Servidor da Novacap supera cegueira para enfrentar desafio ciclístico
Parece uma bicicleta, mas não é bem isso. São 30kg de ferro bruto que separam as duas rodas aro 26. Dois bancos, duas coroas com pedais e dois guidões. Ela está mais para um engenhoca geminada para dar asas ao sonho da dupla Didi e Zaca. Silomar, o “Didi”, assume a dianteira, a função do guia, enquanto Genival, o “Zaca”, totalmente cego, acomoda-se logo atrás. Pedalam juntos para empurrar essa quase bike pelos muitos quilômetros que percorrem de três a quatro vezes por semana. “Quando eu enxergava, eu já corria e pedalava. Depois da cegueira, eu precisei recomeçar na atividade física. Eu conheci cegos que andavam sozinhos para a rodoviária, voltavam, iam com aquela bengalinha para cima e para baixo e eu falei: ‘Ô, meu Deus, eu também vou conseguir isso. E consegui”, relembra Genival Ribeiro, 57 anos, que, em 26 de outubro, compete no Festival Pedal sem Fronteira, um desafio de 100 km, em Luziânia (GO). Neste mês de setembro destaca-se o Dia da Luta Nacional das Pessoas com Deficiências, celebrado no último dia 21, vale lembrar que Genival é um dos cerca de 200 deficientes visuais que trabalham na Novacap. No último fim de semana, a dupla percorreu 160 quilômetros, na Prova Rota 66, em Valparaíso (GO). Eles cumpriram o percurso em cerca de sete horas, com uma velocidade média de 22,7 km/h e máxima de 70,6 km/h. “Foi uma grande resultado, pois fazemos isso em dupla e com uma bicicleta sem as condições adequadas. Muita gente levou 10 horas para fechar o trajeto”, explica o atleta com deficiência. Auxiliar de serviços gerais do Viveiro 1 da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) desde 1992, Genival, de 57 anos, tinha 22 quando perdeu a visão em um acidente automobilístico. Numa corrida de carros, chocou o carro que dirigia em um poste, o que fez com que os cacos de vidro do para-brisas acabassem perfurando seus globos oculares. A dupla Didi e Zaca prova que não há barreiras para a superação com a bicicleta adaptada | Foto: Divulgação/Novacap “Até esse momento, eu enxergava tudo, dependia só de mim mesmo e de Deus. Depois disso, comecei a depender de todo mundo. Ficou tudo escuro”, lamenta Genival. Contudo, foi no esporte que encontrou sua nova luz. Retomou as corridas de atletismo, que fazia desde os 17 anos, e começou a pedalar. Tem sido assim desde novembro de 2023, quando montou a parceria com Silomar Rodrigues de Matos, de 48 anos, para ser seu guia na bicicleta. “Cheguei para buscá-lo às 6 horas e fomos pedalando até o DV na Trilha, um projeto para inserir pessoas com deficiência visual no esporte. Lá, a responsável pela iniciativa pediu para que fizéssemos uma autodescrição com o objetivo de ajudar aos demais a imaginar nossa fisionomia. Eu disse ao Genival que algumas pessoas já me disseram que eu pareço com o Didi, dos Trapalhões, pois era alguém que ele sabia da aparência. Então ele ficou me chamando de ‘Didi’ e eu disse ‘se eu vou ser o Didi, então você, que é menorzinho, vai ser o Zaca, de Zacarias. E assim nasceu a dupla Didi e Zaca”, conta Silomar. Juntos, já participaram de algumas provas e desafios, tanto com diferenciação para pessoas com deficiência (PcD), quanto competindo com todo tipo de ciclistas. Alguns destaques são a Trilha Rota 60 em Abadiânia, o Brevet Vale Perdido, o 7º Desafio do Engenheiro de MTB (Mountain Bike), Desafio do Pelotão da Fé e a competição entre DVs no Bike Camp 2024 da Torre de TV, na qual ficaram com o segundo lugar. Enquanto isso, 2026 já reserva uma infinidade de trajetos para a dupla. Rotina de campeão “Eu acordo às três da manhã e lavo toda a louça para ajudar com as tarefas domésticas. Depois, encaro uma hora de musculação com alguns pesos que construí. Então, minha esposa acorda e passa um cafezinho para nós, e às quatro e meia já estamos aquecidos e saímos para correr”, diz Genival, sorrindo. Os dois correm de 10 a 12 km escutando moda de viola sertaneja até às 5h30, quando retornam para se aprontar para o trabalho. “Tomo um banho e minha esposa me leva até o BRT, que me leva até a Novacap, onde eu entro às 8h e trabalho até às 17h”, explica. Quando retorna para casa, troca-se rapidamente para esperar por Silomar para mais uma rotina de treinos pelas ruas do Distrito Federal. “A gente pedala até quatro vezes por semana e faz uns 50 a 60 km em umas duas horas e meia. É normal. A cada 15 dias, aos sábados, saímos cedo para o nosso ‘longão’ de mais de 100 km”, conta o atleta com deficiência. Diferente do trabalho de Genival, que atua com reciclagem e reaproveitamento de mudas, Silomar trabalha com a poda de árvores, sendo parte da Divisão de Manutenção de Áreas Verdes (DMAV) da Diretoria das Cidades da Novacap. Ou seja, ele faz serviço externo todos os dias. Ele conta que o primeiro contato com Genival ocorreu durante uma assembleia, quando decidiram experimentar pedalar juntos. “Quando eu enxergava, eu já corria e pedalava. Depois da cegueira, eu precisei recomeçar na atividade física. Eu conheci cegos que andavam sozinhos para a rodoviária, voltavam, iam com aquela bengalinha para cima e para baixo e eu falei: ‘Ô, meu Deus, eu também vou conseguir isso. E consegui” Genival Ribeiro, servidor da Novacap “Às vezes, eles [deficientes visuais] acham que nós estamos os ajudando e nos doando para isso. Não. Na verdade, é o contrário, pois isso é uma ajuda enorme para quem guia. Ninguém tem noção do ganho e do crescimento. Somos uma dupla, e chega uma hora que o sincronismo entre nós é tão grande que me sinto como se estivesse pedalando sozinho. Às vezes, conseguimos nos entender sem precisar falar uma palavra”, ressalta Silomar. Desafios e próximos passos A participação nos desafios e provas acaba sendo comprometida pela questão financeira. Como PcD, Genival volta e meia recebe isenção de taxas para participar de competições, benefício que não costuma se estender a Silomar. “Para algumas competições que a gente participa, o DV na Trilha consegue isenção para ele, mas quem guia não recebe nada. Se eu quiser participar com registro, numeração no peito, chip e direito a medalha, eu preciso pagar a inscrição normalmente”, conta o guia. A bicicleta que a dupla utiliza, a Tandem aro 26, foi cedida pelo projeto DV na Trilha como forma de estimular a participação da dupla no projeto e nas competições. Contudo, o peso do equipamento e as rodas aro 26 dificultam a performance da dupla e é incompatível com a adição de componentes mais modernos, o que resulta em constantes manutenções. Em busca de maior performance, desempenho e competitividade, Didi e Zaca sonham com uma nova bicicleta, mais leve e com rodas aro 29, que aceite componentes mais modernos e reduza o peso total do equipamento para, pelo menos, 17kg. Além disso, almejam adquirir alguns equipamentos de proteção e segurança, como capacetes, óculos, roupas adequadas ao ciclismo, sapatilhas, mochilas de hidratação, luzes de sinalização traseira e dianteira, GPS para localização, câmaras de ar reservas, entre outros itens. A dupla estima que o investimento necessário, ao menos para adquirir uma bicicleta mais propícia para a atividade, esteja entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. Por isso, iniciaram uma vaquinha para que aqueles que se solidarizem com a iniciativa possam doar. A chave pix para doações é o email silomatos33@gmail.com (Silomar Rodrigues de Matos - Banco do Brasil), por meio do qual são aceitas doações de quaisquer valores. Os dois disponibilizam, ainda, a página do Instagram @olhospra2, por meio da qual é possível acompanhar o desempenho e a aventura dos ciclistas. Junto a isso, o número de telefone e WhatsApp (61) 98661-1508 pode ser utilizado para contato junto ao próprio Silomar. *Com informações da Novacap
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Aluno de projeto social de futebol dribla dificuldades para treinar em Ceilândia
Entre os mais de mil alunos atendidos gratuitamente pelo projeto Futebol e Cidadania em Ceilândia, uma história comove e inspira. A rotina de Brayan Lyan Sodré Siqueira, de apenas 10 anos, é marcada pelo esforço e determinação. Morador de Santo Antônio do Descoberto, ele acorda às 6h para ir à escola e, às 12h30, volta para casa. Brayan mal tem tempo para almoçar, pois precisa se apressar para pegar o ônibus em direção à base do Ceilândia, onde treina futebol. Muitas vezes, o almoço ocorre dentro do próprio coletivo, no caminho para o treino. Quando o pai consegue levá-lo, o trajeto se torna mais leve – mas, como ele precisa trabalhar, nem sempre isso é possível. Na maioria das vezes, a mãe acompanha o garoto e o irmãozinho, Lorenzo, uma criança alegre diagnosticada com transtorno do espectro autista (TEA). Nos dias de treino, Brayan só retorna para casa por volta das 19h. Ainda precisa fazer as tarefas da escola, tomar banho, jantar e descansar para repetir a rotina no dia seguinte. Mesmo com todas as dificuldades, Brayan segue firme com a paixão pelo futebol | Foto: Divulgação/Administração Regional de Ceilândia Mesmo com todas essas dificuldades, o menino não perde o brilho nos olhos. O futebol é a sua maior paixão; e, dentro de campo, ele se sente completo, como se toda dedicação fizesse sentido. O esforço não é apenas pelo amor ao futebol, mas também pela esperança de um futuro melhor. Brayan ajuda nos cuidados com o irmão mais novo e carrega no coração o desejo de dar orgulho à família. “Cada vez que pego o ônibus para chegar ao treino, penso que é um passo em direção a um futuro diferente. Quero ser exemplo para o meu irmão e mostrar para minha mãe que todo o esforço dela vale a pena”, diz. A mãe, a dona de casa Thaise Sodré, acompanha de perto cada passo do filho e se orgulha da disciplina e da garra que ele demonstra tão cedo. Para ela, não é fácil ver o menino enfrentar uma rotina tão puxada, mas cada treino, cada sacrifício e cada superação reforçam a certeza de que o esforço vale a pena. “Ele não mede esforços para correr atrás dos sonhos. Mesmo com todas as dificuldades, nunca deixou de acreditar. Tenho muito orgulho dele”, diz, esperançosa. “Mais do que formar atletas, queremos formar cidadãos. Cada criança que passa por aqui carrega sonhos e esperanças, e nossa missão é apoiá-las em cada passo dessa caminhada” Marcelo Rodrigues, coordenador do projeto A história de Brayan é mais do que um retrato de superação individual; é também um exemplo de esperança para centenas de jovens da periferia que participam do projeto. Em meio a tantas barreiras sociais e econômicas, o esporte surge como ponte para oportunidades e transformação de vidas e que a esperança pode vencer a distância e as barreiras do dia a dia. Para o coordenador do projeto, Marcelo Rodrigues, histórias como a de Brayan dão sentido ao trabalho. “Mais do que formar atletas, queremos formar cidadãos. Cada criança que passa por aqui carrega sonhos e esperanças, e nossa missão é apoiá-las em cada passo dessa caminhada”, afirma Marcelo. Brayan é uma das crianças que participam do projeto Futebol e Cidadania Projeto O projeto social tem apoio da Administração Regional de Ceilândia, e entrega gratuitamente kits de treino, chuteiras, porta-chuteiras e acompanhamento técnico. Além do incentivo esportivo, a iniciativa oferece cidadania, disciplina e oportunidade para jovens que, muitas vezes, encontram no futebol uma forma de superar as barreiras sociais. *Com informações da Administração Regional de Ceilândia
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De reeducando a profissional de TI: uma história de superação na Novacap
Aos 33 anos, o técnico de suporte Victor Soares Quintino tem uma trajetória marcada por superação. Antes de assumir a função atual na área de tecnologia, ele chegou à Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) como reeducando, encaminhado pela Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap). Inicialmente ocupou o posto na copa da Presidência da companhia, onde atuava como garçom em reuniões e eventos oficiais. Victor Quintino cresceu no trabalho por saber aproveitar a oportunidade de estudar e se aperfeiçoar: “Quero fazer uma pós-graduação, crescer cada vez mais na área de tecnologia e dar uma condição melhor para a minha família; sem eles, nada disso faria sentido” | Foto: Divulgação/Novacap Quintino — como todos o chamam na Novacap — chamava a atenção pelo respeito e pela dedicação com que sempre desempenhou seu trabalho. Foi nesse período que houve uma mudança em sua história de vida. Um comentário despretensioso do então assessor da Presidência e atual chefe do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), Vitor Vitalino, despertou nele a curiosidade pela área de informática. “Um dia encontrei o Victor estudando Matemática pelo celular, e foi quando sugeri que pensasse em TI. Ele abraçou a ideia, estudou sozinho e me mostrou, em poucos dias, um site que havia começado a desenvolver” Vitor Vitalino, chefe do Núcleo de Tecnologia de Informação da Novacap “Eu não sabia nada sobre programação, mas fui pesquisar, cheguei a instalar um aplicativo no celular para testar códigos básicos e mostrei para ele o que tinha feito”, lembra Quintino. “Era uma coisa simples, mas suficiente para despertar meu interesse.” O esforço chamou a atenção de Vitalino, que conseguiu autorização para remanejá-lo para o setor de TI. Oportunidade “Um dia encontrei o Victor estudando Matemática pelo celular, e foi quando sugeri que pensasse em TI”, rememora Vitalino. “Ele abraçou a ideia, estudou sozinho e me mostrou, em poucos dias, um site que havia começado a desenvolver. Ali vi que ele merecia uma oportunidade real.” Desde então, Quintino não parou de evoluir. Começou como suporte N1, responsável pelo primeiro atendimento ao usuário, e hoje atua como suporte N2, função que exige resolver problemas mais complexos e específicos. “No momento, estou no terceiro semestre da faculdade de redes de computadores”, relata. “Sinto alívio, porque antes eu achava que tudo que eu podia ter era aquilo, mas percebo que posso ir muito além”. Entre as conquistas, ele já obteve a certificação ITIL v4 Foundation, reconhecida internacionalmente na gestão de serviços de TI, e planeja avançar ainda mais na carreira. “Quero fazer uma pós-graduação, crescer cada vez mais na área de tecnologia e dar uma condição melhor para a minha família; sem eles, nada disso faria sentido”, afirma. Eficiência Hoje, além do desempenho técnico, Quintino se tornou um exemplo dentro da companhia. De acordo com a chefia imediata, ele é um dos profissionais mais comprometidos da equipe. Enfrenta problemas complexos sem medo, entrega resultados consistentes e inspira os colegas. “Ter um colaborador com uma trajetória como a de Victor Soares é também um lembrete de que oportunidades podem transformar destinos” Fernando Leite, presidente da Novacap O setor de NTI é estratégico para a Novacap: garante a segurança, a eficiência e a continuidade das operações tecnológicas da companhia, além de administrar sistemas e proteger dados institucionais. “Ter um colaborador com uma trajetória como a de Victor Soares é também um lembrete de que oportunidades podem transformar destinos”, valoriza o presidente da Novacap, Fernando Leite. “Sua história prova que ninguém está condenado às circunstâncias”. A diretora-executiva da Funap, Deuselita Martins, reforça: “Histórias como a do Victor são a prova viva de que a oportunidade é capaz de transformar destinos. Quando há dedicação, estudo e apoio, a ressocialização deixa de ser apenas um conceito e se torna realidade. É por isso que acreditamos e trabalhamos todos os dias na Funap: para que cada reeducando tenha a chance de escrever uma nova página de sua história”. *Com informações da Novacap
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Evento ‘Histórias que Acolhem’ homenageia 136 protagonistas na luta contra as drogas no DF
“Hoje eu sou uma mulher que venceu. Uma mãe, uma empresária, uma referência para outras mulheres.” A frase, carregada de emoção e orgulho, é de Marilene Alves Ferreira, 40 anos, moradora do Riacho Fundo II, uma das homenageadas no evento Histórias que Acolhem, promovido pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), por meio da Subsecretaria de Enfrentamento às Drogas (Subed). A cerimônia foi realizada nesta quinta-feira (26), em alusão ao Dia Internacional de Combate às Drogas, celebrado nesta data, e reuniu mais de 250 pessoas no auditório da antiga sede do Detran. Marilene Alves Ferreira recebeu apoio da família, de comunidades terapêuticas e de programas sociais do GDF para superar a dependência química e se capacitar profissionalmente: "Hoje eu sou uma mulher que venceu" | Fotos: Divulgação/Sejus-DF Durante a adolescência, entre os 12 e os 17 anos, Marilene mergulhou no universo sombrio da dependência química. A virada na sua trajetória começou com o apoio da família, de comunidades terapêuticas e de programas sociais do Governo do Distrito Federal (GDF) — como o Acolhe DF, da própria Sejus-DF. Com acolhimento psicológico, capacitação profissional e muita força de vontade, ela se reergueu. Hoje, é técnica em segurança do trabalho, síndica, maquiadora profissional e designer de sobrancelhas, além de atuar no empoderamento de outras mulheres. “Essa homenagem é um reconhecimento à mulher negra, periférica, que venceu e agora ajuda outras pessoas a acreditarem na superação”, afirmou. Reconhecimento a quem não desistiu O evento teve como foco valorizar trajetórias de superação e engajamento no enfrentamento às drogas. Foram entregues 136 menções honrosas a pessoas que venceram a dependência química, familiares que acompanharam processos de recuperação, representantes de comunidades terapêuticas e instituições acolhedoras, profissionais, voluntários e empresários que abriram portas para a reinserção no mercado de trabalho. Edinaldo Leite Lima e seu filho Aparecido Oliveira da Costa foram homenageados Neste 26 de junho, a celebração da vida e da superação demonstrou que, com apoio e rede de proteção, é possível transformar dor em força — e recomeço em vitória. [LEIA_TAMBEM]Entre os homenageados estavam Edinaldo Leite Lima, 57 e seu filho, Aparecido Oliveira da Costa, 37, protagonistas de uma história comovente. “Meu filho ficou mais de 16 anos envolvido com drogas. Os seis meses que passou em uma casa de acolhimento foram decisivos. Esse apoio foi fundamental, porque chega uma hora em que, como pais, nos sentimos exaustos e sem saber como ajudar”, contou Edinaldo. Ele também destacou o valor do reconhecimento: “Ver nosso esforço reconhecido mostra que valeu a pena — não só pela nossa família, mas por toda a sociedade. Muitas vezes achamos que o governo não enxerga, mas hoje vimos que sim”. Vozes que inspiram A subsecretária de Enfrentamento às Drogas, Maria do Socorro Lucena, ressaltou que as homenagens representam mais do que um ato simbólico. “São um reconhecimento público e afetuoso a quem enfrentou noites difíceis e dias longos, mas não desistiu. São pessoas que reescrevem suas histórias com dignidade, superação e fé”, afirmou. Lucena compartilhou ainda uma vivência pessoal que emocionou os presentes: “Perdi um sobrinho para as drogas. A mãe dele escondeu o problema por vergonha e, quando todos perceberam, já era tarde. Por isso, falo com conhecimento de causa. Vocês são guerreiros e multiplicadores de vidas”. Políticas públicas como caminho A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, reforçou a importância do papel do Estado na prevenção, acolhimento e reinserção. “Esta é uma pauta de vidas. E quem acolhe não perde. O trabalho da Sejus, junto às comunidades terapêuticas e parceiros da sociedade civil, é salvar trajetórias, devolver autoestima e esperança. Isso só é possível com políticas públicas estruturadas, humanas e comprometidas com o bem comum”, destacou. *Com informações da Sejus-DF
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GDF e Unicef firmam parceria para fortalecer causa socioambiental na educação
O Governo do Distrito Federal (GDF) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) assinaram, nesta terça-feira (1º), um memorando de entendimento para a implementação de projetos e políticas públicas voltadas à proteção e promoção dos direitos de crianças e adolescentes. O foco é a educação. Assinatura do memorando tem como fundamentos a educação e o meio ambiente | Fotos: Renato Alves/Agência Brasília “Estamos comprometidos com a Unicef e com a causa ambiental para garantir um presente e futuro melhor para as nossas crianças e adolescentes” Governador Ibaneis Rocha A assinatura ocorreu no gabinete do governador Ibaneis Rocha, e o memorando está alinhado às ações do GDF com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), visando ao fortalecimento dos direitos das crianças e adolescentes no DF. A ênfase na questão ambiental vem na esteira da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, que será realizada em Belém (PA), em novembro. “Estamos comprometidos com a Unicef e com a causa ambiental para garantir um presente e futuro melhor para as nossas crianças e adolescentes”, ressaltou o governador. “Temos diversos projetos tocados pela nossa Secretaria de Educação, e um de nossos compromissos é zerar a fila por vagas em creches.” Parceria Hélvia Paranaguá, secretária de Educação: “Agora teremos a educação baseada na natureza, fortalecendo a busca ativa que nós tínhamos” A Unicef, braço da ONU dedicado à educação, completará 75 anos em 2025. O fundo é parceiro da Secretaria de Educação (SEEDF) em dois projetos – o de busca ativa e o SuperAção – e vão trabalhar em um terceiro, que é a educação baseada na natureza. “Agora teremos a educação baseada na natureza, fortalecendo a busca ativa que nós tínhamos, que é a busca pelos alunos que evadem, que estão faltando aula, e o SuperAção, que é a recomposição das aprendizagens”, explicou a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá. Segundo a gestora, o apoio ocorre principalmente na formação de profissionais. “Eles têm o conhecimento profundo nessa área, [proporcionam] essa formação aos professores, aos gestores na rede, de como identificar um aluno em potencial que pode evadir”, avaliou a secretária. “A gente tem que chegar a esse nível, da importância que é você descobrir um aluno potencialmente com esse potencial de evasão escolar – porque você já começa a trabalhar com esse menino para que ele não deixe a escola. Então, tudo isso fortalece muito a educação.” Ação ampliada Durante a cerimônia de assinatura, estiveram presentes integrantes do Unicef, como a representante adjunta do Unicef no Brasil, Layla Saad; a chefe de Educação, Mônica Pinto, e a oficial de Educação Ana Carol Fonseca, além do secretário-executivo de Relações Internacionais do GDF, Paulo Cesar Chaves. “Vamos ampliar o trabalho que a gente já faz na educação no DF”, anunciou Layla Saad. “Vamos acrescentar a estratégia de educação baseada na natureza. A gente também entra na questão climática, para usar os aprendizados na educação para as crianças e adolescentes, dada a situação de mudanças climáticas no mundo e também pelo fato de o país sediar a COP 30 este ano. O DF tem, sim, bom exemplo de política socioambiental para a educação que a gente gostaria de compartilhar com outros lugares.” “A Secretaria de Relações Internacionais vê com bons olhos acordos como este assinado hoje, que trazem benefícios para a população do Distrito Federal com a troca de informações e treinamento beneficiando, diretamente, o cidadão, com as melhores práticas e tecnologia de ponta dos mais diversos países. Além do mais, mostra a nossa capital cada vez mais alinhada aos objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir a paz e a prosperidade no Brasil”, afirmou Paulo Cesar Chaves. Mônica Pinto, por sua vez, reforçou esse posicionamento: “O DF já tem uma política muito interessante, socioambiental, mas a gente agrega essa metodologia com recursos, com materiais didáticos, com formação de professores, com escuta de adolescentes, para promover, então, uma educação baseada na natureza, com foco naquilo que a base nacional comum curricular já prevê de mudanças climáticas. Então, a gente agrega ainda mais metodologias e recursos para poder avançar aqui no trabalho que já é feito aqui”.
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Lançada Política Distrital para Superação do Analfabetismo e Qualificação da EJA
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), por meio da Diretoria de Educação de Jovens e Adultos (Dieja), apresentou nesta terça-feira (11), a Política Distrital para Superação do Analfabetismo e Qualificação da EJA, no auditório da Unidade-Escola de Formação Continuada dos Profissionais de Educação (Eape), para diversos coordenadores regionais de ensino, professores, gestores, orientadores e até mesmo estudantes do segmento. Participaram do evento a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, a subsecretária de Educação Básica, Iêdes Braga, a diretora de Políticas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos do Ministério da Educação, Ana Lucia Sanches, o professor do Centro Educacional (CED) 04 do Guará, Alessandro Reis e a estudante da EJA e egressa do programa DF Alfabetizado, Maria dos Remédios da Silva. Evento de lançamento da Política Distrital para Superação do Analfabetismo e Qualificação da EJA lotou auditório da Eape | Fotos: Vinícius Gabriel/SEEDF Essa política veio ao encontro do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação da EJA, lançado pelo Ministério da Educação, em 2024. Só na rede pública do DF, 105 unidades escolares da rede pública ofertam EJA por meio das 14 Coordenações Regionais de Ensino. Segundo a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, a política que a SEEDF adota não é de fechamento das escolas, mas sim de inclusão, alcançando dessa forma 1,7% da população do DF que ainda se encontra em situação de analfabetismo, conforme a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) de 2024. “O objetivo dessa Política é tornar o DF livre do analfabetismo, valorizar os profissionais da educação que atuam nessa modalidade e assegurar uma educação de qualidade, pois a EJA é muito diversa. Até o momento, temos 20 mil estudantes matriculados, sendo que nossa matrícula pode ser a qualquer tempo, além de 48 turmas do Programa DF Alfabetizado abertas só neste primeiro semestre, com perspectiva de abertura de mais 200 turmas. Além de uma ampliação de 40% da oferta educacional do sistema prisional, saímos de 8º lugar para o 3º e queremos chegar ao 1º lugar”. Com a meta de erradicar o analfabetismo no Distrito Federal, a Secretaria tem investido em diversos programas e parcerias para zerar esse número. A subsecretária de Educação, Iêdes Braga, ressaltou a importância de dar visibilidade aos alunos da EJA. A estudante da EJA, do CEF 01 do Paranoá, Maria dos Remédios compartilhou sua história com o público “A Educação de Jovens e Adultos precisa ser também prioridade. Nós temos, dentro da Subsecretaria de Educação Básica, o compromisso de trabalhar pela EJA, porque é uma população que não pode ser invisibilizada. De agosto para cá, só no programa Pé-de-Meia EJA, atendemos 2.846 estudantes. E nós vamos seguir juntos com esse desafio de transformar a educação no DF na melhor educação pública do país, em todos os limites, etapas e modalidades de ensino”, disse. Conquista Para representar os estudantes da EJA, o evento contou com a presença de Maria dos Remédios da Silva, uma piauiense de 47 anos, aluna do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 01 do Paranoá. Ela compartilhou sua história com os presentes. “Quando cheguei em Brasília, eu não sabia assinar nem meu nome. Fiquei assustada, cidade muito grande, então eu pensei: meu Deus, o que eu vim fazer aqui se eu não sei assinar o nome? Depois que comecei a estudar, a primeira coisa que li na minha vida foi “Sobradinho”, lá na Rodoviária do Plano. Hoje sei ler, escrever, estou muito feliz e pretendo continuar até me formar”. A diretora da Educação de Jovens e Adultos da SEEDF, Lilian Sena, explicou um pouco mais sobre o planejamento até 2026 Outro personagem essencial no combate à erradicação do analfabetismo é o docente. Para representar a categoria de magistério, o professor de biologia e ciências do CED 04 do Guará, Alessandro Reis, foi o convidado da noite. “É um momento incrível que nós temos atualmente, pois lutamos durante muito tempo por uma representação eficaz na EJA. Sou de uma época em que não tinha lanche para os estudantes à noite, não havia verba, mas hoje há um lanche noturno tão bom quanto o diurno”, relatou. Programas Durante a apresentação, a diretora da Educação de Jovens e Adultos da SEEDF, Lilian Sena, esclareceu que existem diversos programas distritais e nacionais que contribuem para a EJA, são eles o FUNDEB; EJA Integrada à Educação Profissional e Técnica (EPT); PBA/DF Alfabetizado; Projovem Urbano e Campo; Saberes da Terra; Pé-de-Meia EJA; além de chamadas públicas. Lilian também destacou o ProfsEJA, um programa de formação continuada e em serviço dos profissionais da Educação de Jovens e Adultos. “Dia 27 de fevereiro encerraram-se as inscrições e nós tivemos cerca de 1.600, então isso também é um marco para a EJA”, revelou. *Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)
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Atletismo paralímpico do DF treina no Parque Ibirapuera
No segundo dia em São Paulo, a equipe paralímpica de atletismo do Distrito Federal realizou um treino especial no Parque Ibirapuera, um dos cartões-postais da cidade, como preparação final para as Paralimpíadas Escolares 2024 que terão início nesta quarta-feira (27). Composta por 22 estudantes de 11 a 17 anos, a turma competirá nas modalidades de corrida, arremesso e salto. A equipe paralímpica de atletismo do DF realizou um treino especial no Parque Ibirapuera, em SP, como preparação final para as Paralimpíadas Escolares 2024 | Fotos: Fernanda Feitoza/SEEDF Entre os atletas, destacam-se os gêmeos Cristopher e Joseth Jesus Alves, de 17 anos, veteranos nos jogos e medalhistas em edições anteriores. Os irmãos, que possuem deficiência visual, são estudantes do Centro de Ensino Médio (CEM) 02 de Brazlândia e treinam desde 2023. Segundo Cristopher, o apoio da família e das treinadoras foi crucial em sua trajetória. “Nossa família nos apoia muito, mas quem mais nos ajuda são nossas treinadoras. Quando não tínhamos nada, elas nos deram calçados e lutaram por novos equipamentos para melhorar nossos treinos no Centro Olímpico”, destacou. “O contato com as competições transforma o olhar deles sobre o esporte, gerando empoderamento e crescimento pessoal” Lucimar Neves, técnica da equipe paralímpica de atletismo do DF Joseth mencionou sua fonte de inspiração, a irmã mais velha, também atleta e medalhista. “Minha irmã foi atleta e ganhou várias medalhas. Foi por isso que decidi seguir o mesmo caminho”, comentou. A técnica e professora da Escola Classe (EC) 104 de São Sebastião, Lucimar Neves, que acompanha a equipe paralímpica do DF desde 2017, destacou a importância dos investimentos no esporte paralímpico dentro das escolas. “A base está no treinamento escolar, nos centros olímpicos e regionais. A partir daí, eles participam de seletivas e conquistam vagas em competições nacionais. O contato com as competições transforma o olhar deles sobre o esporte, gerando empoderamento e crescimento pessoal”, explicou. Os gêmeos Cristopher e Joseth Jesus Alves, estudantes do Centro de Ensino Médio (CEM) 02 de Brazlândia, são veteranos nos jogos e medalhistas em edições anteriores Preparação Na noite de segunda (25), os organizadores da delegação distribuíram camisetas e squeezes personalizados do evento para os atletas, auxiliando na identificação durante treinos e competições. As Paralimpíadas Escolares 2024 são o maior evento esportivo do mundo para crianças e jovens com deficiência. Idealizado e realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o evento deste ano reúne mais de 2 mil atletas, de 11 a 17 anos, representando os 26 estados e o Distrito Federal em 13 modalidades esportivas. A cerimônia de abertura dos jogos será nesta terça (26), às 17h30, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, localizado no Parque Fontes do Ipiranga, na zona sul de São Paulo. *Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal
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Pequenos atletas dos COPs vivem dia inesquecível com lutadores do Jungle Fight
Alunos dos centros olímpicos e paralímpicos (COPs) do Setor O e do Parque da Vaquejada tiveram uma experiência inesquecível nesta sexta-feira (18). Eles visitaram a estrutura do Jungle Fight, o maior evento de artes marciais mistas (MMA) da América Latina. Na ocasião, os pequenos atletas aprenderam técnicas de defesa pessoal e receberam orientações sobre como agir diante de situações de bullying. Alunos puderam participar do treinamento ao mesmo tempo que receberam reforço na orientação de que luta não significa violência | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília “O esporte aumenta a autoestima, melhora a disciplina e o foco e fortalece corpo e mente, entre tantos benefícios ” Celina Leão, vice-governadora A vice-governadora Celina Leão destacou a importância da vivência para que as crianças aprendam a lidar com conflitos de forma não violenta: “O esporte aumenta a autoestima, melhora a disciplina e o foco e fortalece corpo e mente, entre tantos benefícios. Somado a isso, os alunos dos COPs tiveram a oportunidade de conhecer uma nova modalidade e treinar em espaços diferentes do habitual. É uma oportunidade única em muitos sentidos”. “Nós levamos nossos alunos dos centros olímpicos para que eles possam ter uma vivência e possam um dia se enxergar, talvez, dentro daquela modalidade” Renato Junqueira, secretário de Esporte e Lazer O passeio foi promovido como contrapartida social pelo apoio do Governo do Distrito Federal (GDF) ao evento e reuniu 60 crianças e adolescentes, com idades entre 9 e 15 anos, para uma vivência completa de um profissional de MMA. Na Arena BRB Nilson Nelson, os pequenos passaram até por simulações de pesagem e de entrada no octógono – etapas tradicionais da luta profissional. “A gente faz questão dessas contrapartidas sociais”, afirmou o secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira. “Nós levamos nossos alunos dos centros olímpicos para que eles possam ter uma vivência e uma clínica em que eles possam um dia se enxergar, talvez, dentro daquela modalidade. O objetivo é diminuir essa distância que muitos têm entre o querer e o realizar; é para dizer que eles podem um dia chegar lá.” Esporte e disciplina “A luta não é briga, mas uma atividade em que o lutador, neste caso a criança, precisa ter o domínio psicológico primeiro” Douglas Ayres, produtor do Jungle Fight O produtor do Jungle Fight, Douglas Ayres, lembrou que a atividade busca fomentar a autoconfiança e habilidades práticas dos pequenos atletas, com técnicas e valores transformadores. “A luta não é briga, mas uma atividade em que o lutador, neste caso a criança, precisa ter o domínio psicológico primeiro”, pontuou. “Ela não foi feita para agredir ninguém, mas para lidar com as adversidades da vida”. Aluno do COP do Setor O, José Felipe Sena comemorou a visita: “Nunca tinha tido contato com MMA, muito menos entrado no Nilson Nelson” Esporte, frisou o produtor, não é compatível com indisciplina: “Queremos ensinar a essas crianças que a violência nunca vai ser uma opção. Nosso objetivo é fazer com que elas aprendam a lidar com a injusta agressão. A defesa não é uma violência, mas uma justa preservação”. Entre os participantes, o sentimento era de entusiasmo. “Nunca tinha tido contato com MMA, muito menos entrado no Nilson Nelson”, disse José Felipe Sena 13, do Setor O. “É uma sensação de felicidade poder estar em um ringue de luta, treinando com o mestre e aprendendo uma coisa nova”. Mirella Sophia Ferreira, 9, moradora do Setor O e praticante de defesa pessoal e karatê, também ressaltou a importância de vivenciar novas experiências: “Achei muito legal sair do centro olímpico para descontrair um pouco e aprender coisas novas”.
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Internada, paciente cola grau no Hospital Regional de Ceilândia
O Hospital Regional de Ceilândia (HRC) foi palco de um momento singular. Internada há quase dois meses, Rosa Cândida Lopes Viana, 27, colou grau nesta terça-feira (15) na própria unidade de saúde e, hoje, é a mais nova licenciada em terapia ocupacional pela Universidade de Brasília (UnB). A ação mobilizou uma equipe multidisciplinar do hospital e da instituição educacional. Rosa ficou na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) por quase um mês, onde passou por uma intubação e posterior traqueostomia – procedimento cirúrgico que consiste na abertura da parede da traqueia para permitir a passagem de ar aos pulmões. Em seguida, foi transferida à clínica médica e não pôde comparecer à solenidade de formatura no início deste mês. As limitações, no entanto, não impediram a realização do sonho: “Estou me sentindo realizada. Foi uma temporada de batalha, mas no final deu tudo certo. A vida tem coisas boas e temos que dar valor. Sou muito agradecida pelo esforço e carinho de todos”, comemorou. A ação mobilizou uma equipe multidisciplinar do hospital e da UnB | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF A unidade preparou um auditório especialmente para a data. Vestida com a beca, a formanda entrou ao som da música religiosa Sou um milagre. Emocionada, realizou o juramento utilizando válvula fonatória, adaptada pela equipe de fonoaudiologia – responsável pela reabilitação da deglutição e da comunicação oral. “É maravilhoso ver esse sonho se concretizar. Ela é muito esforçada e inteligente. Estou grata também pelo HRC ter proporcionado esse momento, mostrando um lado humanizado. As pessoas só falam do que falta, mas eu me senti amparada, assim como ela”, contou a mãe de Rosa, Eliete Lopes. A docente de terapia ocupacional da UnB Caroline de Oliveira Alves foi professora e orientadora de Rosa e reforçou que saúde não se resume ao bem-estar físico, mas a um olhar para o indivíduo como um todo. “Há um marco importante quando pensamos na perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS) e da humanização. Essa ação tem uma visibilidade muito importante porque vemos o indivíduo para além da doença, entendemos que o hospital é um lugar de tratamento mas de celebração dentro das possibilidades, que é o caso”, concluiu. A unidade preparou um auditório especialmente para a data. Vestida com a beca, a formanda entrou ao som da música religiosa Sou um milagre. Emocionada, realizou o juramento utilizando válvula fonatória, adaptada pela equipe de fonoaudiologia Recuperação A terapeuta ocupacional Ísis Caroline acompanha a situação de Rosa, que já iniciou a reabilitação para voltar a se alimentar e a se vestir com independência, assim como realizar a assinatura da outorga. “Ela melhorou exponencialmente depois que soube da colação. Foi um caso diferente: por ser estudante de terapia ocupacional, especialidade que temos aqui, acabamos nos comovendo ainda mais”, admitiu a profissional. Também presente na cerimônia, o diretor do campus Ceilândia da UnB, João Paulo Chieregato, apontou que a colação de Rosa no HRC simboliza uma vitória e foi um feito inédito. “Acompanhamos a batalha de Rosa e ela conseguiu ressignificar esse momento não só com a perspectiva da evolução no hospital, mas na sociedade. Agora diplomada, poderá contribuir muito pela experiência e trajetória que ela tem a oferecer”, avaliou. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Mais de 70 pessoas com deficiência trabalham na limpeza urbana do DF
Dia 21 de setembro é celebrado o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência. A data chama a atenção sobre a importância da inclusão e do respeito aos direitos fundamentais desses cidadãos. Há décadas, o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) abre oportunidade de trabalho para as pessoas com algumas limitações, sejam elas físicas, sejam mentais. Hoje, a autarquia conta com 73 colaboradores terceirizados pelo Instituto Lucimar Malaquias atuando em diversas áreas. Gabriel Chaib tem autismo e trabalha há 15 anos no SLU. A convivência com os colegas que também enfrentam os mesmos desafios o fez ter mais empatia e mais aprendizados. “Aprendi muito sobre as pessoas com deficiência aqui com meus colegas. Também aprendi a aceitar a minha deficiência, eu não queria aceitar. Aprendi sobre respeito, disciplina, determinação… Isso me fortaleceu e agora me sinto muito orgulhoso, abriu minha mente”, afirma. Gabriel Chaib trabalha há 15 anos no SLU: “Me sinto muito orgulhoso, abriu minha mente” | Fotos: Divulgação/SLU Atualmente, Gabriel recepciona e guia os visitantes do Museu da Limpeza Urbana, localizado no Venâncio Shopping. “Eu me sinto muito bem em receber as pessoas. Elas se lembram de épocas que viveram, se emocionam e ficam felizes”, conta Gabriel sobre os objetos do museu que mexem com as memórias dos visitantes. “São grandes relíquias encontradas no lixo que estão no museu para relembrar e deixar essas memórias para as próximas gerações”, completa. Fora do SLU, Gabriel faz arte marcial aikido e dança de salão. Para o diretor-presidente do SLU, Luiz Felipe Carvalho, respeitar as diferenças é primordial. “Respeitamos os limites dos nossos colaboradores descobrindo e potencializando os talentos, assim como também fazemos com os servidores. O importante é que entendam o quanto colaboram com o bem-estar e saúde da população com o seu trabalho. Somos muito gratos a todos”, comenta. Superação “Aqui me sinto acolhido, tenho acessibilidade e respeito de todos” Francisco Abrantes, o Chiquinho Outro exemplo de superação dentro do SLU é Francisco Abrantes, o Chiquinho, que trabalha na Diretoria Técnica. Ele sofreu um acidente há 28 anos que o deixou sem andar e com pouco movimento nos braços. Ele trabalha cuidando da frequência dos catadores de materiais recicláveis dos galpões de triagem e da agenda da chefia e do atendimento telefônico. Fora do trabalho, Chiquinho é atleta de alto rendimento com uma coleção de títulos e agenda cheia de competições. “O esporte mudou tudo em minha vida. Eu não gostava nem de sair de casa. Hoje, além do esporte, eu tenho um trabalho e foi o SLU que me deu essa oportunidade, há quase 20 anos. Aqui me sinto acolhido, tenho acessibilidade e respeito de todos”, destacou. Há 14 anos, Chiquinho pratica rugby e treina na equipe BSB Quad Rugby, no Centro Olímpico do Gama. Ele já ganhou diversos campeonatos nacionais e internacionais e, de 22 a 28 de setembro, participará do Campeonato Brasileiro de Rugby, em São Paulo. Em dezembro estará na Copa dos Campeões, no Espírito Santo. *Com informações do SLU
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Servidora do governo representará o DF no Sul-Americano de fisiculturismo
Chefe da Ouvidoria da Novacap, Maria do Socorro Ferreira da Silva, 66, conhecida como Socorrinho, está se preparando para competir no Campeonato Sul-Americano de Fisiculturismo, que ocorre em Assunção (Paraguai) entre os dias 12 e 16 deste mês, com a participação de cerca de 30 atletas de várias categorias. Ela segue para o país vizinho na próxima semana, onde sobe ao palco para competir pela categoria Women’s Physique. Socorrinho, que venceu a categoria Fit Pairs do Campeonato Brasiliense, segue rotina rigorosa de treinos e cada vez mais ganha projeção | Foto: Divulgação/Novacap “Uma nova idade vai surgir todos os anos, mas sua mente, seu corpo e sua forma de envelhecer com saúde podem seguir um caminho diferente de tudo que a sociedade impõe” Maria do Socorro Ferreira da Silva, servidora da Novacap e fisiculturista Com uma carreira reconhecida no fisiculturismo, Socorrinho busca não apenas conquistar medalhas, mas motivar aqueles que acreditam que a idade não é um obstáculo. “Sinto-me a criadora de uma renovação física, espiritual e emocional para aqueles que impõem limites à vida”, afirma. “Uma nova idade vai surgir todos os anos, mas sua mente, seu corpo e sua forma de envelhecer com saúde podem seguir um caminho diferente de tudo que a sociedade impõe”, reforça a fisiculturista. Dedicação A vaga para a competição internacional veio após bons resultados recentes. Nos últimos meses, Socorrinho participou do Campeonato Brasiliense, onde conquistou dois troféus (segundo lugar na categoria Women’s Physique e primeiro lugar na categoria Fit Pairs). Já no Brasileiro, realizado no Pará, também se destacou, alcançando três taças (terceiro lugar na categoria Women’s Physique até 1,62 m, terceiro lugar na categoria Women’s Physique Sênior e segundo lugar na Dupla Mix Pairs). A agenda dela, no entanto, pode ter ainda mais desafios, uma vez que os títulos conquistados a credenciaram para o Campeonato Mundial de Santa Susanna (Espanha), de 31 de outubro a 4 de novembro. “Estou buscando apoio financeiro, pois os custos são bem altos”, anuncia. “Tenho fé que conseguirei. De toda forma, sigo firme na preparação”. A preparação de Socorrinho para o Sul-Americano foi intensa e planejada. Desde outubro do ano passado, ela se dedica a uma rotina rigorosa, conciliando suas demandas na Ouvidoria da Novacap com dois treinos diários antes e após o trabalho. Faz uma hora de treinos físicos a partir das 5h da manhã e musculação durante a noite, além de ensaios de coreografia e poses nos finais de semana. Além disso, ela ainda arruma tempo para preparar as refeições balanceadas para o dia seguinte e cuida do irmão, comprometido por deficiência mental. História de superação Socorrinho começou a competir por volta dos 50 anos. A atleta iniciou sua jornada no fisiculturismo após enfrentar a dolorosa perda de seu filho de 23 anos, seguida pela morte da mãe e de um irmão, no ano seguinte; e, anos depois, a perda de seu companheiro devido à covid-19. Foi no esporte que ela diz ter se reencontrado e restabelecido forças em meio a tanta dor. “Todos nós temos perdas”, ensina. “O que faz a diferença é como cada um lida com isso. Essa foi a forma que encontrei para atenuar minha dor”. *Com informações da Novacap
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Ex-aluna da Educação de Jovens e Adultos escreve autobiografia aos 87 anos
Persistência e força de vontade nunca faltaram na trajetória de vida de Maria de Lourdes Cortes. Mineira de Carmo do Parnaíba, ela veio para Brasília quando se casou, aos 22 anos, construiu uma família de dez filhos e dedicou a vida a proporcionar a eles a chance de estudar. No entanto, para ela, essa oportunidade só veio mais tarde, aos 70 anos, com a Educação de Jovens e Adultos (EJA), via Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE). Maria de Lourdes com alguns dos filhos e netos no Centro de Ensino Fundamental 4 do Guará: “Eu sempre fiz de tudo para que meus filhos estudassem, porque o conhecimento é a única coisa que ninguém consegue tirar de você, é um presente só seu” | Fotos: Jotta Casttro/SEE Maria de Lourdes sempre gostou de estudar, mas na infância, quando morava na roça, seu pai não permitiu que ela fosse à escola. Com isso, o sonho só pôde ser realizado muitos anos depois, com os filhos já criados. “Eu sempre fiz de tudo para que meus filhos estudassem, porque o conhecimento é a única coisa que ninguém consegue tirar de você, é um presente só seu”, conta. “Para quem tem um sonho, eu aconselho ter fé e jamais desistir” Maria de Lourdes Cortes Para buscar conhecimento e com o intuito de incentivar um neto que estava pensando em interromper os estudos, Maria de Lourdes, aos 70 anos, resolveu retomar seu projeto de vida. Os dois se matricularam no programa de EJA do Centro de Ensino Fundamental 4 do Guará, onde seus dez filhos estudaram. Lá ela se destacou ao fazer o que mais amava: estudar. Biografia Assim que completou o ciclo de alfabetização, Maria de Lourdes aproveitou para escrever um livro sobre sua história “Eu não podia ir à escola, mas eu sempre corria atrás de conhecimento”, lembra. “Tentava aprender sobre as palavras e contas de matemática.” O sonho de Maria era ser diretora escolar e escritora – inspirada na poetisa Cora Coralina. “Para quem tem um sonho, eu aconselho ter fé e jamais desistir”, incentiva. O retorno aos estudos, em 2007, trouxe muita esperança e expectativas para Maria – mas, por um problema na visão, ela precisou interromper a trajetória na escola. No entanto, conseguiu completar o primeiro segmento da EJA, que corresponde aos anos iniciais do ensino fundamental; e, já alfabetizada, começou a colocar em prática a escrita da sua biografia. Nesse processo, Maria recebeu a contribuição dos filhos e netos e conseguiu lançar o livro Lição de Vida, com uma tarde de autógrafos, aos 87 anos, para a grande família, que hoje, além dos dez filhos, é formada por 23 netos, 25 bisnetos e um trineto. “Minha avó é minha grande inspiração”, exalta a neta Cinthia Corte. “Hoje eu sou professora e sinto muito orgulho dela”. Educação de Jovens e Adultos A EJA é uma modalidade de ensino voltada para pessoas que não tiveram a oportunidade de concluir os estudos na idade regular ou que desejam retomar o aprendizado em uma fase mais avançada da vida. A SEE oferece apoio pedagógico aos professores e investe em programas e projetos que visam melhorar a qualidade da educação oferecida na EJA. Atualmente, mais de 25 mil estudantes fazem parte do programa nas 14 coordenações regionais de ensino do DF. *Com informações da Secretaria de Educação do DF
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Programa do DF é apresentado como prática exitosa em seminário do Unicef
Implementado na rede pública de ensino do Distrito Federal no ano passado, o Projeto SuperAção foi apresentado, nesta terça-feira (4), como uma prática exitosa no Seminário Nacional Trajetórias de Sucesso Escolar, uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef). O evento foi realizado em São Paulo, com a participação de gestores de rede, gestores escolares, professores e estudantes. Equipe da Subsecretaria de Educação Básica representou a SEEDF, nesta terça-feira (4), no Seminário Nacional Trajetórias de Sucesso Escolar, em São Paulo | Foto: Divulgação O Distrito Federal foi representado por meio da equipe da Subsecretaria de Educação Básica (Subeb), com a presença da subsecretária, Iêdes Braga, e da diretora de Ensino Fundamental, Ana Carolina Tavares, bem como por meio da equipe do Centro de Ensino Fundamental (CEF) do Bosque, da Coordenação Regional de Ensino de São Sebastião, pela estudante do programa SuperAção Emanuelle de Sena, de 15 anos, pela supervisora pedagógica Bianca Gomes e pela professora Andrea Kaiser. A subsecretária Iêdes Braga destaca a importância da participação da SEEDF no seminário. “É uma oportunidade da gente conhecer programas desenvolvidos em outros estados e compartilhar também a experiência de sucesso que o Distrito Federal tem tido com o programa SuperAção”, ressalta. O objetivo do seminário é fortalecer e consolidar a estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar e as políticas dos estados e do Distrito Federal, gerando sentimento de pertencimento e identidade dos profissionais engajados nestes programas, favorecendo o direito de trajetórias de sucesso a cada estudante das escolas públicas do Brasil. O programa SuperAção foi implementado em 2023, com o objetivo de atender os estudantes em situação de incompatibilidade idade/ano matriculados do 3º ao 8º anos do ensino fundamental. A professora Andrea Kaiser salienta as mudanças já observadas nos alunos participantes do projeto. “É possível perceber a mudança na vida desses estudantes, que ficam mais motivados, dedicando tempo e empenho para continuar no fluxo certo e seguir. Alunos que nem tinham perspectiva, hoje sonham com um futuro. Esse é o melhor resultado que podíamos alcançar”, celebra. *Com informações da SEEDF
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Quadros pintados por paciente são doados ao HCB
O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) recebeu, na segunda-feira (4), um presente repleto de emoção e gratidão: quadros pintados por Giovana Pétala. A família da menina, que faleceu há nove anos, doou ao hospital as telas que ela pintou durante o período de tratamento, realizado no próprio HCB. “Giovana era uma menina de 11 anos extremamente saudável, esperta, alegre. De repente, apareceu com uma dor na perna, mancando”, diz Rakelene Brandão, mãe da menina. Após a realização de uma ressonância magnética, a criança foi diagnosticada com osteossarcoma e encaminhada ao HCB. “Para nós, o impacto do diagnóstico foi muito grande, um desabamento. Tínhamos que ter força, energia, serenidade para conduzir um momento que não sabíamos onde iria nos levar”, relata o pai de Giovana, Humberto Giordano. Quadros pintados em casa por paciente do HCB ganharam as paredes do hospital | Fotos: Maria Clara Oliveira/ HCB Ao longo do tratamento, a menina mostrou a todos do hospital o talento que tinha para as artes. “Ela gostava das atividades que envolviam esforço físico, fez arte circense e era bastante artística: começou a tocar violino aos 6 anos, mas também aprendeu um pouco de violão e escaleta. Nós dois ensaiávamos juntos e ela chegou a tocar em um casamento. Na fase da doença, ela se ocupou com a pintura”, explica o pai. Rakelene conta que os quadros eram feitos em casa, em um espaço que a família preparou para ser o ateliê de Giovana: “Ela fazia brinquedinhos de biscuit, depois aprendeu a fazer de feltro e levava para o hospital. Era uma coisa que a entretinha. Uma amiga minha, que é artista, veio ensinar a pintar. A Nana se envolvia com essas coisas e o tempo passava; ela tinha o compromisso de levar as peças para o hospital, a vaidade de mostrar aquilo que tinha feito”. Rakelene Brandão: “A Nana tinha o compromisso de levar as peças para o hospital, a vaidade de mostrar aquilo que tinha feito” Os pequenos bichinhos de feltro e biscuit que Giovana produziu ao longo do tratamento encontraram donos entre os funcionários do HCB e outras famílias acompanhadas pelo hospital – a própria menina os distribuía à medida que confeccionava os itens. Os quadros, porém, ainda não eram conhecidos fora do círculo familiar e de amigos. “Coloquei os quadros em uma caixa e me deu um insight: será que é para eu ficar com eles só para mim? Esses eram os primeiros passos que ela estava dando na pintura; ela estava conhecendo e se inspirando. Eu sentia como se os quadros estivessem aprisionados – com a natureza da Giovana, tão iluminada e livre, como eu ia fazer isso?”, reflete Rakelene. Ela cogitou leiloar as obras e doar a verba obtida ao HCB, mas considerou que a doação dos próprios quadros seria uma homenagem mais adequada à memória da filha: “É a memória do tempo que ela estava no hospital. Todo o bem-estar, o acolhimento que era oferecido a ela está neles; essa é a pontinha do iceberg de bondade que recebemos”. Humberto Giordano tocou o clássico ‘Asa Branca’ em homenagem à filha “Esses quadros são de todos agora. Acho que vão perpetuar, na vida de cada um que entrar nessa unidade, um pouquinho da história dessa criança que também passou por aqui e que deixou uma pincelada da vida dela para quem quiser conhecer”, concorda Humberto. Música A doação dos quadros foi marcada por outra homenagem a Giovana – desta vez, em forma de música. “Pensávamos, como ela, em sair daqui com a cura e dar seguimento à vida. Ela me dizia: ‘pai, nós temos que vir aqui tocar para as crianças, eu no violino e você no violão’”, explica Humberto. Alguns anos após o falecimento da filha, ele se tornou voluntário da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace) e, atualmente, realiza o desejo da filha tocando violão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Não posso dizer que não tenho dificuldades nisso, mas também tenho muito prazer e satisfação. No fim das contas, eu sou presenteado por ter a oportunidade de estar aqui. Mesmo com a dificuldade das outras famílias e das outras crianças, posso trazer algumas horas de música para a vida delas e tenho certeza que minha filha vem junto, como aqui está hoje”, garante. “Essa doação é um ato nobre, que vai servir de inspiração para outras crianças” Karina Souza, supervisora de enfermagem Em frente aos quadros de Giovana, Humberto tocou canções clássicas da música brasileira – entre elas, uma homenagem especial: “Escolhi uma música que gostávamos de tocar juntos e que é um clássico do Luiz Gonzaga, Asa Branca. Houve outras, mas essa é marcante; ela gostava muito e executava bem ao violino, de uma forma muito divertida e descontraída”. Sob os olhares emocionados da família, de profissionais que acompanharam a menina e de outras famílias atendidas pelo HCB, os quadros foram entregues ao hospital para que possam ser expostos. “Mesmo com a dificuldade de um tratamento duro, a Nana era cheia de vida. Tenho muito orgulho de ser mãe dela; se precisasse, faria tudo de novo”, se emociona Rakelene. Inicialmente dispostos no hall central, os quadros de Giovana chamaram atenção tanto pelo trabalho artístico da menina quanto pela história. A supervisora de enfermagem do Hospital-Dia do HCB, Karina Souza, conta que a jovem artista “era maravilhosa, era um ser de luz; digo que eu é que fui acolhida por ela e construímos uma relação de amizade. Essa doação é um ato nobre, que vai servir de inspiração para outras crianças”. Na opinião dela, os quadros “são cheios de amor, de alegria” e podem incentivar, inclusive, outros talentos que já existem no hospital. Um desses novos artistas é Pedro Dourado, 15 anos. O jovem desenhista – que retrata, principalmente, temas automobilísticos e paisagens da Bahia (seu estado de origem) – logo se interessou pela exposição. São quadros muito bonitos”, elogiou o pai de Pedro, Gilvânio Dourado. A diretora de Voluntariado da Abrace, Marli Trindade, também prestigiou a exposição e mostrou a coruja de feltro que recebeu de Giovana quando conheceu a menina, em uma de suas internações. “Ela ficava triste por estar passando por aquilo – mas ficava feliz na hora que fazia esse bichinhos, eram sempre momentos de alegria; Ela era talentosa”, recorda Trindade. *Com informações do HCB
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Estudantes da EJA lançam livros com histórias inspiradoras
Um projeto de leitura do Centro Educacional Irmã Regina, em Brazlândia, tem mudado a vida de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Por meio do incentivo à leitura e produção textual, alunos viraram escritores de livros. Como resultado de um projeto desenvolvido ao longo do ano letivo, os estudantes escreveram, ilustraram e lançaram um livro contando as próprias histórias, quase como um registro autobiográfico. Depois de escrever um livro, Dameão se formou no segundo segmento da EJA | Foto: Arquivo pessoal/Divulgação Desenvolvido pela professora Jelma Alves Mota Lima, de Língua Portuguesa, o objetivo da ação é incentivar a leitura e facilitar a produção de textos para os estudantes. “Eu sou apaixonada por produção textual. E percebi que uma das maiores dificuldades dos alunos, de modo geral, inclusive de universitários, é a produção de texto. Dessa forma, busquei estratégias para facilitar. Eu expliquei a eles que, aquilo que se fala, passa-se para o papel e depois nós vamos organizar”, conta. Um dos escritores do CED Irmã Regina é Dameão Luiz de Macedo, 63 anos, que além de aluno da EJA, é artista. “Para mim, foi tranquilo escrever o livro, porque eu faço música. Então, eu escrevi sobre o Nordeste. Em especial, sobre Currais Novos, no Rio Grande do Norte. São minhas vivências de lá até aqui (Brasília). Tem muita tristeza, angústia, mas termina com um final feliz”, relembra. Semana passada, Dameão concluiu mais uma etapa de sucesso: a formatura dele do segundo segmento da EJA (etapa final do ensino fundamental). Outra história inspiradora é da aluna Eliene Alves Souza Araújo. Em seu livro História da minha vida, ela narra os principais acontecimentos de sua vida, desde o começo, no interior da Bahia, até a sua volta à sala de aula, em Brasília. O livro também destaca o esforço contínuo para terminar os estudos. “Escrever um livro é algo que nunca tinha passado pela minha cabeça. Quando a professora nos falou do projeto, eu pensei que não conseguiria escrever sobre nada. De repente, eu não conseguia parar de escrever. E se tivesse mais tempo, eu teria feito mais”, celebra. Sem dúvida, os projetos de leitura desempenham um papel fundamental no contexto da EJA, sendo uma ferramenta valiosa para promover o desenvolvimento educacional e cultural desses estudantes, colaborando para o crescimento pessoal dos alunos. Inscrições As inscrições na Educação de Jovens e Adultos podem ser feitas no site da Secretaria de Educação do Distrito Federal em link que será divulgado quando abrir o período de matrículas ou pela Central de Telematrícula 156. Todavia, caso o interessado perca o prazo de inscrição para novas matrículas, pode procurar diretamente a escola mais próxima da residência ou do local de trabalho, em qualquer época do ano, para realizar a matrícula. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] As 14 coordenações regionais de ensino (CREs) do DF oferecem todos os segmentos da EJA. Para fazer a matrícula é preciso levar os seguintes documentos: ? Carteira de identidade ? CPF ? Comprovante de endereço ? Histórico escolar (se possuir) EJA no Distrito Federal A Educação de Jovens e Adultos no Distrito Federal é uma modalidade de ensino voltada para pessoas que não tiveram a oportunidade de concluir os estudos na idade regular ou que desejam retomar os estudos em uma fase mais avançada da vida. No Distrito Federal, a Secretaria de Estado de Educação é responsável pela organização e coordenação da EJA. Ela estabelece as diretrizes curriculares, realiza a matrícula dos estudantes e acompanha o desenvolvimento das turmas. Além disso, a SEEDF oferece apoio pedagógico aos professores e investe em programas e projetos que visam melhorar a qualidade da educação oferecida na EJA. *Com informações da SEEDF
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Poema de Cecília Meireles inspira evento com enfoque no Outubro Rosa
Nesta sexta-feira (6), a Fisioterapia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) foi palco de um evento dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, em consonância com a campanha Outubro Rosa. Organizado pelo Serviço de Saúde Funcional (Sesaf), o evento reuniu profissionais de fisioterapia e terapia ocupacional em uma programação focada na superação e no renascimento pessoal, inspirada no poema da poeta Cecília Meireles. [Olho texto=”“Estamos comprometidos em oferecer apoio integral e especializado às pacientes mastectomizadas, focando não apenas na recuperação física, mas também na reconstrução da autoestima e no enfrentamento positivo deste desafio pessoal”” assinatura=”Kalléria Borges, fisioterapeuta” esquerda_direita_centro=”direita”] O Sesaf, que contempla os serviços dos profissionais de fisioterapia e terapia ocupacional, direcionou a iniciativa para pacientes já mastectomizadas, visando abordar as dificuldades pós-diagnóstico e cirurgia, buscando promover a melhor qualidade de vida possível. “Estamos comprometidos em oferecer apoio integral e especializado às pacientes mastectomizadas, focando não apenas na recuperação física, mas também na reconstrução da autoestima e no enfrentamento positivo deste desafio pessoal”, ressaltou a fisioterapeuta especialista em oncologia e líder do Ambulatório de Fisioterapia, Kalléria Borges. A programação iniciou às 8h com um café da manhã, acompanhado da participação especial do Dr. Melodia Alan Cruz, com sessões de musicoterapia. Em seguida, às 8h30, a nutricionista Melissa Sardenberg ministrou uma palestra sobre estratégias nutricionais no tratamento do câncer de mama. O evento representa um passo significativo no auxílio às pacientes mastectomizadas, visando não apenas à recuperação física, mas também ao fortalecimento emocional e ao renascimento de cada indivíduo diante do desafio do câncer de mama | Foto: Izabela de Carvalho/IgesDF O evento também contou com a presença da oncologista Dra. Fernanda Moura, da médica radioterapeuta, Dra. Ana Carolina, da fisioterapeuta Renata Moreira e do farmacêutico Igor Feitosa, proporcionando um espaço para esclarecimentos e diálogos sobre o tema, às 9h. Na sequência, às 9h30, a fisioterapeuta pélvica, Lara Gullo, abordou a questão da sexualidade na vigência do tratamento oncológico. Os direitos do paciente oncológico foram tema da palestra às 10h, com a participação do assistente social Danilo Pêssego. Logo após, às 10h30, os participantes puderam desfrutar de uma oficina de automassagem e relaxamento, ministrada por Alex Freitas, massoterapeuta. Às 10h45, a reconstrução de mamilo com tatuagem foi abordada em uma palestra informativa. Durante o evento, as maquiadoras Ana Guilhermina e Lídia Almeida também participaram, proporcionando às pacientes momentos especiais de maquiagem. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Além disso, a decoração encantadora do ambiente foi um elemento crucial para o sucesso do evento, sendo realizada pelas colaboradoras e talentosas decoradoras Fabrine Amorim e Terezinha Mendonça, que embelezaram o espaço e contribuíram para um ambiente acolhedor e inspirador. Para encerrar o evento com animação, o DJ Gabriel comandou a música, seguido de uma divertida sessão de bingo às 11h. Este evento representa um passo significativo no auxílio às pacientes mastectomizadas, visando não apenas à recuperação física, mas também ao fortalecimento emocional e ao renascimento de cada indivíduo diante do desafio do câncer de mama, propagando a mensagem de superação e esperança que o Outubro Rosa representa. “Acreditamos que eventos como esse são essenciais para proporcionar um espaço seguro e enriquecedor, onde as pacientes possam compartilhar experiências e encontrar ferramentas para enfrentar as dificuldades após o diagnóstico e a cirurgia,” conclui Kalléria. *Com informações do IgesDF
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Paralimpíadas: 44 alunos da rede pública do DF participam da competição
Quatro treinos por semana, cada um com duração média de duas horas. O caminho não é fácil, mas, para Adryan Eduardo dos Santos, 11 anos, vale a pena. Estudante de escola pública, ele é um dos 51 atletas do Distrito Federal que competem na segunda etapa regional das Paralimpíadas Escolares 2023, sediada em Brasília. Do total de participantes brasilienses, 44 são de escolas públicas e sete de instituições privadas. O evento começou na quarta (30) e segue até esta sexta-feira (1º), no Clube do Exército e no Centro Interescolar de Esporte (Cief). Adryan Eduardo dos Santos (em primeiro plano) disputa natação nas Paralimpíadas – do total de participantes brasilienses, 44 são de escolas públicas e sete de instituições privadas | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília Morador de São Sebastião, Adryan nasceu com uma má formação congênita nos membros inferiores. Em 2022, a mãe dele, a autônoma Alessandra Aparecida dos Santos, 46 anos, descobriu o Centro Olímpico da cidade e decidiu inscrever a criança nas aulas de natação. Mas, à época, a modalidade não estava disponível e o menino passou a praticar atletismo. Os resultados foram surpreendentes e ele chegou a viajar para São Paulo para competir. Em janeiro deste ano, surgiu a oportunidade de nadar. Adryan revela que aprendeu tudo do zero. “Não sabia fazer borboleta, nem ondulação, e agora eu sei fazer todos os tipos de nado”, cita. “A natação me ajudou muito. Se eu não fizesse, ia ficar só dentro de casa, na frente da televisão. Provavelmente ia engordar muito. A natação ajuda a desenvolver a musculatura dos braços, ajuda a emagrecer. E também, se algum dia eu estiver num navio e ele afundar, eu sei nadar, então, vou poder me salvar”, brinca o garoto. Para Alessandra, ver o menino solto e independente é sinônimo de orgulho. “Lá no Sarah (Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação), na área de ortopedia, tinha uma imagem de dois corredores usando prótese no Central Park e eu me perguntava se um dia meu filho seria um atleta. Hoje, sei que sim. É exatamente isso que está acontecendo”, relembra ela, que é mãe solo de quatro filhos. “Todos os dias, eu falo que ele nasceu pra se destacar, para conquistar o mundo, para ir longe”, completa. O professor do Centro Olímpico de São Sebastião Edson Tavares, técnico de Adryan, conta que o apoio familiar é essencial para o sucesso do atleta. “Sem apoio, seria muito difícil. Quantas pessoas com deficiência não estão em casa por conta do medo da família de que ele seja julgado, sendo que, na verdade, o esporte é um salva-vidas”, aponta. João Gabriel Lins compete em bocha no evento que começou na quarta (30) e segue até esta sexta-feira (1º), no Clube do Exército e no Centro Interescolar de Esporte (Cief) Recomeço Embora pareça clichê, o esporte realmente mudou a vida do estudante João Gabriel Lins, 15 anos. O pai dele, o autônomo Luiz Gonzaga Lins, 60, revela que, antes, o menino não tinha muito movimento na agenda: a rotina era baseada em ficar em casa e em consultas com a fisioterapeuta. Depois que conheceu a bocha, porém, o cenário mudou: treina de terça a sexta-feira e participa de diversas competições. “Agora ele é outro adolescente. Está mais disposto, mais comunicativo. Ele leva o esporte a sério e quer ir até onde puder, o mais alto possível”, relembra o pai. Para João, o que mais mudou foi a perspectiva de vida. Antes sem muita esperança no futuro, hoje ele tem planos e metas: quer se tornar um atleta olímpico e se formar em jornalismo. Diante de tantas mudanças, ele indica o esporte para outros colegas. “Se você é cadeirante e pensa que é um nada, tente um esporte e se sentirá importante. É como me sinto hoje, mudou totalmente a minha rotina”, aconselha João. A bocha é um esporte praticado por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas. O menino, que nasceu com paralisia cerebral, começou a praticar bocha em 2019, no Centro Olímpico do Setor O, em Ceilândia. Logo no primeiro ano, conquistou duas medalhas de prata: em São Paulo e em Brasília. No ano passado, subiu de patamar: alcançou o ouro em duas competições. Neste ano, a meta é a mesma, ganhar as etapas regional e nacional das Paralimpíadas. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Nas competições, João conta com o apoio do professor Marcos Oliveira. Com mais de três décadas de docência, ele conduz 63 alunos no CID Paralímpico de Taguatinga nas modalidades de bocha e atletismo. “O esporte é uma mudança de vida, principalmente daquele aluno que vivia escondido em casa, não tinha contato com ninguém. Abre um norte na vida deles que é um ganho inexplicável”, pontua. Organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2006, com exceção de 2008 e 2020, as Paralimpíadas Escolares são o maior evento esportivo para crianças e jovens com deficiência em idade escolar do mundo. A competição é composta por três fases regionais e uma nacional. A primeira etapa regional de 2023 foi realizada em Belém, Pará, e a terceira e última será em São Paulo, que também receberá a etapa nacional. Na segunda fase, sediada em Brasília, participam 530 atletas em provas de atletismo, natação e bocha, vindo de 10 estados (AC, AM, BA, GO, MG, MS, MT, RO, RR e TO) e do DF. “Este é o segundo ano que a etapa regional das Paralimpíadas Escolares acontece em Brasília, que acaba se destacando no cenário nacional do desporto para pessoas com deficiência com resultados bem expressivos, tanto em competições para adultos quanto escolares”, comenta Wanderson Cavalcante, professor da Secretaria de Educação que representa a pasta nos jogos. “O Distrito Federal, por diversas vezes, já teve o terceiro lugar em âmbito nacional e, no ano passado, na etapa regional, ficamos em segundo lugar, atrás de Minas Gerais”, completa.
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Ex-moradora de rua, estudante do DF é aprovada na Uerj
Hoje, vendedora ambulante, compositora e futura universitária. No passado, moradora de rua envolvida na criminalidade. A vida de Dayana Bárbara dos Santos Coqueiro, de 36 anos, será radicalmente transformada por meio do conhecimento. Aprovada no vestibular para cursar Letras Literatura, vai ingressar, no 2º semestre de 2022, em uma das mais conceituadas instituições de ensino superior do país, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). A estudante é engajada na luta pelos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade social e educacional | Foto: Acervo pessoal/Instagram Foi na Escola Meninos e Meninas do Parque (EMMP), na Asa Sul, que Dayana trilhou grande parte do caminho. Aos 12 anos, saiu de casa e deixou para trás uma história de violência. Morou em abrigos, de onde fugia constantemente para viver nas ruas. Aos 14 anos, foi encaminhada para a Escola Meninos e Meninas do Parque, da Secretaria de Educação do Distrito Federal. A unidade é especializada no ensino de moradores de rua e oferece desde a alfabetização até os anos finais do ensino fundamental. [Olho texto=”“Não sei como é ser universitária, mas, como as pessoas têm dito: vou ficar gigante. Quero estudar mais, ler muito e escrever vários livros. Arrisco até dizer que farei mestrado fora do país”” assinatura=”Dayana Bárbara dos Santos Coqueiro, 36 anos, vendedora ambulante, compositora e futura universitária” esquerda_direita_centro=”direita”] Aos poucos, Dayana foi despertando o interesse pelos estudos, universo totalmente diferente do que estava habituada. Na escola encontrou o espaço que precisava para expressar suas emoções. “Descobri que gostava da arte e da escrita. Aprendi a expressar no papel tudo o que sentia, vivenciava e sonhava”, narra Dayana. Dayana estudou na EMMP dos 14 aos 20 anos e criou um vínculo especial com os profissionais que lá trabalhavam. “Eu não queria sair da escola, porque o pessoal era como pai e mãe. Eles acreditavam em mim quando nem eu mesma acreditava. Diziam que eu não poderia desperdiçar o potencial que tinha voltando para as ruas e que iam correr atrás de chances junto comigo”, conta, emocionada, ao relembrar o passado. “De fato, eles correram e me ajudaram bastante”, completa. Dayana Coqueiro, aos 20 anos, na formatura na Escola Meninos e Meninas do Parque | Foto: Acervo pessoal/Instagram Educação diferenciada Dayana descreve a Escola Meninos e Meninas do Parque como diferenciada. A unidade atende um público específico e de acordo com suas necessidades. Além dos estudos, também são oferecidas refeições e espaços para que tomem banho. Os estudantes são divididos por faixa etária e recebem todos os itens de higiene pessoal, alimentação e material escolar. A escola, criada em 1995, atualmente atende 212 pessoas. [Olho texto=”“Eu não queria sair da escola, porque o pessoal era como pai e mãe. Eles acreditavam em mim quando nem eu mesma acreditava”” assinatura=”Dayana Bárbara dos Santos Coqueiro, 36 anos, vendedora ambulante, compositora e futura universitária” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Além da grade curricular da educação básica, quem frequenta a EMMP aprende também sobre cidadania e socialização. “Na escola, entendi que posso ocupar espaços e ser ouvida, não como moradora de rua, mas como uma pessoa que têm direitos e deveres”, diz Dayana, que hoje é “uma mulher formadora de opinião, símbolo de resistência e espelho para outras mulheres”, conforme descreve a diretora da Escola, Amelinha Araripe. Para a diretora, a conquista de Dayana é uma referência de que as políticas educacionais e sociais são capazes de modificar a realidade das pessoas. “Ela é uma prova de que nossa escola está no caminho certo e que ações cotidianas diferenciadas, adaptações curriculares e o uso da arte e cultura nas aulas fazem a diferença”, finaliza a gestora. Estudos e preparação Com poucos recursos para estudar, Dayana, que vive há sete meses na capital fluminense, conta que após finalizar a educação básica foi mãe de um menino e teve vários percalços, mas não desistiu. “Pelo menos uma hora por dia estudava pela internet, em sites gratuitos. Lia as referências de livros que poderiam ser temas da redação. E assim consegui ser aprovada na UERJ”, revela. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A estudante acredita que suas possibilidades para um futuro de sucesso aumentaram. “Não sei como é ser universitária, mas, como as pessoas têm dito: vou ficar gigante. Quero estudar mais, ler muito e escrever vários livros. Arrisco até dizer que farei mestrado fora do país”, comemora.
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Paciente vence covid-19 e recebe homenagem
Para Riane Vasconcelos, 48 anos, a alta hospitalar após vencer a covid-19 teve uma alegria a mais. Ela foi recebida pelos familiares na entrada da portaria do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) com flores, balões, música e uma faixa de motivação. Foi na tarde desta sexta-feira (2) a saída do hospital e a volta para casa ao lado dos familiares e amigos. Foram 20 dias de internação, 11 deles na UTI, pelo fato de a saturação estar muito baixa, mas Riane superou as adversidades e teve alta hospitalar | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF [Olho texto=”“Gratidão por terem cuidado de mim nesses 20 dias de internação. No hospital todos eram desconhecidos, mas, aos poucos, se tornaram mais que profissionais, viraram incentivadores, torcedores por minha recuperação, investidores na minha melhora”” assinatura=”Riane Vasconcelos, professora” esquerda_direita_centro=”direita”] Riane é professora da educação especial da rede pública do DF, e ficou 20 dias internada em tratamento contra o coronavírus. A entrada na unidade ocorreu no dia 13 de junho após ser diagnosticada com a doença. A paciente relata que chegou a ser atendida na rede privada, mas optou pelo Hran por ser referência no tratamento da doença. Apesar do medo, ela conta que tinha fé que conseguiria vencer a covid. “Deus fortaleceu minha fé. Por conta da covid não são permitidas as visitas e essa é a parte mais difícil, de não ter a família ao meu lado. Minha família e meus amigos estavam em campanha de oração e, o tempo todo, eu disse que conseguiria. Eu queria muito viver”, conta, emocionada. Foram 20 dias de internação, 11 deles na UTI, pelo fato de a saturação estar muito baixa – no momento mais crítico da doença a saturação chegou a cair para 78. Ela precisou fazer uso de oxigênio utilizando o máximo possível. O contágio A paciente contou que chegou a ser vacinada com a primeira dose da vacina contra a covid-19, mas contraiu a doença poucos dias depois. Segundo a equipe que atendeu a paciente, pelo curto espaço de tempo, o organismo não conseguiu produzir anticorpos suficientes para protegê-la do vírus. Mesmo com a pouca idade e sem nenhuma comorbidade, Riane teve o quadro agravado com o passar dos dias. Para tomar a segunda dose da vacina, ela terá que esperar um prazo de 90 pois ela se vacinou com a vacina AstraZeneca. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Ao sair do Hran, ela agradeceu aos profissionais de saúde. “Gratidão por terem cuidado de mim nesses 20 dias de internação. Foram momentos difíceis, de muito medo, insegurança, ansiedade, incertezas, dor e saudade da minha família. No hospital todos eram desconhecidos, mas, aos poucos, se tornaram mais que profissionais, viraram incentivadores, torcedores por minha recuperação, investidores na minha melhora”, falou emocionada. Riane também agradeceu a cada profissional que cuidou dela durante os últimos dias. “Fisioterapeutas, enfermeiros, médicos, estagiários, enfermeiras voluntárias, nutricionistas, equipe da limpeza. Vocês foram realmente incríveis. Cada palavra de incentivo renovava minhas esperanças de melhorar e voltar para minha família. Que Deus abençoe cada um”, enfatiza a ex-paciente que finaliza dizendo: “Muita gratidão por vocês existirem e terem passado por minha vida. Muito orgulhosa de ter sido atendida pela Secretaria de Saúde”. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Centros de Juventude fazem arte sobre os desafios da pandemia
A II Semana Cultural Casulo dos Centros de Juventude (CJs), concluída neste fim de semana, foi marcada pela apresentação de cinco trabalhos produzidos por 73 alunos das oficinas de teatro promovidas pelos próprios CJs, que são ligados à pasta do segmento, a Secretaria de Juventude (Sejuv). Como resultado, o evento estimulou reflexões sobre a pandemia, como o curta-metragem A Cura e o documentário Não É Sobre o Fim. Na abertura, os alunos do Módulo I apresentaram Fragmentos de Shakespeare – Romeu e Julieta, com metalinguagem, recurso em que se fala da própria linguagem usada na comunicação. Assim, mostraram os desafios de fazer teatro na pandemia de forma on-line. Os telespectadores se viram em várias cenas do dia a dia durante a crise causada pela covid-19. No segundo dia de evento, os alunos do Módulo II foram desafiados a ampliar suas pesquisas para variados autores e obras, que foram desde a Grécia antiga até a contemporaneidade, para exercitar a criatividade e o desenvolvimento com a Mostra Interna de Monólogos – MIM. Um dos trabalhos da II Semana Cultural foi A Cura, com reflexões sobre o que realmente todos precisam e buscam | Foto: Divulgação/Sejuv [Olho texto=”A trama de A Cura abre caminho para várias reflexões sobre sentimentos e comportamentos vivenciados na crise provocada pelo novo coronavírus” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A busca Já no terceiro dia da Semana Cultural, os alunos do Módulo III exploraram o audiovisual, criando seu próprio roteiro, provocando o imaginário do público com o curta-metragem A Cura. O desenrolar da trama abriu caminho para reflexões sobre o contexto que estamos vivendo de pandemia. O curta foi além, e instigou o telespectador a pensar qual de fato é a grande “cura” que todos precisam e buscam. A turma do Módulo IV trouxe a Desmontagem Cênica no quarto dia de apresentações. A exibição abordou os processos de criação durante a passagem por todos os módulos das oficinas de teatro. Nessa dinâmica, os jovens destacaram a jornada de pesquisa, refletindo sobre o que fica de cada cena, de cada personagem e daquilo que não foi dito. II Semana Cultural debateu os desafios de fazer teatro na pandemia e de forma on-line | Foto: Divulgação/Sejuv [Olho texto=”O documentário Não É Sobre o Fim contou a trajetória do grupo que conhece e reconhece no teatro lembranças e valores que levarão para toda a vida” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Não é o Fim Fechando com chave de ouro, o documentário Não É Sobre o Fim contou a história dos jovens do Coletivo Artístico CeinCena que concluíram o último módulo do curso, encerrando sua passagem pelas oficinas de teatro dos CJs. Com depoimentos emocionantes, trechos de apresentações e de aulas antes da pandemia, o documentário contou a trajetória do grupo que reconhece no teatro lembranças e valores que levarão para toda a vida. Durante a semana, logo após cada exibição, todos eram convidados a compartilhar suas experiências e interagir com o elenco em um bate-papo no zoom. Arte e superação De acordo com o secretário da Juventude, Kedson Rocha, “o teatro foi apenas um caminho, uma ponte, que permitiu a esses 73 jovens superar seus limites e, como mencionado várias vezes por eles mesmos, eles passaram a acreditar em si e de que são capazes.” Para alguns, o limite era a tecnologia, a internet, o cenário, a edição ou simplesmente decorar o texto. Mas, para muitos, era a timidez, a insegurança, o medo da crítica, do fracasso que por vezes os fizeram pensar que não eram bons o suficiente e que não deveriam estar ali. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Mas, como em todo bom espetáculo, houve interessantes personagens e reviravoltas. Eles assumiram o protagonismo e cederam à arte a narrativa de suas histórias. Com uma programação desenhada e pensada por jovens e para jovens, todas as apresentações da II Semana Cultural dos CJs estão disponíveis no canal do Iecap – Agência de Transformação Social no YouTube. *Com informações da Secretaria de Juventude
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Após sofrer um AVC, mãe segura filha recém-nascida pela primeira vez
O pai da criança, o autônomo Luis Felipe Santana, 21 anos, diz que Eliza tem sido a razão para toda a família acreditar em dias melhores | Foto: Iges/DF Após mais de um mês internada no Hospital de Base (HB) por conta de um acidente vascular cerebral (AVC) sofrido logo após dar à luz, Gabrielle Lopes Landim, 21 anos, pôde, enfim, rever a filha recém-nascida. O reencontro com Eliza ocorreu na sexta-feira (26), organizado pela equipe da Unidade de Neurocirurgia, onde a mãe foi operada e recebe os cuidados pós-cirurgia. Ainda com dificuldades para falar, a mãe de primeira viagem resumiu em uma palavra o que sentia ao ver a filha: gratidão. [Olho texto=”Acreditamos que o pior já passou e que, muito em breve, minha irmã vai levar uma vida normal, ao lado do marido e da filha” assinatura=”Rômulo Michael Lopes, irmão ” esquerda_direita_centro=”direita”] O irmão de Gabrielle, Rômulo Michael Lopes, 33 anos, levou a sobrinha para rever a mãe. “Este é um momento muito esperado por nossa família”, destacou. “Acreditamos que o pior já passou e que, muito em breve, minha irmã vai levar uma vida normal, ao lado do marido e da filha”, disse, emocionado. A pequena Eliza nasceu no Hospital Regional de Ceilândia em 21 de janeiro deste ano, às 15h45. Alguns minutos depois da cesariana, Gabrielle teve um AVC hemorrágico e precisou ser transferida às pressas para o HB. “Foi um grande susto para nós”, lembrou o tio. “Mas, felizmente, ela recebeu todo o atendimento necessário. Minha irmã foi transferida no mesmo dia para o Hospital de Base e levada direto para uma sala que estava pronta para ela”, relembrou. A paciente passou por cirurgia logo que anoiteceu e o procedimento foi bem-sucedido. “Desde então, ela tem sido bem atendida por todo o corpo clínico. Eu mesmo já conheço muitos desses profissionais pelo nome. São anjos que estão aqui para nos ajudar”, elogiou Rômulo Lopes, também padrinho da pequena Eliza. A mãe de Gabrielle, Vera Lúcia Lopes, de 51 anos, tem cuidado da neta durante o período de internação da filha. E comemora que a bebê está super bem de saúde. “Ela nasceu com 3,4 quilos e 49 centímetros. Agora, está com 4,6 quilos e 52 centímetros”, informou, orgulhosa. Moradora de Ceilândia, Vera Lúcia tem cinco filhos e doze netos. “Eles são os meus bens mais preciosos.” [Olho texto=”Cuidar é isso. É ter empatia, é humanizar, é transbordar amor” assinatura=”Amanda Borges Oliveira, supervisora de Enfermagem” esquerda_direita_centro=”esquerda”] De acordo com o pai da criança, o autônomo Luis Felipe Santana, 21 anos, Eliza tem sido a razão para toda a família acreditar em dias melhores. “Esse AVC foi um grande baque para todos nós, já que a gravidez da minha esposa foi totalmente saudável”, observou. Luis Felipe visita Gabrielle a cada dois dias no HB e tem visto a evolução do quadro de saúde da esposa, que ainda aguarda previsão de alta hospitalar. “Antes, ela nem podia falar, agora já consegue, mesmo que pouco. Sei que em breve vai receber alta e poderemos criar a nossa filha juntos.” A pequena Eliza nasceu no Hospital Regional de Ceilândia em 21 de janeiro. E só no dia 26 de fevereiro reencontrou a mãe | Foto: Iges/DF Empatia O encontro de hoje foi organizado por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais da Unidade de Neurocirurgia do HB. “A Gabrielle chegou em estado crítico, e todos ficamos comovidos com a história”, contou Amanda Borges Oliveira, supervisora de Enfermagem do setor. “Conversei com a psicóloga para verificar se ela reagiria bem ao ver sua filhinha pela primeira vez depois do incidente. Cuidar é isso. É ter empatia, é humanizar, é transbordar amor”, concluiu Amanda. *Com informações do Iges/DF
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