Painel destaca empregabilidade como caminho para prevenir violência doméstica no DF
Nesta quarta-feira (10), a Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF) participou da 2ª Audiência Pública do Observatório Pró-Equidade da Justiça Militar da União, realizada no auditório do Superior Tribunal Militar (STM). O debate destacou a importância da empregabilidade como instrumento de autonomia econômica e prevenção à violência doméstica. Com o tema “Protocolos Unificados de Atendimento Humanizado às Vítimas de Violência”, a audiência foi conduzida pela ministra-presidente Maria Elizabeth Rocha e reuniu especialistas, representantes de órgãos públicos, entidades da sociedade civil e pesquisadores. O objetivo foi discutir a padronização de procedimentos que garantam atendimento digno, ágil e humanizado às vítimas. A Secretaria da Mulher do Distrito Federal participou da 2ª Audiência Pública do Observatório Pró-Equidade da Justiça Militar da União, nesta quarta (10) | Foto: Mardonio Vieira/SMDF A vice-governadora Celina Leão reforçou que o Governo do Distrito Federal tem o compromisso de criar caminhos para que mulheres reconstruam suas histórias com dignidade e independência: “Nosso objetivo é garantir não apenas a contratação, mas a permanência no emprego, fortalecendo a estabilidade emocional, financeira e social dessas mulheres. A autonomia econômica é parte fundamental para romper, de forma definitiva, o ciclo da violência.” Atualmente, 362 mulheres já estão inseridas no mercado de trabalho por meio de 12 Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados pela SMDF. Os acordos determinam que contratos de serviços contínuos com dedicação exclusiva de mão de obra reservem de 2% a 8% das vagas para mulheres em situação de violência doméstica e familiar. [LEIA_TAMBEM]A secretária da Mulher, Giselle Ferreira, destacou que a SMDF criou uma área exclusiva para a empregabilidade, com foco na reconstrução de vidas. “Cada mulher é acompanhada por uma equipe de psicólogos, pedagogos e assistentes sociais, que contribuem para o fortalecimento emocional, profissional e social. Para os próximos 12 meses, nossa meta é ampliar significativamente esse número com novas parcerias. A pauta da mulher é de todos. Essas ações têm feito a diferença na vida de muitas famílias.” O Observatório Pró-Equidade, criado pelo STM, é um espaço de diálogo voltado ao fortalecimento da equidade, da inclusão e da proteção de grupos vulnerabilizados. Nesta segunda edição, o foco esteve na proteção de vítimas e no aprimoramento das redes de acolhimento, integrando perspectivas jurídicas, sociais, psicológicas e institucionais. Durante o evento, também foi apresentado o Livro-Guia de Licitações e Contratos sob a Perspectiva da Equidade, produzido a partir da primeira audiência pública do Observatório, realizada em agosto. “Esta audiência é mais um avanço na consolidação de protocolos de atendimento que priorizam a dignidade e a proteção integral das vítimas em todo o país. É a demonstração de que estamos construindo uma sociedade mais justa e solidária. Não se trata apenas de um esforço, mas de um movimento de interesse público que merece ser celebrado. Obrigada a todos que fazem parte disso”, afirmou a ministra-presidente Maria Elizabeth. *Com informações da Secretaria da Mulher (SMDF)
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Novo canal fortalece acolhimento e agiliza denúncias de violações de direitos humanos
O Distrito Federal deu um passo importante para ampliar a proteção e a resposta às violações de direitos: foi lançado, na tarde desta quinta-feira (27), o Disque Distrital Direitos Humanos, novo canal oficial para o registro de denúncias no DF. A iniciativa é fruto da parceria entre a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) e a Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF), operada por meio das Ouvidorias e da Subsecretaria de Direitos Humanos e Igualdade Racial. O anúncio ocorreu no Auditório da FHE Poupex, dentro da programação da I Semana Internacional de Controle e Combate à Corrupção, que reúne especialistas, gestores e autoridades desde segunda-feira (24). O Disque Distrital Direitos Humanos, novo canal oficial para o registro de denúncias no DF, foi lançado na tarde desta quinta-feira (27) | Fotos: Jhonatan Vieira/Sejus-DF A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, lembrou que o novo canal aproxima ainda mais o Estado de quem precisa de apoio. “O Disque Distrital Direitos Humanos representa cuidado, presença e compromisso. Ele assegura que nenhuma denúncia fique sem resposta e reforça o papel da rede de proteção no DF." O subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Juvenal Araújo, complementou: “A partir de agora, teremos dados mais organizados e encaminhamentos mais precisos, o que melhora o atendimento e dá mais segurança ao cidadão que busca proteção”. Com o novo canal, o Distrito Federal avança na consolidação de uma política de atendimento mais humanizada, com processos padronizados, triagem técnica e monitoramento contínuo Ao apresentar o novo fluxo, a ouvidora da Sejus, Annie Vieira Carvalho, ressaltou que o canal nasce para garantir acolhimento qualificado e respostas mais rápidas. “Estamos estruturando um processo mais integrado e transparente para que cada denúncia seja tratada com responsabilidade e agilidade. É um avanço na defesa de direitos no DF." Com a nova estrutura, o Participa-DF e o Disque 162 passam a funcionar como portas de entrada organizadas para situações de violência, discriminação e outras violações de direitos humanos, garantindo acolhimento técnico, acompanhamento e direcionamento adequado às equipes especializadas. O controlador-geral do DF, Daniel Alves Lima, reforçou a importância da integração entre os órgãos. “A parceria fortalece a confiança da população nos canais oficiais. Transparência, participação social e proteção de direitos caminham juntas nesse novo serviço.” Ferramenta integrada [LEIA_TAMBEM]Com o novo canal, o Distrito Federal avança na consolidação de uma política de atendimento mais humanizada, com processos padronizados, triagem técnica, monitoramento contínuo e integração entre Sejus, CGDF e demais órgãos de proteção. Como denunciar: • Telefone 162, Central de Atendimento da Ouvidoria-Geral do Distrito Federal • Site Participa-DF, plataforma digital do GDF que unifica os sistemas de ouvidoria O canal funciona como espaço seguro e acessível, garantindo que cada relato seja tratado com sigilo, responsabilidade e prioridade. O Selo Acessibilidade 2025, reconhecimento concedido pela Controladoria-Geral do Distrito Federal, foi entregue à Ouvidoria da Sejus-DF Ouvidoria da Sejus recebe Selo Acessibilidade 2025 Durante o evento, também foi entregue o Selo Acessibilidade 2025 à Ouvidoria da Sejus-DF, reconhecimento concedido pela Controladoria-Geral do DF pelo cumprimento integral dos critérios da premiação e pelas ações concretas de promoção da inclusão. A certificação destaca práticas como atendimento acessível, comunicação inclusiva, adaptações estruturais e capacitação da equipe — iniciativas que reforçam o compromisso da Sejus com uma gestão pública mais humana, acessível e alinhada às necessidades da população. *Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF)
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Atendimento ginecológico na rede pública do DF vai além do cuidado clínico
O Dia Nacional do Ginecologista e Obstetra, celebrado nesta quinta-feira (30), reconhece a dedicação dos profissionais que acompanham a saúde das mulheres. Nas unidades administradas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), esse cuidado vai além do consultório e se traduz em escuta, acolhimento e orientação contínua, desde a primeira consulta na adolescência até a maturidade. A ginecologista e obstetra Rafaella Torres, do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), destaca que o especialista é um aliado essencial da saúde integral da mulher. “É um profissional que não cuida apenas do sistema reprodutor. Ele orienta sobre saúde sexual, prevenção de doenças, qualidade de vida e autoconhecimento. Estar presente nesse processo é um privilégio e uma grande responsabilidade”, afirma. Cada consulta é também um espaço de diálogo, um momento para tirar dúvidas e fortalecer a autonomia da paciente sobre o próprio corpo. Layla Gabrielle Santos, 37 anos, mãe de duas meninas, busca esse acompanhamento todos os anos e reforça a importância de manter a rotina ginecológica em dia. Layla Gabrielle é mãe de duas meninas e já pensa em quando elas estiverem na idade de ir ao ginecologista: “Depois que me tornei mãe, entendi que cuidar da minha saúde também é cuidar das minhas filhas" | Foto: Divulgação/IgesDF “Depois que me tornei mãe, entendi que cuidar da minha saúde também é cuidar das minhas filhas. A gente tem o costume de deixar tudo para depois, mas a prevenção traz tranquilidade. É um gesto de amor-próprio e de responsabilidade com quem depende de nós”, compartilha. [LEIA_TAMBEM]Layla também já pensa no cuidado preventivo da filha mais velha. “Assim que ela iniciar o período menstrual, quero que conheça o papel do ginecologista e obstetra de forma tranquila e sem tabus, para que entenda que o cuidado com a saúde é uma parte natural do universo feminino”, destaca. Prevenção que salva Em um mês marcado por ações de conscientização sobre a saúde feminina, especialmente por conta da campanha Outubro Rosa, Rafaella reforça a importância dos exames preventivos, como o papanicolau, a ultrassonografia transvaginal e a mamografia. “Esses exames são fundamentais para o diagnóstico precoce e o sucesso no tratamento de diversas doenças. Quando a mulher se cuida, ela está cuidando de toda uma rede: da sua família, dos seus sonhos e do seu futuro”, conclui a ginecologista e obstetra. *Com informações do IgesDF
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UPA do Núcleo Bandeirante completa 13 anos salvando vidas e fortalecendo laços com a comunidade
“Vou fazer 54 anos. Infelizmente infartei e fui atendido aqui na UPA com muito carinho e atenção. Reverteram meu quadro e, hoje, só posso agradecer pelo trabalho maravilhoso de toda a equipe.” O relato de Sidney de Oliveira, paciente da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Núcleo Bandeirante, reflete a importância do equipamento que, ao longo de 13 anos, se consolidou como sinônimo de acolhimento, agilidade e cuidado com a vida. Com localização estratégica, a UPA do Núcleo Bandeirante é referência de atendimento da cidade | Foto: Divulgação/IgesDF De janeiro a agosto deste ano, foram realizados 61.761 atendimentos. Em 2024, a UPA registrou 94.967 atendimentos, evidenciando a demanda crescente e seu papel estratégico dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Para o gerente da unidade, Neviton da Silva, cada atendimento vai muito além de números. “O início da minha trajetória foi marcado por desafios, mas também por um grande senso de propósito. Sempre buscamos oferecer acolhimento desde o primeiro dia, e a união da equipe foi essencial para isso”, relembra. Ao longo desses anos, a UPA enfrentou momentos críticos, como a pandemia de covid-19. “Tivemos limitações estruturais e alta demanda, mas a força da equipe sempre fez a diferença. Trabalhar aqui exige agilidade, empatia e perseverança, e nossa equipe demonstrou tudo isso”, acrescenta o gerente. A enfermeira de urgência e emergência desde 2019, Débora Oliveira da Silva, conta alguns momentos marcantes durante a pandemia. “Nós transformamos o estacionamento em tenda para pronto atendimento e dedicamos toda a estrutura interna aos pacientes com covid-19. Foi um período de medo, mas também de união. A alta do primeiro paciente foi uma das maiores alegrias que vivenciamos”, explica. A unidade realizou 61.761 atendimentos de janeiro a agosto de 2025; no ano passado, foram 94.967 Referência em atendimento Isabela Cristina Rocha de Souza, enfermeira desde 2022, lembra que se sentiu acolhida desde o primeiro dia. “Temos algumas dificuldades no nosso cotidiano, mas, mesmo diante disso, conseguimos tornar os plantões leves e humanos. Trabalhamos unidos, sempre com foco no cuidado de qualidade”, ressalta. [LEIA_TAMBEM]Ela reforça a importância da UPA para a comunidade devido à localização estratégica, que transformou a unidade em referência. Segundo a enfermeira Débora de Oliveira, recentemente a UPA também se tornou referência em atendimento psiquiátrico. “Essa nova especialidade representa um novo desafio, mas que abraçamos com dedicação”, acrescenta. “O que mais me motiva é a entrega da equipe. Somos comprometidos e não medimos esforços para oferecer o melhor cuidado, mesmo diante das dificuldades”. O gerente Neviton reforça: “A UPA do Núcleo Bandeirante é mais do que um local de trabalho. É um espaço onde vidas são salvas todos os dias e onde o SUS mostra sua força. Ver um paciente recuperado é a maior recompensa”. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)
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Hospital da Criança de Brasília passa a utilizar brinquedo terapêutico produzido com impressora 3D
Gabriel Barreto, 8 anos, foi submetido a um procedimento cirúrgico para a inserção de cateter de acesso venoso central no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). Antes mesmo de ser direcionado ao centro cirúrgico da unidade, ele e sua mãe, Cristiane Rodrigues Martins, conheceram o “Gabriel 3D”− uma reprodução impressa em três dimensões de um menino que tem os mesmos traços físicos que a criança, que já estava com um acesso venoso no tórax. Agora, Gabriel pode visualizar, tocar e sentir como o dispositivo ficará em seu corpo após a cirurgia. O pequeno Gabriel interage com o brinquedo terapêutico, batizado de "Gabriel 3D', pouco antes da cirurgia | Fotos: Divulgação/HCB O Hospital da Criança de Brasília tem investido na premissa de que o ato de brincar, além de um direito da criança, pode ser um aliado importante no cuidado de pacientes com condições crônicas de saúde. O brinquedo terapêutico e as brincadeiras estruturadas visam a tornar mais próximo e acessível para a criança a sua jornada do cuidado hospitalar e a redução de efeitos adversos. “A resposta tem sido extremamente positiva”, avalia Brunna Carvalho, supervisora de Enfermagem do Ambulatório do HCB e presidente da Comissão do Brinquedo Terapêutico/Brinque HCB. “Os pacientes demonstram maior aceitação dos procedimentos, expressam-se com mais liberdade e criam vínculos mais fortes com a equipe, enquanto os responsáveis pela criança relatam surpresa ao perceberem que brincar pode ser um recurso terapêutico eficaz.” Atividades lúdicas Em parceria com o Grupo de Pesquisa em Inovação, Projetos e Processos, da Universidade de Brasília (UnB), o HCB, por meio da Coordenação de Voluntariado e Pedagogia Hospitalar, fez impressões em três dimensões de personagens já utilizados na ambientação dos espaços da unidade, adaptados às características físicas das crianças. O projeto, que está em seu processo de implementação, busca contemplar as crianças atendidas na internação e, posteriormente, às demais unidades de atendimento. Brunna Carvalho (D), supervisora de Enfermagem do Ambulatório do HCB: “Os pacientes demonstram maior aceitação dos procedimentos, expressam-se com mais liberdade e criam vínculos mais fortes com a equipe, enquanto os responsáveis pela criança relatam surpresa ao perceberem que brincar pode ser um recurso terapêutico eficaz” Para Anna Karolina Barsanulfo, a abordagem com o Brinquedo Terapêutico favorece o cuidado integral, porque considera a criança em sua totalidade: corpo, mente e emoções. “Essa ação é pioneira e profundamente simbólica”, afirma Anna Karolina Barsanulfo, gerente da Linha de Cuidado do Paciente Clínico. “Ao desenvolver recursos personalizados com impressão 3D e design centrado no usuário, buscamos tornar tangível aquilo que, muitas vezes, é abstrato para a criança – como a presença de um dispositivo médico, uma alteração corporal ou uma condição clínica.” Brincadeira é coisa séria A vivência no ambiente hospitalar pode ser repleta de desafios emocionais, físicos e psicológicos para as crianças. Sentimentos conflitantes ou mesmo o desconhecimento sobre os procedimentos médicos podem interferir no curso do cuidado realizado e fomentar emoções como o medo, ansiedade e comportamentos agressivos. Para os profissionais do hospital utilizar o brinquedo terapêutico propicia maior conscientização, educação em saúde e emoções positivas tanto para as crianças quanto para os pais e responsáveis. “Ao aliar o lúdico à educação em saúde, nós conseguimos criar pontes de compreensão, reduzir medos e facilitar o engajamento no cuidado”, pontua Brunna Carvalho. “O brincar é uma linguagem natural da infância. Por meio dele, traduzimos informações complexas para algo mais acessível, respeitoso e acolhedor”. A Comissão do Brinquedo Terapêutico/Brinque HCB é composta por profissionais da enfermagem, farmácia, psicologia, psicopedagogia, fisioterapia e terapia ocupacional. Ela é responsável por estudos sobre a padronização e sistematização dos brinquedos com a finalidade de tornar a experiência do cuidado hospitalar mais confortável, segura e humanizada. Abordagens Conforme a idade e o desenvolvimento da criança em se expressar, podem ser conduzidas diferentes abordagens com os brinquedos terapêuticos. O brinquedo terapêutico dramático, por exemplo, tem a finalidade de favorecer a exteriorização de sentimentos da criança, de modo que a equipe de saúde e família compreendam o que a estaria afligindo. A abordagem busca auxiliar a criança a elaborar sentimentos e experiências, além de criar vínculos de confiança. [LEIA_TAMBEM]Já o brinquedo terapêutico instrucional foi criado para preparar e informar a criança sobre os procedimentos aos quais ela será submetida. Utiliza-se da capacidade de fazer referência aos próprios pacientes, utilizando modelos visuais para favorecer a identificação e o entendimento por parte da criança. O brinquedo terapêutico capacitador, por sua vez, objetiva ensinar a criança o autocuidado e consiste em desenvolver atividades que desenvolvam a autorresponsabilização e educação em saúde. No HCB, as brinquedotecas também proporcionam experiência acolhedora para as crianças e seus familiares. A unidade tem oito brinquedotecas - três no ambulatório e cinco nas unidades de internação. Esses espaços são equipados com brinquedos e jogos educativos destinados a estimular as crianças e seus acompanhantes ao “brincar livre”. Além disso, o HCB dispõe de auxiliares pedagógicos que orientam brincadeiras quando acionados pela equipe assistencial ou família. *Com informações do Hospital da Criança de Brasília
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Após mais de um ano internado, paciente se despede da equipe que virou sua família no Hospital Cidade do Sol
O que começou como um atendimento de emergência se transformou em uma história de afeto e recomeço. Francisco Beserra da Silva, de 74 anos, chegou ao Hospital Cidade do Sol (HSol), unidade administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), em abril de 2024, com um diagnóstico grave de dengue, desnutrição severa e em situação de vulnerabilidade social. Um ano e três meses depois, Francisco deixa o hospital recuperado e cercado por profissionais que se tornaram sua segunda família. Nesta quinta-feira (31), ele foi transferido para o Lar dos Velhinhos Bezerra de Menezes, em Sobradinho, onde continuará recebendo cuidados, agora com mais saúde e dignidade. Depois de um ano e três meses de internação, Francisco Beserra da Silva deixa o Hospital Cidade do Sol recuperado; o novo destino é o Lar dos Velhinhos Bezerra de Menezes, em Sobradinho | Fotos: Bruno Henrique/IgesDF Um longo caminho até a recuperação Quando chegou ao hospital, Francisco não andava, não falava e rejeitava qualquer tipo de cuidado. A fisioterapeuta Monik Aguiar lembra que, no início, ele resistia ao tratamento. “Não aceitava terapia, não gostava de ser tocado e reagia com agressividade. Mas, aos poucos, conquistamos sua confiança. Não sei dizer quando isso mudou exatamente, mas quando ele nos permitiu cuidar, criou-se um elo", conta. Além das sessões de fisioterapia, Monik criou com ele um ritual diário: a oração matinal. “Costumo dizer que o Hospital do Sol salvou a vida do Seu Chico, e ele salvou as nossas. Rezo com ele todas as manhãs. Vê-lo bem faz parte da minha motivação diária”, diz. A recuperação física veio acompanhada da reabilitação nutricional. Francisco chegou pesando apenas 36,4 kg e com um quadro grave de desnutrição. Com dieta personalizada e acompanhamento contínuo, ganhou 11,8 kg, um avanço expressivo que transformou não apenas sua aparência, mas também sua disposição. “A melhora no estado nutricional foi essencial para devolver a autonomia e a interação social”, explica a nutricionista Luthiana da Paixão Santos. “O ganho de peso, aliado à fisioterapia, trouxe mais do que massa corporal. Trouxe funcionalidade e vontade de viver. Hoje ele realiza atividades, interage e até participa de momentos de lazer com a equipe e outros pacientes.” A fisioterapeuta Monik Aguiar lembra que, no início, Seu Chico resistia ao tratamento: “Não aceitava terapia, não gostava de ser tocado e reagia com agressividade. Mas, aos poucos, conquistamos sua confiança" Mais que assistência: acolhimento A jornada de Francisco começou ainda na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia, para onde foi levado pelo Corpo de Bombeiros do DF (CBMDF). Lá, permaneceu internado até ser transferido para o HSol. Desde o início, o serviço social trabalhou para reconstruir sua história e garantir um lar definitivo. “Ele estava em situação de rua, sem vínculos familiares sólidos, mas conseguimos resgatar parte de sua trajetória”, relata a assistente social Mariana Melgaço. Segundo ela, os relatos contam que Francisco sempre gostou da liberdade. “Desde jovem, no Ceará, ele vivia andando por aí e até dormia em árvores. Tentaram alugar um quarto para ele, mas não permanecia nem dois dias. Preferia a rua.” Mesmo sem uma família tradicional, Seu Chico encontrou no hospital uma rede de cuidado e afeto. Para Mariana, sua história é prova do poder do trabalho em equipe. “Cada profissional contribuiu um pouco, e o resultado está aí: ele tem conforto, dignidade e qualidade de vida. Ver essa virada é extremamente gratificante, inclusive do ponto de vista profissional”, afirma. O maqueiro Joabson Araújo acompanhou Seu Chico desde os primeiros dias: “Levamos ele até o circo, que estava montado perto do hospital. Foi um dos dias mais felizes da vida dele” Uma despedida com visita marcada Durante o período de internação, Francisco conquistou até quem atua nos bastidores. É o caso do maqueiro Joabson Araújo, que o acompanhou desde os primeiros dias: “Levamos ele até o circo, que estava montado perto do hospital. Foi um dos dias mais felizes da vida dele. Guardo as fotos com carinho.” Para a equipe, a partida não é um adeus, e sim o início de um novo capítulo. “Cuidar do Seu Chico foi um presente. Cada passo que ele deu, cada sorriso, cada ‘sim’ que nos disse me formou como profissional e como pessoa. No fim das contas, fomos nós que ganhamos”, resume Monik Aguiar. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)
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Dia do Pediatra: uma carreira dedicada ao amor e ao cuidado integral às crianças
Amor, cuidado, dedicação, entrega e empatia estão presentes diariamente na rotina de quem escolheu a profissão de cuidar de um ser humano desde seus primeiros segundos de vida. Hoje, 27 de julho, é celebrado o Dia do Pediatra, médico responsável pelo cuidado integral das crianças desde o nascimento até a adolescência. “Muitos conseguem se recuperar plenamente e recebem alta médica, indo para casa sem nenhuma sequela. Casos assim me motivam a ser um ser humano melhor, é uma área que me transformou”, afirma o pediatra neonatologista André Simões, que atua no HRSM | Foto: Divulgação/IgesDF Atualmente, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) possui atendimento de Pediatria no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Sobradinho, São Sebastião, Ceilândia I e Recanto das Emas, além dos cuidados em UTI Pediátrica no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). Ao todo, são 251 pediatras que fazem parte do quadro de pessoal do Instituto. A atuação desses profissionais é marcada por desafios, mas também por histórias de superação e cuidado humanizado. É o que relata Adriana Rodrigues de Melo, mãe de Desmond Samuel Dourado, de 9 anos, internado no HRSM com um quadro de bronquiolite. “Ele tem paralisia cerebral, causada por kernicterus, aquela icterícia intensa que atinge o sistema nervoso. Recentemente, pegou gripe, teve rinovírus, que evoluiu para pneumonia, com atelectasia nos dois pulmões. A internação aqui já dura 10 dias, mas estou muito feliz com o atendimento. Os pediatras demonstram um cuidado que meu filho merece. Ele está evoluindo melhor do que eu imaginava”, conta. Adriana Rodrigues de Melo, mãe de Desmond Samuel Dourado, elogia o atendimento no HRSM No pronto-socorro infantil do HRSM, a médica Maria Fernanda Spigolon acompanha de perto casos como o de Desmond e descreve a intensidade emocional da profissão. “Escolhi a pediatria sabendo que seria difícil, mas nunca imaginei o quanto seria transformador. Ser pediatra é conviver com extremos. É ver a leveza de um sorriso em meio ao caos, a força de um corpo tão pequeno lutando pela vida”. Segundo ela, é preciso saber ouvir um choro, interpretar um silêncio, acolher uma mãe em pânico e um pai exausto, enquanto se mantém a serenidade para cuidar da criança. “Dói ver uma criança sofrer. Não importa quantos plantões venham, nunca é fácil, mas tudo se torna uma grande recompensa quando um quadro grave é revertido, ver o alívio voltar ao rosto de uma família e sentir o abraço apertado e emocionado de uma mãe”, relata Fernanda. Na UPA de Ceilândia, a médica Andrezza de Mattos Aguiar também vive diariamente os desafios e recompensas de atuar na linha de frente do atendimento pediátrico. Com pouco mais de um ano na unidade, ela destaca o quanto a profissão vai além do cuidado clínico. "Na emergência, sei o quanto é desesperador ver um filho doente. Poder ajudar a criança dando conforto a ela e à família é um desafio maravilhoso e reconfortante", afirma a médica Andrezza de Mattos Aguiar, que trabalha na UPA da Ceilândia “Eu costumo dizer que não escolhi a pediatria, mas o contrário. Não se trata simplesmente de gostar de cuidar de crianças, mas de ajudar a decifrar um ser humano em formação. Ajudar os pais a entender e formar uma pessoa é incrível. Na emergência, sei o quanto é desesperador ver um filho doente. Poder ajudar a criança dando conforto a ela e à família é um desafio maravilhoso e reconfortante”, conta. Cuidado desde os primeiros minutos de vida O pediatra neonatologista André Simões atua no Centro Obstétrico (CO) e na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) do HRSM. No início da faculdade ele não tinha intenção de se especializar em pediatria, mas no último ano de medicina percebeu que era uma área desafiadora. Além disso, optou pela subespecialidade de neonatologia porque viu que os recém-nascidos, principalmente os prematuros, precisam de alguém que oferece além do cuidado. [LEIA_TAMBEM]“Eu vi que eles eram pacientes, bebês inocentes, que precisavam de alguém para cuidar deles. Conseguimos estar presentes no momento do nascimento e percebi o quanto eles são extremamente guerreiros, e se recuperam de uma maneira surreal”, explica. Na sua percepção, o maior desafio da área se refere ao acolhimento das famílias, pois a expectativa que se cria é a de levar o recém-nascido para casa logo após o nascimento, o que não ocorre em casos de partos prematuros. “Temos que acolher os pais durante um longo período de internação, com possíveis intercorrências e, a pior parte é quando ocorre um desfecho desfavorável resultando em óbito. Ao informar os pais, buscamos acolhê-los com empatia, de forma carinhosa e efetiva”, descreve. No entanto, as vitórias em casos complexos motivam o médico, principalmente quando há prematuros extremos, como por exemplo, os nascidos de 23 semanas e com cerca de 500 gramas. “Muitos conseguem se recuperar plenamente e recebem alta médica, indo para casa sem nenhuma sequela. Casos assim me motivam a ser um ser humano melhor, é uma área que me transformou”, afirma. *Com informações do IgesDF
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Paciente do HRSM sobrevive a três paradas cardíacas durante o parto e se recupera sem sequelas
O que era para ser um dos momentos mais felizes da vida de Luana Vitória Ribeiro, 29 anos, se transformou em emergência. No dia 21 de junho, logo após o nascimento do filho Asafe, no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), Luana sofreu três paradas cardiorrespiratórias e precisou ser reanimada. Para conter uma hemorragia grave e salvar a vida dela, a equipe médica decidiu pela retirada do útero. A gestação era acompanhada com atenção desde o início, pois no primeiro mês, em Luziânia (GO), cidade onde a paciente mora, Luana apresentou episódios de sangramento e coágulos. Sem diagnóstico conclusivo, os sintomas foram inicialmente tratados como comuns da gravidez. Em seguida veio um quadro de diabetes gestacional, o que transformou a gestação em alto risco. Luana Vitória Ribeiro (de amarelo): "Lembro da anestesia, da presença do meu marido e do choro do meu filho... depois, só escuro" | Foto: Divulgação/IgesDF “Minha maior preocupação sempre foi com o bebê. Assim que descobri, comecei a me cuidar e mudei minha alimentação”, lembra Luana. Com o avanço da gravidez, ela decidiu fazer o parto no HRSM, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (IgesDF). Os exames de imagem indicavam que o bebê era maior do que o esperado para a idade gestacional, sinal comum em casos de diabetes. Apesar disso, não havia suspeitas de complicações graves para a mãe. Na última consulta, a obstetra solicitou novos exames e, conforme o protocolo, Luana foi internada com 37 semanas e dois dias. “Cheguei preparada, com minhas bolsas prontas, em jejum, achando que tudo correria bem. Lembro da anestesia, da presença do meu marido e do choro do meu filho... depois, só escuro”, relata. Três paradas e uma equipe pronta A médica obstetra Camila Coelho, que conduziu o início do procedimento, contou que a cesariana parecia ocorrer normalmente, até que a equipe identificou múltiplas aderências abdominais inesperadas. O que se seguiu foi uma intensa corrida contra o tempo. “Ela recebeu todo o suporte de forma imediata. É o nosso milagre. A prova de que técnica, preparo e fé caminham juntos”, afirma a médica. O anestesista Frederico Parreira explica que o monitoramento contínuo dos sinais vitais durante a cesárea foi essencial para detectar rapidamente a parada cardíaca e iniciar o suporte avançado de vida. “Esse monitoramento permite identificar uma parada durante a cirurgia, o que acelera o prognóstico”, destaca. Devido à hemorragia intensa e à falência dos medicamentos convencionais, a equipe optou pela histerectomia, que é a retirada do útero. “Sem circulação adequada, os medicamentos não faziam efeito. A retirada do útero foi essencial para salvar a vida da paciente”, explica a obstetra Leise Santana, responsável por essa conduta. Segundo ela, a recuperação de Luana surpreendeu. “Nem mesmo a medicina consegue explicar completamente como ela voltou tão bem”. Enquanto a equipe lutava pela vida de Luana, o marido dela, Matheus Alves, vivia momentos de angústia do lado de fora. “Estava ao lado dela quando tudo começou. Vi os monitores apitarem e os profissionais correndo. Sabia que ela tinha parado. Só chorava e orava”, conta. Depois de quase quatro horas de cirurgia, veio o alívio. Hoje, mãe e filho passam bem. “Fomos acolhidos por cada pessoa da equipe. A dedicação deles é algo que nunca vou esquecer”, acrescenta Matheus. Equipe de enfermagem foi peça-chave Profissionais da enfermagem do Centro Cirúrgico Obstétrico (CCO) atuaram em cada etapa, da identificação precoce da instabilidade à assistência direta à equipe médica. Para a chefe do serviço, Vanúcia Sancho, foi a junção de preparo técnico, agilidade e sensibilidade que fez toda a diferença. “Não é só aplicar protocolos. É saber agir sob pressão, com precisão, e estar emocionalmente preparado para decisões que salvam vidas”, pontua. Apesar de todo o esforço da equipe, os médicos ainda não conseguiram determinar a causa exata do que provocou o agravamento repentino do quadro de Luana. As suspeitas incluem uma possível reação à anestesia, entre outras situações que podem causar parada cardíaca e exigir intervenção imediata. Capacitação salva vidas O caso reacendeu entre os profissionais da unidade a importância da formação continuada. Para a obstetra Leise, investir em treinamentos como os de reanimação e assistência avançada é essencial. “Saber como agir faz toda a diferença entre a vida e a morte”, destaca. *Com informações do IgesDF
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