Produção agrícola do DF movimentou mais de R$ 5,8 bilhões em 2024 com alta dos setores de frutas, flores e pecuária
O Distrito Federal movimentou mais de R$ 5,8 bilhões de valor bruto da produção agrícola (VBP) no ano passado, em uma área produtiva de 204 mil hectares. Os dados estão presentes no relatório anual da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). O resultado foi puxado pela alta de três setores: fruticultura, floricultura e pecuária - que, sozinha, arrecadou R$ 2,19 bilhões. Incentivo à diversificação de culturas é um dos fatores que resultam nos números positivos obtidos pelo DF | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília Os números representam a soma de seis cadeias produtivas do agro brasiliense: olericultura, grandes culturas, fruticultura, floricultura, silvicultura e pecuária. Segundo o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, os indicadores apontam que o DF se mantém como referência nacional em agropecuária, graças ao incentivo à diversificação das culturas e implantação de tecnologias, além do suporte técnico oferecido a todos os produtores rurais do Quadradinho. “O DF continua sendo um expoente da agropecuária nacional, e estamos avançando também na agroindustrialização da produção”, enfatiza Duval. “Esse trabalho tem sido apoiado pelo governador Ibaneis Rocha, com a criação de grupos institucionais em prol de cadeias produtivas. Fizemos isso com a Rota da Uva e do Vinho; agora estamos trabalhando com a Rota do Queijo, valorizando a cadeia do queijo artesanal do DF, e vamos continuar avançando.” Em alta De todos os setores, a floricultura teve a maior alta registrada, com aumento de 29,39% no valor bruto de produção. Em 2024, o comércio de flores, plantas ornamentais e arranjos arrecadou mais de R$ 265 milhões - com destaque para as forrações, palmeiras e plantas de vaso em geral -, enquanto, em 2023, o resultado foi de R$ 205 milhões. [LEIA_TAMBEM]O segundo maior aumento ocorreu em fruticultura. De 2023 para 2024, o valor arrecadado passou de R$ 233 milhões para R$ 274 milhões, com alteração positiva de 18,43%. O maior resultado foi obtido pelo abacate convencional, com R$ 65,3 milhões e produção de 6,6 mil toneladas. “Na fruticultura, houve um aumento gradativo da área plantada com frutas no DF, com o abacate, goiaba, banana, açaí, mirtilo, pitaia, entre outros”, enumera Duval. “São frutas que antes não eram muito difundidas entre os produtores rurais, mas que a Emater, no seu trabalho de avaliação de mercado, indicou aos agricultores para que pudessem plantar para obter uma renda melhor para ele e sua família.” O plantio de frutas tem se expandido no DF com apoio do projeto Rota da Fruticultura, à frente do qual estão Emater-DF, Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) e Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O objetivo é a expansão da produção dos alimentos no DF, para gerar emprego e renda na região rural por meio da diversificação e implantação de novas culturas. Por fim, a pecuária teve crescimento de 4,54% na arrecadação no ano passado, com R$ 2,19 bilhões - equivalente a um terço do total bruto obtido pelo campo brasiliense. “Os principais produtos dessa cadeia são os ovos férteis, a suinocultura e a bovinocultura. Os dois primeiros são os maiores e, juntos, chegam a quase R$ 1,6 bilhão do total da cadeia”, explica Duval. Variedade Goiaba: somente em 2024, produção da fruta alcançou mais de 7 mil toneladas em uma área total de 396 hectares A goiaba foi a fruta mais cultivada em 2024, com produção de 7.060 toneladas em 396 hectares. Segundo o relatório anual, a fruta tem o cultivo desenvolvido por 187 agricultores e alcançou a arrecadação bruta de mais de R$ 30,3 milhões no ano passado - menos que a metade do obtido pelo plantio de abacate. O agricultor Assis Rosário, de 50 anos, começou o plantio da goiaba em 2020 com 1,2 mil pés da variedade Cortibel RG, conhecida pela alta produtividade, boa qualidade e resistência pós-colheita. Hoje, Assis conta com 1,7 mil pés e uma área de plantio de 3 hectares, com produção média de 300 caixas de 20 kg por mês dedicada, principalmente, às vendas governamentais. “É uma planta perene”, aponta ele, que, antes de aderir ao cultivo da goiaba, trabalhava com hortaliças. “Você planta só uma vez e, com o manejo adequado, consegue colher todo mês, o ano todo, com um valor agregado no mercado. Tem uma saída muito boa e, com mais pés, conseguimos ter mais receita.” Cultivo orientado O agricultor Assis Rosário (E) produz, mensalmente, uma média de 300 caixas de 20 kg de goiaba: “Você planta só uma vez e, com o manejo adequado, consegue colher todo mês, o ano todo, com um valor agregado no mercado” Cada etapa do plantio e manejo das goiabeiras contou com apoio técnico da Emater-DF, que auxiliou Assis na aquisição de crédito com o programa Prospera, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF). O agricultor teve dois anos de carência para iniciar o pagamento do empréstimo, ganhando fôlego para trabalhar e construir um negócio sustentável. “As árvores começaram a produzir com um ano e oito meses; então, quando paguei a primeira parcela, já estava há dois meses colhendo”, relata o agricultor. “Foi muito bacana, e hoje é a goiaba que mantém a gente aqui na roça. O apoio da Emater-DF foi essencial no no plantio, com a correção de solo, a marcação de área para plantio, a adubação. Estão presentes de todas as formas.” O engenheiro agrônomo Fernando Landim, extensionista da Emater-DF, destaca que as compras governamentais e as linhas de crédito são de suma importância para alavancar as produções. Atualmente, os agricultores do DF participam dos programas de Aquisição de Alimentos (PAA), Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e de Aquisição da Produção da Agricultura do DF (Papa), por meio de associações, e de modo individual do termo de adesão do PAA pelo Ministério do Desenvolvimento Social. “Trazemos para eles as diversas linhas de crédito que estão disponíveis, para que possam ter auxílio no desenvolvimento das plantações, além dos programas de compra, que são fundamentais para a comercialização da produção, porque pagam um preço justo aos agricultores”, explica Landim. “Ajudamos desde a inscrição dos produtores nos programas ao tratamento dos produtos, com a forma de seleção e entrega mais adequada, e a documentação para o processo.”
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Protagonismo feminino no campo: 9,4 mil mulheres cultivam alimentos e fortalecem a agricultura familiar no DF
No coração do Lago Oeste, a produtora rural Maria do Carmo Souza Pereira, 70, colhe diretamente do solo alimentos saudáveis e de qualidade que abastecem a mesa dos brasilienses. Conhecida como Irmã Carmen, ela cultiva e destina às famílias em situação de vulnerabilidade social produtos colhidos sem o uso de agrotóxicos ou fertilizantes. Maria do Carmo distribui parte de sua produção a famílias em situação de vulnerabilidade: “Mesmo com os desafios, as agricultoras seguem em frente, garantindo alimentos saudáveis para a população” | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília “As mulheres são guerreiras. Só a gente sabe lidar com o alimento, embalar, conversar com o freguês. Temos um papel fundamental nessa produção” Maria do Carmo Souza Pereira, produtora rural Assim como ela, 9,4 mil mulheres são cadastradas na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), consolidando a presença feminina nas atividades rurais. Esse número representa 41,6% do total de 18 mil propriedades rurais atendidas pela empresa. A mão de obra feminina, de acordo com Maria do Carmo, tem o seu diferencial: “As mulheres são guerreiras. Só a gente sabe lidar com o alimento, embalar, conversar com o freguês. Temos um papel fundamental nessa produção”. Apoio do governo Sem o uso de produtos químicos, ela produz mais de 20 variedades em sua propriedade de dez hectares no Assentamento Chapadinha. Colhe abacate, banana, limão, mandioca e pimentão. Parte da produção é adquirida por meio de iniciativas governamentais, como os programas Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Aquisição da Produção da Agricultura (Papa), garantindo acesso a alimentos saudáveis para a população e fortalecendo a economia rural. Horta de Maria do Carmo tem produção diversificada Para a extensionista rural Clarissa Campos Ferreira, a participação feminina no campo vai além do plantio. “São mulheres que gerenciam suas produções, acessam créditos rurais e fazem parte de programas públicos”, pontua. “Elas enfrentam jornadas duplas e às vezes até triplas, mas mantêm a produção de alimentos saudáveis e sustentáveis”. 5,7 mil Número de caixas com produtos orgânicos produzidas por Maria do Carmo Pereira em 2024 O trabalho de Maria do Carmo reflete essa realidade. Cearense, ela chegou ao assentamento há quase 20 anos e enfrentou dificuldades, mas encontrou na agricultura um caminho para prosperar. “Eu fui acolhida pela comunidade, não tinha onde morar quando cheguei”, lembra. “O que me restou foi trabalhar na roça, que era o que eu sabia fazer”. No ano passado, Maria do Carmo produziu aproximadamente 5,7 mil caixas de hortifrúti. Segundo Clarissa, um dos maiores desafios da produção orgânica é a mão de obra, já que o cultivo exige mais dedicação. “O Assentamento Chapadinha é uma região propícia para essa produção porque tem um terreno plano, acesso à água e está próximo ao centro do DF, facilitando o escoamento”, aponta. “Mesmo com os desafios, as agricultoras seguem em frente, garantindo alimentos saudáveis para a população”. Impacto social Além de gerar renda para os pequenos produtores, os programas governamentais garantem alimentos saudáveis para crianças e famílias em situação de vulnerabilidade. Para Maria do Carmo, participar dessas iniciativas é motivo de orgulho. “É uma honra muito grande saber que aquelas crianças da cidade comem o que eu planto”, afirma. “Meus filhos já comeram muito na escola, e hoje eu posso contribuir com a alimentação de outras crianças, levando um alimento saudável, sem veneno.” O empenho de produtoras como Maria do Carmo fortalece o setor agrícola do DF, que movimentou aproximadamente R$ 6 bilhões em valor bruto em 2023, consolidando esse segmento como uma prática rentável e essencial para a economia e a segurança alimentar da população.
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Agricultores familiares do DF receberão 250 kits de sementes para fortalecer produção sustentável
Mais de 200 famílias de agricultores familiares assentados no Distrito Federal receberão kits de sementes distribuídos pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF). A entrega é parte da primeira chamada pública do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA – Sementes), divulgada na segunda-feira (6). Os kits, compostos por milho crioulo, feijão-carioca e amendoim, totalizam 11 toneladas de insumos e foram selecionados conforme as demandas das comunidades, com o objetivo de fortalecer a produção agrícola sustentável e contribuir para a segurança alimentar. O evento será realizado no dia 10 de janeiro, a partir das 8h, na Casa do Cerrado, localizada no Parque Estação Biológica, no final da Asa Norte. A ação é destinada a famílias assentadas em diferentes regiões administrativas do DF, com prioridade para aquelas chefiadas por mulheres. Para participar, é necessário apresentar a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAF) e estar inscrito no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF). Sementes, como as de milho e de feijão, desempenham papel fundamental na alimentação das famílias e na comercialização dos excedentes | Foto: Divulgação/Seagri A entrega ocorre em um momento estratégico para a produção rural no Distrito Federal: o início da segunda safra. Esse período ocorre após a colheita da primeira safra e permite que os agricultores utilizem o mesmo terreno para plantar novamente no mesmo ano agrícola. De acordo com o secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno, sementes como as de milho e feijão desempenham um papel fundamental tanto na alimentação das famílias quanto na comercialização dos excedentes. “Essa ação apoia as famílias com sementes essenciais para a alimentação, a comercialização e a geração de renda. O governador Ibaneis Rocha e a vice-governadora Celina Leão têm se empenhado para garantir qualidade de vida no campo, especialmente para as famílias de menor poder aquisitivo”, afirmou. Programa de Aquisição de Alimentos no DF O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) apresentou resultados expressivos em 2024. Ao todo, 263 instituições foram atendidas, beneficiando diretamente mais de 68 mil pessoas. Além disso, 224 agricultores familiares participaram, fornecendo 161.478 toneladas de alimentos. Esses números refletem o impacto significativo do programa no fortalecimento da agricultura familiar e na promoção da segurança alimentar no DF. Os produtores rurais interessados em receber os kits deverão acessar o edital completo, disponível no site da Seagri, em que estão detalhados os critérios para participação. A distribuição respeitará as condições estabelecidas no documento, considerando que o número de kits é limitado. No dia do evento, é indispensável apresentar a documentação exigida. Para mais informações, a secretaria disponibiliza os telefones (61) 3051-6418 e (61) 3051-6401. *Com informações da Seagri-DF
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Compras do Programa de Aquisição de Alimentos beneficiam 968 agricultores
A Emater-DF reabriu na última semana o sistema de planejamento de entregas no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O objetivo é organizar os 968 agricultores familiares já inscritos para reiniciarem a comercialização da sua produção agrícola, a partir desta segunda-feira (26), por meio do PAA Termo de Adesão, na modalidade compra com doação simultânea. Equipe da Gerência de Comercialização da Emater-DF recebe alimentos produzidos por agricultores familiares | Foto: Divulgação/Emater-DF O saldo para a execução do PAA até maio é de aproximadamente R$ 1 milhão, e as entregas recomeçam nesta próxima segunda-feira (26) com previsão de vigorar por dez semanas. O recurso é originário do Ministério do Desenvolvimento Social, que o repassa à Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri) por meio de um termo de adesão. A Emater-DF é uma parceira na execução do programa desde 2009. “As compras que vão iniciar neste final de fevereiro contribuirão para a segurança alimentar de milhares de pessoas em estado de vulnerabilidade no DF e também para o desenvolvimento socioeconômico da agricultura familiar no Estado”, afirma o diretor de Compras Institucionais da Seagri, Lúcio Flávio da Silva. “Esperamos seguir com essa política, contando com novo aporte de recurso do governo federal”. Pelo PAA, o governo federal compra alimentos dos agricultores familiares que são doados por meio dos equipamentos públicos, como Banco de Alimentos e Mesa Brasil, a entidades socioassistenciais que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Essa participação junto aos produtores rurais abrange assistência técnica na produção dos alimentos, inscrição no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), que identifica o agricultor familiar, inscrição no PAA e toda a documentação necessária, além de orientações quanto à qualidade do produto e orientações para emissão da nota fiscal. “A Emater-DF presta apoio aos agricultores na interlocução com a entidade que vai receber os alimentos; orientamos sobre o cronograma de plantio e colheita para a entrega, além da emissão de notas fiscais e o que mais for necessário”, explica a extensionista rural da Emater-DF Bruna Heckler. A Gerência de Comercialização da Emater-DF levanta a demanda de produtos e envia a relação aos escritórios locais, que selecionam os produtores com o perfil para atendimento. Além disso, a empresa acompanha a entrega do produto para auxiliar o produtor no preenchimento da nota fiscal. Os agricultores familiares inscritos devem procurar os escritórios locais da Emater-DF da sua região para mais informações. Merenda escolar Para garantir uma alimentação fresquinha aos alunos da rede pública de ensino, o Governo do Distrito Federal (GDF) também vai adquirir 33 produtos de hortifrútis oriundos da agricultura familiar. Os itens produzidos no Distrito Federal serão vendidos à Secretaria de Educação, o que vai gerar uma movimentação de R$ 2.977.009,84 para comprar 550 toneladas de alimentos somente nas primeiras sete semanas do ano letivo. Entre os dias 19 de fevereiro e 5 de abril, os alunos terão na alimentação itens como abóbora japonesa, cebolinha, chuchu, hortelã, manjericão, maracujá, entre outros. De acordo com a diretora de Alimentação Escolar (DIAE) da Secretaria de Educação, Juliene Moura Santos, a montagem dos cardápios das escolas varia conforme a sazonalidade dos alimentos. “Nós fazemos o cardápio em volta do que está disponível no mercado”, explica. “Os produtores fazem a colheita no fim de semana e eles entregam nas escolas logo na segunda-feira. Então, os produtos são sempre consumidos frescos”, pontua Juliene. No ano passado, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) atendeu mais de 400 mil estudantes, o que demandou um investimento anual de R$ 100,7 milhões para adquirir os itens alimentícios, transportar e armazenar. Em 2023, o governo destinou R$ 38,2 milhões a produtores rurais, com a compra de 6.267 toneladas de alimentos oriundos da agricultura familiar. *Com informações da Emater-DF
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Programas alimentares destinaram R$ 38 milhões para a agricultura familiar
Em 2023, os programas de Aquisição de Alimentos (PAA), de Aquisição da Produção da Agricultura do Distrito Federal (Papa-DF) e Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), juntos, destinaram R$ 38,2 milhões a produtores rurais com a compra de 6.267 toneladas de alimentos. Destinados a alunos da rede pública de ensino e pessoas em situação de insegurança alimentar, produtos geram renda a agricultores familiares | Foto: Divulgação/Emater-DF Os programas de compras institucionais, que contam com apoio da Emater-DF, permitem o escoamento da produção por parte dos agricultores familiares e a geração de renda no espaço rural, com o fornecimento da produção agrícola diretamente para o governo. Os alimentos são destinados a pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e também a alunos da rede pública de ensino. No DF, o orçamento para o PAA é executado pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), e o do Pnae, pela Secretaria de Educação (SEEDF), com recursos destinados pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Já o Papa-DF é um programa do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio do qual qualquer órgão governamental pode adquirir alimentos in natura, agroindustriais, flores e artesanato. Compras públicas [Olho texto=”“As compras públicas vêm como uma das ferramentas fundamentais para dar a viabilidade à produção rural” ” assinatura=”Rafael Bueno, secretário-executivo da Seagri” esquerda_direita_centro=”direita”] “A Emater apoia os produtores desde o planejamento, preparação e manejo da produção, nas boas práticas agropecuárias; e, da porteira para fora, existe um trabalho contínuo relacionado à classificação dos produtos, padronização, diversificação, logística de entrega, organização social e também relacionado à formalização tributária, fiscal e ambiental, para que o produto produzido vá ao destino final com a maior legalidade possível em diversos aspectos”, explica o gerente de Comercialização e Organização Rural da Emater-DF, Blaiton Carvalho da Silva. “As compras públicas vêm como uma das ferramentas fundamentais para dar a viabilidade à produção rural”, reforça o secretário-executivo da Seagri, Rafael Bueno. “Nesses programas, nós contamos com a parceria da Emater, desde a mobilização dos produtores na ponta, que é algo fundamental, até a parte de coleta de preço e subsídio para a nossa equipe fazer a formação dos preços finais da chamada pública, elaborar a chamada, fazer a qualificação desses produtores e organizar também a parte de logística e atendimento com os alimentos adquiridos. É uma forma de estimular a produção do Distrito Federal, garantindo renda ao produtor e também a sustentabilidade da sua atividade”. Este ano, com mais de 900 agricultores inscritos, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) já destinou R$ 4 milhões para compra de alimentos a serem entregues a 244 entidades socioassistenciais, beneficiando mais 78 mil pessoas. Já o Pnae contratou 17 organizações de agricultores para fornecer alimentos a mais de 470 mil alunos da rede pública. Foram destinados R$ 20.441.861,50, que beneficiaram 558 agricultores familiares. Alimentos orgânicos Em 2023, também teve início o projeto-piloto para compra de alimentos orgânicos. Foram adquiridos 361 quilos de alimentos orgânicos de pelo menos 76 agricultores familiares, beneficiando 43.249 alunos de escolas públicas do Guará e de São Sebastião. Essa aquisição atende à Lei nº 7.075/2022, que dispõe sobre a obrigatoriedade da inclusão de alimentos orgânicos ou de base agroecológica na alimentação escolar nas unidades de ensino público do DF. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] A diretora de Alimentação Escolar da SEEDF, Flávia Itabaiana, lembra que os objetivos do Pnae, executado no DF como Programa de Alimentação Escolar do Distrito Federal (PAE-DF), contribuem para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem e a formação de hábitos alimentares saudáveis por meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições que atendam às exigências nutricionais dos alunos durante, no mínimo, os 200 dias letivos. Hábitos saudáveis “A compra direta de gêneros alimentícios da agricultura familiar garante a oferta de uma alimentação adequada, com cardápios que utilizem produtos variados, seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis, em conformidade com a sua faixa etária e seu estado de saúde, contribuindo assim para um bom desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar”, explica a gestora. [Olho texto=”“Os programas incentivam a legalidade da produção, ampliam os canais de comercialização e empoderam os produtores para acessarem mercados maiores” ” assinatura=”Cleison Duval, presidente da Emater-DF ” esquerda_direita_centro=”direita”] Já o Papa-DF teve chamamento público no valor de R$ 10.892.561,66 para aquisição de aproximadamente 2 mil toneladas de alimentos destinadas a escolas do DF em produtos como feijão-carioca, farinha de milho flocada, arroz-branco polido, colorífico/colorau, cúrcuma em pó/açafrão-da-terra e farinha de mandioca. “Os programas representam uma oportunidade de [os produtores] desenvolverem habilidades de planejamento da produção e de organização administrativa e financeira”, avalia o presidente da Emater-DF, Cleison Duval. “Incentivam a legalidade da produção, ampliam os canais de comercialização e empoderam os produtores para acessarem mercados maiores”. *Com informações da Emater-DF e da Seagri
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Ampliação da rede de canais de irrigação do DF já recebeu R$ 16 milhões
Antes da construção do canal de irrigação do Núcleo Rural Córrego das Corujas, no Sol Nascente, não havia cultivo que sobrevivesse à seca. “Só plantávamos em época de chuva, senão a produção morria”, lembra a produtora rural Adriana Souza Nolasco, 48. Dois anos após a entrega da tubulação, a realidade mudou consideravelmente: “Não dava para plantar muita variedade, só o que não precisava de irrigação constante e diária; com o canal, isso mudou. Hoje em dia, planto banana, graviola, tamarindo, mexerica, limão, abacate, acerola”. Adriana Nolasco comemora a chegada do sistema de irrigação ao Núcleo Rural Córrego das Corujas: “O canal mudou muito não só a minha vida, mas também a dos meus vizinhos” | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Adriana é agricultora familiar e mantém contrato com o governo federal por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Antes do canal, eu só tinha plantações de banana para consumo próprio”, conta. “Hoje tenho 600 covas, cada uma com três pés, com perspectiva de aumentar a plantação, e entrego de 200 kg a 400 kg para o programa mensalmente. Tenho a certeza de que, se eu precisar pegar um empréstimo em um banco para investir na minha propriedade, vou poder pagar, porque tenho produção para esse fim. É a realização de um sonho: posso plantar e colher da minha terra”. Com extensão de 5,25 km, o canal de irrigação do Núcleo Rural Córrego das Corujas atende cerca de 50 produtores rurais, incluindo Adriana, e foi construído a partir de emenda parlamentar do deputado Chico Vigilante no valor de R$ 260 mil. Adriana comemora: “O canal mudou muito não só a minha vida, mas também a dos meus vizinhos. Foi a conquista de um sonho antigo. Agora temos a garantia de plantar e saber que a plantação não vai morrer, porque podemos irrigar”. Ritmo acelerado Desde 2019, o Governo do Distrito Federal (GDF) já investiu R$ 15.892.611,32 na construção de 29 canais de irrigação. O valor é referente à compra dos tubos feitos com polietileno de alta densidade (PAD) e policloreto de vinila (PVC). O benefício chegou a 758 produtores rurais que, com a tubulação, têm mais segurança para trabalhar e empreender. Ao todo, os canais construídos somam 84,34 km de extensão. Houve também a manutenção e reforma de 45 km de canais. [Olho texto=”Assentamento Márcia Cordeiro Leite recebeu, em outubro, um canal de cerca de 11,5 km que atende mais de 30 famílias” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Atualmente, estão em construção os canais da Lagoinha, no Capão Seco, que tem 800 metros de extensão e beneficia 15 produtores; um trecho de Tabatinga, em Planaltina, que soma 100 metros e atende a 36 produtores, e o canal principal do Rodeador, em Brazlândia, com extensão de 8,6 km e potencial para beneficiar mais 93 produtores. Em 16 de outubro, foi entregue o canal de cerca de 11,5 km que atende 31 famílias do Assentamento Márcia Cordeiro Leite, em Planaltina. A obra custou R$ 350 mil, recursos originários de emendas parlamentares. Seagri fornece o maquinário, Emater faz acompanhamento técnico e moradores constroem as caixas de distribuição da água: produção garantida para todos Construídos anteriormente com manilhas de concreto ou no próprio leito da terra a céu aberto, os canais sofriam com perda de cerca de 50% do volume de água. Havia infiltração do recurso hídrico no solo e interferência da natureza, como a queda de galhos e folhas. O cenário para os produtores era de insegurança: não sabiam se a água chegaria à propriedade nem se o que chegasse seria suficiente para manter a irrigação das plantações. ?A construção dos canais conta com a união de esforços entre o governo e a população. A Secretaria de Agricultura do Distrito Federal (Seagri) fornece o maquinário usado na obra. Já a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater) é responsável pelo projeto e acompanhamento técnico. Aos moradores da comunidade, cabe construir as caixas de distribuição de água em suas propriedades. Prioridade O secretário-executivo da Seagri, Rafael Bueno, ressalta que a demanda dos canais é considerada prioridade desde 2019. Ele adianta que há tratativas com órgãos e entidades federais para ampliar ainda mais o número de canais revitalizados ou reconstruídos. “Esse empenho é muito importante, uma vez que a água, que estava se perdendo por infiltração e evaporação, hoje está sobrando nos riachos e para o produtor”, aponta. “Muitas propriedades que estavam secas, assim como no Assentamento Márcia Cordeiro e no Núcleo Rural Capão Seco, passaram a contar com essa água.” [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] ?O assessor técnico da Emater Edvan Ribeiro afirma que, além do efeito econômico, o esforço apresentou impactos sociais e ambientais. “Com o canal, a água que antes era desperdiçada passa a ser utilizada nas plantações e o que sobra volta para os mananciais”, detalha. “Do ponto de vista ambiental, garantimos as condições de trabalho adequadas para a população rural. Tem produtor que passou dez anos sem receber água, principalmente aqueles que estão no final do canal. Alguns tinham perdido a esperança, e hoje contam com água diretamente na propriedade.” ?Segundo Ribeiro, que é responsável pelo mapeamento dos canais, oito estruturas têm a previsão de ser tubuladas no próximo ano. No total, o DF conta com 65 canais de irrigação, somando mais de 235 km. “Começamos pelos principais canais, que atendem a um número maior de produtores, mas a meta é chegar a todos”, assegura. ?Impacto geracional Geraldo Lopes, do Núcleo Rural Ponta Alta Norte, é um dos produtores beneficiados com a reforma do sistema de irrigação: “O canal era a céu aberto; então, na época da seca, a água evaporava muito” Construído em 2022, o canal de irrigação do Núcleo Rural Ponte Alta Norte, no Gama, significa recomeço para os 24 produtores atendidos. A tubulação foi instalada com aporte de R$ 150 mil. O aposentado Geraldo Conceição Lopes, 61, conta que, sem a garantia da água, grande parte dos moradores abandonaram as plantações. “O canal era a céu aberto; então, na época da seca, a água evaporava muito”, recorda. “A gente ficava receoso de começar uma produção, a água acabar e a gente perder tudo”. [Olho texto=”“Agora, a gente tem confiança de poder investir em mudas ou em um projeto mais pesado que exija fazer a irrigação de forma mais criteriosa” ” assinatura=”Marileuza Andrade, produtora rural” esquerda_direita_centro=”esquerda”] ?Tão logo foi sanado o desperdício do recurso hídrico, a água passou a chegar diariamente à propriedade dele e à da vizinha, a aposentada Marileuza Andrade, 62. O canal permitiu que a produtora rural plantasse café, das espécies catuaí-amarelo e vermelho. O cultivo começou no ano passado, quando foram colhidas oito sacas. Para o próximo ano, a meta é dobrar o resultado. “Agora, a gente tem confiança de poder investir em mudas ou em um projeto mais pesado que exija fazer a irrigação de forma mais criteriosa”, comenta a produtora. “Antes era uma instabilidade muito grande, e depender do poço artesiano era muito dispendioso, pois precisávamos de mais energia elétrica. Estamos pensando em novos projetos com a Emater, que sempre está presente com assistência técnica. O projeto do café tem sido bem interessante e traz novos desafios, desde como colocar o produto no mercado até a melhor forma de descascar as sementes.” Já Geraldo aposta no cultivo de limão e almeja que a produção seja autossustentável, para não precisar trabalhar de outras formas e poder bancar um intercâmbio de estudos para a filha. “Este será o primeiro ano em que vamos produzir de verdade”, diz. “Nesse ano que passou, consegui colher oito sacos de limão de 15 kg cada, e foram vendidos rapidamente. Minha intenção é progredir, cultivar a terra, aumentar os frutos e ganhar mais dinheiro.” Arte: Agência Brasília
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Comitiva do Mercosul conhece experiências da agricultura familiar no DF
Uma comitiva do Mercosul visitou a Associação de Agricultores(as) Familiares da Eco do Assentamento 15 de Agosto (Afeca) nesta quinta-feira (9). Acompanhados do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e do presidente da Emater-DF, Cleison Duval, representantes da Argentina, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Peru e Uruguai também foram a uma escola pública que recebe alimentos da agricultura familiar em São Sebastião. Durante o encontro, Cleison Duval explicou o funcionamento da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) prestada aos produtores. “A Emater-DF dá assistência técnica desde o planejamento do que plantar e como plantar, até a comercialização e inserção nos programas de compras e no mercado. Existe um trabalho enorme da extensão rural por trás disso. A Emater-DF tem um papel fundamental no funcionamento dessa cadeia. A extensão rural está presente em todas as fases do processo”, destacou. O secretário executivo da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF), Rafael Bueno, também falou sobre o funcionamento das compras governamentais e a dinâmica entre os órgãos envolvidos nos chamamentos públicos. Comitiva do Mercosul conheceu sistema que integra os governos federal e distrital em prol da agricultura familiar | Foto: Divulgação/ Emater-DF Para o ministro Wellington Dias, o desafio é garantir uma integração ainda maior entre os produtores e consumidores para combater a fome, reduzir a desnutrição e ofertar uma alimentação saudável. A visita ao assentamento, na visão de Dias, é um exemplo que pode ser replicado. “A Afeca recebe assistência técnica dos governos federal e distrital, integrados. A produção é comprada via PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e vai para quem precisa de complemento alimentar. Ela é comprada pela área da educação e se transforma em alimentação escolar. Com isso, a gente também melhora a renda dos agricultores porque não tem atravessador, a compra é direta”, detalhou o ministro. A presidente da Afeca, a produtora Michelly Ornelas, ressaltou a importância desses programas para os produtores da agricultura familiar: “Todas as compras governamentais são muito importantes porque garantem a compra do alimento do produtor. Nós podemos produzir porque temos a garantia, a certeza de que vamos escoar toda a nossa produção. Acho que é o melhor sistema que existe.” A gerente da Emater em São Sebastião, Maíra Andrade, explicou que o 15 de Agosto, atualmente, conta com 54 famílias. De acordo com ela, o assentamento é referência na produção de alimentos orgânicos e fez, neste ano, a primeira entrega orgânica para o Programa Nacional de Alimentação Escolar. A Secretaria de Educação lançou edital exclusivo para entrega de alimentos orgânicos no valor de mais de R$ 20 milhões. [Olho texto=”“A missão é reduzir a pobreza”” assinatura=”Miguel Tadeo Rojas, ministro do Desenvolvimento Social do Paraguai” esquerda_direita_centro=”direita”] Miguel Tadeo Rojas, ministro do Desenvolvimento Social do Paraguai, destacou a integração entre os agentes públicos na dinâmica de funcionamento do PAA. “Para mim, é algo muito interessante, fundamentalmente porque estou encontrando uma integração de vários dirigentes de Estado para ajudar as pessoas a manterem a agricultura familiar, que se converte em produtos para a merenda escolar e outras instituições. A missão é reduzir a pobreza”, comentou. Na outra ponta A visita técnica apresentou aos estrangeiros iniciativas que garantem garantia de renda e segurança alimentar aos produtores do assentamento 15 de Agosto Para ter a dimensão do impacto do PAA, a visita técnica passou pela outra ponta que liga essa cadeia de garantia de renda e segurança alimentar e nutricional. No Centro de Educação Infantil 03, também na região de São Sebastião, o grupo pôde conhecer a escola da rede pública beneficiada pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e que recebe a produção do Assentamento 15 de Agosto. A diretora da escola, Vanda Aparecida de Aguiar, considerou a visita emocionante e gratificante. Para ela, é primordial ver como o alimento chega da horta, por meio do PNAE, e como ele é utilizado. “Com esse alimento saudável, os pais nos comunicam que as crianças passam a se alimentam mais”, comemora. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “Estou muito feliz por ter visitado a escola em São Sebastião e o Assentamento 15 de Agosto. Foi muito interessante ver como se concatena ações em nível federal, estadual e municipal para assegurar a alimentação das crianças. Soubemos que nessa escola, quase 100% já é de alimentos da agricultura familiar”, avaliou Francisca Gallegos, subsecretária de serviço social do Ministério de Desenvolvimento Social e Família do Chile. *Com informações do MDS e da Emater-DF
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Produtoras rurais de São Sebastião integram Plano de Aquisição de Alimentos
Produtoras rurais de São Sebastião estão caminhando para a autonomia financeira após conseguirem acessar, de forma individual, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Josiane Costa Sobrinho, Maria Aldenice da Silva Araújo, Mariazinha Porto dos Santos, Cleudiane Porto dos Santos, Maria Gorete dos Santos, Madalena Antonio Fonseca, Anarlete de Miranda Gouveia e Maria Vanuza Lemos dos Santos são atendidas pelos extensionistas rurais do escritório local da Emater-DF, que reconheceram nelas a capacidade agrícola para fazer entregas regularmente ao programa. Esse auxílio vai além do cadastro no PAA, orientação sobre cultivo, os produtos a serem entregues e a qualidade deles. Para além disso, as oito mulheres de São Sebastião foram orientadas a acreditar nelas mesmas, a confiar em sua capacidade de trabalho, na possibilidade de viver da terra e fazer projetos de uma vida melhor. Madalena Fonseca: “As entregas mudaram muito a minha vida e da minha família” | Foto: Ana Nascimento/Emater-DF Josiane, Maria Aldenice, Mariazinha, Cleudiane, Maria Gorete e Maria Vanuza são moradoras do Assentamento 15 de Agosto. Madalena e Anarlete moram no Assentamento Nova Camapuã. Todas elas começaram a trabalhar com entregas no PAA Termo de Adesão, modalidade individual, em setembro, e já estão recebendo valores referentes às primeiras notas emitidas, que totalizarão R$ 12 mil até o final do contrato. Maria Aldenice é casada e tem cinco filhos, dois dos quais moram sozinhos. Com ajuda do marido, ela cultiva hortaliças e frutíferas, como abacaxi, banana e maracujá, além de abóbora e mandioca. Até entrar no PAA, a família vendia a produção na feira local e para clientes fixos. No entanto, sobrava muita coisa, que acabava se perdendo. “Foi a minha primeira entrega, fiquei muito feliz. Eu perdia muito produto, agora a gente vende tudinho, e o preço é maravilhoso. Meu projeto é investir esse dinheiro para fazer minha irrigação, que não tenho, e aumentar minha produção”, disse emocionada. Ex-diarista, Mariazinha agora produz cenoura, alface, brócolis, cebolinha, salsa e vagem Aos 60 anos, Madalena deu uma guinada na vida familiar ao aceitar o desafio de acessar o PAA. Antes, plantava apenas para consumo familiar, mas, com o apoio e trabalho da Emater-DF, passou a entregar alface, couve, cenoura, brócolis, limão e abacate para o PAA. “As entregas mudaram muito a minha vida e a da minha família. Ainda não sou aposentada, então esse dinheiro está ajudando a pagar as contas, já que até então só tinha a aposentadoria do meu esposo. Já recebi R$ 1 mil em duas entregas, e agora vou guardar para investir na produção”, contou Madalena. Inclusão socioeconômica e segurança alimentar Gerente do escritório local da Emater-DF em São Sebastião, Maíra Andrade, e a extensionista rural Roseli Oliveira com a produtora Mariazinha A extensionista rural do escritório de São Sebastião, Roseli Oliveira, explica que o PAA oferece ao agricultor familiar uma oportunidade de ganho imediato, por isso a Emater-DF trabalha auxiliando no cadastro, habilitação e produção, explicando o funcionamento do programa e emissão da nota fiscal. “A gente enxerga uma oportunidade de elas viverem da terra que elas acessaram, de poder cuidar da família e da questão alimentar. Sempre falo que é importante que elas cuidem primeiro delas e dos seus; e, com isso, vão crescendo aos poucos e acessando outras políticas. É importante fortalecer o interior delas mesmas e de agarrarem essa oportunidade, que muitas vezes elas não percebem, não entendem como funciona, não acreditam muito. Aí a gente incentiva nesse aspecto”, disse Roseli. Ainda grávida, Mariazinha foi tocada pelo incentivo de Roseli e decidiu trocar o serviço de diarista pela lida na terra. Não foi fácil vencer o desânimo e a descrença, apesar de ter que deixar os filhos com cuidadoras, pagar transporte e trabalhar duro. No entanto, foi a persistência da extensionista que encheu a produtora de entusiasmo. Roseli literalmente pegou na enxada e ajudou a produtora a formar os canteiros, plantar, adubar e irrigar. Hoje, a filha caçula, Maísa, tem nove meses, e a produção segue farta: tem cenoura, alface, brócolis, cebolinha, salsa e vagem. No intervalo da amamentação e troca de fraldas, Mariazinha corre até a horta, aduba, irriga e colhe a produção orgânica, que entrega no PAA e coloca na mesa da família. [Olho texto=”“São Sebastião está se consolidando como um polo regional de produção orgânica”” assinatura=”Roseli Oliveira, gerente do escritório local da Emater-DF em São Sebastião” esquerda_direita_centro=”esquerda”] “Com o incentivo da Emater-DF, decidi que não ia mais trabalhar para os outros, mas ia trabalhar para a família. Hoje ensino para os meus filhos o que aprendi com meus pais agricultores: que a gente pode viver da terra. Meu sonho é ver toda a família trabalhando e cuidando do que é nosso”, declarou Mariazinha. O escritório local da Emater-DF em São Sebastião se empenha para incluir as mulheres agricultoras no PAA por representar não só a inclusão socioeconômica delas, que gera autonomia, melhora da autoestima e da qualidade de vida familiar, além da segurança alimentar. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “São Sebastião está se consolidando como um polo regional de produção orgânica. Essas mulheres produzem alimentos saudáveis e com uma variedade incrível, e auxiliamos tanto na escolha dos produtos como no plantio. Assim elas entregam e consomem alimentos saudáveis, aumentando a possibilidade de consumo”, finalizou Roseli Oliveira. *Com informações da Emater-DF
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