Viver bem com asma é possível: Histórias de superação no Hospital de Base
Celebrado em 21 de junho, o Dia Nacional do Controle da Asma chama atenção para uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns e que, embora não tenha cura, pode ser controlada. No Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), pacientes como Márcia Madalena Santos, 78 anos, e Germaila Ribeiro, 40, são exemplos de que é possível viver bem com a condição quando se tem acompanhamento adequado e uma rotina de cuidados. Márcia convive com a asma desde a infância. Hoje, participa das sessões de fisioterapia respiratória oferecidas pelo hospital. “Se a gente não se cuida, vem a crise e derruba mesmo”, conta. “Com o tratamento, consigo fazer minhas coisas com menos cansaço. Mas tem que cuidar todo dia”. Com histórico familiar da doença, ela aprendeu que o controle está nos detalhes da rotina: “Minha mãe teve, meus filhos também. É de família. Eu já sei como é. Hoje, com a fisioterapia, me sinto melhor. Faço minhas coisinhas com menos cansaço”. Márcia Madalena Santos participa das sessões de fisioterapia respiratória no Hospital de Base | Fotos: Divulgação/IgesDF Já Germaila, paciente do HBDF há 27 anos, lembra que enfrentava crises severas durante a infância, no Maranhão: “Desmaiava com falta de ar, era direto no balão de oxigênio. Aqui, com o acompanhamento, tudo mudou. Hoje eu trabalho, cuido da casa e vivo com mais tranquilidade”. O alergologista Vitor Pinheiro, do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), explica que a asma é uma inflamação crônica das vias aéreas, com sintomas como tosse seca, chiado, aperto no peito e falta de ar. A gravidade e a frequência variam, e o controle depende de prevenção, educação e adesão ao tratamento contínuo. “Muitas pessoas só buscam ajuda nas crises, mas isso é um erro. O tratamento é diário, com remédios, mudança de hábitos e atenção aos gatilhos”, alerta Vitor. Ambulatório especializado No Hospital de Base, os casos mais graves da doença recebem atendimento no ambulatório específico para asma moderada a grave, voltado à atenção terciária. O serviço é referência por oferecer acompanhamento especializado e acesso ao que há de mais avançado no tratamento: os imunobiológicos. O acesso a essa medicação com distribuição pelo SUS representa um diferencial importante, especialmente para pacientes com asma grave de difícil controle, que continuam enfrentando crises mesmo com o uso adequado de medicamentos convencionais. Esse tipo de tratamento é fundamental para quem, mesmo seguindo corretamente o tratamento, continua enfrentando crises e limitações no dia a dia. [LEIA_TAMBEM]Cuidado que fortalece Segundo o fisioterapeuta do HBDF, Reubi Farias, o trabalho com os pacientes inclui exercícios para fortalecer a musculatura e reduzir a sobrecarga respiratória: “Com mais força e resistência, os pacientes enfrentam menos crises e diminuem o uso de bombinhas. E isso impacta diretamente na qualidade de vida, especialmente no frio e na seca”. Vacinar é cuidar Entre os principais fatores que agravam a asma estão infecções respiratórias, mofo, poeira, pelo de animais e mudanças bruscas de temperatura. Segundo o especialista, manter a vacinação em dia é fundamental, especialmente contra o vírus influenza. “A gripe pode desencadear crises graves. Por isso, os asmáticos devem se vacinar todos os anos. É uma medida simples, mas extremamente eficaz”, aponta o alergologista. Ele também alerta para os cuidados redobrados no inverno, quando o clima seco e frio favorece infecções respiratórias: “Evitar locais fechados e aglomerações, manter o ambiente arejado e seguir o tratamento corretamente são atitudes que fazem a diferença”. Só em maio de 2025, o Hospital de Base atendeu 198 pacientes asmáticos ambulatorialmente Rede que cuida Referência em média e alta complexidade, o HBDF atendeu 198 pacientes asmáticos ambulatorialmente só em maio deste ano. O acompanhamento começa pelas unidades básicas de saúde (UBSs), responsáveis pelo diagnóstico inicial e encaminhamento ao hospital, quando necessário. O diagnóstico precoce é essencial. Em casos de asma alérgica – o tipo mais comum –, testes de sensibilidade, histórico de rinite e dermatite atópica ajudam a definir o melhor tratamento. “Crianças com histórico familiar têm maior chance de desenvolver a doença. Por isso, sinais como chiado, tosse noturna ou falta de ar devem ser observados desde cedo”, orienta Vitor Pinheiro. “Só tomar remédio não basta. É preciso entender a doença, seguir as orientações médicas, manter o ambiente limpo, evitar gatilhos e, principalmente, se vacinar. Com informação e cuidado, é possível viver bem com asma.” *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)
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Hospital do DF é referência em alergologia e oferece atendimento especializado
Maio é o mês de conscientização para problemas de saúde relacionados a alergias, uma iniciativa da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Neste período, o Dia Mundial da Asma (6) e o Dia Nacional da Prevenção à Alergia (7) reforçam a importância do diagnóstico e tratamento adequado. No Distrito Federal, o Serviço de Alergia do Ambulatório do Hospital de Base (HBDF) se destaca como referência para quem enfrenta essas condições. “Não se pode mais ignorar doenças como rinite ou asma, que afetam a qualidade de vida”, afirma o médico Thales Antunes, chefe do Serviço de Alergia do ambulatório do Hospital de Base | Foto: Alberto Ruy/IgesDF No HBDF, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF), o serviço atende cerca de 300 adultos por semana, encaminhados pela regulação da Secretaria de Saúde (SES-DF) ou por outras especialidades do próprio hospital. Os pacientes chegam com asma, rinite, urticária crônica espontânea, angioedema, dermatite atópica, alergia a medicamentos e erros inatos da imunidade. A espera para atendimento no ambulatório do hospital é praticamente zero, segundo o chefe do serviço, Thales Antunes, que é médico alergologista e imunologista do IgesDF. “A regulação tem funcionado bem”, afirma. “Apenas alguns pacientes aguardam em toda a rede, o que mostra uma resposta ágil do trabalho da nossa equipe. Atendemos principalmente casos de asma, rinite e dermatite atópica”. A equipe do Serviço de Alergia conta com seis médicos que atuam de segunda a sexta-feira, com consultas personalizadas, e dispõe de exames específicos para investigação clínica das doenças alérgicas. Foco na experiência Maria Anete de Sousa do Carmo, 53, faz acompanhamento para tratamento de alergia no Hospital de Base há mais de dez anos, tendo recentemente começado a imunoterapia. “A médica é maravilhosa, muito acolhedora”, relata. "As alergias, às vezes, têm a ver com o emocional da pessoa, então ela conversa comigo, explica e orienta direitinho os cuidados que a gente tem que ter em casa”, detalha. “Ela pediu para que eu fizesse o teste de costa para complementar o tratamento e obter um resultado melhor, além da medicação que eu já uso.” O teste de costa, também conhecido como patch test ou teste de alergia de contato, é realizado para identificar substâncias que causam reações alérgicas na pele. “Eles aplicaram uns adesivos nas minhas costas”, conta Maria Anete. Tratamento em várias frentes Para tratar a rinite, o protocolo inclui antialérgicos e corticosteroides tópicos nasais, além de controle ambiental. “Se o paciente tem sensibilidade a aeroalérgenos, como ácaros, e o quadro é grave, indicamos a imunoterapia, um tratamento de dessensibilização”, explica Thales Antunes. O prick test, um exame cutâneo que identifica sensibilização a aeroalérgenos, é uma das ferramentas disponíveis na unidade. Já a asma, embora não tenha cura, é uma doença controlável. Segundo o especialista, o tratamento varia conforme a gravidade. São utilizados desde corticosteroides inalatórios e broncodilatadores até medicamentos imunobiológicos nos casos mais graves. “A asma é uma inflamação pulmonar”, explica o médico. “A hiperreatividade brônquica pode causar crises sérias, com risco de morte, por isso a doença precisa ser levada a sério”. [LEIA_TAMBEM]A dermatite atópica, também comum no ambulatório, é uma das mais desafiadoras. A doença afeta a barreira da pele e envolve fatores alérgicos, emocionais e imunológicos. O tratamento combina hidratação constante, corticosteroides tópicos nas crises e, em casos graves, medicamentos sistêmicos, como imunossupressores ou imunobiológicos. Prevenção e conscientização Entre os cuidados preventivos, o destaque é manter os ambientes arejados, sem poeira, tapetes ou cortinas, e identificar os fatores desencadeantes. “Com o prick test, identificamos os alérgenos e orientamos cada paciente sobre o que evitar”, reforça Thales. A demanda por atendimento especializado tem crescido, e o médico ressalta a importância da conscientização. “Não se pode mais ignorar doenças como rinite ou asma, que afetam a qualidade de vida”, aponta. “Temos ferramentas e medicamentos eficazes, muitos deles na rede pública; e, com acesso e adesão ao tratamento, o risco de crises graves e internações diminui significativamente”. *Com informações do IgesDF
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Temporada de gripe pode agravar crises de asma; veja como evitar
Falta de ar, chiado, sensação de pressão no peito, tosse e cansaço ao falar são alguns dos sintomas de uma crise de asma, doença pulmonar inflamatória e crônica que causa obstrução das vias aéreas, dificultando a passagem do ar. Após passar por sucessivas doenças respiratórias, Rosemeire Pereira faz acompanhamento no Hran: “Sigo o controle diário, faço fisioterapia para fortalecer os pulmões e tomo as medicações corretamente” | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde A pneumologista Andréa Martha Rodrigues, referência técnica distrital (RTD) de asma na Secretaria de Saúde (SES-DF), fala sobre a importância de identificar os fatores desencadeantes das crises: “Pode ser a poeira, uma infecção viral, ácaros, pólen, pelos de animais, fumaça de cigarro, produtos químicos, poluição, exercício físico intenso ou estresse. A lista é grande”. Segundo a especialista, doenças respiratórias, como a gripe e a covid-19, são grandes responsáveis por agravar as crises, pois aumentam as chances de crianças – principalmente – e adultos desenvolverem bronquiolite e pneumonia, por exemplo. Medicações No caso de Rosemeire Pereira, 55, a covid-19 foi o gatilho para a crise mais recente. Ela recebeu o diagnóstico há três anos, após sucessivas doenças respiratórias, e hoje faz acompanhamento no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). “Estou cansada, tenho dificuldade até para fazer um esforço mínimo, sinto chiado e muita tosse – isso porque sigo o controle diário, faço fisioterapia para fortalecer os pulmões e tomo as medicações corretamente”, relata ela, que utiliza direto as bombinhas broncodilatadoras. Segundo o Registro Brasileiro de Asma Grave de 2024, 60% dos pacientes não fazem controle da doença Já Maria Guiomar Moraes, 61, conhece a asma desde a infância e sabe de cor o passo a passo para controlar suas crises: “Utilizo a bombinha de uso diário e a de resgate. Acho essencial acompanhar e realizar o treinamento corretamente para evitar que a crise se agrave”. Embora Rosemeire e Maria saibam reconhecer os sinais de uma crise, um estudo do Registro Brasileiro de Asma Grave (Rebrag) sobre asma grave no país, divulgado em 2024, aponta que 60% dos pacientes não têm a doença controlada. O histórico de hospitalizações chega a 69% entre maiores de 18 anos. Tratamento “Priorizar os exercícios aeróbicos também ajuda no fortalecimento do abdômen e dos pulmões” Andréa Rodrigues, pneumologista A asma é uma doença sem cura que atinge cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). Só no Brasil, 20 milhões de habitantes convivem com a doença. Apesar desse cenário, existem tratamentos eficazes que permitem o controle pleno da asma, como o uso adequado dos broncodilatadores inalatórios, a vacinação anual contra gripe e pneumonia e as medicações específicas sob orientação médica. “Além desses pontos, pessoas asmáticas precisam dar atenção especial à higiene e à alimentação, uma vez que ambas auxiliam na produção de anticorpos e impactam a imunidade”, lembra a pneumologista Andréa Rodrigues. “Priorizar os exercícios aeróbicos também ajuda no fortalecimento do abdômen e dos pulmões.” Clima O tempo seco é outro fator que dificulta a vida de quem convive com a asma, pois provoca inflamações nas vias aéreas superiores associadas a ressecamento e inflamações nasais recorrentes. “Evitar a baixa umidade e a exposição em dias muito quentes, com alta poluição, é o recomendado”, pontua a médica. No Distrito Federal, o tratamento e o acompanhamento são oferecidos em todos os níveis de assistência. Desde 1999, a população conta com o Programa de Atendimento ao Paciente Asmático – que, aliado à capacitação dos profissionais da saúde, permitiu o desenvolvimento de 27 centros de referência que atendem aos casos mais complexos e de difícil controle. Com equipes aptas a diagnosticar, as unidades básicas de saúde (UBSs) continuam sendo a porta de entrada aos serviços. Em caso de crises recorrentes, os profissionais encaminham os pacientes para ambulatórios especializados, onde a análise é feita com base na história clínica, no exame físico e nos testes de função pulmonar. Automedicação Segundo Andréa Rodrigues, o paciente diagnosticado com asma precisa manter a medicação em dia e utilizá-la de forma emergencial, quando necessário. Para ela, a automedicação é um desafio, pois a venda de corticoides e broncodilatadores sem prescrição médica possibilita o uso de doses altas sem necessidade ou por tempo prolongado, o que pode reduzir sua eficácia ou até mesmo agravar o quadro clínico e a doença. Já o uso prolongado de corticoides de forma sistêmica, adverte a médica, pode causar gastrite, úlceras gástricas e osteoporose, enquanto os broncodilatadores podem ocasionar arritmias cardíacas. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Especialista alerta sobre principais sintomas de asma na infância
Preocupante para os pais e desconfortável para as crianças, a asma é a doença crônica mais comum na infância e uma das principais causas de atendimento em emergências pediátricas. Nos primeiros anos de vida, pode ser confundida com outras doenças respiratórias – por isso, a recomendação é buscar atendimento nas unidades de saúde do Distrito Federal para um correto diagnóstico. Os sintomas mais comuns da asma incluem respiração curta e acelerada, falta de ar e chiado no peito (sibilos) | Fotos: Alberto Ruy/IgesDF Com a chegada do período sazonal das doenças respiratórias, muitas crianças têm chegado ao pronto-socorro pediátrico do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) com crises agudas de asma. A doença é caracterizada pela inflamação das vias aéreas, que provoca inchaço e estreitamento, dificultando a respiração. Afeta os pulmões, especificamente os brônquios, responsáveis por conduzir o ar. O estreitamento desses canais pode desencadear crises que, em casos graves, levam à falta de oxigenação dos tecidos e, em situações extremas, ao óbito. Por ser uma condição crônica, o primeiro passo é obter um diagnóstico correto, realizado por meio de avaliações com o pediatra “A asma se manifesta de forma heterogênea, mas tem como principal característica a inflamação crônica das vias aéreas. Geralmente, surge nos primeiros anos de vida. O termo asma é mais comumente utilizado a partir dos 6 anos, enquanto antes dessa idade, alguns médicos e autores preferem chamá-la de sibilância ou bronquite”, explica o infectologista pediátrico do HRSM, Pedro Bianchini. Os sintomas mais comuns incluem respiração curta e acelerada, falta de ar e chiado no peito (sibilos). Além disso, infecções virais respiratórias desempenham um papel fundamental na piora das crises, pois aumentam a hiperreatividade brônquica e o processo inflamatório. “Outros fatores, como poluição, tabagismo passivo e exposição a alérgenos, também contribuem para o agravamento da doença. Além disso, um histórico familiar de asma é um fator de predisposição”, acrescenta o especialista. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a asma afeta cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, abrangendo todas as faixas etárias. No Brasil, estima-se que aproximadamente 20 milhões de pessoas tenham a doença, com alta prevalência entre crianças e adolescentes, chegando a 20% em algumas regiões urbanas. Segundo Bianchini, por ser uma condição crônica, o primeiro passo é obter um diagnóstico correto, realizado por meio de avaliações com o pediatra. O diagnóstico preciso e o tratamento – tanto para crises agudas quanto para o controle da doença a longo prazo – costumam ser conduzidos pelo pediatra, podendo haver encaminhamento para um pneumologista ou alergista pediátrico, quando necessário. “As orientações sobre mudanças de hábitos e o uso de medicações específicas para reduzir a frequência e a intensidade das crises devem ser feitas pelo pediatra, com ajustes frequentes conforme a evolução do quadro. O acompanhamento regular da criança é essencial”, conclui o especialista. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)
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Hospital da Criança de Brasília conta com medicação imunobiológica para asma grave
O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) é referência para o tratamento de asma grave. Para alcançar bons resultados no tratamento dos pacientes, a instituição conta com equipe multiprofissional especializada que dispõe dos recursos para fazer o diagnóstico e tratar adequadamente a doença. Entre as tecnologias de fronteira incorporadas ao SUS, o HCB emprega o imunobiológico Omalizumabe, que faz toda a diferença na vida das crianças elegíveis para essa terapêutica. Uma vez por mês, Luiza Duarte, 11 anos, comparece ao hospital para tratar asma grave. A menina recebe injeção do Omalizumabe periodicamente para receber a injeção subcutânea sob supervisão médica. A última crise de asma de Luiza Duarte foi em 2022 | Fotos: Maria Clara Oliveira/ HCB Atualmente, o HCB atende cerca de 250 crianças e adolescentes diagnosticados com asma grave – desses, 27 fazem uso do Omalizumabe. O remédio é indicado para pacientes que não apresentam resposta a outros tratamentos. “Ele é para quem já tentou de tudo: está em altas doses de corticoide, a mãe já fez o controle ambiental, já fizemos revisão das medicações, da técnica inalatória e o paciente não melhora”, explica a enfermeira Kely Silva, que acompanha as crianças em atendimento ambulatorial no hospital. A medicação, disponibilizada pelo HCB desde 2019, contribui para aumentar a qualidade de vida de crianças como Luiza. A menina teve a primeira crise de asma quando ainda era um bebê. “Notamos os primeiros sintomas assim que ela nasceu – bebezinha, ela já tinha dificuldade para respirar. Com dois meses de vida, ela teve a primeira internação e foi só prosseguindo”, relata a mãe da criança, Meiriane Duarte. Desde que iniciou o protocolo com o remédio, porém, Luiza percebeu a melhora no quadro de saúde: a última crise de asma foi em 2022. O uso do Omalizumabe aumenta a qualidade de vida das crianças que sofrem com a asma grave A pneumologista pediatra do HCB Carmen Martins conta que o Omalizumabe é voltado, especificamente, a crianças e adolescentes diagnosticados com asma grave, prevalente na faixa etária pediátrica. O Omalizumabe funciona bloqueando uma substância chamada imunoglobulina E (IgE), que é produzida pelo organismo. “A IgE é uma imunoglobulina que modula a alergia, está ligada à asma alérgica. O Omalizumabe bloqueia o receptor da IgE, impede que a crise aconteça e o paciente melhora”, explica a médica. “O medicamento está na etapa cinco da estratégia de orientação mundial do tratamento dado ao paciente asmático – a etapa da asma grave. O paciente já está se tratando, já está com o corticoide inalatório em altas doses, foi investigado para outras doenças, já foram vistos outros fatores complicadores, já tem seis meses de tratamento e continua exacerbando, tendo crises”, relata Martins. Além dos critérios de tratamento, é preciso que a criança tenha mais de 6 anos de idade e que tanto o peso quanto o nível de IgE (verificado por meio de exames realizados no HCB) correspondam às prescrições da bula do medicamento. Eduardo Sampaio: “O tratamento também ajudou bastante na questão de exercícios: antes, me dava aquela tosse que desencadeava a crise; agora, consigo fazer educação física tranquilamente” Aos 14 anos de idade, Eduardo Sampaio é mais um paciente que faz uso do Omalizumabe no HCB. O jovem foi diagnosticado com asma ainda criança e inquietava a família. “Como eram crises muito fortes, era preocupante ter alguma coisa; e se ele estivesse sozinho, ou na escola, fazendo muito esforço? Na escola era mais preocupante, porque, dependendo da crise, ele tinha que ir para o hospital”, conta Giovanna Sampaio, irmã de Eduardo. Depois de ser encaminhado ao Hospital da Criança e iniciar o uso do imunobiológico, o adolescente notou os resultados positivos: a última crise de asma foi há tanto tempo que ele nem se lembra. “O tratamento também ajudou bastante na questão de exercícios: antes, me dava aquela tosse que desencadeava a crise; agora, consigo fazer educação física tranquilamente”, conta Eduardo, que também faz aulas de vôlei. Encontros tiram dúvidas No HCB, crianças e adolescentes com asma são acompanhados por alergistas e pneumologistas, garantindo que cada paciente receba o tratamento. Além das consultas, medicações e exames, as famílias acompanhadas participam de encontros de educação em saúde, recebendo orientações sobre o controle do ambiente frequentado pelo paciente. “Falamos sobre o diagnóstico, sobre o que acontece no pulmão, quais são os fatores que podem desencadear as crises, revemos a técnica inalatória”, afirma a enfermeira Kely Silva. Durante as “aulas”, ela faz recomendações, especialmente, quanto à limpeza da casa. “Recomendamos evitar tudo que vai levantar pelo: vassoura, pano seco. A recomendação é que se higienize a casa jogando água ou com pano úmido. Evitar produtos com cheiro forte, muita água sanitária, inseticidas, desodorizadores de ambiente – mesmo aquele do palitinho, que está na moda, não é recomendado”. Silva alerta, ainda, sobre o uso de umidificador de ar: “Ele não é bom, porque vai fazer proliferar mais ácaros no ambiente”. Os momentos de educação em saúde são realizados mensalmente, tanto de forma presencial quanto virtual, e cada família precisa participar de pelo menos um deles por ano. Meiriane Duarte tenta comparecer com mais frequência do que a obrigatória e segue à risca as orientações da equipe: “Participo das aulas quando consigo. A limpeza da nossa casa sempre é feita com água, não utilizo vassoura”. *Com informações do HCB
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Pacientes com asma devem procurar UBSs e ambulatórios especializados
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores que pode ter causa genética de pais com histórico de alergias ou por questões ambientais. No Distrito Federal, o tratamento e o acompanhamento são oferecidos em todos os níveis de assistência e, desde 1999, a população conta com o Programa de Atendimento ao Paciente Asmático. A iniciativa e a capacitação de profissionais da saúde permitiram o desenvolvimento de 27 centros de referência que atendem aos casos mais complexos e de difícil controle. Com equipes aptas a darem o diagnóstico, as unidades básicas de saúde (UBSs) continuam sendo a porta de entrada e acompanhamento. Em casos de crises recorrentes de asma, a equipe encaminha os pacientes aos ambulatórios especializados. A análise é realizada com base na história clínica, no exame físico e nos testes de função pulmonar. Referência técnica colaborativa da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) no assunto, a pneumologista Andréa Rodrigues destaca, neste Dia Nacional de Controle da Asma, 21 de junho, que a doença é traiçoeira e, mesmo com muito tempo sem dar sinal, pode aparecer de forma súbita e fatal. “A asma não tem cura. Com isso, o paciente diagnosticado precisa manter a sua medicação em dia e de forma emergencial. Os sintomas surgem, na maioria das vezes, durante as mudanças de clima e de ambiente. O frio, a fumaça, pelos de animais e infecções virais são fatores desencadeantes das crises”, ressaltou. Andréa Rodrigues: “Com o uso correto da medicação e o acompanhamento contínuo, a pessoa consegue ter uma vida normal. Mas quem não segue o tratamento pode, inclusive, ter perda da função pulmonar” | Fotos: Agência Saúde/ Divulgação O caso recente da jovem Thais de Oliveira, 25 anos, chamou a atenção do país: ela foi internada em estado grave após cheirar pimenta em conserva. O episódio desencadeou de forma súbita uma crise de asma, conforme o relato da mãe. A pneumologista Andréa Rodrigues reforça que é fundamental que o próprio paciente defina os gatilhos e entenda o que desencadeia os sintomas. Segundo a médica, cheiros fortes, fumaça e até um simples perfume podem iniciar uma crise. “O mais importante é a doença ser diagnosticada logo na primeira infância e ser mantido o controle, já que ela não tem cura. Com o uso correto da medicação e o acompanhamento contínuo, a pessoa consegue ter uma vida normal. Mas quem não segue o tratamento pode, inclusive, ter perda da função pulmonar”, alerta Andréa. Entre os aspectos ambientais, estão a exposição à poeira e à barata, aos ácaros e aos fungos, as variações climáticas e infecções virais (especialmente o vírus sincicial respiratório e o rinovírus, principais agentes causadores de pneumonia e resfriado, respectivamente). Para os fatores genéticos, destaca-se o histórico familiar de asma ou rinite e obesidade, tendo em vista que pessoas com sobrepeso têm mais facilidade de desencadear processos inflamatórios, como a asma. Lucélia Queiroz, podóloga, tem 50 anos e é paciente da rede pública há 30 anos. Vinda de Buritis, em Minas Gerais, ela tem o diagnóstico desde a infância e acredita que herdou dos pais e dos avós. “Faço o acompanhamento na UBS 3 da Vila Planalto e vim para o ambulatório do Hran [Hospital Regional da Asa Norte] para uma reavaliação com exames atualizados. Nunca mais tive crise e hoje sei o que me faz mal. Tive problemas no uso da bombinha, mas agora já aprendi”, destaca. Lucélia Queiroz (E), paciente com asma há 30 anos, aprendeu o que desencadeia as crises dela O uso da bombinha é um problema nos atendimentos dos ambulatórios. Segundo a pneumologista do Hran Flávia Bastos, “temos muitos pacientes que voltam ao ambulatório descompensados e, quando analisamos o porquê, descobrimos que trata-se de dificuldade com o uso da bombinha. Quando isso acontece, o medicamento acaba não funcionando e impede que a doença seja tratada”. Internações e prevalência da doença [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Somente neste ano, a SES-DF já registra mais de 1,3 mil casos de internação de crianças de 1 a 9 anos. Em 2022, foram mais de três mil casos na mesma faixa etária. Conforme os dados do Ministério da Saúde, a asma é um dos problemas de saúde respiratórios mais recorrentes no Brasil e a doença crônica de maior prevalência na infância e na adolescência. No país, oitava posição em prevalência de asma no mundo, estima-se que 23,2% da população vivam com a doença, e a incidência varia de 19,8% a 24,9% entre as regiões. Estudo recente mostrou, ainda, que as hospitalizações por asma custaram US$ 170 milhões, o que corresponderia a mais de R$ 800 milhões ao sistema público de saúde nacional. A crise aguda de asma é caracterizada por episódios de aumento progressivo dos sintomas de falta de ar, tosse, respiração ruidosa ou opressão torácica e diminuição progressiva da função pulmonar. O acompanhamento do paciente asmático e o plano terapêutico, além das unidades básicas, ocorre também nos 27 centros de referência localizados no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), Hran, Hospital Regional de Ceilândia (HRC), Hospital Regional do Gama (HRG), Hospital Regional do Guará (HRGu), Hospital Regional de Taguatinga (HRT), Hospital Regional de Sobradinho (HRS), Hospital da Região Leste (HRL), Hospital Regional de Planaltina (HRPl), Hospital Universitário de Brasília (HUB), Hospital da Criança de Brasília (HCB), Unidade Mista de Taguatinga. Unidades básicas com referência técnica: UBS 1 da Asa Sul, UBS 1 da Candangolândia, UBS 1 de Ceilândia, UBS 1 do Guará, UBS 1 do Núcleo Bandeirante, UBS 1 do Recanto das Emas, UBS 1 do Riacho Fundo, UBS 1 de São Sebastião. Em caso de crise, é necessário buscar as unidades ou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pelo telefone 192, que também atende a situações de problemas cardiorrespiratórios. *Com informações da SES
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Tabagismo é doença crônica e causa danos graves ao meio ambiente
[Olho texto=”“A pandemia interferiu em todos os sentidos da nossa vida. É extremamente importante abandonar o uso do tabaco, pois evita o desenvolvimento de outras doenças crônicas além do tabagismo. Quanto mais cedo a pessoa parar de fumar, menor o risco de adoecimento e morte precoce” – Nancilene Melo, pneumologista e Referência Técnica Distrital (RTD) de Tabagismo” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] O Dia Mundial da Saúde deste ano, promovido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), apresenta o tema “Nosso planeta, nossa saúde”. A data é celebrada nesta quinta-feira (7) e incentiva diversos debates. A Secretaria de Saúde alerta para a importância da prevenção ao uso do tabaco e a promoção do meio ambiente saudável. O tabagismo é uma doença crônica e está relacionado com o desenvolvimento de aproximadamente 50 outras enfermidades. Como exemplos, estão os diversos tipos de câncer: pulmão, boca, laringe, faringe, estômago, esôfago, bexiga, entre outros. Além de doenças do aparelho respiratório, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), enfisema simples, bronquite crônica e asma. A enfermidade também pode resultar em doenças cardiovasculares, como infarto cardíaco, angina, hipertensão, acidente vascular cerebral, e outras doenças como úlceras do aparelho digestivo. Também contribui para a impotência sexual, osteoporose, catarata, menopausa precoce e complicações na gravidez. O tabagismo como doença crônica está relacionado ao desenvolvimento de outras 50 enfermidades, entre elas câncer de pulmão, além de doenças do aparelho respiratório, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e bronquite crônica | Foto: Geovana Albuquerque / Arquivo Agência Saúde-DF “A pandemia interferiu em todos os sentidos da nossa vida. É extremamente importante abandonar o uso do tabaco, pois evita o desenvolvimento de outras doenças crônicas além do tabagismo. Quanto mais cedo a pessoa parar de fumar, menor o risco de adoecimento e morte precoce”, alerta a pneumologista e Referência Técnica Distrital (RTD) de Tabagismo, Nancilene Melo. Em 2019, 12% da população do Distrito Federal era fumante, o que corresponde a 288.802 pessoas. O dado é do IBGE e da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Com a pandemia, não foi possível dar continuidade à pesquisa. [Olho texto=”A cada 300 cigarros, uma árvore é cortada para uso nas fornalhas e produção de produtos de tabaco (secagem). Alguém que fuma um maço de cigarro por dia estará derrubando uma árvore de 15 em 15 dias” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Nancilene destaca que o tabaco causa danos desde o seu cultivo até o descarte de guimbas e dos dispositivos. Além de empobrecer a terra do cultivo, a substância causa danos à saúde dos trabalhadores das plantações de tabaco e consumidores dos produtos fumígenos, contribuindo para o desmatamento. Ainda culmina com a contaminação da terra e mares pelas substâncias nocivas das guimbas e baterias, no caso dos dispositivos eletrônicos. “Então, quanto menos pessoas estiverem consumindo, menos danos ocorrerão”, aponta. Segundo a RTD de Tabagismo, os dispositivos eletrônicos são apenas tecnologias modernas para consumir a nicotina. E não existe forma de consumo ou quantidade segura de nicotina para uso. “O cigarro eletrônico não possui combustão e nem o alcatrão. Mas tem, pelo menos, 80 substâncias nocivas à saúde, destacando-se metais pesados e substâncias cancerígenas. Já é comprovada a existência de uma doença pulmonar, chamada Evali, relacionada a esses dispositivos. Trata-se de uma doença grave, que acometeu jovens nos Estados Unidos, mas temos alguns casos já noticiados aqui no Brasil”, detalha. De acordo com Nancilene, esses dispositivos ainda podem conter elementos com potencial explosivo, como ocorreu com um usuário no Distrito Federal. “Além de saborizantes da indústria alimentícia, que camuflam a agressão dessas substâncias inaladas. Costumo dizer que o pulmão não come, ele respira. Logo, não foi preparado para digerir e não sabemos ainda quais serão as consequências desse uso a longo prazo”, avalia. O tabaco, além de empobrecer a terra do cultivo, causa danos à saúde dos trabalhadores das plantações e consumidores dos produtos fumígenos, contribuindo para o desmatamento Consequências ao meio ambiente Pesquisas apontam que fumantes jogam em média 10 bitucas de cigarro por dia em vias públicas. Considerando o total de fumantes do DF e 30 dias para cálculo, e estabelecendo o comprimento de 2 cm por bituca, elas corresponderiam à distância de 1.733 km, podendo ser enfileiradas, por exemplo, de Brasília à capital do Piauí, Teresina. Tratamento na rede [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Na rede pública do DF, o tratamento para auxiliar quem deseja parar de fumar é oferecido em cerca de 80 centros cadastrados, distribuídos nas sete regiões de saúde. Quem tiver interesse deve procurar a unidade básica de saúde mais próxima da sua residência ou local de trabalho e fazer a inscrição. O tratamento segue uma abordagem cognitivo-comportamental, associado, quando necessário, a medicamentos que visam aliviar os sintomas da crise de abstinência causada pela dependência da nicotina, informa a RTD de Tabagismo. *Com informações da Secretária de Saúde do DF
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Asmáticos sofrem mais no período da seca
A seca chegou para valer. Sem chuvas há mais de 70 dias, o Distrito Federal está em estado de atenção por causa da baixa umidade do ar, com previsão de índices variando entre 20% e 30%. A umidade já chegou a menos de 20%: o recorde este ano foi 13%, registrado em 20 de julho em Brazlândia. [Olho texto=”A asma afeta 300 milhões de pessoas no mundo e estima-se que no Brasil sejam em torno de 3 milhões de asmáticos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O período de seca se caracteriza por manhãs frias e tardes muito quentes. A temperatura tem variado entre 12° e 29°. “A umidade e os índices do termômetro são inversamente proporcionais. Quanto mais seco e menor a umidade, mais alta vai estar a temperatura”, explica a meteorologista Naiane Araújo. No período de 2015 a 2019, mais de metade das internações por asma na rede pública de saúde do DF ocorreu entre os meses de março e julho | Foto: Paulo H Carvalho/ Agência Brasília A baixa umidade do ar traz irritação nos olhos, garganta e nariz, sangramento nasal, pele ressecada e dor de cabeça e, se a seca e a mudança de temperatura trazem desconforto para a população em geral, imagina para quem tem alguma doença respiratória. “A gente até evita sair na rua nessa época de calor e seca. Ela sofre muito. Tem falta de ar, manchas na pele, o olho fica seco, o nariz fica coçando”, conta Irani Alves Soares, 54 anos, mãe de Maria Clara Soares Bernardo, 15 anos, que tem asma desde os 8. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), esta doença afeta 300 milhões de pessoas no mundo, e estima-se que o Brasil tenha em torno de 3 milhões de asmáticos. No Distrito Federal, a estimativa é que em torno de 10% da população tenha asma, que acomete principalmente crianças e adolescentes. “A asma é uma doença inflamatória crônica das vias áreas inferiores caracterizada por episódios recorrentes de tosse, falta de ar, chiado e/ou aperto no peito”, explica a referência técnica distrital de Alergia do DF, a médica Vanessa Gonzaga Tavares. No período de 2015 a 2019, mais de metade das internações por asma na rede pública de saúde do DF ocorreu entre os meses de março e julho, que corresponde ao final do período de chuvas, queda progressiva da umidade relativa do ar e da temperatura, maior quantidade de poeira em suspensão e aumento na circulação dos vírus respiratórios. “Todos estes fatores atuam sinergicamente no desencadeamento de crises de asma e de infecções respiratórias. A baixa umidade do ar, o frio e a poluição irritam a mucosa respiratória, aumentam a viscosidade do muco dificultando a saída da secreção das vias aéreas levando à inflamação das vias aéreas”, afirma a médica. Atendimento ao paciente asmático Na rede pública de saúde do DF, os asmáticos recebem atenção especial e, desde 1999, são atendidos pelo Programa de Atendimento ao Paciente Asmático. Desde que ele foi criado, houve queda significativa no número de internações por asma no DF. Em 20 anos, a quantidade de pessoas internadas por asma no DF caiu 45%, mesmo com o aumento da população. Ou seja, passou de 2.743 em 2000 para 1.504 em 2020. O paciente que apresenta sintomas recorrentes de tosse, falta de ar, aperto no peito e/ou chiado deve procurar atendimento na unidade básica de saúde da sua região e, de acordo com a gravidade dos sintomas, o médico de saúde da família encaminha o paciente aos ambulatórios de Alergia ou Pneumologia da Secretaria de Saúde, que funcionam nos hospitais regionais da Asa Norte, de Ceilândia, Gama, Paranoá, Sobradinho, Taguatinga, Hospital Materno Infantil (Hmib), além do Hospital de Base e da Criança, e nas policlínicas de Ceilândia, Gama, Taguatinga, São Sebastião, Paranoá e Planaltina. A Secretaria de Saúde também fornece, gratuitamente, medicamentos tanto para crises quanto para controle da doença. “O tratamento vai ser baseado de acordo com a classificação do paciente. A periodicidade dos sintomas, se ele já internou ou precisou de UTI, se tem sintomas quando faz exercício, se faz atividade física. À medida que vai aumentando a gravidade, o paciente precisa fazer uso de medicação de controle”, explica a médica. [Olho texto=”De acordo com a OMS, a umidade relativa do ar adequada ao ser humano é entre 40% e 70%.” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Moradora do Núcleo Bandeirante, Maria Clara foi diagnosticada em 2014 depois de sentir falta de ar. O pediatra do hospital em que ela foi atendida a encaminhou para o Hmib, que a encaminhou para fazer testes e exames no Hospital da Criança, que constataram a asma. Desde então ela faz acompanhamento no ambulatório do hospital, se consulta a cada três meses, toma medicamentos, chegou a ficar internada e hoje mantém a asma sob controle. “Nesses últimos três meses, ela teve uma crise que durou um dia só. Antes durava uma semana, ela não podia fazer educação física, usava a bombinha de três em três horas”, conta a mãe. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Pacientes com asma são considerados população de risco e devem se vacinar anualmente contra a gripe. Além disso, asma é considerada uma pneumopatia crônica e, casos graves da doença, são considerados comorbidade e devem ser vacinados contra a covid-19, desde que a asma seja grave, com uso recorrente de corticoides sistêmicos e internação prévia. De acordo com a OMS, a umidade relativa do ar adequada ao ser humano é entre 40% e 70%. No período da seca, principalmente com umidade abaixo de 30%, deve-se tomar os seguintes cuidados: – Aumentar o consumo de líquidos – Fazer atividades físicas em locais abertos, longe de vias de grande circulação de veículos – Evitar fazer exercícios físicos entre 10h da manhã e 16h da tarde. – Umidificar nariz e os olhos – Evitar aglomerações e ambientes fechados – Usar umidificadores (por pouco tempo, principalmente no período da tarde), ou colocar toalhas úmidas ou bacias com água no local – Evitar tabagismo – Manter os ambientes internos bem arejados – Fazer limpeza da casa com pano úmido
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‘Doenças oportunistas’: todo cuidado é pouco em tempo de frio e seca
Clima seco e frio acentua complicações respiratórias nesta época do ano em todo o DF | Foto: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê muito frio para os próximos dias no Distrito Federal. A temperatura deve oscilar na faixa dos 10 graus – nas áreas rurais, ainda menos do que isso. Apesar dos ventos gelados, a umidade relativa do ar segue ladeira abaixo, chegando à casa dos 25%. Quadro que deve piorar em setembro, quando o frio for embora e apenas a seca tomar conta do pedaço. Tanto em um cenário quanto no outro é que surgem as chamadas “doenças oportunistas”. Como as complicações respiratórias, que se proliferam com maior incidência pela população brasiliense nesta época do ano. [Olho texto=”“Estamos no inverno e vamos ter um aumento da frequência de infecções virais, como gripes, resfriados e, agora, a Covid-19”” assinatura=”Fátima Guidacci, especialista da Secretaria de Saúde” esquerda_direita_centro=”centro”] As mais comuns são infecções virais, tipo gripe (exemplo da H1N1), resfriados e, agora, a Covid-19. Mas, nesta época do ano, ocorrem ainda infecções bacterianas que causam, por exemplo, sinusite, pneumonias, otite e amigdalite. Também são comuns crises de asma e rinite alérgica. O grupo de pessoas mais suscetíveis às doenças respiratórias são as crianças de até cinco anos e quem já passou dos 60, grupos que podem ter as complicações mais greves nesta época do ano. Pacientes que apresentam deficiência no sistema imunológico e doenças crônicas, como asma, também são vulneráveis. O pequeno Aleksander Maximus, de apenas 4 anos, é um exemplo de risco. Segundo a mãe dele, Luziene Moreira, 30 anos, o menino tem dificuldade de respirar normalmente. Mas, nesta época do ano, a crise aumenta. “Vim tratar a garganta dele, que está inchada”, afirmou Luziene à reportagem da Agência Brasília, enquanto esperava atendimento na Policlínica do Gama. Baixa procura À exceção da Covid-19, a maioria das doenças respiratórias tem vacina desenvolvida e já testada. Mas Maria de Fátima Rodrigues da Cunha Guidacci, especialista em Alergia e Imunologia da Secretaria de Saúde, expõe um dado preocupante: a procura por essas imunizações diminuiu consideravelmente depois que a pandemia de Covid-19 se instalou no Distrito Federal. Para Fátima Guidacci, a baixa procura de vacinas na rede pública se deve ao medo que as pessoas têm em buscar as doses nos hospitais e centros de saúde do DF, locais mais expostos ao novo coronavírus. “Infelizmente as pessoas estão com medo de sair de casa por causa do risco de contaminação”, lamentou. Mesmo assombrado com a Covid-19, reforça Fátima, o brasiliense não pode tirar os olhos e a atenção dessas outras doenças. O problema acendeu a luz vermelha na Secretaria de Saúde. Se as pessoas não se imunizarem com as vacinas para casos mais simples, como uma gripe, o número de casos de doenças respiratórias pode aumentar. Elas podem resultar em situações extremas caso não sejam cuidadas, adverte a especialista. “A gente tem medo de aumentar o número de pessoas com essas doenças respiratórias, que podem levar o paciente até a óbito”, afirma a médica, que faz um apelo. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “Gostaria de ressaltar a importância de tomar a vacina, principalmente com relação ao [vírus] influenza. Mas também de outras vacinas, como a de pneumonia e a de meningite. Estamos no inverno e vamos ter um aumento da frequência de infecções virais, como gripes, resfriados e, agora, a Covid-19”, acrescenta. A especialista aconselha que pacientes alérgicos tenham ainda mais cuidado no controle ambiental. “No inverno há pico da proliferação de ácaros e fungos, que são os principais fatores desencadeantes das alergias. Então, não se deve varrer a casa, só passar pano úmidos nos móveis. Aspirar é melhor. Evitar produtos de limpeza com cheiro forte”, enumera. A aposentada Eliene Maria Oliveira de Almeida, 66 anos, reconhece o perigo e diz se prevenir com a devida frequência. “Tomo vacina todos os anos. A H1N1 eu já tomei. Eu me preocupo com a Covid-19, mas não ignoro as outras doenças”, garante.
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Cuidados com a saúde devem ser redobrados durante a seca
A umidade do ar está na casa dos 13%, o índice mais baixo deste ano. A secura deixa os olhos coçando, nariz sangrando, resseca a pele e provoca desidratação. E esses são apenas alguns dos sintomas mais comuns causados pela baixa umidade no Distrito Federal, que tem diminuído cada vez mais. Para evitar os problemas decorrentes desse período de seca, os profissionais da Secretaria de Saúde dão algumas dicas para amenizar o desconforto. Foto: Breno Esaki/Secretaria de Saúde-DF Segundo a especialista em alergia e imunologia Marta Guidacci, em dias de baixa umidade é necessário reforçar a alimentação saudável, rica em frutas e verduras, com ingestão frequente de líquidos. “Muita água – natural ou de coco -, chás e sucos naturais, sem bebidas alcoólicas e gasosas”, diz ela. [Olho texto=”Também é importante hidratar a pele com cremes, protetor solar e evitar banhos quentes, demorados, com uso excessivo de sabonetes ou de buchas” assinatura=”Marta Guidacci, especialista em alergia e imunologia” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Hidratar o nariz e a mucosa ocular com soro fisiológico também são ações necessárias, nesta época, para evitar sangramentos e ressecamentos. “Na seca, os olhos podem ficar vermelhos, os lábios podem rachar. A pele costuma ficar ressecada, principalmente em pessoas que já têm problemas na pele. Por isso, o uso do soro ajuda”, ressalta Guidacci. A referência técnica distrital (RTD) de Pneumologia da pasta, Géssica Andrade, reforça: “Mesmo quando a temperatura sobe, o ar seco faz seus estragos, pois acelera a absorção do suor pelo ambiente e resseca a pele. A desidratação acaba deixando o sangue mais denso”. Foto: Tony Winston/Agência Brasília Além disso, o tempo seco e a baixa umidade do ar dificultam a dispersão de gases poluentes, tornando as pessoas mais suscetíveis a crises de asma e a infecções virais e bacterianas. “Acaba ficando mais difícil para as vias respiratórias se defenderem do ar com qualidade ruim. As pessoas com doença respiratória prévia sofrem mais com isso”, aponta. Mais umidade Nesse caso, qualquer método para melhorar a umidade do ar é bem-vindo, segundo a pneumologista Bianca Rodrigues. “Pode-se usar, por exemplo, balde com água ou toalha molhada na cabeceira da cama”, sugere. Quanto ao umidificador, a especialista faz uma ressalva: “Ele pode se tornar pior do que o ar seco, se não for usado da forma correta”, alerta. O recomendável é utilizá-lo em um ambiente em que circule o ar, com portas e janelas abertas. O uso por período prolongado em locais fechados pode levar a um excesso de umidade nas paredes, o que favorece o crescimento de mofo e bolor, tornando-se mais uma fonte de infecção. “O ideal é ligá-lo, em média, por três a quatro horas antes de ir dormir e desligá-lo quando for se deitar. Se o aparelho for mais moderno, pode programá-lo para se desligar automaticamente, uma vez cumprido o tempo programado”, ensina Rodrigues. Na hora de utilizar o aparelho também é importante esvaziar o reservatório, higienizar e secar, para evitar o crescimento de bactérias. “O umidificador pode se tornar um ‘vilão’ se for usado em excesso ou se não forem feitas todas as medidas de higiene necessárias”, destaca Géssica Andrade. Procure uma UBS Quem tem problemas decorrentes da seca pode procurar assistência em diversas unidades de saúde do DF. O primeiro passo é entrar em contato com um clínico-geral ou médico de família na unidade básica de saúde (UBS) mais próxima da residência. Caso o estado de saúde seja grave, o paciente será direcionado a um especialista, como um alergista, por exemplo. O acesso se dá pelo Sistema de Regulação da pasta, após o paciente receber encaminhamento em alguma UBS. * Com informações da Secretaria de Saúde-DF
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