Servidores da rede pública do DF que atendem estudantes com altas habilidades são homenageados
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) promoveu, nesta segunda-feira (1º/9), uma sessão solene em homenagem aos profissionais da rede pública que atuam no atendimento educacional especializado a estudantes com altas habilidades e superdotação (AH/SD). O evento reuniu mais de cem homenageados, seus familiares, professores e autoridades da educação inclusiva. Durante a cerimônia, os servidores receberam moções de louvor em reconhecimento ao trabalho desenvolvido ao longo de quase 50 anos na rede pública de ensino. A sessão contou com a presença de autoridades da educação inclusiva e legislativa. Estiveram presentes a subsecretária de Educação Inclusiva e Integral (Subin) da Secretaria de Educação (SEEDF), Vera Barros; a pesquisadora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB) e a presidente do Conselho Mundial para Crianças Superdotadas e Talentosas (WCGTC), professora Denise Fleith; e o deputado distrital Eduardo Pedrosa, além de gestores, professores, servidores e familiares dos homenageados. Solenidade homenageou professores, psicólogos, pesquisadores e servidores especializados em altas habilidades e superdotação | Fotos: Mary Leal/SEEDF "Gostaria de abordar a relevância desta homenagem aos professores de atendimento especializado. Desejo destacar o valor inestimável do trabalho desenvolvido por eles junto aos estudantes da rede de atendimento especializado", afirmou Vera Barros. A subsecretária ressaltou ainda que o trabalho envolve toda uma equipe multidisciplinar. "Este trabalho é fundamental e envolve a avaliação de nossos alunos por toda a equipe: professores, equipe de apoio, salas de recursos e escolas polo. Vejo esta homenagem como uma oportunidade de fortalecer essa importante temática." [LEIA_TAMBEM]Apoio acadêmico A professora Denise Fleith ressaltou a longevidade e a qualidade do serviço especializado no DF: "Esse atendimento, que existe há quase 50 anos, ininterruptamente, contou com a atuação de muitos profissionais de alta qualidade. Tenho certeza de que o trabalho realizado transformou a vida de milhares de estudantes do Distrito Federal." O evento também recebeu uma mensagem especial do psicólogo norte-americano Joseph Renzulli, criador da Teoria dos Três Anéis de Superdotação e do Modelo de Enriquecimento Escolar, metodologia utilizada na rede pública de ensino do DF. Por meio da professora Denise Fleith, Renzulli parabenizou a iniciativa. "O trabalho realizado, certamente, tem feito a diferença na vida de muitas crianças e adolescentes superdotados." Giordano Bazzo, jornalista especializado na cobertura de AH/SD: "Desde que comecei a abordar essa pauta, percebi a necessidade urgente de dar mais visibilidade ao tema, já que muitas crianças com AH/SD ainda não são reconhecidas" Voz da comunicação O gestor de Comunicação da SEEDF, Giordano Bazzo, jornalista especializado na cobertura de AH/SD na rede pública do Distrito Federal, recebeu moção de louvor pelos serviços à população do DF, por ocasião do Dia do Profissional das Altas Habilidades e Superdotação. "Desde que comecei a abordar essa pauta, percebi a necessidade urgente de dar mais visibilidade ao tema, já que muitas crianças com AH/SD ainda não são reconhecidas. Em 2024, o Dia do Profissional das Altas Habilidades e Superdotação não constava no calendário escolar, mas conseguimos incluí-lo neste ano. Este evento é mais um passo para ampliar a discussão sobre o assunto", comentou. Valorização O deputado distrital Eduardo Pedrosa, responsável pela proposta da homenagem, enfatizou a importância do reconhecimento. "A gente precisa reconhecer o trabalho que foi feito por essas pessoas. Muitos aqui deixaram um legado, e hoje já estão aposentados. Outros estão em atividade, fazendo o seu melhor, mesmo diante de diversas dificuldades", disse. *Com informações da Secretaria de Educação (SEEDF)
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Rede pública do DF destaca-se na Olimpíada Brasileira de Astronomia 2025
Na recente 28ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), a rede pública de ensino do Distrito Federal alcançou um recorde com 34 medalhas de ouro, quatro a mais que em 2024, e um total de 87 premiações em todas as edições da competição. O desempenho consagra alunos do ensino fundamental e médio com destaque nacional e marca o melhor resultado das escolas públicas do DF. André Filipe Torres (E), com Maria Luiza Corrêa e Christian Pereira, que também se destacaram: “As olimpíadas são ótimas para desenvolver o interesse dos estudantes em novos assuntos, principalmente astronomia e astronáutica” | Foto: André Amendoeira/SEEDF Entre os medalhistas de ouro, o estudante da sala de recurso específica da Escola Classe (EC) 64 de Ceilândia André Filipe Torres, de 17 anos, gabaritou a prova. “As olimpíadas são ótimas para desenvolver o interesse dos estudantes em novos assuntos, principalmente astronomia e astronáutica”, comenta o jovem. “É muito legal e realmente ajuda no desenvolvimento do conhecimento.” Maria Luiza Corrêa, 16, está no segundo ano e participa de olimpíadas científicas desde o ensino fundamental. Ela acumula medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), Olimpíada Nacional de Ciências (ONC), Olimpíada de Matemática (OMDF) e em edições anteriores da OBA. “Antes eu estudava mais de forma leve, depois comecei a frequentar a sala de recursos e a me dedicar mais”, relata. Por sua vez, Christian Pereira, 17, participa da OBA desde 2021. “As olimpíadas são um ótimo exercício mental e uma experiência enriquecedora todo ano”, avalia. Sala de recursos específica Veja o desempenho das escolas na OBA deste ano Com 14 anos de experiência na Sala de Recursos Específicos para Alunos com Altas Habilidades, o professor Marlon dos Santos coordena os trabalhos junto aos estudantes. “É interessante observar essa criança com quatro ou cinco anos entrando no programa de altas habilidades e, ao sair, aos 18, ver a trajetória de projetos, as participações nas olimpíadas, o crescimento que eles têm”, enfatiza. Para o professor, as competições são fundamentais para o desenvolvimento dos estudantes. “As olimpíadas, os circuitos de ciências, os projetos, as apresentações são maneiras de eles mostrarem aquilo que sabem, e isso faz com que cresçam no conhecimento e coloquem em prática o que vão aprendendo”, afirma. Escola que inspira [LEIA_TAMBEM]A EC 64 de Ceilândia lidera o ranking de medalhas na competição com 13 premiações: sete de ouro, quatro de prata e duas de bronze. O resultado coloca a unidade como referência no ensino de astronomia na rede pública de ensino do Distrito Federal. A professora Carla Cíntia Oliveira, que atua há 20 anos na Sala de Recursos para Altas Habilidades, relembra: “Em 2005, as olimpíadas ainda eram pouco divulgadas entre as salas, até que o professor Benilto decidiu inscrever os alunos e disse: ‘nossa, a gente está com esses alunos aqui de Ceilândia; a maioria não acredita no próprio potencial. Temos que fazer alguma coisa para incentivar esses meninos, para que vejam que são capazes’”. A estratégia funcionou, e o projeto cresceu com alunos dispostos e interessados em aprender. “Você vê que eles participam porque gostam, não é algo que a gente impõe”, pontua a professora. “Aqui oferecemos essa oportunidade, e eles começam a participar desde pequenos. A partir daí, mesmo quando chegam à adolescência, já passam a ter outra visão.” *Com informações da Secretaria de Educação
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Educação promove formação voltada ao atendimento de estudantes com altas habilidades
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), por meio da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin), ofereceu uma formação especializada para docentes que atuam com estudantes com altas habilidades/superdotação (AH/SD). O evento ocorreu na sede da Pasta, no auditório Neusa França, com a presença da subsecretária Vera Barros e com destaque para a palestra da doutora Ângela Virgolim, referência nacional em superdotação. “É fundamental tirar a criança do estado de não reconhecimento das próprias habilidades e oferecer oportunidades reais para que esse potencial floresça”, afirmou Ângela Virgolim, ao destacar a importância do atendimento educacional especializado. A palestrante fez uma reflexão sobre o papel social do trabalho desenvolvido. "Queremos formar pessoas que são reservatórios da nossa sociedade em termos de talentos, para que o Brasil tenha sempre a quem recorrer quando precisar de resolução de problemas nos mais variados níveis e áreas". Palestrante Ângela Virgolim, referência nacional em superdotação, destacou a importância do atendimento educacional especializado na rede pública do DF | Fotos: Mary Leal/SEEDF Formação docente O evento marcou o encerramento de um ciclo de capacitação voltado para professores itinerantes e psicólogos. Rachel Souza Rabelo, educadora itinerante do Atendimento Educacional Especializado de Altas Habilidades no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 08 de Sobradinho, disse que a formação representa mais do que uma atualização técnica. “A formação articula saberes e fortalece o sentimento de rede, e a participação dos educadores é importante. Os profissionais vão mudando, as salas se atualizando, e esse contato é essencial não só para aprender novas metodologias, mas também para fortalecer os vínculos entre os polos do Distrito Federal”. Atendimento especial Atualmente, o DF possui salas de altas habilidades em todas as Coordenações das Regionais de Ensino (CREs), com especialidades nas áreas de linguagens, matemática e robótica. O trabalho desenvolvido tem ganhado destaque pela forma diferenciada de atendimento. Lucilene Gomes, responsável pela Gerência de Atendimentos Pedagógicos em Deficiências Sensoriais e Surdez (DA/DV) e AH/SD, ressaltou a importância dos profissionais presentes no evento. Evento contou com a presença de 51 profissionais da rede pública de ensino do DF e marcou o encerramento de um ciclo de capacitação voltado para professores itinerantes e psicólogos "Eles fazem esse atendimento educacional especializado, que é um atendimento suplementar que a rede dispõe para os estudantes que têm altas habilidades ou superdotação", explicou. Para a gerente, o trabalho nas salas específicas de AH/SD exige muito conhecimento. "É um trabalho que exige sensibilidade, técnica e, acima de tudo, escuta ativa. Esses profissionais ajudam os alunos a se reconhecerem, a pertencerem e a florescerem. Transformam dons e habilidades em potência criativa, talentos em projetos de vida e singularidades em caminhos de realização pessoal e social", afirmou. A palestrante Ângela Virgolim, que atua na capacitação de docentes da Secretaria desde o final da década de 1990, demonstrou emoção ao falar sobre o desenvolvimento da área. "É emocionante ver onde eles chegaram com o trabalho que têm feito. Acompanho o trabalho da Secretaria no dia a dia e percebo o quanto são pessoas que estudaram e se comprometem com esse conhecimento". A palestrante ressaltou ainda a importância da formação continuada dos profissionais. "Não podemos deixar os professores sozinhos, temos que trazê-los para refletir. Eles precisam entender o papel deles e entender essa cabecinha, esse ser humano lindo que chega para ser formado por eles", concluiu. *Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)
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Psicólogos da SEEDF participam de formação sobre altas habilidades
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) promoveu, nesta terça-feira (24), o primeiro de uma série de três encontros formativos voltados para o aprimoramento das práticas pedagógicas direcionadas a estudantes com altas habilidades/superdotação. A ação reuniu 60 psicólogos e itinerantes das 14 Coordenações Regionais de Ensino (CREs), criando um espaço de troca de experiências e atualização de conhecimentos. A iniciativa reforça o compromisso da SEEDF com uma educação mais inclusiva e de qualidade para alunos com potencial elevado. Encontro reforçou a importância dos psicólogos no suporte a estudantes com altas habilidades | Fotos: Jotta Casttro/SEEDF Durante a manhã, os participantes acompanharam palestras e debates sobre estratégias de ensino e acolhimento desses estudantes. Para a subsecretária de Educação Inclusiva e Integral (Subin), Vera Lúcia Barros, a ação busca fortalecer a formação continuada dos psicólogos, capacitando-os a identificar e atender às necessidades específicas desses estudantes. “Esse encontro é uma oportunidade valiosa para discutir as melhores práticas e reforçar a importância de uma avaliação com foco exclusivamente pedagógico. É um espaço de troca de experiências que contribui para que esses alunos desenvolvam todo o seu potencial”, destaca Vera Lúcia. [LEIA_TAMBEM] A titular da Gerência de Atendimentos Educacionais Especializados da SEEDF, Lucilene Barbosa Gomes, destacou a importância do investimento na formação dos docentes para promover uma educação mais inclusiva. “O trabalho do psicólogo é extremamente importante, pois nossa avaliação é de natureza pedagógica. Ele integra a equipe, junto com o professor itinerante e o docente da sala de recursos, e em conjunto conduzem todo o processo de avaliação do estudante para identificar altas habilidades e superdotação”, explica Lucilene Alves. Atenção especializada A importância do olhar afetivo também foi destaque no encontro de formação, desmistificando os preconceitos relacionados à superdotação e altas habilidades, com a proposta pedagógica de acolhimento. “É fundamental promover a inclusão social desses estudantes. Muitos enfrentam o isolamento justamente por serem vistos apenas por sua capacidade cognitiva, e não por sua totalidade como indivíduos”, reforçou a chefe da Unidade de Educação Inclusiva e em Tempo Integral (UNITI), Dulcinete Castro, uma das organizadoras do evento. O psicólogo Luan Henrique Alves atua na CRE Santa Maria e ressaltou a importância do apoio emocional aos estudantes. “A psicologia atua não apenas nas questões relacionadas às altas habilidades, mas também em temas como ansiedade e outras excepcionalidades. Esse acolhimento é essencial não só para os alunos, mas também para professores, pais e toda a comunidade escolar”, afirmou. O psicólogo Luan Henrique Alves, da CRE de Santa Maria, destacou o acolhimento emocional dos alunos com altas habilidades O encontro reforça a importância de ações formativas específicas para professores que atuam com alunos de altas habilidades, promovendo uma educação mais inclusiva, desafiadora e estimulante. Com o apoio de gestores e profissionais dedicados, a expectativa é de que esses estudantes recebam o suporte necessário para desenvolver todo o seu potencial, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária. Os próximos encontros estão previstos para maio e junho. *Com informações da SEEDF
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Alteração na Lei do Voluntariado é publicada no DODF
Foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), na manhã desta quinta-feira (19), a alteração da Lei nº 3.506, de 20 de dezembro de 2004, que cria o voluntariado junto ao Serviço Público do Distrito Federal e orienta para a inclusão da formação teórica e prática do Educador Social Voluntário (ESV). Essa medida também orienta a atuação da equipe gestora e pedagógica da unidade escolar no processo de inclusão dos estudantes. A Lei passa a vigorar acrescida do artigo 2º-A, que trata da dinâmica profissional do ESV assim como devem auxiliar e acompanhar estudantes da educação especial, com deficiência, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com Síndrome de Down – SD. Além destes, o texto também apresenta informações sobre o exercício das atividades diárias com estudantes com altas habilidades ou superdotação, mediante ações de formação teórica e prática disponibilizadas. A medida também orienta a atuação da equipe gestora e pedagógica da unidade escolar no processo de inclusão dos estudantes | Foto: Divulgação/SEEDF “A Formação poderá melhorar de forma significativa o serviço prestado pelos ESVs, podendo resultar, de fato, em um atendimento mais qualificado e inclusivo aos Estudantes. Oferecer formação é uma excelente maneira de valorizar o trabalho voluntário, reconhecendo a importância e impacto que o ESV tem no atendimento nas Instituições educacionais públicas”, explica Carlos Ney, chefe da Unidade de Apoio às Coordenações Regionais de Ensino (Unicre). Entre os tópicos publicados, estão a formação sobre educação especial e educação inclusiva; a formação relacionada à interação ou alteração comportamental e à socialização do estudante com deficiência, TEA, altas habilidades ou superdotação; a formação sobre intervenções no campo da tecnologia assistiva como promoção de acessibilidade; visitas presenciais a instituições, escolas e entidades que prestem atendimento e assistência aos estudantes com deficiência, TEA, SD, altas habilidades ou superdotação. Além dos pontos salientados, aplica-se o disposto na publicação à formação teórica e prática para os docentes do sistema público de ensino do Distrito Federal, por meio de programas de formação continuada. A formação teórica e prática para o ESV deve ocorrer durante o processo de convocação e de formação do Programa Educador Social Voluntário. Por último, o Diário Oficial do DF destaca que no processo de análise curricular dos critérios de seleção e classificação do Programa Educador Social Voluntário, deve ser incluído campo com pontuação a ser atribuída para candidatos que tenham experiência comprovada na atuação em escolas, entidades ou instituições que prestem atendimento e assistência aos estudantes com deficiência, TEA, SD, altas habilidades ou superdotação. *Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)
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Exposição do polo de Altas Habilidades de Ceilândia celebra conquistas dos alunos em 2024
O Teatro Newton Rossi do Sesc Ceilândia foi palco, na última semana, da culminância do ano letivo de um dos mais tradicionais polos de Altas Habilidades de Brasília, sediado na Escola Classe (EC) 64 de Ceilândia. O evento, que é aberto para visitação do público até esta quarta-feira (4), reúne trabalhos de artes visuais e projetos científicos de estudantes da educação infantil ao ensino médio atendidos no polo. Na inauguração da mostra, a experiência multissensorial foi enriquecida por apresentações musicais e premiações de olimpíadas científicas. O evento reuniu cerca de 150 obras entre artes visuais e projetos científicos produzidos pelos estudantes | Fotos: Victor Bandeira/SEEDF “A exposição representa tudo que foi desenvolvido durante o ano com esses estudantes dentro da área de interesse de cada um, seja nas áreas de exatas, biologia, ciências, história, matemática ou artes”, explica Saron Gomes Batista, professora itinerante do Atendimento Educacional Especializado (AEE) da EC 64. Ela destaca que o polo atende atualmente entre 150 e 170 estudantes, sendo que cerca de 30% deles estão em período de observação. “Ceilândia é uma das primeiras regionais a oferecer esse atendimento, que já tem bastante experiência”, ressalta. Psicóloga da EC 64, Rachel Marinho, destacou a importância de desenvolver os talentos desses alunos Na vertente científica, a mostra contou com projetos de robótica, experimentos de química e física, apresentações sobre biologia e jogos interativos desenvolvidos pelos próprios estudantes. Já na parte artística, três projetos se destacaram pela originalidade: a série Canto dos Pássaros, que estabeleceu conexões poéticas entre as aves do ambiente escolar e expressões artísticas; o projeto Vida de Bicho, que explora representações simbólicas de animais para abordar conceitos como força e transformação; e uma série dedicada ao universo dos mangás e animes. A psicóloga da EC 64, Rachel Marinho, explica que os estudantes desenvolvem projetos anuais a partir de suas áreas específicas de interesse. “Durante o atendimento, eles são estimulados e motivados para que, até o final do ano, produzam algo concreto. Esse produto representa para o aluno a materialização de suas pesquisas, para a família comprova os frutos do atendimento, e para o professor evidencia a efetividade do trabalho desenvolvido”, destaca. Ela ressalta, ainda, que o desenvolvimento dessas competências específicas beneficiará toda a comunidade no futuro, pois os estudantes poderão contribuir em suas respectivas áreas de conhecimento. Parceria com os pais A Sala de Recursos de Altas Habilidades/Superdotação da EC 64 de Ceilândia inovou em 2024 ao oferecer, pela primeira vez, um minicurso de formação para pais. A iniciativa fortaleceu a parceria escola-família, permitindo a troca de experiências e orientações sobre desafios emocionais e educacionais. Laiana Aguiar destacou a qualidade do serviço prestado na Sala de Recursos e a importância no desenvolvimento socioemocional de seu filho Miguel Laiana Aguiar dos Santos Miranda, mãe de Miguel, 10 anos, compartilhou a experiência do filho. “Miguel foi identificado com altas habilidades no terceiro ano, passando por 12 atendimentos com psicóloga e pedagoga até receber o laudo. O processo foi transformador para ele, especialmente no desenvolvimento de competências socioemocionais através de jogos. Ele superou dificuldades significativas, como lidar com frustrações e perfeccionismo, evoluindo notavelmente na socialização graças ao trabalho desenvolvido na Sala de Recurso”. *Com informações da SEEDF
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Pesquisadores e professores transformam o ensino de superdotados no Distrito Federal
Nas reportagens anteriores desta série, dedicada ao Dia da Pessoa com Altas Habilidades e Superdotação (AH/SD), celebrado em 11 de novembro, exploramos a evolução das políticas públicas voltadas para os estudantes do Distrito Federal. Nesta terceira e última matéria, abordaremos a história das pesquisas acadêmicas sobre o ensino de pessoas com AH/SD, com destaque para a formação dos professores que atuam nas salas de recursos das escolas públicas. Oficina de adequação curricular para professores regentes de estudantes com AH/SD, realizada em maio de 2024 | Fotos: Divulgação/SEEDF Pesquisadoras pioneiras A história das pesquisas sobre AH/SD no DF começou de forma estruturada na década de 1970, com a criação do Programa de Atendimento ao Superdotado pela Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF). A iniciativa foi influenciada pelos trabalhos da professora e doutora Helena Antipoff, cujas teorias e metodologias serviram de base para o desenvolvimento do primeiro programa. Nos anos 1980, uma parceria entre a Universidade de Brasília (UnB) e a SEEDF resultou em pesquisas sistemáticas sobre o tema, gerando os primeiros trabalhos acadêmicos voltados para a realidade local. Nesse período, a professora emérita da UnB Eunice Maria Lima destacou-se como pioneira nos estudos de criatividade e altas habilidades no Brasil. Responsável por incluir conteúdos sobre AH/SD nos cursos de Psicologia da universidade, ela é reconhecida como uma das figuras mais importantes na educação e pesquisa sobre superdotação no DF. “Admiro o trabalho desta Secretaria de Educação. É um dos poucos programas de atendimento ao superdotado público que se mantém ao longo das décadas sem sofrer descontinuidades” Denise de Souza Fleith, doutora em psicologia educacional “O DF tem uma longa tradição nesses programas desde os anos 1970, com um número crescente de estudantes, tanto de escolas públicas quanto particulares. A SEEDF conta com uma equipe qualificada, e o programa tem se destacado como referência nacional no atendimento a alunos com AH/SD”, afirmou a professora. Pesquisas acadêmicas Nos anos 2000, as doutoras Denise de Souza Fleith e Ângela Virgolim contribuíram para a expansão das pesquisas na área. A criação da linha de pesquisa em Desenvolvimento Humano e Altas Habilidades no programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde da UnB foi um marco, resultando em mais publicações científicas e metodologias adaptadas à realidade local. “A UnB, por meio de seu Instituto de Psicologia, destacou-se como a primeira universidade brasileira a oferecer cursos específicos na área de altas habilidades como parte do currículo de graduação, incluindo a disciplina Superdotação, Talento e Desenvolvimento Humano, além de disciplinas de pesquisa e estágios para psicólogos nos cursos de bacharelado e licenciatura”, afirmou Virgolim. Com mais de 80 profissionais especializados, a rede pública do DF realiza um trabalho integrado com a UnB e a Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Eape) para a formação continuada de educadores Fleith elogiou o trabalho da SEEDF: “Admiro o trabalho desta Secretaria de Educação. É um dos poucos programas de atendimento ao superdotado público que se mantém ao longo das décadas sem sofrer descontinuidades. Acredito que o atendimento educacional especializado oferecido pela SEEDF é uma referência para outras unidades da federação brasileira e para o cenário internacional”, concluiu. No Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento (PED) do Instituto de Psicologia (IP) da UnB, as professoras Renata Muniz e Jane Farias passaram a dar continuidade aos estudos que vinham sendo realizados, além de ministrar atividades de extensão para os docentes da rede pública, voltadas para o atendimento educacional em altas habilidades e superdotação. “Nosso objetivo é que o conhecimento seja implementado na prática diária, por meio de projetos que gerem resultados concretos, como oficinas ou protocolos de identificação”, explica Renata. Aperfeiçoamento Com mais de 80 profissionais especializados, a rede pública do DF realiza um trabalho integrado com a UnB e a Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Eape) para a formação continuada de educadores. A universidade oferece disciplinas, cursos de extensão e programas de pós-graduação sobre AH/SD, enquanto a Eape complementa com oficinas e seminários regulares. “Nosso objetivo é que o conhecimento seja implementado na prática diária, por meio de projetos que gerem resultados concreto”, ressalta a professora Renata Muniz O curso de Atendimento Educacional em Altas Habilidades/Superdotação, oferecido em parceria com o Ministério da Educação (MEC), é um dos destaques na formação de professores. Com duração de seis meses e formato a distância, o curso capacita os profissionais para identificar e atender às necessidades de alunos com AH/SD. O programa aborda temas essenciais, como o desenvolvimento histórico e as definições da área de Altas Habilidades/Superdotação, suas diferentes concepções, legislação e políticas públicas. Também explora as características cognitivas e socioafetivas das pessoas superdotadas, métodos de identificação, particularidades de populações especiais com AH/SD e práticas educacionais específicas para atender às necessidades desses estudantes. Segundo a professora Renata Muniz, o curso tem um diferencial importante: todo o corpo docente possui experiência prática com superdotação. “As atividades são voltadas para a realidade do cursista, e o trabalho final é um projeto que resulta em um produto concreto, como um curso de formação para sua regional, uma oficina ou um protocolo de identificação. Nosso objetivo é que o conhecimento seja implementado no dia a dia da sala de aula”, explica. Para Saron Batista, professora itinerante do Atendimento Educacional Especializado para Altas Habilidades/Superdotação (AEE-AH/SD) da Escola Classe (EC) 64 Ceilândia, o curso oferecido pela UnB em parceria com o MEC tem fortalecido significativamente o atendimento aos alunos superdotados na rede pública do DF. “Com uma equipe técnica de alto nível, formada por mestres, doutores e especialistas, a formação tem se mostrado transformadora em suas duas edições, capacitando nossos professores e contribuindo para práticas educacionais mais inclusivas nas salas de recursos”, afirma. Saron Batista, professora itinerante do AEE-AH/SD, em atividade com os profissionais de educação na EC 64 de Ceilândia Formação continuada A formação continuada é coordenada pela Escola de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape), vinculada à Subsecretaria de Educação Básica (Subeb). Segundo Linair Moura, chefe de unidade da Eape, a qualificação está fundamentada nas diretrizes de formação continuada da SEEDF e em outros documentos normativos, seguindo uma perspectiva crítico-emancipatória e pós-crítica. “O processo formativo dos profissionais da educação deve estar articulado com o mundo social, político e cultural, cumprindo sua função institucional e social de promover a melhoria das práticas profissionais, visando ao aprimoramento da aprendizagem dos estudantes”, destaca Linair. O curso de AEE para Altas Habilidades/Superdotação oferecido pela Eape tem como principais objetivos: • Capacitar educadores para identificar, atender e estimular o potencial dos estudantes; • Desenvolver a compreensão das características específicas de alunos com altas habilidades; • Reconhecer diferentes perfis, desde os altamente criativos até os academicamente talentosos; • Fornecer estratégias práticas para adaptação curricular; • Implementar atividades de enriquecimento e suplementação além do currículo tradicional. O programa oferece suporte integral em três dimensões fundamentais: • Alunos – Atendimento direto e desenvolvimento de potencialidades; • Professores – Capacitação e suporte para adaptações pedagógicas; • Famílias – Orientação por professores itinerantes e psicólogos do AEE, garantindo apoio contínuo tanto no ambiente escolar quanto familiar. Priscila Eduardo, professora itinerante em Taguatinga, participou do curso “A Superdotação no Contexto Escolar”, promovido pela Eape em 2009. “Foi um marco em minha carreira, pois me apresentou a teoria de Renzulli, proporcionando-me ferramentas essenciais para atender às necessidades específicas desses alunos”, relata. Oficina de adequação curricular para professores regentes de estudantes com AH/SD, ministrada pelas professoras itinerantes Priscila Eduardo e Marta Mendes Desafios Nos últimos anos, o cenário educacional para AH/SD registrou avanços significativos na criação de ambientes escolares mais inclusivos e acolhedores. Tais espaços buscam incentivar alunos com AH/SD a desenvolverem plenamente seu potencial, em um ambiente que respeite e valorize suas individualidades. Contudo, um problema persistente no cenário das AH/SD é a sub-representação feminina. Pesquisas indicam que, em média, apenas 40% dos estudantes identificados com AH/SD são meninas, revelando uma disparidade significativa em relação aos meninos. “A trajetória de mais de quatro décadas no DF demonstra o compromisso da rede pública em atender com qualidade os estudantes com AH/SD” Lucilene Barbosa Gomes, gerente de Atendimentos Educacionais Especializados A professora Saron Batista, autora do livro O Perfil da Menina Superdotada de Ceilândia, relata ter observado que muitas meninas com potencial para a área de exatas são direcionadas para as áreas de humanas, reforçando estereótipos de gênero. “Em meus estudos recentes, constatei que fatores culturais e estereótipos de gênero continuam impactando a forma como as meninas com superdotação são percebidas e incentivadas”, afirma. A professora Gizelle Pires, também atuante no polo de Ceilândia, complementa: “A falta de estímulo e o preconceito em relação ao potencial feminino, além da ausência de modelos femininos em áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, são desafios que precisamos superar para garantir que essas meninas recebam o apoio necessário e explorem todo o seu potencial”. “A trajetória de mais de quatro décadas no DF demonstra o compromisso da rede pública em atender com qualidade os estudantes com AH/SD”, afirma Lucilene Barbosa Gomes, gerente de Atendimentos Educacionais Especializados (Gaesp). Para ela, os avanços nas pesquisas acadêmicas e na formação continuada dos professores são impressionantes e cada vez mais necessários. “Mas sabemos que precisamos ampliar o conhecimento sobre o tema, a fim de que todos os profissionais da rede tenham um olhar sensível para identificar comportamentos sugestivos de AH/SD e, assim, assegurar que todas as escolas estejam preparadas para proporcionar um ambiente enriquecedor que permita que esses estudantes floresçam plenamente”, completa. *Com informações da Secretaria de Educação
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Alunos com altas habilidades têm atendimento especializado na rede pública do DF
Na Secretaria de Educação (SEEDF), o Atendimento Educacional Especializado (AEE) prestado ao aluno com altas habilidades/superdotação (AH/SD) é de responsabilidade da Gerência de Atendimentos Educacionais Especializados (Gaesp) da Diretoria de Educação Inclusiva e Atendimentos Educacionais Especializados (Dein), vinculada à Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin). “A gente trabalha com todo tipo de linguagem”, explica o professor Leandro Vasconcelos Nunes Monteiro (D), com a aluna do CEF 08 de Sobradinho Maria Clara Costa Silva | Foto: Felipe Noronha/SEEDF “O compromisso da SEEDF com o atendimento aos alunos com altas habilidades/ superdotação reflete nossa convicção de que cada estudante possui um potencial único a ser desenvolvido”, afirma a subsecretária de Educação Inclusiva e Integral, Vera Lúcia Ribeiro. “Por meio das salas de recursos específicas, os estudantes recebem o apoio necessário para potencializar seus talentos e habilidades acadêmicas, artísticas e atléticas, com profissionais habilitados e capacitados, dispondo de uma estrutura adequada para atender às necessidades específicas de cada aluno”. Salas de recursos As salas de recursos específicas de AH/SD são organizadas em polos com as turmas da área acadêmica ou de talento artístico, conforme a demanda. Além disso, as equipes de AH/SD de cada coordenação regional de ensino (CRE) devem contar com um psicólogo especialista para atender todos os estudantes do polo e familiares. O atendimento, previsto para alunos desde os primeiros anos da educação infantil até o último ano do ensino médio, incluindo a Educação de Jovens e Adultos (EJA), ocorre uma vez por semana, no contraturno, com a duração de quatro horas). Para ingressar no AEE e frequentar a Sala de Recursos Específica, o aluno deve ser identificado com AH/SD. O processo de identificação desses estudantes tem início na observação de comportamentos sugestivos, o que leva a uma posterior indicação ao AEE. A indicação ao AEE pode ser feita pelo professor ou familiares do aluno, sendo formalizada por uma ficha de indicação que deve ser entregue na CRE pretendida ou em um polo de atendimento. As alunas do 6º ano do CEF 08 de Sobradinho Pyetra Eduarda Souza dos Anjos, 11, e Ester Pessoa de Sousa, 12, solicitaram à direção da escola participação na Sala de Recursos de Robótica. A professora itinerante fez a indicação e, atualmente, elas estão em processo de avaliação. Se forem identificados os comportamentos sugestivos de AH/SD, poderão frequentar o atendimento especializado até o final do ensino médio. Ester, que quer ser advogada criminalista, gosta de construir robôs com peças de lego. “Faz mais ou menos um mês que eu venho pra cá”, conta. “Venho quando tem aula vaga e fico fazendo robótica. Eu queria participar do torneio do FLL [First Lego League]”. Talentos Utilizada nas avaliações, Teoria dos Três Anéis propõe que, para ser considerada com altas habilidades, a pessoa deve ter muita facilidade em alguma área, estar engajada nessa atividade e demostrar comportamento criativo na área de interesse Já na Sala de Talentos, Maria Clara Costa Silva, 16, aluna da 2ª série do ensino médio, foi indicada por uma professora em 2022. “Eu estava no 9º ano do ensino fundamental”, relata. “Uma vez, estava mexendo nos meus desenhos, e uma professora de Geografia pediu para vê-los, e aí me indicou. Eu preenchi um formulário e depois vim fazer a entrevista com o meu pai. Eles me aceitaram na hora”. Com os recursos materiais, o convívio com outros alunos com interesses semelhantes e a orientação do professor, ela viu suas habilidades atingirem novos patamares. Para o futuro, Maria Clara pretende ingressar na Universidade de Brasília (UnB) e se dedicar a algum curso relacionado a artes. Após o início do atendimento, o estudante passa por um período de observação, de quatro a 16 semanas, em que são avaliados os comportamentos sugestivos de altas habilidades/superdotação. Para essa avaliação, é utilizada como referência a Teoria dos Três Anéis, de Joseph Renzulli, segundo a qual, para a pessoa ser considerada com altas habilidades, ela deve ter muita facilidade em alguma área, estar engajada nessa atividade e demonstrar comportamentos criativos dentro dessa área de interesse. Se, depois dos 16 encontros, as altas habilidades/superdotação forem identificadas, o aluno permanecerá no AEE até o final do ensino médio. Os alunos matriculados em unidade escolar da rede privada de ensino passam por um processo semelhante. Devem preencher a ficha de inscrição e encaminhá-la para a CRE localizada na mesma região administrativa onde o estudante reside. Depois, devem aguardar o contato do professor itinerante, para que o processo de avaliação seja iniciado. Experiência transformadora Nayara Dias de Menezes relata como o atendimento especializado mudou a vida escolar de seu filho Rafael, hoje no 3º ano do ensino fundamental. O garoto frequenta a Sala de Recursos do CEF 08 de Sobradinho desde 2022, após um período desafiador em que se recusava a ir à escola. “Consegui o contato com uma professora que me encaminhou à coordenadora de Altas Habilidades/Superdotação”, lembra. “O acolhimento é essencial. Ter um filho com altas habilidades traz desafios diários, principalmente nos aspectos emocionais e sociais” Nayara Dias de Menezes, mãe de aluno “Iniciamos o processo quando Rafael tinha 5 anos, mas, devido à pandemia e às vagas limitadas para alunos de escolas particulares, ele só começou o atendimento aos 7 anos”, rememora. “O atendimento foi fundamental para a autoestima dele, ajudou-o no reconhecimento entre seus pares e potencializou suas habilidades. Houve uma redução significativa da ansiedade e um desenvolvimento da autonomia criativa. O acolhimento é essencial. Ter um filho com altas habilidades traz desafios diários, principalmente nos aspectos emocionais e sociais.” Equipe especializada “Estudantes com altas habilidades vivem um mundo interno rico e complexo. Essa percepção aguçada os torna mais sensíveis a nuances e emoções, o que pode gerar desafios como ansiedade e dificuldades de socialização. A parceria com os pais é essencial para garantir um acompanhamento integral e eficaz” Maria Luiza Macedo, psicóloga do CEF 08 de Sobradinho Para atender esses alunos, há mais de 80 profissionais especializados da rede pública do DF, entre professores das áreas específicas, psicólogos e professores itinerantes. O professor da Sala de Recursos passa por processo de aptidão e atua de acordo com a sua habilitação. Atualmente há salas de recursos específicas de AH/SD nas áreas de ciências humanas, linguagens, matemática e artes. “Dentro da sala, a gente trabalha com todo tipo de linguagem”, explica o professor Leandro Vasconcelos Nunes Monteiro, que leciona Artes Visuais na Sala de Recursos de Talentos do CEF 08 de Sobradinho desde 2012. “A gente trabalha com animação, com estrutura, com modelagem, pintura e, inclusive, computação gráfica, que é bem presente agora.” Atualmente, ele atende cerca de 50 alunos entre 11 e 18 anos, do 6º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio. “Estudantes com altas habilidades vivem um mundo interno rico e complexo”, detalha a psicóloga Maria Luiza Macedo, do CEF 08. “Essa percepção aguçada os torna mais sensíveis a nuances e emoções, o que pode gerar desafios como ansiedade e dificuldades de socialização. Muitas vezes, sentem-se incompreendidos por seus pares e carregam a responsabilidade de sempre serem os melhores. No meu trabalho, busco criar um espaço seguro para que expressem seus sentimentos e desenvolvam habilidades para lidar com as altas expectativas e as comparações constantes. A parceria com os pais é essencial para garantir um acompanhamento integral e eficaz.” Professor itinerante Também ganha destaque nesse processo o professor itinerante, que atua como articulador entre os diversos segmentos da comunidade educacional, estabelecendo conexões estratégicas entre a Diretoria de Educação Especial, as salas de recursos, as unidades escolares, as famílias e as CREs. Seu papel abrange tanto o suporte pedagógico quanto o administrativo, sendo fundamental na coleta e análise de dados, no acompanhamento individualizado dos estudantes e na orientação especializada a professores e familiares. Para exercer a função de professor itinerante, é necessário possuir formação específica em AEE, com ênfase no trabalho com alunos superdotados. Além da formação, o profissional deve obter uma concessão de aptidão para atuar na educação especial, particularmente nas salas de recursos para altas habilidades/superdotação. Esta concessão é feita por uma banca examinadora, durante o processo de concurso de remanejamento. Famílias participam “O atendimento ao estudante com AH/SD é um assunto que tem entrado na pauta, não só das escolas, mas das famílias também”, pontua a professora itinerante Rachel Souza Rabelo, do CEF 08 de Sobradinho. “São estudantes que precisam de uma suplementação curricular, pois seus interesses vão além dos conteúdos acadêmicos trabalhados em sala de aula.” O trabalho, segundo ela, vai além do atendimento direto ao aluno: “Realizamos um apoio integral à família do aluno com AH/SD, abordando questões emocionais e orientando os professores do ensino regular sobre as necessidades específicas desses estudantes e as adaptações necessárias em sala de aula”. A diretora de Educação Inclusiva e Atendimentos Educacionais Especializados, Dulcinete Castro Nunes Alvim, ressalta a importância dessa interação: “Nós temos resultados fantásticos desses trabalhos realizados”. Segundo ela, os projetos desenvolvidos nesses atendimentos demonstram o potencial dos alunos em diversas áreas, como saúde, educação e tecnologia. A diretora assegura que esses jovens podem contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade. *Com informações da Secretaria de Educação
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