Unaids visita rede de cuidado a pessoas com HIV da Secretaria de Saúde
Integrantes da Junta de Coordenação do Programa (PCB, sigla em inglês para Programme Coordinating Board), o colegiado de governança do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), visitaram, no início desta semana, o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), na Asa Sul, e a Policlínica 2 de Ceilândia. A expectativa é que as experiências observadas contribuam para a replicação de boas práticas nos países respectivos. Reunião da Junta de Coordenação do Unaids está sendo realizada no DF | Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF O colegiado está no Distrito Federal para a 57ª reunião do PCB, que foi aberta na terça-feira (16) e segue até esta quinta (18). As visitas de campo são sempre feitas na cidade-sede do encontro. O objetivo é apresentar a resposta nacional ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) e à Aids, destacando as especificidades do modelo de atenção à saúde adotado pelo país anfitrião, bem como os aprendizados que podem ser compartilhados no cenário internacional. “Explicamos como passamos aos pacientes com HIV todo o fluxo de atendimento e os serviços disponíveis na Secretaria de Saúde [SES-DF]”, detalhou o infectologista Lino Neves, da Policlínica II Ceilândia, que recepcionou o grupo para apresentar a resposta ao HIV/Aids na Regional Oeste de Saúde. [LEIA_TAMBEM]Assistência e cuidado no DF Durante todo o ano, a SES-DF oferece testes rápidos para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), além das profilaxias pré (PrEP) e pós (PEP) exposição ao HIV/Aids — métodos para evitar que novas pessoas se infectem pelo vírus. Esses tratamentos são encontrados em algumas unidades básicas de saúde (UBSs), no Cedin e na Unidade de Testagem, Aconselhamento e Imunização (Utai). No âmbito da pasta, foi criado, ainda, um grupo de trabalho interinstitucional para desenvolver o protocolo de fluxo da PrEP ao HIV às UBSs que atuam no sistema prisional do DF, iniciativa pioneira no Brasil. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Doença infecciosa que mais mata no mundo, tuberculose tem tratamento nas UBSs do DF
Começou aparentemente como uma gripe fraca. Não demorou para que a tosse seca evoluísse e as dores nas costas sugerissem acometimento dos pulmões. Jorge da Silva, 56 anos, buscou o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), da Secretaria de Saúde (SES-DF), no início de fevereiro de 2023. Lá, realizou exames e recebeu o diagnóstico de tuberculose pulmonar. Antes do fim daquele mês, na própria unidade especializada, ele deu início ao tratamento. Após seis meses, o morador do Gama estava curado da doença. Jorge alerta que não se pode minimizar a gravidade dos sintomas: “É preciso investigar direito, ir atrás de assistência, realizar os exames. Por teimosia, um quadro pode ser agravado e até levar ao óbito”. No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, instituído como 24 de março, a secretaria conscientiza sobre os sintomas e a importância de buscar atendimento nos primeiros sinais da doença. Arte: Secretaria de Saúde Atendimento especializado A transmissão da tuberculose ocorre por via respiratória, pela eliminação de aerossóis (partículas respiratórias) contaminados com o bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis) na tosse, na fala ou no espirro. Calcula-se que, durante um ano, uma pessoa sem tratamento possa infectar de dez a 15 pessoas. Caso a tosse siga por mais de três semanas, é necessário procurar atendimento em uma das 176 unidades básicas de saúde (UBSs) do DF. “A tuberculose é uma doença que pode ser diagnosticada em qualquer idade. É fundamental manter o vínculo com as equipes de Saúde da Família (eSF)”, explica o responsável técnico pela tuberculose na Gerência de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) da SES-DF, Ricardo Gadelha. A transmissão da tuberculose ocorre por via respiratória | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde Todas as UBSs do DF oferecem o diagnóstico e o tratamento – que deve ser seguido rigorosamente até o final. Para encontrar a unidade de referência, basta indicar o CEP. Crescimento A tuberculose é a principal causa de morte por doenças infecciosas no mundo, superando a covid-19, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2023, foram diagnosticados aproximadamente 8,2 milhões de casos – o maior número desde o início do monitoramento global, em 1995. Lembrado nesta segunda-feira (24), o Dia Mundial de Combate à Tuberculose conscientiza sobre os sintomas e a importância de buscar atendimento nos primeiros sinais da doença. UBSs realizam diagnóstico e oferecem tratamento para tuberculose Desde 2020, os diagnósticos de tuberculose no Brasil têm mostrado uma tendência crescente. Em 2020, a taxa era de 33,1 casos por 100 mil habitantes. Já em 2023, esse número subiu para 40 ocorrências a cada 100 mil habitantes, representando um aumento de mais de 15 mil casos por ano. No DF, em 2024, foram identificadas 480 novas ocorrências, sendo 392 de tuberculose pulmonar ー a forma mais frequente e também a principal responsável pela manutenção da cadeia de transmissão. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Centro Especializado do DF garante tratamento e acolhimento para pessoas vivendo com HIV
Depois de 19 anos convivendo com o HIV, Maria (nome fictício), de 38 anos, encontrou no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin) um espaço de cuidado que transformou sua rotina. “Comecei o tratamento em Taguatinga, mas, quando resolvi ter filhos, me indicaram o Cedin. Aqui tenho acesso a consultas com médicos, psicólogos e dentistas, além de medicamentos, tudo de graça. Não é só um tratamento, é um ponto de apoio para mim”, conta. O Cedin, localizado na 508/509 Sul, é referência no Distrito Federal. O local oferece acompanhamento multidisciplinar com mais de 70 profissionais especializados, além de um centro de testagem e aconselhamento para diagnóstico rápido de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). “Hoje o HIV é considerado uma doença crônica. Com acompanhamento semestral e medicação diária, a maioria dos pacientes leva uma vida praticamente normal”, explica o gerente do Cedin, Leonardo Ramos. O Cedin oferece acompanhamento com mais de 70 profissionais especializados, além de um centro de testagem e aconselhamento para diagnóstico rápido de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Avanços no tratamento e prevenção As técnicas adotadas pelo Governo do Distrito Federal refletiram na redução dos casos de Aids na capital, com o coeficiente de detecção caindo de 10,0, em 2019, para 7,0, em 2023, por 100 mil habitantes. Mesmo com a queda nos números, o diagnóstico e tratamento precoces continuam sendo um desafio. “Muitos ainda têm medo de fazer o teste, mas quanto mais cedo o vírus é identificado, maior a chance de um tratamento eficaz”, destaca a infectologista Denise Arakaki. Os medicamentos para tratamento do HIV, como antirretrovirais, são fornecidos pelo Ministério da Saúde e distribuídos gratuitamente nas unidades de saúde. Para aumentar a prevenção, o Cedin também aposta na Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento que reduz significativamente a transmissão do HIV. Atualmente, 3 mil pessoas utilizam a PrEP no DF, distribuída gratuitamente pela Secretaria de Saúde (SES-DF). “Para quem foi diagnosticado, o protocolo inclui consultas seriadas, exames e acesso facilitado ao tratamento”, explica o gerente do Cedin, Leonardo Ramos. Além disso, a rede de saúde também disponibiliza a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), indicada para casos de risco recente. Para aumentar a prevenção, o Cedin aposta na Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento que reduz significativamente a transmissão do HIV Um centro de acolhimento Mais do que um local de tratamento, o Cedin busca combater o estigma associado ao HIV. Para Maria, a acolhida fez toda a diferença. “Ainda enfrentamos preconceito, mas aqui somos respeitados. Aprendi que é possível levar uma vida normal com os cuidados necessários”, diz. “Aqui, lutamos pela não exclusão e pela inserção na sociedade. Tudo varia de acordo com o momento sociocultural, mas o nosso desejo é que, um dia, todas as pessoas com HIV possam revelar seu diagnóstico sem medo de sofrer represália”, defende a infectologista Denise Arakaki.
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Ambulatório Trans atende cerca de 200 pessoas em um único dia
O Núcleo de Atendimento Ambulatorial de Diversidade de Gênero, conhecido como Ambulatório Trans, atendeu, nesta terça-feira (10), cerca de 200 pacientes. A força-tarefa, que contou com o apoio de parcerias institucionais, busca reduzir a lista de espera por assistência na unidade. “Essa ação foi pensada para acelerar o acesso ao serviço. Desde o início da lista, em 2020, muitas pessoas trocaram de contato, dificultando o alcance, mas conseguimos convocar 200 dos 380 pacientes que estavam inscritos”, detalha a chefe do ambulatório, Sidneia Vasconcelos. A força-tarefa, que contou com o apoio de parcerias institucionais, busca reduzir a lista de espera por assistência na unidade | Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF Durante o evento, realizado no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), na Asa Sul, os usuários foram acolhidos pela equipe multidisciplinar da unidade. O objetivo é elaborar o Plano Terapêutico Singular (PTS), que considera as necessidades e intenções de cada paciente à Atenção Secundária. Além do plano, a força-tarefa também disponibilizou orientação jurídica sobre retificação de nome, por meio da Defensoria Pública (DPDF); testes em parceria com o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA); e autocoleta para prevenção do câncer de colo do útero com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília. Outras instituições também ofertaram serviços; entre elas a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF) e o Centro de Referência Especializado da Diversidade Sexual, Religiosa e Racial (Creas Diversidade). A cabeleireira Raissa Franklin, 55, foi uma das atendidas e elogiou a iniciativa. “Tenho diabetes e pressão alta e, aqui, encontrei a ajuda que precisava. Além disso, vou poder trocar meu nome”, revelou. Já para a autônoma Bebel Mendonça, 60, o mutirão representa um avanço no combate à transfobia e à exclusão: “É fundamental para nós, mulheres trans, principalmente as que estão acima dos 50 anos, que sofrem ainda mais discriminação. Ver que nossas demandas foram atendidas é emocionante.” Também presente no evento, a diretora regional de Atenção Secundária à Saúde da Secretaria de Saúde (SES-DF), Graciele Pollyanna Mertens, celebrou o momento. “Estou comovida. O ambulatório nasceu da luta de uma equipe comprometida e, hoje, vemos sua consolidação como uma unidade da SES-DF. Tenho certeza que continuaremos a crescer”, declarou. O ambulatório Criado em 2017, o Ambulatório Trans é referência no atendimento a essa população no DF. A unidade funciona de segunda a sexta e oferece suporte multidisciplinar de psicólogos, assistentes sociais, endocrinologistas, psiquiatras, entre outros. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Pacientes do Centro Especializado em Doenças Infecciosas ganham mais privacidade e segurança
A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, apresentou a representantes do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da sociedade civil as reformas realizadas na sede do Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin). “A Secretaria de Saúde está engajada nesta linha de cuidado e trabalhamos para ofertar o serviço com privacidade e segurança, além de promover um tratamento individualizado”, afirmou a gestora, em evento realizado sexta-feira (12). Os serviços estão sendo realizados no terceiro andar do prédio, localizado na Asa Sul. O objetivo é proporcionar aos pacientes um acolhimento discreto, com fácil acesso aos 30 consultórios, incluindo sete recém-instalados, e demais espaços do Cedin. Também houve reformas na farmácia e no laboratório. O Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA) agora conta com cinco consultórios e quatro salas de coleta de exames. No mesmo prédio, funciona também o Ambulatório Trans, com seis consultórios. Haverá, ainda, reformas no auditório e nas áreas administrativas. O objetivo da reforma é proporcionar aos pacientes um acolhimento discreto, com fácil acesso aos 30 consultórios e demais espaços do Cedin | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Somente entre janeiro e maio deste ano, o Cedin realizou mais de 17 mil atendimentos, de consultas a entrega de medicamentos. Cerca de 70% dos pacientes com HIV em tratamento no DF recebem suas medicações no local. A carteira de serviços inclui, ainda, profilaxia pré-exposição (PrEP) e profilaxia pós-exposição (PEP) do HIV, ambulatório de ginecologia, ambulatório de pediatria para crianças expostas ao HIV e acolhimento a pacientes com tuberculose, hanseníase, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) complexas, entre outros serviços. Diálogo com a sociedade O ativista de direitos humanos Michel Platini ressaltou a importância dessas unidades da Secretaria de Saúde e do encontro com a gestão da pasta. “O SUS [Sistema Único de Saúde] já preconiza esse diálogo entre a sociedade e os gestores, e hoje ele está sendo materializado aqui”, afirmou. Secretaria de Saúde mantém diálogo aberto com Ministério Público e sociedade civil a respeito das linhas de cuidados ofertadas Para o usuário do SUS Hae de Lima, que faz parte do Conselho de Saúde do DF, a valorização dessa linha de cuidados é de alto impacto na sociedade. “Esse espaço é importante para a população LGBTQIA+ e também para a população em geral”, acrescentou. A promotora de justiça do Núcleo de Direitos Humanos do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Adalgiza de Medeiros, também sublinhou a relevância do diálogo: “A Secretaria de Saúde se mostrou muito receptiva no sentido de atender às demandas colocadas primeiramente pela sociedade civil”. Um compromisso firmado entre a secretária de Saúde e os representantes do MPDFT e da sociedade civil foi o de ampliar as ações de comunicação tanto a respeito dos cuidados necessários para evitar a transmissão das ISTs quanto para combater o estigma de pacientes, especialmente das pessoas que vivem com o vírus HIV. Linha de cuidados A oferta de serviços da Secretaria de Saúde para o cuidado contra infecções sexualmente transmissíveis se inicia na Atenção Primária à Saúde, com a rede de 176 unidades básicas de saúde (UBSs), onde é possível realizar as testagens e, se necessário, iniciar os tratamentos necessários. Destaque também para o Núcleo de Testagem e Aconselhamento localizado na Rodoviária do Plano de Piloto. Somente em abril e maio, mais de 1,3 mil testes foram realizados no espaço, que se destaca por contar com isolamento acústico nas paredes para assegurar o sigilo dos atendimentos. A Secretaria de Saúde também realiza o amplo acesso de distribuição de preservativos masculinos e femininos em suas unidades localizadas em todo o Distrito Federal. *Com informações da Secretaria de Saúde
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DF tem rede referência de assistência a pacientes com doenças infecciosas
Causadas por micro-organismos como bactérias, fungos, vírus, parasitas e protozoários, as doenças infecciosas quando atingem gravidade têm um percentual relevante de mortalidade em todo o país. Por esse motivo, a prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos são essenciais para a manutenção da saúde da população. No Distrito Federal, a rede pública conta com uma cadeia de assistência a pacientes com as patologias que começa nas unidades básicas de saúde e pode passar por ambulatórios, hospitais e até o Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin). A rede pública do DF conta com uma cadeia de assistência a pacientes com doenças infecciosas que começa nas UBS’s e pode passar por ambulatórios, hospitais e até o Cedin | Fotos: Matheus H. Souza/ Agência Brasília “O mais importante em relação ao atendimento é que as doenças infecciosas perpassam todas as áreas. Tem um conjunto de doenças em que o tratamento acontece dentro dos próprios hospitais, com os pacientes internados. Temos também tratamentos nas áreas ambulatoriais especializadas, onde temos demanda sobretudo de pessoas com HIV, Aids e hepatites virais, mas a própria Atenção Primária consegue atender muitos casos, já que a imensa maioria tem um desfecho favorável desde que atendida nos primeiros estágios”, comenta o médico infectologista e Referência Técnica de Infectologia da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), José David Urbaez. As doenças infecciosas habitualmente têm um espectro clínico de iniciarem de forma leve, mas se não forem tomadas as devidas providências, elas evoluem e se tornam casos graves. Alguns componentes também são importantes para o desenvolvimento da doença, como a vulnerabilidade social e a imunossupressão. Segundo o médico infectologista, quadros de febre são considerados sinais de alerta para as patologias infecciosas em geral. Prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos são essenciais para a manutenção da saúde da população, em especial no que diz respeito a doenças infecciosas “Muitas delas têm uma característica fundamental que é provocar febre, que talvez seja um elemento muito orientador de tudo. Teve o sintoma, a orientação é procurar uma unidade básica de saúde para se fazer a abordagem semiótica e toda a parte de cuidados básicos, bem como os testes rápidos. A partir de um diagnóstico precoce rapidamente é possível tomar as atitudes cabíveis e tratar a doença”, informa. Atendimento especializado Há mais de dois anos, José (nome fictício) recebeu o diagnóstico de HIV. “Estava passando muito mal, com a imunidade baixa, a pele muito vermelha e fui em busca de saber o que era. Fui à UPA [unidade de pronto atendimento], fiz o exame, fui diagnosticado e me encaminharam para cá”, diz se referindo ao Cedin, local onde faz acompanhamento desde então. “Fiz mais exames aqui e uma semana depois passei a tomar o tratamento e fui melhorando”, conta. Para o homem, ser acolhido em um espaço especializado fez toda a diferença. Seja porque conseguiu abaixar a carga viral, seja pela assistência que conta no local. “O Cedin é a melhor coisa que tem. Está salvando a minha vida de forma gratuita. Querendo ou não, é uma grande ajuda. Eu não teria como comprar os medicamentos, seria tudo muito caro. Além do medicamento e dos exames, tenho tido acompanhamento psicológico e psiquiátrico, o que é muito acolhedor”, destaca. Atualmente, o Cedin é referência nos tratamentos para HIV/Aids, hepatites virais crônicas, tuberculose e hanseníase e também atende casos de HTLV (infecção causada pelo vírus T-linfotrópico humano) e de ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) complicadas, que não foram resolvidas na Atenção Primária. Por não se tratar de um serviço “porta aberta”, os pacientes são encaminhados por outras áreas de atenção da SES. “Atendemos pessoas que foram diagnosticadas com esses agravos fora daqui e que precisam de um atendimento mais específico. Servimos de retaguarda para a rede”, explica a infectologista do Cedin, Denise Arakati. A infectologista do Cedin, Denise Arakati, ressalta a importância do diagnóstico precoce: “A população precisa se atentar para os sinais e sintomas dessas doenças” A maior parte dos atendimentos no centro especializado é de pacientes com HIV. O local atende 60% dos casos em todo o Distrito Federal. “Temos em torno de 5,5 mil pacientes ativos com HIV. Também atendemos muitos casos de tuberculose resistente ou complicada, mas como eles têm alta, o número oscila bastante. A média é de 30 a 40 pacientes em acompanhamento”, acrescenta. A infectologista destaca a importância do diagnóstico precoce. “A população precisa se atentar para os sinais e sintomas dessas doenças, e procurar um serviço de saúde. Hoje, no Brasil, temos 100 mil pessoas com HIV que não sabemos quem são. Da mesma forma acontece com a tuberculose, detectamos de 80% a 90% dos casos, mas temos esse outro percentual que o sistema não consegue capturar. Então é importante se testar para essas doenças”, revela Denise.
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Incorporação da PrEP nas estratégias de prevenção ao HIV completa sete anos no SUS-DF
“Dá muito medo e muita vergonha também, porque a gente é muito orientado. Na inconsequência, na loucura, na bebida, no meio da emoção a gente acaba se descuidando”, desabafou o auxiliar de serviços gerais Fabiano Freire, 30, após ser contaminado por uma infecção sexualmente transmissível (IST). Sabendo dos serviços de saúde públicos por meio de amigos, ele se dirigiu ao Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin-DF), o antigo Hospital Dia localizado na 508 Sul, para receber atendimento. A PrEP completa sete anos no Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser prescrita por qualquer médico ou enfermeiro do DF | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília “Infelizmente não me cuidei e acabei adquirindo algo que graças a Deus é curável. E, mesmo sendo inconsequente, a gente tem um ambiente tão bom e agradável para ser acolhido, isso é tão importante, poder ter uma estrutura como essa, acesso a um serviço gratuito de qualidade, onde os funcionários atendem muito bem. Principalmente para quem, assim como eu, não tem condições financeiras. É ruim a gente se contaminar com uma coisa e não saber para onde ir, porque eu não tenho um plano de saúde que oferece esse serviço”, completou. Esse atendimento que acolheu Fabiano faz parte de uma grande rede de assistência. Entre as estratégias de saúde ofertadas pela rede pública do Distrito Federal, está a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), uma medida que combate o vírus que ataca o sistema imunológico e é causador da Aids. A estratégia de prevenção é eficaz e segura em pessoas com risco aumentado de adquirir a infecção e consiste no uso de medicamentos antirretrovirais (ARV). Disponível gratuitamente na rede pública de saúde desde 2018 em Brasília, a PrEP completa sete anos no Sistema Único de Saúde (SUS) e atualmente pode ser prescrita por qualquer médico ou enfermeiro do DF. Arte: Agência Brasília À frente da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Beatriz Maciel Luz explica que o funcionamento dos comprimidos de PrEP e Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) se dá no bloqueio de caminhos que o HIV usa para infectar o organismo. A partir do início da distribuição desse fármaco, em 2018, houve redução de novas infecções no DF – passando de 735 novos casos em 2018 para 674 em 2022. “Desde o ano passado o governo vem ampliando o atendimento e o acesso ao medicamento, já liberados para algumas UBSs. Hoje qualquer profissional de saúde pode prescrever a PrEP no DF e, além das outras estratégias, também há a inibição de lactação das mulheres soropositivas, com a distribuição de fórmula para as crianças”, explica a gerente. Ela frisa que, com a ampliação do programa em 2023, novos estudos serão feitos para analisar a incidência de casos no DF. Acesso às medicações “A PrEP não é só uma distribuição de medicação, ela é todo um programa que abrange desde o aconselhamento até a identificação do risco do usuário”, diz o gerente do Cedin, Leonardo de Sousa Ramos Tanto a PrEP quanto medicamentos estratégicos para pacientes com HIV são disponibilizados gratuitamente à população pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal que, em parceria com o Ministério da Saúde, desenvolve o programa de HIV/Aids. Para ter acesso a medicação, os pacientes devem preencher os requisitos estabelecidos pelo SUS e se enquadrar no público-alvo, que engloba determinados segmentos populacionais que, devido a vulnerabilidades específicas, estão sob maior risco de se infectar pelo HIV, em diferentes contextos sociais e tipos de epidemia. Os segmentos prioritários que têm indicação de PrEP são pessoas que frequentemente deixam de usar camisinha nas relações sexuais, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, trabalhadores do sexo, pessoas que fazem uso repetido da PEP e parcerias heterossexuais ou homossexuais nas quais uma das pessoas é infectada pelo HIV e a outra não. Os documentos necessários para ter acesso aos medicamentos são o Formulário de Cadastramento de Usuário SUS – PrEP e a Ficha de Atendimento para PrEP. Acesse aqui. Locais de retirada Ainda que o atendimento e a prescrição possam ser efetuados em qualquer UBS, a retirada dos medicamentos é feita em lugares específicos da rede pública, sendo eles: Farmácia Escola, Policlínicas do Lago Sul, de Taguatinga e de Ceilândia e também o Cedin, que possui um ambulatório especializado de PrEP e funciona nas quartas-feiras das 7h30 às 11h e das 13h30 às 17h. Algumas UBSs já fazem parte da ampliação do tratamento, como a UBS 1 de Sobradinho, a UBS 9 de São Sebastião, a UBS do Gama, a UBS 1 do Cruzeiro Novo, a UBS 2 do Recanto das Emas, a UBS 1 de Candangolândia e a UBS 7 de Ceilândia. O gerente do Cedin, Leonardo de Sousa Ramos, afirma que há vagas abertas na unidade para atendimento da população mais vulnerável. O gestor lembra também que na última semana foi inaugurado o Espaço Saúde na Rodoviária do Plano Piloto, que oferece testagem rápida e kits de autoteste gratuitos para a população. “A PrEP não é só uma distribuição de medicação, ela é todo um programa que abrange desde o aconselhamento até a identificação do risco do usuário. A partir disso, a gente poder dar orientação com relação ao combinado de medicação, camisinha, testagem regular e outras estratégias. Isso é interessante para que as pessoas que se encontram em vulnerabilidade e com risco de exposição procurem a unidade para se prevenir”, destacou Ramos. Diferenças entre a PrEP e a PEP Segundo a enfermeira do ambulatório PrEP e do CTA do Centro Especializado em Doenças Infecciosas, Leidijany Paz, todo ano mais de mil pessoas são diagnosticadas com HIV no DF Com a PrEP sendo uma estratégia preventiva e planejada, a PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV) funciona como uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha) ou, ainda, acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico). Por ser uma urgência médica, deve ser iniciada o mais rápido possível – preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas. A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde. Para ter acesso aos medicamentos é necessário que o paciente passe por uma consulta médica em um serviço de pronto atendimento para que o médico avalie se há necessidade ou não de iniciar a PEP. Se constatada a necessidade, o médico deverá preencher o Formulário de Solicitação de Medicamentos – Profilaxia e os medicamentos serão dispensados nos próprios hospitais e UPAS que fazem parte da rede SES DF. Também é recomendado avaliar todo paciente com exposição sexual de risco ao HIV para um eventual episódio de infecção aguda pelos vírus das hepatites A, B e C. No caso de acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico), o trabalhador acidentado deverá ser atendido imediatamente no seu local de trabalho, em conformidade com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de Risco à Infecção pelo HIV, IST e Hepatites Virais (BRASIL, 2018) e em cumprimento à Norma Regulamentadora nº 7 (BRASIL,1978). A PEP está disponível no Cedin (antigo Hospital Dia); na Farmácia Escola do Hospital Universitário de Brasília (HUB); nas Policlínicas de Taguatinga, Ceilândia, Gama, Planaltina e do Lago Sul; nas emergências dos hospitais que fazem parte da rede SES-DF; nas unidades de pronto atendimento (UPAs) e nas unidades básicas de saúde (UBSs). Para ter acesso aos medicamentos da PEP é necessário apresentar o documento de identificação com foto, o Cartão Nacional de Saúde – CNS (cartão do SUS) e o Formulário de Solicitação de Medicamento – Profilaxia. Diferentes estratégias É importante reforçar que a PrEP e a PEP fazem parte das estratégias de prevenção combinada do HIV. Dentro do conjunto de ferramentas da prevenção desta e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), inserem-se também: → A testagem para o HIV oferecida nas unidades de saúde da rede pública; → O uso regular de preservativos (que são distribuídos gratuitamente); → O diagnóstico oportuno e o tratamento adequado de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs); → A redução de danos e o gerenciamento de vulnerabilidades; → A supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral; → As imunizações contra hepatites virais. “É um serviço muito importante, tanto para mim quanto para os outros, porque a gente vem aqui, é bem atendido, o exame é rápido e já tem o resultado”, diz o aposentado Carlos Antônio de Lima O Cedin abriga também o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Brasília, que funciona por demanda espontânea ou agendamento. De acordo com a enfermeira do ambulatório PrEP e do CTA da unidade, Leidijany Paz, todo ano mais de mil pessoas são diagnosticadas com HIV no DF. “Esse número não precisava ser tão alto. Muitas vezes as pessoas chegam aqui preocupadas e ansiosas devido a uma exposição sexual desprotegida ou com alguma sintomatologia de IST. Aí ela passa pela coleta dos exames, pelo atendimento com um profissional que prescreve o tratamento e com certeza ela vai sair mais tranquila e orientada”, observa. A enfermeira pontua também que a unidade oferece um aconselhamento nessa área, onde a é identificada a vulnerabilidade que a pessoa tem e orienta quais estratégias de prevenção ela pode estar lançando mão no seu dia a dia para se prevenir. “É um serviço muito importante, tanto para mim quanto para os outros, porque a gente vem aqui, é bem atendido, o exame é rápido e já tem o resultado. Eu tenho diabetes, sou depressivo e, além de fazer o exame do HIV, eu acompanho com os médicos e faço meu tratamento certinho. Só temos a agradecer pelo SUS”, ressalta o aposentado Carlos Antônio de Lima, de 59 anos.
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Carnaval acaba, mas cuidados com as ISTs continuam
Os cuidados com a saúde sexual demandam atenção o ano inteiro, mas, passado o período de Carnaval, devem ser reforçados, seja por quem esteve protegido no período de festas, seja por quem não fez uso de preservativos. Para tanto, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) oferece tratamento gratuito em suas unidades e está à disposição da população. Quem teve relações sexuais deve ficar atento ao período de janela imunológica para saber quando procurar tratamento em caso de necessidade, conforme explica a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF, Beatriz Maciel Luz. “Após o Carnaval, há o aumento de buscas por testes rápidos para HIV, sífilis, hepatites B e C. Por isso é importante ressaltar que, para o período de janela imunológica, ou seja, os casos de exposição sexual durante o Carnaval, devem ser orientados para a profilaxia pós-exposição [até 72 horas após a situação de exposição sexual], pois a testagem antes de 30 dias da situação de risco não irá detectar as infecções sexualmente transmissíveis”, explica Beatriz. Na folia deste ano, a Secretaria de Saúde distribuiu preservativos e lubrificantes que foram entregues nos postos móveis durante todos os dias de festa. Foram distribuídos 43 mil preservativos externos, 4 mil internos e 4,5 mil lubrificantes. Durante o Carnaval, a Secretaria de Saúde distribuiu preservativos e lubrificantes nos postos móveis. Foram entregues 43 mil preservativos externos, 4 mil internos e 4,5 mil lubrificantes | Foto: Divulgação/SES-DF “O uso do preservativo interno ou externo ainda é a melhor forma de se proteger de todas as ISTs. Entretanto, é importante que todos conheçam as estratégias de prevenção combinada ao HIV e outras ISTs, que incluem o uso de uma ou mais formas de prevenção [PEP, PrEP, preservativo interno, externo, gel lubrificante, vacinas para hepatite B e HPV, testagem rápida da IST, entre outras]”, acrescenta a gerente da Secretaria de Saúde. Onde buscar atendimento [Olho texto=”“Após o Carnaval, há o aumento de buscas por testes rápidos para HIV, sífilis, hepatites B e C. Por isso é importante ressaltar que, para o período de janela imunológica, ou seja, os casos de exposição sexual durante o Carnaval, devem ser orientados para a profilaxia pós-exposição, pois a testagem antes de 30 dias da situação de risco não irá detectar as infecções sexualmente transmissíveis”” assinatura=” Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES-DF” esquerda_direita_centro=”direita”] Vale lembrar que os tratamentos para as ISTs (HIV, hepatite B, hepatite C, sífilis, HPV, gonorreia, infecção por clamídia, doença inflamatória pélvica) estão disponíveis de forma gratuita na rede pública. Em caso de suspeita, a pessoa deve procurar atendimento na unidade básica de saúde (UBS) mais próxima da residência. A lista das UBSs pode ser conferida aqui. Em caso de suspeita de infecção por alguma IST, as UBSs e o Núcleo de Testagem e Aconselhamento (NTA) fazem testagem para HIV, sífilis e hepatites B e C, com sigilo e confidencialidade. Para quem precisar recorrer basta comparecer ao NTA, localizado no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (CEDIN), na 508/509 Sul. Já as pessoas com alto risco de infecção pelo HIV podem buscar serviços de saúde para começar a profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP). Nesses casos, para conseguir tratamento e medicamento é necessária a prescrição médica (privada ou pública) ou a prescrição da enfermagem. Mais informações sobre as ISTs podem ser obtidas neste link. Monkeypox (Mpox) A gestora também alerta para a Mpox, transmissão que pode ocorrer por meio do contato com o animal ou com o humano infectado. O período de incubação da Mpox é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A principal forma de transmissão da Mpox ocorre por meio do contato direto entre pessoas (pele, secreções e contato com lesões cutâneas) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias. Ocorre, principalmente, por meio do contato direto pessoa a pessoa com as erupções e lesões na pele, fluidos corporais – tais como pus e sangue das lesões – de uma pessoa infectada. Além disso, lesões na boca e nas regiões genitais também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode ser transmitido por meio da saliva e das relações sexuais desprotegidas. “Após 30 dias da relação sexual desprotegida ou a qualquer momento caso surjam feridas nos órgãos sexuais ou pelo corpo ou sintomas como corrimentos e verrugas ano genitais, dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele, inclusive na palma das mãos, olhos e língua, e aumento de ínguas, deve-se buscar uma unidade básica de saúde ou o NTA para realizar os testes rápidos para HIV, sífilis, hepatite B, hepatite C e exame sorológico para confirmar ou descartar a Mpox”, alerta a especialista. Aumento de casos ?Segundo a Secretaria de Saúde, nos últimos anos houve um aumento de casos novos de sífilis, especialmente entre pessoas jovens e sexualmente ativas. De 2018 a 2022, foram notificados 10.676 casos novos de sífilis adquirida, 4.179 casos de sífilis em gestantes e 1.660 crianças com sífilis congênita. Em relação à infecção pelo HIV, de 2018 a 2022, foram registrados 3.684 casos novos notificados. No período, 1.333 casos evoluíram para Aids. A infecção pelo HIV predomina entre homens da faixa de 20 a 29 anos (45,5%), principalmente entre homens que fazem sexo com homens. Outro dado que levanta atenção é o de transmissão sexual de hepatites virais. De 2018 a 2022, foram detectados 552 novos casos novos de hepatite B e 841 novos casos de hepatite C.
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