Atletismo do DF volta a encantar o mundo: brasiliense é destaque no Pan Júnior
Quarenta e cinco segundos e oitenta e três centésimos: no dia a dia, esse é um período de tempo que passa completamente despercebido. Mas foi o suficiente para o brasiliense Vinicius Galeno, 20 anos, cravar seu nome na história. Com essa marca, o atleta, cuja trajetória passou pelo Centro Olímpico e Paralímpico de Planaltina, conquistou o bronze nos 400 metros rasos dos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção (Paraguai), competição que ainda lhe rendeu um ouro por equipes, no revezamento 4x400m. "Fiquei muito feliz na hora que ganhei a medalha, porque tem muito tempo que estou longe de casa, há três meses estou morando com um dos meus treinadores, em São Paulo, longe da família, treinando, abdicando, pensando na alimentação, no sono, fazendo tudo em prol do atletismo. Foi muito gratificante quando ganhei e percebi que tudo valeu a pena", conta o medalhista. O brasiliense Vinicius Galeno conquistou uma medalha de bronze nos 400 metros rasos e uma ouro por equipes, no revezamento 4x400m, nos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Brasília A trajetória para chegar aos 45 segundos vem de anos. Vinicius entrou no atletismo aos 12, ao vencer uma Corrida de Reis. Depois de um tempo, foi para o Centro Olímpico e Paralímpico (COP) de Planaltina, local que ele avalia como fundamental para o sucesso da carreira: "Foi muito importante, caso contrário eu não estaria aqui hoje. A gente vê vários atletas que vieram de centros olímpicos e deseja que surjam mais projetos como esse, porque, desse jeito, todo mundo sai ganhando, o Brasil sai ganhando". [LEIA_TAMBEM]Do COP de Planaltina, ele migrou os treinos para sua região natal, Sobradinho, e ganhou o mundo. "A grande virada foi em 2022, quando fui atleta destaque do Campeonato Brasileiro Sub-20 — com 16 anos, eu ganhei os 400m e os 200m, e fiz índice para o Mundial, que seria no Quênia. Dali para frente, minha vida mudou, porque, nos três meses seguintes, eu viajei para três países e nunca tinha viajado para o exterior antes", lembra Vinicius, que hoje já conhece mais de dez nações: "Fico muito feliz de perceber o que está acontecendo na minha vida e de todos os caminhos que o esporte está abrindo". Quem também fica feliz é a família. "O Vini tem um grande potencial, é um menino muito esforçado e eu acredito que, se ele continuar nesse caminho que está, só vão vir mais medalhas, se Deus quiser", diz a irmã, Sarah Beatriz Moura. "Família sempre vai ter esse orgulho, esse amor. Só que, com o Vinicius, é de uma intensidade que ele nem imagina. A gente fica extremamente orgulhoso, até porque é um grande atleta e um grande cidadão. E a gente fica muito feliz por isso", emenda o pai, Sérgio Galeno. A família de Vinicius vibra com as conquistas do jovem: "A gente fica extremamente orgulhoso, até porque é um grande atleta e um grande cidadão. E a gente fica muito feliz por isso", conta o pai, Sérgio Galeno Apoio Hoje, quando está no DF, Vinicius treina no Centro de Atletismo de Sobradinho (Caso), no Estádio Augustinho Lima — mesma pista usada pelo medalhista olímpico Caio Bonfim, a quem ele considera uma referência. Um dos treinadores do jovem, aliás, é João Sena, pai de Caio. O local, gerido pelo GDF, passa por uma ampla reforma. Na primeira etapa, foi feita a pintura interna e externa, contemplando as arquibancadas, além de manutenção elétrica e hidrossanitária dos banheiros e vestiários. A próxima fase prevê a troca do gramado e da pista de atletismo. "Essa reforma, querendo ou não, vai chamar mais atletas para treinarem aqui. Quando estiver tudo pronto, tudo bonitinho, fica com aquela cara mais agradável e temos a expectativa de muitos mais atletas virem para cá, além de melhorar as condições para os que já estão aqui", aponta Betânia Feitosa, uma das treinadoras do Caso, que, por coincidência, foi professora de Vinicius na infância, em uma escola da rede pública: "Sempre acreditei no potencial dele". Betânia Feitosa, uma das treinadoras do Centro de Atletismo de Sobradinho (Caso) e professora de Vinicius na infância: "Sempre acreditei no potencial dele" O velocista também é beneficiário do Bolsa Atleta, programa que tem como intuito ajudar financeiramente atletas de alto desempenho. "Foi meu primeiro salário, a primeira vez que comecei a ganhar dinheiro pelo atletismo foi com o Bolsa Atleta, na época Bolsa Atleta Estudantil do DF, e aí fui desempenhando mais e mudando o nível. Hoje, o Bolsa Atleta é fundamental, é o jeito que me sustento, ajudo minha família e consigo viabilizar muitos dos meus sonhos", expõe. "O Bolsa Atleta é uma das principais ferramentas de valorização do esporte no Distrito Federal. É um investimento que garante condições para que atletas como o Vinícius possam treinar, competir e alcançar grandes resultados, representando o DF e o Brasil com orgulho", destaca o secretário de Esporte e Lazer do DF, Renato Junqueira. Com esses e outros apoios, talento e muita dedicação, Vinicius se prepara para voar ainda mais alto — ou, no caso dele, mais rápido. Recém-chegado do Paraguai, o jovem tem aproveitado uns dias com a família, mas já com as malas encaminhadas para o Japão, onde disputará o Mundial de Atletismo. No ano que vem, ele projeta uma temporada de treinos na Europa. Mas a grande meta é um país que ainda não conhece, os Estados Unidos, sede da próxima Olimpíada: "Ainda não fui, mas com certeza vou estar lá em 2028".
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Após projeção mundial, ouvidora da Novacap disputa o Campeonato Brasiliense de Fisiculturismo
A atleta Maria do Socorro da Silva, conhecida como Socorrinho, sobe ao palco neste domingo (1º/6) para dar início à sua temporada de 2025 no fisiculturismo. Aos 67 anos, ela concilia a vida de atleta com o cargo de chefe da Ouvidoria da Novacap, e competirá na categoria Women’s Physique do XVII Campeonato Brasiliense, a partir das 13h, no auditório da Universidade Paulista (Unip), na 913 Sul. Socorrinho, como é conhecida, tem uma história de superação e ensina: Quando começar, seja a que tempo for, nunca olhe para os anos que ficaram para trás. Enxergue quantos anos podem ser somados à sua vida depois do esporte” | Foto: Acervo pessoal Com mais de 15 anos de trajetória, Socorrinho já conquistou oito vezes o título de Campeã Brasiliense, é Tricampeã Brasileira e levou medalha de bronze no Campeonato Sul-Americano da IFBB. No ano passado, foi a única atleta com mais de 50 anos a competir na categoria Women’s Physique Open do Campeonato Mundial de Fisiculturismo e Fitness, em Santa Susanna, na Espanha, onde conquistou o quarto lugar - seu feito correu o planeta, dando-lhe projeção internacional. No mesmo torneio, também ficou em quinto lugar na categoria Master. “Me senti valorizada”, conta a atleta. “Foi um sonho que estava totalmente fora das minhas condições de idade, financeiras e de recursos. Participo de competições desde 2007 com um currículo bacana, mas a vitória veio no tempo que Deus permitiu. Acho que foi um milagre, só vejo assim.” O começo de tudo Socorrinho iniciou a carreira de fisiculturista na modalidade após a morte do filho, em 2008. Em um momento de dor, ela enxergou no fisiculturismo uma oportunidade de ser forte. “Comecei sem orientação, sem conhecer nada desse mundo, só para servir como paliativo para a alma”, revela. Desde então, ela coleciona títulos nacionais e internacionais. Mais do que medalhas, o esporte proporciona uma forma de reconstrução pessoal: “O que mais me motiva é saber que, aos 67 anos, depois de tantas histórias, posso dizer com todas as letras: sou forte, feliz e capaz de continuar em pé. Isso tudo eu falo não para me gabar, mas para mostrar que eu dou o meu melhor para que a vida me retribua com a parte que cabe a ela. Eu posso, todo mundo pode”. Disciplina Na semana do campeonato, sua rotina é intensa: caminhada às 5h, expediente na Ouvidoria da Novacap, musculação às 18h e ensaio de coreografia às 20h. A dieta é milimetricamente calculada: “Estou fazendo a hiper-hidratação com 50g de arroz e 160g de tilápia a cada três horas”. Mesmo com os desafios da rotina profissional, Socorrinho mantém o foco: “Engraçado que parece coincidência, mas a semana que tem mais trabalho é sempre aquela em que estou finalizando o processo para o campeonato. Terrível, mas eu procuro colocar leveza para a coisa fluir”. Calendário de competições Após o Campeonato Brasiliense, a atleta já tem agenda cheia. O Campeonato Brasileiro será de 18 e 20 de julho, no Teatro Ítalo Brasileiro, em São Paulo. Caso garanta a classificação, Socorrinho terá a chance de voltar ao Mundial, previsto para novembro, na China. Com o físico em constante evolução, Socorrinho detalha os ajustes necessários para alcançar a melhor forma em cada disputa: “Estou com um volume maior porque não posso desidratar muito. Vou entrar no palco mais densa, até porque o corpo reage de forma diferente a cada competição. Ainda preciso fazer ajustes para o Brasileiro. O objetivo é manter o foco e, quem sabe, conquistar uma vaga no Mundial”. Campeonato Brasiliense A competição reunirá cerca de 80 atletas, divididos em 37 categorias - Fisiculturismo, Classic Physique, Fisiculturismo Clássico, Games Classic, Women’s Physique, Bodyfitness, Wellness, Bikini, Fit Model, Fit Pairs, Muscular Men’s Physique, Men’s Physique e Men’s Body Muscle, entre outras. Muitas dessas categorias possuem divisões por peso ou altura. A pesagem dos atletas será feita no sábado (31), no auditório da Universidade Estácio, no Pistão Sul (Taguatinga), das 11h às 15h. [LEIA_TAMBEM]O evento serve como seletiva para o Campeonato Brasileiro, que será realizado em São Paulo. Apesar disso, por se tratar de uma competição amadora, não há premiação em dinheiro. A entrada é paga, com ingressos vendidos apenas no local do evento. A programação é extensa e deve durar cerca de oito horas, com o público circulando ao longo do dia. Exemplo para todas as idades Presidente da Federação Brasiliense de Fisiculturismo e Musculação (IFBB-DF), Patrícia Helena considera Maria do Socorro uma referência no fisiculturismo e na vida: “Ela mostra que o esporte pode ser praticado com excelência em qualquer idade. A musculação promove longevidade e qualidade de vida, e a Socorrinho está aí para mostrar que isso é verdade”. A federação tem trabalhado para ampliar a presença de mulheres e pessoas acima dos 50 anos nas competições, sendo Socorrinho usada como um exemplo de motivação. “Fazemos palestras educativas em faculdades demonstrando os benefícios da prática da modalidade em todas as faixas etárias”, comenta a gestora. “A divulgação da história da Maria do Socorro já alcançou e motivou inúmeras mulheres”. Para mulheres que sonham em entrar para a modalidade, Socorrinho deixa uma mensagem de apoio: “Quando começar, seja a que tempo for, nunca olhe para os anos que ficaram para trás. Enxergue quantos anos podem ser somados à sua vida depois do esporte”. A caminho dos 70 anos, ela prova que a idade não tem limite - e que com disciplina, coragem e determinação, os limites podem ser superados. *Com informações da Novacap
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Apoiado pelo GDF, atleta brasiliense conquista medalha de bronze em competição internacional de kung fu
No último fim de semana, o atleta de kung fu Ledio Laboissiere Pacheco, 49, representou o Brasil no Campeonato Mundial de Artes Marciais na Argentina e voltou ao Distrito Federal com a medalha de bronze no peito. A conquista é fruto do esforço do profissional, que contou com o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF) por meio do programa Compete Brasília, criado para incentivar a participação de atletas e paratletas de alto rendimento das mais diversas modalidades em campeonatos nacionais e internacionais por meio da concessão de passagens – por transporte aéreo ou terrestre. Ledio, que é servidor do DER-DF e treina kung fu desde os 17 anos, comemora: “Foi maravilhoso poder representar o país no meu primeiro campeonato internacional e já poder trazer uma medalha de bronze” | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília Inspirado nas artes marciais pelos filmes do Bruce Lee, dos quais é fã desde adolescente, o atleta começou a treinar em um espaço público mantido pela Administração Regional do Guará quando tinha 17 anos. Atualmente, ele é faixa preta no 4º dan – graduação das artes marciais que corresponde a um nível específico de habilidade -, enquanto concilia seu tempo entre os treinos, a família e o trabalho no Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), onde atua há 11 anos. Na competição da Argentina, Ledio participou de várias categorias, incluindo a disputa com armas como o facão chinês – na qual alcançou o quarto lugar. Competindo com os mestres do 3º dan para cima, ele conquistou o pódio. “Foi maravilhoso poder representar o país no meu primeiro campeonato internacional e já poder trazer uma medalha de bronze”, relata. “Não trouxe medalha nas outras, mas também foi uma experiência maravilhosa – foi um campeonato em que pudemos conhecer Buenos Aires. Levamos alunos de programas sociais que não têm condições de fazer uma viagem, e, a partir do Compete, isso foi possível”. Acesso a competições “O Ledio nos enche de orgulho, e saber que o Compete Brasília contribuiu com um degrau na escada dessa grande conquista nos enche de alegria” Renato Junqueira, secretário de Esporte e Lazer O auxílio do programa do GDF, ressalta ele, foi crucial, pois as despesas com a inscrição e credenciamento somaram mais de 160 dólares, além do custo elevado com alimentação durante a estadia na Argentina. O esportista já participou de outros campeonatos nacionais por meio do Compete Brasília. “É um programa que deu certo e tem ajudado muitos atletas de Brasília”, aponta. “A cobertura das passagens faz muita diferença, porque não é a única despesa que temos. Percebemos que a maioria das pessoas que foram tiveram que se esforçar com campanhas e rifas para conseguir o custo adicional”. O atleta ressalta a importância do programa do GDF: “Levamos alunos de programas sociais que não têm condições de fazer uma viagem, e, a partir do Compete, isso foi possível” O secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira, comemora a conquista e lembra que o objetivo principal do Compete Brasília é democratizar o acesso a todas as competições, nacionais ou internacionais. “A gente sabe que as medalhas e troféus são consequências; e, quando vêm, ficamos muito felizes”, afirmou, valorizando a experiência do atleta para difundir as modalidades do kung fu no DF. “Tem aumentado a procura por esse esporte nos nossos centros olímpicos e em outras regiões administrativas. O Ledio nos enche de orgulho, e saber que o Compete contribuiu com um degrau na escada dessa grande conquista nos enche de alegria”. Para se inscrever no Compete Brasília, não há limite de idade nem exigência de comprovação de renda. O acesso é gratuito, mas existem pré-requisitos, como ser um atleta federado. As solicitações devem ser cadastradas com prazo máximo de 40 dias antes da data prevista para o início de competições nacionais e, no máximo, 60 dias antes do início de competições internacionais. A documentação exigida e mais informações estão disponíveis no site da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL-DF). Quadradinho do esporte Com um investimento no Compete Brasília que passa dos R$ 6 milhões, neste ano, a SEL-DF já atendeu mais de cinco mil atletas, ultrapassando a quantidade acolhida pelo programa em 2023. “Isso mostra que o Compete Brasília tem se tornado de fato uma referência”, assinala Renato Junqueira. “Recentemente recebemos técnicos do Ministério do Esporte que procuram entender um pouco mais sobre esse programa e pensam até mesmo em implementá-lo no governo federal”. O DF também conta com 12 centros olímpicos e paralímpicos (COPs), com previsão de abertura de um 13º no Paranoá. Nesses espaços são oferecidas atividades gratuitas que atendem principalmente pessoas em situação de vulnerabilidade social. Assim como o Bolsa Atleta, que beneficia competidores de alto rendimento, o Compete Brasília aposta na capacidade dos atletas locais.
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Ouvidora da Novacap vai disputar o Mundial de fisiculturismo na Espanha
A chefe da ouvidoria da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), Maria do Socorro Ferreira da Silva, conhecida como Socorrinho, conseguiu o apoio do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL-DF), para participar do Campeonato Mundial de Fisiculturismo e Fitness em Santa Susana (Espanha), entre os dias 31 deste mês e 4 de novembro. Socorrinho: “Quando chegou a notícia de que eu fui contemplada, quase não acreditei. Sem o apoio do programa, eu não teria condições de ir” | Foto: Divulgação A atleta de 66 anos foi contemplada com os bilhetes aéreos de ida e volta para a competição, custeados pelo programa Compete Brasília. Ela parte da capital federal na segunda-feira (28) e retorna em 6 de novembro. “O protocolo exigiu uma documentação, e o processo foi tranquilo, pois eu tinha todos os índices necessários”, conta. “Ainda assim, quando chegou a notícia de que eu fui contemplada, quase não acreditei. Foi uma emoção indescritível. Sem o apoio do programa, eu não teria condições de ir, pois tenho despesas muito altas em casa com um irmão doente, de quem cuido desde criança.” Empenho “O fisiculturismo é uma prática que requer disciplina e comprometimento, e estamos orgulhosos de ter uma profissional tão determinada representando a nossa cidade” Renato Junqueira, secretário de Esporte e Lazer A ouvidora se classificou para o mundial após conquistar a medalha de bronze na categoria Women’s Physique do 49º Campeonato Sul-americano de Fisiculturismo e Fitness, em Assunção (Paraguai), em setembro. Ela também marcou presença no Campeonato Brasileiro de Fisiculturismo, em julho, no Pará, onde conquistou três troféus (terceiro lugar na categoria Women’s Physique Master até 1,62 m, terceiro lugar na categoria Women’s Physique Sênior e segundo lugar na Dupla Mix Pairs), além de duas taças no Campeonato Brasiliense, em junho, quando obteve segundo lugar na categoria Women’s Physique e primeiro na categoria Fit Pairs. Em Santa Susana, Socorrinho compete nas categorias Women’s Physique Open e Women’s Physique Master. De acordo com o cronograma, ela sobre ao palco em 2 de novembro. “Vou competir com atletas de todas as idades”, adianta. “Inclusive, no Sul-americano, disputei com esportistas de 27 e 32 anos. Imagino que não haja outras fisiculturistas da minha idade”. O secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira, comemora a conquista da atleta: “Socorrinho é um exemplo de profissionalismo e, ao mesmo tempo, de superação. Reconhecemos o seu empenho, dedicação e o esforço que tem investido na preparação para este evento. O fisiculturismo é uma prática que requer disciplina e comprometimento, e estamos orgulhosos de ter uma profissional tão determinada representando a nossa cidade”. Rotina e preparação Para conseguir manter a forma física necessária ao bom desempenho, a ouvidora precisa conciliar uma dura rotina de treinos com uma alimentação extremamente regrada e o trabalho na Novacap. “Começo pela manhã, exatamente às 5h, com uma hora de caminhada moderada em jejum para cardio”, detalha. “Além disso, às 18h, faço 45 minutos de treino intenso na academia, alternando entre dias de braço e de perna. Às quartas-feiras e sábados, além da musculação, vou a um estúdio no Guará para treinar poses e coreografias.” “Nos dias anteriores ao campeonato, tenho que forçar, tentar relaxar, ouvir uma música, fazer orações e exercícios de relaxamento para aumentar o descanso. A diferença é nítida no meu físico” Maria do Socorro Ferreira da Silva, fisiculturista Junto aos treinos físicos, ela faz entre cinco e seis refeições por dia, cada uma restrita a 150 gramas de carboidratos e 200 gramas de proteínas — sempre tilápia, claras de ovos e arroz — medidos com exatidão. Além disso, precisa ingerir ao menos quatro litros de água por dia, quantidade que deve ser elevada até os nove litros até o dia da pesagem (processo chamado de hiper-hidratação) e, logo após, reduzido a 500 ml ou um litro até a subida ao pódio. “Para comer, é complicado”, afirma. “Às vezes, você está atendendo uma pessoa e disfarça para colocar a comida na boca; em uma reunião, pede para ir ao banheiro e come ali, onde estiver. Você tem que comer, não interessa onde está, tem que comer. E não é nada impossível. Com disciplina e determinação, tudo se consegue.” Nem sempre, porém, ela consegue cumprir a média recomendada de oito horas de sono por dia. “É quase impossível, por eu ser muito ansiosa e levar trabalho para casa”, explica. “Varia muito, tem dias que durmo no máximo quatro horas, então procuro descansar mais aos finais de semana, quando consigo manter uma média de seis a sete horas de sono, porque também preciso dar atenção ao meu irmão. Nos dias anteriores ao campeonato, tenho que forçar, tentar relaxar, ouvir uma música, fazer orações e exercícios de relaxamento para aumentar o descanso. A diferença é nítida no meu físico”. História de superação Socorrinho mergulhou de vez no esporte após perder um filho, a mãe, um irmão e um companheiro em um espaço de tempo muito curto. As dores lhe deram motivação para seguir. Atualmente, ela ainda divide tempo para cuidar do irmão mais velho, de 70 anos, que é dependente dela. “Foi uma promessa que fiz à minha mãe antes de ela falecer”, relata. “Ela tinha muita preocupação de ir e deixar esse meu irmão, aí eu falei: ‘não se preocupe que eu vou cuidar dele’; então foi tipo uma promessa. Ele tem Alzheimer, Parkinson. Na realidade, a doença dele é a esquizofrenia, mas adquiriu essas outras. Na semana retrasada, ele caiu e quebrou algumas costelas, foi um horror. Ele depende de banho, e até isso também eu tenho que bancar. Se eu viajar, tenho que deixar uma pessoa para dar banho e cuidar dele, então é complicado.” “É uma grande honra contar com ela em nosso quadro de funcionários. Competência, força e dedicação” Fernando Leite, presidente da Novacap A humildade e o bom humor se destacam quando ela fala sobre as expectativas para a competição: “Para dizer a verdade, nos últimos dias me bateu um medo grande, porque vai ser meu primeiro mundial. Eu jamais imaginei que disputaria um mundial. No máximo, um brasileiro, mas chegar a esse patamar, na minha idade, é algo de outro mundo. Acho que é Deus, sei lá. Hoje, eu vejo isso como uma coisa muito especial, e não por mim, mas pelas pessoas que estão à minha volta, que acreditam em mim, que acreditam que podem fazer alguma coisa para ser melhores, para viver uma vida mais saudável”. Destaques da ouvidoria Sob a chefia de Socorrinho, a Ouvidoria da Novacap apresentou evolução em todos os indicadores de performance positiva no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2023. Mesmo com um aumento de 14% no número de demandas recebidas, a equipe conseguiu elevar o grau de satisfação com a ouvidoria de 68% para 74%, recomendação da ouvidoria de 74% para 76%, qualidade da resposta de 57% para 64% e resolutividade de 33% para 40%. Quanto ao terceiro trimestre deste ano, os mesmos indicadores mostraram um aumento em qualidade da resposta de 56% para 77%, satisfação com a ouvidoria de 69% para 76%, recomendação da ouvidoria de 72% para 75% e resolutividade de 38% para 39%, quando comparados ao terceiro trimestre de 2023. O bom desempenho levou a equipe a receber, da Ouvidoria-Geral do GDF, um processo de elogio referente à melhor qualidade de resposta ao cidadão. “Foi muito importante esse elogio, porque desde quando eu cheguei à ouvidoria, a gente vem batendo na tecla da qualidade de resposta ao cidadão; antes, a ouvidoria era meio que uma máquina de fazer processos, e agora nós damos muita importância à qualidade de resposta”, pontua a atleta. O presidente da Novacap, Fernando Leite, reforça a performance de Socorrinho: “Uma profissional sem igual. É uma grande honra contar com ela em nosso quadro de funcionários. Competência, força e dedicação”. *Com informações da Novacap
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Brasilienses em Paris: Carla Maia e a realização de um sonho de 20 anos
Resiliência, persistência, dedicação, estratégia e muita determinação. Essas foram as palavras escolhidas por Carla Maia, 43 anos, para descrever a própria história. Jornalista, ela participou — presencialmente ou a distância — da cobertura de cinco paralimpíadas. Agora, está se preparando para ir à primeira como atleta. Será a concretização de um sonho que nasceu 20 anos antes, exatamente no berço dos Jogos Olímpicos. Desde criança apreciadora de esportes, Carla Maia se superou após um problema de saúde e, hoje, é destaque como paratleta: “Não conseguia fazer basquete ou outro esporte que precisasse mais de físico, e aí eu descobri o tênis de mesa” | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília A brasiliense conta que sempre gostou de esportes. Durante a infância, praticava ginástica artística, atletismo e dança. Aos 17 anos, teve um sangramento espontâneo na medula, que atingiu a coluna cervical e a deixou tetraplégica. Durante a reabilitação, no Hospital Sarah Kubitschek, conheceu Iranildo Espíndola — que viria a ser medalhista paralímpico no tênis de mesa. E sua história começou a mudar. “Conheci o ‘beabá’ do esporte e vi que dava para amarrar a mão, para segurar a raquete, que eu nem imaginava que era possível”, lembra. “Eu reaprendi a nadar, mas me afoguei várias vezes, não gostava. E, com a minha limitação, que é muito severa, eu não me via conseguindo fazer nada. Não conseguia fazer basquete ou outro esporte que precisasse mais de físico, e aí eu descobri o tênis de mesa.” O início Anos depois, ela precisou fazer uma entrevista para o projeto de conclusão do curso de publicidade. Nem precisou pensar muito para escolher Iranildo. “Fui entrevistá-lo e, quando cheguei lá, joguei uma partidinha com ele e o técnico Zé Ricardo viu a gente jogando, ficou louco e falou: ‘você tem que começar a jogar tênis de mesa. Você tem uma tetraplegia, então você já seria a melhor do Brasil hoje. Eu poderia até te inscrever no primeiro Parapan-Americano [da modalidade], que vai ser aqui em Brasília’”, recorda. “Começou meu sonho, ali, em 2004, de ser atleta de alto rendimento e de representar o meu país um dia numa Paralimpíada, o que eu estou realizando neste ano” A resposta foi em tom de desafio: “Até faria, mas estou sem tempo nenhum, desculpa. Mas, se você me inscrever nesse campeonato, eu venho treinar”. O treinador aceitou, e, em pouco tempo, lá estava Carla competindo. “Fui a zebra, comecei a ganhar e, quando eu vi, estava na final contra uma mexicana e eu estava com um saldo de sets acima do dela, então poderia perder por um set de diferença que eu iria ganhar o ouro e ir para as Paralimpíadas de Atenas [em 2004] como atleta”, relata. A vaga não veio e virou obsessão, descreve ela: “Aquilo me deu um ódio no coração, mas ao mesmo tempo um amor, porque aí surgiu um amor pelo tênis de mesa, e o ódio, na verdade, virou uma vontade, um desejo, um sonho, um propósito de ir para uma Paralimpíada competir. E começou meu sonho, ali, em 2004, de ser atleta de alto rendimento e de representar o meu país um dia numa Paralimpíada, o que eu estou realizando neste ano”. Trabalho “Antigamente, essas pessoas ficavam em casa, não se cuidavam, ficavam doentes… e o esporte paralímpico transformou isso” O desejo de ir a Atenas (Grécia) era tamanho que Carla afirma que viajaria nem que fosse como espectadora. Mas foi além e conseguiu cobrir os Jogos como jornalista – atuação que repetiu em Londres (Inglaterra) e no Rio de Janeiro presencialmente, e em Pequim (China) e Tóquio (Japão), como comentarista no Brasil. Não foi o bastante, porém, para dar o sonho como realizado. Por isso, Carla seguiu treinando e competindo. Só que, apesar de conseguir bons resultados, ainda faltava um quê de justiça. Os paratletas do tênis de mesa são classificados de 1 a 10, a depender do grau de mobilidade. Ela seria classe 1 — de menor mobilidade —, mas vinha disputando na classe 2. “Cada vez mais eu percebia que as atletas estavam com uma mobilidade muito diferente da minha”, relembra. “As próprias atletas da minha categoria falavam: ‘você não é 2, você é um 1, pede reclassificação’. Em 2023, eu resolvi pedir a reclassificação, fui para a Polônia, fui reclassificada, eles perceberam que eu era mesmo da categoria 1 e, a partir dali, as coisas foram fluindo mais naturalmente”. “Não desistam dos seus sonhos. Sejam resilientes, mas não teimosos. A resiliência funciona com estratégia” Fluíram até uma competição na Tailândia, na qual Carla conquistou a vaga para os Jogos Paralímpicos de Paris. As duas viagens — para Polônia e Tailândia — só foram possíveis pelo financiamento do programa Compete Brasília, do Governo do Distrito Federal (GDF). “Eu acho que o esporte paralímpico é a coisa mais inteligente que inventaram para a questão da reabilitação”, valoriza ela. “Antigamente, essas pessoas ficavam em casa, não se cuidavam, ficavam doentes… e o esporte paralímpico transformou isso”, prossegue a atleta. “As pessoas se cuidam, cuidam da saúde, viram atletas, produzem, viajam, movimentam a economia e isso é muito importante. Eu acredito que o investimento do governo no esporte, principalmente no paralímpico, não é só no esporte, mas na sociedade como um todo.” Inspiração Pronta para viajar a Paris, com a serenidade de quem alcançou um sonho, Carla sabe que vai servir de exemplo para outras pessoas: “Eu acredito muito no poder da inspiração. Assim como fui inspirada por um atleta, o Iranildo Espíndola, eu fico muito feliz de saber que eu toco as pessoas e que elas têm uma vida melhor porque, de alguma forma, eu passei algo bom para elas. E isso é muito legal”. Para essas pessoas, ela deixa um conselho: “Não desistam dos seus sonhos. Sejam resilientes, mas não teimosos. A resiliência funciona com estratégia. Realmente, eu não desisti do meu sonho, lutei muito por ele, mas eu mudei a minha estratégia, mudei de categoria, mudei a forma que eu estava treinando para conquistar essa vaga. Eu acredito que as pessoas possam ir atrás do seu potencial, dos seus sonhos, com resiliência, com estratégia e não com teimosia. Se dediquem, se esforcem, acreditem nos seus sonhos e tenham metas audaciosas. Porque, por mais que você não conquiste essa meta, no caminho vão surgindo oportunidades. e cada oportunidade é uma conquista”. E o que vem depois de alcançar um sonho de 20 anos? “Eu vou viver esse sonho, quem sabe dele não vão surgir outros?”, aponta. “Acho que a gente nunca pode parar de sonhar, porque quem não tem sonho não tem vida. Vamos viver essa experiência o máximo possível, e quem sabe ali não surge um novo propósito na minha vida? São cenas dos próximos capítulos”.
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Paratleta de goalball do DF disputa vaga para representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos
Há oito anos, o brasiliense nascido e criado em São Sebastião Mizael Castro conheceu o esporte que transformou completamente a vida dele: o goalball, modalidade paralímpica destinada a pessoas com deficiência visual. Na época, com apenas 16 anos, ele sequer imaginava que se tornaria um dos paratletas mais promissores do país. Hoje, aos 24 anos, ele está na disputa para ser um dos seis competidores a compor a Seleção Brasileira de Goalball que estará nos Jogos Paralímpicos 2024 em agosto em Paris, na França. Mizael Castro participa da seletiva para a definição dos seis atletas que vão representar o Brasil, na modalidade de goalball, nos Jogos Paralímpicos de Paris neste ano | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília “No começo do ano passado foram convocados 11 atletas e hoje estamos em oito, mas a seletiva ainda continua. O professor disse que ainda não tem os seis atletas definidos [que vão para Paris]. Isso me dá cada vez mais esperança para que possa estar nesse sexteto”, conta. Renato Junqueira, secretário de Esporte e Lazer, elogia o jovem. “O desempenho de Mizael Castro, aluno do Centro Olímpico e Paralímpico de São Sebastião, destaca a excelência dos treinamentos realizados nos nossos Centros Olímpicos e o potencial dos atletas do Distrito Federal. Sua inclusão entre os oito selecionados para compor a Seleção Brasileira de goalball é um grande orgulho para nós. Estamos confiantes de que sua dedicação e habilidade o levarão a conquistar uma vaga para representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris em agosto”, afirmou. “Hoje, contamos com 20 atletas deficientes visuais atendendo diariamente na base e no alto rendimento. Foram praticamente sete anos de trabalho e bons resultados para chegar onde chegamos” Gabriel Goulart, professor do COP de São Sebastião e técnico da Seleção Brasileira de base da modalidade de goalball Mizael entrou no goalball em 2016 graças ao esforço do professor do Centro Olímpico e Paralímpico (COP) de São Sebastião e também técnico da Seleção Brasileira de base da modalidade, Gabriel Goulart, que de tempos em tempos busca novos talentos para o esporte no Distrito Federal. “Na verdade, eu praticava atletismo paralímpico e natação até que o professor Gabriel me convidou para vir conhecer o goalball. No primeiro momento, achei bem estranho. Depois vim, pratiquei um dia e estou aqui até hoje”, lembra o jovem. Único esporte paralímpico não adaptado, o goalball tem origem austríaca e utiliza as percepções táteis e auditivas para que os paratletas consigam arremessar e defender uma bola com guizo em direção ao gol. O jogo é disputado por três jogadores titulares e três reservas de cada time que jogam com vendas nos olhos. Todos são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. Em uma quadra com as mesmas dimensões das de vôlei, com 9 m de largura por 18 m de comprimento, há um gol posicionado de cada lado com 9 m de largura por 1,30 m de altura. O objetivo é arremessar de forma rasteira a bola em direção ao gol. As partidas são divididas em dois tempos de 12 minutos, com três minutos de intervalo. Mizael Castro conta com o apoio do programa Bolsa Atleta, da Secretaria de Esporte e Lazer, que ajuda financeiramente esportistas olímpicos e paralímpicos de alto desempenho O Distrito Federal é considerado um celeiro de paratletas de goalball. A modalidade é ofertada nos COPs – programa da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL-DF) que promove atividades desportivas e de lazer para o desenvolvimento físico, pessoal e social de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, incluindo pessoas com deficiência – desde 2014. A referência é a unidade de São Sebastião que revelou nomes como André Dantas, Kátia Aparecida e Jéssica Vitorino. “Hoje, contamos com 20 atletas deficientes visuais atendendo diariamente na base e no alto rendimento. Foram praticamente sete anos de trabalho e bons resultados para chegar onde chegamos”, comenta o professor Gabriel Goulart. Para ele, o sucesso do esporte no DF tem dois motivos: amor e perseverança. “Acabei desenvolvendo um amor por essa modalidade e todos os anos vou nas escolas da cidade para ir atrás desses atletas. Mas o que nos motiva é ver o resultado”, completa. Sonho da amarelinha O sonho de representar o Brasil na seleção veio assim que Mizael Castro começou a praticar o esporte no COP de São Sebastião, onde treina até hoje pelo time Capital. O desejo surgiu por dividir a quadra com vários outros atletas brasilienses que vestiram a amarelinha. “Sempre vi que os atletas de Brasília eram convocados, até joguei com alguns deles. Isso me inspirou muito”, diz. Ao longo da carreira, teve algumas convocações para a seleção. A mais importante foi em 2022 quando atuou internacionalmente pela base em uma competição em Barcelona. Este ano estreou no time principal em um amistoso contra os Estados Unidos, em São Paulo. A expectativa agora é ser selecionado para ir a Paris em agosto. Para isso, tem se dedicado exclusivamente ao esporte: “Hoje tudo na minha vida é voltado para o goalball”. O que só é possível graças à Bolsa Atleta, programa da Secretaria de Esporte e Lazer que ajuda financeiramente esportistas olímpicos e paralímpicos de alto desempenho que são indicados por suas respectivas federações e que apresentam bons resultados em competições. “A Bolsa Atleta é uma coisa muito importante nesse processo, porque ajuda na suplementação, em bons equipamentos, entre outras coisas. Hoje a minha profissão é ser um atleta de alto rendimento na modalidade”, afirma. Jogos Paralímpicos O Brasil está classificado para os Jogos Paralímpicos de Paris tanto na modalidade masculina quanto feminina de goalball. A equipe masculina garantiu a classificação no ano passado ao ser campeã mundial. É considerada uma das favoritas por ser a primeira do ranking mundial e atual campeã paralímpica. Já a seleção feminina garantiu a vaga pela classificação no ranking mundial.
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Atleta apoiada pelo Compete Brasília conquista título mundial de jiu-jítsu
Coordenado pela Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal (SEL-DF), o programa Compete Brasília segue fazendo história no esporte brasiliense. Um dos exemplos dos resultados alcançados é o caso da atleta Isabel Cristina, 37, que recentemente conquistou o título de campeã na categoria pluma Master 2 do World Master IBJJF de Jiu-Jítsu, em Las Vegas (EUA). Isabel (C) foi elogiada pelo secretário de Esporte e Lazer, Julio Cesar Ribeiro, que afirmou: “A Isabel Cristina é um exemplo inspirador de como esse programa pode impulsionar a carreira de atletas promissores” | Foto: Divulgação/SEL A trajetória vitoriosa de Isabel teve um capítulo crucial em sua estreia na competição representando o Compete Brasília. A atleta reside em Brasília desde 2018, descobriu sua paixão pelo jiu-jítsu aos 30 anos e, desde então, tem se dedicado ao treinamento e ao aprimoramento de suas habilidades. Natural de Três Rios (RJ), tem em seu histórico esportivo conquistas como o título no International Master da IBJJF South America na faixa azul. “O Compete Brasília foi criado para proporcionar oportunidades a atletas talentosos e dedicados, independentemente da idade”, pontua o secretário de Esporte e Lazer, Julio Cesar Ribeiro. “A Isabel Cristina é um exemplo inspirador de como esse programa pode impulsionar a carreira de atletas promissores. Estamos orgulhosos de apoiar atletas como ela.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Dedicação Isabel se dedica intensamente ao treinamento, com duas sessões de jiu-jítsu por dia de segunda a sexta-feira e um treino de preparação física diário. “Sou muito grata ao Compete Brasília”, conta. “Sem o programa, jamais teria a oportunidade de ir a Las Vegas e disputar o Mundial, pois o maior desafio para um atleta é a falta de patrocínio e incentivo, principalmente quando temos mais de 30 anos”, relata. “O Compete Brasília nos dá oportunidade, independentemente da idade. Sem o auxílio do programa, meu sonho não seria possível.” Sobre objetivos futuros, Isabel compartilha sua determinação: “Tenho o sonho de competir no Campeonato Europeu da IBJJF, e espero, com o apoio do programa, concretizar mais esse objetivo e ser campeã novamente”. Compete Brasília O programa Compete Brasília é essencial no fortalecimento do esporte de alto rendimento e no apoio a atletas dedicados que inspiram a comunidade local com suas conquistas. Ao longo deste ano, mais de 3.100 atletas já foram beneficiados pelo programa, totalizando um investimento de mais de R$ 5 milhões em fomento ao esporte. *Com informações da Secretaria de Esporte e Lazer
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Sempre é tempo para recomeçar
O maratonista Pablo Hudson Manhuari passou por dificuldades, procurou apoio e agora se reergue | Foto: Divulgação/Sedes Problemas familiares, falta de apoio e depressão quase fizeram o atleta paraense Pablo Hudson Manhuari desistir de tudo. O indígena de 30 anos tinha uma promissora carreira esportiva. Maratonista e ultramaratonista, ele viu os sonhos começarem a se desfazer quando precisou morar nas ruas. “Em dado momento, eu não tinha dinheiro, estava com fome, desorientado e sem ter para onde ir”, conta. [Olho texto=”“Entre todas as coisas que eu encontrei aqui, a principal delas foi a atenção”” assinatura=”Pablo Manhuari, atleta paraense” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Após dois anos vagando por várias cidades, ele chegou ao Distrito Federal em meio à pandemia do novo coronavírus. Há um mês e meio, encontrou abrigo, alimentação e apoio no Alojamento Provisório do Autódromo Nelson Piquet. “Entre todas as coisas que eu encontrei aqui, a principal delas foi a atenção”, destaca. “As pessoas pararam para me ouvir, entender e orientar em relação aos meus problemas”. Para a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, incentivar a busca do protagonismo pessoal é uma das funções mais importantes da assistência social. [Olho texto=”“Temos relatos constantes de cidadãos que mudaram para melhor sua realidade”” assinatura=”Mayara Noronha Rocha, secretária de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”direita”] “Nos alojamentos, nas unidades de acolhimento, nos centros Pop [Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua] , bem como nos Cras [Centro de Referência de Assistência Social], Creas [Centro de Referência Especializado de Assistência Social] e centros de convivência, temos relatos constantes de cidadãos que mudaram para melhor sua realidade”, destaca a gestora. Vida que segue Com um histórico de participação em corridas no Brasil e em outros países, Pablo se inscreveu, há alguns anos, em uma tradicional prova no DF. Foram cinco dias de carona para chegar a Brasília, onde ele descobriu que não haveria premiação em dinheiro. Assim, apesar de subir ao pódio, saiu com uma medalha no peito, um troféu nas mãos e nada na carteira. Desde que chegou ao alojamento, ele arrumou um trabalho, voltou a se alimentar bem e, com apoio do Instituto Tocar, parceiro da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) na unidade, conseguiu material adequado, pagamento das inscrições para outras competições e voltou a atuar. A primeira prova nesta nova fase foi a corrida BSB Run 2020, evento que marcou a liberação proposta pelo GDF para a retomada dessas atividades esportivas, desde que com todos os protocolos de segurança. “Não tive o desempenho de antes ainda, mas estou voltando aos poucos a ser competitivo”, comemora Pablo. * Com informações da Sedes
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Bolsa Atleta 2021 segue para segunda fase
Os esportistas indicados por suas respectivas federações para serem contemplados pelo benefício do Bolsa Atleta precisam enviar a documentação necessária para o e-mail bolsaatletadf2021@gmail.com até o próximo dia 18 para prévia análise da Secretaria de Esporte e Lazer. O trâmite faz parte da segunda etapa de seleção dos nomes aptos a receberem o auxílio no próximo ano. A documentação completa precisa ser enviada em um único arquivo no formato PDF. Um dos registros exigidos – o ofício de indicação -, emitido pela entidade esportiva, deverá conter o nome completo do atleta, o ranking e o resultado da competição que obteve a classificação para o programa. O pagamento do benefício será realizado no mês seguinte à assinatura do Termo de Adesão, com previsão de início em janeiro de 2021. Veja o passo a passo, assim como toda a documentação estabelecida, no site da Secretaria de Esporte e Lazer. *Com informações da Secretaria de Esporte e Lazer
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Uma mulher de múltiplas atividades
A major se apaixonou pelo ofício: “Tudo que envolve os bombeiros é minha prioridade” / Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília O dia dela começa às 8h e só termina por volta de meia-noite. São 16 horas para conciliar o papel de atleta, cantora e bombeira militar. Ive Lorena Athaydes, 31 anos, é major no Corpo de Bombeiros, subcomandante da comunicação social da corporação, vocalista de três grupos que se apresentam na noite da cidade e uma das 12 atletas do time de futebol feminino da segurança pública do Distrito Federal, que se prepara para os Jogos Mundiais de Policiais e Bombeiros 2019, que acontece em agosto na China. Nascida em uma família de músicos, ela sempre gostou de cantar, mas, em tempos difíceis, precisou buscar uma forma de se sustentar antes de tentar seguir a carreira de cantora profissional. Foi assim que surgiu a segunda paixão: a corporação dos bombeiros. Aos 19 anos, Lorena foi aprovada no concurso de oficiais do Corpo de Bombeiros, em julho de 2007. À época, a ideia era ter um salário garantido para concretizar seu sonho: viver de música. [Olho texto=”Por ser mulher, tudo que a gente se propõe a fazer é desafiador. A gente tem que lutar pelo nosso espaço em qualquer lugar” assinatura=”” esquerda_direita_centro=””] “Foi minha mãe que me forçou a passar nesse concurso dos bombeiros, não era algo que eu sonhava”, conta. “Não tinha como eu sonhar em trabalhar com música sem o dinheiro em casa. Mas, no dia em que botei meus pés na instituição, me apaixonei. O tempo foi passando e eu fui me envolvendo mais e mais”. Em pouco mais de 11 anos na corporação, ela passou três anos como cadete – enquanto cursava a Academia do Bombeiro Militar –, seis meses como aspirante, três anos como segundo tenente, dois anos como primeiro tenente e três anos como capitã. Faltam apenas as patentes de tenente-coronel e de coronel para completar a carreira de oficial militar. “E, se você me perguntar, eu tenho muita vontade de ser comandante-geral da instituição, de galgar os postos de comando aqui dentro”, diz. “Fui treinada para assumir funções de comando.” Cantora profissional A música, no entanto, não foi deixada em segundo plano. Lorena, que também toca saxofone, continuou cantando e a carreira profissional começou em 2011. No quartel do Comando Geral do CBMDF, os cabelos cacheados e volumosos dão lugar ao coque e as roupas estampadas e de alça são substituídas pela farda. Quando está à paisana, porém, ela pode ser vista à frente do grupo Cordel de Samba e nos coletivos Essa Boquinha eu já Beijei e banda Maria Vai Casoutras, que arrastam multidões no Carnaval de Brasília há seis e cinco anos, respectivamente. A música não foi deixada em segundo plano. Ela também é vocalista do grupo Cordel de Samba e nos coletivos Essa Boquinha eu já Beijei e banda Maria Vai Casoutras E isso nem é tudo. Desde 2015, Lorena também faz parte do time de futebol feminino da Segurança Pública do DF – que, em 2017, foi a primeira equipe a representar o Brasil nos Jogos Mundiais de Policiais e Bombeiros (World Police and Fire Games), um evento esportivo bienal aberto a policiais, civis e militares, e bombeiros da ativa e aposentados de todo o mundo. As 12 atletas trouxeram a medalha de bronze de Los Angeles (EUA) e a major, capitã da equipe, foi a artilheira da competição. Este ano, mais de 40 servidoras das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros estão em treinamento para o fechamento do time que vai para a China. Representatividade Conciliar tantas atividades requer esforço e disciplina. As manhãs de Lorena, inclusive as de sábado, são dedicadas à atividade física: os treinos de futebol e musculação. À tarde é reservada para o expediente dos bombeiros, que vai das 13h às 19h, e as noites são para ensaios e apresentações. “Eu tento limitar minha agenda de eventos para os fins de semana e deixar o Corpo de Bombeiros específico para os dias de semana, mas também cumpro uma escala de serviços operacional, mesmo estando no expediente”, conta. “Então, eventualmente, eu posso pegar um serviço de 24 horas no fim de semana. Se o dia de serviço coincidir com um show, eu tento trocar com um colega. Mas tudo que envolve os bombeiros é minha prioridade, porque a música, apesar de me dar algum retorno financeiro, não é o meu sustento”. Além de tanta movimentação na vida profissional, Lorena também tem outro papel a exercer: o de mulher e esposa. Casada há cinco anos, ela ainda não encontrou espaço para os filhos em sua rotina. “Minha mulher e eu queremos ser mães, mas é um plano para o futuro”, justifica. A major é uma das 42 mulheres em cargos de chefia do CBMDF e uma das 786 militares em uma corporação ainda dominada pelo sexo masculino – são 5.674 homens, e as mulheres representam apenas 13% do efetivo. [Numeralha titulo_grande=”42″ texto=”Número atual de mulheres em cargos de chefia no CBMDF” esquerda_direita_centro=””] “Por ser mulher, tudo que a gente se propõe a fazer é desafiador”, avalia. “A gente tem que lutar pelo nosso espaço em qualquer lugar, tanto na música quanto na minha corporação, que é militar. A gente sabe que nosso mundo como um todo ainda é muito machista. Por isso me dedico tanto, para poder ser exemplo para as mulheres que estão entrando agora na corporação, no mundo da música, onde elas quiserem estar”.
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