu 12,3 mil incêndios em edificação e florestais. A operações de busca e salvamento chegaram a 23,7 mil atendimentos. Além de cursos e capacitações para outros estados, os militares participaram do combate ao incêndio no Pantanal, entre outras operações de destaque no país. Cabe destacar, ainda, a atuação do Detran, que reduziu em 45% os acidentes fatais nas vias urbanas do Distrito Federal ano passado. Mesmo com a pandemia, a fiscalização, a engenharia e educação de trânsito continuaram. Foi criado, ainda, o aplicativo Detran Digital, com o objetivo de dar mais agilidade aos atendimentos à população. * Com informações da SSP

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Saúde conta com Fecomércio e sindicatos para combater a Covid-19

A aplicação de restrições e a retirada delas está condicionada à taxa de transmissão do novo coronavírus e à ocupação hospitalar no Distrito Federal. O monitoramento semanal feito pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica tem norteado as decisões da Secretaria de Saúde e é uma das informações essenciais repassadas ao governador Ibaneis Rocha para embasar as restrições e liberações durante a pandemia. Uma nova ferramenta importante para as novas deliberações está em curso, que é o inquérito epidemiológico. Esses e outros assuntos foram abordados durante entrevista do secretário de Saúde, Osnei Okumoto, ao CB Poder, programa transmitido pela TV Brasília e o jornal Correio Braziliense. A entrevista foi conduzida pelo apresentador Carlos Alexandre, nesta quarta-feira (2). Um dos pontos abordados foi o recente decreto do Governo do Distrito Federal com a limitação do horário de fechamento dos restaurantes e bares, que devem restringir as atividades até as 23 horas. Okumoto explicou que, além do aumento da taxa de transmissibilidade, que está em 1.3 – que é preocupante –, a maioria do público que frequenta os estabelecimentos até mais tarde é de grande maioria jovem, que costumam ser assintomáticos, mas, mesmo assim, podem transmitir o vírus para pessoas do grupo de risco, que costumam desenvolver os casos mais graves da Covid-19 e acabam sendo o maior grupo que evoluem a óbito. [Olho texto=”A transmissão acontece justamente quando a gente relaxa nas medidas de segurança, então de tudo o que a gente vem falando desde o início da pandemia que é evitar aglomerações, utilizar máscara, a utilização do álcool gel, tudo isso é muito importante” assinatura=”Osnei Okumoto, secretário de Saúde” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “A transmissão acontece justamente quando a gente relaxa nas medidas de segurança, então de tudo o que a gente vem falando desde o início da pandemia que é evitar aglomerações, utilizar máscara, a utilização do álcool gel, tudo isso é muito importante”, reforçou. Fiscalização A fiscalização de todos os tipos de estabelecimentos é realizada pela Vigilância Sanitária, pela Secretaria de Saúde, e o DF Legal. Bares, igrejas, shoppings e outros passam constantemente por vistorias sobre o cumprimento das regras e, quando necessário, podem ser notificados, multados ou fechados. Já a Diretoria da Vigilância Epidemiológica tem como uma das suas responsabilidades realizar o monitoramento semanal da taxa de transmissibilidade do novo coronavírus no DF. Para isso, um cálculo é feito levando em conta os novos casos registrados a cada sete dias. Atualmente, a taxa é de 1.3, ou seja, cada 100 pessoas transmite para 130. O índice considerado aceitável é de 1 ou menor que isso. Os dados para esse cálculo são extraídos a partir do resultado dos exames realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública, laboratórios privados e os dados repassados ao Ministério da Saúde por meio do sistema de notificação compulsória. O secretário afirmou que a pasta se adiantou a uma possível segunda onda em vários pontos importantes. “Mesmo com a desmobilização dos leitos a gente deixou tudo muito bem organizado para que possam ser reativados esses leitos de Covid, caso haja necessidade. Hoje, temos 205 leitos de UTI, sendo que 30% a 35% estão ocupados, então, temos uma margem muito grande de leitos disponíveis e no caso de enfermarias são 290 leitos, sendo que a gente tem 130 vagos. A gente tem aí uma margem muito importante observada”, resumiu Okumoto. Outra ferramenta importante para balizar as próximas decisões em relação à pandemia é o inquérito epidemiológico que teve início nesta quarta-feira (2). Para este estudo serão testadas 230 pessoas em cada uma das 34 regiões administrativas. “Não são as pessoas que vão procurar a gente, a gente vai procurar os lares por meio de um sorteio”, explicou o secretário. A pasta utilizou o IPTU para sortear os endereços. No caso de haver mais de um morador na residência maior de 18 anos e que queira participar da pesquisa, uma nova escolha aleatória será feita. Okumoto anunciou que a pesquisa deve ser encerrada no próximo dia 15 para até o dia 18 de dezembro a pasta ter o compilado em mãos com os resultados dos estudos. A expectativa é que a análise dessa amostragem possa permitir entender o comportamento do vírus até agora, no momento atual e antever ações futuras. Os testes que estão sendo aplicados identificam os anticorpos IgG e IgM, que tem a capacidade de negativar quem nunca teve a doença, identificando quem está com a Covid ou apontando quem já teve. A análise será realizada pelo corpo de especialistas da Secretaria de Saúde. Parcerias para a educação da população Com o aumento da taxa de transmissão do vírus uma das preocupações é com as festas de final de ano. Na última terça-feira (1º), o secretário teve uma reunião com a Fecomércio que chamou outros 11 sindicatos do setor produtivo local. Em compromisso para propagar as medidas de segurança as entidades contribuirão com campanhas educativas. “Quando apresentei o índice de transmissibilidade de 1.3, reafirmando a necessidade de manter os cuidados para que a transmissão não seja tão grande e, assim ter um Natal com as lojas funcionando, com todos podendo exercer as suas atividades e estar até mesmo com as suas famílias, todos entenderam e vão trabalhar com as informações para produção de folder, spots de rádio, teremos veiculação de informativos, de educação em saúde para que a gente possa ter tranquilidade e sem transmissão”, contou Okumoto. O gestor afirmou, ainda, que “as medidas restritivas de agora visam garantir maior tranquilidade nos períodos de festas, reduzindo a transmissão do vírus”. *Com informações da Secretaria de Saúde

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Cidade da Segurança para reforçar policiamento ostensivo nas RAs

Em outubro, o DF registrou uma queda de 14,3% nos índices de crimes contra a vida, em relação ao mesmo mês do ano passado. O número é resultado de uma série de medidas, que a Secretaria de Segurança Pública (SSP) está implementando para combater a criminalidade no DF, inclusive com repercussão nacional. Nesta semana, outra iniciativa foi anunciada: a Cidade da Segurança Pública, uma ação itinerante que vai chegar a todas as regiões administrativas. A primeira cidade a receber o projeto foi Planaltina, com uma estrutura robusta montada no estacionamento da administração regional. No local, há viaturas das forças policiais, helicópteros para operações específicas e estandes com serviços à população. Em entrevista, o secretário da pasta, Anderson Torres, detalha o projeto e antecipa parte das estratégias utilizadas no combate ao crime pelas ruas das cidades. “O Distrito Federal tem se destacado no cenário nacional por conta da redução dos crimes contra a vida e contra o patrimônio. Ano passado, tivemos a menor taxa de homicídios dos últimos 35 anos. Na nossa visão, foi preciso inovar para que nossos índices permaneçam em queda este ano”.  Qual o objetivo da Cidade da Segurança Pública, lançado nesta semana? É um projeto pioneiro, que integra um programa maior da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), o DF Mais Seguro, que foi aprovado e tem o total apoio do governador Ibaneis Rocha. A Cidade da Segurança Pública é um projeto itinerante, que leva serviços e reforça o policiamento ostensivo nas ruas, além de manter contato direto com a população, operadores da segurança pública e com representantes de diversos setores da sociedade. Desta forma, podemos entender a necessidade e anseios de cada região de forma individualizada. Essa aproximação e troca de experiências são essenciais para a elaboração e ajuste de políticas de segurança ainda mais precisas para cada localidade. E o que vem a ser o DF Mais Seguro? Este é um programa que será determinante para as ações da segurança pública nos próximos dois anos. Ele vai pautar a aplicação ainda mais adequada de nossas políticas e tem quatro eixos: a Cidade da Segurança Pública; a modernização e ampliação do sistema de videomonitoramento; projeto Áreas de Segurança Prioritária, que vai seguir reforçando todas as nossas ações nas regiões administrativas; e a melhoria no atendimento dos canais de emergência. Neste último eixo, já estamos buscando o que há de melhor e mais eficiente no mundo para que o cidadão do DF receba o melhor atendimento possível. Esse sistema de monitoramento por câmeras está crescendo bastante… Muito. É uma tecnologia que ajuda nas ações de prevenção e de investigação e reforçam as ações da segurança pública. Nesta gestão, ele encorpou. Investimos na compra de equipamentos e o resultado está nas ruas. Em janeiro de 2019, eram 584 câmeras, atualmente são 928. O que corresponde ao aumento de 60%. Queremos individualizar cada vez mais o acesso a essas imagens. Porque elas já são enviadas para nosso Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB), mas estamos trabalhando de forma que as regiões administrativas, por meio de centrais de monitoramento regionais, também possam utilizar essas imagens para melhor direcionamento de ações. Então, o recém-inaugurado Centro de Monitoramento Remoto (CMR) de Planaltina é o pontapé desta proposta? Como vai funcionar? Outras regiões já possuem esse tipo de monitoramento individualizado, como é o caso de Santa Maria. Em Planaltina, o CMR vai funcionar no 14º Batalhão da Polícia Militar (14º BPM). Planaltina já contava com o sistema de câmeras, mas ainda não havia uma central exclusiva para que os próprios policias da unidade monitorassem as imagens. A partir da inauguração de espaços como esse permite um aperfeiçoamento das estratégias nas ações de policiamento preventivo da Polícia Militar. As imagens também podem auxiliar nas investigações realizadas pela Polícia Civil e órgãos do Judiciário, como Ministério Público e tribunais. As câmeras de grande alcance foram distribuídas pela cidade em áreas de interesse permanente, definidas com base em levantamentos realizados pelas subsecretarias de Gestão da Informação (SGI) e de Inteligência (SI), da SSP/DF, e também com orientações de responsáveis por batalhões e delegacias locais. E o projeto Área de Segurança Prioritária, do que se trata? O projeto Área de Segurança Prioritária também será voltado para a redução da criminalidade, mas o objetivo é direcionar ações por um tempo maior, de três a seis meses. Ao final, a cidade terá um diagnóstico sob a ótica da segurança pública, que será entregue aos administradores regionais, chefes de delegacias e comandantes de batalhões. Todas as regiões serão contempladas com o Cidade da Segurança Pública? Nosso objetivo é implementar um modelo de segurança pública ideal e adaptado à realidade de cada região. No DF, temos reduções relevantes nos índices criminais e queremos que isso seja cada vez mais equilibrado entre as regiões. O formato pensado para a Cidade da Segurança Pública possibilita que todo o sistema de segurança pública se mobilize para atuar de forma integrada em cada cidade, com reforço concentrado das ações policiais, cumprimento de mandados em aberto, fiscalização de estabelecimentos, combate ao transporte pirata e melhorias na sinalização de trânsito. Ou seja, um reforço para atuação ostensiva nas cidades. Qual foi o critério para escolha de Planaltina? As cidades são escolhidas com base em diversos critérios, entre eles: a estrutura das forças de segurança locais, levantamentos e análises criminais feitas pelos setores de estatística e inteligência, perfil socioeconômico da região, mapeamento de desordens, entre outros. Por exemplo, antes de chegar à cidade, realizamos uma análise criminal detalhada, fazemos a identificação prévia de desordens, como lixo e entulho descartados incorretamente, mato alto e falta de iluminação adequada. Além desses elementos, há o contexto histórico de Planaltina. É a cidade mais antiga do DF. Essa soma de indicativos foi determinante para escolha da cidade. A segurança pública do DF tem tido resultados muito bons com registro de redução de crimes contra a vida, inclusive com repercussão nacional. Ao que o senhor atribui esse êxito no combate à criminalidade? O número de vítimas de crimes contra a vida de janeiro a outubro deste ano caiu 7% no comparativo com o ano passado. Nos crimes contra o patrimônio a queda é ainda maior, de 31,9% no mesmo intervalo. Reforçamos o policiamento nas ruas com diversas operações integradas envolvendo forças de segurança e outros órgãos de governo. Isto somado aos projetos e ações de planejamento que estamos implementando nas cidades. Em Planaltina, por exemplo, as ações da Cidade da Segurança Pública tiveram início antes mesmo do lançamento. A Polícia Civil, com o efetivo das delegacias, tem realizado ações integradas durante a semana, entre elas a Operação Delta, com abordagens e identificações de pessoas, além de força-tarefa para cumprimento de mandados de prisão em aberto. O Departamento Operacional (DOP), da PMDF, empregou tropas especializadas, como os batalhões de Policiamento com Cães (BPCães), de Aviação (Bavop), de Operações Especiais (Bope), Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran), Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam), Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) e Batalhão Rural. São ações que serão realizadas inclusive no fim de semana, com o incremento da Operação Quinto Mandamento. Vamos atuar em microrregiões da cidade que apresentam concentração de crimes violentos letais e contra o patrimônio. Desta forma, teremos operações preventivas e repressivas, aliadas a políticas públicas e sociais. Além do reforço na atuação das polícias, o que mais está sendo oferecido na Cidade da Segurança Pública? Oferecemos vários serviços à população. No espaço, montado com o apoio da Administração Regional, a população pode tirar carteira de identidade, visitar o Museu de Drogas da PCDF, participar de palestras e oficinas. Importante ressaltar que toda a programação foi pensada de forma a manter o distanciamento social e seguir protocolos sanitários estabelecidos. A Deam Móvel também está presente para atendimento e registro de ocorrências, assim como a equipe do Provid da PMDF, que fará orientações à população. As ações de trânsito foram intensificadas, com operações conjuntas do Detran-DF e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/DF). A Polícia Rodoviária Federal (PRF), por conta da proximidade de Planaltina com a rodovia federal BR-020, também está participando. Foi montada, ainda, programação voltada para educação no trânsito. Estamos dentro da campanha anual 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Há alguma ação voltada à temática prevista dentro do projeto da Cidade da Segurança em Planaltina? Com certeza. O combate a todo tipo de violência contra a mulher é uma das diretrizes não apenas da Secretaria de Segurança, mas de todo o Governo do Distrito Federal. Ou seja, temos o envolvimento das forças de segurança nessa luta e de outros órgãos voltados à proteção e acolhimento das mulheres. Além de palestras e atendimentos realizados pelas polícias, durante o Cidade da Segurança Pública, duas paradas de ônibus da cidade receberam pintura e arte urbana com essa temática. Tivemos o cuidado de escolher os locais pela proximidade com uma área no bairro Arapoanga que será transformada em uma praça em homenagem à Letícia Curado, vítima de feminicídio em 2019. Foi um ato simbólico para chamar atenção para a necessidade da denúncia para que outras mulheres não sejam vítimas, além de reforçar nosso compromisso com a proteção da mulher.

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Inquérito epidemiológico para enfrentar possível segunda onda da Covid-19

O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, explicou hoje (19), em entrevista ao programa CB Poder, que o Distrito Federal está preparado para enfrentar um possível segunda onda do novo coronavírus. Dentre as ações preparadas pelo GDF, a primeira foi a organização do inquérito epidemiológico para avaliar a circulação da Covid-19 em todas as regiões administrativas do Distrito Federal. Segundo Okumoto, o inquérito será feito por meio de amostragem e sorteio, com busca ativa das pessoas para fazer os testes. “Serão sorteadas 230 pessoas por cada uma das 34 regiões administrativas para fazerem exames e identificarmos se estão com anticorpos, ou não”, disse Okumoto, lembrando que a secretaria recebeu 10 mil testes em doação da Fecomércio. Além disso, 150 mil testes rápidos para detectar a Covid-19 estarão disponíveis nas 172 unidades básicas de saúde (UBSs) do DF. Todos com sintomas da doença ou contato com casos confirmados poderão ser avaliados. Com 600 oxímetros oferecidos nas UBSs, os pacientes positivos serão monitorados, por telefone, para identificar os níveis de saturação de oxigênio. A depender da gravidade, ou o paciente será encaminhado para um hospital público, se estiver grave, ou será orientado a permanecer em casa em isolamento, nos casos mais leves. Capacidade Para garantir o atendimento à população em uma eventual segunda onda, Okumoto informou que atualmente a rede pública de saúde do DF conta com 407 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 311 de enfermaria, todos disponíveis para atender pacientes com a Covid-19. “45% desses leitos estão ocupados, então estamos em uma situação confortável”, garantiu. Na avaliação do secretário de Saúde, apesar de a situação estar sob controle, a ideia é que todos esses leitos sejam desmobilizados no futuro e voltem a atender pacientes com todas as patologias, principalmente quando a vacina estiver disponível. Enquanto a maioria deles não está sendo usada por pacientes da Covid-19, alguns já começaram a ser desmobilizados “com toda a segurança para a população”, ressaltou Okumoto. Cirurgias eletivas Com relação às cirurgias eletivas paralisadas na rede pública de saúde, o secretário de Saúde destacou que a situação ocorreu em decorrência da utilização de grande parte dos medicamentos para pacientes entubados com a Covid-19. Ainda assim, a quantidade de procedimentos desse tipo, realizados este ano, mesmo com a pandemia, não foi prejudicada em relação as feitas em 2019. “No ano passado, fizemos 67 mil cirurgias eletivas, e esse ano, até o final de agosto, fizemos 44 mil”, informou o gestor. “Chegaremos a 66 mil cirurgias até 31 de dezembro. Estará bem compatível com o ano passado, mesmo tendo a pandemia. O rendimento foi importante e muito bom”, completou o secretário de Saúde. *Com informações da Secretaria de Saúde

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Fernanda Ledes: ‘Vacinas têm eficácia de mais de 90%’

Fernanda Ledes: “A gente precisa manter afastadas as outras doenças para as quais já temos vacina” | Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília Com cobertura vacinal abaixo da meta, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal prorrogou importantes campanhas de vacinação para alcançar o maior número possível de crianças e adultos. Atualmente, o calendário tem 20 medicamentos imunobiológicos disponíveis na rede pública para acesso universal em todas as faixas etárias, que podem ser obtidos em qualquer uma das 132 salas de vacinação distribuídas pelas unidades básicas de saúde. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Em entrevista à Agência Brasília, a enfermeira Fernanda Ledes, que atua na Área Técnica de Imunização da Secretaria de Saúde, ressalta a importância de manter a vacinação em dia para evitar que doenças eliminadas voltem a assombrar a população. De acordo com ela, as vacinas aplicadas no Brasil costumam ter eficácia acima dos 90%. “A gente precisa manter afastadas as outras doenças para as quais já temos vacina, para não ser mais um problema junto com a Covid-19”, adverte. Confira a íntegra da entrevista. A Secretaria de Saúde prorrogou as campanhas de vacinação de sarampo e poliomielite. Por que a medida foi necessária? O Ministério da Saúde deixou a critério de cada estado a prorrogação ou não das campanhas. O DF optou por fazer a prorrogação das estratégias em decorrência da cobertura vacinal, que está bem abaixo da meta estipulada. Na de poliomielite temos meta de 95%, e ainda estamos em 40%. Na de sarampo para adultos [destinada a pessoas entre 20 e 49 anos], em vigência desde março, alcançamos 7,7% de cobertura até agora. É muito abaixo do que esperamos para o público. Pela adesão baixa, vamos manter até o dia 27 de novembro. O índice de vacinação de sarampo para adultos é muito baixo para sete meses de campanha. Geralmente é comum a preocupação com o calendário de vacinas na infância. Podemos dizer que é mais difícil a vacina ser aceita pela população conforme a idade avança, por parte de adolescentes, adultos e idosos? Os públicos adolescente e adulto são mais difíceis de captar. Primeiro porque existe a cultura de que vacina é só de criança. Muitas têm calendário básico completo, mas diminui aos quatro anos, quando há reforços. Passa um tempo sem vacinar e os pais acabam esquecendo, atrasando. Há também toda a dificuldade de lidar com adolescente, então os responsáveis acabam postergando ou esquecendo mesmo. O adulto sequer lembra se tem cartão, não acha que tem vacina importante, a não ser que tenha alguma doença em circulação ou vai viajar. Ele dificilmente adquire hábitos preventivos. A vacinação não é só para quando precisa, mas justamente para não precisar. [Olho texto=”“É preciso estar sempre com a situação vacinal atualizada, porque, em situação de reintrodução de vírus, não vai afetar a população de forma geral”” assinatura=”Fernanda Ledes, enfermeira da Secretaria de Saúde” esquerda_direita_centro=”centro”] Qual é a importância de manter o calendário de vacinação em dia do nascimento à melhor idade? A importância é que não tenha a circulação dessas doenças imunopreveníveis. Por exemplo, o Brasil tinha certificado de eliminação do sarampo recebido em 2016, mas o perdemos em 2018 – porque, com as baixas coberturas vacinais e a reintrodução do vírus no país, as pessoas voltaram a adoecer. Hoje temos um surto de sarampo no país. No DF, dos cinco casos confirmados em 2020, quatro estão na faixa etária de 20 a 49 anos, alvo da campanha de vacinação. É preciso estar sempre com a situação vacinal atualizada, porque, em situação de reintrodução de vírus, não vai afetar a população de forma geral. Outro objetivo é que, ao manter altas coberturas, você protege parte da população que não recebe determinadas vacinas pela idade, condição de saúde ou que não é respondedora à vacina. A senhora citou o caso do sarampo, mas há risco de doenças erradicadas que podem retornar por falta de vacinação? A gente usa o termo “erradicado” apenas para doenças que não circulam mais no mundo. A única é a varíola. As outras são consideradas eliminadas, como era o caso do sarampo. Outra eliminada no Brasil é a poliomielite, que é a paralisia infantil. Ela está sendo eliminada aos poucos dos países do mundo. Recentemente foi declarada a eliminação no continente africano, que tinha muitos casos, e hoje a doença circula apenas no Paquistão e no Afeganistão. Se ela circula em algum lugar, há risco iminente de retornar a locais com cobertura baixa, o que é nosso caso. Esse ano não alcançamos nem 70% de cobertura para todas as vacinas do calendário básico infantil. Isso representa um risco iminente de reintrodução da paralisia infantil no Brasil. Em todo o mundo temos tentado, com campanhas, erradicar a doença. Qual é o índice de eficácia das vacinas distribuídas pelo Sistema Único de Saúde e tidas como obrigatórias? A maioria das vacinas tem eficácia muito alta, acima de 90% em pessoas imunocompetentes – isto é, que não tenha problema de saúde. Mas o índice varia de acordo com cada uma. Por exemplo, a tríplice viral, que é para sarampo, caxumba e rubéola, fica entre 95% e 99% de eficácia. A de influenza também fica em 95%. Quais são as vacinas fundamentais, que ninguém pode deixar de tomar? Todas as vacinas são obrigatórias. Todas são fundamentais e importantes na completude do esquema vacinal. Há vacinas que é uma dose só na vida. Outras têm várias doses, com reforços. A vacina contra difteria e tétano, que chamamos comumente de antitetânica, é uma que todo mundo tem que tomar a cada dez anos. Na infância há o esquema completo e, ao longo dos anos, tem o reforço. É importante que a vacinação seja feita da maneira correta, com os intervalos preconizados e sempre de olho naquelas que é preciso de reforço. Quais doenças são combatidas com vacina? Temos no calendário nacional de vacinação 20 imunobiológicos. Desses, alguns protegem contra várias doenças. É o caso da pentavalente, que protege contra cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche, meningite por Haemophilus tipo B – que leva a otites e pneumonias graves – e poliomielite. Também a tríplice viral, contra rubéola, sarampo e caxumba. A antipneumocócica atua contra vários tipos de pneumococos, que também levam a otites e pneumonias que complicam principalmente em crianças e idosos. Também temos vacina contra hepatites, varicela, gripes, febre amarela, meningites, rotavírus. [Olho texto=”“A vacina não causa nenhuma doença. Ela pode provocar eventos adversos”” assinatura=”Fernanda Ledes, enfermeira da Secretaria de Saúde” esquerda_direita_centro=”centro”] Todas as 20 são fornecidas pela rede pública de saúde à população? Todas as vacinas do calendário nacional de vacinação estão disponíveis em todas as salas de vacinação do Brasil, para todos os usuários. No DF, são 132. A pessoa que vai precisar se vacinar será de acordo com a vacina indicada para a faixa etária e a situação vacinal encontrada. O ideal é que o paciente sempre leve seu cartão de vacinação, que é um documento imprescindível que precisa da guarda correta. Ele representa muita coisa para cada um. Se perdeu ou não tem como localizar, é possível fazer um novo cartão. Se tem dois, três, vários cartões da vida adulta, é importante levar todos. Onde a população do DF deve buscar pela vacinação? No posto perto de casa? Qual é o fluxo? Não existe obrigatoriedade de se vacinar em um local específico. A pessoa pode procurar qualquer uma das salas de vacina, conforme for conveniente para o momento. Vacinas podem provocar outras doenças ou desencadear reações autoimunes? Já se falou até sobre autismo… O autismo é um mito criado por um artigo publicado, tirado de circulação e desmentido por várias publicações que refutam essa informação. Não existe essa possibilidade. A vacina não causa nenhuma doença. Ela pode provocar eventos adversos. Alguns são esperados, como dor local e febre. Outros são considerados mais graves e devem ser notificados no sistema próprio do Ministério da Saúde. São raros e acompanhados até a resolução. Para a população idosa, há muita campanha pela vacina contra a gripe. Quais são as outras vacinas indicadas para esse público? O idoso tem a vacina influenza anual, mas precisa estar em dia com outras vacinas. Tem que tomar a dupla adulto, para difteria e tétano, a cada dez anos; tem que ter esquema de três doses de hepatite B, que é feita uma vez na vida, mas pode ser iniciada mesmo sendo idoso; alguns acamados ou institucionalizados têm direito à pneumocócica 23-valente, que protege contra pneumonias e infecções. Quais indicadores são acompanhados para identificar possíveis problemas na cobertura vacinal? Quando isso se torna estado de atenção? A gente calcula cobertura vacinal nas coberturas do calendário básico infantil, com crianças abaixo de dois anos. Estamos em estado de alerta no Brasil, de modo geral, porque a maioria dos estados não alcançou nem 70% de cobertura para essas vacinas. Significa que há muitas pessoas expostas e vulneráveis às doenças imunopreveníveis. Isso é estado de alerta. A senhora acredita que a pandemia pode ter influenciado nesses índices? A gente não pode atribuir tudo apenas à pandemia, porque antes dela as coberturas vacinais estavam em baixa. A pandemia pode dificultar ainda mais esse processo, porque as pessoas passaram um tempo isoladas e não procuraram salas de vacina. É importante ressaltar que todas as salas estão orientadas a trabalhar dentro dos protocolos de prevenção contra o coronavírus. A gente precisa manter afastadas as outras doenças para as quais já temos vacina, para não ser mais um problema junto com a Covid-19. Mas são várias causas que levam às baixas coberturas, como as notícias falsas propagandas e a própria não circulação das doenças, o que dá a impressão de que elas não existem mais. As doenças não sumiram, não desapareceram. Elas só não conseguem circular porque as pessoas estão protegidas. A falsa segurança leva a pessoa a não se preocupar e acabar não se vacinando.

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Calor em excesso faz mal

Tanto o calor quanto a baixa umidade do ar geram diversas consequências para o corpo humano. As pessoas devem ficar hidratadas o tempo todo. Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Uma onda de calor atingiu em cheio o Distrito Federal nesta semana e fez o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitir um alerta vermelho chamando a atenção para o risco de morte por hipertermia, condição caracterizada pela perda da capacidade de controle da temperatura corporal em função das altas temperaturas. Nesta quinta-feira (8), o DF registrou o dia mais quente do ano, com registro de 37,3ºC no Gama. Às 15h, os termômetros no Plano Piloto marcaram 36,5ºC, recorde histórico para a região. Juntamente com o calor, os dias também apresentam umidade relativa do ar muito baixa, que registrou 13% na quinta. Tanto o calor quanto a baixa umidade do ar geram diversas consequências para o corpo humano. Em entrevista à Agência Brasília, a médica e especialista em alergia e imunologia do Hospital de Base, Marta Guidacci, explica quais são os principais sintomas da hipertermia e das doenças respiratórias relativas à baixa umidade, como se proteger e o que fazer em casos mais graves. Confira abaixo os principais trechos da entrevista: Quais são os principais sintomas da hipertermia? Olhos bastante avermelhados, as narinas bastante ressecadas, algumas apresentando sangramentos nasais, os lábios extremamente ressecados, a pele muito seca, às vezes com coceira. Tem pessoas que apresentam dermatites (inflamação na pele) que também podem sangrar. Há pacientes com urticária ao calor ou ao suor, também podendo apresentar lesões de pele devido ao aumento de temperatura. Algumas pessoas também podem ter aumento de pressão arterial, tontura, dor de cabeça, até podendo desmaiar. E desidratação, principalmente em crianças e idosos. Existe mesmo risco de morte por hipertermia? Existe, e por isso é necessário fazer toda a prevenção. As pessoas que podem ficar mais em casa, que têm ar-condicionado, é importante ficar nesses ambientes mais climatizados. A hipertermia vem por meio da exposição solar, principalmente entre 10h e 17h. [Olho texto=”A recomendação é hidratar o nosso corpo. Ingestão de líquidos, no mínimo dois litros por dia, além de hidratar os olhos, as narinas e os lábios, evitar banhos quentes, evitar a utilização excessiva de sabonetes, que removem a oleosidade da nossa pele, e também de buchas.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] Como conciliar a alta temperatura com a prática de esportes? É recomendado praticá-los ou em ambientes fechados ou ao ar livre até antes das 10h e só depois das 17h, sempre levando uma garrafinha d’água e passando protetor solar, usando bonés ou chapéus. Como podemos nos prevenir dos sintomas da hipertermia? Ingerindo líquidos, tais como água, sucos naturais, água de coco. Não vou incluir as bebidas alcoólicas nem as gasosas. Devemos aliar isso a uma alimentação mais saudável, evitando fast-foods e alimentos muito condimentados. Evitar também ambientes abertos com muita exposição solar, por isso a melhor forma de prevenção à hipertermia é ficar em casa. E quais são as recomendações para dias de calor intenso? A recomendação é hidratar o nosso corpo. Ingestão de líquidos, no mínimo dois litros por dia, além de hidratar os olhos, as narinas e os lábios, evitar banhos quentes, evitar a utilização excessiva de sabonetes, que removem a oleosidade da nossa pele, e também de buchas. Quais são os principais efeitos do calor no organismo humano? Principalmente a desidratação. Se a pessoa está apresentando muita tontura, até desmaiando, a gente tem que prestar atenção, inclusive checando a pressão arterial. Além disso, o calor deixa as pessoas mais prostradas, sentindo mais fraqueza e desânimo. O aumento da temperatura externa diminui a quantidade de líquido no organismo, por isso a importância de nos hidratarmos melhor, principalmente as crianças e idosos. Como diferenciar febre de hipertermia? Toda vez que o paciente achar que ele está com aumento da temperatura corporal, é necessário medir. Se ela estiver acima de 37,7ºC, já é considerado um quadro febril. Agora, muitas pessoas podem estar com outros sintomas e temperatura corporal em 37ºC, isso não é considerado febre. Quais os riscos de uma onda de calor aliada à baixa umidade relativa do ar? Muitas pessoas acham que a baixa umidade é ruim para o paciente que tem asma ou rinite alérgica. Os principais fatores desencadeantes das alergias respiratórias são os fungos e ácaros. Quanto menor a umidade, menos eles se proliferam, mas a gente também tem que pensar também nos fatores irritativos das mucosas do nariz e das vias aéreas. Por isso, temos que redobrar a atenção para as hidratações. Paciente que tenha dermatite atópica ou de contato, que são doenças alérgicas também, têm que redobrar o cuidado com a pele. É importante ingerir líquidos, como sucos naturais e água. E ter alimentação saudável, evitando alimentos muito condimentados. Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília As queimadas que ocorrem nesta época do ano também podem gerar consequências para o organismo humano? Gostaria de chamar muito a atenção também para a questão das queimadas que estão acontecendo. Pensando nas pessoas que são alérgicas, realmente esses incêndios e suas consequências pioram as vias aéreas superiores e inferiores, podendo piorar condições de rinite, conjuntivite alérgica e até crises de asma. A fuligem proveniente dessas queimadas pode ser prejudicial até para pessoas que não possuem doenças respiratórias. Para aliviar o calor, muitas vezes as pessoas procuram ficar em ambientes climatizados por ar-condicionado. Sair de um ambiente frio e entrar em contato com o calor é prejudicial? Isso não é bom. Inclusive existe um tipo de rinite chamada vasomotora, que ocorre por alteração brusca de temperatura. Às vezes estamos em um ambiente muito gelado, climatizado a 17ºC, e saímos para a rua e lá fora está mais de 30ºC. Então, essa mudança muito brusca de temperatura não é boa. O ideal é parar em algum local e fazer uma climatização rápida, para depois enfrentar o aumento de temperatura com mais segurança. O que fazer caso a pessoa apresente sintomas de alergia ou de hipertermia? Quais unidades de saúde ela deve procurar? Para casos respiratórios, temos no DF centros de referência tanto para pacientes asmáticos quanto alérgicos, adultos ou crianças. No entanto, as pessoas devem passar primeiro por uma unidade básica de saúde (UBS), e de lá ele será encaminhada, dependendo dos sintomas, para os centros de referências de asma ou de alergia. Agora, se o paciente está apresentando tontura, lábios secos, olhos secos ou narinas sangrando, aí é melhor procurar uma unidade de pronto atendimento (UPA). Evitar ao máximo ir a um hospital. Vá para a UPA mais próxima da sua casa e lá a pessoa terá atendimento e, se necessário, o médico poderá encaminhar para um hospital.

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‘Enfrentamos a Covid-19 sem parar a cidade’, afirma Ibaneis

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, concedeu entrevista à TV Record na manhã desta segunda-feira (28). Em bate-papo com o jornalista Guilherme Portanova para o programa DF no Ar, o chefe do Executivo local fez um balanço das ações de enfrentamento à pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19),  enumerou obras –  como a do viaduto do Recanto das Emas –  e destacou iniciativas do governo de regularizar condomínios. Ibaneis comentou ainda as melhorias na urbanização de Vicente Pires, a revitalização do Setor Comercial Sul (SCS) e afirmou que as aulas presenciais na rede pública de ensino devem ficar para o próximo ano. Confira, abaixo, o ponto a ponto da entrevista. Obras As obras concluídas, em andamento e as que estão por vir foram destaque, entre elas a do viaduto do Recanto das Emas, que teve a licitação publicada pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) na sexta-feira (25). O aviso de licitação da concorrência nº004/2020 escolherá a empresa que realizará a obra de construção do viaduto do Recanto das Emas. No local, por onde trafegam diariamente 60 mil veículos, o sistema viário no entroncamento da cidade com a DF-001 será readequado. O valor previsto para a execução total dos serviços é de R$ 37,5 milhões, provenientes de recursos da Caixa Econômica Federal. O governador lembrou que o Itapoã também vai ganhar um viaduto, com previsão de entrega para 2022. Outro exemplo citado foi o Túnel de Taguatinga, que vai transformar a vida de milhares de condutores que passam pelo local diariamente, sejam eles moradores daquela região administrativa, de Ceilândia, Riacho Fundo ou outra  cidade do lado oeste do DF. “Essa é uma das obras viárias com mais importância para a população do DF. Temos mais de um milhão de pessoas que vão ser beneficiadas com ela. É uma obra que nos alegra muito”, destacou o governador. Saúde Tema recorrente e de extrema importância, a saúde foi o primeiro assunto da entrevista ao canal televisivo. Ibaneis Rocha falou sobre a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) e enumerou algumas ações adotadas pelo governo para enfrentar o vírus. Ibaneis Rocha lembrou que os hospitais de campanha vão ficar como legado para o período pós-pandemia e que, com a queda do número de casos da doença no DF, os leitos para o enfrentamento à Covid-19 vêm sendo desmobilizados. “Tomamos as ações aqui de forma muito rápida, fazendo isolamento social forçado, criando leitos de UTI, e atendemos a todos. Não temos nenhum caso de pessoas que não foram atendidas”, lembrou. Moradia As construções de moradias e a ações de urbanização também foram pauta. O governador lembrou que tem investido em infraestrutura no Paranoá Park, antes inexistente. Ele ainda destacou que, no caso do Itapoã Parque, a atual gestão repensou o projeto e está construindo o setor habitacional pensando em toda infraestrutura necessária para equipamentos públicos, como aqueles destinados a colégios e unidades de saúde. “Estamos fazendo escola e uma Unidade Básica de Saúde [UBS] no Paranoá; e, no Itapoã, obras para atender 12 mil famílias, já com toda infraestrutura”, destacou. Setor Comercial Sul (SCS) Importante região do Distrito Federal, o Setor Comercial Sul (SCS) também foi assunto durante a entrevista. O governador foi questionado sobre a intenção de permitir habitação no local e também sobre o problema de estacionamento em área públicas. “O Setor Comercial Sul tem que ser revitalizado. Ele tem que ter vida, nem que para isso a gente parta para um projeto ousado como é o caso das moradias nos prédios”, disse Ibaneis. Sobre o projeto Zona Verde, que prevê estacionamento rotativo em áreas públicas do DF, Ibaneis Rocha lembrou que a população tem sido ouvida para se chegar a uma melhor solução. Em relação ao projeto de moradia no SCS, citou o caso de outra unidade da federação para revitalizar a área central. “No que diz respeito à moradia, é uma condição que temos visto no país. São Paulo só conseguiu revitalizar seu centro depois que liberou moradia. Se nós não possibilitarmos moradia no centro os prédios não vão gerar interesse em ocupá-los”, pontuou. “Como ele está hoje não gera nem emprego nem segurança”, acrescentou o chefe do Executivo local. Vicente Pires As obras de urbanização e infraestrutura em Vicente Pires foram outro tema de destaque da entrevista. A atual gestão tem dado uma cara nova à cidade e mesmo com os transtornos causados pelas chuvas, as obras continuam. A previsão é que, até dezembro, 90% das obras de infraestrutura estejam concluídas. “Esta semana fui à obra da Rua 8 e o compromisso é concluir o asfalto da Rua 8 em 15 dias. A perspectiva nossa é fechar 2020 com 90% das obras concluídas”, assegura. “O transtorno desse ano será muito menor do que nos outros anos e as galerias subterrâneas vão estar prontas. Temos muito a fazer na cidade, mas é importante lembrar que nós estamos fazendo obras onde as casas já estão construídas o que é diferente de se fazer em um bairro ainda em construção. Além disso, toda a cidade está sendo regularizada”, afirmou Ibaneis Rocha. Privatização da CEB Ibaneis Rocha também falou sobre o processo de privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB) – Distribuidora. Ele lembrou que o Distrito Federal esteve perto de perder a concessão da empresa por conta da ausência de capacidade de investimentos. “Contratamos o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social [BNDES] para não ter nenhum tipo de problema. Queremos dar qualidade de vida à população. Não à toa, recebemos tantas reclamações hoje sobre queda de energia e grandes dificuldades. Isso ocorre porque a empresa não tem capacidade de investimentos. A CEB precisa ser privatizada para que a população tenha um serviço melhor”, argumentou Ibaneis Rocha. Educação Após ouvir técnicos e especialistas da saúde e educação, o governador Ibaneis Rocha sinalizou que as aulas presenciais na rede pública de ensino não devem ser retomadas em 2020. A intenção foi confirmada durante a entrevista. “Não vejo condição de ter esse retorno das aulas. Não temos condição de dar essa segurança”, finalizou.

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Bartolomeu Rodrigues: ‘O FAC é de toda a cultura’

O impacto que a pandemia tem causado na cultura local afeta artistas e a população, privada dos prazeres da diversão e do entretenimento. Mas, enquanto os bons ventos da alegria e do lazer não sopram por aqui, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) tem aproveitado o isolamento social e o vazio dos espaços culturais para, literalmente, arrumar a casa. Do início do ano até agora, pelo menos 11 equipamentos culturais passaram por algum tipo de reforma. Após 13 anos fechado, o Museu de Arte de Brasília (MAB), prestes a ser inaugurado, se consolida como a primeira grande conquista da gestão atual do GDF no setor. O próximo passo é a restauração do Teatro Nacional. “Durante toda a campanha, o governador Ibaneis Rocha sempre lamentou o fato de esses patrimônios importantes da cidade estarem fechados e a população, privada de acesso”, recorda o secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, o Bartô, eficiente parceiro nas implementações das políticas públicas no DF. “Esse período da pandemia não foi motivo para nós pararmos; pelo contrário.”  E é verdade. Em pouco mais de sete meses à frente da pasta, o gestor tem se mostrado incansável perante a missão de que foi incumbido. Bem à vontade com o estilo de administração compartilhada do governo atual, o secretário vem buscando parcerias sólidas para tirar do papel projetos antigos – como as obras na Sala Martins Penna, no Teatro Nacional, que, com ajuda da Novacap, até o fim do ano devem começar. Num bate-papo com a Agência Brasília, o regente maior da cultura no DF falou sobre os preparativos para a 53ª edição do Festival de Brasília do Cinema, os planos de revitalização da Rádio Cultura, a implementação de projetos pontuais nas regiões administrativas e, claro, em relação à maior ferramenta de incentivo às artes no DF, o Fundo de Apoio à Cultura (FAC).  “O FAC tem um caráter democrático, não é uma confraria, pertence à cultura do Distrito Federal”, valoriza. Acompanhe, a seguir, os principais trechos da entrevista. Foto: Renato Alves/Agência Brasília O Museu de Arte de Brasília [MAB] está prestes a ser reinaugurado. Pode-se dizer que é uma das primeiras grandes conquistas da gestão Ibaneis na área cultural? A entrega do MAB à arte, à cultura de Brasília é uma demonstração da preocupação do governador Ibaneis com o setor. Durante toda a campanha, ele sempre lamentou o fato de esses patrimônios importantes da cidade, como o Teatro Nacional e o MAB, estarem fechados, e a população privada de ter acesso. Só que, para o MAB, nós temos um projeto mais ambicioso, porque a reinauguração do espaço vai desencadear um grande projeto de criação de um complexo cultural naquela área à beira do lago. Um complexo vai abarcar o MAB, aqueles lotes vazios que estão na frente, que serão ocupados com projetos bastante vigorosos na área de cultura, até a Concha Acústica. Vamos integrar aquilo dali a um amplo complexo cultural que vai marcar a cultura de Brasília e será um grande feito do governo Ibaneis. [Olho texto=”“O período de pandemia nos serviu como um alerta da necessidade que o governo tem de dar uma atenção maior a esses patrimônios”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O que a Secretaria de Cultura tem feito pelos outros equipamentos culturais da cidade? Esse período da pandemia não foi motivo para nós pararmos; pelo contrário, aproveitamos o fato de esses espaços estarem fechados e colocamos o corpo técnico da secretaria, que é bastante comprometido com o patrimônio da cidade, em ação. Aproveitamos para fazer uma reavaliação desse importante conjunto de equipamentos culturais que a cidade tem, que fazem de Brasília uma cidade diferenciada das demais capitais do país.  Uma coisa que constatamos é que todos eles estavam e estão precisando de um olhar mais atento. Na verdade, o período de pandemia nos serviu como um alerta da necessidade que o governo tem de dar uma atenção maior a esses patrimônios. Por exemplo, a Praça dos Três Poderes estava em completo estado de degradação. O próprio governador, durante uma visita ao local, ficou assustado com a situação do espaço, com todas as pedras portuguesas sujas, grama nascendo onde não era para nascer, um cenário de abandono total. De modo que estamos só começando a fazer a revitalização não apenas do Centro Cultural dos Três Poderes – que conta com uma parceria também do STF e do Gabinete de Segurança Institucional –, mas de outros equipamentos culturais da cidade. É um trabalho que vai continuar, será permanente. Nesta semana, foi publicado no Diário Oficial do DF um convênio entre a Secec e a Novacap que vai permitir a restauração da Sala Martins Penna… Finalmente o projeto de revitalização do Teatro Nacional vai sair do papel? Esse convênio deflagra um processo que já vem se arrastando durante alguns anos, e vai permitir à Novacap poder concluir a readequação do projeto básico. O trabalho de restauração do Teatro Nacional é muito abrangente e complexo. Necessita de especialistas em uma área que o corpo técnico da Novacap, o principal braço executor da obra, não possui. Então, esse recurso inicial, no valor de quase R$ 800 mil, é para contratação de consultorias especializadas. Aliás, nós já tempos o dinheiro da reforma de toda a Sala Martins Penna aprovado, que é no valor de R$ 33 milhões, uma verba do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, do Ministério da Justiça. Numa previsão otimista, se não houver nenhum entrave burocrático, até o final do ano já estamos começando as obras no espaço – mas não vamos nos fixar apenas na sala Martins Penna. O desejo do governador e o nosso objetivo é que, em 2022, estejamos reinaugurando o Teatro Nacional, devolvendo-o à população. É uma reforma que será feita por etapas. Começamos pela Martins Penna porque é a área do teatro mais degradada; em seguida, vamos para a Sala Villa-Lobos e terminamos com a Sala Alberto Nepomucemo. O GDF está buscando outras fontes de financiamento, mas o fato é que a restauração do Teatro Nacional é muito complexa e muito abrangente. E é bom que se diga: estamos consertando erros que deixaram se arrastar por muito tempo. Infelizmente herdamos uma sucessão de total descaso com o Teatro Nacional. É triste verificar a situação em que pegamos esse equipamento, completamente abandonado por má administração. A Novacap sempre esteve presente em todo o GDF, mas a parceria com a Secec nesta gestão está bem intensa. É o estilo Ibaneis Rocha de governar, com integração e união? Olhe, acho que isso reflete o nível de entrosamento na equipe do governo Ibaneis Rocha. Todos nós, gestores, nos conhecemos; os secretários estão todos comprometidos, é uma corrida de passar o bastão. Todo mundo quer o sucesso do outro. Nesse momento, estamos numa corrida, passando o bastão para a Novacap, e todos queremos chegar juntos lá na frente. Trabalhamos em sinergia, estamos tendo ao longo dos anos muitos obstáculos que superamos, sempre um ajudando o outro, não há competição entre as secretarias envolvidas. Um exemplo dessa união é que, quando foi dada a determinação para a reforma do Teatro Nacional, três pastas saíram juntas para concretização dessa tarefa: as secretarias de Cultura, de Obras e a de Governo, além da Novacap. Então, estamos de mãos dadas o tempo todo, com um alinhamento muito grande. Quais as novidades com relação ao Fundo de Apoio à Cultura [FAC] em tempos de pandemia? Lançamos dois FACs emergenciais: o FAC On-line, que está na fase de divulgação dos resultados, com mais de 100 selecionados e orçamento de R$ 2 milhões, e o FAC Premiação, que está na fase de recurso – e devemos estar pagando nos próximos dias. São FACs emergenciais lançados atendendo aos inúmeros apelos que recebemos da classe artística, que estava vivendo e ainda vive esse período de forte crise, com pessoas passando por necessidades básicas. Então, criamos o FAC Premiação para atender 500 agentes culturais, sendo que houve mais de 1.800 inscrições para o recurso, uma procura recordista; e o FAC On-line, que vai atender projetos pequenos em plataformas virtuais. Fora isso, já estava previsto o lançamento de um FAC regionalizado para atender a periferia. Estamos priorizando aqueles projetos culturais de agentes mais necessitados, das áreas mais urgentes. O último FAC Regional foi de R$ 8 milhões; agora fizemos um no valor de R$ 13 milhões que está em plena execução. [Olho texto=”“O FAC não tem dono, não é uma confraria. O FAC pertence à cultura do Distrito Federal”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]  A ideia é, mais do que nunca, fazer valer o espírito democrático do FAC? O FAC é um instrumento importante de fomento da cultura. Acho que, pela primeira vez, esse instrumento está tendo um tratamento mais voltado para os setores mais carentes. O FAC sempre ficou muito concentrado em determinadas áreas culturais que já se beneficiam dele há muito tempo. Estou descentralizando isso. O FAC não tem dono, não é uma confraria. O FAC pertence à cultura do Distrito Federal. O FAC é de toda a cultura. Hoje somos 4 milhões de pessoas aqui dentro, com muita gente fazendo arte e com muita gente que não teve acesso ao FAC. Já comecei, nos editais que lançamos, a garantir uma participação maior de agentes culturais que nunca tiveram acesso a esse recurso. Quero ampliar a atuação do FAC. Temos ainda neste semestre, por exemplo, um valor que não sei precisar para editais, que será direcionado nesse sentido. E mais: nós estamos trabalhando para que o próximo FAC atenda microprojetos culturais. Quero pulverizar ainda mais os recursos do FAC. Ele tem que ir para a periferia. O FAC não é para privilegiar pessoas, não é para ser usado politicamente. O FAC tem que ser democratizado. Nós queremos fazer uma gestão realmente democrática que atenda e defenda a cultura do Distrito Federal. O legado que eu quero deixar é esse. Eu escolhi um lado e estou do lado dos pequenininhos. Há projetos pontuais da secretaria direcionados a regiões administrativas? Sim. Temos um grande projeto para as RAs que acabamos de fazer e que será um marco na cultura do Distrito Federal – o Integra Cultura, que nasceu de uma portaria conjunta feita em parceria com a Secretaria de Governo e será instaurado em todo DF. Esse programa vai representar uma virada de página na implementação de políticas culturais locais. Está aí uma coisa de que me orgulho. O objetivo dessa iniciativa é tirar o papel de espectador, que hoje os gerentes de cultura das administrações regionais têm em relação às políticas públicas da cidade, e torná-los protagonistas da situação. Aliás, essa integração com os agentes culturais de cada cidade do DF está prevista na nossa LOC [Lei Orgânica da Cultura], mas faltava um instrumento para colocar em prática essa ideia, e nós criamos esse instrumento. Conversei muito com o [secretário de Governo] José Humberto sobre o assunto, e ele disse que essa ação será um passo gigantesco no setor, topou na hora, sobretudo porque sua secretaria trabalha diretamente com as administrações regionais. Alguma novidade na programação da Rádio Cultura nesta gestão? Encontramos a Rádio Cultura também numa situação de penúria. É outro instrumento importante da secretaria, do governo, que merece uma atenção especial porque é um veículo de comunicação da política cultural do governo. Ela já acusou os reflexos da nossa administração, e queremos, até o final, colocar essa estação no topo das grandes emissoras do DF. É uma rádio que tem mais de 30 anos de história, com um corpo de funcionários que está fazendo um trabalho heroico, e precisamos resgatar sua importância para a cidade. Quero aproveitar para – como não vamos ter alguns eventos importantes este ano, em função da pandemia – direcionar recursos que iam ser usados em shows, pelo menos parte deles, para reequipar a rádio. O investimento da estação não é alto, é mais uma vontade política, e nós vamos resgatar o seu prestígio. Em que pé estão os preparativos para a 53ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro? Bom, o edital para o chamamento da OSC [Organização da Sociedade Civil] já foi lançado; e, uma vez escolhida a OSC, o que deve acontecer nos próximos dias, aí sim, vamos ter uma ideia do que será o festival, em quantas satélites haverá telões para apresentar em sistema drive in, enfim, esses detalhes estarão prontos, imagino, no final de agosto. Os preparativos para o Festival de Brasília estão numa animação muito grande, estou muito contente com os rumos que o evento está tomando, mesmo com a pandemia. Estou apostando todas as fichas no Festival. Vamos ter um festival maravilhoso, num formato híbrido, como já foi adiantando antes, e o desejo de fazer o festival é contagiante entre toda a equipe que está trabalhando para que ele aconteça. Como vai acontecer no mês de dezembro, queremos, inclusive, que o festival se transforme numa espécie de virada do ano. Os recursos não são milionários, mas suficientes para fazer uma boa festa. É uma demonstração de sensibilidade com a cultura da cidade que o governador apresentou, porque na verdade foi ele quem salvou o festival. Se eu fosse homenagear uma pessoa nesse momento, eu homenagearia o governador, por não deixar que ele [o festival] fosse interrompido. Da última vez que ele foi interrompido, nós estávamos vivendo um período conturbado da história do país, um momento político; e agora temos a pandemia, que está sendo uma sombra sobre todo mundo, sobre todos os eventos, porque muitos festivais foram cancelados, e o nosso festival poderia ser mais um desses – o que não aconteceu. Aliás, todas essas pessoas que são icônicas na história do festival, a exemplo do [cineasta] Vladimir Carvalho, estão engajadas. Venho recebendo telefonemas de pessoas que têm se apresentado como voluntárias, com muita disposição para ajudar, gente da maior representatividade, da maior importância na história do Festival de Brasília. Isso é muito animador, faz com que queiramos ainda mais que o festival saia redondinho, que ele seja um presente de fim de ano para a cultura do DF. O senhor falou em fim de ano. Quais as chances de os grandes eventos da virada acontecerem? Temos que ser realistas quanto a essa questão. Ainda não há uma posição do governo como um todo sobre o assunto, mas estamos vendo movimentos no país inteiro e temos que ter responsabilidade. Ou seja, cultura está sempre associada a eventos, momentos de alegria; queremos promover eventos e momentos de alegria, mas com responsabilidade. Não queremos promover aglomeração. Sem querer ser pessimista, tudo indica que teremos pela frente um percurso muito grande exigindo cautela da população. Se a decisão final não for comemorar o réveillon nas ruas, vamos encarar com toda a naturalidade. Temos que ter os pés no chão. Como não teve festa nos 60 anos de Brasília, não vamos forçar a barra com relação ao fim de ano, de jeito nenhum. Temos que pensar racionalmente como algumas grandes cidades que estão se antecipando, inclusive, com relação ao carnaval. O que estou fazendo é o seguinte: estamos na mesma toada. Estamos observando, vendo o desenrolar das coisas, da pandemia, vendo com preocupação que, provavelmente, não teremos um quadro que nos dê segurança, que estará tudo bem até lá. Vamos ser realistas; vamos trabalhar, nesse momento, para salvar vidas. A prioridade é essa. [Olho texto=”“Queremos promover eventos e momentos de alegria, mas com responsabilidade. Não queremos promover aglomeração”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] O Brasília Junina 2020 vai acontecer? Tenho conversado bastante com todos sobre isso. Quadrilha é uma festa de contato. É como uma escola de samba. Uma festa junina, a gente tem que ponderar. É como aconteceu, por exemplo, com a Via Sacra de Planaltina. Não vamos estimular nenhum modelo de festividade, de evento que promova contato. De novo: vamos ser realistas, vamos trabalhar com os pés no chão. Não dá para a gente imaginar quadrilha, por enquanto.

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Walid de Melo: Jucis-DF quer serviço público transparente, rápido e justo

Desde 4 de julho de 2019, a  Junta Comercial, Industrial e de Serviços do Distrito Federal (Jucis-DF) integra a estrutura administrativa do GDF. Ao longo desse primeiro ano, foram grandes os desafios enfrentados pelo órgão, que, responsável pela vida formal dos empresários de Brasília,  tem se empenhado em assegurar agilidade e transparência ao setor produtivo, combatendo os procedimentos burocráticos.  Mesmo sem orçamento no ano passado, a autarquia conseguiu atingir as metas. O número de empresas que abriram – incluindo microempreendedor individual (MEI) – aumentou quase 10%, entre julho de 2018 a junho de 2019, em comparação com o mesmo período em 2020. O órgão também zerou filas de atendimento, se tornou 100% digital e é modelo para todo o Brasil.    Em entrevista à Agência Brasília, o presidente da Jucis-DF, Walid de Melo, destaca as principais ações do órgão durante o primeiro ano de funcionamento como parte direta da estrutura do GDF, condição assegurada pela Lei Distrital nº 6.315. O gestor ressalta o esforço para garantir um sistema de integração que tenha um banco de dados e permita auxiliar outros órgãos do GDF, bem como  a criação de políticas públicas e a vida do empresário. Acompanhe, abaixo, os principais trechos da entrevista. Foto: Lúcio Bernardo Jr / Agência Brasília Desde que o senhor assumiu a gestão, de que forma a Jucis conseguiu promover o avanço do setor produtivo? O governador Ibaneis Rocha, que lutou tanto para trazer a Junta Comercial para o DF, nos pediu transparência e celeridade para o setor empresarial, e conseguimos fazer isso. Quando assumimos, em julho de 2019, cerca de 400 pessoas esperavam na fila – inclusive fora do prédio – para ser atendidas, e acabamos com essa situação. Em dezembro, tornamos a junta 100% digital, criamos um chat para ser um canal direto de ajuda aos usuários e aderimos ao teletrabalho com o objetivo de diminuir os custos aos cofres públicos. Tudo isso sem orçamento. Também contamos com apoio da Federação das Indústrias [do DF] para fazer treinamentos com os empregados e viagens para conhecer o funcionamento de outras juntas [comerciais]. [Olho texto=”O governador Ibaneis Rocha, que lutou tanto para trazer a Junta Comercial para o DF, nos pediu transparência e celeridade para o setor empresarial, e conseguimos fazer isso.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] Em dezembro do ano passado, a Jucis passou a ser 100% digital. O que mudou, na prática? A modernização zerou as filas, e os empresários não precisam mais se deslocar à sede da junta para abrir, regularizar ou baixar empresas. Tudo é feito pela internet. Apenas casos específicos são atendidos presencialmente, por meio de agendamento. Dessa forma, saltamos para a primeira posição no ranking da receita federal, que mede o tempo médio de abertura de empresas. Quando assumimos a junta, havia um estilo de trabalho diferente. Aumentamos a carga horária e fizemos uma mudança de paradigma. A gente não compactua apenas com o emprego em si, mas com a entrega de um bom trabalho. [Olho texto=”A gente não compactua apenas com o emprego em si, mas com a entrega de um bom trabalho.   ” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] Este ano, a Jucis tem orçamento. Quais são as prioridades?   Com o montante de R$ 21 milhões, estamos investindo na higienização do banco de dados, pois há muitas informações erradas. Quando vamos fazer uma busca no sistema para um relatório, por exemplo, não conseguimos encontrar todas as informações. Nosso maior objetivo para este ano é investir em um sistema de integração de informações. Dessa forma, vamos auxiliar outros órgãos do governo e até mesmo na criação de políticas públicas, pois teremos mais detalhes sobre o setor empresarial. Não basta que a gente seja a melhor junta [comercial] do Brasil, queremos ser a melhor para o DF. Queremos um banco de dados rico para ajudar os usuários na hora de abrir um negócio e evitar que ele tenha que ser fechado porque não tinha um estudo prévio. E é importante deixar claro que investir em tecnologia e digitalização não é diminuir a quantidade de servidores. Quando investimos em inteligência artificial, abrimos um leque para que esse pessoal possa dar atenção a outros projetos e produtos e não fique apenas na função de arquivamento de documentos. [Olho texto=”Nosso maior objetivo para este ano é investir em um sistema de integração de informações.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] Quais as medidas que a Jucis tomou para que, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, o setor produtivo continue crescendo?   Graças ao trabalho que fizemos antes da pandemia, conseguimos seguir o ritmo. Desde que assumimos, temos preocupação com a economia dos cofres públicos. Começamos a sair da idade da pedra, implementamos o teletrabalho, o chat gratuito – que atende em média 5 mil pessoas mensalmente –, e o atendimento digital é uma exceção. Quando tivermos um sistema moderno, vamos conseguir criar mais serviços. Com relação à taxa para empresários, há previsão de um reajuste?   Antes, a junta pertencia a União. Agora ela é uma autarquia, ou seja, não sobrevive mais com o dinheiro do governo federal. Estamos estudando atualizar a tabela de preço, mas por conta da pandemia, adiamos um pouco. É importante ressaltar que, desde o início da gestão, trabalhamos para que o serviço público seja transparente, rápido e com um preço justo. As taxas seguem a média do país. Reforço que, quando tivermos um sistema mais seguro e eficaz, poderemos dar um retorno maior aos usuários. Queremos fazer de forma que afete o mínimo possível, principalmente para aqueles que têm menos recursos, mas precisamos manter ou aumentar a arrecadação. Mais para a frente, quando tivermos uma junta mais segura, com mais produtos, poderemos diminuir essas taxas.

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Luciano Carvalho: ‘A pandemia não parou as obras no DF’

Secretário de Obras Luciano Carvalho. Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília A pandemia do novo coronavírus e suas consequências afetam o mundo todo, mas diante das dificuldades, a Secretaria de Obras do Distrito Federal decidiu não parar. Enquanto as autoridades de saúde dão prosseguimento às medidas de prevenção ao contágio e tratamento da Covid-19 no DF, as máquinas mantêm o ritmo das benfeitorias de que o Plano Piloto e as demais regiões administrativas precisam para progredir. Com o pavimento do Eixão completamente recuperado e seguro, o prosseguimento da revitalização das tesourinhas já na segunda das quatro etapas e a liberação do Completo Viário Governador Joaquim Roriz, na Saída Norte de Brasília, o Governo do Distrito Federal (GDF) segue o cronograma de obras planejado para os quatro anos de governo. Para entender o que está sendo feito e o que começa a ser executado já neste segundo semestre, a Agência Brasília foi ouvir o secretário de Obras e Infraestrutura Luciano Carvalho. Na conversa a seguir, ele explica como as obras avançaram em Vicente Pires, os primeiros passos para início da construção dos viadutos de Taguatinga e da Epig, além de outras revitalizações em andamento no Plano Piloto. “Obras que serão entregues ainda neste governo, além de outras que virão.” Confira os principais trechos da entrevista.  A Secretaria de Obras faz obras de grande, médio e pequeno porte. Quantas estão em andamento? A gente tem a sequência dos trabalhos de Vicente Pires que são o grande destaque do momento e todos os contratos que estão em andamento vão ser finalizados até o final de 2020 como era a promessa do governador Ibaneis Rocha. Como a pandemia do coronavírus afetou o andamento das obras no DF, e quais cuidados passaram a ser tomados pra prevenção do contágio da Covid-19 entre os trabalhadores? Não afetou em nada no andamento das obras. Nós tomamos medidas preventivas junto às empresas e suas associações, sindicatos, como Sinduscon-DF [Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal]. Foi feita uma normativa de prevenção, de aquisição de equipamentos de proteção individual na prevenção ao contágio do coronavírus e nada foi afetado. Está tudo normal. E não tivemos proliferação de casos dentro do setor. Tudo tem seguido muito tranquilo. Então a população pode esperar que, com o início da estiagem, os trabalhos sejam ainda mais acelerados e a urbanização de Vicente Pires fique 100% concluída este ano? É importante dizer o seguinte: não vai ficar 100% pronta porque – vou repetir a frase para que fique mais claro – todos os contratos que estão em andamento serão 100% finalizados até o final do ano. Tem obras lá que precisam ser contratadas e estão em processo de contratação agora, então pode ser que a gente ainda chegue até o final do ano sem entregar tudo. Mas já estará contratado também. Isso representa que percentual de conclusão? Ah, vai estar 80% da cidade pronta. Até mais um pouco, talvez. As ruas principais vão estar todas prontas. Rua 3, Rua 4, Rua 7, Rua 10… que eram as mais problemáticas. Em termos de percentual de execução é 80%, mas em resolução dos problemas será mais de 90% dos problemas resolvidos. Ano passado, a Secretaria de Obras teve que rescindir contrato de urbanização no Sol Nascente depois que uma das integrantes dos consórcios responsáveis pela execução dos serviços entrou em processo de recuperação judicial. A nova licitação está prevista para o dia 22 deste mês. Qual vai ser o objeto dessa nova licitação e qual é o panorama dos serviços? São duas licitações que nós vamos ter para o Sol Nascente. Essa de 22 de junho é para contratação dos projetos do Trecho 1 e do Trecho 3. Vale lembrar que o Trecho 1 é uma obra contratada e 100% entregue o objeto dela. O que iremos fazer lá agora são áreas remanescentes que precisam ser projetadas e executadas ainda. O projeto do Trecho 3 que temos em mãos é de dez anos atrás, está muito defasado. A ocupação da cidade mudou completamente, então ele é inexequível, não tem como executá-lo mais. Daí estamos contratando um novo projeto para o Trecho 3 também para poder depois licitar a obra dele. O Trecho 2 é outra licitação que nós vamos lançar, e que está sendo encaminhado para a Novacap a licitação para esse trecho e, aí sim, para execução de obras. Então ela deve ser publicada no mês de junho e realizada no mês de julho. Aí são as licitações para o Sol Nascente: uma de projeto e a outra de obra. O que falta para que o Sol Nascente/Pôr do Sol seja 100% urbanizado? São três trechos: 1, 2 e 3. O Trecho 1, como te falei, o objeto contratado foi executado 100%. O que falta de área remanescente são pontas de rua, trechos pequenos. O Trecho 2 tem mais ou menos 65% da obra pronta. E o 3 tem em torno de 30%, 35% de obras executadas. O governo pegou o Complexo Viário Governador Joaquim Roriz com apenas cerca de 20% das obras feitas e conseguiu, em menos de um ano e meio, entregá-lo à população. O que uma intervenção dessa magnitude representa para quem passa diariamente pela Saída Norte do Plano Piloto? Isso é um contrato antigo que o GDF já tinha e realmente estava com um índice de execução muito baixo [quando o governador Ibaneis assumiu o mandato, em 2019] e que nós conseguimos, com um ano e cinco meses e uma boa gestão e uma boa condução, avançar com as obras e fazer essa entrega para a população. Beneficia toda a região norte da cidade, com um tráfego intenso de veículos indo e voltando de Sobradinho, Colorado, Sobradinho II, Fercal, Planaltina, e os próprios moradores do Lago Norte e Taquari se beneficiam dessa melhoria. É uma entrega que coloca a Saída Norte num patamar completamente diferente. O volume de trânsito que existia ali vai ter uma fluidez muito melhor. As pessoas vão economizar tempo no deslocamento de casa para o trabalho, do trabalho pra casa… Então, é uma perspectiva bem diferente com uma melhora muito grande.  É uma fluidez semelhante ao que se projeta com a construção do túnel de Taguatinga? Sim. Ali em Taguatinga, para você ter uma ideia, circulam em torno de 135 mil veículos por dia. O centro de Taguatinga fica muito sobrecarregado, porque quem quer só passar pelo centro no sentido Ceilândia-Plano Piloto, por exemplo, ou vice-versa, vai só passar por baixo. Então teremos um trânsito livre, com o desafogamento do centro de Taguatinga, que é muito congestionado, trazendo um grande benefício para aquela população da própria cidade, além de Ceilândia, do Sol Nascente, do Pôr do Sol, de Samambaia… É um ganho muito grande para quem estiver só de passagem por lá. Em que pé está aquela obra? Nós estamos finalizando os projetos que faziam parte do escopo do contrato. Estamos fazendo os desvios no trânsito necessários para quando a gente fechar o centro de Taguatinga, e agora, neste mês de junho, vamos fechar o trânsito no centro da cidade e começar a fazer a escavação. E a população começar a enxergar alguma execução de obra. E o viaduto da Epig? Como está o processo para início de execução da obra? Já está publicado o edital, e a licitação vai ocorrer agora em junho. É uma obra de R$ 26 milhões, com recursos da Caixa Econômica Federal. Essa obra, a gente chegou a lançar o edital no final do ano passo, mas o Tribunal de Contas do Distrito Federal nos pediu algumas modificações no edital e no projeto e nós fomos obrigados a fazer a alterações necessárias. Como é uma obra que inclui financiamento, nós tivemos que levar à Caixa novamente para que ela pudesse aprovar as alterações. Vencemos todas essas etapas, e agora, este mês, ocorre a licitação do viaduto que liga o Parque da Cidade ao Sudoeste. O trânsito na Epig passará a ficar livre, sem mais aqueles semáforos confusos. Voltando a Taguatinga, a revitalização da avenida Hélio Prates era uma determinação do governador para este ano. Será possível? Para quando? Este mês vamos publicar o edital da primeira fase. Nela, vamos fazer o primeiro trecho de revitalização, que é o seguinte: todos aqueles estacionamentos e calçadas vão ser revitalizados. As calçadas passarão a ser acessíveis – porque hoje, para se caminhar ali, é cheio de degraus e desníveis em desacordo com a nossa legislação urbanística –, com acessos adequados para as lojas. E os estacionamentos que estão completamente desordenados vão receber urbanização, com fluxo correto de estacionamento. Isso será dividido em três etapas de obras. A primeira licitação será publicada agora em junho, ocorrendo em julho, e na sequência as outras duas etapas. E depois a via central do trânsito de veículos e ônibus será completamente remodelada, com a recuperação completa do pavimento, faixa para ônibus… Enfim, será uma Hélio Prates completamente renovada em pouco tempo. Assim como na W3 Sul está sendo um trabalho em sequência, nós faremos na Hélio Prates também e vamos entregá-la completamente pronta. Por falar em W3 Sul, como seguem as obras por lá? Nós já fizemos a entrega da 511 e da 512, e está em execução a obra na 509 e na 510, com cerca de 60% já concluída. A licitação das obras da 513 e 514 já foi aberta e devemos começar em breve. E depois vamos lançar mais duas licitações: uma que vai da 502 à 508 Sul, e outra, que será a última etapa, que serão as quadras 515 e 516. Nossa ideia é chegar ao final do ano com toda a W3 concluída, ou então em fase final de obras. A revitalização do Setor de Rádio e TV Sul (SRTVS) é uma obra à parte, correto? Sim, é uma obra à parte. O SRTVS hoje é muito confuso, muito desordenado, com calçadas e estacionamentos muito ruins. Então nós vamos estabelecer uma ordem urbana ali por meio de um projeto muito bem feito pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação [Seduh] –  nós fizemos o projeto executivo –, com projeção de ser licitação já marcada para junho. Será possível promover ali uma reorganização sem perder espaço de estacionamentos, um dos maiores problemas para quem trabalha e frequenta a região? A visão da Seduh hoje, e com a qual a gente compartilha, é a de que, mesmo que não se ganhe mais vagas de estacionamento, quando se traz uma ordem tem-se um ganho de qualidade muito grande. Então aquela bagunça de carros estacionados de tudo quanto é jeito, de forma bagunçada, vai deixar de existir. Quando se ordena isso, você traz muito mais conforto para a população, além de segurança. Do que ainda depende a conclusão da W9, no Noroeste? Por que as obras foram iniciadas e interrompidas? Qual a previsão de que a via fique finalmente completa? Ali houve um primeiro movimento de obra porque a gente trabalhou na etapa que podíamos fazer sem interferir nas casas existentes dos índios. Foi feito um acordo acompanhado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios [MPDFT], Funai e GDF para que a passagem seja liberada para conclusão da via W9. A nossa parte foi cumprida e a primeira parte foi feita. Mas, para darmos sequência, os índios têm que desocupar as casas existentes e a gente fazer a demolição. Para isso, a Terracap fez as residências novas, que já estão prontas, e que estão em fase final de recebimento, vamos dizer assim, pela Funai e pelo MP, para que os índios se mudem para as residências novas e nós possamos dar continuidade. O que foi feito ali nessa primeira fase? Serviços de drenagem, basicamente. Fizemos a limpeza da área, o movimento de terra e a drenagem. As casas estão prontas, mas só estamos aguardando um OK do MPDFT e dos representantes dos índios para que possamos dar prosseguimento. A nossa parte está feita. Como segue o trabalho da Secretaria de Obras na expansão de ciclovias na cidade? No Noroeste, por exemplo, estamos concluindo um trecho de ciclovia na W7, ao lado do Parque Burle Marx, que estava parcialmente executada, mas atendia uma demanda antiga dos moradores. Colocamos a Novacap para executar e isso trará muitos ganhos aos frequentadores, com uma faixa exclusiva para o trânsito de bicicletas, para corrida e prática de esportes. Está sendo feita também uma ciclovia por uma obra terceirizada do DER-DF, na ligação na DF-459, entre Samambaia e Ceilândia. A obra por lá está bem avançada e deve ser entregue nos próximos 30 dias. Há uma polêmica envolvendo moradores da Asa Sul contrários à padronização do revestimento dos túneis das tesourinhas e à retirada dos ladrilhos originais. Há uma descaracterização do projeto ao padronizar o revestimento das asas Sul e Norte – onde não há esses ladrilhos? Na Asa Sul, onde as tesourinhas foram construídas primeiro, sempre teve esse revestimento de ladrilhos. Na Asa Norte, que surgiu depois, sempre foi concreto. Antes de iniciar as obras, nós consultamos o Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] com a ideia de padronizar. A opção que prevaleceu foi manter tudo em concreto, porque para fazer a recuperação das estruturas na Asa Sul seria necessário que removêssemos como estava. Foi tudo consultado, conversado, está tudo sendo muito bem feito e vai dar mais anos de vida com qualidade para essas obras de arte que são as tesourinhas.  A previsão nesses próximos dois anos e meio de governo é que o DF passe por grandes obras transformadoras das cidades? Sim, e tem muitas outras coisas em planejamento que nós iremos divulgar aos poucos. Essas obras todas que nós falamos serão entregues ainda neste governo e outras virão ainda, com certeza.

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David Nogueira: “O ensino híbrido é o caminho da educação”

Reinventar a educação e as suas metodologias de ensino transformou-se no grande desafio de educadores e especialistas neste período de pandemia e isolamento social. Na rede pública, buscar caminhos para que alunos dos mais variadas classes e condições sociais sejam assistidos mostra-se um trabalho ainda mais ousada a fim de garantir o cumprimento do calendário escolar e do fechamento do ano letivo após meses de atividades suspensas. Foto: Álvaro Henrique /Secretaria de Educação A partir de julho, o Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Educação, inicia o trabalho de acompanhamento dos estudantes com a expansão das teleaulas na TV, plataformas digitais e da distribuição de materiais impressos gratuitos a quem não tem acesso à internet. Os professores voltam às atividades não presenciais em junho, com uma reformulada grade curricular para cumprir o ano letivo de 2020. A campanha Learning never stops, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), revela que 165 países foram afetados pela pandemia do novo coronavírus. Com as medidas de prevenção, 1,5 bilhão de crianças e jovens, que correspondem a 87% da população mundial de estudantes na faixa escolar, foram ou ainda estão sendo afetados com a necessidade de suspensão das aulas. No Distrito Federal, as escolas permanecem fechadas desde 11 de março. O ensino híbrido, que deverá mesclar a presença dos alunos em sala de aula no segundo semestre com o ensino a distância, se desponta como um novo caminho. “E deve ressignificar o protagonismo do estudante durante seu aprendizado”, reforça o assessor especial da Secretaria de Educação David Fernando Nogueira. Em entrevista à Agência Brasília, ele detalha como será o retorno gradual das atividades, o que está sendo pensado para o acompanhamento de alunos da educação especial, como serão ministradas as aulas pela televisão e como seguir o princípio de igualdade na educação sem deixar de lado o da equidade. “Não adianta eu repartir igualmente para todos, sem ser justo ao avaliar as condições econômicas de cada um deles.”  Qual a estratégia do GDF para a realização das atividades pedagógicas não presenciais neste período de isolamento? A gente já está fazendo atividades não-presenciais usando a televisão, por meio das teleaulas, e pela plataforma digital Google for Education, ou Google Classroom, que está sendo usada em vários lugares do mundo. Algumas escolas já estamos distribuindo um material impresso com esse mesmo conteúdo. Só que esse trabalho que a gente está fazendo até agora foi para o estudante não perder o vínculo, continuar engajado, mas não estava valendo como horas letivas. O que faremos agora é efetivar esse trabalho para que ele, de fato, valha por horas letivas para os estudantes. Para que isso aconteça, a gente precisa ampliar os canais de transmissão na TV. Atualmente, temos três horas na TV Justiça. O que faremos é ampliar para três horas por dia, por exemplo, só para o ensino médio, indo de uma hora para o ensino infantil a três horas e meia para o ensino integral de televisão. Então, por dia, a gente vai ter cerca de 40 horas de programação para os estudantes da rede pública do Distrito Federal. Serão quatro canais com dez horas diárias [de aulas]. Já está definido quais serão esses canais? Não. Estamos no processo de licitação para chamar os canais e defini-los. Pedimos que a rede que for fazer isso tenha a capacidade de realizar transmissões ao vivo porque já percebemos que as aulas em tempo real são mais interessantes para os nossos alunos, começando 8h da manhã e terminando às 22h com os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Aí essas emissoras terão um tempo de 24 horas, talvez um pouco mais, para pegar essa programação que foi ao vivo e subir os vídeos para os estudantes que, porventura, tenham perdido as aulas e possam acompanhá-las depois por meio das videoaulas. Foto: Secretaria de Educação O que será diferente do que já está sendo feito hoje? Primeiro que a gente conseguirá atender com qualidade: teremos espaço para cada ano e série dentro da programação da TV, muito definido com horários das aulas e conteúdos específicos. Para além disso, fica obrigatório tanto o professor quanto o aluno se engajem por meio da plataforma ou por meio dos trabalhos impressos. Até agora era opcional. Mas a partir dessa implantação será obrigatória a participação do professor com suas turmas e dos estudantes. E aqueles estudantes e professores que não puderem fazer isso por meio da plataforma, poderão fazê-lo por meio do material impresso e por uma central de atendimento que está sendo montada em que o professor poderá atender o estudante pelo telefone, pelo WhatsApp, dentro de um período específico. Esse material impresso estará disponível de que forma? Nas escolas, para que as pessoas que não tenham acesso a essas outras plataformas eletrônicas possam ir lá buscar? Isso, o material impresso ficará disponível nas escolas. A logística de distribuição será responsabilidade de cada regional de ensino que se organizará da forma que mais lhe convier. Algumas, inclusive, já falaram em utilizar o transporte escolar para deixar esse material onde o estudante pega o ônibus. Outras vão fazer com que os estudantes que morem perto da escola vão até lá para buscá-lo. Tudo isso começa a valer a partir de quando? A gente quer fazer o retorno dos professores agora, no começo de junho, e aí começamos a fazer o treinamento deles; muda muito a prática pedagógica. Agora que estaremos fazendo tudo mediado, por tecnologia, então há muitas formações que a gente precisa definir: como fazer as atividades, como utilizar as teleaulas nas suas atividades na plataforma. Paralelamente, está ocorrendo a contratação das TVs. Então, a gente imagina que tudo já esteja pronto lá pelo fim de junho, começo de julho. Em resumo: voltamos com os professores no começo de junho e começamos a validar as aulas a partir do início de julho. Como será essa volta dos professores? É importante frisar que essa volta não será presencial. O professor estará à disposição. As escolas permanecem fechadas e os docentes em regime de teletrabalho para fazer coordenações pedagógicas on-line, formações on-line, atendimentos para trocar informações e experiências nesse período. Será possível amenizar os impactos da falta do aprendizado presencial neste período  de escolas fechadas? É possível amenizar. Nunca é possível recuperar completamente o que é o aprendizado presencial, mas nossa preocupação é garantir a aprendizagem. E como a gente faz isso? Reorganizando o currículo, pegando avaliações diagnósticas dos anos passados e vendo quais foram as principais dificuldades dos nossos estudantes em cada ano série. A partir daí, reorganizamos o currículo aula a aula, semana a semana. Então o cronograma programado para 2020 é readaptado, isso? Isso. Foi refeito para se adequar e atender esse período. Como será possível ressignificar o protagonismo do aluno nesse novo processo de aprendizagem? Na verdade, isso é necessário porque, nesse novo modelo de trabalho, grande parte é do estudante. Então, as atividades têm que ser aquelas que estimulem a pesquisa, o pensamento crítico para que o estudante seja um ator dentro da plataforma ou no trabalho impresso, em que ele construa esse conhecimento junto com o professor. As aulas expositivas ficarão muito reduzidas, né? Só na televisão. A gente entende que são outras formas de organizar esse saber nessa prática pedagógica, mas essas práticas podem ser interessantes. Quem tem acesso à internet terá outro conteúdo dentro plataforma? Vamos imaginar que estamos na primeira semana da volta. Na primeira semana, o conteúdo da matéria, de história, por exemplo, do 1º ano, é a Grécia. Isso significa que as teleaulas na primeira semana o tema será Grécia. As atividades na plataforma vão ser Grécia. As atividades impressas vão ser Grécia. As escolas vão combinar isso com seus alunos, cada uma vai organizar e tem até dois meses para recolher as atividades. Então, quando o aluno X entregar as atividades relativas a Grécia, seja pela plataforma digital ou por meio impresso, o professor vai atestar o aprendizado dele e a presença dele por meio da atividade dele. A atividade da plataforma e a do impresso vai ser a mesma, com algumas adequações. O meio só é que muda. [Olho texto=”A gente da rede pública precisa pensar é não só na igualdade, mas também na equidade” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Muito se discute a falta de igualdade e das diferentes condições de acesso pelos estudantes, principalmente os de baixa renda como os mais prejudicados. Como isso vem sendo pensado pela Secretaria de Educação de modo a preservar a qualidade do ensino? Uma coisa que a gente da rede pública precisa pensar é não só na igualdade, mas também na equidade. Não adianta eu dar uma maçã para um e uma maçã para outro sendo que a de um dele é podre. Não vai adiantar eu repartir igualmente sem ser justo.  Como a gente está fazendo isso? Primeiro indo em vários fronts. A gente tem a TV, que é o meio mais democrático; a gente tem a plataforma com a internet que é o meio que propicia atividades mais interessantes, e a gente tem o impresso, porque não são todos que têm acesso à internet. Também começamos a negociar um pacote de dados patrocinados: um estudante ou professor que acessasse aquela plataforma não teria a internet cobrada do seu programa de dados, mas sim da própria Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal. Essa é também uma forma de amenizar um pouco essas grandes diferenças que existem. Como o senhor acredita que será o retorno das crianças e jovens às aulas presenciais? Como a Secretaria de Educação está se planejando para isso? A Secretaria, quando pensou esse planejamento pedagógico, avaliou todos os cenários possíveis. Estamos fechando essa programação, nesse formato [não presencial], até dezembro. Porque se a gente voltar em agosto, por exemplo, com 20% dos alunos no presencial, não vai ter problema, porque como todos estarão andando no mesmo passo, como a matéria na primeira série do primeiro ano é Grécia, em qualquer escola pública do DF que tenha ensino médio, não importa se o aluno estiver presencial ou não, ele terá o mesmo conteúdo. Por isso demos essa uniformizada no currículo prevendo qualquer cenário. Se ficarmos só no mediado (sem presença na sala de aula), ficaremos no mediado. Se tiver uma parte dos alunos em cada um dos modos, ainda assim a gente conseguirá cumprir [o calendário e o conteúdo]. Qual avaliação dá pra fazer do que tem sido feito até agora? A gente teve retornos diferentes para programações diferentes. Atualmente, às terças e quintas há aulas ao vivo para o ensino médio, e às segundas, quartas e sextas temos aulas gravadas para educação infantil até o EJA. Mas a gente percebeu que as aulas das terças e quintas, com uma hora de aula para a primeira série, uma pra segunda e outra pra terceira, têm um retorno bom. Nas outras a gente recebeu a crítica de que é difícil, muitas vezes, para o pai saber quando será exatamente a aula para o filho dele. Muitas vezes o programa da criança do 6º ano são 15 minutos, muitas vezes perdidos na programação. Muitas vezes todos os anos iniciais ficam juntos numa mesma programação – o que confunde identificar se se trata de uma programação para o 5º ano, para o 2º ano. Por isso, absorvemos essas críticas e estamos promovendo a ampliação dos canais, a programação separada, para que todo muito saiba muito bem qual é o seu horário. E ainda tem o horário estendido. Quem vai ter muito menos tempo de televisão é a educação infantil – baseados na Sociedade Brasileira de Pediatria que recomenda às crianças dessa idade a exposição a até 1h por dia. Já o ensino médio terá 3h30 por dia. E o restante da carga horária é complementada pelas atividades – em plataformas ou impressas. [Olho texto=”Cada vez mais a gente vai se adaptar a esse tipo de ensino, vai conseguir fazer com que as aprendizagens sejam efetivas” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Os testes e provas serão realizados de que forma? Isso ficará a cargo de cada professor, mas será discutido numa outra oportunidade – e em debate já antigo dentro da educação, os testes e provas. A gente sabe que, como estão hoje, não funcionam. Muitas vezes o aluno decora um certo conteúdo para um certo momento pontual e se tira 60%, 70% naquele conteúdo e aí se está aprovado, quando a gente sabe que o melhor na educação é uma avaliação processual, semana a semana, se possível aula a aula, para que o educador veja a evolução do estudante dentro daquele conteúdo. Para esse contexto mediado, a avaliação que se faz mais sentido é a processual. A gente vai fazer o treinamento dos professores e a gente espera que eles passem a usar cada vez mais esse tipo de avaliação porque ela faz mais sentido nesse contexto. Como serão assistidas as crianças da educação especial? Aqueles que já estão em turmas de inclusão podem voltar normalmente com suas turmas – a gente colocou, inclusive, acessibilidade do material impresso. E os estudantes dos centros terão um trabalho especial feito pela Subsecretaria de Educação Integral e Inclusão porque alguns deles talvez necessitem de atendimento presencial por algum tempo. Daí, provavelmente precisem ir até a escola, com todas as precauções necessárias. Os estudantes da educação especial são os que mais sentem falta da escola. Para muitos deles, o convívio social é muito importante. O ensino híbrido, com momentos presenciais e mediados pela tecnologia, é um caminho que se desponta para uma nova metodologia? Eu acho que cada vez mais a gente vai se adaptar a esse tipo de ensino, vai conseguir fazer com que as aprendizagens, mesmo que por meios tecnológicos, consigam ser efetivas. E, no cenário que tem sido desenvolvido, é possível que isso seja um caminho para os próximos meses ou talvez até para o próximo ano. Até porque, se de fato a gente ficar com essas idas e vindas de epidemia, se precisarmos termos momentos de reclusão, de isolamento social, talvez seja uma saída mesmo.

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Zélio Maia: ‘O Detran não pode ser visto apenas como órgão de penalização’

Criada há 23 anos, a Lei nº 9.503, que institui aos motoristas a obrigatoriedade de parar na faixa de pedestres – e a esses, a de só atravessarem as vias pela faixa –, é um exemplo clássico de sucesso duradouro de mensagem de conscientização. Em tempos de Maio Amarelo, o atual gestor do Detran-DF, Zélio Maia da Rocha, promete uma série de novas campanhas.  “O Detran não pode ser visto apenas como órgão de penalização”, destaca. Porém, atenta: “Não se alcança uma plena conscientização, sem penalização”. Procurador do Distrito Federal desde 1999, o advogado defende que o foco maior da instituição não é o carro, mas o cidadão. Educação no trânsito, lembra ele, começa cedo. “Todo mundo, quando fala em Detran, só pensa – e isso é um vício – no carro”, destaca. “Não é. Pelo menos o Detran que penso é um Detran que pensa no pedestre. A responsabilidade do Detran é grande, começa com as crianças”. Em entrevista à Agência Brasília, o gestor fala sobre a campanha Maio Amarelo e também aborda comportamento e educação no trânsito, fiscalização do uso das máscaras e a importância do trabalho social do Detran, sobretudo em dias de coronavírus. “As entidades públicas têm a responsabilidade social muito maior do que o particular em geral”, enfatiza. Acompanhe, abaixo, os principais trechos da entrevista. Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília   Como nasceu o Maio Amarelo? Desde 2011, a OMS [Organização Mundial de Saúde] descobriu que acidentes de trânsito e óbitos de acidentes de trânsito viraram uma questão de saúde pública, lançando, assim, a ideia de dedicar um período do ano – no caso, maio – à conscientização da sociedade quanto a esse tema. Nos últimos dez anos, o Brasil, só com internações, teve 1,6 milhão decorrentes de acidentes de trânsito. Imagine a quantidade de pessoas que ficaram paralíticas ou com seus movimentos limitados, e o impacto disso no mercado de trabalho e na própria economia. O cálculo que se faz é que tivemos um prejuízo, nesses dez anos, só com internações relacionadas aos acidentes de trânsito, em torno de R$ 3 bilhões. Em 2011, a OMS alertou o mundo inteiro para tomar providências e traçar uma meta de redução de 50% de óbitos decorrentes de trânsito. Nós, o Detran-DF, entramos nesse projeto de 2013 para 2014. É a sétima edição do Maio Amarelo, que tem por objetivo aqueles propósitos da OMS: esclarecer a sociedade, de um modo geral, para tomar cuidado com relação ao trânsito. A ideia da campanha deste ano, com o lema “Perceba o risco. Proteja a vida”, é que você tem que ter uma percepção de risco para proteger a vida. A partir do momento em que temos essa noção, vamos ter mais cuidado. Consequentemente, se reduz a quantidade de acidentes. E estamos fazendo o dever de casa? Nós estamos com números relativamente bons, reduzindo em 27% o número de óbitos decorrentes de acidentes. Se pegarmos os sete anos em que estamos na campanha e [o fato de] que nesses sete anos tivemos a redução de 27,7% [no número de acidentes], então tivemos uma evolução interessante, levando em conta que tivemos um aumento da frota. É um número a ser comemorado. No ano passado, morreram 168 pessoas em acidentes de trânsito; no ano retrasado, foram 167 vidas [perdidas] em acidentes de trânsito. Pedestres e motociclistas são os mais atingidos. É um número preocupante, por isso não podemos nunca nos acomodar. [Olho texto=”“O Detran que eu penso e imagino é o que pensa no pedestre. Estamos aqui para administrar o cidadão”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Como o Detran tem atuado para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de combater a violência no trânsito? Quem está de fora, obviamente, não tem noção da estrutura do Detran. Eu fui uma dessas pessoas, e me surpreendi, dada a importância do órgão. Nós atendemos três milhões de clientes que são todos, sem exceção, moradores do DF – desde a criança, passando pelo adolescente, idoso, cadeirante, o pedestre que circula pela rua, o esportista que está correndo, aquele que anda de bicicleta, o cidadão que vai de motocicleta para o trabalho, caminhões, ônibus. Nesses dois meses à frente da instituição, tenho a clara noção de que o Detran não deve ser visto como um órgão de administração de carro. Isso é um vício. O Detran que eu penso e imagino é o que pensa no pedestre. Estamos aqui para administrar o cidadão. País desenvolvido é aquele que privilegia o seu cidadão que anda a pé ou de bicicleta na rua. Temos que nos conscientizar, aprender a raciocinar que o Departamento de Trânsito do DF deve ser visto como uma entidade, instituição, órgão que administra a vida de três milhões de pessoas, e são três milhões de pessoas que circulam não apenas de carro. Há novidades da diretoria de educação do Detran-DF nesta edição do Maio Amarelo? Não tenho dúvida de que a diretoria de educação é a mais importante do órgão, e vamos investir muito nela. Por quê? Para educar o cidadão – do cidadão pedestre, que às vezes não tem a devida informação ou educação no sentido de conscientização, de que ele tem que esperar o veículo passar, ingressando na faixa de pedestre de forma correta, passando pelo ciclista aos veículos tradicionais e carros pesados. Tenho como meta aqui no Detran fazer uma grande campanha, porque o Detran não pode ser visto apenas como órgão de penalização. A penalização, em algum momento, é necessária. Não se alcança uma plena conscientização sem penalização. Em qualquer país desenvolvido em que você olha e vê que o trânsito é voltado para o pedestre, há pesadas multas para quem desrespeita as regras destinadas aos veículos. E, se possível, [deve-se] multar também o pedestre, mas a forma mais fácil de controlar esse sistema de punição é [administrar os cidadãos] que transitam em veículos, porque têm placas, todo o controle do Estado. Então haverá novas campanhas de conscientização? Temos um projeto de fazer campanhas publicitárias voltadas a uma conscientização em massa, voltadas para toda a sociedade. A responsabilidade do Detran é muito grande. Começa com as crianças, então temos que ter campanhas voltadas para esse público. Não há exemplo melhor do que uma criança bem-educada e informada pedir que o pai coloque o cinto de segurança; ou que, nessa época de pandemia, alerte os pais para o uso da máscara. A criança é a faixa de idade mais fácil de você educar. Quando você educa bem uma criança, essa educação vai durar para o resto da vida. [Olho texto=”“É cultural, em Brasília, estacionar em fila dupla nas quadras comerciais, então vamos começar a mudar essa cultura, tendo noção de que um veículo parado no lugar errado vai atrapalhar outros veículos”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Os números de violência no trânsito poderiam ser reduzidos se atitudes simples, como não dirigir bêbado e não usar o celular ao volante, fossem obedecidas. Há alguma dificuldade de as pessoas seguirem essas regras? É uma questão cultural ou de comportamento? O comportamento humano, normalmente, é atribuído ao fator cultural. Na Alemanha, não é cultural você desrespeitar as regras de trânsito, porque o Estado presente fez a sua parte de cobrar do cidadão, e ele [o cidadão, fez o papel de] respeitar as regras. Dizer que é cultural é tirar a responsabilidade de cada um. Não dirigir e beber, ou [não] falar ao telefone dirigindo, isso diz respeito ao Estado – no caso aqui, o Detran. Então é investir em campanhas de conscientização, educação. Por exemplo, é cultural, em Brasília, estacionar em fila dupla nas quadras comerciais, então vamos começar a mudar essa cultura, tendo noção de que um veículo parado no lugar errado vai atrapalhar outros veículos. Então vamos começar a mostrar que cada um tem responsabilidade social com o que acontece no trânsito. A cultura positiva ou negativa vem de uma atenção maior ou menor do Estado. A partir do momento em que [o Estado] se faz presente positivamente, educando e até penalizando com as multas quando é o caso, daí você cria uma cultura positiva. O Detran vai ajudar na fiscalização ou na conscientização no uso das máscaras? Outro dia saiu uma fake news falando que quem não estiver usando máscara no carro será multado pelo Detran. Não é verdade, isso não existe. Usar máscara é uma obrigação, mas [não usar] não é uma infração de trânsito. A ideia do governador no seu decreto é multar o cidadão que não estiver usando máscara, mas isso não impede que trabalhemos o conceito de conscientização para o uso de máscara, o que vamos fazer. Tanto que já há uma determinação para o planejamento de campanha pela conscientização do uso da máscara dentro da ideia de que temos de ajudar nossos três milhões de habitantes nesse momento tão crítico. [Olho texto=”“O Detran não tem como evitar que os carros existam, mas tem a responsabilidade de, com os carros existindo e os cidadãos compartilhando espaços com veículos, tomar providências para educar da melhor forma possível”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Nesta edição, o Detran vai ajudar também no combate à pandemia. A ideia é preservar e salvar vidas no trânsito para não faltarem leitos destinados aos pacientes da Covid-19? Esse é um argumento a mais nosso. Ou seja, qual a forma de ajudarmos, hoje, no combate à Covid-19? Temos ao nosso favor dados para pensar. Por exemplo: a poluição diminuiu. Acidente de trânsito diminuiu, por motivos óbvios. E será que é esse o modelo que nós queremos ou é o modelo de excesso de carros nas ruas? Claro que isso é uma discussão social, de modernidade de trânsito, de mudança de concepção, de como se locomover nas grandes cidades, temas que fogem do controle do Detran. O Detran não tem como evitar que os carros existam, mas tem a responsabilidade de, com os carros existindo e os cidadãos compartilhando espaços com veículos, tomar providências para educar da melhor forma possível. E, mesmo que discorde do excesso de veículos nas ruas, que busque a melhor forma de compatibilizar a convivência entre pedestres, ciclistas e condutores de veículos. Descobrimos em análises técnicas que, com a pandemia, a quantidade de acidentes de trânsito diminuiu substancialmente. Logo, os hospitais passaram a receber menos pacientes de acidentes de carro, o que nos alertou a pensar que, quanto menos gente nos hospitais ocupando leitos, obviamente, estaremos disponibilizando leitos de forma direta para pandemia. Neste ano, por conta da pandemia, as ações vão acontecer somente nas redes sociais e não nas ruas, como era característica da campanha. Como administrar essa mudança radical? O Maio Amarelo é uma campanha essencialmente presencial, exige o corpo a corpo, com os agentes entregando panfletos para as crianças, para o pedestre na faixa, observando se ele está tomando as providências devidas, esclarecendo suas dúvidas; com o ciclista, da mesma forma. Isso não vai acontecer esse ano por conta da pandemia. Então lançamos, seguindo as orientações do Departamento Nacional de Trânsito [Denatran], o Maio Amarelo virtual. Claro que todos nós, não só o Detran, como a sociedade, estamos aprendendo a conviver com essa nova forma de comunicação. Certamente a sociedade, após a pandemia, será outra até na forma de conviver, de se comunicar, de trabalhar. É um desafio, mas o resultado está sendo proveitoso porque percebemos que, com boas campanhas nas redes sociais, talvez até alcancemos um público maior do que no [âmbito] presencial. Há outras ações sociais desenvolvidas pela instituição durante essa crise? Nós percebemos – e não só apenas o brasiliense, mas o brasileiro de um modo geral – que as diversas pessoas em situação de rua que vivem do trânsito, seja o flanelinha, o artista de rua que fica ali no semáforo fazendo suas apresentações, o vendedor ambulante que está vendendo sua pipoca ou água mineral, enfim, todas essas pessoas foram diretamente impactadas pela pandemia. Pensando nisso, sempre na contextualização de que as entidades públicas têm a responsabilidade social muito maior do que o particular em geral, temos o projeto Detran Solidário. O que é o Detran Solidário? Nós fazemos o recolhimento de cestas básicas doadas por servidores e pelos cidadãos em geral por meio de cinco postos de coleta em cidades como Plano Piloto, Águas Claras, Ceilândia; e, numa parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social [Sedes], entregamos a pessoas em situação vulnerável. Foi uma ideia que surgiu dentro da diretoria de educação do Detran, encampada pela direção-geral, e estamos nas ruas todos os dias fazendo coleta de cestas básicas ou do que a pessoa quiser ou puder doar. Qualquer contribuição será bem-vinda. Após isso, o que for arrecadado será passado para a Secretaria de Desenvolvimento Social, que fará a distribuição. O senhor assumiu a direção do Detran no início de março. Como tem sido esse desafio? O desafio é se entregar, sabendo que temos condições de mudar não apenas a realidade do Detran, mas de todo o Distrito Federal. Há uma cultura no Brasil de que a gente sempre dá um jeitinho, e comigo não tem jeitinho. Ou se faz a coisa certa ou não se faz. Quando se relativiza uma coisa pequena, acontece o mesmo com uma coisa grande. E isso é o pior exemplo que você pode dar aos seus pares, aos seus filhos, aos seus amigos, aos profissionais que estão do seu lado. Meu lema é: não relativize, porque quando faz isso para você ou para alguém próximo, você estará relativizado algo que vai prejudicar a coletividade. O desafio é grande, mas estamos cientes de que temos algo a fazer, oferecer aos três milhões de habitantes do DF. [Olho texto=”“Há uma cultura no Brasil de que a gente sempre dá um jeitinho, e comigo não tem jeitinho. Ou se faz a coisa certa ou não se faz”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”]

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Celina Leão: ‘Esporte é lazer, mas principalmente saúde’

A Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal tem uma nova titular: a deputada federal Celina Leão. A parlamentar assume a vaga de Leandro Cruz em meio à pandemia de Covid-19. Ciente dos desafios, ampliados pela presença do vírus que impede, entre outras ações, a prática segura de exercícios, a nova secretária do GDF avisa: a saúde é uma aliada do esporte. De forma segura e com aval de técnicos da área de Saúde, ela apresenta, como um dos principais objetivos, a democratização das atividades. “Precisamos que a política do esporte e lazer chegue a todas as cidades”, diz. “Acho que isso deve ocorrer no DF como um todo, levando essa política na ponta”. Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista. Foto: Renato Alves / Agência Brasília A senhora está chegando agora à gestão do governador Ibaneis Rocha. Qual a sua principal missão, neste momento, ao assumir a Secretaria de Esporte?  Acredito que este é o momento para colocarmos a saúde em primeiro lugar. Eu, diferentemente da visão de algumas pessoas, acho que o esporte não é lazer somente. É também lazer, mas principalmente saúde. Então, como uma política pública de saúde, a gente tem que levar – até nesse momento de pandemia – a vida saudável para as pessoas. Essa é a discussão que eu quero trazer para dentro do governo. O que a gente pode fazer para melhorar a qualidade de vida das pessoas na pandemia? Como é que vai ser o retorno das atividades no setor? Como é que a gente vai conseguir retomá-las? Quero discutir esse assunto juntamente aos técnicos da Saúde. Eu acho que Esporte sempre foi uma pasta muito importante. Neste momento, talvez pela própria vocação de Brasília, uma cidade que tem muitos atletas, deva ser uma pasta prioritária. Quero ajudar o governador Ibaneis Rocha a construir a cidade que as pessoas realmente esperam do DF. [Olho texto=”“Mais do que nunca, precisamos tentar equilibrar a questão da saúde e da prevenção contra a contaminação pela Covid-19. Temos que cuidar da atividade física, do bem-estar e principalmente da saúde”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2017) aponta que o DF é a capital em que mais se praticam atividades físicas, com 49,6% da população ativa. A intenção é manter esse índice, de forma segura, investindo na cidade e nas pessoas? Exatamente. Acho, inclusive, que a gente precisa entrar numa análise e discussão [sobre liberação] dos parques. Desde que sejam isoladas as áreas que têm muito contato – por exemplo, quadras de futevôlei, de vôlei –, mas deixando os locais para caminhada abertos. Até porque as pessoas têm caminhado nas ruas. Alguns países, como a Inglaterra, estão desenvolvendo pesquisas sobre isso e entenderam que a atividade física é uma condição para que o país também se que equilibre e saia da pandemia. Então, nós, mais do que nunca, precisamos tentar equilibrar a questão da saúde e da prevenção contra a contaminação pela Covid-19. Temos que cuidar da atividade física, do bem-estar e principalmente da saúde. [Olho texto=”“Acredito que as atividades devem ser liberadas gradualmente, de acordo com cada pesquisa e sentindo o que aquela atividade pode causar de impacto na nossa rede de saúde”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] O DF tem uma questão forte de esporte para os jovens – os centros olímpicos. Embora as atividades estejam suspensas, esses centros atendem, juntos, 40 mil alunos. Fortalecer esses espaços é uma das metas quando a pandemia passar? Precisamos sentar com os especialistas da área de saúde para entender qual o grau de risco de cada atividade. A gente sabe que a caminhada ao ar livre não traz prejuízo. Então, o que iremos liberar de atividades? Quais quadras podem entrar nessa retomada de atividades? Acredito que as atividades devem ser liberadas gradualmente, de acordo com cada pesquisa e sentindo o que aquela atividade pode causar de impacto na nossa rede de saúde. Sei que as atividades físicas estão no cronograma do governador Ibaneis para serem retomadas no futuro. Não serão as primeiras, porque teremos o comércio, que envolve menos contato. Então, é ver como cada funcionamento vai impactar na saúde. Para que isso ocorra, além de especialistas da Saúde, a senhora pretende ouvir associações, federações e entidades ligadas ao esporte? Certamente, até para que eles possam sugerir protocolos. E aí pensamos em como tudo pode voltar a funcionar, quando possível. As academias vão funcionar com número restrito de alunos? Com horário específico para as aulas, álcool gel e protocolos para uso dos aparelhos? Tudo isso, vou sentar e conversar com eles, envolvendo a área técnica de Saúde, e ver o que pode ser feito. A senhora assume a pasta do Esporte com a experiência de ter passado pela Câmara Legislativa do DF e pela Câmara dos Deputados. O que traz delas e como pode absorver essa expertise na secretaria? Precisamos que a política do esporte e lazer chegue a todas as cidades. Esporte e lazer não podem ser só para quem tem condição de pagar uma academia. Temos que incentivar aquele pequeno projeto social que cuida de 100, 200 crianças, que dão aula de futebol e capoeira… projetos sociais que já existem. Sou parte dessa história, uma vez que aprendi a jogar futevôlei em um projeto gratuito do Parque da Cidade. Fui beneficiária de um projeto social. Acho que isso deve ocorrer no DF como um todo, levando essa política na ponta. Precisamos de grandes eventos? Sim, mas eu acho que precisamos mais do que isso. Precisamos levar qualidade de vida para todas as pessoas, em todas as cidades. Nossa ideia é que Brasília seja a capital mundial do esporte. E ela tem vocação para isso. Temos atletas de ponta para isso. [Olho texto=”“Precisamos de grandes eventos? Sim, mas eu acho que precisamos mais do que isso. Precisamos levar qualidade de vida para todas as pessoas, em todas as cidades”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”]

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“Quanto menos contato entre pessoas que não moram na mesma casa, melhor”

As recomendações seguem as mesmas. As pessoas devem evitar sair de casa, só deveriam sair os envolvidos em atividades essenciais e em atividades comerciais liberadas pelo GDF. Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília O uso de máscara facial não substitui o isolamento social na prevenção ao coronavírus. O alerta é do subsecretário de Vigilância à Saúde, o médico infectologista Eduardo Hage. Com a recomendação para o uso de máscaras em locais públicos e a reabertura parcial do comércio no Distrito Federal, a população tem sido vista nas ruas usando os equipamentos, mas sem tomar outras medidas de proteção, como o distanciamento de, no mínimo, 1,5 metro uns dos outros, além de higienização das mãos. “A máscara é uma medida adicional. Ela não protege totalmente – diminui um pouco o risco de transmissão. O que elimina é o isolamento”, afirma. Confira a entrevista que ele concedeu à Agência Brasília. Sair de casa usando a máscara facial, de tecido ou descartável, é seguro? A máscara evita a infecção por coronavírus? As recomendações seguem as mesmas. As pessoas devem evitar sair de casa, só deveriam sair os envolvidos em atividades essenciais e em atividades comerciais liberadas pelo GDF. A maior parte delas, como as educacionais, não foram liberadas ainda, então certamente as pessoas estão circulando sem necessidade. A primeira recomendação, independente da abertura gradual das atividades, é que, quem puder, fique em casa. O isolamento social continua sendo a principal forma de proteção? Exatamente. O isolamento é a principal causa de termos chegado até aqui com esse aumento lento e gradual do número de casos. E também de não termos, até o momento, trazido uma sobrecarga ao sistema de saúde. Se as pessoas acharem que as medidas podem ser afrouxadas, ou pior, forçarem para elas serem afrouxadas, estão colocando em risco a própria vida e a de outras pessoas. O número de casos vai aumentar muito e, consequentemente, os casos graves e de pessoas que precisem ir para a UTI e certamente a mortalidade. A preocupação é as pessoas ficarem doentes ao mesmo tempo? Não só ao mesmo tempo como em número maior. A gente tem conseguido ter um número menor de casos, casos graves e óbitos justamente pela manutenção do isolamento. As pessoas não podem deixar de atender as medidas de isolamento recomendadas. [Olho texto=”A gente sabe que é uma data importante, as pessoas não encontram a mãe há muito tempo, mas quanto mais se precaver melhor. As pessoas até podem usar máscaras, higienizar as mãos, não ficar em situação de proximidade com as outras pessoas, mas são tantas recomendações de cuidado que certamente vão esquecer de alguma.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]   … A máscara então não substitui os outros cuidados? De forma alguma. A máscara é uma medida adicional, não é substitutiva. Ela não protege totalmente. É preciso higienizar as mãos sempre que tocar alguma superfície, manter a distância de 1,5 metro, sair de casa só quando for necessário. Mas o principal é o isolamento. Se eu fico em casa, não há nenhuma possibilidade de transmitir o vírus para outra pessoa fora do meu domicílio. Quanto mais sair de casa, mais eu me exponho. A máscara diminui um pouco o risco de transmissão, mas não elimina. O que elimina é o isolamento.   … Pessoas que moram juntas precisam usar máscaras em casa? É difícil manter isso o tempo todo nas atividades do dia a dia, na hora de dormir, por exemplo. É importante adotar medidas que possam ser cumpridas. A única exceção é quando tem pessoas do grupo de risco em casa. Aí, sim, as pessoas deveriam utilizar máscara dentro do domicílio. Nesse caso, o esforço adicional tem que ser feito. E, quando possível, recomendamos que haja um distanciamento do grupo de risco. A gente sabe que em grupos de baixa renda é mais difícil, as pessoas vivem em casas de um ou dois cômodos. Mas, sempre que possível, as pessoas do grupo de risco devem ficar separadas em um cômodo. É importante fazer um isolamento dentro de casa em caso de convivência com pessoas do grupo de risco. Domingo é Dia das Mães. As pessoas podem visitar as mães de máscara? Quanto menos contato entre pessoas que não moram na mesma casa existir, melhor. Pessoas que residem em outros domicílios têm fluxos diferentes pela cidade, têm contato com outras pessoas e podem levar o vírus, mesmo usando máscara. Primeiro que a máscara não protege 100%. Depois, por algum descuido, ela não higieniza as mãos corretamente, toca em alguma superfície e acaba contaminando o ambiente. Quanto mais evitar isso melhor. A gente sabe que é uma data importante, as pessoas não encontram a mãe há muito tempo, mas quanto mais se precaver melhor. As pessoas até podem usar máscaras, higienizar as mãos, não ficar em situação de proximidade com as outras pessoas, mas são tantas recomendações de cuidado que certamente vão esquecer de alguma. Antes de entrar na casa, seria preciso tirar toda a roupa. A rigor, a pessoa teria que levar outra roupa, não tocar em nenhum objeto, trocar de roupa dentro do domicílio já possibilita contaminar o ambiente… São tantos cuidados que tem que tomar que fica impraticável.

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“Mesmo na crise, mercado está contratando”

De acordo com o secretário de Trabalho, Thales Mendes Ferreira, “há um pedido expresso do governador de iniciativas para ajudar o setor produtivo e a população em geral”, afirmou, em entrevista à Agência Brasília. Foto: Secretaria de Trabalho (Divulgação) Há pouco mais de uma semana, a Secretaria de Trabalho deu uma guinada dentro do Governo do Distrito Federal. Por decretos, o governador Ibaneis Rocha concedeu autonomia administrativa à pasta que, além de orçamento próprio, passou a contar com mais servidores para atuar com agilidade maior em processos de contratação, licitação e programas voltados à geração de emprego e renda. O voto de confiança do chefe do Executivo vem com uma única determinação: amenizar os efeitos negativos da pandemia do novo coronavírus. “Há um pedido expresso do governador de iniciativas que necessitamos tomar para ajudar o setor produtivo e a população em geral. Várias dessas propostas não teriam uma execução rápida se não tivéssemos condições administrativas para fazer”, explica o secretário de Trabalho, Thales Mendes Ferreira, em entrevista à Agência Brasília.  Ele conta que uma das medidas é a retomada das atividades nas 17 Agências do Trabalhador, previstas para maio, como forma de ajudar a desafogar o atendimento de casos relacionados ao seguro desemprego. “Estamos tomando todas as providências para reabrirmos normalmente”, afirma. Para isto, conta, as unidades foram desinfectadas e serão disponibilizadas máscaras e álcool gel, além de equipamentos de proteção individual (EPIs) para servidores.   O gestor diz, ainda, como o mercado está surpreendendo com novas contratações. Ainda sem precisar quais os reais estragos da crise, Thales Mendes antecipa que pretende lançar em breve novos programas de capacitação profissional e de estímulo ao empreendedorismo.  A Secretaria de Trabalho ganhou estrutura administrativa própria, o quadro de servidores aumentou…Esse reforço é fruto de uma nova modelagem que o governo quer dar à pasta? Foi uma proposta encaminhada no começo deste ano ao governador que se mostrou sensível à pauta do trabalho, que desde 2015 tem sido colocada numa estrutura menor, atrelada a outra secretaria. Nesta gestão, estava na Secretaria de Desenvolvimento Social. Ficamos sem área meio. Ou seja, toda parte administrativa, de pessoal, de orçamento, de compras, o financeiro, tudo estava fora do nosso comando. Então, defendemos que por ser um tema estratégico de governo, a gente tivesse autonomia para poder tocar os projetos. E como está a estrutura? Ainda é uma estrutura pequena em relação a todas as outras pastas, enxuta, mas bastante factível. A gente vai conseguir ter vida. Vida administrativa com condição real de atuar. Imagine que tínhamos processos, que ficavam aqui cinco meses pra ter parecer jurídico. Outros com mais tempo que isto para contratar ou adquirir algum bem ou serviço. Agora, será diferente. Não temos mais desculpa. É um momento diferente para a Secretaria de Trabalho e estamos nos estruturando para isto.  A pandemia do novo coronavirus influenciou o governador nessa decisão? Não sei se houve impacto direto. Até porque trabalhávamos por essa autonomia há um tempo. Mas é claro que com os efeitos da pandemia, vamos precisar agir mais rápido. A Secretaria de Trabalho tem assento nos comitês de crise e, lá, todo o governo trabalha acompanhando e propondo soluções para amenizar os efeitos da pandemia. Durante as reuniões, há um pedido expresso do governador de iniciativas para ajudar o setor produtivo e a população. Várias dessas propostas não teriam uma execução rápida se não tivéssemos condições administrativas de execução. [Olho texto=”A pasta do Trabalho é transversal, já que outras também possuem projetos e ações voltadas para o tema. Nosso objetivo é integrar todos para que tenhamos maior produtividade. A determinação do governo é ter efeitos reais, que sejam sentidos pela população.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Então, qual será o grande desafio a partir de agora? A pasta do Trabalho é transversal, já que outras também possuem projetos e ações voltadas para o tema. Nosso objetivo é integrar todos para que tenhamos maior produtividade. A determinação do governo é ter efeitos reais, que sejam sentidos pela população. Não vamos ficar só no custeio da máquina,  queremos fazer com que as coisas cheguem na mão do trabalhador. O desafio é recolocar quem está desempregado no mercado com qualificação e estimular o empreendedorismo. Porque para o governo criar uma vaga de trabalho é difícil, é caro e as pessoas que têm veia empreendedora precisam ter no governo um parceiro. E isto vamos trabalhar de maneira forte. Estimular o empreendedorismo na descoberta de novas profissões, com transformações tecnológicas, liberando créditos com menos burocracia e estimulando as pessoas a crescerem e se desenvolverem. Como o senhor pretende fazer isto na prática? Vamos criar uma série de programas de qualificação profissional, alguns específicos de incentivo ao empreendedorismo, abertura de créditos facilitado, flexibilização de taxas de juros com prazos mais flexíveis para que possam, por exemplo, tomar mais empréstimos pelo Funger, que é um fundo voltado ao microcrédito para pessoas em situação informal e para o microempreendedor. Nesse período de pandemia, como a secretaria está trabalhando? Quando chegou a pandemia e começou o isolamento social, das 17 Agências do Trabalhador tivemos que reduzir as atividades para o atendimento em quatro unidades: Taguatinga, Plano Piloto, Ceilândia e Sobradinho. A gente identificou que houve uma grande procura de pessoas para acessar o seguro desemprego, até porque as delegacias do trabalho estavam desmobilizadas. Então, resolvemos abrir mais uma agência, no Gama. Mesmo assim, estávamos com nossa agenda preenchida até o final do mês. Então, conversei com o governador e pedi autorização para que pudéssemos abrir todas as unidades para atender em segurança quem procura acessar o seguro desemprego. Ele autorizou e vamos reabrir todas neste mês. Para isto, vamos fornecer EPIs para servidores e desinfectar as agências, e, ainda, fornecer máscaras e álcool gel para as pessoas. O governador deu a ideia de colocarmos tendas da Secretaria de Saúde para testagem dos trabalhadores que buscarem os serviços nas agências.  [Olho texto=”Vamos criar uma série de programas de qualificação profissional, alguns específicos de incentivo ao empreendedorismo, abertura de créditos facilitado, flexibilização de taxas de juros com prazos mais flexíveis para que possam, por exemplo, tomar mais empréstimos pelo Funger, que é um fundo voltado ao microcrédito para pessoas em situação informal e para o microempreendedor.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Quando as Agências do Trabalhador vão reabrir? Estamos tomando as providências para retomarmos as atividades a partir da próxima semana, de 8h às 17h. Assim que tudo tiver decidido vamos divulgar a data exata. Ainda estamos tomando as medidas preventivas, e estabelecendo uma logística de atendimento para evitar aglomerações e eliminar os riscos. Nossa ideia é entrar no mês do trabalhador com todas as agências funcionando.   Agência do trabalhador é um caminho alternativo para buscar o emprego. No entanto, ainda é pouco utilizada para isto. Há alguma intenção de torná-la mais acessível? Mais de 30% do acesso às agências do trabalhador são referentes à retirada da carteira de trabalho. Hoje, como a carteira de trabalho é digital, é possível fazer pela internet. O mesmo queremos fazer com quem procura emprego. Por isto, estudamos uma transformação digital do processo de intermediação de vagas. Agora, quem procura vaga de emprego tem que acessar um aplicativo do Sine (Sistema Nacional de Empregos). Em 90 dias, queremos oferecer mais uma oportunidade. Um aplicativo do GDF que faça uma aproximação maior de quem quer ofertar a vaga de emprego com quem busca a vaga de emprego, cruzando o perfil exigido com a qualificação técnica do trabalhador. O senhor teria um exemplo? Sim. Tenho, por exemplo, uma lanchonete e estou procurando chapeiro (cozinheiro que trabalha na confecção de assados em chapa). Entro no aplicativo, cadastro minha oportunidade de trabalho e o sistema, por sua vez, seleciona as pessoas que possuem o perfil para minha vaga. Então, posso convocar a pessoa para uma entrevista. Teremos uma plataforma digital regionalizada, que aproxima e que faz o procedimento ser transparente, legal e com credibilidade tanto para o trabalhador quanto para o empregador. Além da busca pelo seguro, muitas pessoas estão desempregadas e precisam ser recolocadas. O mercado está contratando? Há ofertas de emprego? Continuamos com a plataforma da agência digital em atividade e também estamos em busca de vagas de emprego junto ao setor produtivo. Já identificamos nichos do mercado que estão contratando. São empresas na área hospitalar, na área de tele entrega e de restaurantes, que estão funcionando em esquema de delivery. Isto, além daquelas profissões que estão diretamente relacionadas à produção: cozinheiros, padeiros. Houve também um aumento no segmento de supermercados e farmácias, em função desse maior consumo. Ainda não conseguimos tabular esses números, porque foi um crescimento lento. Mas que é visível e já se consegue identificar. Temos como ter uma ideia do número de empregos gerados em função da pandemia? Algumas empresas nos procuraram para fazer a intermediação de vagas. Mas não sei precisar quantos empregos foram efetivados porque esse controle de registro da carteira de trabalho é do Governo federal. E demora algum tempo para que se torne um número que a gente consiga observar. Como as pessoas podem buscar um emprego nesse momento? As agências do trabalhador, em breve, vão voltar suas atividades normalmente. A maioria do atendimento será pelo seguro desemprego, como já disse. Mas não vamos deixar de atender as pessoas que queiram intermediação de vagas de emprego. Vamos continuar captando oportunidades e encaminharemos para entrevistas. O setor produtivo, a partir do Sistema S, tem buscado abrir vagas de qualificação profissional, para que as pessoas possam se qualificar. Também estamos construindo juntos um projeto de qualificação para o futuro, para que logo após a pandemia, possamos oferecer mão de obra para setores específicos. Outra novidade é um grande processo de qualificação profissional via EAD (ensino à distância), que queremos lançar em breve com cerca de 10 mil vagas em 32 cursos. Que tipo de curso estão pensando em oferecer? Secretariado, atendimento ao público, noções básicas de saúde e outros destinados a quem já atua na área de saúde, segurança do trabalho, além de alguns cursos na área de novas tecnologias. Todos com certificação e de aproximadamente 40 horas. A proposta é gerar oportunidades. Mas os detalhes prefiro que o governador anuncie mais adiante quando tivemos para lançar.  Em momentos de crise, é comum o desenvolvimento de novos negócios, que se iniciam a partir de certas necessidades. Como o governo tem ajudando esses empreendedores? Estamos com os agentes de crédito trabalhando para ajudar as pessoas que queiram empreender e que precisam de crédito barato e flexibilização de prazos. Estamos atuando nesse sentido com o Prospera, programa de microcrédito que, normalmente, tem taxa de juros de 6% ao ano. Em função da pandemia, alteramos os contratos para 3% ao ano. Isto corresponde a 0,25% ao mês. Nenhuma instituição privada ou pública possui essa taxa de juros com prazo de carência e flexibilização. É destinado ao microempreendedor: sapateiro; pipoqueiro; vendedor ambulante; ou seja, as pessoas que trabalham na informalidade que nos procurarem terão acesso ao crédito. É claro que devem cumprir os requisitos de acesso ao programa. Mas é algo bem amplo, para ajudar mesmo. Onde esses trabalhadores informais podem buscar informações do Próspera? Estão no site da secretaria e temos agentes em duas agências do trabalhador: a de Taguatinga e a do Plano Piloto. Em todas as outras agências, eles conseguem ter informações do programa, mas, para contratar, apenas nessas duas unidades.  No Brasil, o mundo do trabalho está se modificando com o crescimento das relações de trabalho baseadas no home office. Como o governo trabalha para incentivar e qualificar mão de obra preparada para esse tipo de serviço? Estamos costurando um termo de cooperação técnica com a Fundação de Amparo à Pesquisa (FAP) para desenvolvermos o Qualifica Tech, programa de capacitação profissional voltado para área de tecnologia. Percebemos que houve grande corrida para as plataformas digitais de serviço e consumo. E estamos trabalhando no sentido de abrir alguns cursos de qualificação para produção de sites, de software, aplicativos. A ideia é colocar em prática esses cursos logo após a pandemia. Já temos como medir os efeitos negativos da pandemia no DF no que diz respeito ao número de desempregados? As pessoas falam muito em desemprego, mas o fato é que a gente ainda não tem essa medida. O que existe é uma sensação, um sentimento de paralisia. Na prática não temos números reais de desemprego em função do coronavírus. É fato que pessoas ficaram desempregadas, mas não temos como mensurar o que foi o impacto. Brasília vive uma realidade econômica diferente do resto do país. Boa parte da arrecadação do PIB do DF está em função do funcionalismo público. Nesse setor não houve desemprego. As pessoas continuam recebendo salário, apesar da frustração de receita tanto do governo federal quanto do governo local. É importante falar que o governo manteve um canal de negociação e diálogo com o setor produtivo, com a Fecomércio-DF, Sinduscon e outros órgãos de classe para conhecer os números e criar uma porta de saída de forma sustentável e responsável. 

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Fabiana Rodrigues: ‘A mudança de comportamento é essencial’

O perigo existe e está no ar. Pior: é invisível e pode estar em todas as partes. Por isso, todo cuidado é pouco. Talvez um divisor de águas dos últimos cem anos da história da humanidade, o coronavírus, que já infectou milhões de pessoas em todo o mundo e matou milhares delas, mudou rotina, hábitos e comportamento da sociedade nos quatro cantos do planeta. “A gente precisa se conformar: não podemos fazer mais as coisas que fazíamos antigamente”, alerta a gerente de Risco da Vigilância Sanitária do Distrito Federal, Fabiana de Mattos Rodrigues. A resistência do inimigo assusta. Qualquer superfície para o vírus letal é um porto seguro. Só no plástico, ele pode se hospedar por cinco dias. Na folha de papel que você rascunha, também. E sabe a torneira usada para lavar louças e as mãos? São 48 horas de sobrevivência para esse microrganismo. Daí os cuidados para evitar a contaminação serem prioridade no dia a dia, sobretudo para aquelas pessoas que precisam fazer os trajetos essenciais fora de casa, como ir ao trabalho, ao supermercado, ao banco, à farmácia. A rima ensina: portas e janelas abertas fazem reinar a ventilação; muita água e sabão e álcool em gel nos braços e na mão; luvas é enganação e o uso das máscaras na rua, como vai determinar o governo a partir do próximo dia 30, uma salvação. “As máscaras têm um papel importante em conter a secreção no momento da tosse e conversas, auxiliando nas áreas externas”, alerta Fabiana, que, em bate-papo com a Agência Brasília, derrubou alguns mitos sobre o assunto e ajudou a esclarecer dúvidas, dando ainda dicas de cuidados no dia a dia. Acompanhe os principais trechos da entrevista. Fotos: Paulo H Carvalho / Agência Brasília   [Olho texto=”“A atitude mais importante é o distanciamento social, ou seja, a melhor forma de prevenir o contágio é manter distância”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] É fácil pegar coronavírus? Sim, sabe-se que a via de transmissão pessoa a pessoa do novo coronavírus é por gotículas respiratórias ou contato. Ou seja, qualquer pessoa que tenha contato próximo [no raio de um metro] com alguém que tenha sintomas respiratórios, espirros ou tosse, está em risco de ser exposta a gotículas respiratórias potencialmente infecciosas. Portanto, diante disso, precisamos nos lembrar que a mudança de comportamento é essencial. A gente precisa se conformar que não podemos fazer mais as coisas que fazíamos antigamente. A atitude mais importante é o distanciamento social, ou seja, a melhor forma de prevenir o contágio é manter distância. Além disso, adotamos algumas recomendações que são básicas, tais como a higienização frequente das mãos, seja com álcool a 70% ou com água e sabonete. A higienização com água e sabonete precisa seguir o tempo certo e a técnica correta, atingindo toda a superfície das mãos, lembrando de esfregar as pontas dos dedos, polegares e os espaços entre os dedos. Também é recomendado não ficar tocando no rosto. E, claro, recentemente, o Ministério da Saúde iniciou a recomendação do uso de máscaras. As máscaras têm um papel importante de conter a secreção no momento da tosse e no momento das conversas, auxiliando quando estivermos nas áreas externas. Então a máscara é eficiente no combate ao coronavírus? Para a máscara ter um efeito protetor para a população em geral, é necessário que ela seja confeccionada com uma dupla camada de tecido mais grosso, ou seja, com uma trama de fios mais fechada. A indicação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] é que o tecido seja preferencialmente 100% algodão. Além disso, a máscara deve se ajustar ao rosto, cobrindo nariz e boca, evitando assim abertura em suas laterais. As máscaras de tecido são de uso individual, portanto não devem ser divididas com mais ninguém, inclusive entre pessoas da mesma família. É um material que tende a ficar úmido quando usado por mais de duas horas, por isso é preciso trocá-lo. O ideal é que cada pessoa tenha mais de uma máscara de tecido, porque elas tendem a ficar úmidas em duas horas ou com espirros, por isso a necessidade de trocá-las. Sempre que sair de casa, leve uma máscara reserva e uma sacola plástica para guardar a máscara usada. Depois é só lavar, passar e usar de novo, medidas de boas práticas que ajudam na conservação. Quais os cuidados para aquelas pessoas que precisam fazer os trajetos essenciais fora de casa como ir ao mercado, banco ou mesmo ao trabalho? As pessoas que não podem ficar em casa devem estar atentas. O ideal é sair para a rua com máscara, um frasco contendo álcool a 70% e, sempre que tiver acesso a uma pia, higienizar as mãos com água e sabonete. Além disso, evitar tocar no rosto e em superfícies como corrimãos, maçanetas, paredes, balcões e botões de elevadores, por exemplo. É recomendado, depois de tocar nesses lugares, higienizar as mãos com o álcool a 70%. Existe uma etiqueta de como se comportar na rua para evitar infecção? Seguir a etiqueta respiratória, que é cobrir a boca com a parte interna do braço quando for tossir ou espirrar. Também é bom manter o distanciamento social. Em filas, por exemplo, a pessoa deve estar, no mínimo, a um metro de distância uma da outra, tanto de quem estiver na frente quanto ao lado ou atrás. Se possível, evitar locais com aglomeração, de preferência, ambientes com janelas abertas, onde haja circulação de ar. Quais os locais de maior risco para pegar a Covid-19? Os locais de maior risco são aqueles que proporcionam maior aglomeração, impedindo o distanciamento social de no mínimo um metro entre as pessoas, e também ambientes fechados, sem circulação de ar, como metrô, ônibus e cinema. [Olho texto=”“Continua sendo importante só sair de casa se for realmente necessário. Não dá, nesse momento, para ficar passeando por locais fechados sem que haja uma real necessidade”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A expectativa é que, no começo de maio, seja liberada parte do comércio, o que vai aumentar o fluxo de gente na rua. Sabemos que a economia precisa rodar, mas para isso vamos precisar mudar nosso comportamento no dia a dia, cumprindo todas as recomendações que foram comentadas anteriormente, ou seja, higiene de mãos, uso de máscaras, etiqueta respiratória, distanciamento social, evitar tocar no rosto e superfícies. Continua sendo importante só sair de casa se for realmente necessário. Não dá, nesse momento, para ficar passeando por locais fechados sem que haja uma real necessidade. O ideal é ficar em ambientes onde há circulação de ar, com janelas e portas abertas. Ar-condicionado não é a melhor opção, porém caso não seja possível abrir as janelas, deve-se intensificar a frequência de limpeza dos filtros do aparelho. A roupa usada deve ser guardada ou lavada na mesma hora? A população em geral, ao retornar para casa, deve atender as seguintes orientações: deixar o sapato na porta de casa e colocar a roupa imediatamente para lavar, não sendo necessário adotar nenhum processo de lavagem diferente do habitual; as máscaras de tecido devem ficar de molho na água, sabão e água sanitária ou em produto similar por 20 a 30 minutos; depois de secas, passar com ferro quente e guardar. Gotículas e partículas virais pousam nas roupas? De acordo com as informações atualmente disponíveis, sugere-se que a via de transmissão pessoa a pessoa do novo coronavírus ocorre por meio de gotículas respiratórias [expelidas durante a fala, tosse ou espirro] e também pelo contato direto com pessoas infectadas ou pelo contato indireto com mãos, objetos ou superfícies contaminadas. Estudos recentes mostram que o vírus pode permanecer por vários dias nas superfícies, inclusive nas roupas. Por isso, é importante colocá-las para lavar assim que chegamos em casa. Quanto tempo o vírus fica no ar? Dependendo da superfície, o vírus pode durar dias. Por isso a orientação é fazer a limpeza do ambiente com uma frequência maior do que a de costume. Esta limpeza diminui a carga viral do ambiente. Devemos estar atentos à limpeza dos locais em que as pessoas mais tocam, como as mesas de trabalho, maçanetas de portas, o botão do elevador, o corrimão das escadas. E para quem usa barba? A barba pode aumentar a tendência dos homens de tocar no rosto. Cada homem deverá avaliar se o uso da barba aumenta a chance de tocar no rosto. Caso aumente, ele deverá retirar. Se não quiser tirar sua barba, precisará ficar atento para fazer uma limpeza da mesma com maior frequência – lembrando que o uso de máscara em homens que têm barba não proporciona a mesma eficácia, pois a barba impede que a máscara cubra totalmente o rosto. E os alimentos que ficam expostos nas feiras e supermercados? Além de todos os cuidados já citados, durante as compras, [a pessoa deve] sempre utilizar seu álcool a 70% assim que tocar nas superfícies ou alimentos. Também evitar tocar no rosto sem higienizar as mãos. Quando chegar em casa com as compras, pulverizar tudo com uma substância à base de água sanitária antes de guardar as compras. É importante estar atento a esses detalhes. Tapetes borrifados com água sanitária funcionam? O mais eficaz é entrar descalço e limpar os sapatos assim que possível. Como fazer com os objetos que usamos no dia a dia? No seu ambiente de trabalho, o ideal é que você não compartilhe acessórios; a caneta passa a ser só sua. Uma sugestão é colocar álcool a 70% num pulverizador e você mesmo fazer a limpeza diária dos seus objetos: mesa, mouse, teclado, telefone e demais objetos de que faz uso o tempo todo. É uma mudança de hábito mesmo que vamos precisar adotar para conseguir combater e reduzir a transmissão do vírus. Luvas são eficientes? Quando eu coloco a luva, tenho a falsa impressão de que estou protegido. Daí não higienizo minhas mãos. O profissional que trabalha, por exemplo, no supermercado, como empacotador, geralmente coloca as luvas e não possui uma rotina de troca das mesmas. Então, durante todo o dia, ele toca em todas as superfícies, produtos e até mesmo no próprio rosto com uma luva que está completamente contaminada. A indicação do uso de luvas é para profissionais de saúde, e os mesmos são orientados a trocar as luvas e higienizar as mãos a cada procedimento realizado. Então, o que é ideal para a população não é utilizar luvas, mas fazer a frequente higienização das mãos com água e sabonete ou álcool a 70%. [Olho texto=”“O que é ideal para a população não é utilizar luvas, mas fazer a frequente higienização das mãos com água e sabonete ou álcool a 70%”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] Pode-se dizer que o álcool em gel é o material mais eficiente no combate ao coronavírus? Pode-se dizer que o álcool a 70% é um dos mais potentes produtos para o combate à disseminação do novo coronavírus. Porém, vale ressaltar que, juntamente à utilização do álcool a 70%, todas as outras medidas sobre as quais já conversamos devem ser igualmente adotadas, para evitarmos a disseminação do vírus.

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‘Dados e estatísticas norteiam GDF nas ações contra o coronavírus’

ENTREVISTA O Governo do Distrito Federal (GDF) tem sido pioneiro na adoção de medidas para combater a pandemia provocada pelo novo coronavírus (Covid-19) no Brasil – ações que têm como base estudos e dados locais e internacionais. Na capital, a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) tem atuado na junção dessas informações para alimentar e nortear as medidas do Executivo.  “O governador acertou com a antecipação das medidas de isolamento. Elas têm surtido efeito, e vejam que hoje, felizmente, não temos o mesmo quadro de infecções de outras cidades, em que os casos se multiplicaram em poucos dias”, afirma o presidente da Codeplan, Jean Lima, em entrevista à Agência Brasília.  Ele destaca que o governo monitora o fluxo de pessoas no transporte coletivo e nas ruas, a atuação das unidades de saúde e os impactos sociais e econômicos – além de trabalhar com projeções de casos futuros para adquirir insumos e equipamentos de saúde. Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista. Foto: Renato Alves / Agência Brasilia Como a Codeplan tem contribuído no combate ao novo coronavírus (Covid-19)? A Codeplan tem desempenhado um papel agregador de reunir os dados das pesquisas já desenvolvidas no âmbito socioeconômico com as informações de diversas áreas do governo – dados da Saúde, Segurança Pública, Mobilidade e Social. Com esse cruzamento de informações, a gente consegue apresentar cenários para que o governador possa tomar decisões e até mesmo propor políticas de enfrentamento ao vírus. O Distrito Federal foi uma das primeiras unidades da federação a adotar medidas de prevenção contra a Covid-19. Com que tipo de dados vocês contribuíram para tomar decisões?  A Pesquisa de Amostra Domiciliar (PAD) foi uma das ferramentas que utilizamos. Ela funciona como um censo do Distrito Federal. Com ela, conseguimos mapear todo o território por faixa etária, sexo e região administrativa, e isso nos ajuda a entender as questões demográficas do DF: onde temos mais idosos, que estão no grupo de risco; qual o nível de acesso da população à internet, o que possibilita a ampliação de medidas como o teletrabalho e as aulas virtuais. Podemos ver também como está a questão do transporte público, quem utiliza, quem não. Ou seja, temos uma radiografia detalhada de todo o DF. A partir dela, vimos a necessidade de ampliar as informações do Entorno. Então, o governador Ibaneis Rocha nos demandou para que, neste ano, a gente faça também a Pesquisa de Amostra Domiciliar dos Municípios da área metropolitana do DF. Ela é muito importante para entendermos o fluxo de pessoas na área metropolitana. A gente estima que 200 mil pessoas dessa área metropolitana trabalham no DF. Então, é importante monitorarmos esse fluxo de pessoas, a rede de atendimento da saúde, a rede de atendimento da educação, do transporte público e demais serviços. Outra pesquisa importante para termos como termômetro num momento como esse é a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED). Somos o único estado da federação que realiza esse levantamento. Com ele a gente consegue mapear os setores econômicos, a questão dos informais e profissionais autônomos, um dos mais afetados pela pandemia da Covid-19. Com esses cenários, podemos oferecer informações suficientes para que o governo tome medidas paliativas. Então, antes de qualquer medida de contenção à pandemia, o governo está analisando todos esses dados? O governador tem uma inteligência e feeling que contam muito, mas suas decisões são tomadas sempre com uma base científica. Ele verifica pesquisas, compara dados, quer conhecer os números. Utiliza protocolos internacionais de sucesso, como os de Singapura, Hong Kong e Japão. Ele quer tomar decisões sempre com embasamento em pesquisas, dados, e é isso que ele tem nos pedido sempre. Seja na Codeplan, seja nas secretarias, seja na Casa Civil, ele quer o maior número de informações e estudos para ajudá-lo na tomada de decisão. Uma das maiores preocupações da população é com os reflexos do isolamento social na economia. Como o governo está monitorando essa questão? Sim, estamos acompanhando tudo isso, apesar de a situação ser ainda muito nova do ponto de vista estatístico. Como eu disse, a PED é uma pesquisa mensal, e a gente retomou agora com a nova metodologia, que abrange inclusive o mercado do trabalho na área metropolitana. Com isso, vamos conseguir monitorar melhor e de maneira mais ampla os segmentos da economia mais afetados. Poderemos, inclusive, avaliar o impacto das medidas de isolamento social por segmento de atividade econômica. Estamos falando de menos de 20 dias, desde o decreto de pandemia internacional. Então, a base de informações é de meses anteriores? Boa parte das estatísticas que estamos utilizando é de pesquisas que realizamos antes da pandemia. Mas, com elas, é possível trabalharmos com projeções do ponto de vista estatístico. Ou seja, não refletem a realidade, porque não é possível mensurar a situação assim tão rapidamente, mas são dados atualizados que nos ajudam a projetar um futuro próximo. Por exemplo, o último dado que a gente tem do Caged, que é o Cadastro Geral dos Empregos Formais, é de fevereiro. É um dado recente, que em março atualiza. Com ele, a gente consegue mapear pelo setor de serviços o número estimado de empregados por área, tanto os formais quanto os informais. Isso é importante para nortear o governo a implementar ações para esse setor. Dentro desse panorama, dá para saber quais são os segmentos mais afetados hoje? O governo já pensa em algo para socorrer essas atividades? Temos uma peculiaridade em Brasília, que é o peso do serviço público na nossa economia. Isso nos dá uma boa retaguarda, já que metade da atividade econômica se concentra nele. A outra metade é justamente a dos trabalhadores informais e autônomos. Esses, sim, são os mais atingidos, porque os negócios estão fechados e os serviços estão sendo suspensos. Há também uma preocupação do governo com a população de baixa renda, que está no Cadastro Único, algo em torno de 98 mil famílias. Boa parte deles, com o fechamento de escolas, tem dificuldade em alimentar os filhos. Todo esse levantamento foi feito, e o governo tem implementado medidas para arrefecer esse impacto. As secretarias de Economia e Desenvolvimento Social, juntamente com o Banco de Brasília [BRB], também estão estudando alternativas para isso. Nós, da Codeplan, não tomamos nenhuma decisão. Evidentemente que a gente subsidia as decisões dos gestores, mas não gera nenhuma política pública. A gente levanta as informações para subsidiar as decisões dos gestores. É como um raio-X da realidade de cada setor? Vocês apresentam os dados, e as propostas de governo são encaminhadas depois? Isto. O gestor se baseia nos dados que a gente consegue levantar. Às vezes, a própria secretaria tem as informações, e a gente apenas reorganiza e acaba alertando, com números, a necessidade de tomada de decisões preventivas. A dinâmica de todos no governo, em período de pandemia, de crise, não permite, às vezes, que as pessoas parem para lidar com esses dados. Então, a Codeplan entra trabalhando os dados para que, com informações consolidadas, as pastas possam tomar as melhores decisões. [Olho texto=”“A dinâmica de todos no governo, em período de pandemia, de crise, não permite, às vezes, que as pessoas parem para lidar com esses dados. Então, a Codeplan entra trabalhando os dados para que, com informações consolidadas, as pastas possam tomar as melhores decisões”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”]  Como está sendo a troca de estudos, dados e levantamentos entre os governos de estado e federal? Temos parceria com o Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] e o IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]. Existe a Associação Nacional das Instituições de Pesquisa e Estatística do Brasil [Anipes], da qual a Codeplan faz parte; temos contato com o Instituto Mauro Borges [IMB], de Goiás, e com a Fundação João Pinheiro [FJP], em Minas Gerais. São alguns institutos que estão atuantes nesse processo de pandemia e fazendo esse trabalho de tentar subsidiar as decisões dos gestores, mas ainda não há uma ação muito bem articulada. A gente precisa se articular melhor para formular políticas públicas nesse momento de crise. Como a atual gestão tem tratado a questão da pesquisa e ciência? Tem dado importância? Sim, o governo valoriza isso, o que é muito bom para a população. O governador Ibaneis Rocha tomou, inclusive, a iniciativa de fortalecer a atuação da Codeplan. Existe um projeto de lei, em discussão na Câmara Legislativa do DF [CLDF], para que a Codeplan se transforme em um instituto de pesquisa. Seria uma iniciativa que, em 60 anos, não tivemos no DF. Uma decisão que institucionaliza uma autarquia responsável por todos os estudos demográficos e também socioeconômicos. Com isso, continuaremos a monitorar, por exemplo, o mercado de trabalho. O fato de a Codeplan estar no gabinete coordenado pela Casa Civil sobre a Covid-19 mostra que o governador precisa desse respaldo e acredita nessa atuação, acredita nos dados científicos, na produção de ciência para a gestão pública. Com o impacto causado pelo novo coronavírus, já é possível ter uma projeção do Produto Interno Bruto [PIB] de Brasília? Ainda não dá para fazer essa projeção agora. O cenário ainda é muito imprevisível; precisamos esperar mais um pouco para perceber como será essa retomada econômica. Com os dados coletados até agora, já temos um perfil das vítimas do novo coronavírus? Cruzando os dados internacionais da doença com aqueles produzidos pela Secretaria de Segurança Pública e pela Secretaria de Saúde, já podemos traçar esse perfil. Quase 60% dos infectados são homens, e boa parte tem acima de 40 anos. É um perfil que a gente percebe nos mais de 300 casos confirmados no Distrito Federal. Agora, o que estamos tentando fazer é uma projeção, juntamente com a Vigilância Epidemiológica, dos possíveis infectados na capital para os próximos 15, 30, 60 e 90 dias. Mas isso só será possível agora, ao completarmos o segundo ciclo. Ou seja, desde a suspeita do primeiro caso, que foi em 5 de março, para hoje, já são 28 dias. Agora, a gente quase fecha um ciclo no ponto de vista estatístico e tem mais confiabilidade para fazer essa projeção, com a estimativa de quantos infectados e casos confirmados a partir dos dados que já temos. Nos próximos dias, vamos pegar firme nesses estudos para apresentar as conclusões em breve. Ao restringir as pessoas na rua, o que o governo quis evitar?  Com base em experiências internacionais, o Brasil trabalha com um dado estimado de percentual de população – assintomáticos e sintomáticos –, além de um perfil de letalidade, que aumenta a partir dos 40 anos, sendo que a população mais vulnerável é, sem sombra de dúvida, a dos idosos acima de 60 anos. No Distrito Federal, sabemos, por meio de pesquisas demográficas regionalizadas, que temos em torno de 300 mil idosos. Deste total, um terço mora sozinho ou com outro idoso; e os outros dois terços dividem moradia com adultos e crianças. Ou seja, são mais de 200 mil idosos expostos a vetores [de transmissão] que circulam e levam para casa o vírus. Isso poderia impactar negativamente na saúde pública. Por isso, a decisão do governador de conter o fluxo dessas pessoas. Observe que entre os idosos também é maior o nível de letalidade. [Olho texto=”“São mais de 200 mil idosos expostos a vetores que circulam e levam para casa o vírus. Isso poderia impactar negativamente na saúde pública. Por isso, a decisão do governador de conter o fluxo dessas pessoas”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] O que vocês conseguiram ver desses assintomáticos? Que tipo de informações?  Os assintomáticos têm de todas as idades, sendo mais comuns entre as crianças e jovens. Para chegar a esses dados, tomamos por base estatística a Europa e a Ásia. Infelizmente, não é um dado que ainda tem base na América e nem na África. Então, se calcula uma métrica estatística para embasar qual o perfil do assintomático e qual é o do sintomático. A partir daí, a gente adapta ao padrão demográfico do DF. Ou seja, temos um cálculo estatístico por idade e conseguimos ter ideia do percentual de pessoas sintomáticas e assintomáticas por idade e por sexo, mas esse é um dado meramente estatístico. É uma projeção. É para termos apenas uma ideia de qual é a nossa realidade. Por isso, é muito importante [adotar] as medidas de isolamento, porque não temos como identificar todos os assintomáticos, que, apesar de não apresentarem sintomas, podem transmitir a doença. O ideal seria ter testes para todos, porque saberíamos quem tem e quem não tem o vírus. Mas, como isso não é possível – não foi possível em lugar nenhum do mundo –, as medidas de isolamento são importantes para o controle da transmissão do vírus. [Olho texto=”“O ideal seria ter testes para todos, porque saberíamos quem tem e quem não tem o vírus. Mas, como isso não é possível – não foi possível em lugar nenhum do mundo –, as medidas de isolamento são importantes para o controle da transmissão do vírus”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”centro”] As pessoas falam muito da curva de infecção. O que é essa medida, e como mantê-la abaixo do nível esperado? O governo optou por utilizar padrões de orientações e os protocolos de Singapura, um dos locais que conseguiram um melhor controle do vírus. Quando dizemos que estamos dentro do controle da curva, significa que estamos no limite das ações de Singapura, nem para mais, nem para menos. E, nesse contexto, o governador acertou com a antecipação das medidas de isolamento. Elas têm surtido efeito, e vejam que hoje, felizmente, não temos o mesmo quadro de infecções de outras cidades em que o quadro se multiplicou em poucos dias. O controle da curva é justamente isso: ir medindo dia a dia o número de casos e relacionando essas informações com o fluxo de pessoas, o funcionamento dos estabelecimentos, a dinâmica das cidades. E como está essa avaliação no DF? A gente tem uma concentração inicial de infectados na região do Plano Piloto. Já nas regiões mais populosas, como Ceilândia, Samambaia e Taguatinga, temos um número reduzido de casos. Só nessas cidades temos mais de 1,5 milhão de pessoas, então o que a gente verifica é que temos hoje uma concentração de infecção regionalizada. Isso é importante para mapear os locais e, a partir das decisões de isolamento, não permitir a pulverização de casos de infectados. E isso é muito importante para evitarmos que a população se contamine toda ao mesmo tempo, porque aí colapsaria o sistema de saúde. Como está sendo o acompanhamento dos locais com maior fluxo de população?  Estamos utilizando os dados da bilhetagem do Banco de Brasília e as informações dos contratos de ônibus e de operação do metrô da Secretaria de Mobilidade. Por meio do número de viagens, a gente segue monitorando diariamente o transporte público, desde o dia 5 de março. O segundo dado é a informação das câmeras de monitoramento do Departamento de Estradas de Rodagem do DF [DER/DF], que consegue identificar o fluxo de veículos nas principais vias do DF. A partir desses cálculos, a gente transporta tudo para uma tabela, na qual o governador pode ter a dimensão do fluxo de pessoas na cidade. Do dia 5 ao dia 23 de março, por exemplo, a gente observa uma diminuição de 78% do número de passageiros no transporte público, considerando ônibus e metrô. O fluxo de carros também caiu em torno de 50%. Uma queda significativa e importante. Outro monitoramento feito pela Casa Civil é por meio de um convênio com empresas de telefonia celular. A gente consegue identificar, por meio dos sinais de aparelhos telefônicos, o fluxo de deslocamento da população.   https://youtu.be/nTjH6W2tHKc

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Cossenzo: “Quem gastar mais água vai pagar mais caro”

Cássio Cossenzo explica que as famílias que têm consumo mais elevado terão aumento na conta | Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília O serviço prestado pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e a qualidade da água tratada em Brasília vão muito bem, obrigado. É o que garante a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa), responsável por acompanhar, regularizar e fiscalizar o ciclo da água na capital do país, desde a sua retirada até à devolução ao meio ambiente. Depois de passar por um processo de racionamento, o DF registrou índices consideráveis de economia no consumo de água, algo que começa a se reverter depois que o brasiliense relaxou nos seus hábitos de contenção. Para tentar reverter esse quadro, a Caesb deve adotar no final deste semestre a Tarifa Social, programa que vai privilegiar quem consome menos e cobrar mais de quem gasta mais água. O propósito é estimular o baixo consumo de ambos os lados – e minimizar os impactos ambientais que a falta de água impõem ao planeta. Para saber mais sobre esses assuntos, a Agência Brasília conversou com o superintendente de Estudos Econômicos e Fiscalização Financeira da Adasa, Cássio Leandro Cossenzo, que, entre explicações sobre a nova tarifação, dá dicas simples e baratas de economia constante de água em casa. Confira os principais trechos. Como está o consumo de água atualmente no Distrito Federal? Em 2016, antes da crise, estava num patamar elevado. A partir de 2017, quando se passou a adotar o racionamento, houve uma redução imposta. Primeiro pela tarifa de contingência estabelecida, o que refletiu na redução do consumo. Depois com o racionamento, esse consumo foi ainda mais reduzido. E a partir do momento em que o racionamento feito pela Caesb parou de ser feito, o consumo de água voltou a crescer. Ainda não chegou aos patamares de 2016, mas já está ficando próximo daquele consumo. A ideia da Adasa é estabelecer outros mecanismos – e a mudança da estrutura tarifária é um deles – para que a gente incentive a economia. Então, aquela cobrança de famílias que consumiam até 10 metros cúbicos, mas que pagavam sempre os mesmos 10 metros cúbicos porque tinham o consumo mínimo, deixa de existir. E aquelas pessoas que estiverem aquém desse consumo serão estimuladas a reduzi-lo, porque se consumir menos poderão pagar menos. Já as famílias que têm consumo mais elevado, terão aumento na conta. Vamos buscar, com base nisso, reduzir também o incentivo econômico para que elas reduzam o consumo e mantenham a conta nos valores que já estiverem acostumadas a pagar. Essa desatenção ao controle do consumo se deve a quê? Faz parte da vida do usuário o consumo de água. A partir do momento que se reduz as campanhas na televisão de incentivo à economia, há uma tendência do usuário a voltar a ter o comportamento menos cuidadoso – porque não tem nenhum incentivo ou nada falando para economizar. Ele tem a notícia de que os reservatórios estão em níveis adequados, então acaba que isso acontece. Diferente do que aconteceu na crise da energia elétrica, quando teve a crise e as pessoas trocaram lâmpadas e equipamentos para reduzir o consumo, na água não observamos muito isso. Mas existem equipamentos que ajudem a reduzir ou controlar o consumo excessivo de água? Sim, existem equipamentos de redução de pressão do fluxo da água na torneira, válvulas que podem ser instaladas na descarga, com dois mecanismos diferentes, mas isso não foi muito utilizado. O que demonstra o aumento é que a população fechava mais a torneira, reduzia o tempo de banho, economizava mais água colocando em baldes e reaproveitando. E a partir do momento que a situação começa a voltar ao normal, esse comportamento começa a ser deixado de lado. A volta das campanhas de conscientização deve ser emergencial? As campanhas de conscientização são um ponto importante, mas elas sozinhas também não conseguem atingir todo o resultado esperado. São necessárias outras ações. A indução pelo mecanismo da tarifa é outro. A Adasa também já tem a ideia de realizar estudos de outros mecanismos, inclusive utilizando a economia comportamental, para trabalhar nesse sentido. Como funciona a Tarifa Social? Na Tarifa Social o usuário tem 50% de desconto em relação à tarifa normal até o consumo de 30 metros cúbicos. Isso é muito ou pouco? Trinta metros cúbicos são 30 mil litros de água por mês. O que a gente considera adequado é que uma pessoa gaste, em média, até 4 mil metros cúbicos por mês. Daria, com essa quantidade, para uma família de sete ou oito pessoas sobreviver e utilizar água moderadamente. É uma quantidade que, de acordo com o Cadastro Único e com o Cadastro do Bolsa Família, abarcaria 99% das famílias [cadastradas nesses dois programas]. Não há necessidade de um desconto acima desse patamar. E como funciona essa medição? O beneficiário da Tarifa Social automaticamente será incluído no programa pela própria Caesb. Caso haja alguma divergência entre o cadastro da concessionária e o que está no Bolsa Família, a companhia fará a divulgação desse beneficiário, e então o usuário poderá fazer o ajuste no cadastro da própria Caesb para que ela própria faça o cruzamento dos dados e automaticamente conceda o benefício. E com a concessão do benefício o usuário terá uma redução na conta porque ele terá um desconto de 50% sob a tarifa normal da categoria residencial padrão. Como essa concessão é avaliada? A forma de concessão dessa tarifa é feita com base na característica de construção do imóvel. A Caesb vai até a unidade do usuário, vê como é feita a construção, se o piso é de terra batida ou de cimento, as paredes, como é o telhado, e faz uma pontuação. Baseado nessa pontuação, se estabelece se o usuário pode ou não ter acesso àquele benefício. Só que a gente sabe que, atualmente, esse não é o único critério capaz de estabelecer a carência de uma família. Há pessoas que, apesar de passarem por necessidades, moram em lugares em melhores condições. Também é uma forma difícil de averiguar, porque é preciso que a Caesb vá frequentemente à casa do usuário para verificar se o cliente está cumprindo as condições de benefício ou não. Por isso, estamos mudando a forma de concessão do benefício voltando-os aos usuários cadastrados no Bolsa Família. O programa [do governo federal] já passa por uma série de entrevistas com cada beneficiado. Então os que estão cadastrados no Bolsa Família, e não no Cadastro Único passam a ser o foco de beneficiados. A intenção é que possamos ampliar isso futuramente. E quem consome mais pagará mais – não só pelo volume consumido, mas pela taxação, que terá percentual maior? Exatamente. A tarifa é crescente por blocos de consumo. Se temos a tarifa de 2,99 a 7 metros cúbicos, de 8 a 13 metros cúbicos a tarifação é mais de R$ 3 e assim por diante, crescendo de acordo com o consumo. Quanto mais se consome, maior a tarifa que se paga por metro cúbico. É parecida com a história do Imposto de Renda, progressiva, quando mais se consome, mais se paga. A agricultura está incluída nessa tarifação progressiva de acordo com o consumo? Não, a agricultura não entra nisso porque utiliza água bruta captada direito do rio. Essa estrutura tarifária foi feita para a água distribuída pela Caesb. Essa água tratada não é utilizada para a agricultura, mas para comércio, indústria e órgãos públicos. A Tarifa Social já está em vigor? Não. Ela passa a valer a partir de 1 de junho de 2020. Houve uma lei aprovada pela Câmara Legislativa no final do ano passado em que se estabelecia a data de acabar com o consumo mínimo a partir dessa data. Daí essa nova tabela vigora a partir também dessa data. O bolso ainda é o melhor meio de conscientizar o consumidor? Eu não digo que seja o melhor, mas é um dos mecanismos. Tende a ter uma resposta mais rápida da população, mas não necessariamente uma resposta duradoura. Por isso existem outros mecanismos que a Adasa está buscando para continuar incentivando a população a manter e reduzir o consumo. A gente percebe que a redução é benéfica para a população, para a companhia e para o meio ambiente. E quanto mais a gente reduz o consumo, menos a gente precisa procurar água a distâncias cada vez maiores como estamos fazendo agora com a captação em Goiás (sistema Corumbá 4). Quanto mais a gente reduz essa possibilidade, menores os custos e mais águas disponíveis no meio ambiente. [Olho texto=”A partir do momento em que for tomar um banho e, ao abrir o chuveiro a água demorar a esquentar, usar um balde para guardar aquela água fria e aproveitá-la depois na lavagem de outra coisa. A água que é utilizada na máquina de lavar pode ser reaproveitada para lavar um quintal, uma varanda.” assinatura=”Cássio Leandro Cossenzo, superintendente de Estudos Econômicos e Fiscalização Financeira da Adasa” esquerda_direita_centro=”esquerda”]   Que mecanismos o consumidor comum pode adotar para reduzir o consumo e, consequentemente, os gastos na conta de água? São ações simples que não demandam recursos financeiros e que cada um pode fazer dentro de casa. Por exemplo, a partir do momento em que for tomar um banho e, ao abrir o chuveiro a água demorar a esquentar, usar um balde para guardar aquela água fria e aproveitá-la depois na lavagem de outra coisa. A água que é utilizada na máquina de lavar pode ser reaproveitada para lavar um quintal, uma varanda. Um banho que reduz o tempo… Para quem tem vaso sanitário de caixa acoplada: se colocar dentro da caixa uma garrafa pet (cheia), ela vai reduzir o volume de água que tem ali dentro e sai na descarga – e essa redução já é suficiente para a economia. Também podem ser comprados e instalados nos chuveiros redutores de pressão. Eles são muito baratinhos, cerca de R$ 1. Há também os redutores de pressão de saída de água que se coloca nas torneiras que diminui a velocidade da água e, consequentemente, na quantidade consumida. Que outras ações a Adasa tem feito para estimular a economia de água no DF? Fizemos uma campanha veiculada na televisão no final do ano passado, tanto de água quando o uso de resíduos sólidos. Além disso, estão sendo feitos outros estudos como eu citei anteriormente, de economia comportamental utilizando exemplos adotados em outros países da América Latina. Em um deles, o consumidor é informado, por meio da fatura, quando consome acima da média do seu bairro, mostrando ali uma carinha triste. Em outros países essas ações tiveram resultados muito bons. Qual a qualidade do serviço prestado e da água tratada e fornecida no Distrito Federal pela Caesb? Tem um índice mais qualificado do que no resto do país? Tem. Em termos de cobertura está muito à frente: 99% de água e praticamente 90% de esgoto, e todo ele coletado é tratado, algo que é muito superior à média do país, onde cerca de 50% do esgoto e também a metade é tratado. Em termos de qualidade desse tratamento a nossa também é bem superior ao restante do país, com um tratamento feito em nível terciário, coisa que na grande maioria das companhias é feito em nível secundário porque aqui temos rios com vazão pequena. Grande parte deles nasce aqui. Então para se descartar o efluente nesse rio é preciso que ele tenha uma qualidade superior, senão ele não consegue absorver todos aqueles compostos. Problemas de contaminação da água como que tem acontecido no Rio de Janeiro estão muito distantes do tratamento dado à água no DF? Sim. Podemos ter problemas pontuais, de estouro de alguma tubulação, mas em termos de tratamento feito rotineiramente estamos bem superiores ao que é fito em outros alguns estados. O que têm conexão marítima não fazem o tratamento desse afluente. É feito um emissário submarino que lança esse material em alto mar, ficando por conta do mar diluir esse material na água.  

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Sérgio Antunes Lemos: “Transtornos passam, mas benefícios ficam”

Se no Governo do Distrito Federal o tempo é de ação, um termômetro pode ser a condução de obras públicas por todo o quadradinho. A Agência Brasília divulgou o balanço de ações realizadas pela Secretaria de Obras e Infraestrutura ao longo de 2019. Na entrevista desta semana, o titular da Subsecretaria de Acompanhamento e Fiscalização de Obras (Suaf), Sérgio Antunes Lemos, dá detalhes sobre o processo planejado dentro da repartição para que tudo ocorra da forma correta. De acordo com o subsecretário, cerca de 30 obras são conduzidas e acompanhadas de forma simultânea na capital – desde aquelas em licitação até as encaminhadas. “Obras são para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, diz. “Aborrecimentos são causados, mas é pelo bem da população. Depois, os transtornos passam, mas os benefícios ficam”.   Confira, abaixo, os principais pontos da conversa com Sérgio Antunes Lemos.  Fotos: Acácio Pinheiro / Agência Brasília Como funciona o acompanhamento e a fiscalização de obras públicas?  O trabalho começa com planejamento desde que a obra foi licitada. A gente gera uma ordem de serviço, entrega para a empresa com um checklist do projeto e acompanha tudo: a montagem do canteiro de obras, a mobilização das máquinas, o planejamento da obra, o cronograma, a execução. A várias mãos, é feito o planejamento estratégico para verificar se tudo ocorre conforme o projetado. Se houver necessidade, paralisamos o processo. Usamos laboratórios de testes de serviços executados, [para verificar] se [os serviços] seguem padrões e normas técnicas. Se algo não está nos conformes, detalhes são discutidos com os profissionais que a secretaria tem. A gente faz a fiscalização de obras do governo. É o erário público. Nossa função é fazer com que o dinheiro pago pelos cidadãos, por meio de impostos, seja devidamente gasto de forma responsável. [Olho texto=”“Nossa função é fazer com que o dinheiro pago pelos cidadãos, por meio de impostos, seja devidamente gasto de forma responsável”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Qual é o principal desafio quando se trata de obras públicas?  Às vezes, o maior desafio é fazer as pessoas entenderem a importância do pilar técnico de uma obra para que o que for executado seja bem-feito, duradouro. Não posso rasgar dinheiro fazendo algo que precisará ser refeito. Tudo tem que ser feito com responsabilidade, respeitando as regras e os órgãos controladores. Quantas obras de pequeno, médio e grande porte estão em andamento no DF? Como controlar tudo isso?  Temos desde obras pequenas, como a construção de um campo de futebol, até a infraestrutura de toda uma cidade, como Vicente Pires. Atualmente, acompanhamos e fiscalizamos mais de 30 obras que seguem ao mesmo tempo. Para cada uma, há dois profissionais executores atuando como fiscais, acompanhando tudo. Elas são distribuídas no grupo de trabalho. Qual é a atual situação do viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig)?   O TCDF [Tribunal de Contas do Distrito Federal] acabou de liberar a licitação. Há os prazos de rotina que precisam ser seguidos, mas estamos nos preparando para iniciar a obra no segundo semestre de 2020. Já estamos iniciando o planejamento para fazer a execução. Sabemos que ela vai trazer benefício grande para a rota da EPTG, porque vai aliviar o gargalo que existe ao chegar à Epig. Também vai ser positivo para quem mora por ali. A revitalização da Avenida Hélio Prates é determinação do governador Ibaneis Rocha para este ano. O que prevê o projeto?  Está justamente em fase de projeto. A ideia é melhorar a fluidez e reduzir o número de semáforos. A Hélio Prates, como é hoje, dificulta a entrada e saída de veículos da via por conta do trânsito, que é pesado. O plano é fazer uma linha central de ônibus e vias paralelas para dar acesso aos estacionamentos. Assim, os carros que procuram vagas não vão interferir no tráfego principal. O GDF tem revitalizado a iluminação pública da capital. Qual é o status do projeto?  Já investimos em torno de R$ 25 milhões para troca de 1,3 mil luminárias pelo DF. Fizemos em um ano o que não foi feito em 2017 e 2018 em termos de produtividade. A secretaria, em parceria com a CEB, atua focada principalmente em dar mais segurança aos transeuntes. A Secretaria de Segurança Pública pontua os focos de insegurança por má iluminação e nós atacamos esses pontos com iluminação. Temos o terceiro maior parque de iluminação pública do país, e essa troca de lâmpadas convencionais por LED ainda representa economia de recursos, já que a substituição aumenta o tempo de vida, diminui tempo de manutenção, e sobram mais recursos para investir na cidade. [Olho texto=”“Fizemos em um ano o que não foi feito em 2017 e 2018 em termos de produtividade”” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Qual é a fonte do recurso?   São duas fontes. A verba vem por Contribuição de Iluminação Pública [CIP], que é cobrada na conta de luz, e por emendas parlamentares. Dos R$ 25 milhões investidos neste ano, cerca de 60% vêm do pagamento da população. Além das grandes obras, a pasta atua em melhorias para as comunidades? Como isso funciona?  Estamos com duas obras de construção de campos de futebol com grama sintética em Planaltina e em Santa Maria que vieram por meio de emendas parlamentares. A Secretaria de Obras executa o projeto, que vai para a Novacap, onde é feita a licitação, e depois volta para podermos acompanhar a execução. Nos dois casos, temos certeza que vai agregar muito à população, especialmente aos jovens e crianças, que vão poder praticar esportes. De que forma as intervenções feitas no sistema de captação de águas pluviais podem ajudar a conter os alagamentos que historicamente comprometem a região? O que exatamente foi feito ali?  Fizemos um trabalho pontual de abertura de bocas de lobo. Elas [as obras] são executadas com contratação direta da Novacap. Foram feitos alguns estudos para detectar quais seriam os pontos críticos para isso. Não resolveu, mas melhorou consideravelmente a situação. A água acumula menos, a um ponto em que os carros conseguem passar, e escoa mais rápido. Outra coisa feita foi a bacia perto do estádio, para reduzir o alagamento nas primeiras quadras da asa norte. Qual é a solução definitiva?  A solução é ampliar as redes de drenagem do DF. Um projeto existe, mas precisa ser atualizado, então está sendo refeito. O governador Ibaneis Rocha costuma dizer que Vicente Pires foi construída às avessas. Agora, ganha infraestrutura e cara de cidade. Qual é o panorama de feitos e investimentos naquela área?  A previsão de conclusão é dezembro de 2020. Focamos nas vias principais, lagoas de detenção, nas artérias da cidade, para que a água pudesse seguir seu caminho de maneira correta, sem danificar o meio ambiente. A drenagem está pronta. Estamos para concluir as intervenções no Lote 3 e preparamos para começar o Lote 2 em 2020 com os aprendizados que tivemos até agora e erros corrigidos. Temos obras de arte em processo para iniciar a execução em breve, como a ligação da rua do Jóquei Clube com a cidade, para melhorar o fluxo lá dentro. Qual sua avaliação do funcionamento das lagoas de detenção?  Na nossa visão, todas passaram no teste de engenharia. Essas lagoas precisam ter manutenção, com limpeza. Se não for feito o tratamento, não vai funcionar, porque elas sofrem assoreamento e daqui a pouco perdem a finalidade, por não terem mais espaço para água. Enquanto elas estão sob responsabilidade das empresas, é obrigação delas. Depois, ficará a cargo da Novacap. Depois de anos parada, a obra de ampliação do viaduto da EPTG/EPCT está em finalização. O que foi feito para que isso fosse possível? Qual é a importância dessa obra para a população? Foi feita a correção do projeto e conseguimos fazer com que isso ficasse dentro do contrato existente. A falha foi descoberta no meio da execução. Vamos sair de um viaduto com seis pistas, com largura de 20 metros, para 48 metros e 11 pistas. Retirando o afunilamento, vai aliviar a chegada a Taguatinga e reduzir o impacto. A previsão de entrega é o fim de janeiro, mas depende da chuva. Desde o início do ano, a pasta trabalha no processo de revitalização da W3. O que já foi feito? Qual é a previsão para essa área central?  Durante o governo, vamos revitalizar toda a W3 (Norte e Sul). Fizemos a 511/512 Sul, vamos começar na 509/510 Sul no primeiro trimestre e a próxima será 513/514. O Setor de Rádio e TV Sul vai ser licitado. A proposta é fazer estacionamentos, ciclovia, melhorar a iluminação, as vias, dar uma cara nova. Essa obra faz parte de um projeto de revitalização que alcança o Setor Comercial Sul. A melhoria na Praça do Povo já foi licitada. Ali vai ter pista de skate, arena para apresentação de teatro, iluminação diferenciada. A intenção é trazer vida nova para a região. Obras são consideradas um dos pontos fortes do governo. Como fazer dar certo?  A primeira coisa que precisa é ter planejamento. As leis ambientais também precisam ser respeitadas. Temos o problema de invasões de áreas que não têm condições de fazer obra de infraestrutura sem danificar o meio ambiente. Outro ponto é que a aplicação dos recursos tem que ser bem-gerida. Não posso fazer uma obra pensando em ter manutenção em seis meses. Tem que ter qualidade. Nosso governo, por meio do nosso comandante, o governador Ibaneis, preza: qualidade para trazer benefícios. [Olho texto=””Não posso fazer uma obra pensando em ter manutenção em seis meses. Tem que ter qualidade”” assinatura=”Sérgio Antunes Lemos, subsecretário de de Acompanhamento e Fiscalização de Obras ” esquerda_direita_centro=”direita”]

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Luciana Carvalho Dias: “Um real faz muita diferença”

Em média, são servidas diariamente 2 mil refeições em cada unidade. Alguns restaurantes atendem até 4,5 mil pessoas por dia | Fotos: Lúcio Bernardo Júnior / Agência Brasília Arroz branco, feijão preto ou carioca, frango ao molho de tomate, polenta com jiló, alface e cenoura, banana e suco. Esse foi o cardápio de quinta-feira (7) servido nos 14 restaurantes comunitários do Distrito Federal. Esta sexta (8) é dia de feijoada, um dos pratos preferidos da população que frequenta esses espaços: 25 mil pessoas por dia. O preço? Apenas R$ 1 por uma refeição saborosa, saudável, nutritiva e elaborada por uma equipe de nutricionistas. “Os restaurantes comunitários existem há 14 anos para atender os usuários em insegurança alimentar. A fome ainda existe, e esses restaurantes comunitários foram criados para atender essa população”, afirma a subsecretária de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), Luciana Carvalho Dias. “O restaurante comunitário é um patrimônio do DF, e a população respeita muito a comida que é servida nele. As pessoas gostam muito”, acrescenta. Em entrevista à Agência Brasília, a nutricionista esclarece como o cardápio dos restaurantes comunitários é elaborado, fala sobre as regras exigidas no funcionamento das cozinhas, necessárias para a manutenção da higiene, e explica o trabalho de educação nutricional feito nos restaurantes. “A gente acha que todo mundo sabe se alimentar corretamente, mas a gente vê que as pessoas têm muitas dúvidas”, diz. Quantas refeições são servidas por dia nos restaurantes comunitários? Nós temos 14 unidades e, em média, servimos 2 mil refeições em cada uma. Em alguns restaurantes, atendemos até 4,5 mil pessoas por dia, como em Planaltina e Ceilândia, que a gente reinaugurou na última sexta-feira (1º) . O restaurante estava em obras? E estava funcionado ou ficou fechado? Fizemos um ciclo de manutenção nos restaurantes, em parceria com a Vigilância Sanitária, para adequar alguns pontos que eram necessários para servir uma alimentação de qualidade, dentro das normas de segurança alimentar. Essa manutenção já foi feita em dez restaurantes. Em média, o fechamento ficou entre 15 e 20 dias. O que foi feito? Mudamos pisos, instalação hidráulica, elétrica, o teto. As reformas não eram feitas havia dez anos. Começamos pela parte interna, mas temos um projeto para, no ano que vem, modificar os salões. Agora mudamos a cozinha, que é a parte operacional mais importante, para servirmos uma refeição com qualidade nutricional e dentro das normas de segurança alimentar. Por servirem uma quantidade muito grande de refeições, o desgaste das cozinhas é intenso. O piso, por exemplo, é lavado todos os dias, e a água causa muita deterioração. A umidade também estava vasta, as cozinhas tinham problemas na iluminação. Alguns ambientes estavam muito escuros, o que dificultava a preparação do alimento. Depois que o governador Ibaneis baixou os preços das refeições e voltou a cobrar R$ 1 cada uma, o movimento na primeira semana aumentou 23%. O percentual ainda se mantém? Não aumentou, a gente está na casa dos 30%. Em alguns restaurantes, como Samambaia e Planaltina, o aumento chegou a 50%. E as pessoas acham que um real não faz diferença… Na verdade, um real faz muita diferença, principalmente para a população de insegurança alimentar, que são os usuários dos restaurantes comunitários. Como é a elaboração do cardápio dos restaurantes? Cada empresa que ganha a licitação tem obrigação de ter uma nutricionista. E nós, aqui na equipe da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional, que controla todo o serviço prestado nos restaurantes comunitários, também temos nutricionistas. Nós nos sentamos juntos para elaborar um cardápio único voltado para todos os grupos alimentares que têm que ser servidos. Muitas vezes cada unidade tem um perfil de público diferente. Tem unidade que tem um perfil mais familiar, as pessoas preferem a carne como picadinho ou moída; outras atendem mais trabalhadores. Uns preferem frango assado, outros preferem frango em cubos. A proteína é a mesma, mas o jeito de fazer é diferente. Nós controlamos rigorosamente e todas as modificações do cardápio são autorizadas pela secretaria, mas alguma flexibilidade a gente permite, até porque a empresa tem que atender a população. O restaurante comunitário é um patrimônio do DF, e a população respeita muito a comida que é servida nele. Os restaurantes comunitários existem há 14 anos para atender os usuários em insegurança alimentar. A fome ainda existe, e esses restaurantes comunitários foram criados para atender essa população. Então a gente pode dizer que os restaurantes comunitários visam combater a fome? Sim, esse é um dos objetivos. As pessoas pagam um preço super acessível numa refeição elaborada nutricionalmente para atender a todos as demandas do corpo humano para um dia. Refeições saborosas, saudáveis e nutritivas são elaboradas por uma equipe de nutricionistas O cardápio é mensal? As opções se repetem quantas vezes no mês? Temos os carros chefes se repetem com maior frequência: carne picadinha, frango assado, farofa… os usuários adoram farofa. Intercalamos fruta e doce como opção de sobremesa. Toda sexta-feira tem feijoada. Nesse dia temos uma segunda opção, porque existem pessoas que não comem a carne da feijoada. Nos dias que o cardápio tem peixe ou carne de porco, a gente tem uma segunda opção, que normalmente é ovo. A gente tenta fazer um cardápio o mais saudável possível, que se encaixe na dieta da maioria das pessoas. Como é a composição do prato? Arroz, feijão, uma proteína e uma guarnição, como farofa ou purê de batata. Também tem a salada, o suco e a sobremesa, que pode ser fruta ou um doce de abóbora, uma gelatina… Tem uma quantidade estabelecida de proteínas e carboidratos dentro do prato, por exemplo? Existe uma gramatura especificada para cada alimento. Normalmente, são 200 gramas de arroz e 150 gramas de feijão, mas nem todos querem aquela quantidade. Dependendo muito do que o usuário quer, um pouquinho mais de arroz ou um pouquinho mais de feijão é servido sem problema. A proteína sim, deve ser servida de acordo com o que está especificado no edital. Costuma ser 150 gramas, 200 gramas, dependendo se tem osso ou não. É uma preocupação definir quantas calorias tem um prato? Porque, às vezes, a refeição no restaurante comunitário é a única da pessoa no dia… No restaurante comunitário a gente tem uma preocupação qualitativa; o objetivo é levar qualidade nutricional com todos os grupos alimentares. Assim, o valor calórico nesse sentido não é qualitativo. Muitas vezes, a refeição do restaurante comunitário é sim a única do dia, mas o usuário tem direito a comprar marmita. Ele tem direito a duas refeições ou duas marmitas ou a uma refeição e uma marmita. O que a maioria dos usuários faz é comer a refeição na hora e levar marmita para o jantar. Ocorre muito desperdício de comida? Sim, às vezes a pessoa coloca muita comida no prato e não consegue comer. A gente tem projetos para fazer parcerias no ano que vem, justamente para aproveitar essas sobras para compostagem e adubos de hortas. Dez restaurantes passaram por manutenção e, ano que vem, GDF pretende fazer obras nos salões. Reformas não eram feitas há 10 anos A população sabe escolher bem os alimentos que consome? Não. Dentro dos restaurantes comunitários, fazemos um trabalho de educação nutricional. O usuário recebe um panfleto com dicas e receitas; a cada mês é um tema diferente. O último foi sobre alimentação saudável para as famílias, e a gente dava dicas de alimentação na infância, por exemplo. O material é elaborado pela equipe da subsecretaria e aprovado por mim e pelas outras nutricionistas. É um trabalho que dá muito resultado. Por trabalhar com alimentação, a gente acha que todo mundo sabe se alimentar corretamente, mas a gente vê que as pessoas têm muitas dúvidas. Querem saber a que tipo de alimento devem dar preferência ou o que tirar da alimentação em caso de diabetes. Queremos montar um programa de educação nutricional infantil. Fizemos um projeto-piloto com degustação de frutas e legumes para as crianças, e eu ensinei a montar um prato colorido para elas saberem a importância de variar os alimentos e ver como montar um prato saudável. Em 2020, vamos tentar fazer uma parceria com a Secretaria de Educação para os estudantes da rede pública participarem desse projeto. Quais são as regras para o trabalho na cozinha para garantir a higiene e evitar contaminação da comida? Os funcionários têm obrigação de ter um treinamento sobre o processo de higiene; eles utilizam uniforme, botas, toucas para proteger os cabelos, e não podem utilizar adornos, como anel e brinco, que podem causar contaminação na comida. Tem uma área separada para lavagem de panelas. É responsabilidade da empresa treinar os funcionários, e nossa, fiscalizar. As empresas também são obrigadas a ter um responsável técnico dentro das cozinhas. Em todo restaurante comunitário tem que ter um nutricionista acompanhando o serviço. O cardápio fica fixado do lado de fora do restaurante para a população consultá-lo antes de almoçar? O cardápio está disponível no site do GDF e nas administrações regionais, mas não é comum as pessoas recusarem o cardápio. Elas comem o que tem e gostam muito. A comida é tão boa e tão bem-elaborada que a aprovação é muito grande. Como é feita essa avaliação? Nós temos um formulário no qual o gerente aborda os usuários e recebe elogios e críticas. Cerca de 50 formulários são aplicados por dia e, no final da semana, as empresas repassam para o GDF essa avaliação, que é o que nos dá base para fazer qualquer tipo de modificação. Eles avaliam a qualidade do arroz, do feijão, dos acompanhamentos, da salada, do suco, da sobremesa e da aparência geral.

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