Piscicultores do DF e Entorno se reúnem para debater redução de custos e estratégias de mercado
A Emater-DF promoveu, na quinta-feira (27), o 19º Encontro de Piscicultores do Distrito Federal e Entorno. A atividade, que reuniu aproximadamente 45 produtores e empreendedores, ocorreu na propriedade Terra Maré Pescados, localizada no núcleo rural Ponte Alta, no Gama, onde o produtor Eber Maia desenvolve a atividade de piscicultura. Na abertura do encontro, a diretora-executiva da Emater-DF, Loiselene Trindade, ressaltou os avanços alcançados na tecnificação e na qualificação da produção de pescado no DF. “O desafio é vender o peixe, ou seja, fechar a cadeia produtiva de forma que o piscicultor consiga acesso ao mercado e ter rentabilidade”, destacou. Para alcançar esse objetivo, Loiselene reafirmou a importância da organização rural. “É fundamental que os produtores estejam juntos em cooperativas ou associações. Na Emater-DF, temos um grupo de trabalho engajado e pronto para ajudar os piscicultores no que for preciso para fortalecer essa cadeia”, observou a diretora. O responsável pelo Programa de Aquicultura da Emater-DF, Adalmyr Borges, reforçou a ideia de organização. “Com grupos trabalhando juntos, os produtores de pescado conseguem reduzir custos em compras de ração”, exemplificou. A atividade reuniu aproximadamente 45 produtores e empreendedores | Foto: Divulgação/Emater-DF O secretário da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno, também bateu na tecla da organização. “Sozinho, o produtor não vai a lugar nenhum. Além de estar em cooperativas ou associações, é importante participar da Câmara Setorial da Aquicultura, por exemplo, que é o fórum onde o governo escuta as demandas do setor”, apontou. Durante o encontro, o empreendedor da Terra Maré Pescados, Eber Maia, fez um resumo do trabalho realizado na propriedade. “Temos 42 tanques lonados com geomembrana (uma lona mais resistente), onde são criados os peixes. O controle da água, da ração e da saúde dos animais é feito de forma muito rígida, com o objetivo de manter a qualidade do produto”, afirmou. O cuidado é tanto que os alevinos são vacinados um por um. “Com uma equipe de quatro pessoas, conseguimos imunizar entre 15 mil e 20 mil peixes por dia”, atestou Eber Maia. Em seguida, Adalmyr Borges falou sobre o mercado do pescado em Brasília e o pesquisador Luiz Freitas, da Embrapa Cerrados, discorreu sobre Boas Práticas de Manejo para reduzir os custos de produção. De acordo com dados de 2024 da Emater-DF, o Distrito Federal possui 651 piscicultores, numa área de 62 hectares de lâmina de água. A produção total foi de 2,2 mil toneladas. *Com informações da Emater-DF
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Força feminina no campo marca o 9º Encontro Distrital de Mulheres Rurais
Mais de 500 mulheres de diversas comunidades rurais do Distrito Federal participaram, nesta quarta-feira (19), do 9º Encontro Distrital de Mulheres Rurais, promovido pela Emater-DF no auditório da Novacap. O evento reuniu agricultoras, trabalhadoras e lideranças femininas e ofereceu serviços como corte de cabelo, maquiagem, exame de vista, além de orientações sobre nutrição, plantas aromáticas e crédito rural. Pela manhã, as participantes entregaram à vice-governadora Celina Leão uma carta com propostas e demandas voltadas às mulheres e suas comunidades. A vice-governadora destacou o papel das mulheres rurais na construção de comunidades mais fortes e reforçou que políticas públicas eficazes começam pela educação e pelo cuidado com as famílias, áreas em que o governo tem ampliado investimentos, e que ouvir quem vive e produz no campo é essencial para garantir dignidade e inclusão. “É pensando nas famílias, especialmente nas mulheres, que estamos ampliando políticas públicas essenciais. Para mim, como mulher e mãe, esse compromisso tem um significado especial. Ver vocês aqui, unidas e fortalecidas, mostra a força das mulheres rurais do DF. Nosso trabalho é garantir que vocês tenham mais oportunidades, segurança e condições dignas para viver e produzir”, afirmou a vice-governadora. O presidente da Emater-DF, Cleison Duval, destacou que o encontro é resultado de um trabalho de muita mobilização, formações e atividades em 20 comunidades rurais. Ele ressaltou o papel das extensionistas e economistas domésticas da empresa, que atuam diretamente com as mulheres do campo, promovendo autonomia, protagonismo e desenvolvimento produtivo. Pela manhã, as participantes entregaram à vice-governadora Celina Leão uma carta com propostas e demandas voltadas às mulheres e suas comunidades | Fotos: Divulgação/Emater-DF “Todo esse movimento segue alinhado ao planejamento estratégico do GDF, às metas de combate à fome, geração de renda e qualidade de vida no campo. A Emater-DF não arreda o pé: estamos aqui para apoiar, fortalecer e acreditar no protagonismo das mulheres rurais”, afirmou o presidente. Para o secretário de Agricultura Rafael Bueno, o encontro demonstra a força da mulher rural e a união. Ele destacou que foi por meio de demandas apresentadas pelas mulheres durante esses eventos que surgiram as primeiras creches rurais, asfaltamento em algumas regiões e a implantação de unidades de saúde. “Este encontro é o espaço onde elas apresentam suas demandas reais, e isso gera resultados concretos. São necessidades que nos direcionam a oferecer dignidade e qualidade de vida às mulheres rurais. Parabenizo a Emater-DF pelo trabalho belíssimo”, enfatizou o secretário. A secretária da Mulher Giselle Ferreira reforçou a importância da presença ativa das políticas públicas nos territórios rurais. “As nossas políticas públicas precisam chegar até onde as mulheres estão. Estar perto, ouvir e agir é o que transforma a realidade de quem vive e produz no campo. Este encontro mostra que a pauta das mulheres é de todo o GDF, que tem atuado de forma conjunta para garantir segurança, qualidade de vida e assistência às mulheres do Cerrado”, afirmou. O evento contou ainda com a presença do presidente da Novacap, Fernando Leite; da deputada federal Bia Kicis; e do deputado distrital Tiago Manzoni, entre outros parceiros institucionais. Durante todo o dia as mulheres participaram de diversas atividades, mas a mais animada e esperada por elas foi a gincana Gincana e criatividade Durante todo o dia, as mulheres participaram de diversas atividades, mas a mais animada e esperada por elas foi a gincana. Divididas em grupos, as mulheres participaram de quatro atividades: concurso de receitas, apresentação musical, grito de torcida e exposição de artefatos produzidos pelas equipes. Os grupos foram organizados por escritório local da Emater-DF e, ao longo dos pré-encontros, receberam incentivo para criar as peças e preparações que concorreram na disputa. De acordo com a produtora Eliana Fontenele, de São Sebastião, as atividades e a convivência fortaleceram as trocas entre diferentes regiões do DF. “É muito bom conhecer cada mulher de cada região diferente. É muito importante para a gente aprender e se manter unida”, destacou. Durante o evento, ela ganhou uma atividade da gincana e conquistou pontos para a sua equipe, o que, para ela, reforçou o espírito de diversão e cooperação entre as mulheres. Laís Cristina Silva de Melo, do Núcleo Rural Rajadinha (Paranoá), disse que a experiência vai além da competição da gincana. “A gente não ganha em premiação, ganha em convivência”, resumiu. Já a produtora Noilde de Jesus, de Brazlândia, que participa desde a primeira edição, lembrou como esses encontros transformaram sua trajetória. “Acho que participo desde o primeiro encontro e cheguei sem nenhum conhecimento. Ao longo dos anos aprendi a me valorizar e a passar o que eu sei para outras mulheres. Hoje eu lidero mulheres." A economista doméstica da Emater-DF Selma Tavares, responsável pela organização do encontro na empresa, destacou o alto nível das produções culinárias apresentadas na gincana. “Frutos típicos do Cerrado, como pequi, baru e cagaita, foram incorporados a bolos, brigadeiros, licores e outros pratos tradicionais. Isso mostra o potencial das mulheres do campo na gestão do negócio rural e na elevação da renda das famílias”, observou. Na gincana, Brazlândia, Planaltina, Taquara, Paranoá e Ceilândia foram as regiões ganhadoras das primeiras colocações. *Com informações da Emater-DF
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Curso de capacitação em cafeicultura atende extensionistas e produtores
A partir desta terça (11) até quinta-feira (13), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e a Embrapa Café realizam o Curso de Capacitação em Cafeicultura, voltado a extensionistas rurais e produtores. A iniciativa integra o convênio firmado entre as duas entidades, com o objetivo de fortalecer o desenvolvimento da cafeicultura no DF, disseminando tecnologias e boas práticas geradas pelo Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. O curso ocorre na Casa do Cerrado e na sede da Emater-DF, no Parque Estação Biológica, e foi estruturado para atender às principais demandas identificadas em diagnóstico socioeconômico realizado com produtores locais. Entre os desafios apontados estão a escassez de mão de obra, o controle de pragas e doenças, o manejo da irrigação e a gestão das propriedades. De acordo com o diagnóstico da Embrapa, atualmente o Distrito Federal conta com cerca de 134 propriedades especializadas na produção de café arábica, totalizando 438 hectares cultivados. A produtividade média — 50 sacas por hectare — supera a média nacional, estimada em 30 sacas. O Curso de Capacitação em Cafeicultura busca atender às principais demandas identificadas em diagnóstico socioeconômico realizado com produtores locais | Foto: Divulgação/Emater-DF Formação técnica e troca de experiências A programação será dividida em três módulos temáticos, ministrados por especialistas da Embrapa Café, Epamig, IDR-Paraná e Senar-DF. O primeiro módulo aborda a implantação de lavouras cafeeiras, com temas como escolha de cultivares, preparo do solo, nutrição, tratos culturais, irrigação e controle de pragas e doenças — com destaque para o bicho-mineiro, a broca e a ferrugem. "Essa capacitação é essencial para impulsionar a retomada da cadeia produtiva local. O Distrito Federal tem todas as condições de produzir cafés diferenciados e de alta qualidade, voltados a cafeterias e consumidores que valorizam origem e sabor" Rafael Bueno, secretário de Agricultura O segundo módulo trata da colheita e do pós-colheita, abordando desde a colheita manual e mecanizada até o processamento do café (via natural e via úmida), secagem, beneficiamento, armazenamento e torrefação. Já o terceiro módulo foca na administração da propriedade cafeeira, com ênfase no planejamento da produção, gestão de custos, comercialização e estudo de caso sobre práticas de gestão em pequenas propriedades. Segundo o plano de trabalho do convênio, esta capacitação faz parte de um ciclo de cinco etapas: diagnóstico da cadeia produtiva, capacitação técnica, qualificação em beneficiamento e torrefação, implantação de unidades demonstrativas e realização de dias de campo. As próximas fases, previstas para 2026, devem incluir o treinamento de produtores em parceria com a Embrapa Cerrados, com atividades práticas nas principais regiões cafeeiras do DF. Para o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, o Distrito Federal tem grande potencial para desenvolver cafés de qualidade, voltados ao segmento de cafés especiais, um nicho de mercado que vem crescendo e valorizando o trabalho de produtores familiares. “A transferência de conhecimento é fundamental para consolidar uma cadeia produtiva sustentável, competitiva e alinhada às exigências do mercado. Com apoio técnico e gestão eficiente, podemos posicionar o DF como referência em cafés de excelência”, destacou. O secretário de Agricultura, Rafael Bueno, também ressaltou a importância da formação contínua dos extensionistas. “Essa capacitação é essencial para impulsionar a retomada da cadeia produtiva local. O Distrito Federal tem todas as condições de produzir cafés diferenciados e de alta qualidade, voltados a cafeterias e consumidores que valorizam origem e sabor. Esse é um passo estratégico para fortalecer a economia rural e agregar valor ao que é produzido em nossas propriedades”, afirmou. [LEIA_TAMBEM]Para o chefe-geral da Embrapa Café, Antônio Fernando Guerra, o convênio entre as instituições representa um avanço concreto para o fortalecimento da cafeicultura no DF. “O diagnóstico da cafeicultura local mostra que há grande potencial, mesmo em pequenas propriedades de até dois hectares, para produzir café de qualidade e incrementar a renda das famílias. Esse projeto consolida a parceria entre pesquisa e extensão, levando ao campo o conhecimento necessário para transformar oportunidades em resultados reais”, enfatizou. A abertura do curso contou com a participação de representantes da senadora Damares Alves, que disponibilizou emenda parlamentar para a realização da atividade. Curso de Capacitação em Cafeicultura · Local: Sede da Emater-DF — Parque Estação Biológica, Asa Norte / Casa do Cerrado · Data: De 11 a 13 de novembro · Horário: Das 8h30 às 17h *Com informações da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF)
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Confederação de agricultores familiares recebe certificado que permite representação comercial de cooperativas
A Emater-DF entregou, nessa quarta-feira (29), o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) para a União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes Brasil). A entidade congrega mais de 1,5 mil cooperativas e associações de agricultores familiares de todo o país. Com o documento, a instituição se credencia a representar comercialmente as organizações agrícolas tanto no Brasil quanto no exterior. A Unicafes Brasil recebeu, nessa quarta (29), o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar, concedido pela Emater-DF | Foto: Rinaldo Costa/Emater-DF A presidente da Unicafes, Fátima Torres, comemorou a entrega da CAF. “Nosso desafio é inserir produtos de agricultores familiares do interior nos mercados das grandes cidades. Com o documento, podemos facilitar o acesso das organizações a políticas públicas, como as compras institucionais”, afirmou. Fátima Torres acrescenta que o primeiro efeito prático da CAF será a participação da Unicafes na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças no Clima (COP-30), em Belém (PA). “Levaremos dez toneladas de produtos da agricultura familiar para serem comercializados nos estandes da conferência, além de participarmos de eventos onde vamos apresentar produtos de todos os biomas brasileiros”, informou. [LEIA_TAMBEM]O presidente da Emater-DF, Cleison Duval, destacou o trabalho conjunto entre as duas instituições. “Essa parceria reforça a importância da extensão rural pública, que não mede esforços para incluir o agricultor familiar no mercado e garantir alimento de qualidade na mesa dos brasileiros”, observou. O que é o CAF O Cadastro Nacional da Agricultura Familiar identifica os produtores familiares. Instituído pela Lei nº 11.326/2006, o documento garante o acesso dos agricultores e demais beneficiários às políticas públicas de apoio e incentivo à produção agrícola familiar, como linhas de crédito e programas de comercialização, por exemplo. *Com informações da Emater-DF
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Produtores rurais participam de capacitação em marketing digital e e-commerce
Começou nesta quarta-feira (15) a Capacitação em E-commerce e Marketing Digital para Empreendedores Rurais, promovida pela Emater-DF. O curso, realizado no Centro de Capacitação Tecnológica e Desenvolvimento Rural da Ceasa-DF (CCC), tem como objetivo preparar produtores e empreendedores rurais para divulgar melhor seus produtos e ampliar canais de comercialização por meio das plataformas digitais. As atividades seguem até sexta-feira (17). Produtores e empreendedores rurais iniciaram nesta quarta (15) uma capacitação em e-commerce e marketing digital, oferecida pela Emater-DF | Foto: Divulgação/Emater-DF O extensionista rural Carlos Goulart, responsável pelo programa Empreender e Inovar da Emater-DF, destacou a importância de o produtor rural passar a se enxergar como empreendedor. “Precisamos pensar não somente como produtores, como quem produz, mas principalmente como empreendedores. Ao invés de oferecer uma cartela grande de produtos, focar em um produto até que ele venha a se estabelecer e se tornar a sua marca de valor", ressaltou. "Aprender sobre divulgação nas redes sociais está sendo ótimo e vai me ajudar a fazer o meu produto se tornar conhecido" Maria Luiza da Costa Cotrim, empreendedora rural As aulas estão sendo ministradas pelo professor Alan Costa, estrategista em marketing digital e diretor da Produzindo Digital, agência especializada em vendas pela internet. Ao longo dos três dias, os participantes aprendem sobre posicionamento de marca, uso de redes sociais, vendas on-line e ferramentas práticas para fortalecer a presença digital dos empreendimentos rurais. Entre os participantes, o produtor Bruno Ferreira Uchôa, criador de abelhas, viu na capacitação uma oportunidade de aprimorar o negócio. “Já comercializo meus produtos online, mas ainda de forma rudimentar. Aqui, nessas primeiras horas de curso, já tive alguns insights de coisas que posso implementar no meu negócio. Está sendo muito bom para abrir a nossa mente e mostrar que ainda temos muito a agregar para alcançar as pessoas com nosso produto”, contou. [LEIA_TAMBEM]A jovem Maria Luiza da Costa Cotrim, do Assentamento 15 de Agosto, está iniciando seu primeiro projeto produtivo de criação de aves com o apoio da Emater-DF, pelo programa Apoio Jovem. Para ela, o aprendizado sobre marketing digital chega em boa hora. “Aprender sobre divulgação nas redes sociais está sendo ótimo e vai me ajudar a fazer o meu produto se tornar conhecido”, afirmou. Também participante da capacitação, o piscicultor Fausto Santiago, do Incra 6 em Brazlândia, destacou a importância da comercialização para o sucesso da produção rural. “A comercialização é uma parte importantíssima. A gente faz toda a produção para comercializar”, enfatizou. O curso integra o conteúdo curricular dos programas Empreender e Inovar, e Filhos deste Solo, mas também disponibilizou vaga para produtores rurais interessados no tema. Para participar de novas edições, é necessário procurar o escritório local da Emater-DF mais próximo. *Com informações da Emater-DF
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Crédito rural do GDF e cooperativismo fortalecem produção de morango em Planaltina
O casal de produtores rurais Leonice e Arnaldo Mendes, de 42 anos, da comunidade Lagoinha, em Planaltina, precisou recomeçar a vida há cerca de cinco anos. Após o fechamento da gráfica que mantinham na cidade, em consequência da pandemia da covid-19, buscaram apoio do Governo do Distrito Federal (GDF) por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF). Sem experiência no campo, foram apresentados à cooperativa de produtores familiares da região e tiveram acesso ao microcrédito do programa Prospera, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF). Hoje, são responsáveis pelo maior cultivo de morango da comunidade. Leonice e Arnaldo Mendes contaram com o apoio do GDF para, sem experiência prévia no campo, iniciarem jornada como produtores rurais | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília A produção começou na chácara localizada no Núcleo Rural Rio Preto, com abóbora, mas logo no primeiro ciclo enfrentaram dificuldades: a lavoura foi destruída por lagartas e toda a safra se perdeu. Com o apoio da Cooperativa de Agricultura Familiar Mista do DF (Coopermista) e acesso a insumos, recomeçaram e, pouco depois, obtiveram o primeiro crédito do Prospera, de cerca de R$ 19 mil. O recurso permitiu o plantio de beterraba e cenoura e a ampliação da área produtiva. O cultivo do morango veio mais recentemente, como uma aposta ousada. “Começamos com 10 mil mudas, mesmo com o desafio de sermos os primeiros produtores da região. Hoje, fornecemos tanto para a cooperativa quanto para supermercados, e já competimos com grandes produtores. O morango é uma oportunidade porque garante colheita o ano inteiro e abre portas para novos mercados”, conta Leonice. A chegada do canal da Lagoinha, em novembro de 2024, também fez diferença para os produtores, que antes só podiam plantar culturas menos dependentes de irrigação, como batata-doce, abóbora e beterraba. Agora conseguem diversificar. Segundo eles, o próximo passo é investir na cobertura da plantação de morango e, futuramente, no cultivo suspenso, que melhora tanto a produtividade quanto as condições de trabalho. Leonice ressalta que a Emater foi essencial em todo esse processo, não só no apoio técnico, mas também no incentivo e na capacitação. “Participei de viagens e intercâmbios que ampliaram minha visão, conheci produtoras de outras regiões e percebi que era possível crescer”, afirma. “Além disso, a Emater trouxe cursos de gestão e orientação financeira, algo essencial, porque não basta produzir: é preciso saber calcular custos, entender se há lucro e planejar”. “Histórias como essa mostram a força do Prospera. Ao apoiar a agricultura familiar, conseguimos não apenas fortalecer a produção local, mas também garantir mais emprego, dignidade e desenvolvimento. O programa foi criado justamente para isso, para dar oportunidade a quem deseja empreender, gerar renda e transformar realidades”, destacou o secretário da Sedet-DF, Thales Mendes. A produção de morango do casal vem crescendo e gerando empregos para a comunidade. A trabalhadora rural Ana Clarice Vieira, 25 anos, conta que encontrou na atividade uma nova fonte de renda. “Eu estava sem trabalhar, mas agora venho três a quatro vezes por semana para ajudar na produção de morango. Isso trouxe oportunidade para muita gente daqui, especialmente porque não temos transporte público e o trabalho fica perto de casa. Além disso, é uma ocupação que envolve principalmente as mulheres, que cuidam da seleção, pesagem e embalagem dos frutos, enquanto os homens se dedicam mais à colheita”, relata. Após 20 anos de parceria matrimonial, o casal conta com cinco trabalhadores rurais no negócio da família. Eles se reconhecem como pequenos produtores da agricultura familiar, mas planejam crescer de forma estruturada, sempre baseados no cooperativismo. O casal começou produzindo 10 mil mudas de morango; atualmente, fornecem tanto para a cooperativa quanto para supermercados Assistência Segundo o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater-DF, Eduardo Damásio, quando um produtor solicita atendimento, a equipe realiza visita técnica para avaliar a propriedade de forma global. A análise considera não apenas a parte produtiva, mas também os arredores, as vias de acesso, o potencial da área e a disponibilidade ou possibilidade de água. “Muitas vezes o produtor deseja plantar algo que não é recomendado para a região; parte do nosso trabalho é orientar sobre a cultura mais adequada ao ambiente”, explica. “Aqui no Rio Preto, as cooperativas são canais fundamentais de comercialização porque trabalham com plantio programado. O produtor sabe antecipadamente quanto plantar e qual será o preço de venda, deixando de ficar refém da oscilação do mercado de hortifrúti, que pode variar drasticamente. A Emater, portanto, não só orienta no campo, mas também presta assessoria gerencial: mostramos linhas de crédito e orientamos sobre gestão financeira e comercialização”, ressalta Eduardo. [LEIA_TAMBEM]Entre as principais linhas de crédito oferecidas pelo GDF estão o Prospera, uma modalidade de microcrédito para pequenos empreendedores rurais e urbanos, com foco em investimento e custeio, de responsabilidade da Sedet-DF; e o Fundo Distrital de Desenvolvimento Rural (FDR), da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF), que financia projetos ligados à atividade rural, como investimento e custeio agropecuário, infraestrutura, agroindustrialização e turismo rural. “O Prospera é bastante usado por produtores familiares e funciona de forma escalonada: começa com cerca de R$ 19 mil; após a quitação, o agricultor pode acessar um segundo crédito de aproximadamente R$ 28 mil e, em seguida, um terceiro de cerca de R$ 38 mil”, explica o extensionista. Segundo ele, os recursos podem ser aplicados tanto no custeio da produção, como na compra de insumos, quanto em investimentos, como a instalação de túneis e estufas para o cultivo de morango no período de chuvas. Na prática, o Prospera permite ao produtor planejar e escalonar a produção mesmo sem dispor do capital imediatamente. Em conjunto com o FDR, forma uma combinação que tem ajudado muitos empreendimentos rurais a crescerem de maneira planejada e sustentável. Entre as principais linhas de crédito oferecidas pelo GDF estão o Prospera, uma modalidade de microcrédito para pequenos empreendedores rurais e urbanos, e o Fundo Distrital de Desenvolvimento Rural (FDR), que financia projetos ligados à atividade rural Como adquirir linhas de crédito A solicitação do microcrédito do Prospera começa nas agências do trabalhador. Atualmente, são 14 unidades fixas e outras duas itinerantes em fase de implantação. Nessas agências, o interessado passa por uma simulação inicial com um agente de crédito. A partir desse contato, inicia-se um diálogo para entender a finalidade do recurso, que pode ser utilizado na compra de equipamentos, contratação de funcionários ou melhorias no produto ou serviço oferecido. Já para acessar o FDR, é necessário apresentar um projeto elaborado pela Emater. São exigidos documentos pessoais e da propriedade, certidões negativas de débito — inclusive junto à Serasa —, garantias e Cadastro Ambiental Rural (CAR), entre outros requisitos.
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Produtores de agroindústria e turismo rural recebem chamamento para participar de catálogo
A Emater-DF publicou, nesta sexta-feira (19), um chamamento público voltado para empreendedores rurais atendidos pela empresa e que produzem alimentos processados em agroindústria ou que possuam atividades turísticas em sua propriedade. O objetivo é participar do catálogo Conexões e Experiências: Turismo, Histórias e Produtos do Campo que Encantam. O projeto será disponibilizado em formato digital e físico. A ideia é criar uma estratégia de divulgação, valorização e integração entre produtores e consumidores, promovendo a venda direta e o turismo rural, fortalecendo a agricultura familiar do Distrito Federal. As inscrições começam na segunda-feira (22) e seguem até 9 de outubro. Os interessados devem ter cadastro ativo na Emater-DF, ser acompanhados pela empresa e possuir declaração do produtor. Além disso, as propriedades devem ter o registro para comercialização emitido pela Diretoria de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e Animal (Dipova) da Secretaria de Agricultura. Os candidatos devem se inscrever pelo email projetoconexoes@emater.df.gov.br. O edital de chamamento pode ser acessado na íntegra em https://www.emater.df.gov.br/chamamentos-publicos. *Com informações da Emater-DF
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29ª edição da Festa do Morango reúne mais de 500 mil pessoas e movimenta R$ 55 milhões
Nas redes sociais, o morango pode até ser uma moda. Mas no Distrito Federal ele é tradição. Prova disso é o sucesso da Festa do Morango, em Brazlândia, cuja 29ª edição terminou neste fim de semana, atraindo um total de 500 mil pessoas e movimentando R$ 55 milhões — valor 10% maior que o registrado no ano passado. A 29ª edição da Festa do Morango atraiu cerca de 500 mil pessoas para Brazlândia | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília O encontro é promovido pela Associação Cultural Rural Alexandre Gusmão (Arcag) e pelo Instituto Alvorada Brasil, com apoio do Governo do Distrito Federal (GDF) por meio de órgãos como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), Administração Regional de Brazlândia, e secretarias de Turismo e de Cultura e Economia Criativa. "A Festa do Morango já é tradição no calendário do Distrito Federal, esperada pela população, atraindo milhares de visitantes todos os anos. Mais do que uma celebração cultural e gastronômica, o evento fortalece o turismo, movimenta a economia local e valoriza os produtores rurais da região. E neste ano, tivemos mais uma oportunidade de mostrar a riqueza do nosso território e de consolidar o DF como destino turístico diverso e acolhedor", destacou o secretário de Turismo, Cristiano Araújo. [LEIA_TAMBEM]O evento começou no último dia 5 e contou com shows de grandes nomes da música nacional, a exemplo de Murilo Huff, Léo Magalhães e Calcinha Preta. Mas a grande celebridade é mesmo o morango. O público presente pôde conferir estandes de cerca de 450 expositores — entre produtores da infrutescência e setores de artesanato e decoração, entre outros —, além de participar do Colha & Pague — que proporciona a oportunidade de pegar a hortaliça direto do pé — e de acompanhar o Concurso de Receitas, vencido, neste ano, por uma torta fria de frango com geleia de morango e cream cheese. "É uma alegria acompanhar o crescimento da Festa do Morango e o desenvolvimento dos nossos produtores ao longo dos anos. É perceptível o avanço na agroindustrialização: os produtos derivados do morango estão cada vez melhores, mais qualificados e com embalagens mais profissionais, refletindo o trabalho da Emater-DF e o empenho dos nossos produtores. Cada edição reafirma a força da agricultura familiar do DF e o potencial da nossa agropecuária. Espaços como a MorangoLândia e a Florabraz se consolidaram como importantes pontos de comercialização e vitrine dos produtos locais, valorizando o trabalho dos agricultores e mostrando a qualidade do que é produzido aqui. Mais uma vez saímos desta edição com a sensação de dever cumprido”, celebrou o presidente da Emater-DF, Cleison Duval. Uma das atrações da festa, o Colha & Pague proporciona a oportunidade de pegar a hortaliça direto do pé | Foto: Divulgação/Emater-DF Segundo a empresa pública, o DF tem, hoje, 358 produtores de morango em mais de 177 hectares de cultivo. No ano passado, foram produzidas 6.615 toneladas da hortaliça, com um valor bruto de produção de R$ 211,8 milhões. "O Distrito Federal vem se destacando no cenário nacional como o terceiro maior produtor de morangos do Brasil. Isso é fruto do trabalho árduo de nossos agricultores, especialmente em regiões como Brazlândia e Planaltina, onde o morango é uma importante fonte de renda para muitas famílias. A Festa do Morango celebra mais do que a fruta: ela valoriza o trabalho no campo, a dedicação das famílias e a importância da agricultura para o desenvolvimento do DF", arrematou o secretário da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno.
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