Lacen-DF adquire insumos para maior precisão nos diagnósticos de Chagas e sífilis
O Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) iniciou processo de aquisição de insumos que vão aprimorar o diagnóstico de casos suspeitos da doença de Chagas e sífilis. A obtenção será realizada mediante o processo de comodato, que funciona como um empréstimo e é considerada uma forma mais eficiente e vantajosa do ponto de vista econômico. “A disponibilização da tecnologia de quimioluminescência por meio do processo de comodato permitirá que o Lacen-DF atenda integralmente à demanda das unidades públicas de saúde, assegurando qualidade e confiabilidade dos resultados emitidos”, ressalta diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo. Com o fornecimento contínuo dos reagentes, o Lacen-DF poderá agir com mais precisão e confiabilidade no diagnóstico de Chagas e Sífilis | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde Neste contrato, o fornecimento contínuo dos reagentes para os diagnósticos das doenças será garantido. Os insumos vão viabilizar a implantação de uma metodologia denominada “imunoensaio quimioluminescente”, que oferece mais precisão e confiabilidade nos resultados laboratoriais dos casos suspeitos. Atendendo recomendações do Ministério da Saúde para que os testes sejam realizados com alta sensibilidade e especificidade, a técnica reduz a interferência por reações cruzadas com outras patologias – como leishmaniose visceral, hanseníase e doenças autoimunes. Isso minimiza a ocorrência de resultados falsamente positivos ou negativos. “A implementação não apenas viabiliza a modernização do diagnóstico, mas também promove maior eficiência na gestão dos recursos públicos” Grasiella Araújo, diretora do Lacen-DF Para a diretora do Lacen-DF, essa forma de empréstimo resulta também em economia aos cofres públicos, uma vez que não requer grande investimento inicial na aquisição do equipamento. “A implementação não apenas viabiliza a modernização do diagnóstico, mas também promove maior eficiência na gestão dos recursos públicos, garantindo acesso à tecnologia de ponta sem comprometer o orçamento destinado à saúde pública”, explica. Doença de Chagas e sífilis A doença de Chagas é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida pelo inseto barbeiro. Durante o seu curso no organismo da pessoa, a doença apresenta duas fases, uma aguda – podendo ser sintomática ou não – e uma crônica, podendo ser cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva. Já a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Muitas vezes, apresenta sintomas discretos e a procura tardia pode causar complicações. No Distrito Federal, de 2019 a 2023, foram registrados 12 mil casos de sífilis adquirida, quase 5 mil de sífilis em gestantes e 1,6 mil casos em menores de um ano, incluindo abortos e natimortos. Ambas as doenças possuem cura e tratamento oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). *Com informações da Secretaria de Saúde
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Lançado plano distrital para eliminar transmissão de doenças de mãe para filho
A Secretaria de Saúde (SES-DF) lançou, nesta terça-feira (5), o Plano Distrital de Eliminação da Transmissão Vertical da doença de Chagas, sífilis e infecção pelo vírus-T linfotrópico humano do tipo 1 (HTLV). O documento estabelece ações de prevenção e monitoramento planejadas para o período de 2025 a 2030. O objetivo é erradicar, no Distrito Federal, a transmissão dessas enfermidades da mãe para o filho. A presidente do Comitê Central de Investigação da Transmissão Vertical, Daniela Magalhães, diz que, com o novo plano, a rede pretende fortalecer o pré-natal e o acompanhamento de crianças expostas à doença | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF O lançamento do plano ocorreu durante o 3º Fórum Ampliado de Transmissão Vertical e o 4º Ciclo de Monitoramento do Plano Integrado de Prevenção, Vigilância e Controle da Sífilis 2021-2024, no auditório do Hotel Brasília Imperial, na Asa Sul. “Estamos apresentando resultados que demonstram avanços no atendimento materno-infantil e os impactos positivos da parceria entre assistência e vigilância”, avaliou o secretário-adjunto de Assistência à Saúde (SAA), Lucimir Henrique Maia. Outro destaque do evento foi o lançamento do painel de monitoramento da sífilis congênita, já disponível no portal InfoSaúde-DF. O intuito é acompanhar o plano e as ações de vigilância. Ocorrências no DF Entre 2019 e 2023, por exemplo, a SES-DF registrou quase 5 mil casos de sífilis em gestantes e 1,6 mil de sífilis congênita em bebês menores de um ano. Com o novo plano, a rede pretende fortalecer o pré-natal e o acompanhamento de crianças expostas à doença. “Cuidar de mulheres e de pessoas que gestam é um marcador de desenvolvimento social, pois demonstra nosso empenho em construir uma rede de apoio inclusiva e fortalecida”, ressaltou a presidente do Comitê Central de Investigação da Transmissão Vertical, Daniela Magalhães. A elaboração do documento envolveu equipes das Subsecretarias de Vigilância à Saúde (SVS) e de Atenção Integral à Saúde (Sais) e está fundamentada em cinco eixos principais: gestão, programas e serviços, capacidade diagnóstica e qualidade dos testes, vigilância epidemiológica e qualidade de dados, e direitos humanos, igualdade de gênero e participação comunitária. Um dos maiores desafios, segundo Magalhães, foi criar uma estrutura clara e prática que fosse compreensível tanto à população quanto aos trabalhadores da saúde. A previsão é que o plano seja implementado em 2026. *Com informações da SES-DF
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Fórum debate transmissão vertical da doença de Chagas e da sífilis
Começou, nesta terça-feira (24), o 2º Fórum Ampliado de Transmissão Vertical, realizado junto ao 3º Ciclo de Monitoramento do Plano Integrado de Prevenção, Vigilância e Controle da Sífilis 2021 – 2024. Organizado pela Secretaria de Saúde do DF (SES), o encontro tem como objetivo discutir os desafios para erradicar a transmissão vertical (da gestante para o bebê) da doença de Chagas e da sífilis. Também faz parte da proposta monitorar as ações de prevenção, vigilância e controle em todas as regiões da saúde do DF. “São doenças que temos a possibilidade de eliminar”, explicou a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES, Beatriz Maciel | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Realizado no Hotel Brasília Imperial, o evento contou com a colaboração da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), parceria da Jica (sigla em inglês para Agência de Cooperação Internacional do Japão/Representação no Brasil) e participação do Ministério da Saúde, das superintendências das regiões de saúde do DF e de profissionais da área. Indicadores e metas “Estamos aqui para discutir o planejamento em saúde, o cuidado materno infantil e olhar com atenção os indicadores”, afirmou a diretora de Atenção Secundária da Secretaria de Saúde (SES), Juliana Queiroz de Araújo. “Planejamos o futuro a partir das ações do passado. Sem monitoramento não há crescimento.” Já o coordenador de Vigilância, Preparação e Respostas à Emergência e Desastres da Opas, Miguel Aragón, destacou o compromisso da SES diante dos objetivos estabelecidos na primeira edição do fórum, em 2022: “Não foi um compromisso só de palavras, mas de ação. E é trabalhando dessa forma que vamos juntos conseguir alcançar as metas”. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] A continuidade do fórum e do ciclo de monitoramento visa ampliar o olhar sobre a temática e desenvolver novas ações de erradicação. “São doenças que temos a possibilidade de eliminar; temos insumos para diagnósticos, tratamentos e formas de prevenir a transmissão vertical”, reforçou a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES, Beatriz Maciel. O intuito, segundo ela, é que cada participante do evento consiga difundir o que foi aprendido, e, a partir dessa discussão, as equipes elaborem estratégias de acordo com as peculiaridades de cada território. Premiação Nesta quarta-feira (25), as regiões de saúde vão apresentar os resultados dos indicadores, a fim de serem certificados com o selo de Boas Práticas, conforme determinado no fórum do ano anterior. “Trata-se de um reconhecimento pelo esforço das equipes de saúde na busca pela redução da sífilis congênita”, explicou Beatriz. A certificação é dividida em três categorias: ouro, prata e bronze. O selo é conquistado com o cumprimento de determinados indicadores. Testagem A SES oferece testagem rápida para sífilis em todas as unidades básicas de saúde (UBSs) e no Núcleo de Testagem e Aconselhamento, localizado no Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), na Asa Sul. No que diz respeito à doença de Chagas, desde 2014, a pasta faz a triagem de gestantes infectadas no primeiro trimestre do pré-natal. Entre 2014 e 2023, foram identificadas 400 gestantes com a doença de Chagas crônica no DF. Já os casos de sífilis congênita registrados entre janeiro e julho deste ano somam 238. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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Novo sistema reforça acompanhamento da Doença de Chagas
A população do Distrito Federal contará com um novo sistema de acompanhamento da Doença de Chagas (DC) pelo Programa e-SUS Notifica. A Secretaria de Saúde (SES) – que já monitora os casos agudos na rede pública de saúde – passa a usar a ferramenta para registrar também a forma crônica da doença, que pode se desenvolver quando não ocorre a cura na fase aguda. O novo monitoramento vai aprimorar os processos de vigilância epidemiológica e garantir a qualidade dos dados registrados. O DF não apresenta cenário de transmissão, ou seja, não há registro de infecções recentes de moradores. Por cuidado, no entanto, a enfermidade segue na atenção da área de Saúde, que acompanha pacientes infectados em outras regiões do Brasil e com sequelas da doença. A Doença de Chagas é causada por um protozoário hospedado pelo barbeiro, um tipo de percevejo; DF não apresenta cenário de transmissão | Foto: Divulgação/Agência Saúde A gerente de Vigilância das Doenças Transmissíveis, Kênia Oliveira, explica que o monitoramento só ocorria para os casos agudos, mesmo sem notificações no DF. “A implementação do Sistema de Notificação da Doença de Chagas permitirá saber quem são e onde estão as pessoas afetadas e compreender a magnitude da doença na capital. Hoje, o nosso foco tem sido em gestantes e nos filhos de mães positivas [para Chagas].” Com a nova estratégia do Ministério da Saúde, os profissionais conseguirão dar uma devolutiva mais aprofundada sobre a enfermidade. A Doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, hospedado pelo barbeiro, um tipo de percevejo. Apresenta uma fase aguda, que pode ser sintomática ou não, e uma fase crônica, a qual pode se manifestar nas formas indeterminada (assintomática), cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva. [Olho texto=”“É muito mais difícil encontrar o animal na área urbana porque ele precisa das condições necessárias para viver. Ele gosta de lugares úmidos, escuros, sujos e com frestas”” assinatura=”Vilma Feitosa, bióloga na Gerência de Vigilância Ambiental de Vetores e Animais Peçonhentos e Ações de Campo” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Vulnerabilidade A vigilância é fundamental, pois, segundo o Boletim Epidemiológico: Territorialização e vulnerabilidade para Doença de Chagas Crônica do Ministério da Saúde, o DF tem o terceiro maior índice de vulnerabilidade para Chagas crônica do país, atrás de Goiás e Minas Gerais, respectivamente. De acordo com a área técnica, o monitoramento da infecção por Trypanosoma cruzi na população vai proporcionar dados essenciais para o planejamento e a definição de estratégias de vigilância epidemiológica e de atenção à saúde. O objetivo é reduzir os impactos negativos que a doença provoca na vida das pessoas. A SES também acompanha e atua na prevenção de barbeiros por meio da Vigilância Ambiental. Atuante na área há mais de 40 anos, Vilma Feitosa, bióloga na Gerência de Vigilância Ambiental de Vetores e Animais Peçonhentos e Ações de Campo, ressalta que a circulação do inseto continua, principalmente, no período chuvoso, iniciado em outubro, sendo a presença no DF em mais de 90% na área rural. “É muito mais difícil encontrar o animal na área urbana porque ele precisa das condições necessárias para viver. Hoje, as casas são rebocadas e o inseto tem mais dificuldade de se esconder. Ele gosta de lugares úmidos, escuros, sujos e com frestas, em locais muito próximos à fonte de alimento”, alerta a especialista. Por isso, era comum ser encontrado em casas de pau a pique. Na cidade, pode ser localizado em quintais junto a galinheiros e canis, por exemplo. Controle no DF [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Caso o cidadão suspeite ter visto um barbeiro, pode entregar o inseto em um dos 84 pontos disponibilizados pela SES. Caso haja a confirmação de que o percevejo é mesmo o barbeiro, uma equipe retorna ao domicílio e realiza uma inspeção à procura de outros exemplares e, se necessário, intervém com a utilização de inseticida apropriado. A espécie predominante no DF é a Panstrongylus megistus. Perfil de paciente de risco para a Doença de Chagas ? Ter morado ou morar em área com relato de presença do vetor transmissor (barbeiro) e/ou em habitação onde possa ter ocorrido o convívio com vetor transmissor; ? Residir ou ser procedente de área com registro de transmissão de Trypanosoma cruzi ou com histórico epidemiológico sugestivo da ocorrência da transmissão da doença; ? Ter feito transfusão de sangue ou hemocomponentes antes de 1992; ? Possuir familiares ou pessoas do convívio habitual que tenham diagnóstico da enfermidade, em especial mãe e/ou irmão(s) com infecção comprovada. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Saúde atua para interromper transmissão vertical da doença de Chagas
Profissionais de saúde do Distrito Federal reuniram-se nesta quarta-feira (19) com integrantes do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) para o debate sobre ações que contribuam para a interrupção da transmissão vertical – de gestante para criança – da doença de Chagas. A iniciativa corresponde ao segundo dia do 1º Fórum Ampliado de Transmissão Vertical da Doença de Chagas e da Sífilis. Discussões dos grupos de trabalho, no fórum, permitiram a reflexão acerca do que já está implementado e do que pode vir a ser aprimorado para a interrupção das doenças congênitas | Foto: Tony Winston/Agência Saúde Em 2022 foi estabelecido o Pacto Nacional para a Eliminação da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis, Hepatite e Doença de Chagas. Diferentemente da sífilis, cujo plano de monitoramento e enfrentamento encontra-se em implementação, a doença de Chagas é passível de eliminação por meio de qualificada atenção no pré-natal e no período neonatal e do diagnóstico e tratamento de mulheres em idade fértil infectadas por Trypanosoma cruzi para reduzir a possibilidade da transmissão da gestante para a criança. A rede pública de saúde distrital já realiza desde 2014, com destaque sobre as demais unidades federativas, a triagem de gestantes infectadas no primeiro trimestre do pré-natal. A fim de avançar no mapeamento do cenário epidemiológico da doença de Chagas congênita, foi dado início, no último bimestre de 2022, à investigação de filhos de mães detectadas com doença de Chagas na gestação de 2017 a 2021. O inquérito é coordenado pela Gerência de Vigilância das Doenças Transmissíveis. “Os dados vão nos auxiliar na realização de um diagnóstico situacional para posterior implementação de medidas de prevenção e controle no âmbito da saúde pública do Distrito Federal. Quanto mais colhermos informações e opiniões com os envolvidos, mais capazes seremos de encontrar êxito no desenvolvimento de políticas públicas”, garante a referência técnica distrital em Vigilância da Doença de Chagas, Gizeli de Lima. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Os debates desta quarta-feira tiveram essa motivação. Além de apresentar os dados parciais da investigação de Chagas para os profissionais que atuam diretamente no serviço, as discussões dos grupos de trabalho permitiram a reflexão acerca do que já está implementado e do que pode vir a ser aprimorado para a interrupção das doenças congênitas. “Estamos alinhados com o Pacto Nacional. Esse momento foi muito importante para que cada profissional se reconheça enquanto ator importante desse fluxo de trabalho, enxergando o que o outro faz e qual o impacto na minha atividade”, avalia a gerente substituta da Vigilância das Doenças Transmissíveis (GVDT), Marília Graber França. O trabalho em desenvolvimento pela Gerência de Vigilância das Doenças Transmissíveis e Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Subsecretaria de Vigilância em Saúde vislumbra, para além da eliminação da transmissão vertical, a estruturação de uma linha de cuidados que contemple a doença de Chagas em todas as suas fases, alinhando diagnóstico, tratamento, fortalecimento da vigilância e educação permanente. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Fórum debate estratégias para proteger bebês de sífilis e doença de Chagas
Profissionais de saúde do Distrito Federal discutem até esta quarta-feira (19) estratégias para zerar casos de transmissão vertical de sífilis e de Chagas. Isso é, quando a contaminação ocorre na gestação ou no parto. O objetivo do encontro é monitorar ações de prevenção, vigilância e controle em todas as Regiões de Saúde do DF. Organizado pela Secretaria de Saúde (SES), em colaboração com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), o 1º Fórum Ampliado de Transmissão Vertical da Chagas e da Sífilis reuniu dados, planos e práticas bem-sucedidas. O evento, que começou nesta terça-feira (18) e vai até quarta (19), também abrange o 2º Ciclo de Monitoramento do Plano Integrado de Prevenção, Vigilância e Controle da Sífilis 2021-2024 do DF. O primeiro dia foi dedicado a discussões e soluções para sífilis. “Precisamos entender a realidade, em que aspecto há vulnerabilidade de transmissão das mães para os filhos e que ações podemos discutir e executar para eliminar os casos”, afirmou o secretário de Vigilância Sanitária, Divino Valero Martins, representante da SES na abertura do fórum. O 1º Fórum Ampliado de Transmissão Vertical da Chagas e da Sífilis teve início nesta terça-feira (18) e vai até esta quarta (19) | Foto: Tony Winston/Agência Saúde Incidência De 2017 a 2021, foram notificados na capital federal 1.645 casos de sífilis congênita (passada na gestação ou no parto) em bebês de até um ano de idade, segundo dados do boletim epidemiológico da SES. Desse total, a Região Sudoeste de Saúde registrou 474 ocorrências (28,8%), seguida pela Região Oeste, com 384 (23,3%), e a Região Norte, que notificou 317 (19,2%). Entre os desafios no tratamento da doença estão a vulnerabilidade de algumas populações e a dificuldade de abordar os parceiros da pessoa infectada. “Há problemas de registros também. Precisamos ajustar notificações e registrar com o código correto”, exemplificou a responsável técnica pela vigilância da sífilis adquirida em gestante e congênita da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES, Daniela Magalhães. A notificação da sífilis – seja adquirida, em gestantes ou congênita – é obrigatória para médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados da área. [Olho texto=”“Precisamos entender a realidade, em que aspecto há vulnerabilidade de transmissão das mães para os filhos e que ações podemos discutir e executar para eliminar os casos”” assinatura=”Divino Valero Martins, secretário de Vigilância Sanitária” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O representante da Opas, Miguel Aragón, enfatizou a importância do monitoramento da doença. “Aquilo que não se controla, não se faz. E isso precisa ser feito com a integração de todos e dos serviços, não em escritório, mas com quem atende [na ponta].” Durante o fórum, o Ministério da Saúde (MS) apresentou o Guia para Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e Sífilis. Além dos critérios e indicadores necessários para conseguir a certificação, a pasta federal explicou como funciona o Selo de Boas Práticas rumo à Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e Sífilis, que reconhece metas gradativas em três categorias – bronze, prata e ouro. O objetivo é uma dupla eliminação, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). A gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da SES, Beatriz Maciel, compartilhou que o monitoramento e a coleta de dados em busca da certificação para o DF serão realizados por um grupo de trabalho que, após a consolidação do relatório, enviará o documento ao Ministério da Saúde. Doença de Chagas O fórum recebe nesta quarta-feira (19) representantes do Ministério da Saúde para tratar do Pacto Nacional para a Eliminação da Transmissão Vertical da doença de Chagas. Além disso, serão apresentados os resultados parciais da investigação epidemiológica dos filhos de mães portadoras da enfermidade no DF. Na ocasião, a SES expõe proposta para o estabelecimento de fluxos de assistência e vigilância para a doença de Chagas. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Doença de Chagas é alvo de atenção constante no DF
A data de 14 de abril está marcada no calendário como Dia Internacional da Doença de Chagas. A enfermidade, transmitida pelo inseto triatomíneo, popularmente chamado de barbeiro, pode levar mais de 20 anos para se manifestar. No Distrito Federal, porém, a doença não é uma ameaça. [Olho texto=”Dos 931 barbeiros capturados no DF entre 2019 e 2021, apenas 46 estavam contaminados com o protozoário que causa a doença de Chagas” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] A gerente de Vigilância das Doenças Transmissíveis (GVDT/Divep), Kenia Oliveira, destaca que as autoridades de saúde se mantêm em “constante vigilância de casos em humanos com exposição a esses insetos infectados”. Nos últimos anos, não houve registros de infecção aguda aqui. A infecção ocorre da seguinte forma: o inseto pode carregar nas fezes o protozoário Trypanosoma cruzi, causador da doença. O barbeiro libera os dejetos na pele do ser humano enquanto suga o sangue. A pessoa, então, sente coceira, leva a mão ao local da picada e acaba fazendo contato das fezes com a pele, contaminando a corrente sanguínea. A Doença de Chagas se dá por meio do barbeiro; a infecção ocorre quando o inseto libera dejetos na pele do ser humano enquanto suga o sangue | Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz A transmissão pode ocorrer ainda de mãe para filho durante a gravidez. Por isso, a GVDT também monitora mulheres gestantes. “Mas até o momento não temos notificações de casos agudos da doença”, assegura Kenia Oliveira. Nos últimos três anos, a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), responsável pelo controle dos vetores de doenças endêmicas e de animais peçonhentos, capturou 931 barbeiros, sendo 204 no ano passado, 607 em 2020 e 120 em 2019. Dos 931 barbeiros capturados entre 2019 e 2021, apenas 46 estavam contaminados com o protozoário que causa a doença de Chagas. [Olho texto=”Quem encontrar um barbeiro pode capturá-lo com cuidado, evitando contato direto, e levá-lo a um dos 83 postos de informações de triatomíneos (PITs) espalhados pelo DF” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Como proceder Quem encontrar um barbeiro pode capturá-lo com cuidado, evitando contato direto, e levá-lo a um dos postos de informações de triatomíneos (PITs) espalhados pelo DF. Há 83 deles pela capital, sendo 67 em escolas, postos de saúde e ou outras entidades públicas. Outros 15 ficam nas sedes dos Núcleos Regionais da Vigilância Ambiental em Saúde/Inspetorias, um na Universidade de Brasília (UnB) e outro na sede da Dival. A lista com todos os endereços pode ser consultada no site da Secretaria de Saúde. Quando não for possível o deslocamento, os servidores da Dival também podem ir ao local onde o inseto suspeito foi encontrado. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, exceto feriados e finais de semana. Se houver a confirmação de que se trata de um barbeiro, são acionadas medidas de controle. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Uma vez confirmado que o inseto encontrado é um triatomíneo, uma equipe da Dival realiza a inspeção minuciosa e borrifação para evitar que o barbeiro se instale na residência. Quando o barbeiro é localizado em um dos cômodos internos do imóvel, todos os moradores são submetidos a análise sorológica para descartar qualquer possibilidade de transmissão pelo vetor contaminado. A pesquisadora em Ciências da Saúde Vilma Ramos Feitosa, bióloga da Dival, reforça o papel do morador na vigilância contra o inseto. “O barbeiro só aparece à noite, para se alimentar. Na busca diurna é possível encontrá-lo, mas é muito difícil, porque ele se esconde bem para ninguém o incomodar. A importância do morador é essa: aquele que mora e cuida verá com mais precisão qualquer inseto suspeito”, diz. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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Período chuvoso facilita surgimento de barbeiros
O protozoário (parasita) causador da doença é o Trypanosoma cruzi e está presente nas fezes do barbeiro. Não há casos autóctones da Doença de Chagas registrados no DF. Em 2020 foram encontrados 536 barbeiros em todo o DF, sendo 99,2% em áreas rurais | Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz Com a chegada do período chuvoso, a Vigilância Ambiental alerta para a possibilidade de que os barbeiros (triatomíneos) – insetos que podem transmitir a Doença de Chagas – apareçam na área urbana, principalmente em residências próximas a locais arborizados, motivados pela procura de alimentos e atraídos pela luz artificial das moradias. O protozoário (parasita) causador da doença é o Trypanosoma cruzi e está presente nas fezes do barbeiro. Não há casos autóctones da Doença de Chagas registrados no Distrito Federal. Em 2020 foram encontrados 536 barbeiros em todo o DF, sendo 99,2% em áreas rurais. “A invasão dos insetos dentro das residências de área urbana, principalmente em apartamentos, é rara e pode ser explicada porque os voos dos barbeiros são auxiliados por correntes de ventos ou se alojam em penas dos pássaros, provenientes de matas próximas’, informa a bióloga da Vigilância Ambiental, Vilma Ramos. A bióloga destaca que “não é porque o barbeiro está com o parasita que ele vai infectar uma pessoa”. Entre a infecção chagásica e a possibilidade de adoecer com a doença de Chagas vários fatores devem estar relacionados, como tempo de evacuação do vetor após se alimentar; do prurido (coceira) causado no local da picada; da quantidade de parasitas tripanosomas introduzidos na picada, fator de grande importância para o desenvolvimento da doença; entre outros. “O barbeiro pica a pessoa, que sentirá uma coceira, arranha a pele e é aí que pode haver o contato do parasita presente nas fezes com a pele lesionada, contaminando a corrente sanguínea. É um processo complexo e não tão simples de acontecer”, destaca Vilma. O Programa de Vigilância Entomológica dos Triatomíneos, da Vigilância Ambiental, tem como objetivo atuar no domicílio para interromper a infestação e/ou reinfestação dos barbeiros. A partir disso, são adotadas medidas operacionais para o controle, que incluem barreiras físicas nos locais que possam ser esconderijos deles e a intervenção com aplicação de produto químico, quando assim o exigir. A orientação é de que os insetos suspeitos de serem barbeiros sejam capturados em um vidro ou sacola, sem colocar em álcool ou água, e enviados à Vigilância Ambiental para confirmação da espécie e contaminação. A Vigilância pode ser acionada pelo telefone 2017-1344 ou diretamente nos Núcleos Regionais de Vigilância Ambiental (veja aqui os endereços). “A amostra seguirá para laboratório para identificação. Se for confirmado que trata-se do barbeiro, o agente da Vigilância agendará uma inspeção na casa do morador e, se necessário, aplicará as medidas indicadas para o controle”, reforça Vilma. Recomendações A coleta do inseto suspeito deve ser precedida de cuidados para não esmagar, apertar, bater ou danificar o inseto, protegendo bem a mão com luva ou saco plástico. É preciso ter o cuidado de não tocar diretamente o inseto ou acondicioná-los em recipientes plásticos ou de vidro, com tampa de rosca para evitar a fuga. As amostras coletadas de barbeiros em diferentes ambientes (quarto, sala, cozinha, anexo ou quintal) deverão ser acondicionadas separadamente, com os recipientes rotulados: data, endereço completo e nome do responsável pela coleta, local de captura, se dentro da casa (qual o cômodo) ou fora dela. Nas residências as recomendações são de instalar telas apropriadas nas janelas, a fim de criar uma barreira mecânica ao ingresso de barbeiros e outros insetos ou animais indesejados. Os locais com potencial de se tornar esconderijos de barbeiros deverão ser tampados/vedados. Na limpeza do domicílio devem ser inspecionados atrás dos quadros nas paredes e embaixo dos colchões e travesseiros, para verificação sistemática de possíveis esconderijos dos insetos pela proximidade com a fonte alimentar (pessoas dormindo). Também devem ser observadas frestas em paredes e, ainda, evitar amontoados de pertences que sirvam de esconderijos. *Com informações da Secretaria de Saúde Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz
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