Tamanduá-bandeira resgatado em estado crítico faz fisioterapia no Zoológico de Brasília
Em outubro de 2024, o Hospital Veterinário do Zoológico de Brasília recebeu um paciente que mobilizou toda a equipe técnica. Era um tamanduá-bandeira macho adulto, de 35 quilos, encontrado em Unaí (MG) e encaminhado ao Zoológico de Brasília pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O tamanduá-bandeira, carinhosamente apelidado pela equipe de Queijinho, chegou em estado crítico, com lesões perfurantes no abdômen e nas patas, causadas por ataques de cães, além de resquícios de queimaduras e sinais de trauma craniano grave, possivelmente causado por um atropelamento. Queijinho chegou ao Zoológico de Brasília com hemorragia ocular, desidratação e infestação por carrapatos | Fotos: Bethânia Cristina/Zoológico de Brasília “Queijinho foi encontrado em estado crítico. Ele também apresentava hemorragia ocular, desidratação e infestação por carrapatos”, relembra a médica-veterinária Tânia Junqueira, coordenadora de Medicina Veterinária do Zoológico de Brasília. Após a chegada de Queijinho ao hospital, os profissionais da instituição iniciaram uma jornada intensa de tratamento e recuperação. Foram realizados exames de sangue, urina, ultrassonografia, radiografia e tomografia. Os veterinários confirmaram o trauma crânioencefálico. Segundo Tânia, o processo de recuperação exigiu paciência e persistência. “Depois de 24 dias do início do tratamento, Queijinho deu seu primeiro sinal de reação, quando movimentou a língua. Um gesto simples, mas que encheu toda a equipe de esperança”, conta. Durante cerca de 30 dias, Queijinho recebeu uma alimentação hipercalórica por sonda, pois não conseguia se mover nem se alimentar sozinho. Processo de reabilitação O primeiro sinal de recuperação do tamanduá-bandeira foi mexer a língua Com a melhora gradual do quadro clínico e o retorno da alimentação voluntária, a equipe técnica do Zoológico de Brasília iniciou a fase de reabilitação de Queijinho. “Ele havia perdido cerca de 5 kg e apresentava grande perda muscular, dificuldades de coordenação e propriocepção. Com isso, a equipe iniciou um rigoroso programa de fisioterapia, que incluía cinesioterapia e massoterapia, adaptadas conforme sua evolução”, explica Tânia. Os resultados não demoraram a aparecer. Em um mês, o tamanduá-bandeira recuperou peso, força e equilíbrio. Após dois meses, os exercícios foram intensificados para estimular resistência e hipertrofia muscular. Três meses depois do início da fisioterapia, Queijinho foi transferido para um recinto de terra, com obstáculos naturais, onde pôde exercitar-se de forma mais livre e autônoma. Atualmente, o tamanduá-bandeira segue sob acompanhamento da equipe técnica e de fisioterapia do zoológico, realizando exercícios semanais enquanto aguarda autorização para ser liberado em uma área de soltura controlada. *Com informações do Zoológico de Brasília
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Zoo atende animais feridos por atropelamento e tem equipe de apoio em áreas de queimadas
Diariamente, o Hospital Veterinário do Zoológico de Brasília presta assistência não só aos animais que vivem na instituição, mas também aos resgatados e vítimas de atropelamentos, incêndios florestais ou outros crimes ambientais. Após receberem tratamento pelas equipes e serem submetidos a exames – ou cirurgias, se necessário –, os animais passam por reabilitação e reintrodução ao habitat natural, quando é possível. O Hospital Veterinário do Zoológico de Brasília recebe animais resgatados e vítimas de atropelamentos, incêndios florestais ou outros crimes ambientais | Fotos: Tony Oliveira/ Agência Brasília O diretor-presidente da Fundação Jardim Zoológico de Brasília, Wallison Couto, explica que há uma parceria com outros órgãos ambientais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Brasília Ambiental e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em que os animais podem ser direcionados ao Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre (Hfaus) ou ao Zoológico, que possui infraestrutura para atender animais de grande porte. “Nós temos uma equipe bem qualificada que trabalha junto a esses órgãos e aos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Ainda não veio nenhum animal da Flona [Floresta Nacional de Brasília] até agora, mas se precisar desse apoio, a equipe já está aguardando. Temos feito algumas visitas lá para ver se tem algum animal que precisa de apoio. A equipe de nutrição levou algumas dietas para a alimentação de animais no local, estamos fazendo esse acompanhamento”, afirma. O diretor-presidente esclarece, ainda, que não é porque o animal foi tratado no Zoológico que ele vai ficar para exposição. “É feita uma avaliação com o Ibama ou a instituição que deixa o animal conosco. Então, há animais que recebemos, são tratados e continuam no Zoo, e há outros que são reintroduzidos na natureza.” Alguns animais recebidos pelo Hospital Veterinário são tratados e continuam no Zoo; outros são reintroduzidos na natureza Animais em tratamento Atualmente, há em torno de 30 animais externos, que não fazem parte do Zoológico, sendo tratados no Hospital Veterinário da instituição. Entre eles, uma fêmea de cachorro-do-mato que chegou mancando, com suspeita de atropelamento. Ela passou por exames, fez raio-X, foi avaliada e tem realizado sessões de acupuntura, cromoterapia e fisioterapia. Um filhote de onça-parda também é tratado na unidade veterinária do Zoo, encontrado após as equipes constatarem o abandono da mãe. Desidratado, o animal foi colocado no recinto, onde tem recebido alimentação e suplementação, de acordo com indicações da zootecnista. O aumento de animais atropelados em rodovias pode ser um efeito colateral dos incêndios florestais, visto que os animais tendem a abandonar os ninhos e atravessar as pistas em fuga Segundo a diretora do hospital veterinário do Zoo, Tânia Borges, a unidade conta com um centro cirúrgico, equipamentos de raio-X e parceiros que apoiam com outros tipos de exames, além de uma equipe treinada com cirurgiões e anestesistas trabalhando com os animais de forma frequente. Após a recuperação, os animais são microchipados e recebem uma identificação. Em seguida, realiza-se uma reunião com o Ibama para definir os próximos passos. “Como o nosso maior objetivo é devolvê-los à natureza, tentamos o mínimo de contato possível com esses animais, fazendo apenas o necessário. Eles, sendo examinados e estando clinicamente bem e saudáveis, passam por um programa de recuperação e reintrodução, onde seguimos as normativas do Ibama, que vai definir como e para onde vão os animais”, detalha. Tânia Borges, diretora do hospital veterinário do Zoo: “Como o nosso maior objetivo é devolvê-los à natureza, tentamos o mínimo de contato possível com esses animais” É importante frisar que o Zoológico de Brasília não recebe animais diretamente da população, apenas por meio de órgãos ambientais. Ao encontrar um animal silvestre ferido ou perdido, a população pode entrar em contato com o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) pelo 190, que fará o procedimento correto de resgate junto a entidades ambientais responsáveis. Efeitos das queimadas De acordo com o biólogo do Instituto Brasília Ambiental, Thiago Silvestre, o aumento de animais atropelados em rodovias pode ser um efeito colateral dos incêndios florestais, visto que os animais incomodados tendem a abandonar os ninhos e atravessar as pistas em fuga. “Estão chegando muitos filhotes abandonados pelas mães, e a maioria dos animais que recebemos nas unidades veterinárias é vítima de atropelamentos, choques elétricos ou ferimentos por linha de cerol, tudo ligado a interferências humanas”, ressalta. O biólogo explica que é natural os animais migrarem de uma área para outra à procura de parceiros para reprodução. Contudo, as espécies estavam adaptadas a queimadas de grande porte um ano sim, um ano não, e não todos os anos, como tem ocorrido em grandes áreas de conservação. “Os animais que conseguem fugir podem ficar desnorteados e muitos acabam morrendo por problemas respiratórios ou atropelamentos. O Cerrado é resiliente, mas da forma como isso está acontecendo, esses animais de áreas nativas não estão acostumados. Quando eles saem de uma área queimada e se deparam com outra, foi uma migração à toa. Isso tudo influencia a reprodução da espécie e aumenta muito a chance de extinção. A fauna está sentindo muito essas mudanças climáticas; elas mexem com toda a teia ecológica”, frisa o especialista. Tenda de apoio Nesta quarta-feira (18), o Governo do Distrito Federal (GDF) instalou uma tenda de apoio dedicada ao resgate de animais domésticos e silvestres afetados pelos recentes incêndios florestais no Parque Nacional de Brasília. A ação foi coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema-DF) em parceria com o Instituto Brasília Ambiental, com o objetivo de proporcionar atendimento emergencial aos animais vítimas das queimadas, bem como promover a reabilitação e reintegração ao habitat natural. A iniciativa faz parte dos esforços contínuos do GDF para preservar a fauna local e minimizar os impactos das queimadas no ecossistema do Distrito Federal.
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Após quarentena, lêmures podem ser visitados pelo público
Após passarem 49 dias em isolamento no Hospital Veterinário do Zoológico de Brasília, o casal de lêmures finalmente está pronto para ser visitado. Os animais foram para o recinto definitivo na manhã desta segunda-feira (12). Depois de exames cuidadosos para evitar que ficassem estressados, Julien e Pandora foram transferidos para um recinto, no gatário. Além de vegetação, o espaço conta com troncos, galhos e cordas | Foto: Caio Cavalcante/FJZB O Julien e a Pandora são da espécie lêmure-de-cauda-anelada, que inspirou personagens da animação Madagascar. Os animais são considerados ameaçados de extinção e dependem de esforços em cativeiro para não desaparecerem da natureza. Os dois vieram do Zoológico de Itatiba, em São Paulo, e chegaram em Brasília em 24 de abril. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Zoolo?gico de Brasi?lia (@zoobrasilia) Durante o esquema de quarentena de primatas, os lêmures passaram por exames de forma cuidadosa para que não ficassem estressados. Além disso, as equipes de comportamento e bem-estar do Zoo acompanharam os animais para ajudá-los na adaptação. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Os lêmures foram transferidos para um recinto, no gatário. Além de vegetação, o espaço conta com troncos, galhos e cordas. Os animais são predominantemente herbívoros e, no Zoológico de Brasília, receberão como alimento frutos, folhas, legumes e insetos. *Com informações da Fundação Jardim Zoológico de Brasília
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Zoológico de Brasília trata e reabilita animais com foco na soltura
Ave vítima de tiro de chumbinho passa por laserterapia para reabilitação no Zoológico de Brasília | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília O canto da ave virou lamento. Nascida livre, a imponente e jovem águia-chilena de penas escuras foi alvejada por um tiro de chumbinho em uma das asas e, hoje, não pode voar. Resgatada em uma fazenda em Planaltina magrela e com fraturas, agora ela passa pelos cuidados dos médicos veterinários da Fundação Jardim Zoológico de Brasília. No Programa de Reabilitação e Soltura, o animal silvestre já passou por cirurgia e agora faz sessões semanais de fisioterapia. Devido à crueldade do crime que quase o matou, corre o risco de jamais poder voltar à natureza. O objetivo da equipe do Hospital Veterinário do Zoológico é devolver à natureza os bichos resgatados com ferimentos, mas nem sempre é possível. A águia – que tem “chileno” no nome mas origem no sertão nordestino – voa a elevadas altitudes e acaba alvo de quem treina tiro por esporte. Pelo conjunto de ferimentos e o tempo necessário para recuperação, o animal resgatado em maio pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) não deve ser devolvido aos ares. Em vez disso, será direcionada ao plantel para reprodução. Provavelmente fêmea, de acordo com o porte, a ave chegou no hospital veterinário com fratura em dois ossos da asa esquerda – rádio e ulna. Ela passou por uma cirurgia ortopédica para tirar o chumbinho, colocou um fixador externo e agora tem três sessões semanais de fisioterapia. “O calo ósseo precisa ser remodelado para voltar ao formato normal. Isso demora pelo menos um ano. Como ela já está recebendo alimentação com privilégios, vai ser bem difícil de voltar à natureza”, explica o médico veterinário Nícolas Costa. [Olho texto=”O que visamos é acelerar o processo para que possa retornar o quanto antes pro recinto ou à natureza, amenizando essa contenção do processo que é submetido no tratamento” assinatura=”Catherine Lara, veterinária fisioterapeuta” esquerda_direita_centro=”direita”] Pelas mãos da veterinária fisioterapeuta Catherine Lara, o animal recebe cuidados definidos por protocolo adequado à espécie. Ele precisa ser sedado para não ficar se debatendo, o que pode provocar mais machucados. O tratamento de laserterapia auxilia no processo de cicatrização da ferida, enquanto o magnetoterapia cria um campo magnético e acelera o processo de consolidação. “Optamos aparelhos mais confortáveis, que não causam dor. De modo geral, temos bons resultados”, ressalta a veterinária. “O que visamos é acelerar o processo para que possa retornar o quanto antes pro recinto ou à natureza, amenizando essa contenção do processo a que é submetido no tratamento”, aponta a médica veterinária. Com a atenção de toda a equipe, a ave já ganhou dois quilos. Avaliação é criteriosa Os animais feridos chegam ao Hospital Veterinário do Zoológico por dois caminhos. São direcionados pelo Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) ou pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) da Polícia Militar do Distrito Federal. A maioria chega vítima de atropelamentos, de ações humanas, como alvo de tiros, ou vítimas de tráfico de animais. No local, eles são assistidos, tratados, cuidados. A recuperação e readaptação desses bichos demanda muito tempo e dedicação. O prazo, no entanto, varia de acordo com cada espécie. Filhotes exigem cuidados específicos para que não se acostumem com os humanos e desaprendam a viver livres. Quando os bichos chegam adultos para tratamento, eles recebem os cuidados necessários e são soltos o quanto antes para que passem o mínimo tempo possível em contato com pessoas. Em época de seca, devido ao aumento de queimadas, surgem animais órfãos, perdidos e machucados. Cachorro-do-mato, Drogo não deve retornar à natureza depois do contato continuado com o ser humano, assim como a parceira Khaleesi | Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília Os médicos veterinários do Zoológico atestam a possibilidade de soltar os animais, com análise de cada caso. É preciso perceber se o animal consegue caçar, defender-se de predadores e marcar território, por exemplo. A definição do local para onde levar determinada espécie é feita pelo Ibama ou, no caso do DF, pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram). É necessário checar se a soltura não afetará o equilíbrio do ecossistema. Os mamíferos e felinos são os de mais fácil devolução à natureza. “Eles vivem mais de caça, que é mais fácil de ofertar para manterem o instinto, que, apesar de não ser perdido, é preciso estimular”, diz Nícolas Costa, médico veterinário do Zoo. Aqueles que não podem ser devolvidos à natureza, como a ave-chilena, ficam no plantel do Zoológico ou vão para criadouros. Dois exemplares de cachorro-do-mato, batizados de Drogo e Khaleesi, podem morrer se forem libertados. O veterinário Nicolas Costa explica que eles não temem o maior predador deles, o ser humano, por terem crescido em contato com gente. Em vez de atacar, vão se aproximar para receber carinho ou alimentação. É o exemplo de um tamanduá-bandeira que esteve por dez anos sob os cuidados de uma família em uma chácara. Crime ambiental Matar, perseguir e caçar animais silvestres é crime ambiental. Segundo a legislação, isso inclui manter os bichos em casa sem autorização, praticar ato de abuso, maus tratos, ferimentos ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. As penas previstas na legislação sobre Crimes Contra a Fauna podem passar de três anos de detenção, além de pagamento de multa.
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Curso ensina a salvar animais e plantas em caso de incêndio florestal
Fundação Jardim Zoológico de Brasília dá curso de prevenção de incêndio para técnicos de fauna e flora. Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Os trabalhos de prevenção para a temporada de seca e queimadas no Distrito Federal seguem a todo vapor. Nesta semana a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e Fundação Jardim Zoológico de Brasília realizam o segundo curso de Resgate de Fauna em Incêndio Florestal. O curso é aplicado pelos profissionais da Fundação e é voltado para brigadistas e profissionais locais da fauna e flora. Ao todo, serão capacitados 35 pessoas de forma gratuita. É importante ressaltar a importância de prevenir os incêndios, sobretudo nesta época do ano. A conscientização da população é um dos pontos cruciais, principalmente nas áreas rurais. O cidadão precisa entender que, por exemplo, qualquer bituca de cigarro pode causar um grave incêndio. “No curso, temos a interação entre os órgãos e a capacitação dos funcionários para um único objetivo: o combate ao incêndio”, explica Wesley Batista da Silva, biólogo do Zoológico de Brasília. “A gente sabe que nessa época de seca há vários registros de queimadas na região e o nosso papel é fazer com que as chamas causem o menor impacto possível para a fauna”, explica. Teoria e prática As aulas foram divididas em práticas e teóricas, com dias específicos para mamíferos, répteis e aves. Dentre as disciplinas aplicadas estão noções de taxonomia de aves; técnicas de manejo e contenção de aves silvestres; noções de taxonomia de mamíferos de médio e grande porte, demonstração prática de captura e transporte de mamíferos, noções básicas de comportamento de répteis mediante incêndios, técnicas de manejo e contenção de serpentes e crocodilianos. No encerramento da atividade, eles também aprenderão sobre primeiros socorros para animais em situação de risco. No encerramento das atividade, os brigadistas também aprenderão sobre primeiros socorros para animais em situação de risco e abordagem ao paciente queimado. Esta aula específica será no hospital veterinário da fundação. Aluna do curso, a auditora fiscal de controle ambiental do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) Karina Torres, 34 anos, salienta a importância das aulas em sua formação. “É imprescindível termos esse tipo de curso justamente para não sermos pegos de surpresa em campo. Quando treinamos antes, conseguimos ter noções melhores para a nossa segurança e do animal. Dessa forma, na hora da contenção nós não vamos colocar em risco a nossa vida e nem da nossa fauna”, avalia.
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Casal de jaguarundi do zoo tem sua primeira ninhada
Um casal da espécie de felino jaguarundi que vive na Fundação Jardim Zoológico de Brasília teve a primeira ninhada. Os três filhotes, ainda sem sexo conhecido, nasceram em 4 de fevereiro e agora integram um banco de dados internacional para a conservação da espécie. Ninhada de três filhotes nasceu em 4 de fevereiro. Foto: Andre Borges/Agência Brasília A expectativa, segundo o diretor do Núcleo de Mamíferos do zoo, Filipe Carneiro Reis, é que os funcionários tenham o primeiro contato com os bichos na semana que vem, para avaliar aspectos de saúde e tentar descobrir o sexo de cada um deles. Por enquanto, não houve interferência humana na relação dos animais para evitar, por exemplo, que a mãe pudesse rejeitar os filhotes por alteração no cheiro. O pai foi levado para outro recinto para evitar qualquer conflito, já que, na natureza, as fêmeas cuidam dos filhos sozinhas. A situação deve permanecer assim por cerca de um ano. O jaguarundi é uma espécie vulnerável, ameaçada de extinção. Como parte do banco de dados internacional do animal, os filhotes terão o destino definido com base em estudos precisos feitos por diversas instituições. [Olho texto='”Zoológicos modernos não enxergam o animal como posse deles. O fim aqui é a conservação”‘ assinatura=”Filipe Carneiro Reis, diretor do Núcleo de Mamíferos do zoo” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Isso inclui zoos de outras partes do mundo. “Zoológicos modernos não enxergam o animal como posse deles. O fim aqui é a conservação”, destaca Reis. Serão analisadas desde informações relacionadas com a genética à situação desses bichos na natureza. “Sabemos que a população de jaguarundi em vida livre está diminuindo”, explica o diretor, ao mencionar que o novo grupo pode auxiliar na vida desses animais no ambiente natural. O pai da ninhada, Jaguar, nasceu no Zoológico de Brasília em 2008, e a mãe veio órfã de um resgate em 2012. Para garantir que os novos felinos cresçam com saúde, foi tomada uma série de cuidados com alimentação e ambientação do local onde os animais estão. Houve reforço na quantidade de cálcio e vitaminas na dieta, além de colocação de feno e caixa de areia para tornar o recinto mais propício. O jaguarundi é uma espécie de felino alongada, o que às vezes a faz ser confundida com uma lontra. A gestação dura em média 75 dias, e o peso varia em torno de 9 quilos. A expectativa de vida do bicho é de cerca de 15 anos. Greve dos vigilantes Devido à greve dos vigilantes, a Fundação Jardim Zoológico de Brasília está fechada para visitação desde esta sexta-feira (2). A parte administrativa e de manutenção do espaço, no entanto, funciona normalmente. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Também se encontram fechados o Jardim Botânico de Brasília e 18 parques administrados pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram). A expectativa é que 13 dos locais estejam abertos no fim de semana, com o apoio da Polícia Militar. A medida de fechar os espaços é para garantir a segurança dos frequentadores e, no caso do zoo, dos animais. Edição: Vannildo Mendes
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Exames preliminares indicam intoxicação de origem externa no elefante Babu
O quadro de pancreatite que levou à morte o elefante Babu, de 25 anos, em 7 de janeiro, pode ter sido decorrente de intoxicação exógena (de origem externa). O resultado preliminar foi divulgado na tarde desta terça-feira (20) pela Fundação Jardim Zoológico de Brasília. O secretário do Meio Ambiente, Igor Tokarski, e o diretor-presidente da Fundação Jardim Zoológico de Brasília, Gerson Norberto. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília De acordo com laudos de dois laboratórios, foram encontrados nas amostras examinadas do animal indícios de substâncias tóxicas como chumbo, mercúrio e arsênio. Os resultados são referentes a exames toxicológicos e histopatológicos emitidos pelo laboratório Tecnologia em Sanidade Animal (Tecsa) e pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Para o diretor-presidente da fundação, Gerson Norberto, o caso foge ao padrão dos cuidados com o plantel. “Fatos naturais como velhice estão dentro da expectativa técnica, o que não era o caso de Babu, que havia acabado de entrar na fase reprodutiva”, ponderou, em coletiva de imprensa. De acordo com Norberto, como as substâncias não fazem parte da rotina da fundação, podem ter entrado de forma não autorizada. “Aguardamos os outros laudos para contrapor ou corroborar o resultado e a investigação para o esclarecimento dos fatos”, acrescentou. [Olho texto='”Aguardamos os outros laudos para contrapor ou corroborar o resultado e a investigação para o esclarecimento dos fatos”‘ assinatura=”Gerson Norberto, diretor-presidente da Fundação Jardim Zoológico de Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Os dados foram encaminhados à Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Delegacia do Meio Ambiente do DF, e para a equipe de investigação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Precisamos que nosso plantel mantenha as condições de saúde físicas e psicológicas para que possamos trabalhar nosso propósito de preservação”, defendeu o dirigente, que reiterou o compromisso da fundação em manter total transparência na apuração. O secretário do Meio Ambiente, Igor Tokarski, ressaltou que todas as providências foram tomadas de forma integrada entre os órgãos ambientais para resolver o caso. Zoo intensificará monitoramento de animais Para manter a segurança e o bem-estar dos cerca de 900 animais que vivem no zoo, inclusive de outros dois paquidermes — Belinha e Chocolate —, a fundação tomará medidas como: Ampliação do sistema de vigilância eletrônica Reconfiguração dos postos de segurança Mudança nos protocolos da rotina dos funcionários Também não estão descartadas outras investigações, como fatores genéticos. Para isso, a fundação mantém contato com o Parque Nacional Kruger, na África do Sul, de onde vieram Babu e Belinha, elefante fêmea do plantel. O zoo mantém ainda diálogo com outros centros de conservação de elefantes nos Estados Unidos e na Europa. O objetivo é conseguir informações de parentesco nas manadas locais e outros registros clínicos similares. Isso porque uma das causas prováveis para esse tipo de patologia tem fatores congênitos. A amostra de pele de uma das orelhas do paquiderme está armazenada no Hospital Veterinário da Fundação Jardim Zoológico de Brasília. O material integrará o banco de germoplasma do zoo, mantido em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Edição: Vannildo Mendes
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Elefante Babu morre aos 25 anos
O elefante Babu, que vem sendo acompanhado pela equipe técnica da Fundação Jardim Zoológico de Brasília desde as primeiras horas desse domingo (7), não resistiu a uma parada cardiorrespiratória e morreu por volta das 20h30. O animal de 25 anos apresentou quadro de prostração pela manhã e vinha recebendo soro e medicação contra a dor e para a proteção do fígado. Os técnicos do zoológico aguardavam o resultado dos exames de sangue para saber as causas do sintoma. [Olho texto=”Um grupo de seis veterinários, dois zootecnistas e sete tratadores acompanham a necrópsia e investigam o que pode ter levado Babu ao óbito” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Um grupo de seis veterinários, dois zootecnistas e sete tratadores acompanham a necrópsia e investigam o que pode ter levado Babu ao óbito. “O reforço na equipe tem o objetivo de não perdermos nenhum detalhe neste momento”, explicou a superintendente de Conservação e Pesquisa do Zoo, Ana Raquel Gomes Faria. Nessa etapa, os técnicos se concentram na análise e preservação de órgãos e ossos também para pesquisas. Fragmentos da pele e amostras do sêmen de Babu também serão coletadas para inclusão no banco de germoplasma do zoológico. A medida tem como função a preservação da informação genética do animal e pode servir futuramente até para inseminação artificial. A possibilidade de aplicar a taxidermia (técnica que preserva a pele do animal para fins de educação ambiental) na carcaça de Babu será avaliada após a necrópsia. Babu era considerado um jovem adulto. Elefantes em cativeiro costumam viver até os 60 anos. A partir dos 40 anos, são considerados idosos. Com a morte de Babu, a atenção será redobrada nos cuidados com Belinha, com quem ele dividia o recinto. O monitoramento é fundamental para que ela sinta o menos possível a ausência do companheiro.
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